![Twisted Evil :twisted:](./images/smilies/icon_twisted.gif)
![Twisted Evil :twisted:](./images/smilies/icon_twisted.gif)
Moderador: Conselho de Moderação
O Vulcan foi reparado e voltou voando para a Grã-Bretanha. O Shrike voltou depois. Foi embarcado em um Hércules da FAB que, oficialmente, estava indo à Inglaterra buscar "peça de reposição".jumentodonordeste escreveu:Tem certeza que o Shrike foi devolvido?
![]()
E qual é o armamento soviético utilizado/fotografado/apreendido no conflito? Nunca ouvi falar.No entanto, o regime militar permitiu a continuação da viagem após uma negociação de seis horas com o país vizinho. Daí em diante, os voos da companhia Aerolíneas Argentinas com armas entre Líbia e Buenos Aires, com escala em Recife, chegaram a alcançar uma frequência de dois por dia.
Li essa matéria há anos atrás e a aeronave da Varig seria um 707 (que fazia linha para a África do Sul), confundido com um dos "TCs" da FAA. A interceptação foi feita por um Sea Harrier que já tinha autorização para bater o "intruso" (que já havia sido plotado nos radares britânicos outras vezes) mas que na última hora resolveu fazer um check visual. A matéria, que se não me engano li em uma Visão ou Veja, de vários anos atrás, dizia que se tivessem abatido o avião civil brasileiro os britânicos poderiam ter que abdicar da soberania das ilhas. Nem sei se chegari a tanto mas certamente traria seríssimos problemas diplomáticos para a Grã-Bretanha. Também li certa vez do caso de um petroleiro que foi atingido por uma bomba que não explodiu; é mais um his (ou es) tória dessa guerra para ser confirmada.Marino escreveu:Na Guerra das Malvinas, um flerte com a morte sobre o Atlântico Sul
Britânicos confundiram avião e quase abateram DC-10 com 188 pessoas - entre elas Brizola
José Casado
Eliane Oliveira
RIO - Aconteceu na tarde de sexta-feira, 23 de abril de 1982. Quem estava sentado do lado
esquerdo do avião levou um grande susto: apareceu um jato militar, bem armado e com pintura de
camuflagem, junto da asa do DC-10 da Varig. Foi por pouco tempo — o suficiente para provocar tumulto.
De repente, o caça deu uma guinada e desapareceu. Deixou perplexidade bastante para animar a
conversa a bordo naquele fim de viagem Johanesburgo-Rio.
Ao desembarcar no aeroporto do Galeão, por volta das 19h30m, cada passageiro tinha uma
breve história para contar. Um deles era Leonel Brizola, então candidato ao governo do Estado do Rio.
"Dava para ver o perfil do piloto", ele disse ao GLOBO na época. Brizola (1922-2004) e seus
companheiros de viagem não podiam imaginar, mas aquilo fora um flerte com a morte.
Quando o DC-10 foi captado na tela dos radares, a frota britânica navegava a dois mil
quilômetros de distância das praias do Rio. Avançava na direção do arquipélago Malvinas, invadido por
tropas argentinas três semanas antes.
O almirante John Forster "Sandy" Woodward comandava uma operação arriscada, a 13 mil
quilômetros das bases europeias, limitada no calendário pelo início do inverno polar. E, também, limitada
no tempo, porque o governo da primeira-ministra Margareth Thatcher não sobreviveria se a missão
resultasse em fiasco ou numa "viagem inútil a lugar nenhum" — na definição do Bureau de Inteligência
do Departamento de Estado norte-americano.
Há quatro dias a esquadra deixara a base da ilha de Ascensão, na altura de Pernambuco, e era
frequentemente sobrevoada por um Boeing 707 da Aerolíneas Argentinas. Toda a estratégia de defesa
da Junta Militar dependia da localização dos navios para estimativas sobre a data mais provável de
chegada da frota à zona de combate.
Incomodado com as missões de "reconhecimento", Woodward pediu mudanças nas regras de
interceptação. Até então, dependia de autorização expressa de Londres para abrir fogo contra aeronaves
consideradas como "ameaça", fora da "zona de exclusão aérea", mesmo que estivessem desarmadas.
Recebeu autonomia na quinta-feira 22 de abril, quando o secretário de Defesa, John Nott, anunciou
alterações no sistema de "alerta de defesa" da frota — sob o argumento de que a esquadra já se
encontrava ao alcance das Força Aérea argentina.
Na manhã de sexta-feira, 23, um Boeing 707 da Aerolíneas despontou nos radares, e
desapareceu — indicam os registros coletados pelo historiador militar britânico Rupert Allason, cujos
livros são assinados com o pseudônimo Nigel West.
À tarde, outro alarme: aeronave suspeita a 340 quilômetros de distância, dez mil metros de
altitude, em aproximação a 700 quilômetros por hora. O momento não poderia ser pior, descreveu
Woodward nas memórias, porque o porta-aviões Hermes estava em meio ao reabastecimento. Preparouse
o lançamento de mísseis.
Um caça Harrier se aproximou do "alvo". Chegou por trás; passou por cima; ficou à frente; foi
para o lado esquerdo; deu uma guinada e sumiu, sem responder às tentativas de contato do comandante
do DC-10, Manoel Mendes — segundo ele mesmo relatou aos passageiros curiosos, como Leonel
Brizola e o então deputado maranhense Neiva Moreira.
O piloto do caça confirmara o "alvo" como jato comercial regular da companhia brasileira Varig,
em voo de rotina e com as luzes de cabine devidamente acesas. Woodward calcula em 30 segundos e
Allason (West) estima em 20 segundos o intervalo entre o reconhecimento pelo Harrier e a ordem para
abortar o ataque. A bordo do DC-10 da Varig, 188 pessoas não sabiam, mas durante essa fração de
tempo flertaram com a morte. E o comandante Woodward escapou de um erro que, certamente, teria
mudado a história da guerra no Atlântico Sul.
Longe dali, no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, desembarcavam os últimos oficiais
argentinos vindos da América Central. Desde 1980 a Argentina estava engajada no plano de ação militar
do governo Ronald Reagan contra a "ameaça comunista" no eixo El Salvador, Honduras e Nicarágua.
Quando o arquipélago Malvinas foi invadido, no 2 de abril, o governo do general Leopoldo Galtieri
sustentava 180 agentes militares e civis em operações encobertas contra guerrilhas centro-americanas.
A participação argentina havia sido negociada pelo coronel Vernon Walters, ex-diretor da CIA, e era
coordenada pelo embaixador John Negroponte, em Honduras, com assistência do coronel Oliver North,
em Washington.
Sob o manto da Guerra Fria, Reagan fizera uma aliança com a ditadura militar argentina,
ferozmente anticomunista. Ganhou uma força antiguerrilha auxiliar — imune às leis dos EUA —, para
compor unidades como o "Batalhão 316", um esquadrão da morte, com histórico de assasinatos, tráfico
de armamentos e de drogas (para financiar a compra de armas). Os agentes argentinos participaram
ativamente.
Essa era uma das razões pelas quais a Junta Militar argentina julgava-se "aliada estratégica" dos
EUA. E apostou no apoio norte-americano para "neutralizar" a reação da Grã-Bretanha à invasão das
Malvinas no 2 de abril de 1982.
Cinco meses antes, o general Galtieri até tentou aprofundar essa aliança. Em novembro de 1981
foi a uma reunião de chefes de exércitos do continente, em Washington, onde apresentou a proposta de
uma força "interamericana" para ampliar a intervenção militar na América Central. O governo Reagan
saudou, mas Brasília despejou uma lápide em cima dessa ideia (em papéis internos, o Itamaraty passou
a defini-la como "divergência não publicitada" nas relações com a Argentina).
Na esteira da crise pós-invasão militar das Malvinas, os EUA recordaram que sua prioridade e
compromisso era a aliança militar com o Reino Unido. A Junta Militar argentina reagiu e retirou seus
agentes da América Central.
Em Brasília, essa decisão foi interpretada pelo Conselho de Segurança Nacional como evidência
de uma crise entre Buenos Aires e Washington, cujo resultado seria uma valorização "do peso específico
da posição brasileira no continente".
Numa das análises enviadas ao presidente da República, general João Figueiredo, em abril, o
CSN considerou que ao governo Galtieri só restava uma alternativa: "Procurar uma aproximação maior
com o Brasil em todos os planos". E, para o governo Reagan — acrescentou —, "se antes a posição
brasileira já era considerada fundamental (na América Latina), agora a impossibilidade de garantir o
apoio argentino a tornará imprescindível".
Estava em curso uma diplomacia "de resultados" —- como definiu o chanceler Ramiro Saraiva
Guerreiro, com peculiar ironia.
Achei a notícia, mas não me lembro da fonte...Vinte segundos separaram um Boeing 707 da VARIG de um míssil Sidewinder britânico durante a Guerra das Malvinas. A informação faz parte do livro Cem dias, de John Woodward, comandante das forças britânicas durante o coniflito com as tropas argentinas, publicado em capítulos pelo jornal londrino Daily Mail.
No dia 21 de abril de 1982, de acordo com o relato do militar, um objeto não- identificado foi captado pelo sistema de radar do porta-aviões Hermes, que estava a caminho do arquipélago situado no Atlântico Sul e recém-ocupado pelas forças argentinas. Como o objeto voava a longa distância, um avião Sea Harrier recebeu ordens de decolar para interceptá-lo. Ao se aproximar, o piloto informou tratar-se de um Boeing 707 sem armas de combate e disse que o avião estranho havia mudado sua rota ao avistar o caça britânico.
Cometeu, no entanto, um equívoco perigoso: identificou, por engano, insígnias da Força Aérea Argentina no Boeing e confundiu a aeronave brasileira da VARIG, a caminho da África do Sul, com um avião de reconhecimento argentino. O erro foi percebido quando o alvo já estava na mira do caça. "Todo o curso da guerra teria mudado caso essa tragédia ocorresse" , admitiu o comandante no livro. Woodward relata o episódio com riqueza de detalhes. Uma foto tirada pelo piloto deixava supor que o Boeing 707-323 da VARIG havia sido convertido num avião de reconhecimento militar. Sua missão, na rápida avaliação do comandante, seria checar o tamanho e as rotas da frota inimiga. "Era o ladrão", concluiu na ocasião. "Pareceu-me que aquele tipo de coisa poderia continuar. Assim, ordenei a derrubada do avião, contou.
Na manha do dia 22 de abril, exatamente às 11h34, o avião foi novamente detectado pelos radares do Hermes. Dessa vez, mais prevenido, o comandante enviou uma patrulha de combate para interceptar o 707-323 da VARIG, mas a missão fracassou e o avião desapareceu. No início da noite, o suposto ''inimigo'' voltou a aparecer e chegou a entrar na linha de alcance dos mísseis britânicos. Nesse momento, Woodward chegou a desconfiar do engano monumental, mas em seguida manteve seus planos. "O ladrão tem nos visitado há três dias. É hora de tirá-lo de cena", decretou. Mantida a sentença, um caça Sea Harrier aproximou-se do Boeing 707. Mas, a 20 segundos de fuzilá-lo, o piloto percebe um novo detalhe. "O avião parece estar numa linha direta de Durban ( na Africa do Sul ) para o Rio de Janeiro", informa pelo rádio.
O comandante gritou imediatamente: " Armas paradas !" Em seguida. ordenou a aproximação de um caça para realizar a identificação visual do ''ini-migo''. O erro, então, é finalmente descoberto. O piloto britânico informa tratar-se de um avião comercial brasileiro, com luzes de navegação e de cabine devidamente acesas e posicionado na rota noroeste Durban-Rio de Janeiro. Essa conclusão acabou por revelar um outro mistério: as duas companhias aéreas que operam entre o Brasil e a Africa do Sul - VARIG e South Afriean Airlines (SAA) - só fazem vôos para Joanesburgo. 'Se tivésse-mos abatido aquele Boeing, a Grã-Bretanha certamente teria perdido a soberania sobre as Falklands ( nome que os Britânicos dão às Malvinas ). Que outra opção restaria ao governo americano senão a de retirar o seu apoio a Londres ?', pergunta ele.
"A força-tarefa britânica seria chamada a regressar, as Falklands seriam hoje Malvinas e eu teria sido conduzido a uma corte marcial", imagina Woodward. Ele admite que nem mesmo a então primeira-ministra britânica, Margarert Thatcher, foi informada sobre o episódio. A derrubada do avião brasileiro, na avaliação feita pelo comandante em seu livro, provocaria um "furor mundial" semelhante ao ocorrido em 1983 com o equivocado ataque promovido pela aviação soviética a um Boeing 747 sul-coreano. O incidente provocou a morte de 269 pessoas. Na época, o então presidente americano, Ronald Reagan, exigiu desculpas formais de Moscou, mas a URSS alegou que o avião não respondeu às tentativas de comunicação emitidas pelos caças soviéticos e acusou os Estados Unidos de terem usado o avião como cobertura para uma missão de espionagem.
Cinco anos depois, no final da guerra entre Irã e Iraque, um navio de guerra americano estacionado no Golfo Pérsico confundiu um Airbus comercial iraniano com um F14 e o abateu, causando a morte das 290 pessoas a bordo. A guerra das Malvinas, iniciada em 2 de abril de 1982 com o desembarque das forças argentinas na ilha e concluída em junho com a retomada do arquipélago pelos britânicos, não precisou, porém, de acidentes para deixar um trágico saldo: 712 argentinos e 255 britânicos mortos em combate. Durante o conflito, um bombardeiro Vulcan invadiu o espaço aéreo brasileiro e foi interceptado por caças F5E da FAB. A Argentina exigiu do governo brasileiro a devolução do avião após o fim da guerra, mas o pedido foi negado. No dia 11 de junho, três dias antes de Buenos Aires assumir uma derrota humilhante, o Vulcan decolou rumo à base britânica de Ascensão, depois da promessa de Londres não usá-lo nos combates.
Os Argies faziam isso também contra nós Lima?Carlos Lima escreveu:Além do mais essa tática argentina é uma velha conhecida da FAB e o pessoal do 1 1/4 Pampa sabe muito sobre isso...![]()
[]s
CB_Lima