Para ONDE vai a ARGENTINA?

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Everson Garcia
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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#91 Mensagem por Everson Garcia » Seg Mai 07, 2012 8:31 pm

Túlio escreveu:Exportações brasileiras para Argentina caem 27% desde que barreiras comerciais entraram em vigor

03/05/2012 06h08

As exportações brasileiras para a Argentina caíram 27,1% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem (2) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).


A redução das compras argentinas de produtos nacionais tem preocupado o governo brasileiro, que negocia uma reunião com o governo argentino ainda este mês, informou o secretário executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.

“Não podemos negar que medidas que o governo argentino tem tomado têm afetado o comércio brasileiro.

Sempre falamos que estávamos monitorando o cenário e, se aumentasse ou piorasse, teríamos uma reunião com os representantes argentinos”, lembrou.

Na média diária, os exportadores brasileiros venderam US$ 67,6 milhões para o país vizinho. A participação da Argentina nas compras brasileiras caiu de 8,7%, em 2011, para 6,9%, neste ano.

A queda pode ser atribuída à intervenção prévia, por órgãos estatais, exigida para a entrada de qualquer produto no país, que tem sido feita desde 1º de fevereiro.

Teixeira destacou que é preciso conhecer os problemas que têm afetado a economia argentina antes de o Brasil tomar qualquer decisão. “A Argentina tem vivido uma situação econômica difícil.

Acho que é legítimo o país defender sua indústria. Precisamos saber quais problemas a Argentina vêm enfrentando.

Mas o nosso trabalho está mais para auxiliar a economia argentina, do que simplesmente tomar medidas punitivas ou tomar media que implique o acirramento da nossa relação”, explicou o secretário.(Agência Brasil)

http://www.douradosagora.com.br/brasil- ... rasileiras
Boa grande Tulio, este seu post demonstra como vc escreveu a varias mensagens atrás , chegou a hora de tirarmos o PT do poder, esse idiota do Teixeira acha que o povo brasileiro deve pagar o pato e arcar com os custos dos imbecis que governam a Argentina.
Os Argentinos desde que perderam de forma humilhante a Guerra fria que travavam conosco desde a dec de 40 até 84, quando jogaram a toalha e desistiram de disputar a supremacia na américa do sul com o Brasil, usam deste subterfugio, para tentar sair das enrascadas que eles mesmo se metem, nossos grande diplomatas do passado ( Rui Barbosa e o Barão de Rio Branco) devem estar se virando dentro do caixão com as dezenas de trapalhadas de nossa diplomacia.
Alias em nome da boa vizinhaça o Brasil ultimamente anda abrindo as pernas muito facilmente para a Venezuela, Bolivia, Equador, Paraguai, Irã e Farcs.
Vou colocar o meu nariz de palhaço.
abraços.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#92 Mensagem por JT8D » Seg Mai 07, 2012 8:43 pm

Túlio escreveu:Teixeira destacou que é preciso conhecer os problemas que têm afetado a economia argentina antes de o Brasil tomar qualquer decisão. “A Argentina tem vivido uma situação econômica difícil.

Acho que é legítimo o país defender sua indústria. Precisamos saber quais problemas a Argentina vêm enfrentando.

Mas o nosso trabalho está mais para auxiliar a economia argentina, do que simplesmente tomar medidas punitivas ou tomar media que implique o acirramento da nossa relação”, explicou o secretário.(Agência Brasil)
Será que se a situação fosse inversa eles teriam toda essa consideração conosco?

[]´s,

JT




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#93 Mensagem por rodrigo » Ter Mai 08, 2012 11:51 am

JT8D escreveu:Será que se a situação fosse inversa eles teriam toda essa consideração conosco?
Se estão fazendo isso com a Espanha, imagine com o Brasil. Uma boa oportunidade traria orgasmos múltiplos. Não duvido que chegue lá, estão em falência, com presidência demagoga e credibilidade ZERO. Sorte de todos os vizinhos que essa crise gravíssima se estende aos meios militares argentinos.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#94 Mensagem por Bourne » Ter Mai 08, 2012 1:26 pm

É claro que não. Além do que a industria argentina é fraca. O que ela pode exportar para o Brasil são os produtos maquilados comprados de terceiros. O que não é desejável em um mercado comum. Nem mesmo para uma área de livre comércio.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#95 Mensagem por rodrigo » Ter Mai 08, 2012 6:23 pm

Para secretária, Argentina é maior desafio para exportações

A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, afirmou que a Argentina é hoje o maior desafio para as exportações brasileiras.

As vendas ao país vizinho estão em queda. O governo estuda medidas de financiamento às exportações dentro de um conjunto de ações em negociação com os argentinos.

"A Argentina é um importante mercado para o Brasil, principalmente de produtos manufaturados, e não é interessante que a situação econômica de lá se deteriore", disse, após participar de um evento na sede da Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio.

Segundo Tatiana, as exportações brasileiras para a Argentina somam 10% do total de US$ 264 bilhões. O país vizinho é o terceiro mais importante para o comércio exterior brasileiro. "Em um passado recente, as exportações somavam 12%", disse a secretária.

As vendas para a Argentina caíram por causa das medidas protecionistas adotadas pelo país vizinho para incentivar a produção e economia local. "Em períodos de crise, é comum os países adotarem medidas protecionistas, mas o Brasil tem sido incisivo ao questionar isso", afirmou Tatiana.

Ela afirmou ainda que as exportações brasileiras têm se recuperado na média diária, para cerca de US$ 1,2 bilhão, e que fatores como a alta do dólar, a recuperação dos preços das commodities e as vendas de manufaturados explicam o fenômeno.

FIESP

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse nesta terça-feira que o Brasil pode elevar em US$ 6 bilhões as importações de produtos argentinos em menos de cinco anos.

Nesta terça-feira, a Fiesp recebeu 500 empresários argentinos num encontro de negócios na sua sede, em São Paulo. Eles representavam 270 empresas que vieram ao Brasil tentar vender seus produtos. Um total de 333 empresários brasileiros participaram das rodadas de negócios.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/10 ... coes.shtml




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#96 Mensagem por NettoBR » Qua Mai 09, 2012 9:51 am

Venha a nós, vosso reino NADA!!
rodrigo escreveu:Nesta terça-feira, a Fiesp recebeu 500 empresários argentinos num encontro de negócios na sua sede... Um total de 333 empresários brasileiros participaram das rodadas de negócios.
Isso pode ser considerado "invasão"?? :twisted:


O Brasil tá perdido com essa vizinhança... :roll:




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#97 Mensagem por Túlio » Qua Mai 09, 2012 2:09 pm

Sei lá, os empresários de lá parecem estar tão enkgaçados quanto os daqui, populismo é sodas...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#98 Mensagem por Sterrius » Qua Mai 09, 2012 4:15 pm

Queremos que a america do sul se desenvolva. Mas cabe a eles quererem o mesmo.

Se não querem ajuda e seguir o caminho sozinhos que ao menos sejam francos que nos poupa recursos diplomaticos e economicos .




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#99 Mensagem por rodrigo » Qua Mai 09, 2012 5:24 pm

http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/artigos-e-debates/2829-nos-e-a-argentina

Nós e a Argentina

Por Paulo Kliass

A divulgação da decisão da presidenta Cristina Kirchner, a respeito da nacionalização da empresa petroleira YPF, reacendeu ódios e paixões sobre um tema bastante sensível. As famosas relações entre o setor público e o setor privado, as supostas vocações naturais de um e de outro ente para atuar em áreas estratégicas. E, de quebra, ainda contribuiu para acirrar a polarização das posições no debate sobre desenvolvimento nacional e economia.

Antes de mais nada, é importante registrar o papel decisivo que tem sido desempenhado pelos últimos governos da Argentina em termos de opções de políticas públicas. Entre outros aspectos, destaca-se o elemento pedagógico das decisões adotadas, em geral recebidas com desconfiança e surpresa pela grande imprensa, por estarem justamente indo na contracorrente de tudo aquilo que recomendaria a “boa norma” ditada pelas elites locais e internacionais.

Moratória por lá e nada por aqui

Logo no início do mandato do presidente Nestor Kirchner (2003 a 2007), aquele país estava com suas atividades econômicas bastante comprometidas e uma das razões era o enorme peso representado pelas obrigações financeiras de sua dívida externa. Muito antes de tombarem por terra os pressupostos do neoliberalismo, Kirchner aprofundou a postura mais rigorosa no processo de negociação em curso com os credores e decretou a moratória. Como solução conciliadora, apresentou uma proposta de redução de 70% no valor total devido.

Mas do lado de cá do Rio Paraná, o comando da política econômica estava nas mãos da dupla dinâmica Antonio Palocci e Henrique Meirelles, legítimos representantes dos interesses da banca internacional. Assim, foram eles que se encarregaram, à época, de persuadir o Presidente Lula a permanecer calado e não oferecer nenhuma solidariedade àquele gesto, considerado como “populista e irresponsável?”, do homólogo de Mercosul.

Esse difícil momento foi superado e a Argentina ofereceu aos países em desenvolvimento e ao mundo em
geral uma verdadeira lição de como a economia e a política podem e devem andar juntas. E de como, em alguns momentos, é necessário ao Chefe de Estado ousar para implementar mudanças efetivas. O clima de catastrofismo reinante na imprensa local e internacional era pautado, como sempre, pelos interesses do capital financeiro internacional. Decisão jurássica, postura inconsequente, calote irresponsável e outros qualificativos asseguravam que a Argentina sairia isolada no cenário internacional, caso insistisse na estratégia da renegociação mais dura, que era apresentada como um verdadeiro suicídio econômico, político e diplomático.

Kirchner dizia que “toda negociação pressupõe um grau de transgressão das regras”. Aliás, nada mais do que uma grande verdade. E assim o país vizinho não desistiu, alegando possuir a legitimidade necessária para tomar a decisão. Chegou até a vencer em todas as instâncias jurídicas internacionais, ao argumentar que as altas taxas de juros presentes nos contratos firmados com os credores eram a contraface do alto risco das operações especulativas. E que, infelizmente, havia chegado o momento do não pagamento. Quem quisesse continuar credor, portanto, deveria aceitar as condições do chamado “canje” - a troca oficial de papéis, com o desconto de 70% sobre o valor de face de cada título da dívida externa.

A grande lição foi que a negociação terminou finalmente por ser aceita pelo mundo financeiro, depois – é claro ! - de muita gritaria, chantagem e ameaça. E, ao contrário do clima artificialmente construído pelos cavaleiros do apocalipse, os investimentos estrangeiros continuaram a fluir para a Argentina ao longo dos anos. Afinal, a economia saía de anos de recessão, o emprego crescia, a produção e atividade em geral foram retomadas. E, como bem sabemos, o capital está sempre à procura de alternativas de rentabilidade. Acusado o golpe e registrada a perda eventual, vamos em frente que os negócios continuam.

No nosso caso, as promessas históricas de auditoria da dívida pública brasileira ficaram como mais uma irresponsável omissão e esquecimento. Ao contrário de Kirchner, nossos dirigentes recém chegados ao poder optaram por seguir a cartilha de adesão ao establishment neoliberal, em que “toda negociação pressupõe um grau completo de submissão”. Reinava o fetichismo de respeito às regras e aos contratos. A dívida externa foi transformada em dívida interna, mas a drenagem bilionária de recursos para pagamento de juros e serviços da mesma manteve-se inalterada. Manteve-se a continuidade do reinado das finanças sobre as demais atividades produtivas.

As relações com os meios de comunicação

Na relação com os poderosos meios de comunicação, deu-se algo semelhante. O governo da Argentina percebeu a necessidade primordial de democratizar esse que é conhecido como o quarto poder na sociedade contemporânea. Ao invés de seguir empurrando com a barriga essa relação de submissão aos interesses de um setor altamente concentrado e umbilicalmente ligado aos interesses ecomômicos, encaminhou um projeto ao Congresso, que ficou conhecido como “Ley de los Médios”. Enfrentou os interesses contrariados e teve a ousadia de sair para a disputa no interior da sociedade. Mais uma vez saiu vencedor e o futuro mostrará os acertos de tal opção política pública na área de comunicações.

Por aqui, todos sabemos que o setor de comunicações continua firme e forte, recebendo todas as benesses dos sucessivos governos. E, o pior, fazendo todo tipo de chantagem política contra o próprio governo, sempre que lhes for interessante. O grau de oligopolização avan ça a cada dia, os cruzamentos de oligarquias regionais e grupos familiares não foram tocados. Acuado pela pressão dos interesses dos meios de comunicação, o governo se restringe a tocar o barco e se esquece da importância política de um projeto democrático e nacional para o setor. Ao invés da ousadia para mudar, o que fica é a marca da submissão pelo receio.

Agronegócios e criminosos das ditaduras: lá e cá

Outro momento marcante na política argentina, foi o enfrentamento dos setores ligados à agricultura, pecuária e o agronegócio de forma geral. Como resposta a uma medida de aumento da tributação sobre suas atividades exportadoras, os representantes da agropecuária deram início a um movimento de contestação aberta e de enfrentamento ao governo. Mais uma vez, Cristina Kirchner manteve-se firme na defesa de seu projeto durante o ano de 2008, mas acabou terminando com a derrota do governo no Senado e a necessidade de recu ar em sua intenção inicial. De qualquer forma, marca também uma diferença de postura em relação aos nossos dirigentes. Por aqui, a avaliação da importância do agronegócio para o desempenho da pauta exportadora tem levado os sucessivos governos a uma conduta de sujeição aos interesses desse setor, que tende a representar práticas e relações sociais atrasadas e de profunda injustiça social e econômica. A ponto de Lula ter declarado que os usineiros de cana eram os “verdadeiros heróis nacionais” e de empresas denunciadas por trabalho escravo continuarem a receber as benesses de crédito do BNDES e de outras fontes públicas de recursos. Ou então, basta ver a líder ruralista, senadora Kátia Abreu, agora integrante da base aliada e dando a linha para o governo na votação do Código Florestal.

O julgamento e a condenação dos assassinos e torturadores do período da ditadura militar também marcam uma brutal diferença, a respeito da forma co mo as sociedades argentina e brasileira optaram por restabelecer a verdade. Ali, o caminho adotado não foi pautado pelo medo de enfrentar os algozes e apurar os crimes cometidos. Muito pelo contrário! Ao invés da impunidade e de homenagens sob a forma de pontes, estradas e viadutos, a Justiça foi acionada e os responsáveis estão presos ou cumpriram as penas devidas. Por aqui, em nossas terras, os sucessivos governos conformam-se com a interpretação restritiva da “anistia recíproca” de 1979, quando a própria Constituição soberana de 1988 abriu espaço para refazer a história desse período. Nem mesmo a nossa Comissão da Verdade foi ainda implantada e sua eficácia jurídica é quase nula, pois não tem poder de fazer justiça.

YPF e a Vale

E para fechar, a comparação que não quer calar é entre a YPF e a Vale. Antes dos gritinhos histéricos do “mas não dá prá comparar!”, já adianto que também acho que são processos bastante distintos. Mas a observação das semelhanças e das diferenças serve também para ilustrar as distintas posturas que os dois países adotaram para tema semelhante e crucial. Cristina optou por voltar ao processo de privatização da empresa estatal argentina, levada a cabo pelo governo Menem em 1993 – contemporâneo de nosso Collor. A avaliação foi que o setor é estratégico para a economia do país vizinho e que a empresa, controlada pela Repsol espanhola, não estaria cumprindo a contento com as necessidades da Argentina, em termos de investimento e de produção. A gritaria local e internacional também foi a mesma, como se poderia imaginar. Os interesses afetados tentam criar o clima generalizado do pré-catástrofe, com todo o apoio dos órgãos de comunicação, inclusive os do nosso lado da fronteira.

Já a nossa Vale foi privatizada, a preço de banana, sob a época de FHC. Leiloada em 1997, o seu valor da compra foi de US$ 3 bilhões , com a poss ibilidade de utilização de moedas podres e outras facilidades concedidas aos futuros proprietários. Uma verdadeira negociata, em nome da comemoração do “fim da era Vargas” e da supremacia da eficiência do privado sobre o público. Afinal, tudo valia pois Francis Fukuyama, um dos ideólogos do conservadorismo da época do neoliberalismo, já havia decretado o fim da História. Mas, como dizia o vizinho da minha tia, nada como um dia após o outro. As receitas liberalóides não se mostraram assim tão perenes, a crise de 2008 derrubou os alicerces daquele mundo artificial e o novo modelo ainda está por se moldar. Mas nem por isso, desse lado do continente sulamericano, o governo resolveu tomar alguma iniciativa. As antigas propostas do PT e o plebiscito a respeito da venda da Vale foram condenados ao esquecimento.

Apenas para se ter uma idéia, desde a posse de Lula até o final de 2011, a empresa privatizada já acumulou e distribuiu entre seus acionistas lucros no valor de US$ 70 bilhões! Isso sem falar do modelo espoliador das nossas reservas minerais e de exportação de renda e emprego para os países, onde a mão-de-obra e outros custos baixos justificam a ação de lesa pátria. Basta lembrarmos a política de exportação de minério de ferro bruto e a importação de manufaturados para o grupo, a exemplo dos trilhos para as ferrovias e a encomenda dos supercargueiros junto aos estaleiros chineses. E não se fique com a impressão de que tal eficiência no desempenho da empresa se deva ao gênio empreendedor de figuras como Agnelli e outros. Basta ver o caso da Petrobrás, ainda pública e batendo todos os recordes de desempenho, para se ter a noção de que se a Vale voltar a ser pública, não deverá ficar muito atrás em sua performance.

Como sempre, basta vontade política. A decisão de reestatizá-la, em termos de eficiência econômica e empresarial, só faria aumentar a autoestima de nosso povo e poderia, eventualmente, contribuir para um modelo futuro de desenvolvimento nacional menos desigual e mais sustentável. A Argentina deu o pontapé inicial.




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#100 Mensagem por Túlio » Qua Mai 09, 2012 5:46 pm

Hackearam o Rodrigo!!! :shock: :shock: :shock: :shock:




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#101 Mensagem por Bourne » Qua Mai 09, 2012 5:52 pm

Túlio escreveu:Sei lá, os empresários de lá parecem estar tão enkgaçados quanto os daqui, populismo é sodas...
Já se perguntou se eles tem mais que 500 empresários?




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#102 Mensagem por Túlio » Qua Mai 09, 2012 9:33 pm

Só 300! Nos ferramos!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#103 Mensagem por WalterGaudério » Qui Mai 10, 2012 6:02 pm

A questão que me deixa louco, é saber quel é a lógica da Argentina, ficar nos espezinhando sempre. Nós somos os maiores parceiros dos caras, e mesmo assim ficamos levando porrada...

Está mais fácil entender uma adolescente, do que a Argentina.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#104 Mensagem por Andre Correa » Qui Mai 10, 2012 6:23 pm

Eu postei no tópico dos Carros, mas acho que lá vai passar desapercebido...
Andre Correa escreveu:
Argentina obriga fábricas a abrirem seus números

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Autor: Da Redação/Foto: Divulgação

Carsale - Depois de cobrar das montadoras de automóveis uma contrapartida de exportação de produtos diversos para compensar a importação de veículos, o governo argentino exige agora que os fabricantes, sistemistas e fornecedores locais revelem seus custos.

Trata-se de uma medida inédita na história de indústria automotiva local e representa mais um passo do governo para priorizar a incorporação de componentes locais nos veículos fabricados no país, segundo revelou o Autoblog argentino.

O governo quer que as marcas modifiquem o cálculo de preços de peças e componentes que utilizam na linha de montagem e retirem desses valores a licitação, custos de amortização do ferramental e de homologação de peças, que são considerados distorcivos.
FONTE

Uma medida como essa era o fim da indústria automotiva no Brasil, e colapso das grandes mundiais instaladas no Brasil, pois assim, o zé povim deixava de sustentar os salários milionários dos altos executivos das marcas e suas respectivas grandes remessas de capitais...
[009]




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Re: Para ONDE vai a ARGENTINA?

#105 Mensagem por Bourne » Qui Mai 10, 2012 8:07 pm

WalterGaudério escreveu:A questão que me deixa louco, é saber quel é a lógica da Argentina, ficar nos espezinhando sempre. Nós somos os maiores parceiros dos caras, e mesmo assim ficamos levando porrada...

Está mais fácil entender uma adolescente, do que a Argentina.
É fácil. Eles querem exportar como se estivessem em um mercado comum e proteger as próprias empresas como se não existisse competição de outros parceiros. Ainda o governo brasileiro diz "tudo bem".




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