Notícias Espaciais (mundo afora)

Área para discussão de tudo que envolve a aviação civil e atividades aeroespaciais em geral como aeronaves, empresas aéreas, fabricantes, foguetes entre outros.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
mauri
Sênior
Sênior
Mensagens: 1188
Registrado em: Dom Jul 17, 2005 7:35 pm
Localização: Fortaleza
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 111 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#271 Mensagem por mauri » Qui Fev 16, 2012 5:59 pm

Anunnarca,

Sim estamos falando a mesma coisa, estamos todos querendo o melhor pro PEB, no entanto com uma diferença, eu defendo o que foi feito e vocês não.....Não sou a favor de uma borracha, defendo que chegando a grana a coisa vai funcionar direitinho do jeito que estava programada....

Vou te dar um exemplo na conotativo de como a coisa funciona:

Suponha que Sr.Brasil pai de um certo garoto(PEB) chame-o e diga: Olha você já estar bem grandinho e precisa viver por conta própria como os outros garotos de sua idade, então eu vou te dar um dineheiro pra voce comprar uma frota 3 taxis( Vls1,VLs2 e Vls3).

PEB muito feliz correu pra fazer os orçamentos e logo apresentou:

Total dos 3 taxis US$ 60.000,00 que poderiam ser pago em 3 anos com parcelas de US$20.000,00

Chegada a hora de fechar o negócio o Sr. Brasil veio com outra história, olha o orçamento ta apertado, tem crise nas EUA, crise na Europa, etc etc...

Vou te dar US$ 20.000,00 em 10 parcelas de US$ 2.000,00, e se a crise melhorar próximo ano, eu vejo o que poço fazer...

e ai o que voce faz?

Bom, sabendo que não pode comprar nem um taxi mas tem a promessa do pai e sabendo que na sua casa não tem garagem, voce não tem a carteira de habilitação, voce não tem registro na prefeitura, etc....

Entao resolve gastar os US$ 20.000,00 pra fazer tudo que precisa para futuramente ter a sua frota de taxi e quando o seu pai deslocar restante do dinheiro, voce já estará preparado.

Então ficou dependente somente da boa vontade de seu pai.

Acho que sim!!

Agora seria melhor você ter pegue este dinheiro e ter comprado um lata velha, colocado na calçada e saido por ai sem carteira de motorista. pegando passageiros e dizendo que tinha um táxi???

Acho que não!!!

Assim é o Brasil, tem tudo pra ser top no programa espacial mas nem um veiculo lançador conseguiu levar aos ceus, mas no entanto está preparado pra fazê-lo, basta vontade politica dos nosso políticos.

Mauri


Anunnarca escreveu:Ai que ta Mauri, vocês dois estão falando a mesma coisa mas não se entendem.

Tanto eu, quanto o Leandro, concordamos que a verba destinada é pouca.

O que acontece é que essa verba ja vem sendo destinada ha muito tempo, muito antes que todos esses paises que você comparou, e nunca houve um objetivo claro. A verba é muito dispersada em varias frentes distintas e acaba se perdendo.

Dentre tudo isso que voce citou de conquistas no ramo espacial, me fala o que realmente transformamos num produto que trouxe beneficio pro pais ? O VSB-30 que é feito no estado da arte até hoje ? Uma propulsão Solida que nunca chegou no espaço ? Um tunel de vento hipersonico pra testar prototipos ? Uma plataforma de Satelites atrasada em relação ao mundo ?

Eh obvio que a verba é pouca, mas se a pouca verba que vem, é pulverizada em varias frentes, isso é pior ainda.

Fora esse efetivo gigante, que o Leando mesmo citou, que gera muitos custos.

Eu nunca trabalhei no inpe, não gosto de falar sobre uma situação que não vivi. Mas amigos que trabalham ha anos dentro do instituto, me disseram que por varios anos não tiveram projetos concretos e muitos deles saiam do pais pra fazer algum curso de pos, e outros passavam os dias jogando cartas. Não é uma situação que eu tenha visto com meus olhos, mas não tenho porque duvidar disso.

Procure alguém que trabalhe no INPE ou em algum instituto do CTA, e converse em off. Todos batem na mesma tecla, os institutos são desorganizados, voltados pra trabalho academico (Na verdade tudo que envolve academia é desorganizado).

Outra coisa, esse efetivo que voce disse de 3 mil funcionarios capacitados em ciencias espaciais, voce acredita nisso ?

Meus 2 cents. Organize o programa, os institutos, ache um foco, dai sim peça verba de 10 Bilhões.




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#272 Mensagem por LeandroGCard » Qui Fev 16, 2012 6:57 pm

Mauri,

O ajuste entre os objetivos e as verbas disponíveis É UMA DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DE GERENCIAMENTO de qualquer programa em qualquer campo, seja ele privado ou governamental. Colocar um monte de planos mirabolantes no papel sem ter verba já definida reservada É SIM um sério problema de má administração, e ele é recorrente no PEB desde antes da primeira tentativa de lançamento do VLS. Estas declarações de autoridades insistindo neste ponto da falta de verbas não passam de um biombo para esconder a falta de objetividade e de organização de todo o programa. Só para você ter uma idéia, já sairam na mídia entrevistas com pesquisadores do próprio IAE afirmando que nem adianta tentar colocar mais verbas no PEB, pois não haveria gente para desenvolver os trabalhos que esta verba a mais permitiria que fossem executados! Veja por exemplo o que acontece na NASA, onde os programas mais mirabolantes são apresentados ao governo, mas se a verba é cortada eles são CANCELADOS, por mais adiantados que estejam, para que os trabalhos se adequem de fato aos recursos disponíveis (vide por exemplo o programa Constellation). Isso nunca aconteceu no PEB, se não há verba disponível ainda assim todos os programas são mantidos, só que adiados anos após ano, durante décadas. Isso é ridículo!

Um exemplo clássico disto está no próprio VLS: Se as verbas minguaram e se tornaram insuficientes para ele, porque não se desistiu de lançar um VLS completo e se passou para o VLM, muito menor e mais barato? Projeto acadêmico por projeto acadêmico o VLM era tão válido quanto o VLS, e do ponto de vista do desenvolvimento da tecnologia espacial lançá-lo ANTES do VLS fazia muito mais sentido. Assim se poderia inclusive ter obtido algum resultado prático e criado argumentos para evitar a própria diminuição das verbas. Porque isto não foi feito até hoje, mesmo décadas depois de se perceber que o programa em seu formato original (começar pelo lançamento de um VLS completo) tinha problemas?

O problema da falta de verbas para o programa na verdade anda de mãos dadas com o da falta de objetivos claros para ele. Se ninguém tem realmente uma idéia definida de onde o programa deveria chegar, a ponto de eu mesmo já ter respondido há poucos meses a uma pesquisa pública feita pelo pessoal do IAE que tentava conseguir alguma idéia sobre isso (veja no link [url]ttp://www.aeroespacial.org.br/imprensa/info.php?selectNro=205[/url]), então nenhuma solicitação de verbas faz sentido. E se eles tivessem realmente idéia do que estão pretendendo fazer, porque então estariam pesquisando isso com o público?

Mas se os objetivos do programa não estão claramente definidos, como alguém pode dizer qual verba seria realmente necessária? O Raupp encheu o peito para afirmar que o PEB precisaria destes 10 bilhões, mas se escusou de explicitar exatamente para que ele precisa de tanto dinheiro, ao contrário do que acontece no PROSUB, no FX, etc..., onde os objetivos estão bem explicitados, concorde-se ou não com eles. Já no caso do PEB as pessoas que deveriam ser autoridades na definição dos objetivos do nosso programa espacial vem no máximo com chavões do tipo "é uma área estratégica para o país", "para obter a autonomia no setor espacial" ou "é importante para alavancar o desenvolvimento tecnológico nacional", sem jamais explicitar exatamente o que estas frases significam, que ações precisariam ser tomadas para atingir estes objetivos em que prazos. Falar que programas iniciados 30 anos atrás são importantes para nosso desenvolvimento tecnológico hoje é um completo absurdo, o mundo e o próprio país não pararam no tempo esperando nossos projetos espaciais saírem do papel para continuarem se desenvolvendo. A idéia então seria liberar o dinheiro para depois os pesquisadores decidirem no que desejam usá-lo, como vem ocorrendo até hoje? Dê uma olhada em todos os PNAE's já divulgados, e verá que estes documentos não passam de obras de propaganda ufanista exagerando enormemente o que o Brasil já conseguiu no espaço e mais ainda o que pretenderia fazer, mas praticamente nenhum os objetivos colocados em nenhum deles foi de fato perseguido. Os trabalhos se arrastam como simples estudos acadêmicos dos quais ninguém fora dos laboratórios sente realmente falta, e no quadro atual mais verba só irá multiplicar o número destes trabalhos acadêmicos, que é o que menos precisamos neste setor agora.

Antes de se falar em falta de verbas para o PEB é preciso colocar o pé no chão e fazer uma revisão muito séria, elencando os objetivos reais, os caminhos para obtê-los e as verbas necessárias para isso. E se depois das negociações com o governo as verbas forem negadas os projetos que não se encaixarem no dinheiro efetivamente liberado teriam que ser ENCERRADOS, sob pena de prejudicar aqueles que realmente teriam chances de obter resultados dentro do budget aprovado. E somente APÓS conseguir cumprir com os planos que tivessem sido aprovados, provando a competência dos institutos, empresas e pessoas envolvidos, é que se poderia falar em eventuais aumentos da verba.

Ficar falando em verbas astronômicas para um programa que ninguém consegue sequer precisar para que serviria é perda de tempo, e não vai ajudar em nada o Brasil a conseguir finalmente avançar no setor espacial.


Um grande abraço,


Leandro G. Card




Avatar do usuário
mauri
Sênior
Sênior
Mensagens: 1188
Registrado em: Dom Jul 17, 2005 7:35 pm
Localização: Fortaleza
Agradeceu: 2 vezes
Agradeceram: 111 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#273 Mensagem por mauri » Qui Fev 16, 2012 7:22 pm

Leandro,

Realmente você tem razão, eu me redimo, apesar de não poder ver tal questionário, fica claro na sua exposição a falta de planejamento dos nossos dirigentes, mas ai pergunto!!!....Será que eles teriam a coragem de tomar uma decisão de cancelamento de um programa???
Acredito que não, no entanto este seria o caminho certo, infelizmente não temos só políticos despreparados, temos também técnicos despreparados.
Até quando teremos que conviver com esta dualidade nociva?


Mauri


LeandroGCard escreveu:Mauri,

O ajuste entre os objetivos e as verbas disponíveis É UMA DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DE GERENCIAMENTO de qualquer programa em qualquer campo, seja ele privado ou governamental. Colocar um monte de planos mirabolantes no papel sem ter verba já definida reservada É SIM um sério problema de má administração, e ele é recorrente no PEB desde antes da primeira tentativa de lançamento do VLS. Estas declarações de autoridades insistindo neste ponto da falta de verbas não passam de um biombo para esconder a falta de objetividade e de organização de todo o programa. Só para você ter uma idéia, já sairam na mídia entrevistas com pesquisadores do próprio IAE afirmando que nem adianta tentar colocar mais verbas no PEB, pois não haveria gente para desenvolver os trabalhos que esta verba a mais permitiria que fossem executados! Veja por exemplo o que acontece na NASA, onde os programas mais mirabolantes são apresentados ao governo, mas se a verba é cortada eles são CANCELADOS, por mais adiantados que estejam, para que os trabalhos se adequem de fato aos recursos disponíveis (vide por exemplo o programa Constellation). Isso nunca aconteceu no PEB, se não há verba disponível ainda assim todos os programas são mantidos, só que adiados anos após ano, durante décadas. Isso é ridículo!

Um exemplo clássico disto está no próprio VLS: Se as verbas minguaram e se tornaram insuficientes para ele, porque não se desistiu de lançar um VLS completo e se passou para o VLM, muito menor e mais barato? Projeto acadêmico por projeto acadêmico o VLM era tão válido quanto o VLS, e do ponto de vista do desenvolvimento da tecnologia espacial lançá-lo ANTES do VLS fazia muito mais sentido. Assim se poderia inclusive ter obtido algum resultado prático e criado argumentos para evitar a própria diminuição das verbas. Porque isto não foi feito até hoje, mesmo décadas depois de se perceber que o programa em seu formato original (começar pelo lançamento de um VLS completo) tinha problemas?

O problema da falta de verbas para o programa na verdade anda de mãos dadas com o da falta de objetivos claros para ele. Se ninguém tem realmente uma idéia definida de onde o programa deveria chegar, a ponto de eu mesmo já ter respondido há poucos meses a uma pesquisa pública feita pelo pessoal do IAE que tentava conseguir alguma idéia sobre isso (veja no link [url]ttp://www.aeroespacial.org.br/imprensa/info.php?selectNro=205[/url]), então nenhuma solicitação de verbas faz sentido. E se eles tivessem realmente idéia do que estão pretendendo fazer, porque então estariam pesquisando isso com o público?

Mas se os objetivos do programa não estão claramente definidos, como alguém pode dizer qual verba seria realmente necessária? O Raupp encheu o peito para afirmar que o PEB precisaria destes 10 bilhões, mas se escusou de explicitar exatamente para que ele precisa de tanto dinheiro, ao contrário do que acontece no PROSUB, no FX, etc..., onde os objetivos estão bem explicitados, concorde-se ou não com eles. Já no caso do PEB as pessoas que deveriam ser autoridades na definição dos objetivos do nosso programa espacial vem no máximo com chavões do tipo "é uma área estratégica para o país", "para obter a autonomia no setor espacial" ou "é importante para alavancar o desenvolvimento tecnológico nacional", sem jamais explicitar exatamente o que estas frases significam, que ações precisariam ser tomadas para atingir estes objetivos em que prazos. Falar que programas iniciados 30 anos atrás são importantes para nosso desenvolvimento tecnológico hoje é um completo absurdo, o mundo e o próprio país não pararam no tempo esperando nossos projetos espaciais saírem do papel para continuarem se desenvolvendo. A idéia então seria liberar o dinheiro para depois os pesquisadores decidirem no que desejam usá-lo, como vem ocorrendo até hoje? Dê uma olhada em todos os PNAE's já divulgados, e verá que estes documentos não passam de obras de propaganda ufanista exagerando enormemente o que o Brasil já conseguiu no espaço e mais ainda o que pretenderia fazer, mas praticamente nenhum os objetivos colocados em nenhum deles foi de fato perseguido. Os trabalhos se arrastam como simples estudos acadêmicos dos quais ninguém fora dos laboratórios sente realmente falta, e no quadro atual mais verba só irá multiplicar o número destes trabalhos acadêmicos, que é o que menos precisamos neste setor agora.

Antes de se falar em falta de verbas para o PEB é preciso colocar o pé no chão e fazer uma revisão muito séria, elencando os objetivos reais, os caminhos para obtê-los e as verbas necessárias para isso. E se depois das negociações com o governo as verbas forem negadas os projetos que não se encaixarem no dinheiro efetivamente liberado teriam que ser ENCERRADOS, sob pena de prejudicar aqueles que realmente teriam chances de obter resultados dentro do budget aprovado. E somente APÓS conseguir cumprir com os planos que tivessem sido aprovados, provando a competência dos institutos, empresas e pessoas envolvidos, é que se poderia falar em eventuais aumentos da verba.

Ficar falando em verbas astronômicas para um programa que ninguém consegue sequer precisar para que serviria é perda de tempo, e não vai ajudar em nada o Brasil a conseguir finalmente avançar no setor espacial.


Um grande abraço,


Leandro G. Card




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#274 Mensagem por LeandroGCard » Qui Fev 16, 2012 7:46 pm

mauri escreveu:Leandro,

Realmente você tem razão, eu me redimo, apesar de não poder ver tal questionário, fica claro na sua exposição a falta de planejamento dos nossos dirigentes, mas ai pergunto!!!....Será que eles teriam a coragem de tomar uma decisão de cancelamento de um programa???
Acredito que não, no entanto este seria o caminho certo, infelizmente não temos só políticos despreparados, temos também técnicos despreparados.
Até quando teremos que conviver com esta dualidade nociva?


Mauri
Pois é Mauri, a coisa chegou a este ponto.

O problema é bem este que você colocou, políticos inéptos e técnicos despreparados (pelo menos para a realidade e as necessidades atuais, 30 anos atrás até que a coisa estava mais ou menos nos eixos). Por isso a melhor solução que vejo seria esta, parar tudo e deixar tanto os políticos quanto os técnicos atuais irem viver suas vidas e fazerem outras coisas, e no futuro (o mais breve possível, mas apenas APÓS o pessoal atual ter saído do caminho) um novo governo mais consciente poderia montar um novo programa espacial, com técnicos que tivessem uma visão mais atual e objetiva.

Em termos eminentemente técnicos e práticos é claro que outras soluções seriam imagináveis, mas com a estrutura que já está aí montada emperrando tudo não consigo ver como elas poderiam ser implementadas. Por isso a esperança que me resta é que o já depauperado PEB morra de vez, acabando com o seu sofrimento, e que tenha melhor sorte na próxima encarnação. Só que também não acredito que alguém tenha a coragem dar o tiro de misericórdia, então o sofrimento tende apenas a continuar e continuar... .


Grande abraço,



Leandro G. Card




Anunnarca
Júnior
Júnior
Mensagens: 41
Registrado em: Qua Out 20, 2010 9:42 am

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#275 Mensagem por Anunnarca » Qui Fev 16, 2012 10:41 pm

Mauri,

Na verdade queria salientar algo. Eu discordo que os técnicos são despreparados. Academicamente falando, temos pessoas muito qualificadas, principalmente no inpe.

Outra coisa, garanto pra você que os proprios responsaveis pelo VLS sabem que é um projeto ultrapassado e que deveria ser feito algo novo. Mas eles não podem falar isso por motivos politicos. Imagina o impacto de uma decisão de cancelamento num pais que nunca pensa e planeja além de 4 anos.

O que falta ao Brasil é uma noção de sinergia entre Academia e Industria. Eu discordo um pouco com o Leandro, não acho que devemos simplesmente passar a borracha. O Brasil tem uma realidade economica atual que, sendo verdadeira ou não, esta na hora de tentarmos algo, e devemos basear nos acertos e erros desse tempo todo pra recomeçar o programa o mais rapido possivel. Esses 30 anos de pesquisa resultou em algum tipo de conhecimento, temos que sentar e identificar as Lições aprendidas. Ou vocês acham que não da pra tirar lição nenhuma da morte dos 23 técnicos ?

O fato é que o programa deve ser repensado sim, um novo lançador planejado, um plano de qualificação de mão-de-obra e repatriação.

O IAE tem déficit de mão de obra, não querendo me gabar, mas sou engenheiro espacial formado numa universidade de renome, a AEB sabe que eu existo, pergunta se alguma pessoa foi atras pra perguntar se eu tinha interesse ? Nas vezes que mantive contato, eu corri atras por acreditar no Brasil e achar que poderia contribuir com algo pro pais.

Eu recebi uma proposta do INPE pra um contrato de 40 horas como pesquisador com mestrado. Sabe quanto me ofereceram ? 2800 reais. Como posso achar sério o programa espacial brasileiro ?

Não ache que eu não valorize nada que foi feito até hoje, reconheço a habilidade dos profissionais brasileiros e tudo aquilo que voce enumerou uns topicos atras. Mas não houve continuidade, não houve repasse pra industria e não houve um plano de ciclo pra desenvolvimento de produtos.

Acho que o Raupp tem que ter culhões e cancelar o VLS, tenho certeza que ele sabe da realidade. Eu ainda acredito que essa nomeação dele pode trazer bons frutos.

Enfim Mauri, como falei, acho que todos aqui falamos a mesma coisa em linguas diferentes.

Abraços,

Anunnarca




Anunnarca
Júnior
Júnior
Mensagens: 41
Registrado em: Qua Out 20, 2010 9:42 am

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#276 Mensagem por Anunnarca » Sex Fev 17, 2012 12:30 pm

Mauri,

Pra acessar a pesquisa do IAE, coloque o "h" na frente do "ttp", o link esta quebrado por conta disso. Aproveite e responda a pesquisa caso lhe interesse.

Abraços,

Anunnarca




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#277 Mensagem por LeandroGCard » Sex Fev 17, 2012 7:16 pm

Acho melhor clarificar as minhas posições para que não fique nenhum mal entendido:
Anunnarca escreveu:Na verdade queria salientar algo. Eu discordo que os técnicos são despreparados. Academicamente falando, temos pessoas muito qualificadas, principalmente no inpe.
Eu não acho que os técnicos do IAE ou de qualquer outro instituto ligado ao PEB sejam individualmente mal preparados, muito pelo contrário, se houver problemas de qualificação é por super-qualificação. O problema é que eles estão qualificados para trabalhar em pesquisa, e hoje o que é necessário para que nosso programa espacial decole (em todos os sentidos) não é pesquisa e sim engenharia de projeto (principalmente na área dos foguetes lançadores). Para isso não basta ter uma equipe com mestres e doutores, são necessários engenheiros com experiência na indústria e projetistas de nível médio também experientes. Mas os institutos de pesquisa tem dificuldades até do ponto de vista legal para contratar e manter pessoal assim, por vários motivos que vão da remuneração insuficiente à forma de seleção por concurso. É isso que torna tais institutos tão ineficazes na hora de apresentar os resultados práticos que são tão necessários.

Outra coisa, garanto pra você que os proprios responsaveis pelo VLS sabem que é um projeto ultrapassado e que deveria ser feito algo novo. Mas eles não podem falar isso por motivos politicos. Imagina o impacto de uma decisão de cancelamento num pais que nunca pensa e planeja além de 4 anos.
Para quem conhece tecnicamente um mínimo sobre tecnologia de foguetes ou quem simplesmente acompanhou as notícias sobre o PEB desde o princípio sempre foi claro que o motor principal do VLS era apenas uma experiência, visando a demonstração de que as tecnologias necessárias para o projeto de mísseis de grande porte (o interesse por trás do início do programa) estavam já dominadas. O passo seguinte seria o desenvolvimento de foguetes aplicativos tanto na área espacial como na militar, mas este passo jamais foi dado até hoje.

É claro que o pessoal do IAE sabe disso, mas nem sequer pode falar sobre o assunto porque existe toda uma estrutura (e pessoas em níveis mais altos) que acham que simplesmente precisam terminar aquilo que foi proposto décadas atrás. Este é na verdade o principal motivo de minha opinião de que seria melhor encerrar tudo agora, justamente para eliminar este tipo de barreira, que hoje é basicamente política, aos pensamentos novos.

O que falta ao Brasil é uma noção de sinergia entre Academia e Industria. Eu discordo um pouco com o Leandro, não acho que devemos simplesmente passar a borracha. O Brasil tem uma realidade economica atual que, sendo verdadeira ou não, esta na hora de tentarmos algo, e devemos basear nos acertos e erros desse tempo todo pra recomeçar o programa o mais rapido possivel. Esses 30 anos de pesquisa resultou em algum tipo de conhecimento, temos que sentar e identificar as Lições aprendidas. Ou vocês acham que não da pra tirar lição nenhuma da morte dos 23 técnicos ?
A sinergia entre a indústria e a academia depende de que elas falem a mesma língua, e é exatamente isso o que não acontece no PEB (aliás, isso é uma coisa muito difícil também em diversos outros campos no Brasil). Por isso fazem tanta falta os engenheiros oriundos da indústria e os projetistas. Se o pessoal que hoje está no IAE e no INPE fosse transferido para universidades (ou estes próprios institutos fossem transformados em centros puramente acadêmicos) e continuasse suas pesquisas lá , sem nenhuma obrigação de desenvolver e lançar foguete ou satélite algum mas apenas no campo acadêmico mesmo, o conhecimento já adquirido não se perderia e poderia até continuar evoluindo, para ser depois utilizado dentro de uma outra estrutura mais objetiva, enxuta e eficiente. Os pesquisadores atuais poderiam atuar como consultores especialistas para esta nova estrutura, que estaria focada na geração de desenhos e especificações para a indústria, na criação de procedimentos de construção e operação e no desenvolvimento de fornecedores, e não na pesquisa.

Esta seria uma possibilidade, entre outras.

O fato é que o programa deve ser repensado sim, um novo lançador planejado, um plano de qualificação de mão-de-obra e repatriação.

O IAE tem déficit de mão de obra, não querendo me gabar, mas sou engenheiro espacial formado numa universidade de renome, a AEB sabe que eu existo, pergunta se alguma pessoa foi atras pra perguntar se eu tinha interesse ? Nas vezes que mantive contato, eu corri atras por acreditar no Brasil e achar que poderia contribuir com algo pro pais.

Eu recebi uma proposta do INPE pra um contrato de 40 horas como pesquisador com mestrado. Sabe quanto me ofereceram ? 2800 reais. Como posso achar sério o programa espacial brasileiro ?
Não ache que eu não valorize nada que foi feito até hoje, reconheço a habilidade dos profissionais brasileiros e tudo aquilo que voce enumerou uns topicos atras. Mas não houve continuidade, não houve repasse pra industria e não houve um plano de ciclo pra desenvolvimento de produtos.
Pois é, por aí se vê como a situação já chegou a um ponto absurdo (e não é de hoje, isso se arrasta há décadas). Na minha opinião o IAE não tem déficit de mão de obra, e sim EXCESSO DE ATRIBUIÇÕES. A função dele deveria desde sempre ter sido o desenvolvimento e a absorção da tecnologia básica, e um outro órgão com outra estrutura (talvez uma empresa estatal ou privada?) deveria ser responsável pela parte de projeto, industrialização e operação. É assim que acontece por exemplo nos EUA com a NASA e as empresas aeroespaciais, ou na Rússia com o TsAGI (centro de pesquisas) e os OKB´s (escritórios de projeto, que hoje foram também transformados em empresas). Colocar tudo junto em um só órgão, e ainda por cima um com estrutura acadêmica, foi um erro. É como esperar que o CTA e o ITA projetem e fabriquem aviões no lugar da Embraer :wink: . Isso precisaria ser corrigido e a AEB, como um órgão puramente político/administrativo praticamente sem capacidade técnica, não acrescentou nada neste sentido.

Acho que o Raupp tem que ter culhões e cancelar o VLS, tenho certeza que ele sabe da realidade. Eu ainda acredito que essa nomeação dele pode trazer bons frutos.
Meu receio é de que o Raupp, que vem da área acadêmica, sequer perceba que a estrutura existente é inadequada para os objetivos do programa espacial brasileiro. Pelas declarações dele até agora ele não quer criar uma estrutura focada na engenharia de projetos e nem mudar o enfoque ou a forma de trabalho do IAE e do INPE, mas sim aprofundá-los. Se for mesmo isso o resultado acabaria sendo a elaboração de mais teses de mestrado ou doutorado e mais trabalhos acadêmicos em congressos, mas nenhuma capacidade consistente de acesso e uso do espaço. E se é para isso acho que as parcas verbas alocadas anualmente para o PEB estão muito boas, falar em dez bilhões de investimentos seria um enorme desperdício.

Abraços à todos,


Leandro G. Card




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#278 Mensagem por LeandroGCard » Qua Fev 22, 2012 2:47 pm

Muito triste a notícia abaixo.

Isso é sinal de que a NASA, em período de acirramento político nos EUA, está focando em programas que possam ser usados como propaganda (homens no espaço) e em $$$, e deixando de lado as pesquisas que podem realmente ser importantes no aumento do nosso conhecimento sobre o espaço. E infelizmente não existem outros países capazes de pegar o bastão que a NASA está largando.
Cortes na Nasa atingirão mais os projetos baratos

Missões não tripuladas a Marte e outros planetas do Sistema Solar devem perder 20% de seu orçamento em 2013

22 de fevereiro de 2012 - O Estadão .com.br

O corte no orçamento da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) para o ano fiscal de 2013, anunciado na semana passada pelo presidente Barack Obama, atinge com mais força programas relativamente baratos de exploração não tripulada do Sistema Solar, acusam cientistas.

Chris Kleponis/ReutersFreio. Presidente Barack Obama anunciou o novo orçamento no dia 13. Embora o corte total no orçamento para 2013 seja de US$ 59 milhões, a divisão de ciência planetária perdeu US$ 300 milhões, 20% a menos que o investido neste ano. Parte desse dinheiro foi realocada para programas de exploração tripulada e viagens espaciais comerciais. Para Scott Hubbard, conselheiro da Nasa e professor da Universidade Stanford, os cortes já impedem objetivos ambiciosos e de longo prazo. "O orçamento mostra aumentos apenas para os anos 2016 e 2017, mas é claro que uma previsão para daqui a cinco anos não passa de adivinhação", criticou o cientista.

Hubbard lembra que no passado havia o compromisso de investimento em missões de longo prazo, como as sondas Cassini, com destino a Saturno, e Galileo, direcionada a Júpiter. "O orçamento total da Nasa é razoável, mas esse corte na divisão de ciência planetária é preocupante."

Leandro G. Card




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6764
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 120 vezes
Agradeceram: 366 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#279 Mensagem por akivrx78 » Qua Fev 22, 2012 9:30 pm

Imagem
Imagem
Imagem
Esta família de foguetes que os japoneses pararam de desenvolver parece com misseis....

Imagem
Uma coisa que não sabia, os japoneses devem ter aprendido muito construindo sob licença o NI e NII derivados dos delta do Eua.

ImagemImagem

Imagem
Saiu uma noticia em janeiro que os japoneses estariam trabalhando em um novo foguete de 3 estágios denominado como H-III para entrar em operação em 2020.
Ele seria 7 metros de comprimento menor que o o HII-B mas com capacidade de carga similar, sem os boosters 4 toneladas de carga e com os boosters auxiliares 6 toneladas de carga, a maior diferença seria no peso do lançador em quanto o HII-B pesa 530 toneladas o novo H-III teria 240~280 toneladas.
ImagemImagem
O foguete utilizaria novos motores mais económicos chamados de LE-X em desenvolvimento.

fonte:http://d.hatena.ne.jp/satox/20110120/1295537886




Editado pela última vez por akivrx78 em Qui Fev 23, 2012 9:37 pm, em um total de 1 vez.
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#280 Mensagem por LeandroGCard » Qui Fev 23, 2012 8:59 am

Olá akivrx78,

Inicialmente os lançadores japoneses das famílias Lambda e Mu (a sua primeira imagem é da família Mu) começaram a ser desenvolvidos usando combustível sólido porque quando em tamanho ainda pequeno este é um sistema mais simples de desenvolver do que o combustível líquido, usado na época em outros países. Mas ele também é o mais adequado para mísseis militares (motivo para o Brasil ter escolhido trabalhar com este tipo de combustível).

Com toda certeza o desenvolvimento do motor do primeiro estágio do Mu-V, muito maior que o do Mu-III/IV e realizado em uma época em que o Japão já possuía lançadores do mesmo porte usando combustível líquido, teve como um dos objetivos permitir aos nipônicos dominar a tecnologia de mísseis de longo alcance modernos, como uma forma de se contrapor à Coréia do Norte e pronciopalmente à China. Inclusive a alegação dos japoneses quando iniciaram o desenvolvimento do Mu-V era de que por usar uma tecnologia em princípio mais simples ele seria mais barato do que outros foguetes japoneses de mesma capacidade, mas era óbvio para todo mundo que isso não era verdade e de fato o Mu-V acabou saindo muito mais caro do que a estimativa oficial inicial.

Os demais foguetes japoneses eram mesmo evoluções do Delta-II americano, do qual os japonenses obtiveram a licença de fabricação (que os americanos forneceram inclusive em uma tentativa, mal sucedida, de evitar que o Japão desenvolvesse tecnologia de mísseis avançados). Só que a partir de um certo momento os japoneses passaram a desenvolver este foguete por caminhos próprios, e hoje pode-se dizer que seus foguetes são criações genuinamente locais.

Já este novo lançador japonês permitirá a redução do peso total por adotar o hidrogênio como combustível, muito mais energético que o querosene usado nos lançadores anteriores. E provavelmente também serão utilizados novos materiais mais leves na estrutura.


Leandro G. Card




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6764
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 120 vezes
Agradeceram: 366 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#281 Mensagem por akivrx78 » Qui Fev 23, 2012 1:40 pm

LeandroGCard escreveu:Olá akivrx78,

Inicialmente os lançadores japoneses das famílias Lambda e Mu (a sua primeira imagem é da família Mu) começaram a ser desenvolvidos usando combustível sólido porque quando em tamanho ainda pequeno este é um sistema mais simples de desenvolver do que o combustível líquido, usado na época em outros países. Mas ele também é o mais adequado para mísseis militares (motivo para o Brasil ter escolhido trabalhar com este tipo de combustível).

Com toda certeza o desenvolvimento do motor do primeiro estágio do Mu-V, muito maior que o do Mu-III/IV e realizado em uma época em que o Japão já possuía lançadores do mesmo porte usando combustível líquido, teve como um dos objetivos permitir aos nipônicos dominar a tecnologia de mísseis de longo alcance modernos, como uma forma de se contrapor à Coréia do Norte e pronciopalmente à China. Inclusive a alegação dos japoneses quando iniciaram o desenvolvimento do Mu-V era de que por usar uma tecnologia em princípio mais simples ele seria mais barato do que outros foguetes japoneses de mesma capacidade, mas era óbvio para todo mundo que isso não era verdade e de fato o Mu-V acabou saindo muito mais caro do que a estimativa oficial inicial.

Os demais foguetes japoneses eram mesmo evoluções do Delta-II americano, do qual os japonenses obtiveram a licença de fabricação (que os americanos forneceram inclusive em uma tentativa, mal sucedida, de evitar que o Japão desenvolvesse tecnologia de mísseis avançados). Só que a partir de um certo momento os japoneses passaram a desenvolver este foguete por caminhos próprios, e hoje pode-se dizer que seus foguetes são criações genuinamente locais.

Já este novo lançador japonês permitirá a redução do peso total por adotar o hidrogênio como combustível, muito mais energético que o querosene usado nos lançadores anteriores. E provavelmente também serão utilizados novos materiais mais leves na estrutura.


Leandro G. Card
Muito obrigado Leandro pelas explicações, eu estava lendo um artigo de comentava as dificuldades que a Coreia do Sul estava passando para ter acesso a tecnologia de propulsores de combustível líquido, muitas impostas pelo Eua, a Coreia do Sul não seria um bom parceiro para desenvolvimento conjunto do Vls já que estariam em níveis de desenvolvimento na área próximo do Brasil?
Imagem
Imagem
Apesar que este foguete da Coreia do Sul se parece mais com um míssil.




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6764
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 120 vezes
Agradeceram: 366 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#282 Mensagem por akivrx78 » Qui Fev 23, 2012 1:45 pm

Japanese Company Aims for Space Elevator by 2050
by Mike Wall, SPACE.com Senior Writer
Date: 23 February 2012 Time: 06:55 AM ET

Imagem
Artist's concept of a space elevator system, looking down at Earth from 22,000 miles (36,000 kilometers) up.
CREDIT: NASA

People could be gliding up to space on high-tech elevators by 2050 if a Japanese construction company's ambitious plans come to fruition.

Tokyo-based Obayashi Corp. wants to build an operational space elevator by the middle of the century, Japan's Yomiuri Shimbun newspaper reported Wednesday (Feb. 22). The device would carry passengers skyward at about 124 mph (200 kph), delivering them to a station 22,000 miles (36,000 kilometers) above Earth in a little more than a week.

In Obayashi's vision, a cable would be stretched from a spaceport on Earth's surface up to an altitude of 60,000 miles (96,000 km), or about one-quarter of the distance between our planet and the moon. A counterweight at its end would help "anchor" the cable in space.

Imagem
An artist's illustration of a space elevator hub station in space as a transport car rides up the line toward the orbital platform. Solar panels nearby provide power.
CREDIT: Obayashi Corp.
View full size image

A 30-passenger car would travel along the cable, possibly using magnetic linear motors as a means of propulsion, Yomiuri Shimbun reported. Passengers would disembark at the station, which would house living quarters and laboratory space, along with a solar-power generation facility capable of transmitting power to the ground.

For decades, space elevators have been touted by futurists and science-fiction writers, including Arthur C. Clarke, as an alternative to expensive (and relatively dangerous) rocket launches. But so far, nobody has managed to bring the concept into the realm of reality.

One major hurdle has been finding a material strong and light enough to build the incredibly long cable. Obayashi's optimism is fueled partly by its belief that a suitable material has finally been identified — tiny cylindrical structures called carbon nanotubes, which were first developed in the 1990s.

But nanotube tech isn't quite ready yet; engineers likely must find a way to manufacture them more cheaply and efficiently to make space elevators feasible, company officials said.

Indeed, the elevator's price tag could be the steepest hurdle to its construction.

"At this moment, we cannot estimate the cost for the project," an Obayashi official said, according to Yomiuri Shimbun. "However, we'll try to make steady progress so that it won't end just up as simply a dream."

Obayashi is not the only entity taking this dream seriously.

For example, NASA researchers released a lengthy report more than a decade ago citing the potential of carbon nanotubes to make space elevators possible. And the agency has sponsored the Space Elevator Games, a contest to develop precursors to this longed-for transportation system.

You can follow SPACE.com senior writer Mike Wall on Twitter: @michaeldwall. Follow SPACE.com for the latest in space science and exploration news on Twitter @Spacedotcom and on Facebook.

http://www.space.com/14656-japanese-spa ... posal.html




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6764
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 120 vezes
Agradeceram: 366 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#283 Mensagem por akivrx78 » Qui Fev 23, 2012 1:50 pm

Companhia Energomash desenvolve propulsores superpotentes
Tags: foguete, Rússia, novas tecnologias, Rússia, Ciência, Comentários
22.02.2012, 15:34

Imagem

A empresa russa Enrgomash está elaborando novos propulsores superpotentes para foguetes portadores. Hoje, esta companhia lidera no mundo neste segmento do setor da construção de motores e reforça as suas posições em mercados dos países com que coopera, em primeiro lugar com os Estados Unidos.

No ano passado, especialistas da Energomash elaboraram um novo propulsor RD-191 e, atualmente, estão a desenvolver novos projetos de motores com uma força de tração de até mil toneladas. Um deles, o propulsor RD-193 a oxigénio e querosene de uma câmara, é destinado a foguetes de classe ligeira para colocar em órbita cargas com um peso de até cinco toneladas, disse em entrevista à Voz da Rússia o diretor-geral adjunto da companhia, Vladimir Tchvanov:

"Este propulsor é extremamente necessário para o lançamento de cargas russas de diferente destino. Já existe um projeto de esboço e está a ser montada uma instalação experimental em que serão testadas as principais soluções. Quanto ao propulsor RD-175, nele são utilizadas tecnologias universais de última geração da Energomash. O motor está a ser projetado para uma força de tração de 1000 toneladas".

A massa da carga que este propulsor poderá colocar em órbita dependerá da estrutura do foguete Construindo três – cinco blocos com tal propulsor, a carga útil poderá atingir quase cem tonadas.

Um outro êxito da Energomash é o propulsor a componentes líquidos de combustível RD-170, considerado o mais potente no mundo. Segundo a avaliação de especialistas dos Estados Unidos, este projeto ultrapassa os análogos americanos em 8 – 10 anos. Este fato explica o interesse em relação aos produtos da empresa por parte de companhias estrangeiras, em primeiro lugar americanas, destaca Vladimir Tchvanov:

"Cooperamos com os Estados Unidos há 15 anos, tendo produzido até hoje cerca de 60 propulsores, 34 dos quais foram utilizados com sucesso em voos dos Atlas III e Atlas V. Esta qualidade satisfaz o cliente e aumenta o prestígio da escola russa de construção de propulsores espaciais".

A cooperação com os americanos continua sendo desenvolvida. Atualmente, há projetos de desenvolver uma variante pilotada com base no foguetão Atlas V. Estão a ser estudadas também outras variantes de transporte de cargas para a Estação Espacial Internacional após o fim do serviço dos Shuttles.

http://portuguese.ruvr.ru/2012_02_22/66653625/




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#284 Mensagem por LeandroGCard » Qui Fev 23, 2012 5:02 pm

akivrx78 escreveu:Muito obrigado Leandro pelas explicações, eu estava lendo um artigo de comentava as dificuldades que a Coreia do Sul estava passando para ter acesso a tecnologia de propulsores de combustível líquido, muitas impostas pelo Eua, a Coreia do Sul não seria um bom parceiro para desenvolvimento conjunto do Vls já que estariam em níveis de desenvolvimento na área próximo do Brasil?

Apesar que este foguete da Coreia do Sul se parece mais com um míssil.
Em princípio a Coréia do Sul poderia sim ser uma parceira, mas é provável que acabasse sendo um abraço de afogados, nosso programa é até meio ridículo e a Coréia do Sul não parece disposta a investir muito na área.

Este lançador coreano na verdade tem um primeiro estágio russo, do foguete Angara, e apenas o segundo estágio foi de fato contruído na Coréia. E este tem um impulso específico até menor do que os motores do nossos foguetes brasileiros, mostrando que não é nada assim muito avançado. Até agora nenhum lançamento funcionou, e ao que tudo indica em ambos os casos a falha foi de componentes coreanos. Então é pouco provável que eles tenham algo interessante a acrescentar aos nossos próprios desenvolvimentos nacionais.

Por usar combustível líquido volátil (LOx + Querosene) no primeiro estágio este foguete russo/coreano não seria lá muito efetivo como míssil militar. Ele na verdade é basicamente experimental (como o nosso VLS), com uma configuração simples demais e pouco adequada para lançamentos mais responsáveis. Neste ponto ele é o oposto do VLS, que é complexo demais para a carga que leva, tornando-se por isso também pouco sério.


Leandro G. Card




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6764
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceu: 120 vezes
Agradeceram: 366 vezes

Re: Notícias Espaciais (mundo afora)

#285 Mensagem por akivrx78 » Qui Fev 23, 2012 8:22 pm

LeandroGCard escreveu:
akivrx78 escreveu:Muito obrigado Leandro pelas explicações, eu estava lendo um artigo de comentava as dificuldades que a Coreia do Sul estava passando para ter acesso a tecnologia de propulsores de combustível líquido, muitas impostas pelo Eua, a Coreia do Sul não seria um bom parceiro para desenvolvimento conjunto do Vls já que estariam em níveis de desenvolvimento na área próximo do Brasil?

Apesar que este foguete da Coreia do Sul se parece mais com um míssil.
Em princípio a Coréia do Sul poderia sim ser uma parceira, mas é provável que acabasse sendo um abraço de afogados, nosso programa é até meio ridículo e a Coréia do Sul não parece disposta a investir muito na área.

Este lançador coreano na verdade tem um primeiro estágio russo, do foguete Angara, e apenas o segundo estágio foi de fato contruído na Coréia. E este tem um impulso específico até menor do que os motores do nossos foguetes brasileiros, mostrando que não é nada assim muito avançado. Até agora nenhum lançamento funcionou, e ao que tudo indica em ambos os casos a falha foi de componentes coreanos. Então é pouco provável que eles tenham algo interessante a acrescentar aos nossos próprios desenvolvimentos nacionais.

Por usar combustível líquido volátil (LOx + Querosene) no primeiro estágio este foguete russo/coreano não seria lá muito efetivo como míssil militar. Ele na verdade é basicamente experimental (como o nosso VLS), com uma configuração simples demais e pouco adequada para lançamentos mais responsáveis. Neste ponto ele é o oposto do VLS, que é complexo demais para a carga que leva, tornando-se por isso também pouco sério.


Leandro G. Card
Eu pensei que poderiam ser bons parceiros porque eles parecem ter os mesmos problemas de limitações impostas pelo Eua mesmo que alguns componentes sejam destinados a áreas civis muitos componentes são travados no Itar o Eua bloqueou praticamente tudo que os coreanos tentaram comprar na Europa destinado a seu programa espacial.
Eu também achei bem simples o programa deles, mas na questão de verbas eles parecem investir US$300 milhões por ano em seu programa espacial, se esta verba viesse para financiar o Vls ou um novo programa conjunto...claro que existe o risco de eles passarem a perna adquirindo conhecimento que o Brasil demorou décadas para alcançar (estilo a parcerias deles com japoneses) e depois dar um pé na...e ficar a ver navios no final.




Responder