Dall escreveu:Proponho aos colegas um enfoque diferente para o tema FX pelas próximas páginas.
Ao invés de tentarmos discutir qual o melhor caça e também nos lamentarmos porque o processo se arrasta a mais de uma década, proponho discutirmos um pouco PORQUE O PROCESSO NÃO ESTA CONCLUIDO.
Apenas como auxilio aos debate vou listar alguns programas dos ultimos 15 anos que sairam do papel.
• Projeto SIVAM (Incluindo o desenvolvimento e compra do AT-29 e R-99).
• Programa SCORPENE (Incluindo a compra dos SSK e do casco do SSN, bem como a construção do estaleiro).
• Programa KC-390 (Financiamento de todo o desenvolvimento do programa e dos dois protótipos).
• Programa EC-735 (Compra das células, ToT e contrados de suporte logistico).
• Programa Guarani.
Sei que são programas cujas especificidades são distintas, sei que a compra de caças tem alguns “requintes” que alguns destes programas não tem, mas a idéia não é comparar submarino com caça é apenas constatar o seguinte.
1) Nos ultimos 15 anos tivemos no Brasil programas de custo e complexidade em aquisições de meios para as FA´s.
2) Apesar das restrições financeiras, dinheiro foi liberado para estes projetos, especialmente nos ultimos 6 anos.
Será que sem paixões politico – partidárias, sem anti americanismo barato, a gente consegue debater sobre o porque o FX é um programa cuja decisão jamais chega?
Isso já foi debatido aqui até a exaustão. Tem post meu em fórum já fechado, e aqui mesmo ainda sobre o FX-1. Na época falei que a FAB não aprendeu nada com os erros do primeiro Programa. Repetiu todos os erros, e por isso estamos no mesmo impasse.
Em linhas gerais, a FAB ainda não entendeu que a compra de caças é vista pela maioria esmagadora da população, incluindo os políticos como algo desnecessário, que só será possível se o mesmo envolver uma ampla coalizão de interesses, entre eles, o programa ser um impulsionador do desenvolvimento nacional, quer dizer, que o mesmo seja em parte produzido localmente, e gere após isso um conhecimento para futuros programas do mesmo tipo de plataforma.
Além disso, a FAB ainda não entendeu que com a efetivação do MD como órgão dentro do contexto da defesa do país, bem como, a democracia institucionalizada, requer uma abordagem distinta de sua visão na escolha de plataformas bélicas.
Podemos ainda colocar o problema da falta de união dentro da FAB, é nítida a percepção que a COPAC tem poder demais dentro da Força, e o COMAER parece não ser capaz de controlar tais departamentos internos. Parecem existir vários grupos disputando o poder dentro da FAB, com visões muito distintas entre si, que vão desde a escolha das plataformas até mesmo das prioridades de curto, médio e longo prazo.
Tudo isso redundou num impasse, que o MD ainda não tem força para romper e o GF parece não querer se comprometer em chamar para si a responsabilidade e o ônus da escolha.
Se não bastasse isso tudo, vários ruídos durante o processo comprometeram ainda mais o programa. É claro, os grupos lobistas adoraram tudo isso, e com ajuda de nossa querida mídia aumentaram em muito a confusão. Enfim, trata-se de um grande desastre, que parece ter sido planejado nos mínimos detalhes.
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