EDUCAÇÃO

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Re: EDUCAÇÃO

#121 Mensagem por Bourne » Qua Abr 11, 2012 12:22 pm





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Re: EDUCAÇÃO

#122 Mensagem por alex » Qui Abr 12, 2012 8:47 am

O que eu conheço é estado de São Paulo e a educação do maravilhoso governo do PSDB.(modo ironia)
Este partido criou um bonus por produtividade que nada mais é que uma valor anual pago de 1 a 2,8 vezes do salario mensal de um professor.
Esse valor anual é feito por um critério impossivel de avaliar por qualquer pessoa normal.
Qualquer professor inteligente percebe que seu salario mensal é achatado para gerar esse valor no final de ano e ser usado em campanha eleitoral.
Caso o professor falte, mesmo por motivo de doença , esse bonus é retirado.
Então não existe motivação nenhuma da parte destes profissionais.

Resultado:
O governo do PSDB está contratando professores que não foram classificados nos concursos publicos feito por este mesmo governo.
Ai voce vê que o Brasil não consegue ter a mesma produtividade de outros emergentes.




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Re: EDUCAÇÃO

#123 Mensagem por Super Flanker » Qui Abr 12, 2012 4:18 pm

Só não sei pq colocam só a culpa da péssima educação no PSDB.
Eu moro em São Carlos, e é governada pelo PT a 12 anos, minha mãe é professora da rede municipal, ela fala que desde que o PT entrou, a educação infantil piorou muito.




"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem." Schopenhauer
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Re: EDUCAÇÃO

#124 Mensagem por Brasileiro » Sex Abr 13, 2012 11:19 am

Palmada não educa, conclui análise de 20 anos de pesquisas

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

Atire a primeira pedra o pai ou a mãe que nunca pensou em jogar uma no seu filhote. Mas é melhor não. Vinte anos de pesquisas mostram: castigo físico não dá bons resultados.

Estudos em várias partes do planeta demonstram uma associação clara entre essa forma de punição e problemas como depressão, ansiedade e vícios, que podem começar na infância e se estender para a vida adulta.

Pesquisar o castigo corporal é um desafio. Em ciência, a metodologia mais usada é o estudo controlado aleatório: dois grupos recebem um ou outro remédio, por exemplo. Mas como fazer isso com palmadas? Um grupo de crianças apanha e outro não?

Por isso, são mais comuns os estudos "prospectivos": são estudadas crianças com níveis de agressão ou comportamento antissocial equivalentes no começo e analisada a progressão do comportamento. Ou "retrospectivos", baseados na memória.

Dois pesquisadores no Canadá --a psicóloga Joan Durrant, da Universidade de Manitoba, e o assistente social Ron Ensom, do Hospital Infantil de Eastern Ontario-- analisaram 20 anos dessas pesquisas, incluindo uma metanálise com mais de 36 mil participantes.

A conclusão de Durrant e Enson: "Nenhum estudo mostrou que a punição física tem efeito positivo, e a maior parte dos estudos encontrou efeitos negativos".

Mas será que isso vale para todo o planeta ou só para as sociedades mais tolerantes do Ocidente? Haveria o mesmo efeito em sociedades acostumadas a níveis altos de agressão no cotidiano, como a violência urbana do Brasil?

"Há uma suposição de que quanto mais comum é uma experiência, menor é o impacto nos membros do grupo que a experimentam. A pesquisa sugere uma resposta a essa questão. Crianças brancas, negras e hispânicas nos EUA, apesar de diferenças na prevalência do uso de castigo corporal, compartilham os mesmos riscos do seu uso", disse Ensom à Folha.

QUEM APANHA MAIS

Os melhores estudos sobre a "prevalência da palmada" foram feitos nos EUA. Conhecendo os adolescentes, poderia se esperar que eles seriam os alvos mais naturais.

Mas são as crianças menores que mais sofrem castigo. "Nos EUA, quase todas as crianças da pré-escola levaram palmada. Provavelmente porque são ativas e inquisitivas e têm compreensão limitada de perigo ou das necessidades dos outros", diz Ensom.

Certo, qual a opção, então, ao tapinha "corretivo"? Os pesquisadores falam em "disciplina positiva". A autoridade dos pais continua existindo, mas sem violência.

"A disciplina positiva ensina pacientemente em vez de punir arbitrariamente. Se você espera que uma criança arrume seus brinquedos e ela foi lembrada de fazê-lo, mas mantém a TV ligada em vez disso, é razoável que os pais digam: 'Sem TV até você arrumar seu quarto'", exemplifica o pesquisador.

Bater em uma criança só a ensina a usar agressão, segundo outro pesquisador do tema, George Holden, da Universidade Metodista do Sul, de Dallas, Texas, sul dos EUA.

"Existe um debate sobre o fato de crianças serem menos afetadas pelo castigo se essa for uma prática aceita na sociedade em que ela está. Estudos descobriram que a frequência cultural do castigo é um 'moderador' dos efeitos", disse Holden à Folha.

Segundo Holden, que no ano passado coordenou uma conferência para promover o fim do castigo corporal, as palmadas são mais frequentes de dois a cinco anos.

"Alguns pais batem em crianças mais velhas, talvez 10%, e alguns continuam a usar o castigo corporal em adolescentes", diz ele.

O brasileiro apanhou muito quando era criança ou adolescente, mas os americanos apanharam mais.

Pesquisa de 2010 com 4.025 pessoas com mais de 16 anos em 11 capitais do país revelou que 70,5% sofreram alguma forma de castigo físico quando jovens. Já nos EUA, a porcentagem passa dos 90% --e fica em torno dos 10% na Suécia, segundo o cientista social Renato Alves, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

"É difícil fazer pesquisa com criança", diz Alves. Ainda mais porque os pais estão junto e eles podem estar castigando os filhos.

O tema afeta a delicada área dos direitos individuais e da intromissão do Estado na vida privada. Como demonstraram os debates no ano passado sobre a Lei da Palmada --projeto de lei para proibir castigos físicos em crianças e adolescentes, em tramitação no Congresso.

Há pais que defendem o direito de disciplinarem suas crias da maneira que bem entenderem. Mas defensores dos direitos humanos sustentam que eles "começam em casa". E, claro, há o fato de o Brasil ser signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.

Mas Alves diz que há pouca chance de a Lei da Palmada vingar. Ele nota a ironia: um adulto bater em outro é crime, mas um adulto bater na sua criança não é.

A Sociedade de Pediatria de São Paulo acaba de lançar o Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência. Na publicação, que será distribuída a profissionais, a entidade afirma que a violência doméstica começa com a palmada.

CHINELO E PAU

Dos brasileiros que afirmaram ter apanhado, a maioria --42%-- afirmou ter apanhado pouco; só 11,4% levavam tapa "quase todos os dias". O mais comum era levar palmada (40,1%), apanhar de chinelo (54,4%) ou de cinto (47,3%); só uma minoria corria riscos maiores ao apanhar de pau ou objetos semelhantes (12,2%). Claro, os percentuais passam de 100% porque os pais variavam a forma de castigar os rebentos...
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrio ... isas.shtml


abraços]




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Re: EDUCAÇÃO

#125 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Abr 13, 2012 11:47 am

O meu pai batia-me uma vez por ano, mas a tareia valia para o resto do ano! Já a minha mãe infernizava-me a vida todos os dias... prefiro a pancada do meu pai ao stress da minha mãe a qualquer hora!!!




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: EDUCAÇÃO

#126 Mensagem por delmar » Sex Abr 13, 2012 12:41 pm

alex escreveu:O que eu conheço é estado de São Paulo e a educação do maravilhoso governo do PSDB.(modo ironia)
Este partido criou um bonus por produtividade que nada mais é que uma valor anual pago de 1 a 2,8 vezes do salario mensal de um professor.
Esse valor anual é feito por um critério impossivel de avaliar por qualquer pessoa normal.
Qualquer professor inteligente percebe que seu salario mensal é achatado para gerar esse valor no final de ano e ser usado em campanha eleitoral.
Caso o professor falte, mesmo por motivo de doença , esse bonus é retirado.
Então não existe motivação nenhuma da parte destes profissionais.
Resultado:
O governo do PSDB está contratando professores que não foram classificados nos concursos publicos feito por este mesmo governo.
Ai voce vê que o Brasil não consegue ter a mesma produtividade de outros emergentes.
Aqui no RS já tivemos governo do PT, seguido pelo PMDB, depois pelo PSDB, voltando agora para o PT e não houve mudanças significativas. Na oposição todos tem idéias maravilhosas para valorizar os professores mas, quando assumem, ficam de frente com a dura realidade de administrar um enorme corpo de funcionários na ativa e um contingente ainda maior de aposentados, ninguém disposto a abrir mão de qualquer privilégio que tenha, por menor que seja.
Não tenha, portanto, nenhuma ilusão de que trocando o partido que está no poder as coisas vão melhorar na educação. Penso que deve ficar bem claro para todos os governantes, independente de partido, que os dirigentes de sindicatos e associações de professores agem somente para defender os interesses salariais e trabalhistas de seus associados e não estão nem aí para a qualidade do ensino.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: EDUCAÇÃO

#127 Mensagem por Clermont » Qua Abr 25, 2012 6:56 pm

Impressões sobre jardim de infância na Alemanha.

Tamine Maklouf - Cartas de Berlim - 25.4.2012.

Esse negócio de ter filho é padecer mesmo em um mar de uma série de pesquisas na Internet em busca de uma luz que te ajude a descortinar as dúvidas mais latentes de uma mãe no meio das madrugadas.

Eles vão crescendo, começando a comer coisinhas e ter contato com o mundo exterior de forma interativa pela primeira vez e avante. Você percebe, então, que não é mais a única influência no desenvolvimento daquele ser tão pequeno que um dia foi do tamanho de um grão de arroz.

Toda essa linguiça era só pra introduzir o tema de hoje: chegou a hora de começar a procurar uma creche para o meu filho. E estou na Alemanha, a terra onde a educação das crianças é mais importante que tudo. Assim, queria compartilhar com você algumas coisas que já notei, porém, sem embasamento científico, só observação mesmo.

É sempre inevitável comparar a realidade alemã com a brasileira. E olha, eu nunca vi na minha vida tanta diferença entre dois sistemas educacionais. Nos jardins de infância, por exemplo, a discrepância já começa por fora:

Brasil: Muros pintados com temas infantis, de preferência personagens conhecidos das crianças; uso frequente de diminutivos no nome da instituição; muita cor.

Alemanha: Prédios e casas sóbrias, nenhuma alusão a personagens conhecidos, pouca cor (talvez mais dentro). Por fora, não dá para identificar tratar-se de um jardim de infância.

Um casal de brasileiros que acabou de chegar à Alemanha com a filha de 4 anos comentou comigo que o valor mais importante no jardim da menina é a disciplina. Ela rege todo o cotidiano e todas as atividades das crianças. Se uma hora elas estão subindo em árvores, em outra estão limpando o leite que deixaram cair no chão. A divisão de tarefas é rigorosa.

Apesar disso, pelo que percebi, no jardim as crianças alemãs brincam mais que as brasileiras, que antes de ir pra escola já aprendem a escrever os nomes. Talvez porque passem mais tempo dentro das salas do que fora, será?

Na Alemanha, o espaço ao ar livre da instituição é muito valorizado, enquanto no Brasil as atividades “pré-escola” são mais visadas, tanto que aí chamam jardim e creche de “escolinha”.

Bem, então você chega em casa, senta para ler um livro e descobre que simplesmente um alemão inventou o jardim de infância como o conhecemos! Foi o pedagogo Friedrich Fröbel quem fundou o primeiro “kindergarten” da história, em 1840, em uma cidade da Turíngia.

Missão para os próximos meses: me inteirar em assuntos pedagógicos. Acho que vou precisar.




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Re: EDUCAÇÃO

#128 Mensagem por Bourne » Qui Abr 26, 2012 10:30 pm

Isso tem que postar aqui.

Como um senhor feudal "cool" pensa.
Richa não quer PMs com estudo porque eles "se insubordinariam"

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/blog/cai ... orque-eles

Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Richa com comando da PM: melhor só obedecer.

O governador Beto Richa (PSDB) disse em entrevista à rádio CBN, nesta quinta-feira, que acha positivo que os policiais militares do estado não tenham diploma de curso superior.

A polêmica entre o governo e as associações que representam os policiais militares, que queriam que o governo passasse a exigir diploma dos que entram na corporação.

Segundo Richa, é bom que os policiais não tenham diploma, porque gente formada normalmente é muito insubordinada.

"Outra questão é de insubordinação também, uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior, uma patente maior", afirmou o governador.


A declaração do governador é um desestímulo à educação e à cultura dentro da corporação. Nitidamente, o que Richa defende, em sua declaração, é que a PM dê preferência a pessoas que não estudem.

Além de tudo, mostra uma miopia em relação à realidade do mundo. Como se pessoas sem estudo superior não pudessem ser contestadoras ou insubordinadas (pela versão de Richa, as greves comandadas por Lula no ABC nunca existiram).

A função do Estado é estimular o estudo, e não o contrário. Mais do que isso: o governador não deveria desejar uma corporação de gente que simplesmente atende ordens cegamente, como ele parece querer. E, sim, fomentar um ambiente em que as pessoas sejam capazes de autonomia.

Richa poderia, sem nenhum problema, defender que não é preciso diploma para ser policial. Mas com outros argumentos.




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Re: EDUCAÇÃO

#129 Mensagem por Boss » Sex Abr 27, 2012 1:07 am

[024]

Como um idiota desses consegue ser governador...




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Re: EDUCAÇÃO

#130 Mensagem por Bourne » Sex Abr 27, 2012 5:27 am

Por que é jovem e representa a modernidade, o novo. Segundo a propaganda da última eleição. :mrgreen:

Porém na verdade causa inveja nos coronéis do norte/nordeste.




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Re: EDUCAÇÃO

#131 Mensagem por Clermont » Sex Abr 27, 2012 8:27 am

Boss escreveu:Como um idiota desses consegue ser governador...
Como um idiota E IMBECIL desses consegue ser governador... [002]




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Re: EDUCAÇÃO

#132 Mensagem por Dall » Sáb Abr 28, 2012 1:10 am

Ministro diz que vai reajustar bolsas de pós-graduação

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira que vai reajustar os valores das bolsas oferecidas a alunos de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). "Temos de construir um reajuste das bolsas da Capes o mais rápido possível, para corrigir a defasagem", disse, durante entrevista dada a correspondentes estrangeiros em Brasília.

A manifestação do ministro veio menos de uma semana depois de mestrandos e doutorandos realizarem uma paralisação nacional para cobrar o aumento nos valores das bolsas, congelados há quatro anos. Hoje, no Brasil, o aluno de mestrado ganha R$ 1,2 mil; de doutorado, R$ 1,8 mil; de pós-doutorado, R$ 3,3 mil; e professor visitante nacional sênior recebe R$ 8,9 mil. No exterior, o valor varia conforme o país, a modalidade e a condição familiar.

Segundo matéria publicada no portal do MEC, Mercadante acredita que o programa Ciência sem Fronteiras não faz sentido sem a recomposição dos valores das bolsas no País e no exterior. A meta do governo Dilma Rousseff é enviar 100 mil alunos, da graduação ao pós-doutorado, para uma temporada de estudos em universidades estrangeiras até 2014.

O último reajuste de bolsas de pós-graduação no País ocorreu em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para os atuais R$ 1,2 mil e as de doutorado subiram de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos - as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.

De acordo com o MEC, nos últimos quatro anos a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, diz o governo, havia cerca de 40 mil bolsistas no País; em 2011, esse número saltou para 71 mil, o que representa um crescimento de 75%.

Para Elisangela Lizardo, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), a manifestação do ministro foi uma sinalização importante em direção ao reajuste, mas ainda não é a hora de comemorar. Segundo informações publicadas no site da entidade, Elisagela deve viajar a Brasília para acompanhar a discussão sobre o aumento.

Sem duvida alguma a pesquisa cientifica e tecnológica é fundamental para o desenvolvimento do país.

Porem antes de discutirmos bolsas de R$ 5000,00 para nossos pesquisadores é fundamental analisar outra questão.

Infelizmente a maior parte da pesquisa que é realizada em universidades brasileiras não serve para muita coisa alem de dar um titulo de mestre ou doutor ao seu autor para que ele possa passar em um concurso e lecionar em alguma instituição publica.

Ainda se produz muitas dissertações no estilo “Modelo determinístico e fuzzy para estimativa de falhas em motores elétricos”. Trabalhos que apesar de nomes imponentes nada agregam, porque seus modelos técnicos propostos em nada serve para a indústria de motores elétricos.

As universidades publicas em sua maioria também são pequenos altares fechados em seus corporativismos e frescuras internas, salvo poucas exceções, não se interessam por aproximações com o mercado, porque este vive de resultados objetivos, diferente do lenga- lenga acadêmico que permeia a maioria dos departamentos de engenharia de universidades publicas.

Precisamos de mestres e doutores sim, mas nosso “drama” esta em questões mais básicas.

Primeiro que optamos por formar menos técnicos de ensino médio com bons conhecimentos, como nos anos de 1970 e 1980 para formarmos uma série de profissionais de nível superior meia boca nos anos de 1990 e 2000 quando piporam centenas de UNISQUINAS, faculdades de péssima qualidade no Brasil. Bons técnicos fazem tanta falta quanto bons engenheiros.

Depois precisamos rever nossos currículos de engenharia. Nas boas universidades brasileiras, no segmento de engenharia, os professores são iguais aos melhores do mundo. Os alunos são aplicados, mas o engenheiro que forma esta um pouco “fora da especificação” do mercado.

Explico melhor. Os cursos de engenharia no Brasil, via de regra carentes em laboratórios e recursos pedagógicos, formam profissionais de engenharia muito teóricos, o engenheiro sabe calcular sistemas de equações diferencias complicadíssimos, sabe fazer proezas com software como o MATLAB, mas poucos recém formados sabem projetar um rolamento, não conseguem projetar um hardware de um carregador de baterias de celular.

Tudo bem, que demora uma década para se formar um bom engenheiro e que metade deste tempo é dentro da indústria que ele continua sua formação ao sair da faculdade, mas em países como Coréia do Sul e China, desde o inicio do curso de engenharia o aluno é direcionado para áreas de projetos muito especificas da indústria, ele sai da faculdade gerando muito mais resultados práticos (que queiram ou não é o que o mercado exige em qualquer lugar do mundo) do que no modelo brasileiro.




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Re: EDUCAÇÃO

#133 Mensagem por Clermont » Sáb Abr 28, 2012 7:21 pm

Justiça com lentes coloridas.

Opinião - O Estado de S.Paulo - 28.04.12.

A discriminação racial no Brasil é constitucional, segundo decidiram por unanimidade os ministros do Supremo Tribunal (STF), num julgamento sobre a adoção de cotas para negros e pardos nas universidades públicas. Com base numa notável mistura de argumentos verdadeiros e falsos, eles aprovaram a reserva de vagas para estudantes selecionados com base na cor da pele ou, mais precisamente, na cor ou origem étnica declarada pelo interessado. Mesmo enfeitada com rótulos politicamente corretos e apresentada como "correção de desigualdades sociais", essa decisão é obviamente discriminatória e converte a raça em critério de ação governamental. Para os juízes, a desigualdade mais importante é a racial, não a econômica, embora eles mal distingam uma da outra.

O ministro Cezar Peluso mencionou as diferenças de oportunidades oferecidas a diferentes grupos de estudantes. Com isso, chamou a atenção para um dos maiores obstáculos à concretização dos ideais de justiça. Todos os juízes, de alguma forma, tocaram nesse ponto ou dele se aproximaram. Estabeleceram, portanto, uma premissa relevante para o debate sobre a formação de uma sociedade justa e compatível com os valores da democracia liberal, mas perderam-se ao formular as conclusões.

O ministro Joaquim Barbosa referiu-se à política de cotas como forma de combater "a discriminação de fato", "absolutamente enraizada", segundo ele, na sociedade. Mas como se manifesta a discriminação? Candidatos são reprovados no vestibular por causa da cor? E os barrados em etapas escolares anteriores? Também foram vítimas de racismo?

A ministra Rosa Weber foi além. "A disparidade racial", disse ela, "é flagrante na sociedade brasileira." "A pobreza tem cor no Brasil: negra, mestiça, amarela", acrescentou. A intrigante referência à cor amarela poderia valer uma discussão, mas o ponto essencial é outro. Só essas cores identificam a pobreza no Brasil? Não há pobres de coloração diferente? Ou a ministra tem dificuldades com a correspondência de conjuntos ou ela considera desimportante a pobreza não-negra, não-mestiça e não-amarela.

Mas seus problemas lógicos são mais amplos. Depois de estabelecer uma correspondência entre cor e pobreza, ela mesma desqualificou a diferença econômica como fator relevante. "Se os negros não chegam à universidade, por óbvio não compartilham com igualdade das mesmas chances dos brancos." E concluiu: "Não parece razoável reduzir a desigualdade social brasileira ao critério econômico". A afirmação seria mais digna de consideração se fosse acompanhada de algum argumento. Mas não é. O fator não econômico e estritamente racial nunca foi esclarecido na exposição da ministra nem nos votos de seus colegas.

Nenhum deles mostrou com suficiente clareza como se manifesta a discriminação no acesso à universidade ou, mais geralmente, no acesso à educação. O ministro Celso de Mello citou sua experiência numa escola pública americana sujeita à segregação. Lembrou também a separação racial nos ônibus escolares nos Estados Unidos. Seria um argumento esclarecedor se esse tipo de segregação - especificamente racial - fosse no Brasil tão normal e decisivo quanto o foi nos Estados Unidos.

Talvez haja bons argumentos a favor da discriminação politicamente correta defendida pelos juízes do STF, mas nenhum desses foi apresentado. Brancos pobres também têm dificuldade de acesso à universidade, mas seu problema foi menosprezado.

Se um negro ou pardo com nota insuficiente é considerado capaz de cursar com proveito uma escola superior, a mesma hipótese deveria valer para qualquer outro estudante. Mas não vale. Talvez esse branco pobre também deva pagar pelos "danos pretéritos perpetrados por nossos antepassados". Justíssimo?

Como suas excelências poderão ser envolvidas em outras questões de política educacional, talvez devam dar uma espiada nos censos. Os funis mais importantes e socialmente mais danosos não estão na universidade, mas nos níveis fundamental e médio. Países emergentes bem-sucedidos na redução de desigualdades deram atenção prioritária a esse problema. O resto é demagogia.




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Re: EDUCAÇÃO

#134 Mensagem por Clermont » Dom Abr 29, 2012 11:14 am

Olha aí a rapina da tecnologia na educação.

Elio Gaspari, O Globo - 29.04.12.

Com vocês, Delúbio Soares 2.0. A Polícia Federal achou-o no restaurante 14 Bis, no Rio, discutindo o fornecimento de lousas digitais para escolas públicas capixabas e goianas.

Segundo o empresário interessado, o companheiro disse-lhe que “um pedido do meu deputado é praticamente uma ordem”. Referia-se ao deputado estadual Misael Oliveira (PDT-GO).

Desde que o homo sapiens grafitou a caverna de Altamira, há 15 mil anos, repete-se o costume de usar uma pedra (giz) para desenhar ou, mais tarde, escrever, numa superfície rígida. Desde o século XI isso é feito em escolas. Os quadros-negros custam pouco, não enguiçam, não consomem energia, nem precisam de manutenção.

As lousas digitais, cinematográficas, interativas e coloridas, tornaram-se parte de uma praga estimulada por fornecedores de equipamentos eletrônicos para a rede pública de ensino. Cada uma custa pelo menos o salário-base de um professor (R$ 1.451).

Um dos municípios que contrataram lousas da empresa que tratou com Delúbio foi o de Presidente Kennedy (ES). Gastou R$ 2,7 milhões em três escolas, e o endereço da fornecedora era um terreno baldio.

O prefeito e seis secretários, inclusive a de Educação, foram presos.

Com os royalties da Petrobras, Presidente Kennedy tem uma das maiores rendas per capita do Espírito Santo, e um dos piores índices de desenvolvimento humano.

O pequeno município não está sozinho nessa febre. O MEC quer comprar 600 mil tablets para que professores preparem suas aulas (como, não diz). Isso e mais 10 mil lousas digitais.

O governo de São Paulo estuda um investimento de R$ 5,5 bilhões para colocar lousas e tabuletas em todas as escolas públicas.

Gustavo Ioschpe foi atrás da ideia e descobriu que a Secretaria de Educação não tinha um projeto pedagógico que amparasse a iniciativa. Toda a documentação disponível resumia-se a uma carta do presidente da Dell (fornecedor do equipamento), com um resumo de um estudo da Unesco. Pediu o texto, mas não o obteve.

Lousas digitais, tabuletas e laptops são instrumentos do progresso quando fazem parte de uma ação integrada, na qual tudo começa pela capacitação do professor. Hoje, no Brasil, contam-se nos dedos as experiências bem-sucedidas na rede pública.

Prevalecem desperdícios que poderiam ser evitados pela aplicação da Lei de Simonsen: “Pague-se a comissão, desde que o intermediário esqueça o assunto”.




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Re: EDUCAÇÃO

#135 Mensagem por Clermont » Qua Mai 02, 2012 4:45 pm

Afinal, copiamos um mau modelo: o ‘racialismo’

O Globo - Editorial - 2.05.12.

A aprovação das cotas raciais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) encerra apenas do ponto de vista institucional a discussão sobre a reserva de vagas para estudantes negros na universidade.

Ficam em aberto, no entanto, outras questões que não podem ser resolvidas pelo viés próprio de decisões como a tomada pela Corte semana passada.

Uma delas é que se deixou espetada na conta do branco pobre a fatura da suposta “dívida histórica” da sociedade brasileira com os negros, que a brigada racialista invariavelmente antepõe como pressuposto da defesa de suas ideias.

De resto, é discutível o alcance desse resgate de “dívida” social, num país que patrocinou uma odiosa escravidão, fato inquestionável, mas cuja história registra casos de ex-escravos que, libertos e tendo ascendido socialmente, passaram também eles a ser donos de escravos. Alguns foram negociantes no ramo.

Outra questão, de alcance mais amplo, é que se relega a segundo plano, em nome do alegado problema da discriminação de que seriam vítimas os estudantes negros brasileiros, a questão-chave, a mãe de todas as ações afirmativas, na qual se inserem as cotas: a melhoria do ensino básico público.

Este, sim, seria o ponto de inflexão da educação no país. Enfrentá-lo com iniciativas que de fato deem condições a estudantes pobres, independentemente da cor da pele, de pleitear seu direito à ascensão social baseada num ensino de boa qualidade seria contundente demonstração de justiça social.

Essa visão, mais de acordo com a realidade social do país, baseia-se numa constatação: não é em razão da cor da pele que decorrem as baixas taxas de acesso do estudante negro à universidade.

Este inegável e vergonhoso indicador é resultado das poucas oportunidades que o ensino público de base oferece ao estudante pobre, em geral, de se instruir, e, por conseguinte, de disputar vagas — nas faculdades e no mercado de trabalho — em igualdade de condições com aqueles mais bem qualificados.

O negro tem presença rarefeita na universidade não por ser negro, mas por ser pobre.

Outra questão a ser discutida é o modelo sobre o qual se alicerçou todo o movimento pela instituição das cotas raciais no Brasil. A referência direta é o sistema americano. Ao importar a réplica dos Estados Unidos, o movimento cotista eclipsou aspectos que distinguem a sociedade americana da brasileira.

Relevou-se, por exemplo, o pressuposto histórico de que, lá, a sociedade se constituiu sobre “raças”, ao passo que no Brasil consagra-se o princípio da miscigenação. Aqui, o risco é de o país ficar suscetível a tensões até agora inexistentes.

Além disso, enquanto a sentença do STF implica a adoção de um percentual rígido de reserva de vagas nas universidades, a Suprema Corte americana estabeleceu um conjunto de fatores baseados no nível social do candidato, que obrigatoriamente devem ser levados em conta como critérios para a aplicação das cotas. Esse princípio, de certa maneira, dilui o caráter racialista do sistema.

A decisão do STF, por óbvio, tem de ser respeitada, sob pena de se arranhar o protocolo do estado de direito. Mas é uma posição que não invalida — antes, a torna inadiável — a tarefa de se buscar, para todos, a democratização da educação, pela radical melhoria do ensino público básico.




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