Operações Policiais e Militares

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
BRAZIL7.62
Intermediário
Intermediário
Mensagens: 181
Registrado em: Qua Out 04, 2006 2:24 pm
Agradeceram: 18 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9121 Mensagem por BRAZIL7.62 » Dom Nov 06, 2011 11:00 pm

Pessoal? Qual o nível deste colete... No fantástico foi dito que a bala atravessou o colete o o corpo do jornalista? :?:




Avatar do usuário
R.A.Barros
Sênior
Sênior
Mensagens: 2248
Registrado em: Seg Ago 20, 2007 2:53 pm
Localização: Ponta Porã - MS
Agradeceram: 2 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9122 Mensagem por R.A.Barros » Dom Nov 06, 2011 11:32 pm

Lamento pela morte do jornalista

Eu reparei que os policiais estavam meio perdidos, talvez pela quantidade de obstaculos que obstruíam a visão deles. Nessas horas um atirador de elite armado com um fuzil com mira telescopica seria muito útil. [004]




VALENTE , GUERREIRO E AUDAZ;
NÃO RECUAMOS JAMAIS;
CONTE COMIGO BRASIL , BRASIL !
SEJA NA GUERRA OU NA PAZ.
PARA-SAR
Avatar do usuário
ZeRo4
Sênior
Sênior
Mensagens: 4005
Registrado em: Dom Mar 14, 2004 5:03 pm
Localização: Rio de Janeiro

Re: Operações Policiais e Militares

#9123 Mensagem por ZeRo4 » Seg Nov 07, 2011 1:15 am

prp escreveu:Quero uma estatística falando que uma favela antes da UPP tinha menos MORTES e menos TRÁFICO que depois da instalação da Unidade.

Só uma estatística.
Já havia postado anteriormente, talvez você não tenha visto.


Isso é que é pacificação: Em um ano e meio, 13 favelas com UPPs têm 24 assassinatos, 36 encontros de cadáveres, 132 tentativas de homicídio e mais de 140 desaparecidos

Em setembro eu estava de férias e, portanto, não analisei as estatísticas criminais relativas às áreas das 13 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) mais antigas. Tampouco acompanhei a cobertura dada pela imprensa, na ocasião.

Apenas hoje pude dar uma olhada com calma nesses dados, divulgados na primeira quinzena de setembro. A ideia da Secretaria de Segurança, ao divulgar estes dados (referentes ao ano de 2010 e ao primeiro semestre de 2011), foi "comprovar" uma suposta queda dos homicídios nas áreas com UPPs no Rio de Janeiro.

Afinal, naquele período, sucessivas ocorrências criminais colocavam em cheque a eficácia da política de "pacificação" do nosso secretário-celebridade José Mariano Beltrame. Era preciso "inventar" rapidamente uma pesquisa que salvasse um pouco da combalida imagem das UPPs.

No entanto, estranhamente, apesar do alardeado pelo release à imprensa, não foram divulgadas as ocorrências criminais dos anos pré-UPP (2007, 2008 e, no caso de algumas favelas, 2009), para que a gente pudesse compará-los e verificar, por nós mesmos, a propagandeada queda.

Pessoalmente, acredito até que tenha havido queda nos indicadores criminais. Coloque meia dúzia de policiais onde não havia nenhum e você verá uma mudança na dinâmica criminal local. Mas eu gostaria de ver, por mim mesmo, qual foi a real dimensão dessa redução nos crimes.

Passada a desilusão inicial, já que eu não poderia exercitar minha capacidade comparativa, resolvi analisar a crueza dos dados absolutos desse período de um ano e meio abarcado pelo levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP)

Vamos então às conclusões encontradas nessa pesquisa (que, lembremos, tinha objetivo de mostrar que as favelas ocupadas por UPPs estavam mais "seguras"). Entre janeiro de 2010 e junho de 2011, ocorreram nas 13 favelas "pacificadas" nada menos do que 24 assassinatos, 36 encontros de cadáveres (na maioria das vezes, assassinatos que a polícia não quer registrar como tal), 132 tentativas de homicídio e 142 desaparecimentos de pessoas.

Ei, espera aí, deixa eu repetir os dados devagar, para que você absorva: 24 assassinatos, 36 encontros de cadáveres, 132 tentativas de homicídio e 142 pessoas desaparecidas.

Nada mal para uma região PACIFICADA, não? E olha que não estão incluídos os homicídios ocorridos no entorno dessas favelas (e provavelmente provocados por bandidos que ainda controlam as atividades criminosas dentro das comunidades com UPP).

Pelo menos 11 assassinatos ocorridos em ruas próximas ao Batan neste ano foram convenientemente retirados das estatísticas divulgadas inicialmente, depois que o comando das UPPs reclamou com o ISP. Dois mototaxistas executados, também neste ano, nas proximidades do Morro do Andaraí pelos bandidos que controlam a venda de drogas da favela tampouco aparecem na estatística do ISP.

Ou seja, poderíamos estar falando de 37 homicídios, em vez dos 24. Mas mesmo se formos considerar o conveniente número de 24 assassinatos (bem como os 36 encontros de cadáveres, 132 tentativas de homicídio e 142 pessoas desaparecidas), os dados absolutos são surpreendentes.

Apenas a favela da Cidade de Deus (considerada a mais problemática até agora), teve 11 assassinatos e mais 70 tentativas de homicídio no decorrer deste período. No Morro da Providência (cuja UPP foi inaugurada em abril de 2010), foram três homicídios e nove (isso mesmo, NOVE) encontros de cadáveres, entre abril de 2010 e junho deste ano. Na UPP do Borel (inaugurada em junho do ano passado): um homicídio, um cadáver e 12 "desaparecidos" em um ano.

No Pavão-Pavãozinho, não foram registrados homicídios. Mas isso ocorreu mais por sorte das vítimas do que por competência da UPP, já que houve 11 tentativas de assassinato na comunidade. Na UPP do Turano, inaugurada no final de setembro de 2010, a mesma coisa: 13 tentativas de homicídio entre outubro de 2010 e junho de 2011.

E, apesar do ISP não nos ter presenteado com dados de 2007, 2008 e 2009, pude fazer algumas comparações, já que algumas UPPs foram sendo inauguradas ao longo de 2010. Seguem as comparações:

No Andaraí, cuja UPP foi inaugurada em julho de 2010, houve, no primeiro semestre daquele ano (período sem UPP), um homicídio, nenhuma tentativa de homicídio e um desaparecido. No segundo semestre de 2010, já com UPP, foram três homicídios, três tentativas de homicídio e dois desaparecidos. No primeiro semestre deste ano, houve os dois homicídios que não constam nas estatísticas, uma tentativa de homicídio e cinco desaparecidos.

Não sei quanto a vocês, mas o Andaraí não me parece mais seguro depois da UPP.

Vamos ao Borel, cuja UPP foi inaugurada em junho de 2010. De janeiro a junho (período sem UPP), não foram registrados homicídios, houve uma tentativa de homicídio, um encontro de cadáver e cinco desaparecidos. No segundo semestre de 2010, já com UPP, a favela teve um homicídio, duas tentativas de homicídio, um encontro de cadáver e sete desaparecidos. No primeiro semestre de 2011, não houve cadáveres, homicídios ou tentativas, mas foram registrados quatro desaparecidos.

Também me parece que o Borel não está mais seguro que antes.

Vamos ao Morro dos Macacos, que ganhou uma UPP em dezembro de 2010 (mas que foi ocupado pela polícia em outubro daquele ano). No primeiro semestre, foram um assassinato e dois desaparecidos (nenhum encontro de cadáver ou tentativa). No primeiro semestre deste ano (já com UPP), foram um assassinato e seis desaparecidos. Se for levar em consideração os meses de outubro a dezembro de 2010, quando a polícia já estava no Macacos, foram mais dois assassinatos, um encontro de cadáver e duas tentativas de homicídio.

Me responda: com base na frieza dos números, diante desses dados, você se sentiria mais seguro com UPP ou sem UPP?

No Morro da Formiga, que ganhou UPP em julho de 2010, nenhum homicídio, tentativa de assassinato ou encontro de cadáver no primeiro semestre. No segundo semestre, já com a favela "pacificada", ainda nenhum homicídio ou cadáver, mas já aparecem quatro tentativas de homicídio. Neste ano, nenhum homicídio ou tentativa, mas houve um encontro de cadáver. Um homem assassinado dentro de casas a tiros, em agosto deste ano, não aparece ainda nas estatísticas.

Cade a pacificação no Morro da Formiga?

O Turano, que foi ocupado em agosto e recebeu UPP no final de setembro de 2010, não apresenta grandes diferenças. Teve um primeiro semestre de 2010 sem ocorrências criminais violentas. Em agosto, na primeira fase da ocupação policial, foram dois assassinatos e uma tentativa. Neste ano, sem ocorrências também.

O Salgueiro, que foi "brindado" com uma UPP em agosto de 2010, teve um homicídio no primeiro semestre do ano passado e nenhum assassinato no segundo semestre de 2010 ou no primeiro semestre deste ano. Êêêê!!! Quer dizer então que encontramos uma favela que ficou mais segura com a UPP? Bem. Eu não diria isso, no primeiro semestre de 2010, não houve nenhuma tentativa de homicídio ou encontro de cadáver. Já no segundo semestre, houve duas tentativas de homicídio (já com a UPP) e um encontro de cadáver. No primeiro semestre deste ano, nenhuma ocorrência.

Bem, era isso que eu queria apresentar a vocês. Espero que vocês reflitam sobre esses dados. E aguardo, com ansiedade, os dados referentes a 2007, 2008 e 2009, para poder fazer uma comparação mais ampla. Também espero os dados das novas UPPs (São Carlos, Engenho Novo e Rio Comprido).




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
Avatar do usuário
ZeRo4
Sênior
Sênior
Mensagens: 4005
Registrado em: Dom Mar 14, 2004 5:03 pm
Localização: Rio de Janeiro

Re: Operações Policiais e Militares

#9124 Mensagem por ZeRo4 » Seg Nov 07, 2011 1:18 am

Carlos Mathias escreveu:Cuidado com as estatísticas! :wink:
Primeiro tem que saber quem coletou os dados, como arrumou os nºs...

Segundo dizem, "a matemática é divina e a estatística é do diabo"
É... Realmente eu devo ter cuidado com estatísticas, afinal, este Governo que ai está, defendido por você, aquele que tem uma ótima política de segurança pública, desde 2007 vem maqueando os índices de criminalidade e o pior de tudo... as coisas continuam piorando, mesmo com os índices alterados.

Pesquisador do Ipea usa matemática para descobrir 3 mil homicídios que não aparecem nas estatísticas de criminalidade do Rio

Nesta semana, o economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgou um estudo em que contesta as estatísticas de homicídio da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. O pesquisador informa que, desde 2007, primeiro ano do governo Sérgio Cabral, as mortes violentas sem intenção determinada (isto é, quando não são classificadas como agressões, suicídios ou acidentes) aumentaram de forma exponencial. Trata-se de um fenômeno quase que exclusivo do Rio de Janeiro, o estado “pacificado”.

Na verdade, a pesquisa é uma repercussão de um levantamento que eu fiz, em maio, para a Agência Brasil, com base em dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Reportagem que foi repercutida pelo jornal O Estado de S.Paulo, em junho.

Claro, Cerqueira deu também uma grande contribuição, ao aplicar um modelo matemático e estatístico para determinar quantas dessas mortes de intenção indeterminada seriam, na verdade, homicídios.

Eu, como jornalista desconfiado que sou, vivo fuçando os dados do SIM. Um belo dia, percebi que os dados enviados pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio ao Ministério da Saúde estavam “estatisticamente” estranhos. Não sou matemático ou estatístico, mas os anos que passei na escola técnica me ensinaram a fazer algumas contas.

Percebi que o número de homicídios do Rio de Janeiro estavam absurdamente baixos em 2009, tanto em relação aos outros estados quanto em relação aos próprios dados do Instituto de Segurança Pública (que, a meu ver, também vêm andando absurdamente baixos para o padrão fluminense).

Ao mesmo tempo, reparei que as mortes violentas sem intenção determinada estavam absurdamente altas. Ora, pensei. Tem algo cheirando mal por aqui. Olhei com mais calma os dados e percebi que coincidentemente, desde 2007 (ano zero d.C., isto é, depois de Cabral) as mortes violentas de intenção indeterminada vinham crescendo no estado, ao mesmo tempo em que dados de homicídio vinham convenientemente sendo reduzidos.

Ora, é muito conveniente parar de registrar cadáveres como homicídio e passar a registrá-los como mortes cuja intenção não “pôde ser” determinada. Mortes registradas sob essa categoria não incomodam o governo, afinal não aparecem nas estatísticas de criminalidade e dão a impressão ao eleitor (ops, ao cidadão) de que o Rio está sendo “pacificado”.

Na minha reportagem da Agência Brasil, não pude fazer qualquer análise interpretativa dos dados. Tive que me ater à crueza dos dados e a ouvir os lados envolvidos. No caso, ouvi um dos maiores especialistas em dados de criminalidade do Brasil, o professor Ignacio Cano, da Uerj, e a Secretaria de Saúde do Rio, responsável pelos dados, que surpreendentemente reconheceu que seus dados estavam “com problemas”.

A Secretaria disse que o problema, no entanto, advinha dos Institutos Médico-Legais, que não especificavam, no atestado de óbito da vítima, se ela fora morta acidentalmente, se ela fora assassinada ou se havia se suicidado.

No post que escrevi aqui no blog, pude fazer minhas considerações sobre os dados “problemáticos” da Secretaria de Saúde do Rio. Escrevi que havia indícios de manipulação das estatísticas e que, possivelmente, a culpada era a própria Secretaria. Afinal, em última instância, era ela a responsável por compilar os dados e repassá-los ao Ministério da Saúde.

Disse, em meu post, aqui no blog, que era muito conveniente, para o governo do estado do Rio, reduzir o número de homicídios através do aumento das mortes sem intenção determinada (uma categoria de mortes neutra, uma vez que não integra as estatísticas de criminalidade).

E, como a Secretaria de Saúde está a serviço do governo do Rio, era bem plausível que ela, cumprindo ordens superiores, manipulasse os dados de mortes violentas para evitar constrangimentos ao governador fluminense, Sérgio Cabral, e ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

É claro que essa é apenas uma teoria. Não há como comprovar que a manipulação dos dados seja intencional. E, ainda que os dados sejam intencionalmente manipulados, não há como dizer quem são os responsáveis por isso.

Já Daniel Cerqueira acredita que a origem da distorção dos dados de mortes violentas está no trabalho dos peritos da Polícia Civil, cujo trabalho é determinar a causa e a intenção da morte. Sua hipótese é também bem baseada. Afinal, aos policiais civis, interessa que sejam registrados menos homicídios.

Quanto menos assassinatos forem registrados, mais se tem a impressão de que a polícia está no caminho certo. Se a polícia está no caminho certo, não há necessidades em fazer mudanças, em modificar comandos, em mexer em privilégios, em acabar com vícios.

E, desde julho de 2009, graças à política de metas da Secretaria de Segurança, menos assassinatos registrados também representam mais dinheiro no bolso dos policiais, já que aqueles policiais que alcançam as metas recebem gratificações em seus salários.

Faz sentido que policiais, sejam das delegacias sejam das unidades especializadas e técnicas, desejem registrar menos assassinatos. Além do mais, policiais podem querer acobertar atividades criminosas cometidas por colegas, que integrem máfias, milícias ou grupos de extermínio.

Há ainda a falta de pessoal, a carência de equipamentos e a ausência de programas de qualificação dos peritos. Tudo pode influenciar um trabalho mal feito dos peritos. Mas essa também é uma hipótese. Assim como a teoria da manipulação pela Secretaria de Saúde, não pode ser comprovada no momento.

Mas, neste momento, nem acho que seja tão importante descobrir a origem do problema (acho que isso seja importante, sim, num segundo momento, a fim de que o problema seja corrigido e os eventuais culpados, punidos).

O que é fato, inegável, é que os dados de mortes violentas no estado do Rio estão incorretos. Eles estão subestimando homicídios e superestimando as mortes sem intenção determinada. Se formos somar os homicídios com as mortes de intenção indeterminada no estado, não veremos qualquer evolução na segurança pública do Rio de Janeiro entre 2006 e 2009.

Em 2009, além dos mais de 5 mil assassinatos registrados como homicídios pela Secretaria de Saúde, Daniel Cerqueira encontrou outros 3 mil assassinatos que estavam “ocultos”, sob a nomenclatura de “mortes de intenção indeterminada”.

Independentemente de se a manipulação ocorre no departamento de polícia técnica ou na Secretaria de Saúde, o problema é do governo do estado (já que tanto a polícia técnica quanto a Secretaria de Saúde são subordinadas ao governo estadual).

Além disso, os dados nos mostram que o cenário de insegurança pública do Rio não teve nenhuma evolução no governo de Sérgio Cabral e na gestão de José Mariano Beltrame. Continuamos com números altíssimos de homicídios no estado, entre 2007 e 2009.

ps.: Li hoje que o secretário Beltrame disse ao Jornal O Globo que, depois da pesquisa do Ipea, resolveu analisar a fundo os dados de mortes violentas no estado. Segundo o Globo, Beltrame disse que a transparência dos dados de criminalidade é uma “prioridade” de seu governo.

Me responda uma coisa, Beltrame. Se eu, um pobre repórter, percebi que os dados de seu Instituto de Segurança e da Secretaria de Saúde eram uma lástima, como o senhor, o todo-poderoso czar da segurança pública, não tinha percebido isso ainda?

Foi preciso que um repórter do Globo ligasse para sua assessoria de imprensa, para que o senhor decidisse fazer uma devassa nos números? Ainda que o senhor, por conta própria ou com a ajuda de gabaritados técnicos de sua secretaria, não tivesse percebido as inconsistências dos dados da Saúde e do ISP, que vêm desde 2007, o senhor poderia ter lido a reportagem da Agência Brasil, que repercutiu em maio em diversos sites e jornais do país, ou a matéria do Estadão, publicada em junho.




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
Avatar do usuário
ZeRo4
Sênior
Sênior
Mensagens: 4005
Registrado em: Dom Mar 14, 2004 5:03 pm
Localização: Rio de Janeiro

Re: Operações Policiais e Militares

#9125 Mensagem por ZeRo4 » Seg Nov 07, 2011 1:18 am

O mais engraçado é que esse tipo de notícia você não comenta, não vê, talvez porque seja mais conveniente para você ;)




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
Avatar do usuário
ZeRo4
Sênior
Sênior
Mensagens: 4005
Registrado em: Dom Mar 14, 2004 5:03 pm
Localização: Rio de Janeiro

Re: Operações Policiais e Militares

#9126 Mensagem por ZeRo4 » Seg Nov 07, 2011 1:25 am

Morte de cinegrafista, baleado em favela no Rio, nos lembra que ainda falta muito para o Rio ser considerado "pacificado"

Acostumamo-nos a ver nos últimos meses, através da imprensa, a imagem de um Rio de Janeiro que está dando certo. São imagens de crianças apertando a mão de policiais em favelas "pacificadas" e de militares transitando supostamente tranquilos pelo Complexo do Alemão, reportagens sobre turistas visitando as áreas com UPPs, dados mostrando supostas reduções nos índices de criminalidade e elogios sem fim ao secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e a seu chefe, o governador Sérgio Cabral, por terem dado uma solução à violência no estado.

São imagens que a imprensa e o governo querem (e têm conseguido) nos vender. Imagens de um Rio supostamente maravilhoso, que deixou para trás as marcas de um cotidiano de tiroteios, de assassinatos, de "bondes do mal", de traficantes sanguinários que mandam no estado. Vemos essas imagens diariamente no nosso noticiário e nos discursos das autoridades públicas federais, estaduais e municipais.

São imagens e informações que, repetidas à exaustão, dão a confortável impressão aos cariocas que o Rio está vencendo a guerra contra a violência.

Mas se, por um lado, a propaganda do governo e da imprensa tem êxito em passar uma ilusória tranquilidade à população, essa mesma propaganda não é capaz, por razões óbvias, de acabar com a violência real, que ainda existe no Rio de Janeiro.

Rotineiras ocorrências de violência teimam em brigar com a propaganda do governo fluminense e insistem em continuar acontecendo no estado. São centenas de homicídios, milhares de ocorrências de roubo, inúmeras operações policiais desastrosas, vários tiroteios em favelas "pacificadas" ou não, relatos de bandidos que continuam mandando em centenas de comunidades do Rio de Janeiro, uma juíza assassinada por criminosos fardados, um deputado que deixa o país com sua vida ameaçada etc.

São ocorrências que, de maneira desconfortável, lembram os cariocas de que não moramos na Suíça, como certa vez, o secretário nos quis fazer crer. Nem estamos perto disso. Estamos muito mais perto de uma Colômbia, de uma Venezuela, de um México, do que de uma Suíça, de uma Noruega, de um Chile (sim, o Chile parece um país europeu, no que se refere a segurança pública).

Hoje, ao acordar, recebei a desagradável notícia de que um colega de profissão morreu baleado ao tentar reportar uma operação militar. O cinegrafista Gelson Domingos, da TV Band, morreu durante um tiroteio intenso, no meio de uma batalha, com um tiro de fuzil no peito. Ele não morreu na Líbia, na Somália, no Iraque ou no Afeganistão. A operação militar ocorria muito próximo da gente, em uma área residencial, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro: a favela de Antares.

A morte de Gelson não é chocante porque ele era um jornalista. A morte de Gelson é chocante porque ele foi vítima de uma arma de guerra, em meio a dezenas de tiros disparados a esmo, no meio de uma área urbana, na segunda maior cidade do Brasil. É chocante porque Gelson é apenas um dentre centenas de pessoas que morrem ou ficam feridas em ações policiais e tiroteios no Rio de Janeiro.

Sua morte é chocante, como são chocantes as mortes de cerca de 8 mil pessoas, que são assassinadas a cada ano no Rio de Janeiro.

É claro que sua morte me toca pessoalmente, porque também sou jornalista. E, como vários de meus colegas que cobrem ou cobriram operações policiais no Rio de Janeiro já relataram, isso nos leva a refletir sobre nossa profissão.

Já cobri algumas operações policiais na minha carreira, em áreas consideradas perigosas, como a Rocinha, a Maré e o Complexo do Alemão. Certa vez fiquei encurralado, a poucos metros de bandidos e policiais que trocavam tiros de fuzil, na favela da Chatuba da Penha. Foram cerca de 15 minutos de intenso tiroteio, daqueles em que é impossível calcular o número de disparos, ou saber de onde vêm os tiros.

Mas a morte de Gelson é mais do que isso. A morte de Gelson sintetiza o que vive o Rio de Janeiro. Continuamos sendo um estado e uma cidade tão violentos como éramos há cinco, seis ou sete anos.

Apesar de toda a bem sucedida propaganda do governo fluminense, empreendida com o lamentável apoio dos principais órgãos de imprensa cariocas, o Rio não está nem perto de ser pacificado.

Venho repetindo isso há meses. Pelo menos desde 2009, venho publicamente tentando convencer a todos (de forma incansável), que nossa política de segurança estadual (bem como a política federal) está equivocada.

Que a morte de Gelson sirva para que a população desperte, de vez, dessa ilusão. O Rio não está pacificado. O Rio está violento. Beltrame não é um herói, é apenas um secretário de Segurança que, como tantos outros que o antecederam, não tem conseguido reverter o cenário de violência do Rio de Janeiro.

Que a população acorde e cobre mudanças. Que deixe um pouco de lado as imagens massificadas de favelas sendo "pacificadas". Que passe a reparar nas mortes e ameaças a autoridades, nos milhares de homicídios de cidadãos fluminenses, na manipulação das estatísticas criminais, na corrupção policial, na corrupção governamental, nas centenas de favelas que não foram e nem serão "pacificadas", nas comunidades do subúrbio que vivem meses em guerra, nas escolas que não têm aulas por falta de segurança, nas ruas escuras em que não se pode circular por causa de assaltos, nas vítimas de balas perdidas, nas máfias de policiais que ampliam seu poder no estado, nas pessoas baleadas nas operações policiais...

Enfim, olhem a sua volta. Afinal, você está mais seguro?




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
Avatar do usuário
ZeRo4
Sênior
Sênior
Mensagens: 4005
Registrado em: Dom Mar 14, 2004 5:03 pm
Localização: Rio de Janeiro

Re: Operações Policiais e Militares

#9127 Mensagem por ZeRo4 » Seg Nov 07, 2011 1:28 am

R.A.Barros escreveu:Lamento pela morte do jornalista

Eu reparei que os policiais estavam meio perdidos, talvez pela quantidade de obstaculos que obstruíam a visão deles. Nessas horas um atirador de elite armado com um fuzil com mira telescopica seria muito útil. [004]
Na verdade é o seguinte... acho que eles subestimaram o poderio bélico da comunidade de Antares, acho que não somente eles, mas todos de um modo geral... Eu mesmo fique de certa forma surpreso ao conversar com colegas da PMERJ, pois é algo que no mínimo nós deveríamos entender. Acredito, como a maioria dos colegas, que isso aconteceu devido ao fenômeno da pacificação que acaba transferindo e não prendendo traficantes e armas de uma localidade para outra.




As GATs e RPs estão em toda cidade!

Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..." ;)
Avatar do usuário
Paulo Bastos
Sênior
Sênior
Mensagens: 1067
Registrado em: Sex Abr 25, 2003 7:13 pm
Localização: Belo Horizonte/MG
Agradeceram: 262 vezes
Contato:

Re: Operações Policiais e Militares

#9128 Mensagem por Paulo Bastos » Seg Nov 07, 2011 2:20 am

A coisa que achei mais estranha foi a falta dos veículos blindados na ocupação da Favela de Antares.

Por que não foram utilizados?

Abracos,
Paulo




“O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as idiotas cheias de certezas” – Henry Charles Bukowski jr
Avatar do usuário
brasil70
Sênior
Sênior
Mensagens: 722
Registrado em: Sáb Mai 29, 2010 2:01 pm
Agradeceram: 1 vez

Re: Operações Policiais e Militares

#9129 Mensagem por brasil70 » Seg Nov 07, 2011 11:14 am

Na madrugada de sabado para domingo houve um curto (30/50 min) tiroteio no Complexo por volta das 3hrs da madrugada. Muitos tiros e explosão de bombas, imagino eu que o tiroteio tenha ocorrido como sempre na região do coqueiro, onde ocorria um dos bailes do complexo e lugar de reunião dos grandes traficantes.
O fato que venho estranhado é que tem se tornado mais frequentes barulhos de tiros e bombas por aqui, talvez seja o fato de os traficantes estarem voltando a fazer a segurança das bocas de fumo armados e infelizmente o EB não tem como combater todos os locais de venda, pois são 1.700 homens para milhares de becos, vielas e fora as casas onde os traficantes se abrigam.
Acho que é por isso que o EB sempre faz uso do patrulhamento aéreo.




"O que tem que ser feito, tem que ser bem feito, tem que ser perfeito.
Uma vez PE, sempre PE!"
_________________
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9130 Mensagem por rodrigo » Seg Nov 07, 2011 12:03 pm

Pessoal? Qual o nível deste colete... No fantástico foi dito que a bala atravessou o colete o o corpo do jornalista?
Ouvi dizer que o tiro pegou na barriga, abaixo da placa do colete. Não chegou a impactar no colete. E devido ao tiroteio, o cinegrafista ficou vários minutos agonizando, sem possibilidade de socorro, e teve uma hemorragia fatal. Existem imagens disso, não sei se divulgaram.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
Glauber Prestes
Moderador
Moderador
Mensagens: 8399
Registrado em: Sex Abr 06, 2007 11:30 am
Agradeceram: 253 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9131 Mensagem por Glauber Prestes » Seg Nov 07, 2011 12:46 pm

Acho que o colete da imprensa é IIIA ou III, mais comuns.




http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Avatar do usuário
marcelo bahia
Sênior
Sênior
Mensagens: 1708
Registrado em: Seg Jun 28, 2010 1:18 am
Localização: Calábria-Itália
Agradeceram: 16 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9132 Mensagem por marcelo bahia » Seg Nov 07, 2011 1:09 pm

glauberprestes escreveu:Acho que o colete da imprensa é IIIA ou III, mais comuns.
Pois é... a emissora não tem alguma responsabilidade nesta morte por supostamente dotar seus jornalistas de coletes não ideais contra tiros de fuzis?? Se não for permitida a compra de coletes de melhor qualidade, não é melhor preservar a vida do profissional??

Sds.




Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"

Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
Avatar do usuário
jumentodonordeste
Sênior
Sênior
Mensagens: 3217
Registrado em: Sex Mai 01, 2009 9:01 pm
Localização: SP
Agradeceram: 216 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9133 Mensagem por jumentodonordeste » Seg Nov 07, 2011 1:11 pm

A Band já teve vários jornalistas que se feriram, mais do que todas as outras emissoras, tem alguma coisa errada com as ordens que eles recebem.




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceram: 644 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9134 Mensagem por Clermont » Seg Nov 07, 2011 1:22 pm





Fico pensando se a mão que apertou o gatilho não pertencia a algum dos vagabundos que escaparam daquele grande cerco de alguns meses atrás. Aqueles cuja fuga foi louvada por alguns "humanitaristas" como sendo um fato muito positivo, para que o Rio de Janeiro não ficasse conhecido, mundialmente, como a "terra do massacre".




Loki
Sênior
Sênior
Mensagens: 880
Registrado em: Seg Jan 05, 2009 2:19 pm
Agradeceram: 4 vezes

Re: Operações Policiais e Militares

#9135 Mensagem por Loki » Seg Nov 07, 2011 1:51 pm

Salvo engano o nível III possui resistência suficiente para calibres 7,62.
Por sinal esse é o maior nível permitido pelo EB, já que o nível IV é restrito.

Não tenho idéia qual era o nível do colete usado pelos jornalistas, mas III não devia ser, já que informaram acima que houve transfixação do projetil.

Abraço




Responder