Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Obrigado pelas boas vindas, aqui eu sou mais um leitor do que questionador.
Eu já imaginei que a questão ambiental seria e será uma das grandes divergências da divisão.
Eu já imaginei que a questão ambiental seria e será uma das grandes divergências da divisão.
- suntsé
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
faterra escreveu:O único desenvolvimento e enriquecimento que acontecerá por lá são os bolsos dos governantes, políticos, das madeireiras, dos garimpos, dos grandes grilheiros, dos "verdadeiros donos" destas vastidões. A população? Esta coitada, se sobreviver, vai se fuder mais ainda. Sem falar nos zóios e zoreias dos abutres ambientalistas internacionais, que botarão a boca no trombone numa campanha sem trégua para "internacionalizar" a metade do país. É desta vez que as FA's, impotentes, acabarão por arrancar os cabelos da cabeça e passarão a arrancar os cabelinhos do @$. Com as zunhas.
Enquanto isso, em terras brasilienses, a tranqüilidade e os devaneios dos "lulinhas paz e amor", como se estivessem imersos em nuvens inebriantes. O Brasil é lindo! Cheio de amor prá dar!
Sai de retro satanás! Excomungado dos infernos!
Minha humilde e temerosa opinião!
Este post cai no caso do meu post anterior
- suntsé
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
È natural que as pessoas das regiões mais isoladas do estado, sejam a favor de divisão. Afinal estas pessoas desejam maior atenção do estado, coisas que não teram na atual situação.
Infelizmente, os habitantes das regiões metropolitanas do pará, que em suas maioria ja se encontram amparadas pelo pode do estado, vão decidir por aqueles que estão abandonados no interior do pará.
Infelizmente, os habitantes das regiões metropolitanas do pará, que em suas maioria ja se encontram amparadas pelo pode do estado, vão decidir por aqueles que estão abandonados no interior do pará.
- faterra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
A obrigação do amparo das pessoas que se encontram isoladas é do governo do Pará, no caso. De onde sairão os futuros governantes e políticos para "administrarem" estes novos estados? Qual é a contribuíção política destas regiões a nível estadual? Qual a sua força? Não ficarei nada surpreso se estes personagens sairem de Belém e os nativos ficarem nas mesmíssimas condições, pelo menos por algumas décadas - vão esperar o bolo crescer para aí então repartirem (já ouvi esta frase não sei onde!:roll:).
De acordo com uma reportagem feita recentemente (acho que neste tópico fala-se sobre isto) estes novos estados já nascerão com um déficit anual na casa do bilhão. O Estado de Tapajós. que será o maior deles, está fincado em uma região onde a floresta é praticamente virgem. O de Carajás já é uma enorme cratera a céu aberto - além do complexo de Carajás, temos Serra Pelada e grandes áreas desmatadas.
Me desculpe Suntsé! Mas, definitivamente não tenho o mesmo otimismo que você. Não com este sistema político que insiste em vigorar no país há décadas e que privilegia a corrupção, o oportunismo, o nepotismo, o corporativismo e um tantão de "ismos" mais em todos os 3 Poderes da União.
De acordo com uma reportagem feita recentemente (acho que neste tópico fala-se sobre isto) estes novos estados já nascerão com um déficit anual na casa do bilhão. O Estado de Tapajós. que será o maior deles, está fincado em uma região onde a floresta é praticamente virgem. O de Carajás já é uma enorme cratera a céu aberto - além do complexo de Carajás, temos Serra Pelada e grandes áreas desmatadas.
Me desculpe Suntsé! Mas, definitivamente não tenho o mesmo otimismo que você. Não com este sistema político que insiste em vigorar no país há décadas e que privilegia a corrupção, o oportunismo, o nepotismo, o corporativismo e um tantão de "ismos" mais em todos os 3 Poderes da União.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
No final o que interessa nao é ver quem ta a favor/contra. È quem vai sair pra votar no dia. E movimentar as pessoas pra votar a favor/contra.
Quanto a separação a pontos positivos E negativos. E o resultado disso no longo prazo é incerto pois depende de como as coisas serão feitas no curto/medio prazo.
Quanto a separação a pontos positivos E negativos. E o resultado disso no longo prazo é incerto pois depende de como as coisas serão feitas no curto/medio prazo.
- faterra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Mais uma situação estarrecedora:
Estes estados correm o sério risco de continuarem nas garras do Jader Barbalho e mais tantos outros facínoras que atuam no atual Estado do Pará.
Estes estados correm o sério risco de continuarem nas garras do Jader Barbalho e mais tantos outros facínoras que atuam no atual Estado do Pará.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Por que seria estarrecedor se vc mesmo utiliza o termo "continuarem"? Isso é admitir que a situação está ruim e que a corrupção continuará independentemente da divisão ocorrer ou não.
Entendo a posição daqueles que enxergam como mais um modo de desviar o erário, inclusive eu pensava desta forma até pouco tempo atrás. Aí me dei conta que sou contra porque já conto com a presença do Estado para me dar suporte. Se não tivesse acesso a nada a situação seria diferente.
Eu nem saberia o que fazer sem acesso à internet, quem dirá o suporte básico, como saneamento, segurança e educação?
Não acredito que valha a pena esperar a "conscientização e maturidade" do governo do Pará para que invista muito em regiões distantes só pra agradar um pequenho punhado de eleitores.
Se o problema é o gasto com os políticos, mais fácil reduzir o número de deputados e vereadores no país todo do que manter este sistema gordo de estados gigantescos e ainda esperar que a população migre para o interior, onde não tem nada.
Entendo a posição daqueles que enxergam como mais um modo de desviar o erário, inclusive eu pensava desta forma até pouco tempo atrás. Aí me dei conta que sou contra porque já conto com a presença do Estado para me dar suporte. Se não tivesse acesso a nada a situação seria diferente.
Eu nem saberia o que fazer sem acesso à internet, quem dirá o suporte básico, como saneamento, segurança e educação?
Não acredito que valha a pena esperar a "conscientização e maturidade" do governo do Pará para que invista muito em regiões distantes só pra agradar um pequenho punhado de eleitores.
Se o problema é o gasto com os políticos, mais fácil reduzir o número de deputados e vereadores no país todo do que manter este sistema gordo de estados gigantescos e ainda esperar que a população migre para o interior, onde não tem nada.
- faterra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Eu utilizo o termo estarrecedor justamente pela perpetuação do fato com a omissão de todos nós. Votamos em candidatos que acreditamos e que, por mais honestos que sejam, uma vez no poder permanecem silenciosos. Nas próximas eleições vamos lá e votamos nos mesmos. A maioria até esquece em quem votou. A sociedade não cobra dos seus candidatos o cumprimento de suas promessas.Algus escreveu:Por que seria estarrecedor se vc mesmo utiliza o termo "continuarem"? Isso é admitir que a situação está ruim e que a corrupção continuará independentemente da divisão ocorrer ou não.
Entendo a posição daqueles que enxergam como mais um modo de desviar o erário, inclusive eu pensava desta forma até pouco tempo atrás. Aí me dei conta que sou contra porque já conto com a presença do Estado para me dar suporte. Se não tivesse acesso a nada a situação seria diferente.
Eu nem saberia o que fazer sem acesso à internet, quem dirá o suporte básico, como saneamento, segurança e educação?
Não acredito que valha a pena esperar a "conscientização e maturidade" do governo do Pará para que invista muito em regiões distantes só pra agradar um pequenho punhado de eleitores.
Se o problema é o gasto com os políticos, mais fácil reduzir o número de deputados e vereadores no país todo do que manter este sistema gordo de estados gigantescos e ainda esperar que a população migre para o interior, onde não tem nada.
O país, é esfolado desde que foi descoberto e continua até hoje através das sonegações, corrupções, desvios, mandos e desmandos, agravando de governo a governo ao longo do tempo e derramando-se nesta verdadeira orgia de hoje. Se não houver uma mudança radical, no próximo - seja de que partido for - ficará pior. Tudo é regido pela impunidade. Não há interesse de ninguém para dar um fim nisso. Alguns movimentos tímidos, algumas denúncias polítiqueiras da imprensa e no mais é o silêncio e a omissão imperando nesta eterna "lei de Gerson". Coitado! Deve ter pesadelos de arrependimentos em ter aceitado fazer aquela propaganda!
Infelizmente não devemos esperar conscientização de político algum enquanto durar este sistema político. Eles são parte importante dos beneficiados e não querem perder esta boquinha. Como já disse, esse sistema privilegia todo este esquema podre.
Acredito que isto só será conseguido através de alguma nova constituinte, corajosa e honesta, com novas regras, leis, penalizações e garantias para o cumprimento de tudo. Os processos de indicações de candidatos a cargos eletivos que estão nas mãos dos dirigentes dos partidos, os financiamentos privados que criam os cabrestos, a proporcionalidade dos votos com seus efeitos "Tiriricas", enfim, tudo tem que ser revisto.
Ou então através de uma revolução sangrenta. Que isole e salgue os terrenos onde habitam os bandidos que estão no Governo, no Congresso e no Judiciário.
É utópico? Para muitos é. Mas a honestidade e a retidão do caráter deveria fazer parte das nossas ações.
Felizmente esta classe de cidadãos ainda são a maioria.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Entendo seu ponto de vista, mas discordo em alguns pontos. Ainda assim, não deixo de pensar um só momento que queremos o mesmo para o nosso país.
Vou dizer onde penso diferente: Não acho que a população brasileira não sabe eleger seus políticos. Porque estamos nessa de escolhas erradas faz 25 anos. Ou nossa mira é muito torta e insistimos em escolher as maçãs podres ou o problema está no cesto todo e os poucos que escapam não são suficientes para uma mudança efetiva.
Existe uma grande diferença entre estes dois modos de enxergar a situação: Quem acha que o problema é o dedo torto do eleitor tende a esperar que com mais educação a situação se inverta. Quem acredita que o cesto é que está estragado interpreta que o sistema é o grande problema e que a solução dificilmente se daria através do voto.
Eu acredito que nosso problema seja a segunda opção: Nosso sistema permite a ascenção dos corruptos. Pra começar, este regime não é democrático: Não é qualquer um que pode ser eleito.
Para que alguém dedique sua vida à política primeiro precisa de dinheiro, e muito. Não pode ter um emprego comum, do contrário não faria comícios nem participaria de reuniões e assembleias importantes. Precisa de tempo e dinheiro para estes comícios, para panfletagens, para pagar seus auxiliares... Em suma, ou tem que ser rico ou precisa de alguém para pagar suas contas.
Sendo rico, ele defenderá o direito dos seus, não da classe menos favorecida. Se alguém o financia, este vai querer algo em troca quando for eleito. Tá aí a receita da nossa democracia.
Como diria José Alencar, direito é para aqueles capazes de exigí-lo. O maior erro é acreditar em nossa constituição, que somos iguais em direitos e deveres. Infelizmente, quem tem mais poder tem mais direitos e menos deveres, é "mais cidadão" que os demais.
Isso não acontece só aqui, mesmo em países desenvolvidos isso ocorre, embora neles a desigualdade não seja tão marcante, mas isso se deve mais ao fato de serem países industrializados (empregos melhor remunerados) que vendem seus produtos aos subdesenvolvidos do que por conta do sistema que, em essência, é o mesmo que o nosso. À medida que estes subdesenvolvidos se industrializarem, nem mesmo o G7 escapará da desigualdade que a suposta democracia possibilita.
No caso do Brasil, acho que a frase "direitos só existem para aqueles capazes de exigí-lo" deveria estar no cerne da questão: Só através da união, de protestos e, se realmente necessário, da luta armada, é que o povo pode fazer valer seus direitos.
Quando o salário de uma classe inteira de trabalho é baixa, eles não esperam votar na pessoa certa; se 10% da verba do Chile for para a educação, não será por causa do voto consciente; se a lei da ficha limpa existe, não foi porque escolhemos bons representantes.
Reparem: Todas as mudanças significativas ocorreram por conta da organização das massas, não do voto. No mundo todo. O voto é importante, mas ele geralmente serve para determinar o modo de administrar a máquina e para mudanças de longo prazo.
A mudança que você espera, se surgir, será de baixo para cima, não de cima para baixo, e será por conta de protestos de uma população que atingiu o limite da paciência.
Partindo deste princípio, penso que a divisão dos estados é importante para melhorar a qualidade de vida da população (porque o voto daqueles que vivem longe do alcance do Estado terá maior valor), mas o tamanho deste impacto dependerá mais da conduta deles no pós-mudança do que dela em si.
Vou dizer onde penso diferente: Não acho que a população brasileira não sabe eleger seus políticos. Porque estamos nessa de escolhas erradas faz 25 anos. Ou nossa mira é muito torta e insistimos em escolher as maçãs podres ou o problema está no cesto todo e os poucos que escapam não são suficientes para uma mudança efetiva.
Existe uma grande diferença entre estes dois modos de enxergar a situação: Quem acha que o problema é o dedo torto do eleitor tende a esperar que com mais educação a situação se inverta. Quem acredita que o cesto é que está estragado interpreta que o sistema é o grande problema e que a solução dificilmente se daria através do voto.
Eu acredito que nosso problema seja a segunda opção: Nosso sistema permite a ascenção dos corruptos. Pra começar, este regime não é democrático: Não é qualquer um que pode ser eleito.
Para que alguém dedique sua vida à política primeiro precisa de dinheiro, e muito. Não pode ter um emprego comum, do contrário não faria comícios nem participaria de reuniões e assembleias importantes. Precisa de tempo e dinheiro para estes comícios, para panfletagens, para pagar seus auxiliares... Em suma, ou tem que ser rico ou precisa de alguém para pagar suas contas.
Sendo rico, ele defenderá o direito dos seus, não da classe menos favorecida. Se alguém o financia, este vai querer algo em troca quando for eleito. Tá aí a receita da nossa democracia.
Como diria José Alencar, direito é para aqueles capazes de exigí-lo. O maior erro é acreditar em nossa constituição, que somos iguais em direitos e deveres. Infelizmente, quem tem mais poder tem mais direitos e menos deveres, é "mais cidadão" que os demais.
Isso não acontece só aqui, mesmo em países desenvolvidos isso ocorre, embora neles a desigualdade não seja tão marcante, mas isso se deve mais ao fato de serem países industrializados (empregos melhor remunerados) que vendem seus produtos aos subdesenvolvidos do que por conta do sistema que, em essência, é o mesmo que o nosso. À medida que estes subdesenvolvidos se industrializarem, nem mesmo o G7 escapará da desigualdade que a suposta democracia possibilita.
No caso do Brasil, acho que a frase "direitos só existem para aqueles capazes de exigí-lo" deveria estar no cerne da questão: Só através da união, de protestos e, se realmente necessário, da luta armada, é que o povo pode fazer valer seus direitos.
Quando o salário de uma classe inteira de trabalho é baixa, eles não esperam votar na pessoa certa; se 10% da verba do Chile for para a educação, não será por causa do voto consciente; se a lei da ficha limpa existe, não foi porque escolhemos bons representantes.
Reparem: Todas as mudanças significativas ocorreram por conta da organização das massas, não do voto. No mundo todo. O voto é importante, mas ele geralmente serve para determinar o modo de administrar a máquina e para mudanças de longo prazo.
A mudança que você espera, se surgir, será de baixo para cima, não de cima para baixo, e será por conta de protestos de uma população que atingiu o limite da paciência.
Partindo deste princípio, penso que a divisão dos estados é importante para melhorar a qualidade de vida da população (porque o voto daqueles que vivem longe do alcance do Estado terá maior valor), mas o tamanho deste impacto dependerá mais da conduta deles no pós-mudança do que dela em si.
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Aí que está. O povo não escolhe seus candidatos. Os partidos, sob as ordens de seus caciques e financiadores são quem fazem esta escolha. O candidato assim escolhido e enfiado goela abaixo do eleitor através das propagandas políticas maciças, com a farta distribuição de grana e a omissão da sua ficha criminal (aliás nem sei se dão ao luxo de fazerem tal pesquisa) é eleito e, muitas vezes, com tal vantagem que elegem outros candidatos dos partidos, estes sim escolhidos a dedo e que não conseguiram votos suficientes para se elegerem. Há quem diga que parte dos novos eleitos chegam cheios de idealismos e que logo de cara já são "desencorajados" por esta minoria.
Portanto acredito mais que o problema está no cesto todo e os poucos, ou muitos, que escapam não são suficientes para uma mudança efetiva. Lembremos que os bandidos são a minoria, porém, de extrema atividade. Este cancro já está enraizado no sistema político a longas décadas e funciona como se fosse um sistema hereditário.
Portanto acredito mais que o problema está no cesto todo e os poucos, ou muitos, que escapam não são suficientes para uma mudança efetiva. Lembremos que os bandidos são a minoria, porém, de extrema atividade. Este cancro já está enraizado no sistema político a longas décadas e funciona como se fosse um sistema hereditário.
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Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Por BBC, BBC Brasil, Atualizado: 5/12/2011 15:06
Plebiscito no Pará opõe Belém a interior
BBC Brasil
"Banca vende camisetas contra a divisão do Pará em mercado de Belém (Foto: João Fellet-BBC Brasil)"
Às vésperas do plebiscito que verificará, no próximo dia 11, a opinião dos moradores do Pará sobre o desmembramento do Estado em até três partes, a população paraense já está, na prática, dividida.
Enquanto na capital, Belém, vozes contrárias à separação predominam, no sul e no oeste do Estado, onde podem ser criados respectivamente os Estados de Carajás e Tapajós, muitos defendem o desmembramento.
A campanha contrária à divisão diz que a medida empobreceria o que restasse do Pará e só beneficiaria políticos dos novos Estados; já os partidários da separação afirmam que ela facilitaria a gestão de regiões muito distantes da atual capital e ampliaria os recursos destinados a essas áreas.
Se levada a cabo, a divisão reduziria o Pará a 17% de seu território, segundo estudo do Idesp (Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará), autarquia ligada ao governo estadual. Porém, o Estado conservaria 64% de sua população, de cerca de 7,5 milhões de habitantes.
Tapajós e Carajás, por sua vez, ocupariam 59% e 27% da área do Estado e abrigariam 15% e 21% de sua população, respectivamente.
Segundo pesquisa do instituto Datafolha divulgada no último dia 25 de novembro, mais de 60% dos moradores do Pará rejeitam a divisão do Estado. O 'não' tem o apoio de mais de 80% dos moradores do que restaria do Pará, ao passo que a separação é defendida por 78% dos habitantes de Carajás e 74% dos residentes em Tapajós.
Caso seja criado, Tapajós teria quase metade de seu território ocupado por reservas indígenas ou florestais, incluindo a região do Xingu, onde o governo pretende construir a usina hidrelétrica de Belo Monte.
O Estado do Carajás, de ocupação mais recente, teria a mineração como principal atividade econômica - hoje, a Vale explora na região a maior jazida de minério de ferro do mundo, em Paraupebas.
No plebiscito, em 11 de dezembro, os moradores do Estado terão de opinar separadamente sobre a criação de cada uma das unidades.
Se a proposta for aprovada, a Assembleia Legislativa do Pará terá de elaborar e votar um parecer sobre o assunto, que será encaminhado ao Congresso. A proposta, então, seria submetida a senadores e deputados e precisaria ser aprovada com maioria absoluta em ambas as Casas.
Em seguida, caberia à presidente Dilma Rousseff sancionar ou vetar a medida.
Exemplo de Tocantins
Líder do movimento pela separação de Carajás e cotado como candidato ao governo do Estado em caso de secessão, o deputado Giovanni Queiroz (PDT) diz se inspirar no desmembramento do Estado de Goiás, que deu origem ao Tocantins, em 1988. Segundo ele, a divisão permitiu que o Tocantins aprimorasse sua gestão e reduzisse seu índice de miséria de 56% para 23%.
Queiroz afirma ainda que, antes da divisão, Tocantins tinha só 100 km de estradas estaduais asfaltadas. 'Hoje, são mais de 6 mil km. O Pará tem cinco vezes o tamanho de Tocantins, cinco vezes a população de Tocantins, e só 4.800 km de rodovias estaduais pavimentadas.'
Para o deputado federal Lira Maia (DEM), que chefia a frente pela separação de Tapajós, a divisão resultaria em maiores repasses de verbas federais aos novos Estados.
Hoje, diz ele, a região do Tapajós recebe apenas 5% de todos os investimentos feitos no Pará, valor insuficiente para sanar as carências locais.
Maia afirma ainda que o movimento pela separação de Tapajós é uma aspiração histórica da região, existente há 150 anos, e que visa garantir que ela explore todo o seu potencial econômico.
Segundo ele, a região tem mais de 1 milhão de hectares que poderiam ser aproveitados pela agropecuária sem prejuízo ambiental e almeja se tornar um polo turístico, por abrigar algumas das áreas mais exóticas e preservadas da floresta amazônica.
Maia rejeita o argumento de que a criação de dois Estados favoreceria desproporcionalmente a região Norte no Congresso, já que resultaria na criação de três cadeiras no Senado para cada nova unidade.
'São Paulo tem hoje 70 deputados federais, muito mais do que todos os Estados da Amazônia, que têm 56. E a Amazônia, com todo o incômodo que causa ao mundo, precisa ter mais representatividade.'
'Parazinho'
Já o deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), líder do movimento contrário à separação, afirma que a mudança prejudicaria o novo Estado do Pará.
'O Pará viraria o 'Parazinho', com todas as suas riquezas subtraídas', afirma.
O argumento ecoa pelas ruas de Belém: dezenas de moradores da cidade consultados sobre o plebiscito pela BBC Brasil citaram a perda de recursos como um dos principais motivos para votar 'não'.
Coutinho diz ainda que, ao contrário do que argumentam os partidários da divisão, a medida não melhoraria a gestão das regiões.
'Se tamanho reduzido gerasse eficiência administrativa, Alagoas seria sinônimo de eficiência. E não é.'
BBC Brasil
"João Fellet/ BBC Brasil"
Segundo ele, 'a divisão atende a meia dúzia de políticos com pretensão de se tornarem governadores, senadores e deputados e que não o conseguem.'
Embora admita a necessidade de intensificar os investimentos no interior do Estado, ele atribui a distribuição insuficiente de receitas ao modelo tributário brasileiro, que desonera exportações.
Hoje, graças a suas reservas minerais, o Pará é o segundo Estado que mais contribui com as exportações brasileiras. No entanto, como a lei Kandir, de 1996, isenta da cobrança de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) produtos voltados à exportação, a atividade rende poucas receitas aos cofres do Estado, segundo Coutinho.
Ele afirma que, em 2010, a mineração gerou R$ 330 milhões ao Estado; caso a cobrança de ICMS incidisse sobre a atividade, ele calcula que os valores somariam R$ 1,580 bilhão.
Deficit
Coutinho cita ainda em favor da manutenção das fronteiras do Estado um estudo do economista Rogério Boueri, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado à Presidência da República.
O estudo afirma que, caso Tapajós e Carajás sejam criados, gerariam um deficit anual somado de R$ 1,8 bilhão, já que suas receitas não cobririam os custos de manutenção das máquinas estaduais.
Os gastos, diz Boueri, teriam de ser cobertos pelo governo federal. Além disso, o economista afirma que o Pará, hoje com as contas equilibradas, passaria a ter um deficit anual de R$ 800 milhões.
O economista menciona ainda como argumento contrário à separação a existência de 12 outros projetos de emancipação pelo país, como os que pretendem criar os Estados de Gurgueia, no Piauí, e do Rio São Francisco, na Bahia.
Cada novo Estado, segundo ele, criaria um gasto adicional de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. 'Não dá para ser favorável a Tapajós e Carajás e não apoiar a criação dos outros Estados.'
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Separatistas falham em conquistar Belém e temem derrota
Texto publicado em 08 de Dezembro de 2011 - 07h49
Fonte: Valor Econômico
Por Cristiane Agostine | De Santarém
Com o apoio previsto de um terço do eleitorado nas urnas, a campanha pela divisão do Pará esfriou. Integrantes do grupo a favor da criação dos Estados de Carajás e de Tapajós já falam em derrota no plebiscito que será realizado domingo em que poderão votar 4,8 milhões de eleitores.
"Seria demagógico falar que vamos ganhar", disse o presidente da Frente Pró-Criação do Estado de Carajás, deputado estadual João Salame (PPS), na terça-feira, ao Valor. "O Pará remanescente tem a maioria, concentra o eleitorado. A diferença de votos é muito grande", comentou o deputado.
A região de Belém concentra 64,7% do eleitorado, contra os 35% que estão em municípios que podem ser beneficiados com a criação dos dois Estados.
"Temos esperança de que [a campanha] tenha servido para tocar o coração das pessoas e que os governantes tenham entendido a necessidade de fazer governos mais próximos da população", afirmou Salame.
Na televisão, a campanha dos separatistas apostou em uma guerra de números ao falar de temas complexos como a Lei Kandir e o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e não empolgou. A campanha contra a divisão do Estado apostou no tom emocional e na ameaça de que as mudanças prejudicariam toda a população. Na televisão, apostaram em pessoas famosas como o jogador Ganso, a atriz Dira Paes e a cantora Fafá de Belém, que entoou o hino estadual que louva o tamanho do Pará, e chegou a chorar na propaganda.
Nas duas últimas semanas, as frentes pró-divisão do Pará enfrentaram problemas e a campanha ficou desfalcada. Adversários da campanha pela divisão do Pará espalharam que o marqueteiro Duda Mendonça, responsável pelas campanhas pró-Carajás e pró-Tapajós, teria viajado para fora do Brasil e abandonado a disputa. "Ele foi embora mesmo", confirmou ontem o deputado federal Lira Maia (DEM), presidente da Frente Pró-Criação de Tapajós. "Mas ele foi embora porque a campanha já acabou", comentou. Ontem foi o último dia da campanha no rádio e na televisão.
Na reta final da campanha, os separatistas perderam programas no rádio e na televisão para dar direito de resposta ao governador do Estado, Simão Jatene (PSDB). Jatene usou os programas para alertar sobre os riscos de "irmão brigar contra irmão", falou de investimentos de seu governo nas áreas separatistas e criticou Duda Mendonça. O governador disse no início da campanha que ficaria neutro no plebiscito, mas depois declarou ser contra a divisão.
A possibilidade de perder o plebiscito já começou a gerar divergências entre as campanhas pró-Carajás e pró-Tapajós, que fizeram juntas a campanha. Lideranças da frente pró-Tapajós reclamam da condução dos programas na televisão, influenciada pelo grupo de Carajás.
"A nossa situação não é fácil", comentou o deputado Lira Maia, pró-Tapajós. "Mas ainda é possível", disse. "Enfrentamos uma disputa desigual, com o governador contra nós, a imprensa contra, o empresariado de Belém contra", comentou Maia. "Se tivermos 85% dos votos nas regiões separatistas e 25% dos votos em Belém, podemos ganhar", declarou o deputado.
Segundo pesquisa Datafolha realizada entre os dias 21 e 24 de novembro, 62% da população é contra a criação de Carajás e 61% não aprovam a criação de Tapajós.
O plebiscito opõe Belém ao interior. O Pará remanescente ficaria com apenas 17% do atual território e 64% da população. Carajás teria 58% das terras paraenses e 21% da população. Já Tapajós teria mais da metade da área do atual Pará, e 15% da população.
Belém teme perdas econômicas. Na região onde poderá ser criado o Estado de Carajás está a maior reserva de ferro do mundo, os principais investimentos da Vale, o maior rebanho de gado do Estado e a hidrelétrica de Tucuruí. Já em Tapajós está a prevista a hidrelétrica de Belo Monte. A região tem a maior parte de sua vegetação nativa conservada, além de concentrar áreas de preservação e aldeias indígenas. Santarém, que poderá ser a capital de Tapajós, é estratégica para a exportação de grãos do Centro-Oeste para a Europa.
Segundo estudos do Ipea, a divisão fará com que os três Estados tenham dívidas. O Pará remanescente deixaria de registrar um superávit de R$ 277 milhões para ter um déficit de R$ 788 milhões. Carajás teria um déficit de R$ 1,9 bilhão e Tapajós, R$ 964 milhões. A conta não inclui os custos das obras de infraestrutura para criação dos prédios públicos para atender os novos Estados.
Por outro lado, a população das regiões de Tapajós e Carajás defende a divisão na esperança de melhorar de vida. Os moradores reclamam da ausência do Estado e de problemas nas áreas de saúde, educação e segurança. O sentimento é de abandono, segundo descreve o trabalhador rural e sindicalista Sebastião Alves de Sousa, presidente do assentamento Pequiá, em Marabá. "Quando a gente precisa de atendimento médico a gente nem vai para Belém. Não adianta. É mais fácil ir para Teresina. Os políticos acham que é melhor enviar ambulâncias do que construir hospitais", diz. O principal argumento apresentado pelos separatistas é que os novos Estados, por serem menores, fará com que a população fique mais perto do governo. "Sabemos quem é contra a criação dos Estados e ficaremos contra eles na próxima eleição", diz Sousa.
No comando das frentes separatistas estão empresários do agronegócio, como os deputados federais Lira Maia, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e Giovanni Queiroz (PDT), dirigente dessa mesma frente parlamentar e autor de um projeto de lei pela divisão do Pará.
Diante da resistência da capital à divisão do Pará, as campanhas pela criação de Tapajós e Carajás concentraram esforços em Belém. O resultado foi a tímida campanha nas áreas separatistas. Em Marabá não há faixas, folhetos, santinhos nem carros de som nas ruas. Nada indica que no domingo haverá o plebiscito, apesar de a cidade poder se tornar a capital de Carajás, se a maioria da população votar a favor do novo Estado. Na cidade, há apenas alguns adesivos nos carros com propaganda pró-divisão. Não há indícios da propaganda contrária.
Em Santarém, a propaganda a favor da criação de Tapajós está em faixas penduradas nas casas, cartazes nos comércios e adesivos nos carros. A separação da região é uma reivindicação histórica da população local. "Há 161 anos esperamos por isso", comenta Ednaldo Rodrigues, voluntário do comitê de campanha pela criação de Tapajós. No entanto, a propaganda é em menor volume do que é visto em eleições.
Mesmo se a maioria da população paraense votar a favor da divisão do Pará, a proposta ainda terá de ser aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Se esta divisão for concretizada, e houver realmente uma união para o pleno desenvolvimento destas regiões (o que duvido que aconteça no atual sistema político), a cada peido que Tapajós der para desenvolver suas etapas de crescimento, corre o risco de enfrentar uma barreira colossal junto aos famigerados ambientalistas nacionais e internacionais. Sua área é praticamente coberta de floresta virgem, com algumas cidades de porte médio, pequeno e minúsculo espalhadas por ela.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: Tapajós e Carajás: Mais 2 Estados na Federação?
Espero que o Pará mantenha sua integridade territorial, isso não passa de manobra de políticos gananciosos, sedentos por dinheiro público.
Saudações
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