EUA x Irã
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Re: EUA x Irã
Irã vai abastecer reator nuclear com combustível próprio.
O Irã vai carregar nesta quarta-feira pela primeira vez seu reator de pesquisa nuclear em Teerã com barras de combustível nuclear produzidas no próprio país, disse uma alta autoridade à agência de notícias dos estudantes iranianos, a Isna.
"As primeiras barras de combustível nuclear produzidas no próprio país serão colocadas no reator de pesquisa nuclear de Teerã na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad", disse o vice-secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Baqeri, segundo informou a Isna.
"Nós também vamos enviar uma resposta hoje ao chefe de Política Externa da União Europeia [sobre conversações na questão nuclear]", disse ele.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1048 ... prio.shtml
O Irã vai carregar nesta quarta-feira pela primeira vez seu reator de pesquisa nuclear em Teerã com barras de combustível nuclear produzidas no próprio país, disse uma alta autoridade à agência de notícias dos estudantes iranianos, a Isna.
"As primeiras barras de combustível nuclear produzidas no próprio país serão colocadas no reator de pesquisa nuclear de Teerã na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad", disse o vice-secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Baqeri, segundo informou a Isna.
"Nós também vamos enviar uma resposta hoje ao chefe de Política Externa da União Europeia [sobre conversações na questão nuclear]", disse ele.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1048 ... prio.shtml
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Re: EUA x Irã
Irã nega participação em explosão de bomba na Tailândia.
O Irã negou ter tido qualquer participação na explosão de uma bomba na Tailândia atribuída a um homem com passaporte iraniano e acusou Israel de estar por trás do incidente, disse nesta quarta-feira o porta-voz ministerial Ramin Mehmanparast, segundo a TV estatal iraniana.
"A República Islâmica do Irã acredita que elementos do regime sionista sejam os responsáveis por esses atos terroristas", disse Mehmanparast, referindo-se a Israel.
Um homem com passaporte iraniano perdeu uma perna quando a bomba que carregava explodiu em Bangcoc na terça-feira.
Um dia antes, funcionários de embaixadas israelenses foram alvo de ataques na Índia e na Geórgia. Israel responsabilizou o Irã e o movimento xiita libanês Hezbollah, seu aliado. O Irã negou envolvimento.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1048 ... ndia.shtml
O Irã negou ter tido qualquer participação na explosão de uma bomba na Tailândia atribuída a um homem com passaporte iraniano e acusou Israel de estar por trás do incidente, disse nesta quarta-feira o porta-voz ministerial Ramin Mehmanparast, segundo a TV estatal iraniana.
"A República Islâmica do Irã acredita que elementos do regime sionista sejam os responsáveis por esses atos terroristas", disse Mehmanparast, referindo-se a Israel.
Um homem com passaporte iraniano perdeu uma perna quando a bomba que carregava explodiu em Bangcoc na terça-feira.
Um dia antes, funcionários de embaixadas israelenses foram alvo de ataques na Índia e na Geórgia. Israel responsabilizou o Irã e o movimento xiita libanês Hezbollah, seu aliado. O Irã negou envolvimento.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1048 ... ndia.shtml
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Re: EUA x Irã
O pétroleo vai subir alto denovo, para economia Mundial isso é péssimo fora que está tendo um inverno bravo na Europa justamente agora onde se consome mais energia.
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Irã corta venda de petróleo para seis países da UE.
O Irã interrompeu as exportações de petróleo para seis países europeus em retaliação pelo fato da União Europeia ter imposto sanções às importações do produto do país, sua principal fonte de renda, informou nesta quarta-feira a Press TV, emissora iraniana que transmite em inglês.
"O Irã cortou suas exportações de petróleo para seis países europeus", afirmou a Press TV.
A Press TV disse que o Irã parou de exportar petróleo para Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália.
Os preços futuros do petróleo Brent subiam mais de um dólar o barril, para US$ 118,78, por volta das 9h30, após o anúncio do corte iraniano.
Os 27 países-membros da União Europeia decidiram parar de importar petróleo de Irã a partir de 1o de julho por conta do impasse em torno do programa nuclear do país, que o Ocidente acredita ser destinado à construção de bombas, fato negado pelo Irã.
O Ministério de Petróleo do Irã disse em 4 de fevereiro que o Estado Islâmico certamente cortaria as exportações para "alguns" países da Europa.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1049 ... a-ue.shtml
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Irã corta venda de petróleo para seis países da UE.
O Irã interrompeu as exportações de petróleo para seis países europeus em retaliação pelo fato da União Europeia ter imposto sanções às importações do produto do país, sua principal fonte de renda, informou nesta quarta-feira a Press TV, emissora iraniana que transmite em inglês.
"O Irã cortou suas exportações de petróleo para seis países europeus", afirmou a Press TV.
A Press TV disse que o Irã parou de exportar petróleo para Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália.
Os preços futuros do petróleo Brent subiam mais de um dólar o barril, para US$ 118,78, por volta das 9h30, após o anúncio do corte iraniano.
Os 27 países-membros da União Europeia decidiram parar de importar petróleo de Irã a partir de 1o de julho por conta do impasse em torno do programa nuclear do país, que o Ocidente acredita ser destinado à construção de bombas, fato negado pelo Irã.
O Ministério de Petróleo do Irã disse em 4 de fevereiro que o Estado Islâmico certamente cortaria as exportações para "alguns" países da Europa.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1049 ... a-ue.shtml
- rodrigo
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Re: EUA x Irã
Nessa proporção, vão ficar sem agentes secretos antes de conseguirem algum resultado significativo.Um homem com passaporte iraniano perdeu uma perna quando a bomba que carregava explodiu em Bangcoc na terça-feira.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: EUA x Irã
Irã corta venda de petróleo para seis países europeus
Medida, que afeta Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália, é retaliação a sanção da UE.
TEERÃ - O Irã paralisou a exportação de petróleo a seis países europeus em retaliação às sanções impostas pela União Europeia ao produto, a maior fonte de riqueza da república islâmica, informou nesta quarta-feira, 15, o canal Press TV. A emissora tinha como manchete "Irã corta exportação de petróleo para seis países da Europa".
De acordo com o canal, os países afetados são Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália. Pouco tempo após os anúncio, o barril de petróleo do tipo Brent ficou US$ 1 mais caro, chegando a US$ 118,35.
Os 27 países da União Europeia decidiram parar de importar o petróleo iraniano a partir de 1º de julho deste ano devido ao controverso programa nuclear mantido pela nação persa. Em 4 de fevereiro, o Ministério do Petróleo do Irã já havia dito que cortaria a venda a alguns Estados europeus.
As sanções do bloco europeu foram adotadas em razão do programa nuclear iraniano, que, diz o Ocidente, visa à produção de armas atômicas. Teerã, porém, nega as acusações de afirma que enriquece urânio apenas para fins pacíficos.
Negociações
Apesar do corte nas exportações, o governo de Teerã entregou também nesta quarta uma carta à chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, dizendo estar pronto para retomar as negociações sobre seu programa nuclear, segundo o canal Al-Alam.
O corte nas exportações e a entrega da carta ocorrem no dia em que o país persa anunciou uma nova geração de centrífugas para enriquecimento de urânio e transmitiu imagens do presidente Mahmoud Ahmadinejad introduzindo combustível em um reator nuclear, em uma aparente demonstração tecnológica do governo.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6204,0.htm
Medida, que afeta Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália, é retaliação a sanção da UE.
TEERÃ - O Irã paralisou a exportação de petróleo a seis países europeus em retaliação às sanções impostas pela União Europeia ao produto, a maior fonte de riqueza da república islâmica, informou nesta quarta-feira, 15, o canal Press TV. A emissora tinha como manchete "Irã corta exportação de petróleo para seis países da Europa".
De acordo com o canal, os países afetados são Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália. Pouco tempo após os anúncio, o barril de petróleo do tipo Brent ficou US$ 1 mais caro, chegando a US$ 118,35.
Os 27 países da União Europeia decidiram parar de importar o petróleo iraniano a partir de 1º de julho deste ano devido ao controverso programa nuclear mantido pela nação persa. Em 4 de fevereiro, o Ministério do Petróleo do Irã já havia dito que cortaria a venda a alguns Estados europeus.
As sanções do bloco europeu foram adotadas em razão do programa nuclear iraniano, que, diz o Ocidente, visa à produção de armas atômicas. Teerã, porém, nega as acusações de afirma que enriquece urânio apenas para fins pacíficos.
Negociações
Apesar do corte nas exportações, o governo de Teerã entregou também nesta quarta uma carta à chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, dizendo estar pronto para retomar as negociações sobre seu programa nuclear, segundo o canal Al-Alam.
O corte nas exportações e a entrega da carta ocorrem no dia em que o país persa anunciou uma nova geração de centrífugas para enriquecimento de urânio e transmitiu imagens do presidente Mahmoud Ahmadinejad introduzindo combustível em um reator nuclear, em uma aparente demonstração tecnológica do governo.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6204,0.htm
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Re: EUA x Irã
Irã nega suspensão de exportação de petróleo para UE.
REUTERS
O Ministério do Petróleo do Irã negou informações divulgadas pela mídia estatal do país de que a República Islâmica havia interrompido suas exportações de petróleo para seis países europeus nesta quarta-feira.
"Negamos essa informação... Se tal decisão for tomada, será anunciada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã", disse um porta-voz do ministério à Reuters.
A emissora iraniana em língua inglesa Press TV informara mais cedo que Teerã interrompeu as exportações de petróleo para França, Portugal, Itália, Grécia, Holanda e Espanha.
(Por Parisa Hafezi)
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6211,0.htm
REUTERS
O Ministério do Petróleo do Irã negou informações divulgadas pela mídia estatal do país de que a República Islâmica havia interrompido suas exportações de petróleo para seis países europeus nesta quarta-feira.
"Negamos essa informação... Se tal decisão for tomada, será anunciada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã", disse um porta-voz do ministério à Reuters.
A emissora iraniana em língua inglesa Press TV informara mais cedo que Teerã interrompeu as exportações de petróleo para França, Portugal, Itália, Grécia, Holanda e Espanha.
(Por Parisa Hafezi)
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 6211,0.htm
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Re: EUA x Irã
terra.com.br
Irã corta o abastecimento de petróleo para 6 países europeus
15 de fevereiro de 2012 • 10h46 • atualizado às 11h35
O Irã decidiu suspender as exportações de petróleo para seis países europeus, Holanda, Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal, em resposta às sanções impostas pela União Europeia (UE) ao país, informou nesta quarta-feira a emissora oficial iraniana Press TV.
Também nesta quarta, a televisão iraniana difundiu ao vivo as imagens da introdução de uma barra de combustível nuclear - enriquecida a 20% e fabricada localmente no Irã - no núcleo do reator de pesquisas de Teerã, na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
As imagens mostraram especialistas iranianos quando introduziam a barra no interior do reator, que produz isótopos para doentes com câncer. O procedimento foi saudado como um avanço técnico no Irã, mostrando que a república islâmica dominou todos os aspectos do ciclo de energia nuclear apesar das duras sanções ocidentais e da ONU.
A televisão mostrou Ahmadinejad, o presidente da Organização de Energia Atômica, Fereydoon Abassi Davani, e outros oficiais vestidos em jalecos brancos dentro do reator, e observanod um haste de metal ser introduzida na instalação.
Irã corta o abastecimento de petróleo para 6 países europeus
15 de fevereiro de 2012 • 10h46 • atualizado às 11h35
O Irã decidiu suspender as exportações de petróleo para seis países europeus, Holanda, Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal, em resposta às sanções impostas pela União Europeia (UE) ao país, informou nesta quarta-feira a emissora oficial iraniana Press TV.
Também nesta quarta, a televisão iraniana difundiu ao vivo as imagens da introdução de uma barra de combustível nuclear - enriquecida a 20% e fabricada localmente no Irã - no núcleo do reator de pesquisas de Teerã, na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
As imagens mostraram especialistas iranianos quando introduziam a barra no interior do reator, que produz isótopos para doentes com câncer. O procedimento foi saudado como um avanço técnico no Irã, mostrando que a república islâmica dominou todos os aspectos do ciclo de energia nuclear apesar das duras sanções ocidentais e da ONU.
A televisão mostrou Ahmadinejad, o presidente da Organização de Energia Atômica, Fereydoon Abassi Davani, e outros oficiais vestidos em jalecos brancos dentro do reator, e observanod um haste de metal ser introduzida na instalação.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: EUA x Irã
Turquia e Irã rivalizam há séculos.
Dificilmente passa um dia sem que uma autoridade iraniana não ameace a Turquia. Veja, por exemplo, o recente alerta do general Yahya Rahim Safavi para Ancara: “A Turquia deve repensar radicalmente suas políticas em relação à Síria, ao escudo antimísseis da Otan e à promoção do secularismo muçulmano no mundo árabe, caso contrário terá problemas com seu próprio povo e seus vizinhos”.
Isso não causa surpresa. A rivalidade turco-iraniana remonta séculos, até os sultões otomanos e os xás Safavid. Ela diminuiu brevemente no século 20, quando a Turquia se tornou um país voltado para dentro, deixando um vácuo no Oriente Médio. Na última década, entretanto, o crescimento econômico da Turquia e sua ascensão como gigante regional sob o Partido Justiça e Desenvolvimento, ou AKP, ressuscitou sua posição. Do levante sírio às convulsões sectárias no Iraque e a busca do Irã por poderio nuclear, Ancara é o principal adversário ao desejo de Teerã de dominar a região.
Após a ascensão do AKP ao poder em 2002, os turcos não se mostraram, inicialmente, interessados em concorrer com os iranianos e as relações entre Ancara e Teerã pareciam cordiais. Ambos os países defendiam a causa palestina. Ancara não parecia ameaçada pelo projeto nuclear do Irã. Visitas de alto nível entre os dois governos se tornaram rotina e o comércio prosperou.
Enquanto isso, as objeções compartilhadas à guerra no Iraque pareciam unir turcos e iranianos. O Irã até mesmo parou de proteger os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, que ele encorajava a atacar a Turquia por causa da posição pró-ocidente de Ancara. Depois da guerra no Iraque, Teerã começou a bombardear os campos do PKK que antes permitia em seu território, conquistando pontos junto aos turcos.
Então ocorreu a Primavera Árabe. O levante na Síria colocou Ancara e Teerã em extremos opostos do espectro regional e político. Dadas suas tradições democráticas, a Turquia apoiou a revolução e ficou ao lado dos manifestantes; o Irã autoritário manteve seu apoio ao regime de Assad e apoiou sua repressão brutal contra os civis.
O levante sírio se tornou um jogo de soma zero: ou Bashar al Assad ganhará, ou os manifestantes triunfarão. Da mesma forma, ela se tornou uma guerra por procuração entre Teerã e Ancara, na qual só haverá um vencedor.
Consequentemente, vale tudo agora entre Ancara e Teerã. Encorajado pelo Irã, Assad ignorou o conselho turco para promover reformas. A Turquia agora está apoiando, abrigando e supostamente armando a oposição síria. A resposta do Irã tem sido atacar novamente a Turquia apoiando o PKK, que lançou dezenas de ataques mortais, matando mais de 150 turcos desde meados de 2011.
A disputa em torno da Síria também mobilizou as divisões no Iraque, onde a Turquia e o Irã apoiam campos opostos. Desde as primeiras eleições democráticas no Iraque em 2005, o Irã tem apoiado o partido Dawa xiita de Nuri Kamal al Maliki, enquanto a Turquia tem apoiado o movimento secular pan-iraquiano de Ayad Allawi. Após meses de disputa depois das eleições de 2010, Maliki formou um governo em Bagdá, obtendo uma vitória para Teerã.
Maliki tem reprimido as facções apoiadas por Ancara, emitindo um mandado de prisão contra Tariq al Hashimi, o vice-presidente do Iraque e líder da comunidade sunita do país. Hashimi se refugiou na região do Iraque controlada pelos curdos. Os curdos, que até recentemente desprezavam os árabes sunitas por sua perseguição aos curdos sob Saddam Hussein, agora estão fazendo as pazes. Eles também estão se alinhando estreitamente com a Turquia para compensar a influência iraniana dentro do Iraque.
A rivalidade turco-iraniana no Crescente Fértil deu início a uma situação complicada: os líderes iranianos atacam o “Islã secular” da Turquia e ameaçam “atacar a Turquia” caso Ancara mantenha seu apoio ao escudo antimísseis da Otan, permitindo a instalação de radares em seu território.
A Turquia, ancorada na Otan e voltada ao Oriente Médio, é uma maior ameaça aos interesses iranianos do que a Turquia meramente pró-Ocidente de uma década atrás. Há uma chance de que o Irã possa se tornar ainda mais agressivo: alguns analistas sugerem que a Força Quds iraniana, a unidade de operações especiais da Guarda Revolucionária Islâmica, pode estar se aliando ao PKK no norte do Iraque para atacar tanto a Turquia quanto os curdos iraquianos.
Ambos os países estão lentamente exibindo suas cartas no mais antigo jogo de poder da região. No Oriente Médio, há espaço para um xá ou um sultão, mas não para ambos.
http://codinomeinformante.blogspot.com/ ... culos.html
Dificilmente passa um dia sem que uma autoridade iraniana não ameace a Turquia. Veja, por exemplo, o recente alerta do general Yahya Rahim Safavi para Ancara: “A Turquia deve repensar radicalmente suas políticas em relação à Síria, ao escudo antimísseis da Otan e à promoção do secularismo muçulmano no mundo árabe, caso contrário terá problemas com seu próprio povo e seus vizinhos”.
Isso não causa surpresa. A rivalidade turco-iraniana remonta séculos, até os sultões otomanos e os xás Safavid. Ela diminuiu brevemente no século 20, quando a Turquia se tornou um país voltado para dentro, deixando um vácuo no Oriente Médio. Na última década, entretanto, o crescimento econômico da Turquia e sua ascensão como gigante regional sob o Partido Justiça e Desenvolvimento, ou AKP, ressuscitou sua posição. Do levante sírio às convulsões sectárias no Iraque e a busca do Irã por poderio nuclear, Ancara é o principal adversário ao desejo de Teerã de dominar a região.
Após a ascensão do AKP ao poder em 2002, os turcos não se mostraram, inicialmente, interessados em concorrer com os iranianos e as relações entre Ancara e Teerã pareciam cordiais. Ambos os países defendiam a causa palestina. Ancara não parecia ameaçada pelo projeto nuclear do Irã. Visitas de alto nível entre os dois governos se tornaram rotina e o comércio prosperou.
Enquanto isso, as objeções compartilhadas à guerra no Iraque pareciam unir turcos e iranianos. O Irã até mesmo parou de proteger os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, que ele encorajava a atacar a Turquia por causa da posição pró-ocidente de Ancara. Depois da guerra no Iraque, Teerã começou a bombardear os campos do PKK que antes permitia em seu território, conquistando pontos junto aos turcos.
Então ocorreu a Primavera Árabe. O levante na Síria colocou Ancara e Teerã em extremos opostos do espectro regional e político. Dadas suas tradições democráticas, a Turquia apoiou a revolução e ficou ao lado dos manifestantes; o Irã autoritário manteve seu apoio ao regime de Assad e apoiou sua repressão brutal contra os civis.
O levante sírio se tornou um jogo de soma zero: ou Bashar al Assad ganhará, ou os manifestantes triunfarão. Da mesma forma, ela se tornou uma guerra por procuração entre Teerã e Ancara, na qual só haverá um vencedor.
Consequentemente, vale tudo agora entre Ancara e Teerã. Encorajado pelo Irã, Assad ignorou o conselho turco para promover reformas. A Turquia agora está apoiando, abrigando e supostamente armando a oposição síria. A resposta do Irã tem sido atacar novamente a Turquia apoiando o PKK, que lançou dezenas de ataques mortais, matando mais de 150 turcos desde meados de 2011.
A disputa em torno da Síria também mobilizou as divisões no Iraque, onde a Turquia e o Irã apoiam campos opostos. Desde as primeiras eleições democráticas no Iraque em 2005, o Irã tem apoiado o partido Dawa xiita de Nuri Kamal al Maliki, enquanto a Turquia tem apoiado o movimento secular pan-iraquiano de Ayad Allawi. Após meses de disputa depois das eleições de 2010, Maliki formou um governo em Bagdá, obtendo uma vitória para Teerã.
Maliki tem reprimido as facções apoiadas por Ancara, emitindo um mandado de prisão contra Tariq al Hashimi, o vice-presidente do Iraque e líder da comunidade sunita do país. Hashimi se refugiou na região do Iraque controlada pelos curdos. Os curdos, que até recentemente desprezavam os árabes sunitas por sua perseguição aos curdos sob Saddam Hussein, agora estão fazendo as pazes. Eles também estão se alinhando estreitamente com a Turquia para compensar a influência iraniana dentro do Iraque.
A rivalidade turco-iraniana no Crescente Fértil deu início a uma situação complicada: os líderes iranianos atacam o “Islã secular” da Turquia e ameaçam “atacar a Turquia” caso Ancara mantenha seu apoio ao escudo antimísseis da Otan, permitindo a instalação de radares em seu território.
A Turquia, ancorada na Otan e voltada ao Oriente Médio, é uma maior ameaça aos interesses iranianos do que a Turquia meramente pró-Ocidente de uma década atrás. Há uma chance de que o Irã possa se tornar ainda mais agressivo: alguns analistas sugerem que a Força Quds iraniana, a unidade de operações especiais da Guarda Revolucionária Islâmica, pode estar se aliando ao PKK no norte do Iraque para atacar tanto a Turquia quanto os curdos iraquianos.
Ambos os países estão lentamente exibindo suas cartas no mais antigo jogo de poder da região. No Oriente Médio, há espaço para um xá ou um sultão, mas não para ambos.
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Re: EUA x Irã
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
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Re: EUA x Irã
Já vi o teu comentário.
Atenção esse blog não é meu, eu apenas sigo-o porque tem muita coisa interessante.
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Re: EUA x Irã
Foi um comentário BEM DB, né?
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Re: EUA x Irã
Irã instala centrífugas três vezes mais potentes.
Teerã, 15 Fev 2012 (AFP) - O Irã instalou uma série de novas centrífugas que são três vezes mais potentes que as existentes, declarou Fereydun Abasi Davani, diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, em um discurso exibido ao vivo na televisão.
"Hoje assistimos o início das atividades da primeira série destas centrífugas, que tem uma capacidade de enriquecimento três vezes maior que as precedentes", declarou Abadi Davani.
"É uma resposta forte a todas às sabotagens dos ocidentais", completou.
Irã introduz seu próprio combustível nuclear no reator de Teerã
televisão iraniana difundiu nesta quarta-feira ao vivo as imagens da introdução de uma barra de combustível nuclear - enriquecida a 20% e fabricada localmente no Irã - no núcleo do reator de pesquisas de Teerã, na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
As imagens mostraram especialistas iranianos quando introduziam a barra no interior do reator, que produz isótopos para doentes com câncer.
O procedimento foi saudado como um avanço técnico no Irã, mostrando que a república islâmica dominou todos os aspectos do ciclo de energia nuclear apesar das duras sanções ocidentais e da ONU.
A televisão mostrou Ahmadinejad, o presidente da Organização de Energia Atômica, Fereydoon Abassi Davani, e outros oficiais vestidos em jalecos brancos dentro do reator, e observanod um haste de metal ser introduzida na instalação.
O Irã anunciou também nesta quarta que decidiu suspender as exportações de petróleo para seis países europeus: Holanda, Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal, em resposta às sanções impostas pela União Europeia (UE) ao país.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... s-potentes
Teerã, 15 Fev 2012 (AFP) - O Irã instalou uma série de novas centrífugas que são três vezes mais potentes que as existentes, declarou Fereydun Abasi Davani, diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, em um discurso exibido ao vivo na televisão.
"Hoje assistimos o início das atividades da primeira série destas centrífugas, que tem uma capacidade de enriquecimento três vezes maior que as precedentes", declarou Abadi Davani.
"É uma resposta forte a todas às sabotagens dos ocidentais", completou.
Irã introduz seu próprio combustível nuclear no reator de Teerã
televisão iraniana difundiu nesta quarta-feira ao vivo as imagens da introdução de uma barra de combustível nuclear - enriquecida a 20% e fabricada localmente no Irã - no núcleo do reator de pesquisas de Teerã, na presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
As imagens mostraram especialistas iranianos quando introduziam a barra no interior do reator, que produz isótopos para doentes com câncer.
O procedimento foi saudado como um avanço técnico no Irã, mostrando que a república islâmica dominou todos os aspectos do ciclo de energia nuclear apesar das duras sanções ocidentais e da ONU.
A televisão mostrou Ahmadinejad, o presidente da Organização de Energia Atômica, Fereydoon Abassi Davani, e outros oficiais vestidos em jalecos brancos dentro do reator, e observanod um haste de metal ser introduzida na instalação.
O Irã anunciou também nesta quarta que decidiu suspender as exportações de petróleo para seis países europeus: Holanda, Espanha, Itália, França, Grécia e Portugal, em resposta às sanções impostas pela União Europeia (UE) ao país.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... s-potentes
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Re: EUA x Irã
Obama buscará convencer Dilma a alinhar-se aos EUA na questão do Irã
Programa nuclear iraniano será um dos principais temas do encontro de abril entre os dois presidentes Denise Chrispim Marin.
Passados quase dois anos do maior atrito entre EUA e Brasil em razão do programa nuclear do Irã, o presidente americano, Barack Obama, pretende agora "ouvir" sua colega Dilma Rousseff sobre essa questão. O tema estará na pauta americana da visita oficial de Dilma a Obama, marcada para 9 de abril, informou o secretário assistente de Relações Públicas do Departamento de Estado, Michael Hammer.
Washington não esconde o interesse de convencer o Brasil a somar-se ao bloco de pressão internacional para evitar que Teerã obtenha armas nucleares. Apesar de reconhecer as divergências do passado, Hammer insistiu que o País é "um exemplo brilhante para as outras nações sobre o desenvolvimento de energia nuclear pacífica, sob a moldura legal da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)". Trata-se, para ele, de um "tema natural" a ser discutido entre EUA e Brasil.
"Reconhecemos que a opinião do Brasil importa. O Brasil é importante na ONU e ao redor do mundo e tem uma voz relevante", afirmou Hammer. "Nós podemos seguir discutindo esse tema, comparar as nossas avaliações e trabalhar juntos para pressionar o Irã a adotar a via diplomática pacífica. Essa é a questão-chave."
Desde o início do governo Dilma, os EUA alimentam o desejo de ver superado o atrito provocado pelo acordo nuclear obtido do Irã com mediação de Brasil e Turquia, em maio de 2010. O documento trazia o compromisso de Teerã com a troca de 1.200 quilos de seu estoque de urânio levemente enriquecido - 3%, nível suficiente para a geração de energia elétrica - por 120 quilos do material enriquecido a 20%, grau necessário para pesquisas científicas e isótopos médicos no Reator de Pesquisas de Teerã.
O texto, no entanto, não mencionava a proibição de o Irã continuar paralelamente com seu processo de enriquecimento.
O impasse diplomático feriu a relação entre Brasil e EUA no restante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). Obama suspendeu sua visita programada ao Brasil em 2010 e a realizou no terceiro mês da gestão de Dilma. Imediatamente após o anúncio do acordo, Washington impulsionou a aprovação de novas sanções ao Irã.
O tema chegou a ser abordado durante a visita de Obama a Dilma no ano passado. Neste momento de ameaça de conflito entre Israel e Irã, o tema ganha outro significado.
Hammer indicou a intenção do governo Obama de igualmente trazer o Brasil para o bloco que, liderado pelos EUA, pressiona pela renúncia do presidente da Síria, Bashar Assad. Trata-se de uma questão particularmente delicada para o governo brasileiro, defensor de uma solução doméstica para a crise síria e avesso às sanções internacionais a Damasco.
"Precisamos do maior número possível de governos dizendo a Assad que ele tem de renunciar e parar com a violência contra seu próprio povo", afirmou Hammer. "Há esforços da Liga Árabe para a abertura de um processo político que permita aos sírios seguir pela via democrática. Essa é a mensagem que queremos ouvir de todos os países interessados em ajudar na solução da questão Síria." Aparentemente, o governo americano não pretende permitir que recentes declarações de Dilma sobre direitos humanos em Cuba azedem o encontro em Washington.
Caças
A agenda estará repleta de temas de especial interesse dos EUA que dormem nas gavetas do Palácio do Planalto. O mais empolgante diz respeito à retomada do programa F-X2, para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira. O processo foi suspenso por Dilma, por razões orçamentárias, mas continua em suas mãos. A Casa Branca espera ver o governo brasileiro abandonar a preferência aos caças Rafale, da francesa Dassault, e escolher os Super-Hornet, da Boeing.
"A visita será realizada daqui a quase dois meses. A nossa defesa por essa aeronave (Super Hornet) pode ser levantada, até lá, em diferentes níveis", afirmou Hammer. "Esperamos que, de qualquer forma, esse assunto continue aberto para a nossa proposta."
Segundo o diplomata, os EUA esperam não perder a oportunidade de estreitar a "relação pessoal" entre os dois presidentes durante a visita de Dilma. O governo Obama, na opinião de Hammer, deverá se concentrar na agenda bilateral de segurança energética - biocombustíveis e o petróleo da camada pré-sal. Essa agenda está vinculada à necessidade americana de diminuir sua dependência de fontes instáveis, leia-se Oriente Médio, de petróleo.
Um aumento ainda maior do turismo brasileiro é visto por Washington pela ótica da geração de empregos nos EUA, da mesma forma que o projeto do governo Dilma de prover bolsas de estudos no exterior.
Washington também espera antecipar com Dilma tópicos a serem tratados na Cúpula das Américas, em 14 e 15 de abril, em Cartagena, na Colômbia.
Afinar posições bilaterais, entretanto, raramente é uma tarefa desejável pelo lado brasileiro, como se verificou em 2005 e em 2010. Uma das questões em aberto é a possível participação de Cuba nesse evento - algo rejeitado pelos EUA.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... tao-do-Ira
Programa nuclear iraniano será um dos principais temas do encontro de abril entre os dois presidentes Denise Chrispim Marin.
Passados quase dois anos do maior atrito entre EUA e Brasil em razão do programa nuclear do Irã, o presidente americano, Barack Obama, pretende agora "ouvir" sua colega Dilma Rousseff sobre essa questão. O tema estará na pauta americana da visita oficial de Dilma a Obama, marcada para 9 de abril, informou o secretário assistente de Relações Públicas do Departamento de Estado, Michael Hammer.
Washington não esconde o interesse de convencer o Brasil a somar-se ao bloco de pressão internacional para evitar que Teerã obtenha armas nucleares. Apesar de reconhecer as divergências do passado, Hammer insistiu que o País é "um exemplo brilhante para as outras nações sobre o desenvolvimento de energia nuclear pacífica, sob a moldura legal da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)". Trata-se, para ele, de um "tema natural" a ser discutido entre EUA e Brasil.
"Reconhecemos que a opinião do Brasil importa. O Brasil é importante na ONU e ao redor do mundo e tem uma voz relevante", afirmou Hammer. "Nós podemos seguir discutindo esse tema, comparar as nossas avaliações e trabalhar juntos para pressionar o Irã a adotar a via diplomática pacífica. Essa é a questão-chave."
Desde o início do governo Dilma, os EUA alimentam o desejo de ver superado o atrito provocado pelo acordo nuclear obtido do Irã com mediação de Brasil e Turquia, em maio de 2010. O documento trazia o compromisso de Teerã com a troca de 1.200 quilos de seu estoque de urânio levemente enriquecido - 3%, nível suficiente para a geração de energia elétrica - por 120 quilos do material enriquecido a 20%, grau necessário para pesquisas científicas e isótopos médicos no Reator de Pesquisas de Teerã.
O texto, no entanto, não mencionava a proibição de o Irã continuar paralelamente com seu processo de enriquecimento.
O impasse diplomático feriu a relação entre Brasil e EUA no restante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011). Obama suspendeu sua visita programada ao Brasil em 2010 e a realizou no terceiro mês da gestão de Dilma. Imediatamente após o anúncio do acordo, Washington impulsionou a aprovação de novas sanções ao Irã.
O tema chegou a ser abordado durante a visita de Obama a Dilma no ano passado. Neste momento de ameaça de conflito entre Israel e Irã, o tema ganha outro significado.
Hammer indicou a intenção do governo Obama de igualmente trazer o Brasil para o bloco que, liderado pelos EUA, pressiona pela renúncia do presidente da Síria, Bashar Assad. Trata-se de uma questão particularmente delicada para o governo brasileiro, defensor de uma solução doméstica para a crise síria e avesso às sanções internacionais a Damasco.
"Precisamos do maior número possível de governos dizendo a Assad que ele tem de renunciar e parar com a violência contra seu próprio povo", afirmou Hammer. "Há esforços da Liga Árabe para a abertura de um processo político que permita aos sírios seguir pela via democrática. Essa é a mensagem que queremos ouvir de todos os países interessados em ajudar na solução da questão Síria." Aparentemente, o governo americano não pretende permitir que recentes declarações de Dilma sobre direitos humanos em Cuba azedem o encontro em Washington.
Caças
A agenda estará repleta de temas de especial interesse dos EUA que dormem nas gavetas do Palácio do Planalto. O mais empolgante diz respeito à retomada do programa F-X2, para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira. O processo foi suspenso por Dilma, por razões orçamentárias, mas continua em suas mãos. A Casa Branca espera ver o governo brasileiro abandonar a preferência aos caças Rafale, da francesa Dassault, e escolher os Super-Hornet, da Boeing.
"A visita será realizada daqui a quase dois meses. A nossa defesa por essa aeronave (Super Hornet) pode ser levantada, até lá, em diferentes níveis", afirmou Hammer. "Esperamos que, de qualquer forma, esse assunto continue aberto para a nossa proposta."
Segundo o diplomata, os EUA esperam não perder a oportunidade de estreitar a "relação pessoal" entre os dois presidentes durante a visita de Dilma. O governo Obama, na opinião de Hammer, deverá se concentrar na agenda bilateral de segurança energética - biocombustíveis e o petróleo da camada pré-sal. Essa agenda está vinculada à necessidade americana de diminuir sua dependência de fontes instáveis, leia-se Oriente Médio, de petróleo.
Um aumento ainda maior do turismo brasileiro é visto por Washington pela ótica da geração de empregos nos EUA, da mesma forma que o projeto do governo Dilma de prover bolsas de estudos no exterior.
Washington também espera antecipar com Dilma tópicos a serem tratados na Cúpula das Américas, em 14 e 15 de abril, em Cartagena, na Colômbia.
Afinar posições bilaterais, entretanto, raramente é uma tarefa desejável pelo lado brasileiro, como se verificou em 2005 e em 2010. Uma das questões em aberto é a possível participação de Cuba nesse evento - algo rejeitado pelos EUA.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... tao-do-Ira