Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 41
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Cupincha... és um verdadeiro representante da Terra dos Veríssimos e de Quintana!!!
Assinatura? Estou vendo com meu advogado...
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
VALEWS, tigrada!!!
Lembro a todos que o ideal é ter lido desde o início para poder entender. Por exemplo, nesta parte que postarei a seguir, já vão reaparecer personagens que haviam ficado lá para trás...
Lembro a todos que o ideal é ter lido desde o início para poder entender. Por exemplo, nesta parte que postarei a seguir, já vão reaparecer personagens que haviam ficado lá para trás...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Não entendo como O General da SS FOXTROT ainda não apareceu nessa charla.
Saudações
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
SEIS HORAS - PARTE 38
O agente 47 - recém-autobatizado Timothy - acordou sobressaltado no meio da madrugada. Algo havia acontecido e não estava em seus planos. Algo estava incompleto. Então, olhos acostumando-se rapidamente à penumbra do quarto, pôde visualizar a silhueta. Não estava só na cama. Uma das qualidades que o tinham tornado talvez o melhor operador da Organização - não havia como saber ao certo se realmente o era, havia segredos demais lá, sequer conhecia a maioria dos outros agentes - era sua excelente visão noturna. Esta, somada à luz prateada do luar, entrando indiscreta pela vidraça cujas cortinas haviam ficado abertas, lhe permitiam ver com clareza o vulto a seu lado. E a visão o agradava sobremodo.
Ela estava deitada de lado, voltada para ele, e ressonava suavemente, mal se ouvindo sua respiração; no máximo, apurando a audição, um levíssimo ronronar. Um tufo de cabelos alourados lhe recobria como uma manta parte do rosto belíssimo. A temperatura cálida do quarto a fizera descobrir-se quase que inteiramente durante o sono, estando à vista um seio perfeito, o mamilo, que ele sabia rosado e de toque delicioso, intumescido como se estivesse ainda excitada, mesmo após tudo o que haviam feito. Mais abaixo, o ventre liso, o umbigo gracioso com o piercieng dependurado, uma sereiazinha de ouro - e ela era mesmo uma sereia para ele, mas isso devia naturalmente fazer parte do seu disfarce - e, mais abaixo, parte do monte de vênus, imberbe, reinando soberano sobre as magníficas coxas, como a cúpula sobre uma catedral.
Ele sorriu silenciosamente, lembrando-se dos tórridos momentos que haviam começado na sala e acabado ali. A garota era espetacular, sem sombra de dúvida. Começou a recordar-se de tudo o que acontecera, tendo imediatamente, como seria de se esperar, uma violenta e brusca ereção, quase dolorosa. 98, aliás Carla - como era bom poder atribuir-lhe um nome, soava doce como mel mesmo em sua mente - gemendo, remexendo-se, enlouquecida de prazer, ora em cima, ora embaixo, ao lado, a garota parecia estar em toda parte, fazendo tudo o que de bom um homem poderia desejar para si.
Então, por que o sobressalto ao acordar?
Imediatamente a mente do homem cedeu lugar à do operador profissional. Tim voltou a ser 47. Aquilo tudo estava muito errado. Num período de apenas algumas horas, falhara repetidamente para com um dos princípios que lhe regiam a vida desde criança: a Disciplina! Que, ele sabia, era na verdade, em seu estado mais puro, na verdade autodisciplina. Ela, Carla (era-lhe difícil agora imaginá-la como simplesmente 98) o distraíra de sua missão. Claro, ele o permitira e não podia dizer que se arrependia. Não de todo. Não por isso, ao menos, por ter-se dado ao raro luxo de desfrutar tão intensamente de companhia tão adorável. Arrependia-se sim de não ter conseguido resistir por ao menos um par de horas, isso bastaria para cumprir a parte da missão que reservara para aquela noite, isso na pior das hipóteses: Norris já estar consciente. Teria de ir ao hospital, disfarçar-se e injetar veneno ainda mais potente em seu soro. Esperava que não fosse necessário, o que abreviaria o que tinha a fazer.
E que era simples. Primeiro, telefonar para o hospital, dizendo-se policial, e indagar se Chuck Norris já estaria disponível para um interrogatório. Isso já lhe diria o suficiente do estado dele naquele momento. Talvez até não tivesse resistido aos ferimentos. Vinte disparos de FiveseveN além de uma dose elefantina de veneno letal, quem aguentava isso tudo e saía vivo? Olhou o relógio. Quase cinco horas. Silenciosamente, levantou-se e foi até a sala, fechando a porta do quarto para não acordar a bela jovem.
A atendente do outro lado da linha, talvez cansada e com sono, respondeu de má vontade:
- Mas de novo? Vocês não dormem não, p*? Olha, cara, o sujeito está mais apagado que lâmpada queimada, que m* mesmo!
- Desculpe, senhora, só estou fazendo meu trabalho. Poderia me dizer qual a condição dele, se há previsão de quando vai acordar para podermos...
- Escute aqui - ela cortou - vocês não conversam entre si não? Ou o assunto é só p*taria e viadagem? Já disse a outro dos seus não faz uma hora que ainda estão extraindo bala daquele cara enquanto fazem lavagem gástrica. Ao menos lhe disseram que o cara também foi envenenado, né? O doutor Ferdinando disse que o cara deve ser um ET, ninguém aguentaria metade daquilo tudo. Mas ó, tá vivo, é provável que resista e se cure mas não espere uma palavra dele por pelo menos um mês. Ao menos foi o que o doutor disse.
- Obrigado, senhora, desculpe incomodar.
- É, e daqui a pouco outro liga para perguntar a mesma coisa de novo. Me faça um favor, vocês têm um quadro de avisos aí?
- Naturalmente, senhora.
- Então escreva bem grande nele: não liguem pra p* do hospital pra perguntar do Chuck Norris, nós ligaremos quando o FDP acordar. Faça isso, sim? E depois vá pra PQP e fique por lá! - e desligou na cara dele.
Bem, a primeira parte estava feita. Não confiava no prazo mas acreditava que havia tempo suficiente. Então abriu seu laptop. Esperou a conexão se completar. Sabia que na Grécia já era dia havia várias horas. Ao invés de acessar a database, foi para o viva-voz, após afixar fones nos ouvidos. Em instantes, a voz sexy da atendente Diana atendia:
- Sim, 47?
Ele nunca a vira, apenas imaginava o quão estonteante não seria aquela mulher, tanto que os padres a guardavam para si, sem que jamais um dos operadores sequer a tivesse visto de relance. Ao menos não um dos poucos que conhecia.
- Diana, o irmão Aristarkos, por favor.
- Aguarde, 47. - segundos depois:
- Aristarkos. Prossiga, 47.
Sempre econômico com palavras, não perderia tempo com questionamentos desnecessários.
- Surgiu um problema.
- Norris.
- Sim. Não morre. Não pode ser detido por muito tempo.
- 98 poderia ser usada como isca.
- Duraria pouco, irmão. Norris tem amigos, fãs e ex-colegas no mundo todo, nem se daria ao trabalho de ir atrás. Não, ele continuaria entre mim e o alvo número 1.
- Então?
A frieza do homem era impressionante, mesmo para 47.
- John Kirby. Preciso desse homem.
- Razão?
- Foi o único fracasso de Chuck Norris. É ou era um serial-killer e tão difícil de matar quanto ele, senão mais. E são arquiinimigos.
- E o que evita que continuem se atacando?
- Até onde sei, Norris acha que o matou. Quanto a Kirby, não faço idéia. Talvez tenha acreditado naquela simulação de falecimento que Norris fez há alguns anos, para se ver livre dos holofotes. Não sei mesmo. Mas preciso desse homem. - e explicou de maneira sucinta ao irmão Aristarkos o que tinha em mente. Este:
- Se estiver vivo, vamos achá-lo.
- Obrigado, irmão.
- Gostei de seu plano, criativo como sempre. - e desligou sem se despedir.
Aquilo dizia muito a 47. O irmão Aristarkos fora seu instrutor de táticas em missão por uns dois anos e sempre valorizava soluções criativas propostas por seus alunos. Assim, ele, à sua maneira, lhe dera o maior dos elogios.
O irmão Aristarkos havia desligado mas não largara o fone do aparelho. Pressionou o botão verde, que o ligava diretamente à mesa central, onde operava Diana.
- Irmão?
- Anote: John Kirby. Termos-chave: serial killer e Chuck Norris. Passe ao irmão Papadopoulos e acrescente que é prioridade zero.
Esperou ela repetir o que ele dissera até desligar - ela nunca anotava nada, tinha uma memória colossal. Não estava à toa no cargo que ocupava. Então, Diana fez o que lhe havia sido ordenado. Papadopoulos:
- Perfeito. Aguarde resposta para menos de uma hora.
A Inteligência da Organização fora acionada e com prioridade zero. Isso significava que toda e qualquer busca iria ser suspensa e redirecionada exclusivamente para achar aquele sujeito. Com os recursos de que dispunha, Papadopoulos fora até modesto: uma hora era muito, Diana apostaria em metade disso. Mas o irmão, como convinha, era sempre humilde e comedido...
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Quando do ataque ao Reagan, Bourne ficara satisfeito ao ver as traçadoras de sua M-60 convergindo para a cabine da velha aeronave. Um ridículo Tracker! Não obstante, este conseguira arremessar suas bombas. O imenso navio estremecera e logo uma imensa coluna de fumaça obscureceu o bordo que havia sido atacado. Ao seu lado, Skyway também atirava, usando um velho M-14. Mesmo meio ensurdecido pelas explosões, Bourne ouvira outro avião vindo pelo bordo oposto. Empunhou a metralhadora e correu para lá, seguido pelo companheiro. Viu a pequena silhueta se aproximando ao longe mas então ela começou a subir, enquanto a fumaça negra começava a se espalhar pelo navio. Ouviram-na distintamente a passar por cima e prosseguir, se distanciando. Apenas para o ruído começar a aumentar de novo. Curvara e tornava a se aproximar.
Eram pilotos bem treinados. Sabiam o que aquilo significava. O malditos iam bombardear o lado já atingido que, além de fragilizado pelo ataque anterior, exalava tanta fumaça que tornava impossível ver qualquer coisa e, portanto, atirar no que fosse. Isso no modo defensivo, porque atacando a bordo de um avião era relativamente fácil localizar um alvo daquele tamanho e mesmo escolher um ponto específico para colocar suas bombas. E desta vez a chance do Reagan continuar flutuando era menos de zero. O ruído de aproximação da aeronave aumentava, motores a pistão. Ambos se entreolharam. Nenhum disse nada, apenas correram o zíper da botas, tirando-as, arrancaram os capacetes e paraquedas, desativaram o controle automático que inflava os coletes salva-vidas ao primeiro contato com a água e se lançaram ao mar. Após o mergulho, começaram a nadar o mais rápido que podiam, afastando-se do navio condenado.
Já estavam a mais de cem metros quando a primeira explosão ocorreu. Redobraram a força das braçadas. Nadavam contra a morte certa pois uma belonave daquele porte, ao afundar, dragaria consigo para as profundezas muita água ao seu redor.
E quem nela estivesse.
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No palácio do deserto, um dos seguranças - na verdade o que substituía Cabeça de Martelo como chefe em sua ausência - ouviu primeiro o ruído de helicópteros. Mas não o da primeira salva de bombas SDB - lançadas pelos F-15SE, que voavam agora à frente da força de invasão - que se encaminhavam para pontos escolhidos, um dos quais o que ele fiscalizava naquele momento, uma pequena e quente guarita numa das quinas da muralha interior, onde passava um pito na sentinela, que cochilara. Então, um fino assobio e a vida de Salek - aliás Soultrain - bem como a do guarda dorminhoco se encerraram numa verdadeira apoteose de fogo e aço. Dúzias de outras explosões aconteciam quase que simultaneamente em todos os pontos de vigilância e segurança da fortificação, nem as câmeras eram poupadas.
Logo após chegaram os enormes helicópteros. Não pousavam, apenas abriam as amplas portas traseiras e ia deslizando rente ao chão, enquanto sucessivas ondas de supercomandos SEAL saltavam para o chão arenoso, rolavam e imediatamente assumiam posição, dando cobertura tanto às aeronaves quanto a seus camaradas que saltavam. À medida que os grupos predeterminados se completavam, imediatamente iniciavam a progressão pelas rotas que já conheciam de cor, tanto haviam estudado os mapas e maquetes. De uma janela alguém abriu fogo com o que deveria ser um AK-47, sendo imediatamente abatido com uma granada de bocal lançada com maestria janela adentro. Pela forma e resultado, o cabo Johns calculou que fosse termobárica. Não só quem atirara mas quem estivesse na mesma sala deveria ter virado churrasco, sabia o que um projétil relativamente pequeno como aquele fazia a gente viva. E não era nada bonito.
O grupo do tenente Ames encaminhou-se para um pequeno oásis, onde sabia que um dos principais colaboradores de Bin Laden costumava estar nos últimos dias, vira as fotos de satélite. Como previamente combinado, um dos grupos, comandado pelo sargento Jenkins, avançou até a orla das palmeiras e aguardou o outro investir pela entrada principal. Tudo muito rápido.
Tão rápido que, ao entrarem correndo, viram apenas um vulto de olhos claros encará-los, gritar e sair correndo em direção ao grupo da orla. Mesmo com tanta adrenalina e velocidade, pareceu ao tenente Ames ser uma mulher loura de topless.
O sargento Jenkins, com o sol nos olhos, não chegou a realmente ver, apenas percebeu um vulto correndo em sua direção, talvez um homem sem camisa. Mirou no tórax e disparou uma burst de três tiros com sua M-4. O vulto correu mais uns passos por pura inércia e desabou no chão.
O tenente Ames parou e agachou-se, imitado por seus homens, armas prontas. Então notaram a bela mulher de feições algo orientais sentada à borda da piscina, olhando-os sem medo algum. Balançava os pés de maneira graciosa na água. Topless. Era uma visão e tanto para se ter no meio de um combate. O tenente Ames gritou:
- Não se mova. Erga as mão onde eu possa vê-las.
Ela o fez, voltando-se de frente para ele. Ao erguer seus braços para mostrar que nada tinha nas mãos, os seios se ergueram também, atrevidos, como que o desafiando a atirar em tanta beleza. Ames sentiu a boca seca.
- Quem é você?
- Kelly. CIA.
Então era aquela a misteriosa agente infiltrada que os informara do paradeiro exato de Bin Laden. Mas tinha que se certificar:
- Qual o nome desta operação?
- Para vocês, Master Troll; para nós, Armitage.
Ele nem sabia o nome da operação para a CIA mas o da Navy estava correto e só havia um meio de ela saber, tão secreto era.
- Está bem, pode baixar os braços, agente Kelly. E se quiser se cobrir, posso...
- Estou muito bem assim. - e se levantou. "Que corpaço, minha nossa!" - pensaram todos os homens ao mesmo tempo.
Ela se encaminhou calmamente para a extremidade oposta, para onde correra a outra pessoa. Ames, mesmo tantalizado por toda aquela beleza, lembrou que havia um grupo de tocaia e extermínio bem para onde ela ia. Correu em seu encalço, gritando:
- Seguro, seguro, aqui é Ames, seguro! Não atire, Jenkins, seguro!
Ouviu uma voz do outro lado da barreira vegetal:
- Tranquilo, tenente. Pegamos um.
A garota chamada Kelly prosseguira até ode estava o corpo abatido. Ames, mais atrás, pôde ver que era outra mulher. Kelly parou ao lado do corpo. Ames logo estava junto. Então, o inusitado: a agente da CIA, com um chute, virou o corpo de frente para ela. Observou atentamente as três feias feridas no tórax. Uma delas, bem sobre um dos grandes seios - "desperdício dos infernos", pensou Ames - a atraía mais. Realmente era algo estranha. Então Kelly exclamou, em tom triunfante:
- Eu sabia que era silicone! Vaca mentirosa!
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O agente da CIA de codinome PT acabara cochilando em sua suíte de hotel, graciosamente franqueada pelo governo. Eram tantos documentos antigos a vasculhar em busca daquele maldito vermelho e seu insuportável "Bando do Circo". Acordou pouco depois, pensando "é, acho que estou ficando velho" e se dispôs a voltar às pastas empoeiradas. Mas precisava de algo. Ligou para a portaria e pediu um café bem forte e um sanduíche de atum. Acendeu um cigarro enquanto esperava, era bom para ajudar a fazer o sono passar. Então deixou o pensamento correr solto, isso costumava funcionar em suas investigações, detalhes a que não prestara atenção se juntavam a perguntas sem resposta e ele acabava dando com algo interessante.
Só que não se relacionavam ao caso. De algum modo, se desviaram para a política. A China atacara a Europa - mas, pelo que ouvira no rádio de pilha, já começavam a se retirar, os malditos comunistas - e sua pátria atacara o Brasil. Mas havia algo mais. Parece que o Brasil incorporara Portugal como um novo estado da federação ou algo assim, não havia prestado muita atenção a esta parte do noticiário. Havia algo sobre Olivença ter voltado a fazer parte de Portugal também. Apanhou o radinho à cabeceira e o ligou. Nisso bateram à porta.
- Serviço de quarto.
- Já vou, pá. - respondeu em voz alta e irritada.
Até que enfim: numa terra civilizada como os EUA já estaria bebendo o café e comendo o sanduíche. Mas não, tinha que estar outra vez em um lugar primitivo como aquele e ainda por cima agora, que fazia parte de um dos mais desprezíveis países do globo, o Brasil...
Encaminhou-se para a porta.
...que estava em guerra com o seu país. E ele era da CIA. E estava em local que o governo dali conhecia. Parou. Sentiu os pelos de sua nuca se eriçarem. Estava em grave perigo.
No instante seguinte a porta voou dos caixilhos e caiu bem em cima dele, derrubando-o. Empurrou a porta caída para tentar se levantar e apanhar a pistola, à beira da cama, mas já uns dez homens em uniforme da GNR mas com estranhas divisas e símbolos, alguns portando submetralhadoras, já estavam no interior da suíte e apontavam suas armas para ele. O que parecia ser o chefe gritou:
- Polícia Militaire! Se te meixeires, te vais à breca, ó stupoire!
Já revistado e algemado, foi retirado da suíte. A cena do lado de fora o impressionou, montes de repórteres com suas câmeras fotográficas, microfones e filmadoras. Um homem bem vestido o apresentou à imprensa:
- Já aqui o primeiro resultado de minha gestão à frente da segurança interna deste nosso pequeno pedaço de Brasil. Graças ao nosso nobre e querido governadoire, engenheiro José Sócrates, o Libertador de Olivença, na verdade o Leão de Olivença, digo-o, pela fúria com que se esteve a bateire contra os espanhóis usurpadoires, posso mais uma vez estar cá a servire ao nosso nobre e querido povo. Lhes apresento um perigoso agente da CIA, que cá estava a nos espionaire.
O agente da CIA o conhecia. Ouviu um dos repórteres da tv matraqueando para a câmera:
- O novo chefe de polícia do estado de Portugal já mostra serviço em seu primeiro dia de trabalho. Pedro Passos Coelho acaba de apresentar um espião e terrorista americano que foi preso a instantes no hotel...
O agente 47 - recém-autobatizado Timothy - acordou sobressaltado no meio da madrugada. Algo havia acontecido e não estava em seus planos. Algo estava incompleto. Então, olhos acostumando-se rapidamente à penumbra do quarto, pôde visualizar a silhueta. Não estava só na cama. Uma das qualidades que o tinham tornado talvez o melhor operador da Organização - não havia como saber ao certo se realmente o era, havia segredos demais lá, sequer conhecia a maioria dos outros agentes - era sua excelente visão noturna. Esta, somada à luz prateada do luar, entrando indiscreta pela vidraça cujas cortinas haviam ficado abertas, lhe permitiam ver com clareza o vulto a seu lado. E a visão o agradava sobremodo.
Ela estava deitada de lado, voltada para ele, e ressonava suavemente, mal se ouvindo sua respiração; no máximo, apurando a audição, um levíssimo ronronar. Um tufo de cabelos alourados lhe recobria como uma manta parte do rosto belíssimo. A temperatura cálida do quarto a fizera descobrir-se quase que inteiramente durante o sono, estando à vista um seio perfeito, o mamilo, que ele sabia rosado e de toque delicioso, intumescido como se estivesse ainda excitada, mesmo após tudo o que haviam feito. Mais abaixo, o ventre liso, o umbigo gracioso com o piercieng dependurado, uma sereiazinha de ouro - e ela era mesmo uma sereia para ele, mas isso devia naturalmente fazer parte do seu disfarce - e, mais abaixo, parte do monte de vênus, imberbe, reinando soberano sobre as magníficas coxas, como a cúpula sobre uma catedral.
Ele sorriu silenciosamente, lembrando-se dos tórridos momentos que haviam começado na sala e acabado ali. A garota era espetacular, sem sombra de dúvida. Começou a recordar-se de tudo o que acontecera, tendo imediatamente, como seria de se esperar, uma violenta e brusca ereção, quase dolorosa. 98, aliás Carla - como era bom poder atribuir-lhe um nome, soava doce como mel mesmo em sua mente - gemendo, remexendo-se, enlouquecida de prazer, ora em cima, ora embaixo, ao lado, a garota parecia estar em toda parte, fazendo tudo o que de bom um homem poderia desejar para si.
Então, por que o sobressalto ao acordar?
Imediatamente a mente do homem cedeu lugar à do operador profissional. Tim voltou a ser 47. Aquilo tudo estava muito errado. Num período de apenas algumas horas, falhara repetidamente para com um dos princípios que lhe regiam a vida desde criança: a Disciplina! Que, ele sabia, era na verdade, em seu estado mais puro, na verdade autodisciplina. Ela, Carla (era-lhe difícil agora imaginá-la como simplesmente 98) o distraíra de sua missão. Claro, ele o permitira e não podia dizer que se arrependia. Não de todo. Não por isso, ao menos, por ter-se dado ao raro luxo de desfrutar tão intensamente de companhia tão adorável. Arrependia-se sim de não ter conseguido resistir por ao menos um par de horas, isso bastaria para cumprir a parte da missão que reservara para aquela noite, isso na pior das hipóteses: Norris já estar consciente. Teria de ir ao hospital, disfarçar-se e injetar veneno ainda mais potente em seu soro. Esperava que não fosse necessário, o que abreviaria o que tinha a fazer.
E que era simples. Primeiro, telefonar para o hospital, dizendo-se policial, e indagar se Chuck Norris já estaria disponível para um interrogatório. Isso já lhe diria o suficiente do estado dele naquele momento. Talvez até não tivesse resistido aos ferimentos. Vinte disparos de FiveseveN além de uma dose elefantina de veneno letal, quem aguentava isso tudo e saía vivo? Olhou o relógio. Quase cinco horas. Silenciosamente, levantou-se e foi até a sala, fechando a porta do quarto para não acordar a bela jovem.
A atendente do outro lado da linha, talvez cansada e com sono, respondeu de má vontade:
- Mas de novo? Vocês não dormem não, p*? Olha, cara, o sujeito está mais apagado que lâmpada queimada, que m* mesmo!
- Desculpe, senhora, só estou fazendo meu trabalho. Poderia me dizer qual a condição dele, se há previsão de quando vai acordar para podermos...
- Escute aqui - ela cortou - vocês não conversam entre si não? Ou o assunto é só p*taria e viadagem? Já disse a outro dos seus não faz uma hora que ainda estão extraindo bala daquele cara enquanto fazem lavagem gástrica. Ao menos lhe disseram que o cara também foi envenenado, né? O doutor Ferdinando disse que o cara deve ser um ET, ninguém aguentaria metade daquilo tudo. Mas ó, tá vivo, é provável que resista e se cure mas não espere uma palavra dele por pelo menos um mês. Ao menos foi o que o doutor disse.
- Obrigado, senhora, desculpe incomodar.
- É, e daqui a pouco outro liga para perguntar a mesma coisa de novo. Me faça um favor, vocês têm um quadro de avisos aí?
- Naturalmente, senhora.
- Então escreva bem grande nele: não liguem pra p* do hospital pra perguntar do Chuck Norris, nós ligaremos quando o FDP acordar. Faça isso, sim? E depois vá pra PQP e fique por lá! - e desligou na cara dele.
Bem, a primeira parte estava feita. Não confiava no prazo mas acreditava que havia tempo suficiente. Então abriu seu laptop. Esperou a conexão se completar. Sabia que na Grécia já era dia havia várias horas. Ao invés de acessar a database, foi para o viva-voz, após afixar fones nos ouvidos. Em instantes, a voz sexy da atendente Diana atendia:
- Sim, 47?
Ele nunca a vira, apenas imaginava o quão estonteante não seria aquela mulher, tanto que os padres a guardavam para si, sem que jamais um dos operadores sequer a tivesse visto de relance. Ao menos não um dos poucos que conhecia.
- Diana, o irmão Aristarkos, por favor.
- Aguarde, 47. - segundos depois:
- Aristarkos. Prossiga, 47.
Sempre econômico com palavras, não perderia tempo com questionamentos desnecessários.
- Surgiu um problema.
- Norris.
- Sim. Não morre. Não pode ser detido por muito tempo.
- 98 poderia ser usada como isca.
- Duraria pouco, irmão. Norris tem amigos, fãs e ex-colegas no mundo todo, nem se daria ao trabalho de ir atrás. Não, ele continuaria entre mim e o alvo número 1.
- Então?
A frieza do homem era impressionante, mesmo para 47.
- John Kirby. Preciso desse homem.
- Razão?
- Foi o único fracasso de Chuck Norris. É ou era um serial-killer e tão difícil de matar quanto ele, senão mais. E são arquiinimigos.
- E o que evita que continuem se atacando?
- Até onde sei, Norris acha que o matou. Quanto a Kirby, não faço idéia. Talvez tenha acreditado naquela simulação de falecimento que Norris fez há alguns anos, para se ver livre dos holofotes. Não sei mesmo. Mas preciso desse homem. - e explicou de maneira sucinta ao irmão Aristarkos o que tinha em mente. Este:
- Se estiver vivo, vamos achá-lo.
- Obrigado, irmão.
- Gostei de seu plano, criativo como sempre. - e desligou sem se despedir.
Aquilo dizia muito a 47. O irmão Aristarkos fora seu instrutor de táticas em missão por uns dois anos e sempre valorizava soluções criativas propostas por seus alunos. Assim, ele, à sua maneira, lhe dera o maior dos elogios.
O irmão Aristarkos havia desligado mas não largara o fone do aparelho. Pressionou o botão verde, que o ligava diretamente à mesa central, onde operava Diana.
- Irmão?
- Anote: John Kirby. Termos-chave: serial killer e Chuck Norris. Passe ao irmão Papadopoulos e acrescente que é prioridade zero.
Esperou ela repetir o que ele dissera até desligar - ela nunca anotava nada, tinha uma memória colossal. Não estava à toa no cargo que ocupava. Então, Diana fez o que lhe havia sido ordenado. Papadopoulos:
- Perfeito. Aguarde resposta para menos de uma hora.
A Inteligência da Organização fora acionada e com prioridade zero. Isso significava que toda e qualquer busca iria ser suspensa e redirecionada exclusivamente para achar aquele sujeito. Com os recursos de que dispunha, Papadopoulos fora até modesto: uma hora era muito, Diana apostaria em metade disso. Mas o irmão, como convinha, era sempre humilde e comedido...
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Quando do ataque ao Reagan, Bourne ficara satisfeito ao ver as traçadoras de sua M-60 convergindo para a cabine da velha aeronave. Um ridículo Tracker! Não obstante, este conseguira arremessar suas bombas. O imenso navio estremecera e logo uma imensa coluna de fumaça obscureceu o bordo que havia sido atacado. Ao seu lado, Skyway também atirava, usando um velho M-14. Mesmo meio ensurdecido pelas explosões, Bourne ouvira outro avião vindo pelo bordo oposto. Empunhou a metralhadora e correu para lá, seguido pelo companheiro. Viu a pequena silhueta se aproximando ao longe mas então ela começou a subir, enquanto a fumaça negra começava a se espalhar pelo navio. Ouviram-na distintamente a passar por cima e prosseguir, se distanciando. Apenas para o ruído começar a aumentar de novo. Curvara e tornava a se aproximar.
Eram pilotos bem treinados. Sabiam o que aquilo significava. O malditos iam bombardear o lado já atingido que, além de fragilizado pelo ataque anterior, exalava tanta fumaça que tornava impossível ver qualquer coisa e, portanto, atirar no que fosse. Isso no modo defensivo, porque atacando a bordo de um avião era relativamente fácil localizar um alvo daquele tamanho e mesmo escolher um ponto específico para colocar suas bombas. E desta vez a chance do Reagan continuar flutuando era menos de zero. O ruído de aproximação da aeronave aumentava, motores a pistão. Ambos se entreolharam. Nenhum disse nada, apenas correram o zíper da botas, tirando-as, arrancaram os capacetes e paraquedas, desativaram o controle automático que inflava os coletes salva-vidas ao primeiro contato com a água e se lançaram ao mar. Após o mergulho, começaram a nadar o mais rápido que podiam, afastando-se do navio condenado.
Já estavam a mais de cem metros quando a primeira explosão ocorreu. Redobraram a força das braçadas. Nadavam contra a morte certa pois uma belonave daquele porte, ao afundar, dragaria consigo para as profundezas muita água ao seu redor.
E quem nela estivesse.
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No palácio do deserto, um dos seguranças - na verdade o que substituía Cabeça de Martelo como chefe em sua ausência - ouviu primeiro o ruído de helicópteros. Mas não o da primeira salva de bombas SDB - lançadas pelos F-15SE, que voavam agora à frente da força de invasão - que se encaminhavam para pontos escolhidos, um dos quais o que ele fiscalizava naquele momento, uma pequena e quente guarita numa das quinas da muralha interior, onde passava um pito na sentinela, que cochilara. Então, um fino assobio e a vida de Salek - aliás Soultrain - bem como a do guarda dorminhoco se encerraram numa verdadeira apoteose de fogo e aço. Dúzias de outras explosões aconteciam quase que simultaneamente em todos os pontos de vigilância e segurança da fortificação, nem as câmeras eram poupadas.
Logo após chegaram os enormes helicópteros. Não pousavam, apenas abriam as amplas portas traseiras e ia deslizando rente ao chão, enquanto sucessivas ondas de supercomandos SEAL saltavam para o chão arenoso, rolavam e imediatamente assumiam posição, dando cobertura tanto às aeronaves quanto a seus camaradas que saltavam. À medida que os grupos predeterminados se completavam, imediatamente iniciavam a progressão pelas rotas que já conheciam de cor, tanto haviam estudado os mapas e maquetes. De uma janela alguém abriu fogo com o que deveria ser um AK-47, sendo imediatamente abatido com uma granada de bocal lançada com maestria janela adentro. Pela forma e resultado, o cabo Johns calculou que fosse termobárica. Não só quem atirara mas quem estivesse na mesma sala deveria ter virado churrasco, sabia o que um projétil relativamente pequeno como aquele fazia a gente viva. E não era nada bonito.
O grupo do tenente Ames encaminhou-se para um pequeno oásis, onde sabia que um dos principais colaboradores de Bin Laden costumava estar nos últimos dias, vira as fotos de satélite. Como previamente combinado, um dos grupos, comandado pelo sargento Jenkins, avançou até a orla das palmeiras e aguardou o outro investir pela entrada principal. Tudo muito rápido.
Tão rápido que, ao entrarem correndo, viram apenas um vulto de olhos claros encará-los, gritar e sair correndo em direção ao grupo da orla. Mesmo com tanta adrenalina e velocidade, pareceu ao tenente Ames ser uma mulher loura de topless.
O sargento Jenkins, com o sol nos olhos, não chegou a realmente ver, apenas percebeu um vulto correndo em sua direção, talvez um homem sem camisa. Mirou no tórax e disparou uma burst de três tiros com sua M-4. O vulto correu mais uns passos por pura inércia e desabou no chão.
O tenente Ames parou e agachou-se, imitado por seus homens, armas prontas. Então notaram a bela mulher de feições algo orientais sentada à borda da piscina, olhando-os sem medo algum. Balançava os pés de maneira graciosa na água. Topless. Era uma visão e tanto para se ter no meio de um combate. O tenente Ames gritou:
- Não se mova. Erga as mão onde eu possa vê-las.
Ela o fez, voltando-se de frente para ele. Ao erguer seus braços para mostrar que nada tinha nas mãos, os seios se ergueram também, atrevidos, como que o desafiando a atirar em tanta beleza. Ames sentiu a boca seca.
- Quem é você?
- Kelly. CIA.
Então era aquela a misteriosa agente infiltrada que os informara do paradeiro exato de Bin Laden. Mas tinha que se certificar:
- Qual o nome desta operação?
- Para vocês, Master Troll; para nós, Armitage.
Ele nem sabia o nome da operação para a CIA mas o da Navy estava correto e só havia um meio de ela saber, tão secreto era.
- Está bem, pode baixar os braços, agente Kelly. E se quiser se cobrir, posso...
- Estou muito bem assim. - e se levantou. "Que corpaço, minha nossa!" - pensaram todos os homens ao mesmo tempo.
Ela se encaminhou calmamente para a extremidade oposta, para onde correra a outra pessoa. Ames, mesmo tantalizado por toda aquela beleza, lembrou que havia um grupo de tocaia e extermínio bem para onde ela ia. Correu em seu encalço, gritando:
- Seguro, seguro, aqui é Ames, seguro! Não atire, Jenkins, seguro!
Ouviu uma voz do outro lado da barreira vegetal:
- Tranquilo, tenente. Pegamos um.
A garota chamada Kelly prosseguira até ode estava o corpo abatido. Ames, mais atrás, pôde ver que era outra mulher. Kelly parou ao lado do corpo. Ames logo estava junto. Então, o inusitado: a agente da CIA, com um chute, virou o corpo de frente para ela. Observou atentamente as três feias feridas no tórax. Uma delas, bem sobre um dos grandes seios - "desperdício dos infernos", pensou Ames - a atraía mais. Realmente era algo estranha. Então Kelly exclamou, em tom triunfante:
- Eu sabia que era silicone! Vaca mentirosa!
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O agente da CIA de codinome PT acabara cochilando em sua suíte de hotel, graciosamente franqueada pelo governo. Eram tantos documentos antigos a vasculhar em busca daquele maldito vermelho e seu insuportável "Bando do Circo". Acordou pouco depois, pensando "é, acho que estou ficando velho" e se dispôs a voltar às pastas empoeiradas. Mas precisava de algo. Ligou para a portaria e pediu um café bem forte e um sanduíche de atum. Acendeu um cigarro enquanto esperava, era bom para ajudar a fazer o sono passar. Então deixou o pensamento correr solto, isso costumava funcionar em suas investigações, detalhes a que não prestara atenção se juntavam a perguntas sem resposta e ele acabava dando com algo interessante.
Só que não se relacionavam ao caso. De algum modo, se desviaram para a política. A China atacara a Europa - mas, pelo que ouvira no rádio de pilha, já começavam a se retirar, os malditos comunistas - e sua pátria atacara o Brasil. Mas havia algo mais. Parece que o Brasil incorporara Portugal como um novo estado da federação ou algo assim, não havia prestado muita atenção a esta parte do noticiário. Havia algo sobre Olivença ter voltado a fazer parte de Portugal também. Apanhou o radinho à cabeceira e o ligou. Nisso bateram à porta.
- Serviço de quarto.
- Já vou, pá. - respondeu em voz alta e irritada.
Até que enfim: numa terra civilizada como os EUA já estaria bebendo o café e comendo o sanduíche. Mas não, tinha que estar outra vez em um lugar primitivo como aquele e ainda por cima agora, que fazia parte de um dos mais desprezíveis países do globo, o Brasil...
Encaminhou-se para a porta.
...que estava em guerra com o seu país. E ele era da CIA. E estava em local que o governo dali conhecia. Parou. Sentiu os pelos de sua nuca se eriçarem. Estava em grave perigo.
No instante seguinte a porta voou dos caixilhos e caiu bem em cima dele, derrubando-o. Empurrou a porta caída para tentar se levantar e apanhar a pistola, à beira da cama, mas já uns dez homens em uniforme da GNR mas com estranhas divisas e símbolos, alguns portando submetralhadoras, já estavam no interior da suíte e apontavam suas armas para ele. O que parecia ser o chefe gritou:
- Polícia Militaire! Se te meixeires, te vais à breca, ó stupoire!
Já revistado e algemado, foi retirado da suíte. A cena do lado de fora o impressionou, montes de repórteres com suas câmeras fotográficas, microfones e filmadoras. Um homem bem vestido o apresentou à imprensa:
- Já aqui o primeiro resultado de minha gestão à frente da segurança interna deste nosso pequeno pedaço de Brasil. Graças ao nosso nobre e querido governadoire, engenheiro José Sócrates, o Libertador de Olivença, na verdade o Leão de Olivença, digo-o, pela fúria com que se esteve a bateire contra os espanhóis usurpadoires, posso mais uma vez estar cá a servire ao nosso nobre e querido povo. Lhes apresento um perigoso agente da CIA, que cá estava a nos espionaire.
O agente da CIA o conhecia. Ouviu um dos repórteres da tv matraqueando para a câmera:
- O novo chefe de polícia do estado de Portugal já mostra serviço em seu primeiro dia de trabalho. Pedro Passos Coelho acaba de apresentar um espião e terrorista americano que foi preso a instantes no hotel...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Túlio escreveu:SEIS HORAS - PARTE 37
O capitão Netto conduzia o Harpia C 1513 (o que significava que o ano de incorporação era 2015 e era a décima terceira unidade a ser incorporada naquele ano) sem dar chance ao piloto automático, aeromodelista fanático que era. Tinha consigo dois sargentos-especialistas, encarregados dos sensores. Em dado momento falou, enquanto um dos sargentos repassava dados às forças de terra:
- Peraí, tem uma coisa voando na nossa altitude...
Ele ainda não sabia mas iria participar do primeiro combate aéreo entre drones da história.
AVAAANTE, RAPAZES!! VOCÊS QUEREM VIVER PARA SEMPRE???
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Eia..... O Soul foi p'rós porcos na estória O Pzito fica sem 70 mulheres e o PT foi "engavetado" pelo Steps Rabbit
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Fónix, agora vou ter que ler TODO o tópico!
- P44
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
e o caraças do velho nunca colocou a história toda á parte num tópico só, como eu pedi
Triste sina ter nascido português
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Vou ter que ler desde o princípio mesmo... estou sentindo falta de alguns personagens que devem ter ficado pelo caminho e não me lembro mais...
Assinatura? Estou vendo com meu advogado...
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Ele não clica no botão para criar um novo tópico por causa do reumático que está a atacar-lhe as mãos...P44 escreveu:e o caraças do velho nunca colocou a história toda á parte num tópico só, como eu pedi
"Côtadito do velhote"...
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Desisti de (re)ler A Sociedade do Anel para voltar a ler o SEIS HORAS. Haja vício!
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Senhores, copiei tudo num arquivo de texto corrido... 115 páginas em Arial 10 pt. até agora...
Vou imprimir pra ler no banheiro...
Vou imprimir pra ler no banheiro...
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
Vai ser uma leitura ótima, com trilha sonora de explosões e tudo...kekosam escreveu:Senhores, copiei tudo num arquivo de texto corrido... 115 páginas em Arial 10 pt. até agora...
Vou imprimir pra ler no banheiro...
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: Tu-160 - ROMANCE SEIS HORAS a/p pg 27 já na parte 35
É... vai ter até o "tibum" das cargas de profundidade...
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