Bueno, me deixei levar ontem pela eterna cantilena do 'num pode, num dá, somos pobrezinhos, apenas a josta de sexta economia do mundo, ainda se fôssemos a Itália ou Espanha ainda dava', isso só serve para me irritar e deixar o debate, vou enveredar por outra linha hoje:
O QUE É UMA BOMBA PLANADORA DO TIPO DA UMBANI?
É um projétil de trajetória inicialmente balística, não-propulsado por meios próprios (o que não o impede de ser, numa versão propelida a foguete ou mesmo turbina, sendo esta uma excelente base para um Tomahawk/SCALP aerolançado tupiniquim) e que pode ser autoguiado por GPS/INS até o alvo, com auxílio de asas e aletas.
DO QUE SE COMPÕE?
De proa para popa:
![Arrow :arrow:](./images/smilies/icon_arrow.gif)
Cabeça de guiagem com sensores (acelerômetro, velocímetro, altímetro, giroscópio, etc) para alimentar o INS e antenas para o GPS. Sistema de processamento, cruzamento e priorização das informações dos sensores (em suma, um pequeno PC dedicado) e repasse de informações às superfícies de controle. Bateria para alimentar o sistema. Seria desejável que houvesse aletas móveis (canards) e servos ali para uma 'sintonia fina' da trajetória e talvez um sensor de proximidade com detonador, para quando não se desejasse um impacto direto.
![Arrow :arrow:](./images/smilies/icon_arrow.gif)
Bomba tipo Mk.82/83 (detonador dianteiro removido para a instalação da cabeça de guiagem), tendo acima de si um suporte aerodinâmico de alta resistência (e com fios para conduzir informações da aeronave até a cabeça de guiagem e mesmo ligá-la, além de conduzir informações pertinentes à popa) para suportar as asas dobráveis para trás, estas acionadas por molas liberadas por parafusos explosivos ou servos. Parte traseira com as aletas de estabilização removidas. Detonador traseiro de impacto.
![Arrow :arrow:](./images/smilies/icon_arrow.gif)
Parte de popa aerodinâmica com aletas móveis a partir do eixo, com funções não apenas de estabilização mas também de guiagem e, se necessário, de freio aerodinâmico, a bem da precisão. Servos internos para a movimentação das aletas. Giroscópio para trocar informações de posição, atitude e trajetória com o da proa. Se necessário, data-link para confirmar ponto de impacto à aeronave. É uma arma fire-and-forget.
É TÃO DIFÍCIL, CARO E COMPLICADO FAZER ISSO NO BRASIL? MESMO?
Vejamos por partes:
A - CABEÇA DE GUIAGEM
1) INS - ou já está pronto ou próximo ao fim do desenvolvimento, incluindo giro.
2) GPS - pronto.
3) Unidade de Processamento - fácil de fazer, mesmo para um projétil capaz de voar a grande altitude. Deve estar pronta ou o MAA-1 não estaria operacional. Nem o MAR-1 ou o MAN-1 (que, se ainda falta algo, dificilmente será a CPU).
4) Bateria e servos - idem acima. Claro que não se usaria simplesmente os mesmos - creio eu - mas versões maiores e capazes de suportar um voo em turbulência de uns dez minutos. Ou os do MAR-1.
5) Sensor de proximidade - pronto.
B - BOMBA
Já fabricamos modelos similares. Bastaria criar e incorporar a elas o suporte e as asas e depois testar em bombas de exercício, para reduzir custos.
C - CAUDA
1) Simples cone aerodinâmico porém de grande resistência, eis que a maior parte da turbulência se concentra ali. Seção reforçada onde ficam as aletas e bases dos servos. Há espaço de sobra para o segundo giro e o data-link.
E então? Onde a terrível, medonha dificuldade/burrice que nos obriga a importar conhecimentos? Aliás, QUAIS conhecimentos precisaríamos importar? Eu até consideraria uma
joint venture tipo da que fizemos com a África do Sul só que ao inverso: desta vez seria
O PARCEIRO que entraria com a grana, nós com o conhecimento!
Ah, tá, mas falta a VALIDAÇÃO e INTEGRAÇÃO em aeronaves, tá certo. Só que apenas por acaso temos gente especializada e aeronaves de teste (até um Hunter) no CTA para isso.
SÓ PARA MATAR DE VEZ OS CHORÕES:
Praticamente daria para fazer uma em casa (não vou explicar como porque só o que falta é um maluco fazer mesmo uma menor, lançar de um teco-teco e estourar a Presidente num palanque ou cerimônia oficial, nunca se subestime a IDEOLOGICE)...
OBS.: SE parar a choradeira e a fobia por nossa capacidade autóctone eu, um simples AP, poderia propor uma versão BEM SUPERIOR à adorada UMBANI. Pois é, não sou o DOIDOLO, eu proponho e digo COMO, sem viajar em dobras de tempo e bolhas de nada...
![Mr. Green :mrgreen:](./images/smilies/icon_mrgreen.gif)