Ministério da Defesa
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Re: Ministério da Defesa
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 2300,0.htmMilitares fazem marcha virtual por aumento salarial
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Ministério da Defesa
Parabéns pela coragem de expressar sua opinião sobre este assunto polêmico. É claro que o protecionismo não é nenhuma panceia, tem também seus pontos negativos. Mas é preciso discutir esse tema objetivamente, sem nenhum preconceito. Há uma corrente de pensamento que sustenta que é só abrirmos nossas fronteiras às importações e automaticamente nos tornaremos desenvolvidos. É difícil entender até onde vai a ingenuidade e onde começa a má-fé.Algus escreveu:Olha, eu acredito que o protecionismo pode ter bons resultados, se bem utilizado.
Os EUA foram ferrenhos defensores do protecionismo no século XIX, quando sua indústria começava a surgir. E quem era a contra isso na época? A Inglaterra, não por coincidência o primeiro país a se industrializar.
Para que a indústria americana chegasse onde chegou foi necessário muito, mas muito protecionismo e se hoje eles defendem o livre comércio é porque sua infra-estrutura já está consolidada e agora só precisam que os demais países não imponham barreiras aos seus produtos, mas ainda assim fazem uso deste mecanismo quando convém.
Só pra resumir: O protecionismo industrial foi um dos pilares da escola americana de economia e política e foi ela que tornou este o país mais rico do mundo.
O protecionismo não se limita apenas a elevar taxas de importação, ele também está presente na política de subsídios norte-americana, na pressão político-militar a outros países para que escolham seus produtos em detrimento dos demais ou até mesmo no desenvolvimento de uma mentalidade xenofóbica em seu próprio povo (comum na Europa, especialmente na Alemanha). Se observarmos bem, todos os países desenvolvidos possuem um forte mecanismo para proteger suas empresas.
Abraços,
JT
- Marino
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Re: Ministério da Defesa
Gastos militares
Friedmann Wendpap
A imprensa estampou os R$ 2 bilhões gastos, desde 2004, com a presença de soldados brasileiros no Haiti. Diárias, combustível, compra de veículos, uniformes foram os principais gastos. Felizmente, munição e armas, os mais módicos. Ainda sobre gastos, por ocasião da comemoração do 147.º aniversário da Batalha Fluvial do Riachuelo, o governo anunciou o avanço do programa de construção de submarinos nucleares e navios para patrulha do mar territorial. Bilhões, bilhões. Como sempre, surgem comparações com os raquíticos gastos em segurança pública. São despesas mutuamente excludentes?
Falando primeiro da nossa força no Haiti, pode-se afirmar que o custo distribuído ao longo de oito anos não é absurdo. Além da importância política da presença brasileira, ensejadora das condições para o surgimento de um governo haitiano democrático e eficaz, os militares estão obtendo experiência em atividade real, na qual o treinamento para a dissuasão e ação humanitária é reforçado, dando profissionalismo que nossos homens não obteriam se ficassem presos à rotina da caserna. O gigantismo geográfico, demográfico e econômico do Brasil precisa de correspondência simétrica na capacidade de apresentar-se como potência militar não belicosa, apta a cumprir missões das Nações Unidas com presteza em qualquer lugar do mundo.
As Forças Armadas brasileiras são minúsculas se comparadas a países de menor expressão internacional. O peso no orçamento beira a insignificância. O desbordamento da atividade castrense para a política é coisa do passado e não deve contaminar o futuro. A nação deve se livrar de postura preconceituosa e do temor de incrementar os meios de ação militar por ficar olhando para o retrovisor. Para o futuro, insta considerar que as democracias não devem ser flácidas, sem tônus muscular. A condição de nação democrática, na qual maiorias e minorias eleitorais têm expressão e es paços de poder, não elide a necessidade de meios para garantir a segurança pública interna e internacional. Democracia não é anemia política. A paz dos fracos é subserviência; a dos fortes, convivência. Os benefícios da diversidade, do respeito à individualidade, do desenvolvimento econômico síncrono com o social, frutos do ambiente
democrático são fruíveis de modo estável se houver segurança. As democracias também têm adversários e devem ser
assertivas de seus valores.
Os encargos que pesam sobre o Estado moderno são caros. Educação, saúde, previdência, infraestrutura são
expensivas. A segurança é condição primeira para a boa prestação dos serviços públicos. Situações extensas e intensas
de insegurança são vizinhas da pobreza. A riqueza social medra quando as pessoas não sentem medo. A tanto,
submarinos nucleares, navios, aviões, blindados, tropas equipadas, treinadas, bem- remuneradas, proficientes em vários
idiomas, são investimento para o conforto individual e coletivo.
Quem deseja a paz deve se preparar para a justiça, não para a guerra. Contudo, o fiel da balança é a espada,
significando que a força serve ao direito. Com a percepção de que a força organizada – civilizada – é instrumento de
consolidação da democracia, não há gastos, há investimentos militares.
Friedmann Wendpap
A imprensa estampou os R$ 2 bilhões gastos, desde 2004, com a presença de soldados brasileiros no Haiti. Diárias, combustível, compra de veículos, uniformes foram os principais gastos. Felizmente, munição e armas, os mais módicos. Ainda sobre gastos, por ocasião da comemoração do 147.º aniversário da Batalha Fluvial do Riachuelo, o governo anunciou o avanço do programa de construção de submarinos nucleares e navios para patrulha do mar territorial. Bilhões, bilhões. Como sempre, surgem comparações com os raquíticos gastos em segurança pública. São despesas mutuamente excludentes?
Falando primeiro da nossa força no Haiti, pode-se afirmar que o custo distribuído ao longo de oito anos não é absurdo. Além da importância política da presença brasileira, ensejadora das condições para o surgimento de um governo haitiano democrático e eficaz, os militares estão obtendo experiência em atividade real, na qual o treinamento para a dissuasão e ação humanitária é reforçado, dando profissionalismo que nossos homens não obteriam se ficassem presos à rotina da caserna. O gigantismo geográfico, demográfico e econômico do Brasil precisa de correspondência simétrica na capacidade de apresentar-se como potência militar não belicosa, apta a cumprir missões das Nações Unidas com presteza em qualquer lugar do mundo.
As Forças Armadas brasileiras são minúsculas se comparadas a países de menor expressão internacional. O peso no orçamento beira a insignificância. O desbordamento da atividade castrense para a política é coisa do passado e não deve contaminar o futuro. A nação deve se livrar de postura preconceituosa e do temor de incrementar os meios de ação militar por ficar olhando para o retrovisor. Para o futuro, insta considerar que as democracias não devem ser flácidas, sem tônus muscular. A condição de nação democrática, na qual maiorias e minorias eleitorais têm expressão e es paços de poder, não elide a necessidade de meios para garantir a segurança pública interna e internacional. Democracia não é anemia política. A paz dos fracos é subserviência; a dos fortes, convivência. Os benefícios da diversidade, do respeito à individualidade, do desenvolvimento econômico síncrono com o social, frutos do ambiente
democrático são fruíveis de modo estável se houver segurança. As democracias também têm adversários e devem ser
assertivas de seus valores.
Os encargos que pesam sobre o Estado moderno são caros. Educação, saúde, previdência, infraestrutura são
expensivas. A segurança é condição primeira para a boa prestação dos serviços públicos. Situações extensas e intensas
de insegurança são vizinhas da pobreza. A riqueza social medra quando as pessoas não sentem medo. A tanto,
submarinos nucleares, navios, aviões, blindados, tropas equipadas, treinadas, bem- remuneradas, proficientes em vários
idiomas, são investimento para o conforto individual e coletivo.
Quem deseja a paz deve se preparar para a justiça, não para a guerra. Contudo, o fiel da balança é a espada,
significando que a força serve ao direito. Com a percepção de que a força organizada – civilizada – é instrumento de
consolidação da democracia, não há gastos, há investimentos militares.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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- Marino
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Re: Ministério da Defesa
Estado Maior reforça a fronteira na tríplice fronteira
O general José Carlos De Nardi revelou que a Amazônia será a primeira a ter um Estado Maior Conjunto Regional
Antônio Ximenes
A Amazônia é a região prioritária das Forças Armadas do Brasil. O general-de-exército José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, sediado em Brasília, no Ministério da Defesa, disse que há um estudo para ser criado o Estado Maior Conjunto Regional, e que o primeiro deverá ser instalado na Amazônia.
A região é prioritária para a Presidência da República, tanto pelas suas riquezas minerais e ambientais, como pelo seu povo e o seu caráter estratégico de soberania nacional. O Estado Maior Conjunto Regional deve ser composto por oficiais de três estrelas: general-de-divisão, vice-almirante e major-brigadeiro.
Com esta medida, revelada com exclusividade para A Crítica, o Ministério da Defesa terá uma estrutura mobilizada permanentemente para executar o planejamento de todas as operações conjuntas das três forças na região mais importante do Brasil, sob o ponto de vista estratégico: a Amazônia.
Ágata 6
Atento a tudo que acontece na Amazônia, no que se refere às questões militares e de inteligência, o Ministério da Defesa já reservou recursos financeiros para a realização da Operação Conjunta Ágata 6, que deve acontecer entre os meses de setembro e outubro de 2012, na tríplice fronteira, entre o Brasil, o Peru e a Colômbia.
A próxima operação será a maior do gênero já realizada na região, superando a Ágata 4, que ocorreu entre 2 e 17 de maio de 2012 e reuniu 8.664 militares. Com o que há de mais avançado em equipamentos do Exército, Marinha, Aeronáutica e com a participação de dezenas de órgãos da União, como Polícia Federal, Ibama, Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Abin, entre outros, a operação vai ocupar a faixa de fronteira mais ‘quente’ do País.
Operações conjuntas
O Ministério da Defesa trabalha com o conceito de operações conjuntas em busca do adestramento das forças que constituem o eixo da defesa militar (Exército, Marinha e Aeronáutica). Os comandantes dessas forças, o general Enzo Peri, do Exército; o brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica; e o almirante Júlio Souza de Moura Neto, da Marinha, atuam ‘alinhados’ com o general De Nardi.
Todos sabem da importância das operações conjuntas em todo o território nacional, garante o general. A próxima será a Ágata 5, realizada de 6 a 20 de agosto deste ano, que atuará nas fronteiras do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
Reconhecimento
A Presidência da República, por meio do ministro de Defesa, Celso Amorim, informou ter conhecimento de que o Brasil vive um outro momento histórico, no que se refere a defesa de suas fronteiras.
Para ele, a comunicação, inteligência, operações conjuntas, tecnologia e o emprego de tropas altamente adestradas são fundamentais para a segurança da nação.
Não por acaso, o Ministério da Defesa dispõe de mais de R$ 34 milhões anuais para serem investidos nas operações Ágatas, por exemplo.
O general José Carlos De Nardi revelou que a Amazônia será a primeira a ter um Estado Maior Conjunto Regional
Antônio Ximenes
A Amazônia é a região prioritária das Forças Armadas do Brasil. O general-de-exército José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, sediado em Brasília, no Ministério da Defesa, disse que há um estudo para ser criado o Estado Maior Conjunto Regional, e que o primeiro deverá ser instalado na Amazônia.
A região é prioritária para a Presidência da República, tanto pelas suas riquezas minerais e ambientais, como pelo seu povo e o seu caráter estratégico de soberania nacional. O Estado Maior Conjunto Regional deve ser composto por oficiais de três estrelas: general-de-divisão, vice-almirante e major-brigadeiro.
Com esta medida, revelada com exclusividade para A Crítica, o Ministério da Defesa terá uma estrutura mobilizada permanentemente para executar o planejamento de todas as operações conjuntas das três forças na região mais importante do Brasil, sob o ponto de vista estratégico: a Amazônia.
Ágata 6
Atento a tudo que acontece na Amazônia, no que se refere às questões militares e de inteligência, o Ministério da Defesa já reservou recursos financeiros para a realização da Operação Conjunta Ágata 6, que deve acontecer entre os meses de setembro e outubro de 2012, na tríplice fronteira, entre o Brasil, o Peru e a Colômbia.
A próxima operação será a maior do gênero já realizada na região, superando a Ágata 4, que ocorreu entre 2 e 17 de maio de 2012 e reuniu 8.664 militares. Com o que há de mais avançado em equipamentos do Exército, Marinha, Aeronáutica e com a participação de dezenas de órgãos da União, como Polícia Federal, Ibama, Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Abin, entre outros, a operação vai ocupar a faixa de fronteira mais ‘quente’ do País.
Operações conjuntas
O Ministério da Defesa trabalha com o conceito de operações conjuntas em busca do adestramento das forças que constituem o eixo da defesa militar (Exército, Marinha e Aeronáutica). Os comandantes dessas forças, o general Enzo Peri, do Exército; o brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica; e o almirante Júlio Souza de Moura Neto, da Marinha, atuam ‘alinhados’ com o general De Nardi.
Todos sabem da importância das operações conjuntas em todo o território nacional, garante o general. A próxima será a Ágata 5, realizada de 6 a 20 de agosto deste ano, que atuará nas fronteiras do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
Reconhecimento
A Presidência da República, por meio do ministro de Defesa, Celso Amorim, informou ter conhecimento de que o Brasil vive um outro momento histórico, no que se refere a defesa de suas fronteiras.
Para ele, a comunicação, inteligência, operações conjuntas, tecnologia e o emprego de tropas altamente adestradas são fundamentais para a segurança da nação.
Não por acaso, o Ministério da Defesa dispõe de mais de R$ 34 milhões anuais para serem investidos nas operações Ágatas, por exemplo.
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Re: Ministério da Defesa
Operação Ágata 5 na fronteira com Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
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Liev Tolstói
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Re: Ministério da Defesa
Eu tenho uma bola de cristal que diz que o Paraguai vai reclamar de tropas próximo a sua fronteira. No passado teve diplomata que arregou nessa questão, e teve general se justificando. Vamos ver como fica.NettoBR escreveu:Operação Ágata 5 na fronteira com Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Ministério da Defesa
O Estado de São Paulo
OPINIÃO
A defesa nacional na sociedade e na política
Mário César Flores Almirante-de-Esquadra (reformad
A questão existencial das Forças Armadas - o quê, para o quê, por quê e com quais prioridades - vem exigindo revisão no mundo do pós-guerra fria. Que papéis são hoje presumíveis para elas nos diversos cenários nacionais e internacionais, qual a organização, quais as configurações e dimensões que lhes são adequadas? No equacionamento desse quadro de dúvidas influi o como a sociedade e o mundo político veem a defesa nacional - tema referenciado ao Brasil no artigo A Defesa no sentimento nacional, em O Estado de S. Paulo de 2/8/2011, cuja continuidade do descaso sugere ser conveniente nele insistir. O descompasso entre o País político/econômico e seu sistema militar tem sido irrelevante para a sociedade e a política brasileiras - uma fissura nacional incubadora de insegurança, na projeção do tempo.
Há 140 anos (guerra com o Paraguai) sem ameaças externas percebidas como graves, é compreensível o desinteresse da sociedade pela defesa, compartilhado pelo mundo político e setores da intelligentsia (universidade, mídia, etc.) que cultivam um curioso paradoxo: vociferam soberania, numa época de revisão restritiva desse conceito, mas são insensíveis às injunções estratégicas na soberania nacional e no status do País na ordem internacional! A razão de ser básica das Forças Armadas é menoscabada, e tendemos a pensá-las principalmente no desempenho de suas atribuições subsidiárias (segurança da navegação aérea e marítima, atuação em crises de defesa civil, etc.), como milícia em apoio à polícia no controle do paroxismo de desordem e violência vigente no País e na vigilância policial das fronteiras, áreas de atuação permanente ou eventual importantes, mas não substitutas da defesa nacional como justificativa do sistema militar.
Demonstração clara desse "clima": a defesa nacional não tem merecido dedicação atenta no Congresso Nacional. O desapreço se explica: no Brasil político muito pautado pela eleição/reeleição, para que a atenção política vá além das próximas eleições - condição intrínseca às grandes questões da defesa -, é preciso que o interesse da sociedade e o apelo eleitoral decorrente se estendam mais adiante do curto prazo, e isso não acontece com a defesa. Além de não render votos, a defesa nacional não é propícia ao atendimento de nossa cultura política patrimonial-clientelista e do condicionamento viciado. Esse cenário se reflete no trato do Orçamento: no "mundo que conta", nosso orçamento militar é pequeno em porcentual do PIB. Tal participação é compreensível diante das demandas sociais e econômicas e da ausência de problemas de defesa entendidos como críticos. Mas é errado que os efeitos da constrição no preparo militar coerente com o País sejam "sumariamente ignorados", embora na democracia o Congresso seja ator relevante na defesa nacional e na inserção da dimensão estratégica do País no cenário internacional.
O tema é complicado, mais ainda em época, como a atual, em que a tecnologia, complexa e naturalmente cara, não permite improvisação sob pressão da necessidade imediata, como ocorria no século 19, quando nossa política era apoiada em capacidade militar improvisada, viável com a tecnologia de então (na 2.ª Guerra Mundial a atuação brasileira ainda foi improvisada, com apoio tutelar norte-americano). A Estratégia Nacional de Defesa (END), aprovada em dezembro de 2008, foi (é) um passo positivo, mas qual tem sido sua repercussão (apoio, contribuições, restrições?) na sociedade, na mídia e na política? Praticamente nula. Foi avaliada e avalizada pelo Congresso (atuação que lhe propiciaria amparo político) e analisada por instituições de estudo supostamente dedicadas ao tema? Se o foi, não houve interesse e repercussão na mídia e na sociedade.
A emersão da defesa nacional do descaso é condição (ao menos uma das condições) para que o Brasil se faça presente, com a estatura que lhe cabe, na arquitetura do século 21. Há que identificar e hierarquizar nossas vulnerabilidades e preocupações, formular concepções estratégicas com a definição de prioridades realistas e a configuração e organização das Forças que lhes correspondam - um processo exigente de visão política e competência estratégica à altura da difusa realidade atual e do Brasil nela.
Sem ufanismo ilusório e tampouco sem sujeição à ideia de que a segurança é garantida pelo jurisdicismo e pacifismo utópicos, a presença brasileira no mundo requer atenção para o fato de que vivemos num mundo imperfeito, sujeito ao realismo do poder e aos conflitos inerentes ao planeta economicamente, ambientalmente e com acesso aos recursos naturais praticamente integrado, mas politicamente fragmentado. Em paralelo com a construção de um país socialmente feliz e economicamente forte, é preciso construir uma afirmação político-estratégica apoiada em capacidade militar comedida, mas convincente e credível; coerente com o Brasil no contexto regional; dissuasória, por sinalizar risco e alto custo para qualquer agressor, hoje improvável, mas não impossível no correr do tempo; além de útil à cooperação em missões internacionais legitimadas por organização adequada. E isso não é fácil, na ausência de interesse político e societário. Insere-se nessa equação o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, ilógico sem razoável capacidade militar que o respalde.
Vale repetir aqui fato citado no artigo anterior: há cerca de 15 anos, no intervalo em seminário sobre o Ministério da Defesa, no qual emergira inoportunamente o tema salarial, ouviu-se esta frase: "Os militares ganham mal, mas por que lhes pagar mais, se não precisamos deles?". É necessário que esse final psicótico seja revertido. Se a defesa nacional continuar em plano de irrelevância autista, correremos o risco de comprometer decisivamente a lógica existencial das Forças Armadas: seu papel na garantia da vida nacional protegida e na inserção correta do Brasil na ordem regional e global.
OPINIÃO
A defesa nacional na sociedade e na política
Mário César Flores Almirante-de-Esquadra (reformad
A questão existencial das Forças Armadas - o quê, para o quê, por quê e com quais prioridades - vem exigindo revisão no mundo do pós-guerra fria. Que papéis são hoje presumíveis para elas nos diversos cenários nacionais e internacionais, qual a organização, quais as configurações e dimensões que lhes são adequadas? No equacionamento desse quadro de dúvidas influi o como a sociedade e o mundo político veem a defesa nacional - tema referenciado ao Brasil no artigo A Defesa no sentimento nacional, em O Estado de S. Paulo de 2/8/2011, cuja continuidade do descaso sugere ser conveniente nele insistir. O descompasso entre o País político/econômico e seu sistema militar tem sido irrelevante para a sociedade e a política brasileiras - uma fissura nacional incubadora de insegurança, na projeção do tempo.
Há 140 anos (guerra com o Paraguai) sem ameaças externas percebidas como graves, é compreensível o desinteresse da sociedade pela defesa, compartilhado pelo mundo político e setores da intelligentsia (universidade, mídia, etc.) que cultivam um curioso paradoxo: vociferam soberania, numa época de revisão restritiva desse conceito, mas são insensíveis às injunções estratégicas na soberania nacional e no status do País na ordem internacional! A razão de ser básica das Forças Armadas é menoscabada, e tendemos a pensá-las principalmente no desempenho de suas atribuições subsidiárias (segurança da navegação aérea e marítima, atuação em crises de defesa civil, etc.), como milícia em apoio à polícia no controle do paroxismo de desordem e violência vigente no País e na vigilância policial das fronteiras, áreas de atuação permanente ou eventual importantes, mas não substitutas da defesa nacional como justificativa do sistema militar.
Demonstração clara desse "clima": a defesa nacional não tem merecido dedicação atenta no Congresso Nacional. O desapreço se explica: no Brasil político muito pautado pela eleição/reeleição, para que a atenção política vá além das próximas eleições - condição intrínseca às grandes questões da defesa -, é preciso que o interesse da sociedade e o apelo eleitoral decorrente se estendam mais adiante do curto prazo, e isso não acontece com a defesa. Além de não render votos, a defesa nacional não é propícia ao atendimento de nossa cultura política patrimonial-clientelista e do condicionamento viciado. Esse cenário se reflete no trato do Orçamento: no "mundo que conta", nosso orçamento militar é pequeno em porcentual do PIB. Tal participação é compreensível diante das demandas sociais e econômicas e da ausência de problemas de defesa entendidos como críticos. Mas é errado que os efeitos da constrição no preparo militar coerente com o País sejam "sumariamente ignorados", embora na democracia o Congresso seja ator relevante na defesa nacional e na inserção da dimensão estratégica do País no cenário internacional.
O tema é complicado, mais ainda em época, como a atual, em que a tecnologia, complexa e naturalmente cara, não permite improvisação sob pressão da necessidade imediata, como ocorria no século 19, quando nossa política era apoiada em capacidade militar improvisada, viável com a tecnologia de então (na 2.ª Guerra Mundial a atuação brasileira ainda foi improvisada, com apoio tutelar norte-americano). A Estratégia Nacional de Defesa (END), aprovada em dezembro de 2008, foi (é) um passo positivo, mas qual tem sido sua repercussão (apoio, contribuições, restrições?) na sociedade, na mídia e na política? Praticamente nula. Foi avaliada e avalizada pelo Congresso (atuação que lhe propiciaria amparo político) e analisada por instituições de estudo supostamente dedicadas ao tema? Se o foi, não houve interesse e repercussão na mídia e na sociedade.
A emersão da defesa nacional do descaso é condição (ao menos uma das condições) para que o Brasil se faça presente, com a estatura que lhe cabe, na arquitetura do século 21. Há que identificar e hierarquizar nossas vulnerabilidades e preocupações, formular concepções estratégicas com a definição de prioridades realistas e a configuração e organização das Forças que lhes correspondam - um processo exigente de visão política e competência estratégica à altura da difusa realidade atual e do Brasil nela.
Sem ufanismo ilusório e tampouco sem sujeição à ideia de que a segurança é garantida pelo jurisdicismo e pacifismo utópicos, a presença brasileira no mundo requer atenção para o fato de que vivemos num mundo imperfeito, sujeito ao realismo do poder e aos conflitos inerentes ao planeta economicamente, ambientalmente e com acesso aos recursos naturais praticamente integrado, mas politicamente fragmentado. Em paralelo com a construção de um país socialmente feliz e economicamente forte, é preciso construir uma afirmação político-estratégica apoiada em capacidade militar comedida, mas convincente e credível; coerente com o Brasil no contexto regional; dissuasória, por sinalizar risco e alto custo para qualquer agressor, hoje improvável, mas não impossível no correr do tempo; além de útil à cooperação em missões internacionais legitimadas por organização adequada. E isso não é fácil, na ausência de interesse político e societário. Insere-se nessa equação o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, ilógico sem razoável capacidade militar que o respalde.
Vale repetir aqui fato citado no artigo anterior: há cerca de 15 anos, no intervalo em seminário sobre o Ministério da Defesa, no qual emergira inoportunamente o tema salarial, ouviu-se esta frase: "Os militares ganham mal, mas por que lhes pagar mais, se não precisamos deles?". É necessário que esse final psicótico seja revertido. Se a defesa nacional continuar em plano de irrelevância autista, correremos o risco de comprometer decisivamente a lógica existencial das Forças Armadas: seu papel na garantia da vida nacional protegida e na inserção correta do Brasil na ordem regional e global.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Ministério da Defesa
Brasil e EUA retomam diálogo para cooperação bilateral no setor de defesa
Brasília, 11/07/2012 - Representantes do Estado-Maior Conjunto das Forças (EMCFA) do Ministério da Defesa (MD) e da Diretoria de Cooperação de Armamentos do Pacífico dos Estados Unidos manifestaram interesse em estreitar cooperação bilateral entre os dois países nas áreas de ciência e tecnologia, e logística. O assunto foi levado a debate por militares brasileiros e americanos durante reunião do Grupo de Trabalho Bilateral de Defesa Brasil-EUA, concluído ontem na capital federal.
Os militares trataram sobre 35 temas, com destaque para, comando e controle, inteligência eletrônica, defesa química e biológica e energia alternativa. O encontro foi presidido pelo subchefe da Subchefia de Logística, general Carlos César de Araújo Lima, e teve a participação do diretor de Cooperação de Armamentos do Pacífico, Matthew Warren, do Escritório do Subsecretário de Defesa dos Estados Unidos.
Segundo Araújo Lima, a retomada do diálogo militar entre o Brasil e os Estados Unidos, nessas áreas, é importante para levantar novas possibilidades de parcerias. O militar brasileiro destacou também que os temas apresentados pelos dois países representam oportunidades de troca de conhecimento, com ganho para as duas nações. O general ressaltou que as Forças Armadas do Brasil passam por grandes transformações nas áreas de ciência e tecnologia e logística e que a cooperação com um país com ampla experiência em operações militares trará muitos ganhos.
Para Matthew Warren foi importante restabelecer um canal de discussão na área de defesa que pode elevar a relação Estados Unidos-Brasil. A intenção é que os assuntos tratados nesse fórum resultem na assinatura de compromissos como, por exemplo, os acordos Master de Intercâmbio de Informações (MIEA - sigla em Inglês) e do Programa de Intercâmbio de Engenheiros e Cientistas (ESEP).
Warren disse que a reunião foi um momento para identificar oportunidades de iniciativas bilaterais. “Determinamos uma maneira para estabelecer alguns acordos que permitam maior cooperação em ciência e tecnologia e logística”, relatou.
Durante o encontro, autoridades brasileiras e americanas fizeram referência ao primeiro Diálogo de Cooperação em Defesa (DCD) Estados Unidos-Brasil assinado em abril deste ano pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, e pelo secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta. O diálogo prevê uma maior cooperação bilateral, em ciência inovação e transferência de tecnologia; logística; comunicação; assistência humanitária e resposta a desastres; cooperação em apoio a nações africanas; segurança cibernética e apoio da defesa às autoridades civis para grandes eventos internacionais, tendo por base respeito mútuo e confiança.
Com a finalidade de dar continuidade às consultas, o aprimoramento e engajamento de especialistas serão mantidos diálogos para tornar viável o plano de ação. A próxima reunião está prevista para ocorrer, entre maio e junho de 2013, nos Estados Unidos.
Brasília, 11/07/2012 - Representantes do Estado-Maior Conjunto das Forças (EMCFA) do Ministério da Defesa (MD) e da Diretoria de Cooperação de Armamentos do Pacífico dos Estados Unidos manifestaram interesse em estreitar cooperação bilateral entre os dois países nas áreas de ciência e tecnologia, e logística. O assunto foi levado a debate por militares brasileiros e americanos durante reunião do Grupo de Trabalho Bilateral de Defesa Brasil-EUA, concluído ontem na capital federal.
Os militares trataram sobre 35 temas, com destaque para, comando e controle, inteligência eletrônica, defesa química e biológica e energia alternativa. O encontro foi presidido pelo subchefe da Subchefia de Logística, general Carlos César de Araújo Lima, e teve a participação do diretor de Cooperação de Armamentos do Pacífico, Matthew Warren, do Escritório do Subsecretário de Defesa dos Estados Unidos.
Segundo Araújo Lima, a retomada do diálogo militar entre o Brasil e os Estados Unidos, nessas áreas, é importante para levantar novas possibilidades de parcerias. O militar brasileiro destacou também que os temas apresentados pelos dois países representam oportunidades de troca de conhecimento, com ganho para as duas nações. O general ressaltou que as Forças Armadas do Brasil passam por grandes transformações nas áreas de ciência e tecnologia e logística e que a cooperação com um país com ampla experiência em operações militares trará muitos ganhos.
Para Matthew Warren foi importante restabelecer um canal de discussão na área de defesa que pode elevar a relação Estados Unidos-Brasil. A intenção é que os assuntos tratados nesse fórum resultem na assinatura de compromissos como, por exemplo, os acordos Master de Intercâmbio de Informações (MIEA - sigla em Inglês) e do Programa de Intercâmbio de Engenheiros e Cientistas (ESEP).
Warren disse que a reunião foi um momento para identificar oportunidades de iniciativas bilaterais. “Determinamos uma maneira para estabelecer alguns acordos que permitam maior cooperação em ciência e tecnologia e logística”, relatou.
Durante o encontro, autoridades brasileiras e americanas fizeram referência ao primeiro Diálogo de Cooperação em Defesa (DCD) Estados Unidos-Brasil assinado em abril deste ano pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, e pelo secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta. O diálogo prevê uma maior cooperação bilateral, em ciência inovação e transferência de tecnologia; logística; comunicação; assistência humanitária e resposta a desastres; cooperação em apoio a nações africanas; segurança cibernética e apoio da defesa às autoridades civis para grandes eventos internacionais, tendo por base respeito mútuo e confiança.
Com a finalidade de dar continuidade às consultas, o aprimoramento e engajamento de especialistas serão mantidos diálogos para tornar viável o plano de ação. A próxima reunião está prevista para ocorrer, entre maio e junho de 2013, nos Estados Unidos.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Ministério da Defesa
Amorim entrega ao presidente do Congresso minutas do Livro Branco e das novas versões da Política Nacional de Defesa e da Estratégia Nacional de Defesa
Brasília, 17/07/2012 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, entregou nesta terça-feira (17) ao presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), as versões preliminares do Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) e as atualizações da Política Nacional de Defesa (PND) – antiga Política de Defesa Nacional, de 2005 – e da Estratégia Nacional de Defesa (END), de 2008. O ato ocorreu às 16h, no gabinete da Presidência do Senado.
A entrega dos documentos segue o disposto no parágrafo 3º do art. 9º da Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010. Segundo a norma, cabe ao Poder Executivo encaminhar o LBDN, a PND e a END à apreciação do Congresso Nacional, na primeira metade da sessão legislativa ordinária, de quatro em quatro anos, a partir de 2012.
As três minutas serão entregues aos senadores que integram a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Após o trâmite no Senado, os documentos seguem para a Câmara dos Deputados.
Defesa nacional
Acompanhado por assessores, o ministro Amorim chegou ao Senado para a audiência com o senador Sarney. No início do encontro, o ministro entregou os volumes que representam os documentos e explicou ao presidente Sarney parte dos seus conteúdos. Amorim informou que a Política Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Defesa representam atualizações dos projetos já existentes. No caso do Livro Branco, resulta nas diretrizes para o setor de defesa.
“A Lei Complementar 139 estabeleceu que as propostas dos três documentos sejam levadas à apreciação do Congresso. E fazemos isso com transparência e publicidade”, disse o ministro.
Ainda durante o encontro, o ministro explicou que recebeu orientações da presidenta Dilma Rousseff de entregar as versões dos documentos para que o Congresso Nacional tome conhecimento daquilo que vem sendo produzido no âmbito do governo federal.
Sobre o Livro Branco, o ministro contou que a versão entregue “envolveu diversos seminários” e houve um trabalho criterioso por parte da equipe no sentido de promover os ajustes necessários. Alguns fatos novos são apresentados no LBDN, como a participação das mulheres nas Forças Armadas e a atuação do Exército na missão de paz nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
O presidente Sarney contou da importância dessa relação com o Poder Legislativo e recordou que temas como política externa e defesa tinham pouca demanda. “Hoje a gente percebe o interesse maior por esses assuntos”, afirmou o presidente do Congresso.
Na audiência, o ministro aproveitou para agradecer ao Senado a aprovação do projeto que institui a empresa pública Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), que terá como objetivo principal desenvolver o setor nuclear do país. Eles conversaram também sobre a reestruturação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e iniciativas na área de ciência e tecnologia.
Além de assessores do Ministério da Defesa, a audiência contou com a participação da senadora Ana Amélia (PP-RS), integrante da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e da deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Exposições de Motivo
As minutas enviadas ao Senado têm três Exposições de Motivo. A que trata exclusivamente do Livro Branco de Defesa Nacional diz que os referidos livros “são produtos históricos de regimes democráticos, fortemente incentivados pela Organização das Nações Unidas (ONU)”. E explica mais adiante: “São documentos relevantes para os próprios países que os publicam, na medida em que representam a visão dos respectivos governos à sociedade.”
Neste caso, diz a EM que “o LBDN é um documento de caráter público, por meio do qual se permitirá o acesso à informação sobre o setor de defesa do país”. O documento buscou apresentar o Estado brasileiro no contexto do atual ambiente estratégico internacional.
“Além da transparência, busca-se com o LBDN criar novas oportunidades para o debate sobre a Defesa Nacional. A apresentação do LBDN demandou extensa cooperação entre civis e militares, por meio de oficinas temáticas, seminários em todas as regiões do País, consultas e entrevistas”, informa o texto.
O Livro Branco contempla os principais projetos e subprojetos de equipamento das Forças Armadas. Esses projetos estão no Plano de Articulação de Equipamento de Defesa (PAED), documento que se encontra em análise final no âmbito do Ministério da Defesa. No LBDN os valores orçamentários de tais projetos são apenas indicativos, bem como os prazos para implantação são estimativas.
O MD destaca também que a relação de projetos veiculada na minuta do Livro Branco está em discussão no âmbito do governo e que ela foi colocada na versão preliminar do documento exatamente para permitir o conhecimento prévio e o debate pela sociedade.
Na avaliação do MD, as minutas dos documentos encaminhados ao Congresso Nacional representam instrumentos que darão transparência à gestão da Defesa Nacional. Por meio deles, a sociedade como um todo, e não apenas o governo e as Forças Armadas, poderão conhecer e fiscalizar as prioridades e as ações do Estado brasileiro referente à Defesa. Para o ministério, Defesa é um assuntos de todos os brasileiros e não exclusivamente dos militares.
Já a Política Nacional de Defesa (PND) cumpre determinação ao que consta do Decreto Presidencial de 6 de setembro de 2007, que instituiu o Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa com a finalidade, inclusive, de atualizar a PND. A EM da PND informa que “foram acrescidos cinco novos objetivos nacionais de defesa, por meio dos quais se realçam elementos essenciais à estruturação do setor, de modo compatível com a estrutura político-estratégica do país”.
A Estratégia Nacional de Defesa (END), conforme explica a Exposição de Motivo, é focada em ações de médio e longo prazos e tem por objetivo modernizar a estrutura nacional de defesa. “Desde a aprovação da Estratégica Nacional de Defesa em 2008, vários setores da sociedade vêm se engajando nos assuntos de defesa. Inicialmente, imaginou-se que o maior desafio dessa estratégia seria colocar as questões de defesa na agenda pública nacional”.
“A aprovação dessa Estratégia reafirma o compromisso com os valores maiores da soberania, da integridade do patrimônio e do território e da unidade nacionais, dentro de um amplo contexto de plenitude democrática e de absoluto respeito aos nossos vizinhos, com os quais mantemos e manteremos uma relação cada vez mais sólida de amizade e cooperação”, conclui o texto da END.
Saiba mais sobre os documentos a serem entregues:
• Política Nacional de Defesa (PND)
Aprovada originalmente em 2005, a Política Nacional de Defesa tem por finalidade estabelecer diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, em caso de ameaças externas, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do poder nacional.
O documento apresenta os ambientes nacional e internacional e traça, de forma estratégica, as orientações e diretrizes compatíveis com os objetivos da defesa.
Um dos principais propósitos da PND é conscientizar todos os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da nação é um dever de todos os brasileiros, e não só dos militares.
• Estratégia Nacional de Defesa (END)
Aprovada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa estabelece formas de alcançar os objetivos preconizados pela Política Nacional de Defesa, por meio de ações estratégicas de médio e de longo prazos. Trata-se de um projeto de Estado, e não de governo.
O documento é baseado em três eixos estruturantes: reorganização e reorientação das Forças Armadas; reestruturação da indústria brasileira de material de defesa, com a finalidade de assegurar a autonomia operacional para as três forças; e política de composição dos efetivos das Forças Armadas, para que o Brasil desenvolva as capacidades necessárias para enfrentar os desafios do presente e as incertezas do futuro.
A END define os setores cibernético, nuclear e espacial como estratégicos e essenciais para a Defesa Nacional.
• Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN)
O Livro Branco é um documento público, em forma de livro, que expõe a visão do governo sobre o tema da defesa. O documento divulga e detalha, à comunidade nacional e internacional, a política e a estratégia de defesa do país, bem como os meios disponíveis e a articulação das Forças Armadas.
Abrangente, descreve o contexto amplo da política estratégica para o planejamento da defesa, com uma perspectiva de médio e longo prazos. O objetivo é duplo: dar transparência à sociedade sobre o funcionamento da Defesa e constituir um instrumento gerador de confiança mútua entre os países, ao fazer uma apresentação isenta de temas sensíveis de segurança e defesa.
Sua publicação cumpre uma determinação legal, prevista no parágrafo 1º do artigo 9º da Lei Complementar nº 97/99, alterada pela Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010.
Brasília, 17/07/2012 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, entregou nesta terça-feira (17) ao presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), as versões preliminares do Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) e as atualizações da Política Nacional de Defesa (PND) – antiga Política de Defesa Nacional, de 2005 – e da Estratégia Nacional de Defesa (END), de 2008. O ato ocorreu às 16h, no gabinete da Presidência do Senado.
A entrega dos documentos segue o disposto no parágrafo 3º do art. 9º da Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010. Segundo a norma, cabe ao Poder Executivo encaminhar o LBDN, a PND e a END à apreciação do Congresso Nacional, na primeira metade da sessão legislativa ordinária, de quatro em quatro anos, a partir de 2012.
As três minutas serão entregues aos senadores que integram a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Após o trâmite no Senado, os documentos seguem para a Câmara dos Deputados.
Defesa nacional
Acompanhado por assessores, o ministro Amorim chegou ao Senado para a audiência com o senador Sarney. No início do encontro, o ministro entregou os volumes que representam os documentos e explicou ao presidente Sarney parte dos seus conteúdos. Amorim informou que a Política Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Defesa representam atualizações dos projetos já existentes. No caso do Livro Branco, resulta nas diretrizes para o setor de defesa.
“A Lei Complementar 139 estabeleceu que as propostas dos três documentos sejam levadas à apreciação do Congresso. E fazemos isso com transparência e publicidade”, disse o ministro.
Ainda durante o encontro, o ministro explicou que recebeu orientações da presidenta Dilma Rousseff de entregar as versões dos documentos para que o Congresso Nacional tome conhecimento daquilo que vem sendo produzido no âmbito do governo federal.
Sobre o Livro Branco, o ministro contou que a versão entregue “envolveu diversos seminários” e houve um trabalho criterioso por parte da equipe no sentido de promover os ajustes necessários. Alguns fatos novos são apresentados no LBDN, como a participação das mulheres nas Forças Armadas e a atuação do Exército na missão de paz nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
O presidente Sarney contou da importância dessa relação com o Poder Legislativo e recordou que temas como política externa e defesa tinham pouca demanda. “Hoje a gente percebe o interesse maior por esses assuntos”, afirmou o presidente do Congresso.
Na audiência, o ministro aproveitou para agradecer ao Senado a aprovação do projeto que institui a empresa pública Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), que terá como objetivo principal desenvolver o setor nuclear do país. Eles conversaram também sobre a reestruturação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e iniciativas na área de ciência e tecnologia.
Além de assessores do Ministério da Defesa, a audiência contou com a participação da senadora Ana Amélia (PP-RS), integrante da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, e da deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Exposições de Motivo
As minutas enviadas ao Senado têm três Exposições de Motivo. A que trata exclusivamente do Livro Branco de Defesa Nacional diz que os referidos livros “são produtos históricos de regimes democráticos, fortemente incentivados pela Organização das Nações Unidas (ONU)”. E explica mais adiante: “São documentos relevantes para os próprios países que os publicam, na medida em que representam a visão dos respectivos governos à sociedade.”
Neste caso, diz a EM que “o LBDN é um documento de caráter público, por meio do qual se permitirá o acesso à informação sobre o setor de defesa do país”. O documento buscou apresentar o Estado brasileiro no contexto do atual ambiente estratégico internacional.
“Além da transparência, busca-se com o LBDN criar novas oportunidades para o debate sobre a Defesa Nacional. A apresentação do LBDN demandou extensa cooperação entre civis e militares, por meio de oficinas temáticas, seminários em todas as regiões do País, consultas e entrevistas”, informa o texto.
O Livro Branco contempla os principais projetos e subprojetos de equipamento das Forças Armadas. Esses projetos estão no Plano de Articulação de Equipamento de Defesa (PAED), documento que se encontra em análise final no âmbito do Ministério da Defesa. No LBDN os valores orçamentários de tais projetos são apenas indicativos, bem como os prazos para implantação são estimativas.
O MD destaca também que a relação de projetos veiculada na minuta do Livro Branco está em discussão no âmbito do governo e que ela foi colocada na versão preliminar do documento exatamente para permitir o conhecimento prévio e o debate pela sociedade.
Na avaliação do MD, as minutas dos documentos encaminhados ao Congresso Nacional representam instrumentos que darão transparência à gestão da Defesa Nacional. Por meio deles, a sociedade como um todo, e não apenas o governo e as Forças Armadas, poderão conhecer e fiscalizar as prioridades e as ações do Estado brasileiro referente à Defesa. Para o ministério, Defesa é um assuntos de todos os brasileiros e não exclusivamente dos militares.
Já a Política Nacional de Defesa (PND) cumpre determinação ao que consta do Decreto Presidencial de 6 de setembro de 2007, que instituiu o Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa com a finalidade, inclusive, de atualizar a PND. A EM da PND informa que “foram acrescidos cinco novos objetivos nacionais de defesa, por meio dos quais se realçam elementos essenciais à estruturação do setor, de modo compatível com a estrutura político-estratégica do país”.
A Estratégia Nacional de Defesa (END), conforme explica a Exposição de Motivo, é focada em ações de médio e longo prazos e tem por objetivo modernizar a estrutura nacional de defesa. “Desde a aprovação da Estratégica Nacional de Defesa em 2008, vários setores da sociedade vêm se engajando nos assuntos de defesa. Inicialmente, imaginou-se que o maior desafio dessa estratégia seria colocar as questões de defesa na agenda pública nacional”.
“A aprovação dessa Estratégia reafirma o compromisso com os valores maiores da soberania, da integridade do patrimônio e do território e da unidade nacionais, dentro de um amplo contexto de plenitude democrática e de absoluto respeito aos nossos vizinhos, com os quais mantemos e manteremos uma relação cada vez mais sólida de amizade e cooperação”, conclui o texto da END.
Saiba mais sobre os documentos a serem entregues:
• Política Nacional de Defesa (PND)
Aprovada originalmente em 2005, a Política Nacional de Defesa tem por finalidade estabelecer diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, em caso de ameaças externas, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do poder nacional.
O documento apresenta os ambientes nacional e internacional e traça, de forma estratégica, as orientações e diretrizes compatíveis com os objetivos da defesa.
Um dos principais propósitos da PND é conscientizar todos os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da nação é um dever de todos os brasileiros, e não só dos militares.
• Estratégia Nacional de Defesa (END)
Aprovada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa estabelece formas de alcançar os objetivos preconizados pela Política Nacional de Defesa, por meio de ações estratégicas de médio e de longo prazos. Trata-se de um projeto de Estado, e não de governo.
O documento é baseado em três eixos estruturantes: reorganização e reorientação das Forças Armadas; reestruturação da indústria brasileira de material de defesa, com a finalidade de assegurar a autonomia operacional para as três forças; e política de composição dos efetivos das Forças Armadas, para que o Brasil desenvolva as capacidades necessárias para enfrentar os desafios do presente e as incertezas do futuro.
A END define os setores cibernético, nuclear e espacial como estratégicos e essenciais para a Defesa Nacional.
• Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN)
O Livro Branco é um documento público, em forma de livro, que expõe a visão do governo sobre o tema da defesa. O documento divulga e detalha, à comunidade nacional e internacional, a política e a estratégia de defesa do país, bem como os meios disponíveis e a articulação das Forças Armadas.
Abrangente, descreve o contexto amplo da política estratégica para o planejamento da defesa, com uma perspectiva de médio e longo prazos. O objetivo é duplo: dar transparência à sociedade sobre o funcionamento da Defesa e constituir um instrumento gerador de confiança mútua entre os países, ao fazer uma apresentação isenta de temas sensíveis de segurança e defesa.
Sua publicação cumpre uma determinação legal, prevista no parágrafo 1º do artigo 9º da Lei Complementar nº 97/99, alterada pela Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010.
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Re: Ministério da Defesa
Uai...
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Achei interessante. É todo o Livro Branco.
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