"Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#106 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 3:47 pm

SKY, meus agradecimentos, é mais ou menos o que propus. As hastes laterais, pela largura, devem ser de alumínio ou algum excelente condutor de calor, não? Tenho minhas dúvidas sobre a dupla deriva, boa para refletir radar mas com tendência a ocultar IR. Um PC ali creio que ajudaria bastante, por emitir calor em comprimento de onda diferente do corpo do motor. E confesso que não tinha pensado na câmera, uma monocromática bem simples e barata (para ficar no espírito do projeto), embora no global vá encarecer um pouco porque o que seria apenas um RECEPTOR de comandos na aeronave passaria a ser um TRANSCEPTOR de comandos + imagens. De qualquer modo, seria um DIFERENCIAL!

HMUNDONGO, legal essa idéia de poder disparar de recintos fechados mas implica em um tubo de lançamento (que para ser pequeno e leve implicará em aletas dobráveis) e um booster que consuma todo o seu propelente ainda dentro do dito tubo. Como vai dar fumaceira igual, o Operador precisa ser BEM ligeiro das pernas para abandonar o recinto tão logo dispare, pois vem mecha em seguida...

LEANDRO, revendo teu desenho estranhei a necessidade da câmera. E isso me fez lembrar de um antigo míssil AC que o EB usava, o MBB Cobra. Para mim a filosofia seria parecida, só que com ogiva HEFRAG aparentemente pré-fragmentada (nem precisa tungstênio, aço basta) como a que propuseste. Notar que o míssil é desmontável, sendo as aletas montadas na hora do uso e servindo como base para decolar. Olhes:

http://img593.imageshack.us/img593/4562/mmbcobra.jpg

Não precisamos reinventar a pólvora, penso, mas apenas simplificar para um uso específico. O Operador precisa apenas ter um visor - que pode ser em periscópio - para mirar e guiar abrigado. Notes os poucos equipamentos - tecnologia dos anos 60 - necessários à operação do míssil, era pouco mais que um aeromodelo a foguete. Agora imagines essa tua ogiva bem na frente: seria quase um shrapnel multidirecional (com opção de termobárica ou mesmo HEAT, para uso contra VCIs, VCTPs, etc). O Operador veria o míssil através de um led - ou conjunto de leds - ou mesmo lâmpada IR emitindo apenas para trás. Estando voltadas para trás as antenas receptoras, a guiagem via rádio ou mesmo laser de baixa potência seria viável, embora ainda me pareça mais leve e barato (além de não emitir) um mero carretel de fibra ótica (só que este exigiria redesenho do motor, como está os gases da tubeira de escape queimariam o fio)...




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#107 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Mai 26, 2012 4:24 pm

Túlio escreveu:LEANDRO, revendo teu desenho estranhei a necessidade da câmera. E isso me fez lembrar de um antigo míssil AC que o EB usava, o MBB Cobra. Para mim a filosofia seria parecida, só que com ogiva HEFRAG aparentemente pré-fragmentada (nem precisa tungstênio, aço basta) como a que propuseste. Notar que o míssil é desmontável, sendo as aletas montadas na hora do uso e servindo como base para decolar. Olhes:

http://img593.imageshack.us/img593/4562/mmbcobra.jpg

Não precisamos reinventar a pólvora, penso, mas apenas simplificar para um uso específico. O Operador precisa apenas ter um visor - que pode ser em periscópio - para mirar e guiar abrigado. Notes os poucos equipamentos - tecnologia dos anos 60 - necessários à operação do míssil, era pouco mais que um aeromodelo a foguete. Agora imagines essa tua ogiva bem na frente: seria quase um shrapnel multidirecional (com opção de termobárica ou mesmo HEAT, para uso contra VCIs, VCTPs, etc). O Operador veria o míssil através de um led - ou conjunto de leds - ou mesmo lâmpada IR emitindo apenas para trás. Estando voltadas para trás as antenas receptoras, a guiagem via rádio ou mesmo laser de baixa potência seria viável, embora ainda me pareça mais leve e barato (além de não emitir) um mero carretel de fibra ótica (só que este exigiria redesenho do motor, como está os gases da tubeira de escape queimariam o fio)...
Túlio, eu já conhecia o Cobra, meu pai foi treinado nele na BPQD.

Este míssil era de primeira geração, o operador tinha que manter o ponto luminoso sobre o alvo visualmente, usando um Joystic. No limite do alcance era muito difícil manter as correções porque o míssil estava longe e não era possível perceber os desvios, e a tendência era de perder a posição do alvo. E usando binóculo ou periscópio era fácil perder o míssil no início da trajetória e se o alvo se deslocasse mais rapidamente. Isso acabava limitando o alcance prático a bem menos que o teórico, que era de 2.000m também (na verdade foi daí que tirei o alcance do meu míssil). Além disso ele exigia visada direta, o operador (ou pelo menos a ponta do periscópio) ficava sempre exposto durante o tempo em que controlava o míssil. Meu pai me contou ainda que chegou a ver um tenente tentando uma manobra mai rápida e queimando o fio de ligação, o que fêz o míssil perder o controle. Também era um míssil relativamente pesado, pois sua função em princípio era anti-tanque e para levar uma ogiva adequada o peso era de mais de 10Kg. Mas apesar destas limitações o míssil Cobra era radialmente simétrico, e por isso tinha uma eletrônica meio complicada, com giroscópios e sistemas de atuação combinados para conjugar os acionamentos do operador com o controle de rolamento longitudinal. Por isso não era um míssil tão barato assim.

Minha idéia é eliminar estes problemas e ainda tornar o míssil mais barato e leve, aproveitando a estabilização aerodinâmica e os recursos da eletrônica atual (uma câmera adequada hoje pode custar menos de R$100,00).


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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#108 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 4:51 pm

LEANDRO, a câmera é o de menos, a questão são os equipamentos associados. E insisto nos 1000 m de alcance máximo com ogiva leve (~500g), não precisa mais do que isso para destruir uma posição de mtr ou RPG. Aumentar leva ao MSS 1.2 (notar que ele não usa câmera e sim laser mas no sistema de guiagem, o míssil propriamente dito é "pelado") que já existe - lembrar que os Ingleses usavam Milan ATGW para destruir posições de mtr e casamatas dos Argentinos em 82 - por menos que a idéia nos agrade. Fazer um concorrente menor, mais leve e mais barato porém menos potente, sei lá, eu, com minha visão de USUÁRIO, acharia meio que seis por meia dúzia e ainda exigindo modificações no treinamento, doutrina (na situação "x" devemos usar o míssil "a", na situação "y" devemos usar o míssil "b"). Num caso assim, insistindo no alcance, simplesmente proporia que estudássemos novas ogivas para o MSS.

A citação do MBB Cobra foi apenas ilustrativa e, não nego, teve uma intenção: partir do conceito dele, usar teu desenho básico e fazer as modificações necessárias para, com uma ogiva frontal de mais ou menos meio quilo, se poder atacar posições e alvos que seria um desperdício usar MSS 1.2. E tudo isso dispondo de meios tecnológicos impensáveis à época em que o Cobra foi desenvolvido (sem contar que, para VER o seu míssil, o visor do Operador pode ter ampliação)... :wink: 8-]




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#109 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Mai 26, 2012 4:52 pm

Skyway escreveu:EDIT: Leandro, se possível, poderia fazer uma ilustração 3D dessa minha ideia também?
Você manda 8-] .

Desculpe a demora, mas só hoje tive tempo de pegar neste projeto. As imagens seguem no final, e abaixo minhas considerações:

- Tomei a liberdade de aumentar um pouco o tamanho do motor, pois além destes pulso-jatos terem potência muito baixa o motor maior emite mais IR. Acho que na prática seria melhor aumentar o motor ainda mais.

- Percebi que você usou um pulso-jato com válvula, então detalhei um pouco o motor supondo uma válvula de lâmina vibrátil bem simples. Observe o ducto de combustível, as válvulas de ar e de combustível no mesmo eixo e a vela de ignição do outro lado. O ducto de combustível e o cabo da vela podem passar por dentro das hastes laterais, um de cada lado.

- Alterei também o sistema de fixação do motor. Você parece que colocou uns tabiques de madeira, que além de poderem queimar tinham literalmente a aerodinâmica de um tijolo. Eu usei chapas dobradas de aço soldadas ao corpo do motor.

- A estrutura com hastes de alumínio é uma boa idéia, mas talvez não seja interessante usar duas hastes laterais, pode bastar uma superior, simplificando ainda mais o projeto. Vou desenvolver um conceito assim, depois posto para mostrar como ficou.

- Asas em delta são bonitinhas, mas pouco eficientes nos baixos números de Reynolds típicos de um alvo assim (pois tem muito arrasto e problemas de estol de ponta de asa), e são também mais difíceis de fabricar. Veja que existem poucos alvos aéreos ou VANT´s usando asas com esta geometria (fora os alvos brasileiros, que já sabemos não são lá estas coisas). Acho melhor partir para asas estreitas de grande alongamento, mais simples e eficientes, adotando no máximo um afilamento moderado.

- Você não me passou as dimensões do seu projeto, então adotei o que achei mais adequado para um alvo com capacidade de voar mais longe e mais alto (devido à câmera).

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Se quiser os modelos 3D do projeto me avise, e te envio no padrão IGES ou outro que você consiga abrir. Mas tenha em mente que este modelo é apenas ilustrativo, não fiz nenhum cálculo de dimensionamento, apenas fui montando no visual, baseado nos seus desenhos.

Um abraço,


Leandro G. Card




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#110 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 5:05 pm

Diria que estamos tendo divergências sérias no míssil mas no alvo aéreo estamos convergindo maravilhosamente. Neste:

:arrow: E asas desmontáveis com um pouco mais de envergadura e diedro positivo?

:arrow: Prefiro a estrutura única acima do motor mas insistiria num melhor condutor de calor - e mais leve - ou seja, alumínio (tá certo, é mais caro que aço, reconheço).

:arrow: Os materiais apontados pelo SKY para fuselagem/asas parecem excelentes. Pintados com tinta à base de alumínio fariam um alvo atraente tanto para sistemas direcionados por IR/IIR quanto por radar. Aliás, ajudaria inclusive a treinar operadores de radar (mas aí numa versão RECUPERÁVEL, na qual creio que deveríamos pensar, mesmo que num segundo momento).

:arrow: Finalmente, ainda acho que um PC ajudaria a gerar mais calor na tubeira de escape, melhorando a apresentação do alvo para mísseis "tail aspect", como o IGLA.



Vamos tocando que está começando a ficar bonito... :D :D :D :D




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#111 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Mai 26, 2012 5:07 pm

Túlio escreveu:LEANDRO, a câmera é o de menos, a questão são os equipamentos associados. E insisto nos 1000 m de alcance máximo com ogiva leve (~500g), não precisa mais do que isso para destruir uma posição de mtr ou RPG. Aumentar leva ao MSS 1.2 (notar que ele não usa câmera e sim laser mas no sistema de guiagem, o míssil propriamente dito é "pelado") que já existe - lembrar que os Ingleses usavam Milan ATGW para destruir posições de mtr e casamatas dos Argentinos em 82 - por menos que a idéia nos agrade. Fazer um concorrente menor, mais leve e mais barato porém menos potente, sei lá, eu, com minha visão de USUÁRIO, acharia meio que seis por meia dúzia e ainda exigindo modificações no treinamento, doutrina (na situação "x" devemos usar o míssil "a", na situação "y" devemos usar o míssil "b"). Num caso assim, insistindo no alcance, simplesmente proporia que estudássemos novas ogivas para o MSS.

A citação do MBB Cobra foi apenas ilustrativa e, não nego, teve uma intenção: partir do conceito dele, usar teu desenho básico e fazer as modificações necessárias para, com uma ogiva frontal de mais ou menos meio quilo, se poder atacar posições e alvos que seria um desperdício usar MSS 1.2. E tudo isso dispondo de meios tecnológicos impensáveis à época em que o Cobra foi desenvolvido (sem contar que, para VER o seu míssil, o visor do Operador pode ter ampliação)... :wink: 8-]
Os sistemas de transmissão e recepção de imagens hoje são muito simples, nada mais complicado do que um celular. Existem sistemas prontos para montar o protótipo, e o projeto final seria apenas uma evolução deles para atender às normas militares. Não ficaria nada complicado, na verdade é difícil imaginar um sistema de guiagem mais simples, com excesão talvez da designação laser (que aliás também não deixa de ser uma opção, emborqa torne mais complicada a estabilização aerodinâmica).

Acho que sua preocupação de competir com o MSS-1.2 não é necessária, segundo o que se lê por aí ele custa bem mais de R$100 mil e pesa uns 20 Kg em condições de lançamento, além de exigir que se carrege o sistema de lançamneto/guiagem, que é bem volumoso e pesado. Aqui estamos falando de um míssil para custar menos de R$ 10 mil, pesando uns 7 a 8 Kg pronto para lançar e com um sistema de controle do tamanho de um mini-notebook. São necessários 3 soldados para operar o MSS-1.2, e no caso do míssil que estou propondo um único soldado poderia levar o controle e dois mísseis.

Agora, se o alcance ficar muito curto, ogiva pequena e a visada for direta estaremos caindo na seara do ALAC, aí sim uma arma na mesma faixa de custo. É bom ficar atento a isso. Minha idéia seria posicionar a nossa arma bem no meio das duas categorias, e não tentar substituir uma delas. E minha inspiração foi exatamente a Guerra das Malvinas, o Cel. Fregapani certa vez me disse que cerca de 70% das baixas de soldados argentinos naquele conflito foi devida justamente aos mísseis guiados, mas para isso além dos ingleses terem gasto uma nota seus soldados andavam sobrecarregados e tinham sérios problemas de mobilidade.


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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#112 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 5:16 pm

ALAC? Menos de 1/3 do alcance preciso que proponho. Acho que nem o Carl Gustav é fiável em precisão a 1 km. E Leandro véio, não é só a câmera e equipamentos de transcepção. Objetos em movimento (ainda mais mísseis e foguetes) VIBRAM, então teríamos de obter um sistema de estabilização para a câmera, sob pena de o Operador não ver mais que um borrão. Sei disso por ter uma Canon (com estabilização), não é mole filmar e mesmo obter fotos que prestem de um carro em movimento ou simplesmente andando, então estaremos falando em estabilização ATIVA, ou seja, giros, até porque um míssil assim opera a poucos metros de altura (no máximo) onde o ar é mais denso (o que ajuda na sustentação) mas introduz variáveis em altura e azimute, como qualquer Atirador - como eu mesmo - pode te contar, cupincha... :wink: 8-]




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#113 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Mai 26, 2012 7:34 pm

Túlio escreveu:ALAC? Menos de 1/3 do alcance preciso que proponho. Acho que nem o Carl Gustav é fiável em precisão a 1 km. E Leandro véio, não é só a câmera e equipamentos de transcepção. Objetos em movimento (ainda mais mísseis e foguetes) VIBRAM, então teríamos de obter um sistema de estabilização para a câmera, sob pena de o Operador não ver mais que um borrão. Sei disso por ter uma Canon (com estabilização), não é mole filmar e mesmo obter fotos que prestem de um carro em movimento ou simplesmente andando, então estaremos falando em estabilização ATIVA, ou seja, giros, até porque um míssil assim opera a poucos metros de altura (no máximo) onde o ar é mais denso (o que ajuda na sustentação) mas introduz variáveis em altura e azimute, como qualquer Atirador - como eu mesmo - pode te contar, cupincha... :wink: 8-]
Se o alcance do CG e do ALAC é tão baixo, então ótimo, alcance menor diminui o tamanho do míssil e a complexidade do sistema de transmissão e dá própria estrutura do míssil. O mesmo se dá para uma ogiva menor.

Com relação à vibração da câmera acho que não seria nenhum problema. Já vi um aeromodelo com uma câmera instalada transmitindo para um PC, e mesmo sem haver nenhum sistema específico para estabilizar nada (a câmera estava simplesmente presa com parafusos embaixo do aeromodelo, apontando para baixo) não se percebia nenhuma vibração, e olha que o aeromodelo era movido à pistão. O problema que acontecia era que qualquer movimento do aeromodelo fazia a câmera apontar para outra direção muito rapidamente, e principalmente nas curvas era difícil acompanhar a imagem. Por isso minha preocupação de evitar lemes interiços e garantir uma boa estabilidade longitudinal.

Tendo o míssil asas pequenas e massa relativamente grande acredito que o vôo seria bem estável e uma boa manobralidade poderia ser obtida sem prejudicar o acompanhamento do alvo. Mas só construíndo um protótipo para comprovar isso na prática.


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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#114 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 7:52 pm

Concordo, lembrando, não obstante, que a velocidade e esforços estruturais e aerodinâmicos de um míssil, ou seja, um projétil proporcionalmente mais pesado e veloz voando bem mais baixo (ou seja, mais sujeito ao chamado "efeito-solo") tem exigências muito diferentes das de um aeromodelo. Mas é o que disseste, só com um protótipo (melhor dizendo, demonstrador de tecnologia) para se saber, só...

...que isso já nos leva para a parte comercial/administrativa. Teríamos de definir o quanto iria custar - o quanto estaríamos dispostos a investir cada um, dividido em quotas acionárias - para viabilizar um demonstrador de tecnologia, e isso constitui a criação de uma empresa. Funcionando o DEMTEC a contento, bueno, teríamos algo a mostrar para buscar financiamento em busca do protótipo e do pré-produção. Teríamos também que definir mais coisas, como diretoria, quem faz o quê, nome (insisto em SP Tecnologias, nome que a rigor não quer dizer nada, ou seja, não nos prende a conceito/nicho algum, podendo desenvolver o que quisermos sem ninguém "estranhar"), sede & quetales.

Estamos já prontos a dar esse passo? É ousado e, não neguemos, algo arriscado, mais para uns, menos para outros (para ficar claro: acabo de me aposentar, assim, dê o que der, ainda tenho minha pensão. O Leandro parece estar empregado, arriscaria a si e à família? Não questiono HOMBRIDADE/FANFARRONICE mas apenas uma questão LÓGICA: eu não tenho nada a perder, e os demais?). Quem estaria disposto a encarar junto? E botar dinheiro nisso? Eu estou. E vocês?

PENSEM! :wink: 8-]




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#115 Mensagem por Skyway » Sáb Mai 26, 2012 7:52 pm

LeandroGCard escreveu:
Skyway escreveu:EDIT: Leandro, se possível, poderia fazer uma ilustração 3D dessa minha ideia também?
Você manda 8-] .

Desculpe a demora, mas só hoje tive tempo de pegar neste projeto. As imagens seguem no final, e abaixo minhas considerações:

- Tomei a liberdade de aumentar um pouco o tamanho do motor, pois além destes pulso-jatos terem potência muito baixa o motor maior emite mais IR. Acho que na prática seria melhor aumentar o motor ainda mais.

- Percebi que você usou um pulso-jato com válvula, então detalhei um pouco o motor supondo uma válvula de lâmina vibrátil bem simples. Observe o ducto de combustível, as válvulas de ar e de combustível no mesmo eixo e a vela de ignição do outro lado. O ducto de combustível e o cabo da vela podem passar por dentro das hastes laterais, um de cada lado.

- Alterei também o sistema de fixação do motor. Você parece que colocou uns tabiques de madeira, que além de poderem queimar tinham literalmente a aerodinâmica de um tijolo. Eu usei chapas dobradas de aço soldadas ao corpo do motor.

- A estrutura com hastes de alumínio é uma boa idéia, mas talvez não seja interessante usar duas hastes laterais, pode bastar uma superior, simplificando ainda mais o projeto. Vou desenvolver um conceito assim, depois posto para mostrar como ficou.

- Asas em delta são bonitinhas, mas pouco eficientes nos baixos números de Reynolds típicos de um alvo assim (pois tem muito arrasto e problemas de estol de ponta de asa), e são também mais difíceis de fabricar. Veja que existem poucos alvos aéreos ou VANT´s usando asas com esta geometria (fora os alvos brasileiros, que já sabemos não são lá estas coisas). Acho melhor partir para asas estreitas de grande alongamento, mais simples e eficientes, adotando no máximo um afilamento moderado.

- Você não me passou as dimensões do seu projeto, então adotei o que achei mais adequado para um alvo com capacidade de voar mais longe e mais alto (devido à câmera).

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Um abraço,


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Leandro, que isso meu véio, quer matar o sky aqui do coração??? Ficou EXCELENTE!!!! Não tenho como agradecer!
O motor maior eu tinha ja em mente, mas sinceramente, o sono ontem quando fiz esses desenhos não me permitiu fazer essa mudança no projeto. :mrgreen:

Usei um pulso-jato valvulado sim, pois estudando o assunto acabei vendo que são mais confiáveis e produzem mais força, além de descobrir projetos ridiculamente simples de válvulas, como essa mesma que usou na ilustração. As válvulas se desgastam com o uso, mas se fizermos o trabalho bem feito, não devemos nos preocupar muito com a vida útil do motor a não ser logicamente para garantir sua integridade durante todo o voo, já que o alvo deve ser destruído mesmo.

Asas usei em delta me preocupando com a sustentação do bicho, e pensando na velocidade que ele deve operar, não achei que um stol de ponta de asa fosse preocupante, mas se achar melhor uma asa reta, faremos então reta! :D Só deve mudar um pouco o material, já que na asa em delta pensei em uma espuma ou isopor de alta densidade, e na asa reta teria que ser madeira balsa, alumínio ou plástico.

Quanto a fixação do motor, ótimo! Confesso que me preocupei muito em isolar o calor absurdo do motor do resto da aeronave.

Vamos aprimorar esse trem aí!

:D




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#116 Mensagem por Túlio » Sáb Mai 26, 2012 7:57 pm

Complementando meu post anterior, se eu tivesse que apostar em apenas uma das duas propostas, ficaria com o alvo, seguindo para o míssil DEPOIS. Mas claro, é uma decisão COLEGIADA... :wink: 8-]




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#117 Mensagem por Glauber Prestes » Dom Mai 27, 2012 4:31 am

Eu simpatizo mais com o alvo do que com o míssil, pelo fato de não estarmos lidando com explosivos no momento. Fora que isso já vai criando know-how para a produção de outros produtos guiados.
-Para a estrutura, alumínio e depron, para baratear e deixá-lo mais leve. Mas uma boa pintura reflexiva para não deixá-lo "Stealth".
-Pessoalmente, uma asa reta é mais simples. E podemos gerar mais sustentação com o perfil da corda, até brincando com o padrão NACA, já existente. Não dá pra ficar explorando muito, senão isso vira paper sobre sustentação, mas procurar um perfil fora do NACA 00 colocaria uma boa sustentação, sem precisar ter uma asa grande, em delta, ou muito esdrúxula.
-A asa poderia ser de alumínio nos bordos de ataque, plástico/Depron entelado/pintado no centro, e alumínio nos bordos de fuga. Longarinas de varetas de alumínio preenchidos são interessantes, para manter a rigidez da asa.
-Uma pequena estrutura para o drone deslizar num trilho para o lançamento, assim como um local apropriado para a instalação de dois motores foguete (um de cada lado) que auxiliariam na decolagem, são muito interessantes.
Acho interessante nos concentrarmos em apenas dois materiais para a construção do airframe, o que diminui muito o valor de manufatura. Nessa parte, menos é mais.
[]´s!




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#118 Mensagem por LeandroGCard » Dom Mai 27, 2012 8:57 am

Túlio escreveu:Concordo, lembrando, não obstante, que a velocidade e esforços estruturais e aerodinâmicos de um míssil, ou seja, um projétil proporcionalmente mais pesado e veloz voando bem mais baixo (ou seja, mais sujeito ao chamado "efeito-solo") tem exigências muito diferentes das de um aeromodelo. Mas é o que disseste, só com um protótipo (melhor dizendo, demonstrador de tecnologia) para se saber, só...

...que isso já nos leva para a parte comercial/administrativa. Teríamos de definir o quanto iria custar - o quanto estaríamos dispostos a investir cada um, dividido em quotas acionárias - para viabilizar um demonstrador de tecnologia, e isso constitui a criação de uma empresa. Funcionando o DEMTEC a contento, bueno, teríamos algo a mostrar para buscar financiamento em busca do protótipo e do pré-produção. Teríamos também que definir mais coisas, como diretoria, quem faz o quê, nome (insisto em SP Tecnologias, nome que a rigor não quer dizer nada, ou seja, não nos prende a conceito/nicho algum, podendo desenvolver o que quisermos sem ninguém "estranhar"), sede & quetales.

Estamos já prontos a dar esse passo? É ousado e, não neguemos, algo arriscado, mais para uns, menos para outros (para ficar claro: acabo de me aposentar, assim, dê o que der, ainda tenho minha pensão. O Leandro parece estar empregado, arriscaria a si e à família? Não questiono HOMBRIDADE/FANFARRONICE mas apenas uma questão LÓGICA: eu não tenho nada a perder, e os demais?). Quem estaria disposto a encarar junto? E botar dinheiro nisso? Eu estou. E vocês?

PENSEM! :wink: 8-]
Túlio,

Neste exato momento eu estou tentando comprar e ajeitar (piso, móveis, tela nas janelas para a gatinha de estimação não cair, etc...) um apartamento mais confortável para me mudar com minha família, e não posso gastar muitos recursos em termos de $$$. Mas isso é uma condição temporária, assim que eu conseguir me mudar e alugar o apartamento em que estou hoje terei sim uma certa verba disponível para gastar. Além disso, tanto no caso do aeromodelo quanto do míssil já tenho alguma coisa das equipamentos necessários, que posso comprometer: Dois rádio-controles de 3 e 7 canais com receptores, baterias e um monte de servos de vários tamanhos e um notebook disponível (não é usado nem para o meu trabalho nem para a escola do garoto). Fora minha formação e experiência em engenharia mecânica e análise estrutural, bem como minha habilidade em projetos 3D e em trabalhos manuais, pois já construí aeromodelos, barcos, todo tipo de maquetes, móveis, e até equipamentos industriais como dispositivos de montagem de motores e um sistema de filtragem de óleo de usinagem, tudo com minhas próprias mãos.

Acho que dá para começar da minha parte não?


Leandro G. Card




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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#119 Mensagem por LeandroGCard » Dom Mai 27, 2012 9:20 am

Glauber Prestes escreveu:Eu simpatizo mais com o alvo do que com o míssil, pelo fato de não estarmos lidando com explosivos no momento. Fora que isso já vai criando know-how para a produção de outros produtos guiados.
-Para a estrutura, alumínio e depron, para baratear e deixá-lo mais leve. Mas uma boa pintura reflexiva para não deixá-lo "Stealth".
-Pessoalmente, uma asa reta é mais simples. E podemos gerar mais sustentação com o perfil da corda, até brincando com o padrão NACA, já existente. Não dá pra ficar explorando muito, senão isso vira paper sobre sustentação, mas procurar um perfil fora do NACA 00 colocaria uma boa sustentação, sem precisar ter uma asa grande, em delta, ou muito esdrúxula.
-A asa poderia ser de alumínio nos bordos de ataque, plástico/Depron entelado/pintado no centro, e alumínio nos bordos de fuga. Longarinas de varetas de alumínio preenchidos são interessantes, para manter a rigidez da asa.
-Uma pequena estrutura para o drone deslizar num trilho para o lançamento, assim como um local apropriado para a instalação de dois motores foguete (um de cada lado) que auxiliariam na decolagem, são muito interessantes.
Acho interessante nos concentrarmos em apenas dois materiais para a construção do airframe, o que diminui muito o valor de manufatura. Nessa parte, menos é mais.
[]´s!
Estou já trabalhando no segundo modelo do alvo, mais simples, e estou considerando os seguintes materiais:

- Motor: Chapa de aço comum (SAE 1010 ou 1020) de 1,2mm de espessura, calandrada e soldada (eventualmente com algum detalhe embutido).
- Fuselagem: Chapa de alumínio comum (1100-H14) de 1,0mm calandrada e rebitada/parafusada, sobre estrutura de madeira (longarins em freijó, cedrinho, etc... e cavernas em compensado naval).
- Nariz (alojamento da câmera): Fibra de vidro (tecido 200g) e resina de poliéster laminada à mão, de 2 a 3 mm de espessura.
- Asas : Longarina de madeira (freijó, cedrinho, etc...), revestimento de chapa de alumínio comum de 0,5mm de espessura, recheio de poliuretano expandido.
- Empenagens: Sanduíche de compensado naval revestido com chapa de alumínio comum de 0,5mm.

Estou supondo o lançamento por catapulta acionada por molas, (by Túlio), e haverá engate e suportes para a colocação em um trilho. Motores foguete seriam um ítem a mais a ser desenvolvido para produção seriada, e complicariam o projeto.

Assim que os modelos conceituais estiverem terminados eu posto para vocês verem e darem a opinião.


Leandro G. Card




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Skyway
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Re: "Empresa DB"- Vamos conversar sobre isso

#120 Mensagem por Skyway » Dom Mai 27, 2012 9:47 am

Pessoalmente, para o alvo, não me agrada muito a utilização de alumínio em vários componentes. Pensei em algo muito mais simples de se fazer, mais leve e consequentemente mais "descartável". O corpo do alvo, pensei em um tubo de plástico de pequena espessura, ou de papelão prensado e "enrolado", tipo um tubo de batata pringles só que nas dimensões que queremos. Acrescentamos o cone do nariz em fibra de vidro e o cone da cauda pode ser tambem de fibra ou de plástico.

Quando digo plástico, penso naquele bem fino, leve e duro(desculpem a minha falta de conhecimento específico do material :mrgreen: ) que a gente encontra em algumas embalagens, coincidentemente tipo a da concorrente da batata pringles, a Elma Chips Stax.

As asas podem ser de espuma de alta densidade com varetas de alumínio ou madeira como recheio, revestida de folhas finas de madeira balsa e cobertas com um adesivo tipo "papel contact" muito utilizado em aeromodelismo. Essa asa que descrevi é incrivelmente leve, resistente, e utilizada em vários aeromodelos.

Não que seja ruim construir tudo com uma dose de alumínio, mas construir com alumínio é mais trabalhoso, e penso na aeronave como algo descartável, logo quanto mais simples melhor.




AD ASTRA PER ASPERA
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