Operações Policiais e Militares

[marcelo bahia]

Homem é assassinado com cinco tiros no Complexo da Penha, ocupado há um ano pelo Exército

Alguém sabe quantos assassinatos ocorriam antes da ocupação?

Dados de hoje...

Sds.

28/11/2011 11h03 - Atualizado em 28/11/2011 12h55

'Não tenho mais medo de criar meu filho aqui', diz moradora do Alemão

Conjunto de Favelas, na Zona Norte do Rio, foi pacificado há um ano.
Moradores estão satisfeitos, mas pedem mais saneamento básico.

Thamine Leta Do G1 RJ

Vanessa Alemão (Foto: Thamine Leta/G1)Moradora do Alemão, que viu o irmão se envolver
com o tráfico, diz que pacificação mudou a história
da região (Foto: Thamine Leta/G1)

Nascida e criada no Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio, uma moradora de 28 anos viu seu irmão se envolver com tráfico de drogas na comunidade. Há um ano, no entanto, desde que a Força de Pacificação recuperou o território do domínio de criminosos, ela voltou a ter paixão pelo lugar.

“Mudou tudo por aqui, estou muito feliz. Meu irmão foi criado aqui e ficou do lado do tráfico. Agora ele está na Região dos Lagos e largou essa vida. Com a pacificação eu não tenho mais medo de criar meu filho aqui”, contou a moradora, que se identificou apenas como Vanessa. Ela cuida de um restaurante em uma das vielas da Estrada do Itararé.
Rachel Alemão (Foto: Thamine Leta/G1)Mãe de gêmeos, Rachel dos Santos pede mais
investimento em saneamento básico
(Foto: Thamine Leta/G1)

Saneamento básico
Após um ano de pacificação, os moradores conseguem transitar por ruas asfaltadas, antes cobertas de lama e lixo. Muitos reclamam que as melhorias ainda não chegaram às partes mais altas das comunidades.

“Precisamos de mais ainda do que já foi feito, como saneamento básico, por exemplo. Na entrada da comunidade eu consigo circular com carrinhos de bebê, mas lá em cima não tem jeito disso acontecer”, contou Rachel dos Santos, mãe dos gêmeos Miguel e Jorge, de 9 meses.
Adriana Alemão (Foto: Thamine Leta/G1)'Exército precisava estar aqui', diz Adriana
(Foto: Thamine Leta/G1)

Para a moradora Adriana Vieira, de 37 anos, a pacificação também trouxe benefícios.

“Ficou tudo muito melhor. O Exército precisava estar aqui. Meus filhos estudam, consegui matrícula para eles. Quando chove podemos andar normalmente, sem lama. Não tem mais a presença dos bandidos armados. Isso é muito bom”, contou Adriana, que cuida dos dois filhos e todos os dias percorre as ladeiras da comunidade da Grota.

A Secretaria estadual de Saúde informou, nesta segunda-feira, que os casos de pacientes vítimas de perfuração por arma de fogo caíram após a entrada da Força de Pacificação. No último mês de outubro, o Hospital estadual Getúlio Vargas recebeu 21 feridos por arma de fogo e apenas um chegou já em óbito. No mesmo período de 2010, foram 54 vítimas e oito delas já deram entrada na unidade em óbito.

Pacificação

O Conjunto de Favelas do Alemão foi ocupado em novembro do ano passado, numa megaoperação que devolveu à população uma imensa área antes dominada pelo tráfico e pela violência. A entrada das equipes na comunidade - cerca de 2.600 homens, entre policiais militares, civis e federais, além de homens das Forças Armadas - foi marcada por uma grande troca de tiros.

Em 12 dias de ocupação, policiais militares e civis prenderam 133 pessoas e apreenderam 440 veículos, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública do Rio.

As estatísticas apontam ainda que 36,6 toneladas de drogas foram apreendidas nas favelas. Os policiais também recolheram 548 armas e 59 explosivos. Os números foram contabilizados de 28 de novembro a 9 de dezembro de 2010.

[ZeRo4]

Como sempre, dps de problemas em áreas pacificadas, milagrosamente aparecem dados contestáveis por parte de órgãos do Governo.

[Carlos Mathias]

Mas só os dados oficiais é que são contestáveis?

[ZeRo4]

Mas só os dados oficiais é que são contestáveis?

Depende do ponto de vista, CM! Os oficiais já foram inclusive negativados, está na cara que houve manipulação. É como a Operação na Rocinha, por que depois de tantos problemas o Governo decidiu invadir a Rocinha??? Ora, agora os problemas acabaram e só se fala em UPP da Rocinha. É tudo coisa de mídia... o Nem foi preso por pura sorte e sagacidade de uma equipe do BPChoq e o pastelão do Sec. de Segurança dizendo que foi uma prisão de "inteligência", inteligência foi o DPF que prendeu uma renca de Policiais fazendo escolta de preso.

[Carlos Mathias]

Prisão de traficante na cagada...
Operações de ocupação desastrosas...
Índices de criminalidade recordes em áreas ocupadas e com UPPs...

É, realmente tem alguma coisa errada aí.

[ZeRo4]

Prisão de traficante na cagada...
Operações de ocupação desastrosas...
Índices de criminalidade recordes em áreas ocupadas e com UPPs...

É, realmente tem alguma coisa errada aí.

Carlos, acho mta falta de respeito levar o debate desta maneira. Sinceramente, sou um cara muito solícito, tudo que você me pergunta eu prontamente respondo e passo apenas a realidade. Acho esse leve toque de ironia desnecessário, eu não busco formar opiniões, opinião cada um tem a sua própria eu só busco trazer um pouco da verdade sobre o que acontece para que cada um forme a sua opinião.

A prisão do Nem foi ou não foi "na cagada"?

O Nem já estava quase na LAGOA! foi preso por uma guarnição do BPChoq que ao revistar o veículo desconfiou porque sentiu algo se movendo no porta-malas, isso é ou não "cagada"? Inteligência Policial foi a Operação do DPF, que prendeu três frentes de morro (não tão famosos mas nem por isso menos importantes do que o Nem), além de uma renca de Policiais e ex-Policiais sem dar um único tiro e o melhor... não se viu o Superintendente da PF de fanfarronice na TV.

As ocupações não são desastrosas pois o Governo faz questão de avisar com mais de um mês de antecedência que a Favela X, Y ou Z será pacificada. Como disse o Coronel Príncipe nas ocupações do maciço da Tijuca: Até um escoteiro ocuparia a Rocinha. Mas vamos fazer comparações, traçar paralelos, vamos avaliar a quantidade de frentes de morro que foram presos nas favelas "pacificadas", vamos avaliar a quantidade de armas e munições apreendidas nessas comunidades! É irrisório... O Polegar foi preso no Paraguai e a Polícia Civil foi a última a saber da coisa (olha que belo exemplo de Inteligência Policial!).

Sem contar o Nem que foi preso na cagada e o "trio parada dura" do Complexo de São Carlos (Coelho, Lindinho e Carré...) que foram presos pelo DPF, que outro traficante frente foi preso pelo Gov. do Estado nos últimos anos? Ninguém... onde estão Pezão, Mica e FB que juntos controlavam o Complexo do Alemão/Penha? onde estão os traficantes da Mangueira? onde estão suas armas e munições? Só DEUS sabe! Em todos os morros ocupados os traficantes do primeiro e segundo escalão fugiram, aliás... se juntar todas as favelas pacificadas não deve ter chegado ao número de 20 ou 30 todos os pulga-de-bunda presos.

O pior é ver o fanfarrão do Secretário de Segurança Pública dizer na TV que foi uma Operação de Inteligência (A prisão do Nem...) faça-me o favor! O pior é pensar que alguém minimamente inteligente como você está acreditando nessa conversa fiada.

As coisas mudaram um pouco na Rocinha devido ao caminhão de críticas do modo como essas operações vinham sendo conduzidas. O Modus Operandi da Rocinha foi completamente diferente, o Gov. até avisou que iria ocupar a comunidade em determinada data, mas malandramente fez o cerco quase uma semana antes e eu aposto que as críticas acabaram surtindo efeito, compare os traficantes presos e as armas apreendidas na Rocinha com outra pacificação... é algo de outro mundo! os dois únicos "frentes" do ADA que não foram presos na Rocinha foi o Scooby do morro dos Macacos e o Piolho do morro do 18! mas foram presos nada mais nada menos do que quatro "frentes" do ADA (frentes de facção...) além de incontáveis armas e munições, o saudo foi muito mais positivo! Graças... as críticas, criticar não é ruim, a crítica quando construtiva é positiva.

Não fossem as críticas todo esse arsenal iria parar no Caju e no Complexo da Pedreira sustentando mais guerra de uma facção criminosa que graças a Deus se encontra praticamente falida.

Quanto aos índices de criminalidade, é aquilo, as provas estão ai... você inclusive perguntou as fontes e quando eu respondi você não respondeo o meu post (por que será hein?), você acredita no que quiser... mas já está comprovada a má fé do Estado em relação a manipulação desses índices (coincidência ou não eles começaram a destoar no início do Gov. Sérgio Cabral) e olha que mesmo com os índices manipulados eles continuam de mal a pior... imagina se olhar a realidade.

O fato é... pegue todos os índices de criminalidade (o que realmente mede a violência, o resto é balela) anteriores ao do atual Governo e os compares, fatalmente chegará a uma triste realidade: nada mudou! se melhorou ou piorou alguma coisa foi tão pouco que não para o cidadão em geral não faz diferença, aliás... a única diferença de lá pra cá é o marketing! Nisso o Sr. Secretário é um must!

[Carlos Mathias]

Carlos, acho mta falta de respeito levar o debate desta maneira.

Contestar é falta de respeito?

Faz o seguinte, ache uma (1) notícia boa a respeito de UPP e poste aqui.

[ZeRo4]

Carlos, acho mta falta de respeito levar o debate desta maneira.

Contestar é falta de respeito?

Faz o seguinte, ache uma (1) notícia boa a respeito de UPP e poste aqui.

Não, contestar faz parte do jogo! O que não faz parte é trollar... e é o que você sempre faz, eu sempre coloco fatos e argumentos e você? Sempre se calando, desviando, por que não rebate ponto por ponto? Provavelmente por não ter capacidade.

Se tem capacidade, por que não responde:

A) Baseado em tudo que você viu, a prisão do Nem foi uma Op. de Inteligência ou foi uma Cagada? Pergunta simples! Por que não responde?

B) Há fortes indícios que os índices criminais são manipulados ou não (já postei as fontes anteriormente e você como de costume não respondeu...)? Pergunta simples! Por que não responde?

C) Como fazer uma operação desastrosa se você avisa com, no mínimo, um mês de antecedência a operação? Pergunta simples! Por que não responde?

Enfim, você nunca responde, traça paralelos descabidos, você nunca banca a sua posição, só roda, roda e roda e permanece no mesmo lugar, com as mesmas falácias. Cá com meus botões já começo a estranhar, principalmente dps do relato do nosso amigo Paulo, é algo realmente estranho...

Notícias boas sobre as UPPs tem várias, assim como notícias ruins. Eu não estou aqui para discutir notícia de UPP, não estou aqui para discutir problemas culturais e sociais estou aqui para debater POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA. Coisa que você parece desconhecer e parece também não ter nenhuma vontade de entender...

É o que eu sempre venho falando... você pode escolher entre a realidade a ignorância (Matrix?). Você prefere escolher a ignorância e isso é um azar seu, mas fico feliz que muitos no fórum possam ter percepção da realidade e entender que o atual Governo não tem uma política de segurança pública séria.





Você, como o Cypher, prefere dizer: "A ignorância é uma benção!"

Talvez, seja!

[]s

[ZeRo4]

Coisas que o Carlos Mathias não comenta, porque ele não vê...

Beltrame cogita processar pesquisador que questionou ISP.

LUÍS BULCÃO

Direto do Rio de Janeiro

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta segunda-feira que não descarta processar judicialmente o pesquisador Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Daniel publicou um estudo que coloca em dúvida os dados apresentados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública, questionando os números de homicídios contabilizados ao compará-los com dados do Datasus, que também conta o número de mortes para pesquisas de saúde. O estudo fez com que o Anuário de Segurança Pública, encomendado pelo Ministério da Saúde, rebaixasse o grau de confiabilidade das informações passadas pelo Rio de Janeiro de um para três.

"É uma possibilidade (processar o pesquisador judicialmente). O documento fala em escamoteamento das informações, má fé e ocultação. Eu posso dizer que os profissionais que trabalham nessas instituições, IML, ISP e na própria Secretaria de Saúde não estão satisfeitos com essas expressões", afirmou o secretário em entrevista coletiva antes de almoçar com os comandantes da Força de Paz do Complexo do Alemão.

De acordo com Beltrame, não existe tentativa de ocultar dados. A Secretaria de Segurança afirma que os dados do ISP em relação aos homicídios são mais detalhados e atualizados do que as estatísticas da pasta da saúde. "Todo homicídio que temos no Rio de Janeiro é computado e caracterizado pelo ISP. Tenho o maior respeito pelo Datasus e pelos pesquisadores que lá estão. O que não podemos é misturar uma coisa com a outra. As pesquisas do Datasus têm o objetivo de ver epidemias. A segurança pública tem um estudo muito criterioso naquele delito que é o mais importante para nós, que é o crime contra a vida. É um dado que influencia, inclusive, no Índice de Desenvolvimento Humano", disse.

[ZeRo4]

A entrada antes repleta de barricadas, buracos, muita lama e sujeira deu lugar a dois jardins e uma rua asfaltada e limpa. A subida da Rua Joaquim de Queiroz, na Grota, principal entrada do Complexo do Alemão, está de cara nova depois de um ano da ocupação do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.

No entanto, as benfeitorias limitam-se apenas a algumas áreas da comunidade. Segundo os moradores, o compromisso do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral de que os serviços básicos viriam para a localidade após a ocupação pelas forças de segurança pública não passou de promessa.

"Por cima é balangandã, mas por baixo é mulambo só", brinca o florista José Hélio, 45 anos, morador do Morro da Baiana, comparando a canção de Bezerra da Silva às obras da primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento no conjunto de favelas. Ao todo, o governo federal investiu R$ 721 milhões na primeira fase do programa, construindo 1.700 unidades habitacionais e o famoso teleférico que liga cinco áreas do complexo à estação de trens de Bonsucesso. A Rua Joaquim de Queiroz só foi asfaltada no início. Mais adiante, até a Rua Canitar, há inúmeros buracos e muita lama.

Os montes de lixo também se aglomeram por toda a comunidade. Há dezenas de reclamações sobre invasões de ratos às casas do complexo. "A entrada da Grota está belíssima, nem parece favela. Mas o interior da favela continua feio como sempre foi. Cada dia o número de ratos aumenta mais", reclama a dona de casa Josefa de Oliveira Lima, enquanto exibe dois camundongos capturados dentro de sua residência.

Há reclamações também com relação ao saneamento básico, principalmente na localidade conhecida como Areal. Onde antes era um valão a céu aberto, agora há um grande tubo localizado num buraco repleto de lixo.

Procurada pelo Jornal do Brasil para esclarecer o andamento das obras no complexo, a Secretaria Estadual de Obras, responsável pela execução das obras do PAC, informou que na primeira fase do programa foram construídas 1700 unidades habitacionais e o teleférico.

Para a segunda fase, prevista para começar em janeiro do ano que vem, as obras a serem feitas ainda não foram definidas. Segundo o governo do Estado, "o que precisa ser feito está sendo discutido com a comunidade" e "o projeto do PAC 2 ainda está sendo desenhado".

[ZeRo4]

Carlos Mathias, facts...

Cabral diz que segue orientação de Beltrame em ocupações

O governador Sérgio Cabral Filho garante que só anuncia operação de ocupação policial para a instalação de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) por orientação da Secretatria de Segurança Pública. A informação foi dada em entrevista ao GLOBO, da qual participei. O governador diz que segue a orientação dos especialistas na estratégia de avisar sobre a data da ocupação, o que já levou muito bandido a escapar antes da chegada da polícia. Como sempre disse aqui que essa iniciativa do governador entrava em conflito com a Secretaria de segurança, sinto-me no dever de informar aos caros leitores que eu estava equivocado, segundo a versão apresentada pelo governador.

Julgava que a estratégia de anunciar a ocupação era uma iniciativa do governador, contrariando a vontade do secretário José Mariano Beltrame, que sempre teria optado pelo sigilo, seguindo sua vocação de homem de inteligência. Mas errei, pelo menos segundo a afirmação do governador. Nunca imaginei que o secretário de Segurança controlasse isso também. A estratégia de anunciar a operação -- inédita na crônica policial do Rio e talvez do país -- tem impedido que a ocupação para instalação de UPPs seja letal, sobretudo para moradores das favelas, que já vivem como marisco nas pedras. Por outro lado, a medida é responsável pela fuga dos bandidos e sua migração para outras áreas da Região Metropolitana.

PS: Pra quem não sabe (Sabe, CM???) O Beltrame quase "rodou" da SESEG! Só não rodou devido a excelente Op. feita na tomada da Rocinha, parece que ele e o Cabral não estão mais se bicando, pra quem sabe ler e interpretar... o texto acima é um pingo e um pingo...

[ZeRo4]

Novo ataque e o futuro das UPPs



Um dos cinco carros incendiados na Barão de Mesquita, durante a madrugada de hoje: sinal de reação

A menos de cem metros da sede do 6º Batalhão da PM (Tijuca), cinco carros foram incendidados por criminosos essa madrugada na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca. Pela manhã o policiamento foi reforçado na esquina com a Rua Uruguai. Na área onde os carros foram incendiados permanecia a lei do silêncio. Ninguém sabe, ninguém viu, mas um jovem teria lançado coquetéis molotov nos carros. O ataque ocorreu a cerca de 50 metros de um dos acessos ao Morro do Andaraí, onde foi instalada em julho de 2010 uma Unidade de Polícia Pacificadora, que atende nove favelas com um efetivo de 214 policiais. Esse morro era considerado muito perigoso e tinha grande movimento de venda de drogas. No início da década de 90, foi lá que repórteres do "Jornal do Brasil" fotografaram a chamada fila do pó, formada por consumidores de drogas que se organizaram para a aquisição do produto, às sextas-feiras.

Apesar de a polícia não ter informações oficiais, é evidente que o ataque aos carros é uma ação do tráfico na região, em resposta ao projeto de pacificação de favelas. O ataque acontece justamente no dia em que O GLOBO publica uma série de reportagens sobre os três anos de pacificação, que acontece no próximo dia 19 de dezembro. O jornal enviou às primeiras favelas pacificadas três repórteres -- Carla Rocha, Elenilce Bottari e Fábio Vasconcellos -- que encontraram um território sob controle da polícia, mas ainda há alguma desconfiança por parte dos moradores, sobre o futuro do projeto de pacificação. Em entrevista ao GLOBO, da qual participei, o governador Sérgio Cabral está convicto de que as UPPs vieram para ficar e a sociedade não vai permitir um retrocesso nesse campo.

Na entrevista, Cabral me transmitiu a impressão de que o projeto de pacificação nasceu praticamente por acaso, resultado de um conjunto de ações motivadas primeiramente pela indignação da primeira-dama, Adriana Anselmo. Convidada para conhecer uma creche no Morro Santa Marta, em Botafogo, ela viu que o local estava totalmente dominado por traficantes armados que impediam a inauguração do equipamento pelo poder público.

-- Vocês não podem permitir isso -- disse a primeira-dama ao governador que passou o problema para o secretário de Segurança, Mariano Beltrame, que mandou a polícia subir e não descer mais.

Estava implantada a política de pacificação de favelas, que nasceu da prática para a teoria, fazendo o movimento contrário que quase sempre preponderou no estabelecimento de políticas públicas no país. No início era grande o número de céticos, mas agora há gente que até frequenta a favela, como o economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas. Boa parte dos críticos ao projeto se concentra na oposição ao governo Cabral que, por isso, não costuma se sensibilizar com as críticas, algumas delas procedentes.

Além da efetivação da oferta de serviços públicos que permitam acabar de vez com a cidade partida, e de fato incluam as favelas do ponto de vista da urbanização e das políticas sociais, o grande desafio das UPPs é contribuir para a formação de líderes comunitários que venham a fortalecer os princípios da cidadania e da não conivência com o qualquer tipo de crime em sua comunidade. As UPPs não podem virar "subprefeituras" comandadas pela Polícia Militar, cuja principal função não é mediar conflitos, mas fazer cumprir a lei. Os policiais por sua vez não podem virar os novos donos do morro. O morro não tem dono, é de todos nós, assim como deve ser a cidade. O morro e o asfalto devem ser um só.

Outro desafio da política de pacificação, que não pode ser esquecido, é a criação de estratégias específicas para se lidar com o problema em comunidades dominadas pela milícia, que está infiltrada no poder público e, por isso mesmo, dispõe de acesso a informações privilegiadas, por intermédio da banda podre. Este governo foi um dos que mais combateu as milícias, a partir de 2005, mas não pode descuidar das áreas dominadas por milicianos, que deve estar em torno de cem, na Região Metropolitana do Rio.

[Carlos Mathias]

Qual é a fonte?

O texto está escrito, parece, na primeira pessoa.
"Eu disse...".
"Eu sinto...".

É notícia ou é opinião?

[ZeRo4]

Traficantes mandavam em patrulhas, escala e transferiam PMs em UPP

Escutas de investigação da Polícia Militar do Rio que identificaram um esquema de pagamento semanal de propina de traficantes a policiais militares na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro revelam que os criminosos restringiam o patrulhamento nas favelas, mudavam a escala de trabalho dos PMs e exigiam a transferência de agentes que não entravam no esquema, mostrou o jornal O Dia.

No total, 30 policiais foram afastados e três continuam presos por suposta participação na corrupção. Os criminosos criaram áreas de exclusões de PMs, onde não haveria patrulhas de quinta-feira a domingo e cobravam de seus interlocutores, em especial do sargento Rinaldo do Desterro Santos, que havia PMs “desrespeitando” o acordo. A maior parte dos contatos era feito por um traficante identificado apenas como Alan.

De acordo com O Dia, o então comandante da unidade – agora afastado –, capitão Elton Costa Gomes, e o subcomandante, tenente Rafael Medeiros, aparecem nas gravações com o sargento, aparentemente o principal operador do esquema. Elton diz que vai passar “no bingo para pegar o ‘negócio’”. O tenente recebe ligação do praça sobre reclamação dos criminosos em relação a dois PMs que atrapalham a venda de drogas e os transfere de escala.

O suborno era pago toda segunda-feira à noite, totalizando R$ 53.000 no mês e variando entre R$ 100 e R$ 500 por PM.

O traficante cobra do sargento ainda que alguns PMs patrulhavam áreas dos criminosos, “atrapalhando o movimento” e atirando em criminosos e ameaça retaliar. Um sargento atuante do Morro da Coroa também é transferido, pelo subcomandante Medeiros, da rua para serviços internos da UPP.

Para tirar soldados “inconvenientes” da escala o sargento Rinaldo Santos ainda cobrava uma propina extra de R$ 100, como mostram 17 gravações.

Em dois dos quatro plantões da UPP, a corrupção garantia a tranqüilidade dos traficantes. A investigação revelou, ainda, que alguns PMs se recusavam a receber propina.

Em 6 de setembro, três PMs foram presos em flagrante com R$ 13.600, após receberem o pagamento semanal.

[ZeRo4]

Qual é a fonte?

O texto está escrito, parece, na primeira pessoa.
"Eu disse...".
"Eu sinto...".

É notícia ou é opinião?

As fontes estão ai, CM...

Extra, Globo, Dia, Terra... as reportagens são transcritas aqui na íntegra, basta jogar no google que você verá na primeira página!!! mas a retórica é a mesma, o problema é sempre o mesmo!!! você nunca vê e nunca comenta, talvez porque não tenha o que comentar... já que tudo é muito óbvio!!! acredita na ignorância quem quer, como eu já disse... dependendo do ponto de vista, ser ignorante não é ruim! Cypher que o diga