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por Clermont » Sáb Fev 25, 2012 2:34 pm
DRESDEN, HIROSHIMA E AS MAQUINAÇÕES SOVIÉTICAS.
Por Bruce Walker - 16.02.12 - The New American.com.
O aniversário do bombardeio aliado de Dresden em 13 e 14 de fevereiro de 1945 tornou-se uma memória cada vez mais litigiosa para milhares de alemães. Os historiadores tem debatido o valor militar da velha e abarrotada cidade, alguns dizendo que ela tinha pouca significação, com outros apontando que até o bombardeio, ela ainda estava ativa com a produção de guerra. O que poucos duvidam é que a guerra já estava perdida para a Alemanha antes do bombardeio de Dresden, e que a rendição incondicional exigida pelo presidente Roosevelt era inevitável dentro de poucas semanas não importa o que ocorresse.
O que é ainda mais certo é que a intratável decisão de Roosevelt de não aceitar nada exceto a rendição incondicional pelas potências do Eixo custou dezenas de milhões de vidas, alongou a guerra e extendeu dramaticamente o alcance do poder soviético. Um tal resultado era o que os traidores dentro do governo dos Estados Unidos queriam. Na Europa, a exigência pela rendição incondicional significou que os bravos alemães que trabalhavam para pôr um fim ao mal do nacional-socialismo, trabalhavam sem esperanças. As nações anglo-americanas rechaçaram todas as iniciativas destes alemães anti-nazistas, alguns dos quais mantinham posições de influência nas forças armadas e no governo (embora não no Partido Nazista).
O impacto sobre as outras potências do Eixo criou uma horrível confusão que prolongou a guerra. A Itália, por exemplo, estava desejosa não apenas para deixar o Eixo mas para entrar ativamente na guerra ao lado das potências Aliadas. Se esta abertura tivesse sido pronta e calmamente aceita pelos Aliados, então toda a sangrenta batalha subindo a península italiana poderia ter sido evitada e as unidades militares alemãs na Itália, em 1943, poderiam ter sido desarmadas e internadas.
Nações como a Finlândia, perversamente listada no programa Military Channel sobre os colaboracionistas nazistas como uma serviçal de Hitler, queriam simplesmente a devolução do território tomado por Stalin, o mais importante "colaboracionista nazista" no mundo. Interessantemente, o Military Channel não está incluindo na série este maior dos colaboracionistas - a União Soviética - a facilitadora da divisão da Polônia, o regime marxista que entregou judeus alemães à Gestapo, como o arrepiante relato pessoal de Margarete Buber-Neumann demonstra em seu Between Two Dictators. Nações como a Hungria - que desprezava o anti-semitimo nazista (judeus continuaram a servir no legislativo nacional húngaro bem dentro da guerra) - igualmente não são isentadas.
O bombardeio estratégico, antes do que a rendição negociada, não era alguma coisa que apelasse naturalmente aos americanos, a maioria dos quais queria os campos de concentração e campos da morte fechados tão logo quanto possível. É uma horrível verdade histórica que metade destes mortos em tais campos, morreram nos últimos seis meses da guerra, muito após a maioria das potências do Eixo e uma grande parte dos líderes do Exército alemão terem visto que a guerra estava perdida.
Mesmo se o bombardeio tivesse sido o único jeito de derrotar os nazistas, a imolação de Dresden foi desastrosamente ineficaz (entretanto, de modo algum diminuindo a coragem e nobreza dos aviadores americanos que lutarem e morreram em grandes números por seu país). Dois anos antes de Dresden, na Operação GOMORRAH, os bombardeiros noturnos britânicos e os diurnos americanos martelaram Hamburgo até que os serviços de bombeiros fossem avassalados, ruas literalmente derretessem e alemães de todas as idades fossem sugados por ventanias de centenas de quilômetros por hora, em tempestades de fogo que mataram, em poucas noites, números semelhantes aos dos mortos em Dresden.
O que aconteceu na Europa espelhou-se no Pacífico. Como o professor Anthony Kubek conta em sua magistral obra, How the Far East was Lost: American Foreign Policy and the Creation of Communist China, 1941-1949 (Regnery, 1963), nunca teria sido preciso existir uma decisão sobre lançar uma bomba de fissão sobre Hiroshima ou, mais tarde, sobre Nagasaki. A maioria dos historiadores diz que decisão de bombardear as cidades japonesas foi a conseqüência natural do imperialismo japonês, que os tornou relutantes em renderem-se sob quaisquer circunstâncias concebíveis; adicionalmente, afirmam eles que, pesando na decisão, estava o número de militares americanos que provavelmente morreriam no assalto inicial sobre as ilhas metropolitanas do Japão.
Mas, ao contrário da necessidade de uma rendição incondicional da Alemanha nazista, não havia necessidade alguma de exigir rendição incondicional do Japão. Mais de um ano antes de Hiroshima, o general Douglas MacArthur recebeu propostas de rendição do Japão e as transmitiu, juntamente com seu próprio aconselhamento para que tais termos fossem aceitos, antes da Conferência de Ialta.
O que previam esses termos:
1. Total rendição das forças japonesas no mar, no ar e terra, na metrópole e nos países ocupados.
2. Entrega de todas as armas e munições.
3. Ocupação dos territórios metropolitanos japoneses e possessões ilhoas por tropas aliadas sob direção americana.
4. Renúncia japonesa à Manchúria, Coréia, Formosa, tanto como a todo o território tomado durante a guerra.
5. Regulação da indústria japonesa para deter a produção presente e futura de implementos de guerra.
6. Entrega de todos os criminosos de guerra designados.
7. Libertação de todos os prisioneiros de guerra e internados no Japão propriamente dito e nas áreas sob controle japonês.
Estes sete termos eram a posição inicial de barganha pela paz. Estas propostas foram feitas em nada menos do que sete ocasiões, através de canais americanos e britânicos. Entretanto, Roosevelt preferiu continuar a guerra e, criticamente, buscar a "ajuda" de Stalin contra o Japão - apesar do fato de que Stalin tinha, escrupulosamente, aderido ao seu pacto de não-agressão de 1941 com o Japão até meados de 1945.
MacArthur apelou para que Roosevelt começasse negociações imediatas e que não convidasse Stalin para entrar na guerra contra o Japão. Roosevelt observou, laconicamente, "MacArthur é nosso maior general e nosso mais pobre político." Porém MacArthur considerava que as vidas dos mais valentes da América - os fuzileiros navais e os soldados de infantaria que não precisavam ter morrido em Okinawa e em Iwo Jima, em campanhas horrendas, se estes termos de rendição tivessem sido aceitos - valiam algo mais.
O grosteco fracasso da estadística racional americana no último ano da Segunda Guerra Mundial, tristemente, não foi um acidente. Os líderes militares americanos e britânicos, para não dizer nada das democracias dos Domínios da Comunidade Britânica que tinham se juntado na guerra, simplesmente queriam o que a maioria dos comandantes queriam; que o combate cessasse rápida e consistentemente com os objetivos da guerra.
Por volta de 1944, entretanto, a administração Roosevelt estava infestada com agentes soviéticos; a Grã-Bretanha, também, tinha sido infiltrada em níveis diferentes. O bombardeio incendiário das cidades alemãs e japonesas pelos Aliados asseguraria amargura durando por muitas gerações. O convite à União Soviética para ocupar metade da Europa e metade da Ásia - apesar da aliança de fato de Stalin com Hitler e sua leal cumprimento durante quatro anos ao seu pacto de não-agressão com o Japão - garantiriam que o poder marxista poderia escravizar e empobrecer centenas de milhões de almas.
Com disse Sherman, guerra é um inferno. Ela também é uma condição antinatural para uma nação cujos principais objetivos são a liberdade, fé e relações pacíficas com todos os outros países que o desejarem. O legado de Dresden e de Hiroshima perdura porque a América não foi conduzida por aqueles que a amavam, mas por aqueles que a usaram.