JT8D escreveu:FIGHTERCOM escreveu:
O problema aí reside no fato de que os Engenheiros não estão sendo contratados como Engenheiros, consequentemente, o salário fica muito a desejar.
Wesley, boa parte dos engenheiros no Brasil trabalha em funções administrativas de baixo escalão. E nestas funções normalmente não desenvolvem tecnologia nenhuma. Aliás, em muitas empresas (sou testemunha disso) optar pela carreira técnica é sinônimo de estagnação profissional. Parece que existe uma regra não escrita segundo a qual pessoas "muito técnicas" não podem assumir cargos de liderança. É mais ou menos o oposto do que ocorre em países como Japão ou Coreia.
Abraços,
JT
Isto sem contar os inumeros casos de profissionais de engenharia que aproveitando sua elevada capacidade de aprendizado (caracteristica fundamental da profissão), estudam e passam em concursos publicos cujos salários acima de R$ 10.000,00 facilmente sobrepõe os ganhos da maioria dos engenheiros na iniciativa privada.
Agora, a questão é a seguinte.
Temos poucas empresas no Brasil cujo desenvolvimento de tecnologia (ou processos) seja um diferencial ou uma necessidade do negócio, a maioria de nossas empresas é “replicadora” de tecnologias e processos consagrados o que acaba por gerar uma “comodização” das atividades de engenharia.
Claro que na industria aeronáutica ou petrolifera a coisa é diferente, mas elas são minorias no Brasil.
Em paises como a Coréia ou Japão é mais comum pequenas empresas cujos processos tecnologicos são diferencias do negócio, logo a opção pela carreira técnica de engenharia é muito mais valorizada.
E vou dizer que a coisa tende a piorar.
Existe uma coisa que chamo de "Modelo Paulo Renato" que é o fenomeno "UNISQUINA", aquela faculdadizinha sem vergona que explodiu no Brasil nos ultimos 15 anos e cuja placa na entrada do prédio dizia;
"Administração, Contabeis, Letras, Pedagogia, Direto e Economia".
A escolha por estes cursos era simples, sendo cursos com nenhuma necessidade de laboratórios bastava uma pequena biblioteca e algumas salas de aula e se tinha uma faculdade.
Pobres profissionais destas areas que se formaram em boas faculdades e passam a disputar mercado com uma enxurrada de gente despreparada diplomada pela UNISQUINA.
Boa parte destas faculdades passam por dificuldade financeira atualmente, haja vista a excessiva oferta de vagas nestes cursos, a estratégia foi a mudança de foco.
Uma parcela investiu em cursos de tecnologia de curta duração, com a promeça de cursos curtos e emprego "garantido"(?), algumas mudaram seu foco para cursos fora da proposta inicial.
Até uns 5 anos atrás as faculdades de engenharia no Brasil tinham um padrão minimo de qualidade, diferente de outros cursos onde o nosso modelo "Paulo Renato" imperou.
Agora a UNISQUINA começa a formar engenheiros. Se preparem o show de horrores esta só começando.