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Mensagem
por Túlio » Seg Jan 23, 2012 10:32 am
Voltando à temas heterossexuais - GET OUT, GAYS!!! - achei esse texto interessantíssimo na net, escrito aparentemente por uma mulher, tem muito a ver com o que digo:
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A INSEGURANÇA FEMININA
por Paula
Sentir alguma insegurança quando nos deparamos com determinadas situações é algo universal. Todas as pessoas, de todas as épocas, credos, gêneros e etnias já experimentaram alguma vez estes verdadeiros coleópteros no esôfago.
Sem dúvida, a insegurança é reflexo de experiências pessoais. Entretanto, o papel social a se cumprir, juntamente com os interesses biológicos de cada gênero, pode fornecer elementos suficientes para uma generalização sobre o que nos desperta este tipo de sensação, principalmente quando nos referimos a relacionamentos.
Vamos, então, analisar o que está em jogo quando uma mulher se apaixona.
O arquétipo do amor ideal, romântico e idealizado, está na figura do príncipe encantado. Ele bravamente salva a mocinha de alguma intempérie e a carrega em seus braços. O príncipe percebe que ela é a mais bela de todo o reino; então eles se casam e vivem felizes para sempre.
Não é à toa que esta historinha se repete em diversas formas e versões pelos quatro cantos da Terra.
Perceba que a mocinha sempre é uma plebéia ou está em apuros, numa óbvia desvantagem de situação em relação ao príncipe. Mas isso é muito natural. Uma mulher precisa, antes de tudo, ter admiração em relação ao homem pelo qual ela se apaixona. Ele é o príncipe, não por ser perfeito e inatingível, mas por ela admirá-lo.
Entretanto, todas as pessoas se colocam como ponto de referência para julgar as qualidades e defeitos de segundos. Assim, para que exista esta admiração, a mulher tenderá a considerar este homem em específico algo superior a ela, mesmo que sutilmente.
Isso, aliás, deve constituir uma certa pressão sobre os homens. Ser admirado e manter-se assim por alguém que gostamos não deve ser muito fácil.
Mas como não se sentir insegura estando apaixonada por alguém que intimamente consideramos melhor do que nós? A paixão exige reciprocidade, mas como ser boa o bastante para um príncipe? Será que ele realmente se importará com a plebéia, numa clara – mesmo que subjetiva – desvantagem de situação?
O que equaliza e torna de mão-dupla a nossa historinha é que a mocinha não é qualquer plebéia. Ela é a mais bela do reino! Parece algo estreitamente associado; se ela não for a mais bela, não merece o príncipe.
Temos, então, o retrato da mais conhecida forma de insegurança feminina: a beleza.
As mulheres têm em mente a concepção de que num relacionamento os homens visam, antes de qualquer coisa, o sexo. Os atributos necessários para se fazer desejada são, portanto, essencialmente físicos. Em decorrência disso, qualquer princesa ou plebéia pode ser facilmente substituída, sem dificuldades ou sofrimento, pela incrível femme fatale da mesa ao lado.
Ela tem que ser a mais bela do reino, ou não obterá a reciprocidade de seu amor pelo príncipe. O príncipe se apaixona pela beleza, não pela mocinha.
Mas não é fácil ser a mais bela, porque não existe a bailarina do Chico Buarque. Sempre haverá um espelho mágico nos mostrando em algum lugar a linda Branca de Neve, que talvez mereça mais as atenções do príncipe encantado. E um espelho real mostrando nossas comuns imperfeições.
Quando tudo se resolve no conto de fadas, os pombinhos se casam e vivem felizes para sempre. Eles não se casam e depois se divorciam; ele não a deixa quando ela envelhece ou se torna menos bela após a gravidez; eles não brigam e dormem em quartos separados. Nada disso. Eles vivem felizes e juntos para sempre.
Isso dá a impressão de que as mulheres em seus sonhos românticos são profundamente dependentes emocionalmente. Mas não se trata disso.
Um homem é considerado bem-sucedido, no quesito relacionamentos, quando ele é capaz de atrair as mulheres. Seu desafio é ouvir 40 “não” até obter cada “sim”, mas não importa muito se este “sim” é efêmero ou se ele resultará em um longo relacionamento. Seu sucesso consiste em todos os “sim”, por eles mesmos, como fim último.
As mulheres, por outro lado, só são socialmente consideradas bem-sucedidas neste setor se elas forem capazes de manter um relacionamento. Os “sim” e “não” que ela profere são irrelevantes.
Portanto, enquanto os homens se sentem inseguros no processo de aproximação, as mulheres se sentem inseguras durante o próprio relacionamento. O fracasso neste implica em seu próprio fracasso pessoal, pois a partir disto é medido seu valor como fêmea.
Como estas inseguranças podem ser percebidas nas mulheres? Pelos próprios hábitos femininos em relacionamentos que tradicionalmente irritam ou desnorteiam os homens.
É claro que uma mulher vai ser inconstante em alguns momentos.
Será que você não pensaria ocasionalmente em desistir de um relacionamento onde você se percebe extremamente envolvido e em desvantagem de situação, sempre prestes a perder quem você ama? Ou, então, não sentiria necessidade de obter provas de amor do príncipe quando o seu espelho reflete a madrasta má?
Obviamente, uma mulher vai querer discutir a relação. Você também não dá importância para as coisas que te levam a obter um “sim” ao invés de um “não” de uma mulher?
Nada mais natural do que uma mulher se ressentir quando você não mantém a corte dedicada a ela no início do relacionamento. Você não se ressente quando aquela mulher com a qual você conversa há horas tentando obter um “sim” passa a não fornecer mais sinais de interesse?
Esse é o mundo da insegurança feminina.
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Notar o reconhecimento tácito da BELEZA como atributo feminino fundamental. Por elas mesmas. Todos os outros - inteligência, caráter, fidelidade, honestidade - são secundários. Elas sabem o que nos atrai e mantém a seu lado!
Os negritos são meus, de resto não mexi no texto.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)