Então, eu estava pensando justamente isso, será que o SARA pode ser aplicado para esse fim?henriquejr escreveu:Parece uma ogiva mesmo!!!
Programa Espacial Brasileiro
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
CONCLUÍDOS OS ENSAIOS EM SOLO DO MOTOR L5!
Campo Montenegro, 14/12/2011
A Divisão de Propulsão Espacial (APE) realizou com sucesso os ensaios de qualificação em solo do Motor L5, concluindo, assim, uma importante etapa para a capacitação do IAE no desenvolvimento da tecnologia de propulsão líquida.
Os ensaios do Motor L5, que funciona com oxigênio líquido e etanol, foram retomados em agosto de 2011 e serviram para verificar o desempenho desse motor em condições atmosféricas, tendo sido realizadas medidas de empuxo, vazões, pressões e temperaturas em diferentes pontos das linhas de alimentação dos propelentes, bem como no próprio motor (cabeçote de injeção, câmara de combustão e tubeira).
Atualmente foram fabricados e testados dois conjuntos idênticos do Motor L5, composto de cabeçotes de injeção e câmara de combustão. O primeiro deles foi ensaiado com êxito em 2005, tendo sido submetido a mais de 400 s de testes a quente. O segundo motor totalizou, até o momento, aproximadamente 10 min de ensaios, em tiros com duração de 40 s, 60 s e 120 s.
Para essa segunda etapa, além dos ensaios de maior duração, também, foi testada pela primeira vez uma a câmara de combustão feita de liga de aço Inconel, com cerca 2 mm de espessura de parede.
O desempenho do Motor L5 foi o esperado para as condições atmosféricas (em solo), estimando-se que os parâmetros propulsivos estejam próximos aos dos previstos em projeto para o vôo, ou seja empuxo de 5 kN (0,5 t) para ambiente de vácuo.
Campo Montenegro, 14/12/2011
A Divisão de Propulsão Espacial (APE) realizou com sucesso os ensaios de qualificação em solo do Motor L5, concluindo, assim, uma importante etapa para a capacitação do IAE no desenvolvimento da tecnologia de propulsão líquida.
Os ensaios do Motor L5, que funciona com oxigênio líquido e etanol, foram retomados em agosto de 2011 e serviram para verificar o desempenho desse motor em condições atmosféricas, tendo sido realizadas medidas de empuxo, vazões, pressões e temperaturas em diferentes pontos das linhas de alimentação dos propelentes, bem como no próprio motor (cabeçote de injeção, câmara de combustão e tubeira).
Atualmente foram fabricados e testados dois conjuntos idênticos do Motor L5, composto de cabeçotes de injeção e câmara de combustão. O primeiro deles foi ensaiado com êxito em 2005, tendo sido submetido a mais de 400 s de testes a quente. O segundo motor totalizou, até o momento, aproximadamente 10 min de ensaios, em tiros com duração de 40 s, 60 s e 120 s.
Para essa segunda etapa, além dos ensaios de maior duração, também, foi testada pela primeira vez uma a câmara de combustão feita de liga de aço Inconel, com cerca 2 mm de espessura de parede.
O desempenho do Motor L5 foi o esperado para as condições atmosféricas (em solo), estimando-se que os parâmetros propulsivos estejam próximos aos dos previstos em projeto para o vôo, ou seja empuxo de 5 kN (0,5 t) para ambiente de vácuo.
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Agência Espacial Brasileira entra em nova fase
18-12-2011
Físico Thyrso Villela, diretor da área de satélites, conta como será nova fase da agência e como ela poderá ajudar o país a conquistar a independência espacial
São Paulo - Em números, o programa espacial brasileiro passa a impressão de ser grande, com seus 20 satélites, 15 foguetes e três centros de lançamento — de acordo com informações da Agência Espacial Brasileira (AEB). No papel, está quase em pé de igualdade com potências emergentes como a China e a Índia. Na prática, contudo, o programa nacional, que em 2012 completa 18 anos, não apresenta resultados tão expressivos quando os outros membros do BRIC.
Dos 20 satélites listados no programa espacial brasileiro, apenas um está em funcionamento, quatro foram desativados por atingirem o fim da vida útil e 15 estão previstos para 'um futuro próximo'. Já entre os 15 foguetes, quatro estão em operação e 11 são previstos para os próximos anos. Dois centros de lançamento ainda são promessas.
No entanto, nada está perdido, acredita o físico Thyrso Villela, diretor da área de satélites, aplicações e desenvolvimento da AEB. O doutor em astronomia pela Universidade de São Paulo (USP) garante que o Brasil está passando por uma transformação espacial inédita.
Nesta quinta-feira, Villela fez uma apresentação sobre o futuro do programa espacial brasileiro no Instituto de Física da USP, durante a Escola Avançada de Astrobiologia, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Em entrevista ao site de VEJA, Villela explicou como pretende fazer a AEB cumprir sua parte para ajudar o Brasil a conquistar a independência espacial, transformando o país crescer nas áreas científica e tecnológica.
Durante sua apresentação, o senhor disse que a Agência Espacial Brasileira (AEB) quer começar a planejar com alto custo-benefício. Não deveria ser sempre assim? Por que isso é uma novidade? Porque nunca houve uma ação estruturada no programa espacial brasileiro. Existiram iniciativas isoladas, com institutos, como o Inpe, realizando experimentos separadamente.
Veja - Por que motivo nesses 17 anos de Agência Espacial Brasileira nunca houve uma ação estruturada?
Thyrso Villela - Tem toda uma história. Há um tempo era um ciclo vicioso: não tínhamos recursos humanos e não tínhamos recursos financeiros. Aí não tínhamos resultados. Se não tem resultado, vamos mostrar o que para captar recursos? Em seguida, quando os primeiros resultados começaram a surgir, tivemos sérios problemas de orçamento por vários anos.
Veja - O que nos garante que o ano de 2012 será melhor para o programa espacial brasileiro?
Villela - Em 2011, o Ministro de Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, nos orientou que este ano seria de reflexão para a agência. É exatamente isso que estamos fazendo.
Veja - Não deveria ser um ano para trabalhar em vez de ficar refletindo?
Villela - O programa espacial vinha com problemas há muito tempo. Precisávamos resolver isso. Não adianta colocar dinheiro na agência sem um propósito muito bem fundamentado.
Veja - Mas todos os programas espaciais do mundo têm problemas...
Villela - É diferente...
Veja - Diferente como?
Villela - Não quer dizer que ficamos parados. Fizemos várias coisas. Os projetos que existem continuaram em andamento. O CBERS-3, satélite construído junto com os chineses, com 50% de tecnologia brasileira, ficou pronto e está sendo testado. Tivemos avanços com a plataforma multimissão, com o veículo lançador de satélites, o projeto do satélite geoestacionário... No geral, o último ano do orçamento bianual, nesse caso 2011, é mais reflexivo. Se não tivéssemos repensado nossas estratégias passaríamos os próximos três anos estagnados.
A AEB está apostando alto em uma plataforma multimissão que vai servir de base para outros satélites, barateando o processo de construção. Contudo, o projeto que tinha cinco anos de previsão para ser concluído ainda não está pronto 10 anos depois. Por quê? É algo que nunca foi feito antes. Isso quer dizer que precisamos criar a tecnologia, testá-la e fazer com que ela dê certo com uma indústria que ainda está crescendo e aprendendo a produzir os componentes. É diferente de fazer uma ponte ou um prédio. Vários dos sistemas presentes na plataforma nunca haviam sido desenvolvidos no Brasil. No meio do caminho, muitos componentes que iríamos comprar acabaram entrando na lista internacional de embargo. Ou seja, tivemos que aprender sozinhos como fazer as partes que faltavam e isso acabou atrasando ainda mais o projeto.
Veja - Como o Brasil vai conseguir se livrar dos embargos internacionais?
Villela - O único caminho é desenvolver a própria tecnologia. A questão de embargo é política e militar, mas também é profundamente comercial. Existem vários interesses em jogo e precisamos pegar os atalhos para chegar onde queremos.
Veja - O senhor disse durante a apresentação que o Brasil não tem escolha a não ser ter acesso independente ao espaço, referindo-se à construção de foguetes e satélites nacionais. Por que não temos essa escolha?
Villela - Atualmente, qualquer sensoriamento remoto que o Brasil quiser fazer, seja o monitoramento do desmatamento da Amazônia ou a previsão do tempo, depende de satélites internacionais. Existem acordos para que a utilização desses equipamentos seja garantida, mas ninguém sabe o que pode acontecer. Estamos nas mãos de outros países. Durante a Guerra das Malvinas e o furacão Katrina ficamos praticamente sem imagens de satélite. É uma posição muito vulnerável. Não é ufanismo nem nacionalismo. O Brasil precisa ser capaz de lançar os próprios satélites de forma independente.
Veja - O que mais o país poderia ganhar com independência espacial?
Villela - Somos um país com uma extensão territorial enorme. Temos vários recursos minerais que precisam ser conhecidos e explorados da melhor forma possível. O que ganhamos com informação de meteorologia, por exemplo, chega a ser o equivalente ao que gastamos com nosso programa espacial anualmente, cerca de 300 milhões de reais.
Veja - Mas esse dinheiro, uma vez economizado, seria revertido para a AEB?
Villela - Estamos trabalhando para isso. O programa espacial brasileiro apesar de ser velho, é novo. Começou há 50 anos, mas veio parando. Ficamos estagnados no tempo e acabamos não tendo investimento. Para se ter ideia, o mercado de serviços de satélites é da ordem 200 bilhões de dólares por ano. Não estamos querendo entrar nesse campo pela aventura tecnológica. Queremos tudo que vem junto: empresas brasileiras de altíssima tecnologia, cursos universitários de ponta, institutos especializados. É algo que se espalha pela economia e melhora a qualidade dos empregos. O Brasil não pode continuar sendo o celeiro do mundo, isso é ridículo.
Veja - Já existem exemplos de empresas brasileiras que se especializaram em tecnologia espacial?
Essa é uma das missões da agência: fomentar o parque industrial brasileiro de alta tecnologia. O parque é pequeno, mas existe. Temos o exemplo dos satélites Amazônia-1 e CBERS. Trouxemos uma empresa que não tinha nada a ver com o programa espacial. Ela fez contribuições importantíssimas com um instrumento ótico e componentes de câmeras. Agora, ela é nossa parceira.
Veja - O Brasil teve três lançamentos fracassados com o Veículo Lançador de Satélites (VLS), um deles causando a morte de 21 pessoas em 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O Brasil está pronto para lançar os próprios satélites?
Villela - Os dois primeiros voos do VLS-1, sob o ponto de vista estritamente técnico, foram bons. Veja o que os Estados Unidos tiveram que fazer para conquistar o espaço. Eles tiveram uma série de acidentes, muito mais do que já tivemos. Também estamos aprendendo sozinhos. O sistema de controle, por exemplo, que é uma parte complicadíssima do foguete, funcionou perfeitamente. Esperamos que os voos experimentais do VLS-1 se iniciem em 2012 e ele esteja em operação em 2016.
Veja - A exemplo da fabricante de aviões americana, Boeing, que ajuda a Nasa na construção de foguetes, por que a AEB não conta com a parceria da Embraer?
Villela - Não é uma possibilidade totalmente descartada. Na área espacial, todas as empresas fortes se envolvem com o Ministério da Defesa, que coordena a construção de foguetes. Metade dos artefatos que orbitam a Terra é militar. A Embraer vai construir um satélite geoestacionário, o primeiro brasileiro, e vai operá-lo junto com a Telebrás. O dinheiro, 700 milhões de reais, já está alocado. Os passos estão sendo dados.
Veja - O senhor disse na apresentação que o orçamento da AEB vai triplicar em dois anos, passando de 200 a 300 milhões de reais por mês, para algo entre 600 e 900 milhões de reais. Dado o histórico financeiro da agência, como o senhor espera que isso aconteça?
Villela - É um caminho inevitável. O passo mais difícil já foi dado. Os satélites geoestacionários têm prazo de validade. Vamos precisar repô-los a cada 15 anos. Isso quer dizer que haverá uma indústria por trás da construção da sonda, indefinidamente. Daí a coisa começa a andar, em todos os setores. Se não fizermos isso, teremos que contratar o serviço. Estamos fazendo o satélite justamente para não ter que gastar 60 milhões por ano alugando dos outros. É por isso que esperamos que o governo mantenha o projeto em gestões futuras e o orçamento seja triplicado.
Veja - Atualmente a AEB gasta menos de 1% — do já reduzido orçamento — em ciência, cerca de três milhões de reais. Como a AEB espera avançar em conhecimento gastando tão pouco?
Villela - Em 2012 estamos planejando gastar cinco vezes mais em ciência, algo na ordem de 15 milhões de reais. Estamos nos aproximando das universidades para que elas tenham equipes preparadas para atender as necessidades da agência e para que elas tenham espaço para realizar seus experimentos.
Veja - Mas isso está longe de acontecer...
Villela - É verdade. Mas veja, falo isso tranquilamente. Ainda não temos a garantia de que uma missão vai existir. Ninguém quer arriscar a carreira e chegar lá e não dar em nada.
Veja - Então que cientista se arriscaria aliar-se à agência agora?
Villela - Se garantirmos o acesso, o lançamento do projeto e o recurso financeiro, as coisas acontecem. Foi o que fizemos no Itasat, uma pequena plataforma de satélite desenvolvida pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica e outras instituições.
Veja - O que foi feito?
Villela - Garantimos o recurso, cerca de 5 milhões de reais e a plataforma foi desenvolvida com sucesso. Agência, indústria e cientistas trabalharam em conjunto. Há um desconto por causa do desenvolvimento tecnológico, mas ele será incremental. Vamos andar como todo mundo andou: aprenderemos a engatinhar, dar os passos depois correr.
Veja - Qual é a nova missão da Agência Espacial Brasileira?
Villela - Vamos publicar em janeiro um documento mostrando quais tecnologias que vão nos nivelar com outros países e quais são de vanguarda. Vamos organizar encontros, workshops e vamos nos aproximar dos cursos de engenharia espacial. Temos pesquisadores brasileiros que realizam pesquisas de ponta. Essas pessoas contribuem para o avanço do conhecimento, mas que não têm projetos voltados para as necessidades da AEB. A contradição está aí. Temos um capital humano preparado, mas eles não sabem dos nossos problemas. Vamos virar essa mesa e, com eles, faremos a coisa passo-a-passo.
http://exame.abril.com.br/tecnologia/ci ... o-recomeco
18-12-2011
Físico Thyrso Villela, diretor da área de satélites, conta como será nova fase da agência e como ela poderá ajudar o país a conquistar a independência espacial
São Paulo - Em números, o programa espacial brasileiro passa a impressão de ser grande, com seus 20 satélites, 15 foguetes e três centros de lançamento — de acordo com informações da Agência Espacial Brasileira (AEB). No papel, está quase em pé de igualdade com potências emergentes como a China e a Índia. Na prática, contudo, o programa nacional, que em 2012 completa 18 anos, não apresenta resultados tão expressivos quando os outros membros do BRIC.
Dos 20 satélites listados no programa espacial brasileiro, apenas um está em funcionamento, quatro foram desativados por atingirem o fim da vida útil e 15 estão previstos para 'um futuro próximo'. Já entre os 15 foguetes, quatro estão em operação e 11 são previstos para os próximos anos. Dois centros de lançamento ainda são promessas.
No entanto, nada está perdido, acredita o físico Thyrso Villela, diretor da área de satélites, aplicações e desenvolvimento da AEB. O doutor em astronomia pela Universidade de São Paulo (USP) garante que o Brasil está passando por uma transformação espacial inédita.
Nesta quinta-feira, Villela fez uma apresentação sobre o futuro do programa espacial brasileiro no Instituto de Física da USP, durante a Escola Avançada de Astrobiologia, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Em entrevista ao site de VEJA, Villela explicou como pretende fazer a AEB cumprir sua parte para ajudar o Brasil a conquistar a independência espacial, transformando o país crescer nas áreas científica e tecnológica.
Durante sua apresentação, o senhor disse que a Agência Espacial Brasileira (AEB) quer começar a planejar com alto custo-benefício. Não deveria ser sempre assim? Por que isso é uma novidade? Porque nunca houve uma ação estruturada no programa espacial brasileiro. Existiram iniciativas isoladas, com institutos, como o Inpe, realizando experimentos separadamente.
Veja - Por que motivo nesses 17 anos de Agência Espacial Brasileira nunca houve uma ação estruturada?
Thyrso Villela - Tem toda uma história. Há um tempo era um ciclo vicioso: não tínhamos recursos humanos e não tínhamos recursos financeiros. Aí não tínhamos resultados. Se não tem resultado, vamos mostrar o que para captar recursos? Em seguida, quando os primeiros resultados começaram a surgir, tivemos sérios problemas de orçamento por vários anos.
Veja - O que nos garante que o ano de 2012 será melhor para o programa espacial brasileiro?
Villela - Em 2011, o Ministro de Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, nos orientou que este ano seria de reflexão para a agência. É exatamente isso que estamos fazendo.
Veja - Não deveria ser um ano para trabalhar em vez de ficar refletindo?
Villela - O programa espacial vinha com problemas há muito tempo. Precisávamos resolver isso. Não adianta colocar dinheiro na agência sem um propósito muito bem fundamentado.
Veja - Mas todos os programas espaciais do mundo têm problemas...
Villela - É diferente...
Veja - Diferente como?
Villela - Não quer dizer que ficamos parados. Fizemos várias coisas. Os projetos que existem continuaram em andamento. O CBERS-3, satélite construído junto com os chineses, com 50% de tecnologia brasileira, ficou pronto e está sendo testado. Tivemos avanços com a plataforma multimissão, com o veículo lançador de satélites, o projeto do satélite geoestacionário... No geral, o último ano do orçamento bianual, nesse caso 2011, é mais reflexivo. Se não tivéssemos repensado nossas estratégias passaríamos os próximos três anos estagnados.
A AEB está apostando alto em uma plataforma multimissão que vai servir de base para outros satélites, barateando o processo de construção. Contudo, o projeto que tinha cinco anos de previsão para ser concluído ainda não está pronto 10 anos depois. Por quê? É algo que nunca foi feito antes. Isso quer dizer que precisamos criar a tecnologia, testá-la e fazer com que ela dê certo com uma indústria que ainda está crescendo e aprendendo a produzir os componentes. É diferente de fazer uma ponte ou um prédio. Vários dos sistemas presentes na plataforma nunca haviam sido desenvolvidos no Brasil. No meio do caminho, muitos componentes que iríamos comprar acabaram entrando na lista internacional de embargo. Ou seja, tivemos que aprender sozinhos como fazer as partes que faltavam e isso acabou atrasando ainda mais o projeto.
Veja - Como o Brasil vai conseguir se livrar dos embargos internacionais?
Villela - O único caminho é desenvolver a própria tecnologia. A questão de embargo é política e militar, mas também é profundamente comercial. Existem vários interesses em jogo e precisamos pegar os atalhos para chegar onde queremos.
Veja - O senhor disse durante a apresentação que o Brasil não tem escolha a não ser ter acesso independente ao espaço, referindo-se à construção de foguetes e satélites nacionais. Por que não temos essa escolha?
Villela - Atualmente, qualquer sensoriamento remoto que o Brasil quiser fazer, seja o monitoramento do desmatamento da Amazônia ou a previsão do tempo, depende de satélites internacionais. Existem acordos para que a utilização desses equipamentos seja garantida, mas ninguém sabe o que pode acontecer. Estamos nas mãos de outros países. Durante a Guerra das Malvinas e o furacão Katrina ficamos praticamente sem imagens de satélite. É uma posição muito vulnerável. Não é ufanismo nem nacionalismo. O Brasil precisa ser capaz de lançar os próprios satélites de forma independente.
Veja - O que mais o país poderia ganhar com independência espacial?
Villela - Somos um país com uma extensão territorial enorme. Temos vários recursos minerais que precisam ser conhecidos e explorados da melhor forma possível. O que ganhamos com informação de meteorologia, por exemplo, chega a ser o equivalente ao que gastamos com nosso programa espacial anualmente, cerca de 300 milhões de reais.
Veja - Mas esse dinheiro, uma vez economizado, seria revertido para a AEB?
Villela - Estamos trabalhando para isso. O programa espacial brasileiro apesar de ser velho, é novo. Começou há 50 anos, mas veio parando. Ficamos estagnados no tempo e acabamos não tendo investimento. Para se ter ideia, o mercado de serviços de satélites é da ordem 200 bilhões de dólares por ano. Não estamos querendo entrar nesse campo pela aventura tecnológica. Queremos tudo que vem junto: empresas brasileiras de altíssima tecnologia, cursos universitários de ponta, institutos especializados. É algo que se espalha pela economia e melhora a qualidade dos empregos. O Brasil não pode continuar sendo o celeiro do mundo, isso é ridículo.
Veja - Já existem exemplos de empresas brasileiras que se especializaram em tecnologia espacial?
Essa é uma das missões da agência: fomentar o parque industrial brasileiro de alta tecnologia. O parque é pequeno, mas existe. Temos o exemplo dos satélites Amazônia-1 e CBERS. Trouxemos uma empresa que não tinha nada a ver com o programa espacial. Ela fez contribuições importantíssimas com um instrumento ótico e componentes de câmeras. Agora, ela é nossa parceira.
Veja - O Brasil teve três lançamentos fracassados com o Veículo Lançador de Satélites (VLS), um deles causando a morte de 21 pessoas em 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O Brasil está pronto para lançar os próprios satélites?
Villela - Os dois primeiros voos do VLS-1, sob o ponto de vista estritamente técnico, foram bons. Veja o que os Estados Unidos tiveram que fazer para conquistar o espaço. Eles tiveram uma série de acidentes, muito mais do que já tivemos. Também estamos aprendendo sozinhos. O sistema de controle, por exemplo, que é uma parte complicadíssima do foguete, funcionou perfeitamente. Esperamos que os voos experimentais do VLS-1 se iniciem em 2012 e ele esteja em operação em 2016.
Veja - A exemplo da fabricante de aviões americana, Boeing, que ajuda a Nasa na construção de foguetes, por que a AEB não conta com a parceria da Embraer?
Villela - Não é uma possibilidade totalmente descartada. Na área espacial, todas as empresas fortes se envolvem com o Ministério da Defesa, que coordena a construção de foguetes. Metade dos artefatos que orbitam a Terra é militar. A Embraer vai construir um satélite geoestacionário, o primeiro brasileiro, e vai operá-lo junto com a Telebrás. O dinheiro, 700 milhões de reais, já está alocado. Os passos estão sendo dados.
Veja - O senhor disse na apresentação que o orçamento da AEB vai triplicar em dois anos, passando de 200 a 300 milhões de reais por mês, para algo entre 600 e 900 milhões de reais. Dado o histórico financeiro da agência, como o senhor espera que isso aconteça?
Villela - É um caminho inevitável. O passo mais difícil já foi dado. Os satélites geoestacionários têm prazo de validade. Vamos precisar repô-los a cada 15 anos. Isso quer dizer que haverá uma indústria por trás da construção da sonda, indefinidamente. Daí a coisa começa a andar, em todos os setores. Se não fizermos isso, teremos que contratar o serviço. Estamos fazendo o satélite justamente para não ter que gastar 60 milhões por ano alugando dos outros. É por isso que esperamos que o governo mantenha o projeto em gestões futuras e o orçamento seja triplicado.
Veja - Atualmente a AEB gasta menos de 1% — do já reduzido orçamento — em ciência, cerca de três milhões de reais. Como a AEB espera avançar em conhecimento gastando tão pouco?
Villela - Em 2012 estamos planejando gastar cinco vezes mais em ciência, algo na ordem de 15 milhões de reais. Estamos nos aproximando das universidades para que elas tenham equipes preparadas para atender as necessidades da agência e para que elas tenham espaço para realizar seus experimentos.
Veja - Mas isso está longe de acontecer...
Villela - É verdade. Mas veja, falo isso tranquilamente. Ainda não temos a garantia de que uma missão vai existir. Ninguém quer arriscar a carreira e chegar lá e não dar em nada.
Veja - Então que cientista se arriscaria aliar-se à agência agora?
Villela - Se garantirmos o acesso, o lançamento do projeto e o recurso financeiro, as coisas acontecem. Foi o que fizemos no Itasat, uma pequena plataforma de satélite desenvolvida pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica e outras instituições.
Veja - O que foi feito?
Villela - Garantimos o recurso, cerca de 5 milhões de reais e a plataforma foi desenvolvida com sucesso. Agência, indústria e cientistas trabalharam em conjunto. Há um desconto por causa do desenvolvimento tecnológico, mas ele será incremental. Vamos andar como todo mundo andou: aprenderemos a engatinhar, dar os passos depois correr.
Veja - Qual é a nova missão da Agência Espacial Brasileira?
Villela - Vamos publicar em janeiro um documento mostrando quais tecnologias que vão nos nivelar com outros países e quais são de vanguarda. Vamos organizar encontros, workshops e vamos nos aproximar dos cursos de engenharia espacial. Temos pesquisadores brasileiros que realizam pesquisas de ponta. Essas pessoas contribuem para o avanço do conhecimento, mas que não têm projetos voltados para as necessidades da AEB. A contradição está aí. Temos um capital humano preparado, mas eles não sabem dos nossos problemas. Vamos virar essa mesa e, com eles, faremos a coisa passo-a-passo.
http://exame.abril.com.br/tecnologia/ci ... o-recomeco
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Durante a Guerra das Malvinas e o furacão Katrina ficamos praticamente sem imagens de satélite.
E o pulha do FHC gastava 10 milhões por ano no Programa Espacial Brasileiro.
Esse sujeito deveria ir pro inferno.
E o pulha do FHC gastava 10 milhões por ano no Programa Espacial Brasileiro.
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Há males que vem para o bem, por conta disso, hoje temos uma rede de Radares SAR fixos que cobrem todo o território nacional e usamos um pool de satélites estrangeiros do EUA, Europa, Japão e China.
Em 2014/2015 fecharemos nosso espaço com chave de ouro lançando nossos satélites GPM-BR e MAPSAR.
Mauri
Em 2014/2015 fecharemos nosso espaço com chave de ouro lançando nossos satélites GPM-BR e MAPSAR.
Mauri
prp escreveu:Durante a Guerra das Malvinas e o furacão Katrina ficamos praticamente sem imagens de satélite.
E o pulha do FHC gastava 10 milhões por ano no Programa Espacial Brasileiro.
Esse sujeito deveria ir pro inferno.
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Aeronáutica desenvolve combustível para foguete
O Brasil concluiu uma importante etapa no processo de desenvolvimento de motores para foguetes movidos a combustível líquido, tecnologia utilizada há vários anos pelos principais veículos lançadores de satélites no mundo. Os propulsores líquidos também são usados em satélites de sensoriamento remoto, meteorológicos e de comunicação para realizar manobras de correção de órbita.
Apesar da escassez de recursos financeiros e humanos que o setor aeroespacial enfrenta, o primeiro motor brasileiro a combustível líquido foi testado com sucesso, em dezembro, no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
"Realizamos um teste de qualificação em solo do primeiro motor, batizado de L5 e projetado para operar com oxigênio líquido e etanol", explica o pesquisador e chefe da subdiretoria de espaço do Instituto de Aeronáutica, coronel Avandelino Santana Junior. O próximo passo do projeto é o lançamento em voo, que deverá ser feito primeiro em um foguete de sondagem suborbital.
O domínio dessa tecnologia é uma das prioridades que o governo federal estabeleceu em decreto, em dezembro de 2008, na Estratégia Nacional de Defesa (END) para o setor espacial brasileiro. Segundo Santana Junior, o Brasil precisa evoluir a tecnologia dos seus lançadores, pois o atual Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), que usa combustível sólido, não tem capacidade para atender as futuras missões do programa espacial, como o satélite geoestacionário, que será comprado pelo país até 2014.
Além de dominar uma tecnologia mais avançada na área de lançadores, o projeto desse motor tem como objetivo substituir o atual quarto estágio do foguete brasileiro VLS-1 em suas futuras versões. O próximo VLS-1, que será lançado ao espaço entre o fim deste ano e início de 2013, ainda usará o motor de propulsão sólida.
Com um combustível de maior eficiência energética, segundo o pesquisador, ao invés de lançar um satélite de 115 quilos a 750 quilômetros de altitude, o VLS-1 poderá colocar um satélite de 200 quilos em órbita da Terra e de uma maneira mais precisa. Para se ter ideia da potência do novo motor, o L5 tem força para empurrar um bloco de meia tonelada. Além disso, o propulsor líquido tem a capacidade de interromper e reiniciar o lançamento, sem a necessidade de destruir o foguete, como acontece com o foguete movido a combustível sólido.
O custo de produção também é vantajoso, pois Santana Junior calcula que o motor do quarto estágio do VLS-1 chega a ser oito vezes mais caro que o L5. Além disso, afirmou que um quilo de hidrazina custa 20 vezes mais que um quilo de etanol. A hidrazina é um dos combustíveis líquidos que serão usados pelo foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela binacional ACS (Alcantara Cyclone Space), criada pelo Brasil e Ucrânia.
Além da questão do custo, a seleção do etanol e do oxigênio líquido para o motor L5 usou como critérios a segurança no manuseio, o baixo nível de fuligem e a não agressividade ao meio-ambiente. O objetivo era, principalmente, ter à disposição um combustível no mercado nacional que garantisse independência do Brasil em relação aos mercados externos, disse Santana Junior.
O VLS-1 usa o perclorato de amônio, produzido pela Usina Coronel Abner, mantida pela Aeronáutica, enquanto o polibutadieno (PBLH) teve sua produção local descontinuada e passou a ser importado.
O pesquisador disse que há interesse em usar combustíveis líquidos também nos estágios superiores do novo foguete VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), em fase de desenvolvimento, para dar prioridade ao uso de tecnologias limpas. O IAE também estuda outras opções de combustível verde para o VLM.
Projeto requer participação de fabricantes brasileiros
O domínio da tecnologia de propulsão líquida em motor-foguete de pequeno porte significa uma etapa importante em direção ao desenvolvimento de motores maiores. O primeiro passo foi dado pela Aeronáutica com o desenvolvimento do projeto do motor L75, que funcionará com oxigênio líquido e querosene, com força para empurrar 7,5 toneladas. Mas a indústria nacional já está envolvida no processo de fabricação de componentes para o novo motor L5.
O modelo L75 será pressurizado por turbobomba - um conjunto de turbina e bomba, com a função de injetar, sob pressão, o combustível e o oxidante na câmara de combustão. O nível de empuxo (força) foi escolhido para atender ao foguete VLS Alfa, primeiro veículo da nova geração brasileira de lançadores de satélites, denominada Cruzeiro do Sul. O VLS Alfa será capaz de lançar satélites com massa superior a 400 quilos em órbitas equatoriais de 400 quilômetros.
Um dos requisitos para o desenvolvimento desse veículo é o envolvimento da indústria em todas as fases de produção, principalmente na parte de propulsão líquida: turbobomba, câmaras de combustão, injetores, válvulas e reguladores de vazão e pressão, diz o coronel Avandelino Santana Junior, pesquisador do Instituto de Aeronáutica.
A empresa Fautec produziu a câmara de combustão; a Laser Tools, os injetores de combustível; e a Brasimet, o cabeçote de injeção. O etanol é comprado no mercado brasileiro e o oxigênio líquido pode ser fornecido por diferentes empresas, como AGA e White Martins.
A Orbital Engenharia está desenvolvendo em parceria com a Aeronáutica um sistema de alimentação de motor-foguete para propulsores líquidos como o L5, com a função de fornecer combustível e oxidante para os motores-foguetes movidos a combustível líquido. Os recursos para o projeto, avaliados em R$ 2 milhões, foram repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A Orbital vai produzir tanques de fibra de carbono e de alumínio, válvulas, reguladores, filtros, tubulação e suporte para fixação do motor.
O laboratório da Aeronáutica foi montado em 2005, após a formação do primeiro curso de especialização em propulsão líquida realizado no Instituto de Aeronáutica e Espaço (ITA), com a participação de professores do Moscow Aviation Institute. Dos 18 especialistas formados, 14 permanecem no laboratório. Para Santana Junior, o ritmo de desenvolvimento ainda é lento por falta de recursos financeiros e humanos.
Nova fábrica da Avibras vai custar R$ 46 milhões
A Avibras, uma das principais indústrias de material de defesa do país, vai instalar uma nova unidade industrial em Lorena (SP) para fabricar polibutadieno (PBLH), polímero usado na produção do combustível sólido do foguete VLS-1, mas que também tem aplicações industriais, como resina plástica. Segundo o presidente da Avibras, Sami Hassuani, esta será a quarta fábrica de PBLH no mundo -as demais são nos Estados Unidos, na China e na Rússia.
O PBLH era fabricado no Brasil pela Petroflex, vendida pela Petrobras a um grupo alemão que decidiu descontinuar a fabricação do produto no país. Segundo Hassuani, serão necessários R$ 46 milhões de investimento para a construção da nova fábrica de PBLH, que deverá ser concluída em 18 meses. Deste total, R$ 8 milhões já foram investidos com recursos próprios no desenvolvimento da tecnologia. O executivo disse que está buscando financiamento junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O potencial de consumo de PBLH no mercado civil, segundo Hassuani, é bem maior do que o dos segmentos de defesa e espacial, mas é importante levar em consideração seu elevado valor estratégico. "Todos os mísseis fabricados e utilizados pelas Forças Armadas no Brasil adotam propelente sólido à base de PBLH. Sem ele não é possível fabricar o combustível", afirmou.
O executivo estima um consumo maior que 5 mil toneladas por ano para o mercado civil, para atender a áreas como construção civil, petroquímica e industrial, com o fornecimento de selantes e impermeabilizantes derivados do PBLH. Para os mercado de defesa e espacial, a demanda potencial é de cerca de 250 toneladas por ano de propelente sólido para foguetes de artilharia, mísseis e veículos espaciais.
"O IAE [Instituto de Aeronáutica e Espaço] também está estudando o uso da versão comercial do PBLH, que é mais fácil de comprar, porque sua aplicação não é restrita como a de um foguete, que é sujeito a embargos", disse o chefe da subdiretoria de Espaço do IAE, coronel Avandelino Santana Junior.
A retomada da produção do PBLH no país, segundo o pesquisador, é estratégica, pois a compra do produto no exterior é complicada, devido a produtos controlados e sujeitos a embargos internacionais.
Criada há 50 anos, a Avibras emprega cerca de 850 funcionários e faturou R$ 220 milhões em 2010 [último dado disponível]. A empresa produz sistemas de defesa ar-terra e terra-terra, veículos aéreos não tripulados e mísseis.
Fonte: Notimp
Obs. Interessante é que o uso do alcool em lugar do hidrogênio líquido, não é uma inovação brasileira, foi usado durante algum tempo por Von Braun em seus V2 na Alemanha.
A opção do IAE pelo álcool se justifica menor preço e pelo alto custo e falta de estrutura para manuseio e estocagem do hidrogênio, mesmo motivo que levou a Marinha a não usar submarinos com AIP.
Menina dos olhos do empresário dono da Orbital Engenharia, o “Motor-Foguete de Propelente Líquido”, projeto contemplado com recursos provenientes do programa de Subvenção Econômica da FINEP. Movido a oxigênio e álcool etílico, vem sendo desenvolvido em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). A tecnologia de propulsão líquida estudada pela Orbital é pioneira no Brasil,
Mauri
O Brasil concluiu uma importante etapa no processo de desenvolvimento de motores para foguetes movidos a combustível líquido, tecnologia utilizada há vários anos pelos principais veículos lançadores de satélites no mundo. Os propulsores líquidos também são usados em satélites de sensoriamento remoto, meteorológicos e de comunicação para realizar manobras de correção de órbita.
Apesar da escassez de recursos financeiros e humanos que o setor aeroespacial enfrenta, o primeiro motor brasileiro a combustível líquido foi testado com sucesso, em dezembro, no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), órgão de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
"Realizamos um teste de qualificação em solo do primeiro motor, batizado de L5 e projetado para operar com oxigênio líquido e etanol", explica o pesquisador e chefe da subdiretoria de espaço do Instituto de Aeronáutica, coronel Avandelino Santana Junior. O próximo passo do projeto é o lançamento em voo, que deverá ser feito primeiro em um foguete de sondagem suborbital.
O domínio dessa tecnologia é uma das prioridades que o governo federal estabeleceu em decreto, em dezembro de 2008, na Estratégia Nacional de Defesa (END) para o setor espacial brasileiro. Segundo Santana Junior, o Brasil precisa evoluir a tecnologia dos seus lançadores, pois o atual Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), que usa combustível sólido, não tem capacidade para atender as futuras missões do programa espacial, como o satélite geoestacionário, que será comprado pelo país até 2014.
Além de dominar uma tecnologia mais avançada na área de lançadores, o projeto desse motor tem como objetivo substituir o atual quarto estágio do foguete brasileiro VLS-1 em suas futuras versões. O próximo VLS-1, que será lançado ao espaço entre o fim deste ano e início de 2013, ainda usará o motor de propulsão sólida.
Com um combustível de maior eficiência energética, segundo o pesquisador, ao invés de lançar um satélite de 115 quilos a 750 quilômetros de altitude, o VLS-1 poderá colocar um satélite de 200 quilos em órbita da Terra e de uma maneira mais precisa. Para se ter ideia da potência do novo motor, o L5 tem força para empurrar um bloco de meia tonelada. Além disso, o propulsor líquido tem a capacidade de interromper e reiniciar o lançamento, sem a necessidade de destruir o foguete, como acontece com o foguete movido a combustível sólido.
O custo de produção também é vantajoso, pois Santana Junior calcula que o motor do quarto estágio do VLS-1 chega a ser oito vezes mais caro que o L5. Além disso, afirmou que um quilo de hidrazina custa 20 vezes mais que um quilo de etanol. A hidrazina é um dos combustíveis líquidos que serão usados pelo foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela binacional ACS (Alcantara Cyclone Space), criada pelo Brasil e Ucrânia.
Além da questão do custo, a seleção do etanol e do oxigênio líquido para o motor L5 usou como critérios a segurança no manuseio, o baixo nível de fuligem e a não agressividade ao meio-ambiente. O objetivo era, principalmente, ter à disposição um combustível no mercado nacional que garantisse independência do Brasil em relação aos mercados externos, disse Santana Junior.
O VLS-1 usa o perclorato de amônio, produzido pela Usina Coronel Abner, mantida pela Aeronáutica, enquanto o polibutadieno (PBLH) teve sua produção local descontinuada e passou a ser importado.
O pesquisador disse que há interesse em usar combustíveis líquidos também nos estágios superiores do novo foguete VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), em fase de desenvolvimento, para dar prioridade ao uso de tecnologias limpas. O IAE também estuda outras opções de combustível verde para o VLM.
Projeto requer participação de fabricantes brasileiros
O domínio da tecnologia de propulsão líquida em motor-foguete de pequeno porte significa uma etapa importante em direção ao desenvolvimento de motores maiores. O primeiro passo foi dado pela Aeronáutica com o desenvolvimento do projeto do motor L75, que funcionará com oxigênio líquido e querosene, com força para empurrar 7,5 toneladas. Mas a indústria nacional já está envolvida no processo de fabricação de componentes para o novo motor L5.
O modelo L75 será pressurizado por turbobomba - um conjunto de turbina e bomba, com a função de injetar, sob pressão, o combustível e o oxidante na câmara de combustão. O nível de empuxo (força) foi escolhido para atender ao foguete VLS Alfa, primeiro veículo da nova geração brasileira de lançadores de satélites, denominada Cruzeiro do Sul. O VLS Alfa será capaz de lançar satélites com massa superior a 400 quilos em órbitas equatoriais de 400 quilômetros.
Um dos requisitos para o desenvolvimento desse veículo é o envolvimento da indústria em todas as fases de produção, principalmente na parte de propulsão líquida: turbobomba, câmaras de combustão, injetores, válvulas e reguladores de vazão e pressão, diz o coronel Avandelino Santana Junior, pesquisador do Instituto de Aeronáutica.
A empresa Fautec produziu a câmara de combustão; a Laser Tools, os injetores de combustível; e a Brasimet, o cabeçote de injeção. O etanol é comprado no mercado brasileiro e o oxigênio líquido pode ser fornecido por diferentes empresas, como AGA e White Martins.
A Orbital Engenharia está desenvolvendo em parceria com a Aeronáutica um sistema de alimentação de motor-foguete para propulsores líquidos como o L5, com a função de fornecer combustível e oxidante para os motores-foguetes movidos a combustível líquido. Os recursos para o projeto, avaliados em R$ 2 milhões, foram repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A Orbital vai produzir tanques de fibra de carbono e de alumínio, válvulas, reguladores, filtros, tubulação e suporte para fixação do motor.
O laboratório da Aeronáutica foi montado em 2005, após a formação do primeiro curso de especialização em propulsão líquida realizado no Instituto de Aeronáutica e Espaço (ITA), com a participação de professores do Moscow Aviation Institute. Dos 18 especialistas formados, 14 permanecem no laboratório. Para Santana Junior, o ritmo de desenvolvimento ainda é lento por falta de recursos financeiros e humanos.
Nova fábrica da Avibras vai custar R$ 46 milhões
A Avibras, uma das principais indústrias de material de defesa do país, vai instalar uma nova unidade industrial em Lorena (SP) para fabricar polibutadieno (PBLH), polímero usado na produção do combustível sólido do foguete VLS-1, mas que também tem aplicações industriais, como resina plástica. Segundo o presidente da Avibras, Sami Hassuani, esta será a quarta fábrica de PBLH no mundo -as demais são nos Estados Unidos, na China e na Rússia.
O PBLH era fabricado no Brasil pela Petroflex, vendida pela Petrobras a um grupo alemão que decidiu descontinuar a fabricação do produto no país. Segundo Hassuani, serão necessários R$ 46 milhões de investimento para a construção da nova fábrica de PBLH, que deverá ser concluída em 18 meses. Deste total, R$ 8 milhões já foram investidos com recursos próprios no desenvolvimento da tecnologia. O executivo disse que está buscando financiamento junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O potencial de consumo de PBLH no mercado civil, segundo Hassuani, é bem maior do que o dos segmentos de defesa e espacial, mas é importante levar em consideração seu elevado valor estratégico. "Todos os mísseis fabricados e utilizados pelas Forças Armadas no Brasil adotam propelente sólido à base de PBLH. Sem ele não é possível fabricar o combustível", afirmou.
O executivo estima um consumo maior que 5 mil toneladas por ano para o mercado civil, para atender a áreas como construção civil, petroquímica e industrial, com o fornecimento de selantes e impermeabilizantes derivados do PBLH. Para os mercado de defesa e espacial, a demanda potencial é de cerca de 250 toneladas por ano de propelente sólido para foguetes de artilharia, mísseis e veículos espaciais.
"O IAE [Instituto de Aeronáutica e Espaço] também está estudando o uso da versão comercial do PBLH, que é mais fácil de comprar, porque sua aplicação não é restrita como a de um foguete, que é sujeito a embargos", disse o chefe da subdiretoria de Espaço do IAE, coronel Avandelino Santana Junior.
A retomada da produção do PBLH no país, segundo o pesquisador, é estratégica, pois a compra do produto no exterior é complicada, devido a produtos controlados e sujeitos a embargos internacionais.
Criada há 50 anos, a Avibras emprega cerca de 850 funcionários e faturou R$ 220 milhões em 2010 [último dado disponível]. A empresa produz sistemas de defesa ar-terra e terra-terra, veículos aéreos não tripulados e mísseis.
Fonte: Notimp
Obs. Interessante é que o uso do alcool em lugar do hidrogênio líquido, não é uma inovação brasileira, foi usado durante algum tempo por Von Braun em seus V2 na Alemanha.
A opção do IAE pelo álcool se justifica menor preço e pelo alto custo e falta de estrutura para manuseio e estocagem do hidrogênio, mesmo motivo que levou a Marinha a não usar submarinos com AIP.
Menina dos olhos do empresário dono da Orbital Engenharia, o “Motor-Foguete de Propelente Líquido”, projeto contemplado com recursos provenientes do programa de Subvenção Econômica da FINEP. Movido a oxigênio e álcool etílico, vem sendo desenvolvido em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). A tecnologia de propulsão líquida estudada pela Orbital é pioneira no Brasil,
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
A notícia abaixo serve para mostrar como de fato funcionam os programas voltados à pesquisa do espaço no Brasil, e porque não se deve comemorar os anúncios de que se vai fazer alguma coisa (nem sozinhos nem em parcerias), mas apenas os resultados que forem de fato apresentados.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que nosso país passa vergonha em um acordo de parceria internacional, a regra tem sido que mesmo após anunciada com toda pompa e circunstância a participação brasileira só saia, se sair, após o/s parceiro/s serem obrigados a fazer pressão sobre nossas autoridades. É por isso este tipo de cisa que tais anúncios me causam sempre muito mais apreensão do que contentamento.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que nosso país passa vergonha em um acordo de parceria internacional, a regra tem sido que mesmo após anunciada com toda pompa e circunstância a participação brasileira só saia, se sair, após o/s parceiro/s serem obrigados a fazer pressão sobre nossas autoridades. É por isso este tipo de cisa que tais anúncios me causam sempre muito mais apreensão do que contentamento.
Leandro G. CardBrasil pode perder chance de usar o maior telescópio do mundo
País se comprometeu a aderir a observatório, mas acordo nem foi enviado à votação no Congresso
Herton Escobar/AE
ANTOFAGASTA, CHILE - O Brasil corre sério risco de perder sua vaga no projeto de construção do maior telescópio do mundo caso não ratifique seu contrato de adesão ao Observatório Europeu do Sul (ESO) ainda neste primeiro semestre, alerta o diretor geral da organização, o holandês Tim de Zeeuw. O acordo foi assinado no fim de 2010 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o compromisso de que seria aprovado até o fim de 2011, mas até agora não foi enviado para votação no Congresso -- que precisa ratificar o contrato para que ele se torne válido, por tratar-se de um acordo entre os governos do Brasil e dos 14 países europeus que já fazem parte do ESO.
"O contrato diz que, após um ano, ambos os lados podem pedir uma renegociação", afirmou Zeeuw, em um almoço com jornalistas brasileiros em Santiago, no Chile, país onde estão localizados os telescópios do ESO. E deixou claro que, se não houver uma sinalização forte de avanço nos próximos meses, os países europeus pedirão essa renegociação. Detalhe: sem garantia de que os descontos concedidos ao Brasil na primeira vez serão mantidos. Pelo contrato atual, o País tem um desconto de 30% no custo total de participação pelos primeiros dez anos. Em vez de E$ 370 milhões, poderá pagar E$ 260 milhões, segundo o ESO, além de outros benefícios.
"Os países membros concordaram com esses termos porque viram a participação do Brasil como uma vantagem estratégica, mas não posso garantir que isso será mantido se tivermos de renegociar o contrato", alertou Zeeuw. Na pior das hipóteses, disse ele, o convite feito ao Brasil para se juntar ao ESO poderá ser revogado. "Não estou fazendo uma ameaça, estou apenas afirmando um fato", disse. "Houve uma decisão unânime por parte dos membros de assinar o acordo com o Brasil, e esperamos que o País honre seus compromissos."
Zeeuw foi simpático, educado e diplomático durante toda a entrevista. Mas ficou óbvio que a paciência e a boa vontade dos europeus está no limite. "É um bom contrato, então não entendo porque deveríamos renegociá-lo", disse. "Se não houver progressos significativos até a metade do ano, todo mundo ficará muito descontente."
O contrato foi assinado no final da gestão do presidente Lula e do ministro Sérgio Rezende. Desde então, Zeeuw diz que não recebeu nenhum comunicado do novo ministro, Aloizio Mercadante, e que tentou marcar reuniões com ele, mas não foi atendido. O silêncio do governo foi total.
Assim, é natural que os europeus estejam se perguntando se poderão, de fato, contar com o Brasil em seus próximos projetos. O mais audacioso deles, é a construção do Telescópio Extremamente Grande Europeu (E-ELT, em inglês), projetado para ser o maior instrumento de pesquisa astronômica do planeta, com um espelho coletor de quase 40 metros de diâmetro -- cinco vezes maior do que os maiores telescópios atuais. O custo estimado do projeto é de E$ 1 bilhão, previsto para entrar em operação no prazo de dez anos.
O projeto do telescópio já está pronto, o local de construção já foi escolhido (também nos Andes chilenos), e o dinheiro já está praticamente garantido por parte dos europeus. Se o Brasil não ratificar sua adesão ao ESO, porém, não só ficará fora do E-ELT como colocará em risco o andamento do projeto para o outros participantes. "Não podemos começar a construir o E-ELT sem o Brasil", disse Zeeuw. "Quase todo mundo já está pronto. Mas precisamos saber exatamente o que vai acontecer daqui para frente. Neste momento, o Brasil é essencial."
Apesar dos custos envolvidos, a maior parte dos astrônomos brasileiros apoia a entrada do Brasil no ESO, o que garantiria ao País direitos iguais de uso da infraestrutura de pesquisa do observatório -- considerado o melhor do mundo em várias áreas da astronomia. Sem falar no E-ELT. Desde o início de 2011 o Brasil já é tratado como membro do consórcio, apesar de o contrato não ter sido ainda sancionado pelo Congresso. Os astrônomos brasileiros já fazem uso das instalações. A bandeira do Brasil figura no site do observatório (http://www.eso.org) e o país é citado como membro em todos os materiais de divulgação do grupo. Falta o Brasil assinar o que prometeu e começar a pagar sua parte do acordo.
Para o astrônomo Claudio Melo, que trabalha para o ESO há dez anos, o Brasil não pode abrir mão dessa oportunidade. "É um bonde que só vai passar uma vez. Se não pegarmos agora, não pegamos nunca mais", diz. Um país não pode simplesmente pagar para entrar para o ESO. A participação é permitida apenas via convite formal, e o Brasil seria o primeiro país não europeu a fazer parte do consórcio.
……
O repórter viajou ao Chile a convite do ESO.
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Leandro,
No entanto o que está em jogo neste caso é o custo benefício para o Brasil, não é nenhum vexame, os governos mudam, os agentes mudam e as diretrizes também podem mudar.
O Brasil já participa de dois projetos similares, o Gemini e o SOAR, logo temos que priorizar os mais vantajosos, outra coisa, você se lembra do dito vexame da estação espacial internacional? Será mesmo que perdemos tanto com a saída? Até o nosso astronauta tivemos que pagar para ele subir.
Olha, eu acho que neste caso, não passa de chororó dos europeus sem dinheiro pra investir por conta da crise, querem o Brasil no negócio a qualquer preço.
No entanto o que está em jogo neste caso é o custo benefício para o Brasil, não é nenhum vexame, os governos mudam, os agentes mudam e as diretrizes também podem mudar.
O Brasil já participa de dois projetos similares, o Gemini e o SOAR, logo temos que priorizar os mais vantajosos, outra coisa, você se lembra do dito vexame da estação espacial internacional? Será mesmo que perdemos tanto com a saída? Até o nosso astronauta tivemos que pagar para ele subir.
Olha, eu acho que neste caso, não passa de chororó dos europeus sem dinheiro pra investir por conta da crise, querem o Brasil no negócio a qualquer preço.
LeandroGCard escreveu:A notícia abaixo serve para mostrar como de fato funcionam os programas voltados à pesquisa do espaço no Brasil, e porque não se deve comemorar os anúncios de que se vai fazer alguma coisa (nem sozinhos nem em parcerias), mas apenas os resultados que forem de fato apresentados.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que nosso país passa vergonha em um acordo de parceria internacional, a regra tem sido que mesmo após anunciada com toda pompa e circunstância a participação brasileira só saia, se sair, após o/s parceiro/s serem obrigados a fazer pressão sobre nossas autoridades. É por isso este tipo de cisa que tais anúncios me causam sempre muito mais apreensão do que contentamento.
Leandro G. CardBrasil pode perder chance de usar o maior telescópio do mundo
País se comprometeu a aderir a observatório, mas acordo nem foi enviado à votação no Congresso
Herton Escobar/AE
ANTOFAGASTA, CHILE - O Brasil corre sério risco de perder sua vaga no projeto de construção do maior telescópio do mundo caso não ratifique seu contrato de adesão ao Observatório Europeu do Sul (ESO) ainda neste primeiro semestre, alerta o diretor geral da organização, o holandês Tim de Zeeuw. O acordo foi assinado no fim de 2010 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com o compromisso de que seria aprovado até o fim de 2011, mas até agora não foi enviado para votação no Congresso -- que precisa ratificar o contrato para que ele se torne válido, por tratar-se de um acordo entre os governos do Brasil e dos 14 países europeus que já fazem parte do ESO.
"O contrato diz que, após um ano, ambos os lados podem pedir uma renegociação", afirmou Zeeuw, em um almoço com jornalistas brasileiros em Santiago, no Chile, país onde estão localizados os telescópios do ESO. E deixou claro que, se não houver uma sinalização forte de avanço nos próximos meses, os países europeus pedirão essa renegociação. Detalhe: sem garantia de que os descontos concedidos ao Brasil na primeira vez serão mantidos. Pelo contrato atual, o País tem um desconto de 30% no custo total de participação pelos primeiros dez anos. Em vez de E$ 370 milhões, poderá pagar E$ 260 milhões, segundo o ESO, além de outros benefícios.
"Os países membros concordaram com esses termos porque viram a participação do Brasil como uma vantagem estratégica, mas não posso garantir que isso será mantido se tivermos de renegociar o contrato", alertou Zeeuw. Na pior das hipóteses, disse ele, o convite feito ao Brasil para se juntar ao ESO poderá ser revogado. "Não estou fazendo uma ameaça, estou apenas afirmando um fato", disse. "Houve uma decisão unânime por parte dos membros de assinar o acordo com o Brasil, e esperamos que o País honre seus compromissos."
Zeeuw foi simpático, educado e diplomático durante toda a entrevista. Mas ficou óbvio que a paciência e a boa vontade dos europeus está no limite. "É um bom contrato, então não entendo porque deveríamos renegociá-lo", disse. "Se não houver progressos significativos até a metade do ano, todo mundo ficará muito descontente."
O contrato foi assinado no final da gestão do presidente Lula e do ministro Sérgio Rezende. Desde então, Zeeuw diz que não recebeu nenhum comunicado do novo ministro, Aloizio Mercadante, e que tentou marcar reuniões com ele, mas não foi atendido. O silêncio do governo foi total.
Assim, é natural que os europeus estejam se perguntando se poderão, de fato, contar com o Brasil em seus próximos projetos. O mais audacioso deles, é a construção do Telescópio Extremamente Grande Europeu (E-ELT, em inglês), projetado para ser o maior instrumento de pesquisa astronômica do planeta, com um espelho coletor de quase 40 metros de diâmetro -- cinco vezes maior do que os maiores telescópios atuais. O custo estimado do projeto é de E$ 1 bilhão, previsto para entrar em operação no prazo de dez anos.
O projeto do telescópio já está pronto, o local de construção já foi escolhido (também nos Andes chilenos), e o dinheiro já está praticamente garantido por parte dos europeus. Se o Brasil não ratificar sua adesão ao ESO, porém, não só ficará fora do E-ELT como colocará em risco o andamento do projeto para o outros participantes. "Não podemos começar a construir o E-ELT sem o Brasil", disse Zeeuw. "Quase todo mundo já está pronto. Mas precisamos saber exatamente o que vai acontecer daqui para frente. Neste momento, o Brasil é essencial."
Apesar dos custos envolvidos, a maior parte dos astrônomos brasileiros apoia a entrada do Brasil no ESO, o que garantiria ao País direitos iguais de uso da infraestrutura de pesquisa do observatório -- considerado o melhor do mundo em várias áreas da astronomia. Sem falar no E-ELT. Desde o início de 2011 o Brasil já é tratado como membro do consórcio, apesar de o contrato não ter sido ainda sancionado pelo Congresso. Os astrônomos brasileiros já fazem uso das instalações. A bandeira do Brasil figura no site do observatório (http://www.eso.org) e o país é citado como membro em todos os materiais de divulgação do grupo. Falta o Brasil assinar o que prometeu e começar a pagar sua parte do acordo.
Para o astrônomo Claudio Melo, que trabalha para o ESO há dez anos, o Brasil não pode abrir mão dessa oportunidade. "É um bonde que só vai passar uma vez. Se não pegarmos agora, não pegamos nunca mais", diz. Um país não pode simplesmente pagar para entrar para o ESO. A participação é permitida apenas via convite formal, e o Brasil seria o primeiro país não europeu a fazer parte do consórcio.
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O repórter viajou ao Chile a convite do ESO.
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Governo Brasileiro Diz Que Projeto com o ESO Parou Por Falta de Verba
O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) afirmou los nota Que uma Entrada do Brasil no ESO ((Observatório Europeu do Sul) FOI reavaliado Por Causa de "Ajustes orçamentários" e Opaco uma tramitação ainda Depende de aprovação do Congresso. O Governo Afirma, no entanto, Que deseja Que o Brasil participe do ESO.
Em entrevista a Folha, o diretor-Geral do ESO, Tim de Zeeuw, Disse Que uma Construção do Maior e Mais avançado Telescópio Espacial do Mundo está offline atrasada Por Causa do Brasil.
O acordo parágrafo um Convention Evento Que estabelece uma Organização Européia Pará a Pesquisa Astronômica no Hemisferio Austral FOI assinado Pelo ex-Ministro Sérgio Rezende, EM 29 de dezembro de 2010.
Aconteceu poucos dias ISSO pingos de Rezende deixar o Ministério Pará a Entrada de Aloizio Mercadante.
"O MCTI acatou o Desejo de Parte da comunidade Científica Brasileira de Participar de TODO o Programa do ESO, incluíndo o E-ELT".
O Problema e Que o Ministério nao DEU tramitações continuidade como fazer acordo nenhum Governo Internacional Por Causa de "Ajustes orçamentários realizados Pelo Governo los 2011 e fazer Atual Cenário Econômico Internacional".
Em 2011, o MCTI Perdeu 23% do Seu Orçamento, EM Comparação AO Ano anterior.
"O Projeto FOI reavaliado e está offline los fase final de parágrafo CONCLUSÃO serviços Enviado AO Congresso Nacional", Diz uma nota.
O MCTI Ressalta Que uma Entrada do Brasil no consórcio DeVera custar Cerca de € 250 milhoes, "um volume de Elevado de Investimentos e Orçamento o parágrafo como Demandas de Ciência ea Tecnologia".
O ESO Afirma Que ESSE valor corresponde à Entrada do País no Programa e à Manutenção da "anuidade" Pela Participação do Brasil. ISSO séria pago los Anos dez.
O Ministério afirmou ainda Que deseja Que o Brasil "participe de TODO o Programa da ESO e dedicará de Todos os esforços par ISSO".
À Folha, a Assessoria de Imprensa da pasta Disse Que o Ministério está offline Aberto parágrafo conversar com uma diretoria do ESO Sobre como tramitações.
Fonte: Site do Jornal "Folha de São Paulo
Mauri
O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) afirmou los nota Que uma Entrada do Brasil no ESO ((Observatório Europeu do Sul) FOI reavaliado Por Causa de "Ajustes orçamentários" e Opaco uma tramitação ainda Depende de aprovação do Congresso. O Governo Afirma, no entanto, Que deseja Que o Brasil participe do ESO.
Em entrevista a Folha, o diretor-Geral do ESO, Tim de Zeeuw, Disse Que uma Construção do Maior e Mais avançado Telescópio Espacial do Mundo está offline atrasada Por Causa do Brasil.
O acordo parágrafo um Convention Evento Que estabelece uma Organização Européia Pará a Pesquisa Astronômica no Hemisferio Austral FOI assinado Pelo ex-Ministro Sérgio Rezende, EM 29 de dezembro de 2010.
Aconteceu poucos dias ISSO pingos de Rezende deixar o Ministério Pará a Entrada de Aloizio Mercadante.
"O MCTI acatou o Desejo de Parte da comunidade Científica Brasileira de Participar de TODO o Programa do ESO, incluíndo o E-ELT".
O Problema e Que o Ministério nao DEU tramitações continuidade como fazer acordo nenhum Governo Internacional Por Causa de "Ajustes orçamentários realizados Pelo Governo los 2011 e fazer Atual Cenário Econômico Internacional".
Em 2011, o MCTI Perdeu 23% do Seu Orçamento, EM Comparação AO Ano anterior.
"O Projeto FOI reavaliado e está offline los fase final de parágrafo CONCLUSÃO serviços Enviado AO Congresso Nacional", Diz uma nota.
O MCTI Ressalta Que uma Entrada do Brasil no consórcio DeVera custar Cerca de € 250 milhoes, "um volume de Elevado de Investimentos e Orçamento o parágrafo como Demandas de Ciência ea Tecnologia".
O ESO Afirma Que ESSE valor corresponde à Entrada do País no Programa e à Manutenção da "anuidade" Pela Participação do Brasil. ISSO séria pago los Anos dez.
O Ministério afirmou ainda Que deseja Que o Brasil "participe de TODO o Programa da ESO e dedicará de Todos os esforços par ISSO".
À Folha, a Assessoria de Imprensa da pasta Disse Que o Ministério está offline Aberto parágrafo conversar com uma diretoria do ESO Sobre como tramitações.
Fonte: Site do Jornal "Folha de São Paulo
Mauri
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Chororo dos europeus ? Tudo bem que o Brasil nao tinha assinado nada sobre sua participação, mas isso pega muito mal pra nossa credibilidade, ainda mais considerando o lobby que o Lula fez pra trazer isso pro Chile. Posso te garantir que o ESO era mais vantajoso.
Não sei se voce trabalha na area Mauri, mas te asseguro que é frustrante esse tipo de ação comum que o Brasil toma nesse ramo. Isso acontece numa frequencia muito maior do que é noticiado na midia.
Quanto a ISS, nao importa se foi vantajoso ou não, se voce promete que vai entregar algo perante a comunidade mundial, voce deve cumprir. Ser expulso de uma iniciativa dessa é constrangedor. E o nosso astronauta pagou pra ir justamente porque não cumprimos o acordo.
Não sei se voce trabalha na area Mauri, mas te asseguro que é frustrante esse tipo de ação comum que o Brasil toma nesse ramo. Isso acontece numa frequencia muito maior do que é noticiado na midia.
Quanto a ISS, nao importa se foi vantajoso ou não, se voce promete que vai entregar algo perante a comunidade mundial, voce deve cumprir. Ser expulso de uma iniciativa dessa é constrangedor. E o nosso astronauta pagou pra ir justamente porque não cumprimos o acordo.
mauri escreveu:Leandro,
No entanto o que está em jogo neste caso é o custo benefício para o Brasil, não é nenhum vexame, os governos mudam, os agentes mudam e as diretrizes também podem mudar.
O Brasil já participa de dois projetos similares, o Gemini e o SOAR, logo temos que priorizar os mais vantajosos, outra coisa, você se lembra do dito vexame da estação espacial internacional? Será mesmo que perdemos tanto com a saída? Até o nosso astronauta tivemos que pagar para ele subir.
Olha, eu acho que neste caso, não passa de chororó dos europeus sem dinheiro pra investir por conta da crise, querem o Brasil no negócio a qualquer preço.
LeandroGCard escreveu:A notícia abaixo serve para mostrar como de fato funcionam os programas voltados à pesquisa do espaço no Brasil, e porque não se deve comemorar os anúncios de que se vai fazer alguma coisa (nem sozinhos nem em parcerias), mas apenas os resultados que forem de fato apresentados.
Esta não é a primeira nem a segunda vez que nosso país passa vergonha em um acordo de parceria internacional, a regra tem sido que mesmo após anunciada com toda pompa e circunstância a participação brasileira só saia, se sair, após o/s parceiro/s serem obrigados a fazer pressão sobre nossas autoridades. É por isso este tipo de cisa que tais anúncios me causam sempre muito mais apreensão do que contentamento.
Leandro G. Card
- mauri
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Colega Anunnarca,
Não sou profissional do ramo, mas veja bem, o acordo para levar o astronauta brasileira ao espaço não seria posto em prática nem que o Brasil tivesse pago o valor pedido pela NASA, simplesmente por que depois do acidente com a Columbia, eles não tinham mais como fazer isso....
O Brasil pagou 10 milhões de dólares para o nossa astronauta levar experimentos(feijões-miudinhos) para a ISS. Você não acha que isso foi um desperdício de verbas, que fizeram falta depois em outras áreas.
Agora voltando ao assunto sobre a participação brasileira no ESO, o contexto é o mesmo, limitação orçamentaria e baixa prioridade no programa brasileiro, nós queremos muito participar mas infelizmente não podemos, não vejo como conciliar as coisas, então pior que passar por uma incômoda expulsão é não ter participação nenhuma, então valeu a experiência.
A própria comunidade cientifica brasileira, em parte se mostrou contaria a este gasto, vejamos por quê:
1.O programa é bem maior que a produtividade cientifica brasileira necessita, beneficiando bem mais aos europeus que a nós, como exemplo citamos que o número de astrônomos brasileiros e bem menor que o da Holanda e contribuiremos bem mais que este;
2.Um grande número de participantes leva uma redução no tempo de uso dos equipamentos;
3.A anuidade é rateado entre os participantes conforme seu PIB prejudicando ao Brasil, que tem um PIB crescente;
4.A participação industrial com pouca definição e limitada em 75% do investimento.
Mauri
Não sou profissional do ramo, mas veja bem, o acordo para levar o astronauta brasileira ao espaço não seria posto em prática nem que o Brasil tivesse pago o valor pedido pela NASA, simplesmente por que depois do acidente com a Columbia, eles não tinham mais como fazer isso....
O Brasil pagou 10 milhões de dólares para o nossa astronauta levar experimentos(feijões-miudinhos) para a ISS. Você não acha que isso foi um desperdício de verbas, que fizeram falta depois em outras áreas.
Agora voltando ao assunto sobre a participação brasileira no ESO, o contexto é o mesmo, limitação orçamentaria e baixa prioridade no programa brasileiro, nós queremos muito participar mas infelizmente não podemos, não vejo como conciliar as coisas, então pior que passar por uma incômoda expulsão é não ter participação nenhuma, então valeu a experiência.
A própria comunidade cientifica brasileira, em parte se mostrou contaria a este gasto, vejamos por quê:
1.O programa é bem maior que a produtividade cientifica brasileira necessita, beneficiando bem mais aos europeus que a nós, como exemplo citamos que o número de astrônomos brasileiros e bem menor que o da Holanda e contribuiremos bem mais que este;
2.Um grande número de participantes leva uma redução no tempo de uso dos equipamentos;
3.A anuidade é rateado entre os participantes conforme seu PIB prejudicando ao Brasil, que tem um PIB crescente;
4.A participação industrial com pouca definição e limitada em 75% do investimento.
Mauri
Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Antes do acidende da Columbia, o Marcos Pontes ja estava em banho maria. Essa historia que a NASA nao deu chance pra ele, e por isso optaram pela Russia é apenas uma desculpa pra não assumir que foram expulsos de fato.
Mesmo ele tendo ido como um turista espacial, eu acho que foi valido. Ele nao plantou apenas o feijão, foram 16 experimentos, alguns de industrias farmaceuticas privadas, que ele efetuou durante sua permanencia. Se isso paga o gasto ou não, é uma discussão que a propria ISS vem sendo submetida.
O que temos que enxegar, é que além dessas 16 experiencias, temos uma pessoa qualificada num treinamento de astronauta, e com o voo realizado. Eu acho baratissimo o valor pago pela ida dele. Sugiro que voce conheça um pouco o trabalho que ele vem realizando hoje em dia, e qual so foi possivel devido sua ida ao espaço.
Eh muito dificil mensurar atividades no ramo espacial, nem sempre conseguimos entender olhando as cifras.
Quanto ao ESO, posso aplicar o mesmo argumento. O fato do Brasil entrar num consorcio desses tras outros beneficios nao mensurados apenas em cifras. Se nao existe a necessidade desse volume de informação que sera produzida para o Brasil, é porque simplesmente investimos muito pouco nessa area e com isso temos pouquissimos pesquisadores. EU acho muito mais valido pro aprendizado do pais entrarmos em projetos dessa magnitude, do que querermos produzir tudo em pequena escala e com parceiros em situação semelhante a nossa.
Nao acho que exista falta de verba, existe falta de interesse do pais, além de muita burocracia.
Talvez eu tenha soado mal quando lhe perguntei se trabalhava na area, nao estou menosprezando sua opiniao, apenas quero dizer que é muito frustrante pra quem vive disso no dia-a-dia ver o Brasil fazer essas pasteladas.
Mesmo ele tendo ido como um turista espacial, eu acho que foi valido. Ele nao plantou apenas o feijão, foram 16 experimentos, alguns de industrias farmaceuticas privadas, que ele efetuou durante sua permanencia. Se isso paga o gasto ou não, é uma discussão que a propria ISS vem sendo submetida.
O que temos que enxegar, é que além dessas 16 experiencias, temos uma pessoa qualificada num treinamento de astronauta, e com o voo realizado. Eu acho baratissimo o valor pago pela ida dele. Sugiro que voce conheça um pouco o trabalho que ele vem realizando hoje em dia, e qual so foi possivel devido sua ida ao espaço.
Eh muito dificil mensurar atividades no ramo espacial, nem sempre conseguimos entender olhando as cifras.
Quanto ao ESO, posso aplicar o mesmo argumento. O fato do Brasil entrar num consorcio desses tras outros beneficios nao mensurados apenas em cifras. Se nao existe a necessidade desse volume de informação que sera produzida para o Brasil, é porque simplesmente investimos muito pouco nessa area e com isso temos pouquissimos pesquisadores. EU acho muito mais valido pro aprendizado do pais entrarmos em projetos dessa magnitude, do que querermos produzir tudo em pequena escala e com parceiros em situação semelhante a nossa.
Nao acho que exista falta de verba, existe falta de interesse do pais, além de muita burocracia.
Talvez eu tenha soado mal quando lhe perguntei se trabalhava na area, nao estou menosprezando sua opiniao, apenas quero dizer que é muito frustrante pra quem vive disso no dia-a-dia ver o Brasil fazer essas pasteladas.
mauri escreveu:Colega Anunnarca,
Não sou profissional do ramo, mas veja bem, o acordo para levar o astronauta brasileira ao espaço não seria posto em prática nem que o Brasil tivesse pago o valor pedido pela NASA, simplesmente por que depois do acidente com a Columbia, eles não tinham mais como fazer isso....
O Brasil pagou 10 milhões de dólares para o nossa astronauta levar experimentos(feijões-miudinhos) para a ISS. Você não acha que isso foi um desperdício de verbas, que fizeram falta depois em outras áreas.
Agora voltando ao assunto sobre a participação brasileira no ESO, o contexto é o mesmo, limitação orçamentaria e baixa prioridade no programa brasileiro, nós queremos muito participar mas infelizmente não podemos, não vejo como conciliar as coisas, então pior que passar por uma incômoda expulsão é não ter participação nenhuma, então valeu a experiência.
A própria comunidade cientifica brasileira, em parte se mostrou contaria a este gasto, vejamos por quê:
1.O programa é bem maior que a produtividade cientifica brasileira necessita, beneficiando bem mais aos europeus que a nós, como exemplo citamos que o número de astrônomos brasileiros e bem menor que o da Holanda e contribuiremos bem mais que este;
2.Um grande número de participantes leva uma redução no tempo de uso dos equipamentos;
3.A anuidade é rateado entre os participantes conforme seu PIB prejudicando ao Brasil, que tem um PIB crescente;
4.A participação industrial com pouca definição e limitada em 75% do investimento.
Mauri
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Concordo, com o amigo Anunnarca.
Se não tem a intensão de honrar um determinado acordo NÂO SE COMPROMETA. Se comprometer com um projeto e depois não honrar os compromissos é complicado. Compromete a credibilidade do país. O mais incrivel é que tem gente que acha isso normal.
Se não tem a intensão de honrar um determinado acordo NÂO SE COMPROMETA. Se comprometer com um projeto e depois não honrar os compromissos é complicado. Compromete a credibilidade do país. O mais incrivel é que tem gente que acha isso normal.
- LeandroGCard
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Re: A Evolução do Programa Espacial Brasileiro
Exato.suntsé escreveu:Concordo, com o amigo Anunnarca.
Se não tem a intensão de honrar um determinado acordo NÂO SE COMPROMETA. Se comprometer com um projeto e depois não honrar os compromissos é complicado. Compromete a credibilidade do país. O mais incrivel é que tem gente que acha isso normal.
E pensando que justamente o programa espacial e as pesquisas relativas ao espaço são uma das maiores vitrines para um país mostrar a sua competência a nível internacional... .
Por este tipo de coisa é que mantenho minha opinião de que o PEB deveria ser encerrado por hora, para que daqui a alguns anos se começasse outro do zero. Garanto que se GANHARIA tempo com isso, e não o contrário.
Leandro G. Card