O branqueamento e resurgimento dos pensamentos Ditatoriais

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Re: Convulsâo na Grécia

#166 Mensagem por soultrain » Qui Nov 03, 2011 10:46 pm

O Porto de Sines em si está muito bem agora, mas o seu cone de actuação é o cone até à Andaluzia e não o maior complexo petro químico da Europa.

Estava lá o elefante, teve de se fazer alguma coisa.

"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: Convulsâo na Grécia

#167 Mensagem por gaia » Qui Nov 03, 2011 10:47 pm

Existem poucos portos de águas profundas na europa , calma o canal do Panamá está a ser alargado , e Bolívia vai começar exportar muito minério , por um porto peruano, uma parte vai para Ásia e a outra para europa , e Sines pode ser o destino , calma , o marocas diz que foi um grande investimento estratégico , mas foi do estado novo.
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Re: Convulsâo na Grécia

#168 Mensagem por gaia » Qui Nov 03, 2011 10:49 pm

Amigos , vou dormir , bons sonhos .
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Re: Convulsâo na Grécia

#169 Mensagem por soultrain » Qui Nov 03, 2011 10:49 pm

Conheço muito bem o Porto de Sines e conheço outros portos de Águas profundas na Europa, não são poucos e são muito maiores que Sines, que agora até está a ser expandido.

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Re: Convulsâo na Grécia

#170 Mensagem por P44 » Sex Nov 04, 2011 7:13 am

FoxTroop escreveu:O meu falecido avô paterno costumava dizer que se passava "fominha de matar pulga". O "paraíso salazarengo" era tão bom que tenho uma boa fatia de familiares que, não aguentando o "idílio" e tanta "fartura" e certamente sofrendo tiques de masoquismo, preferiu ir "sofrer" para a França, USA, Canadá, Brasil. Outros tiveram a sorte de conseguir ir para Moçambique onde, segundo eles, se vivia bem. O ramo moçambicano acabou por ter de se pirar depois para a África do Sul após o 25 de Abril.

Deixai as Viúvas do Salazar viver no seu mundo de ilusões.
Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Convulsâo na Grécia

#171 Mensagem por gaia » Sex Nov 04, 2011 7:42 am

P44 :

O Medina Carreira , conta a estória da sua tia avó , em que passou a ferrenha apoiante do antigo regime , porque no fim da I República recebia a sua pensão a tarde a más horas , quando Salazar entrou para o poder , começou a receber a tempo e horas .

Isto tem muito sumo , para quem quer entender.

A situação actual , com a juventude e muitos de meia idade a emigrar em massa , só vão ficar os velhos , e os que tem emprego garantido na F.P, quem vai contribuir para os reformados terem as suas reformas ? Teoricamente o dinheiro dos descontos de cada cidadão , era para ser capitalizado , mas a classe politica já fala na solidariedade geracional , por outras palavras , o dinheiro já foi gasto, e os descontos dos que estão no activo , é para pagar as reformas actuais .

Atenção a grande fraude está aqui, e como o aparelho do estado que era bastante reduzido em 1973 , 200.000 F.P, actualmente devem ser 750.000 , e mais aquelas empresas paralelas municipais, devem totalizar 1.000.000. Quem vai pagar as reformas desta gente ?
Com a saída dos jovens do país , porque nem os seus pais acreditam no futuro de Portugal , quem vai pagar as reformas , com mais impostos ? Com um a taxa de desemprego de 14% , enquanto que em 1973 era 2%.

Se perguntar a um jovem actual , que não tem emprego ou perspectivas de futuro neste país , e se lhe confrontarem os indicadores económicos actuais , com os de 1973 , diz logo que 25A foi um grande falhanço.

O grande problema dos políticos vaidosos actuais , e que lutaram contra o antigo regime, com andamento da carruagem , já sabem que vão ter um mau lugar na história , e por ironia do destino nunca se venderam tantos livros sobre Salazar , é a figura do momento, ainda vai ser mais , o mito está consolidar-se .
As voltas que a vida dá .....
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Re: Convulsâo na Grécia

#172 Mensagem por gaia » Sex Nov 04, 2011 8:05 am

soultrain escreveu:
tflash escreveu:Devíamos postar no tópico apropriado mas nos tempos da ditadura, se um senhor de fato desse uma ordem, era para cumprir.

Levava-se um carneiro ou um presunto ao dr. tal por um favor qualquer. A policia não multava esses senhores.

É assim, daquilo que ouço, haviam coisas positivas nesse tempo mas desgraçado de quem ficasse doente ou não pudesse trabalhar.

Isso não invalida que se tenha feito muita porcaria no 25 de Abril. Uma das coisas foram os aumentos abruptos dos salários que levaram a que se destruísse o resto. Na altura, o salário mínimo passou para o equivalente a 600 e tal euros.
E sabe porquê? Porque a revolução foi apoiada pela população? Embora o principal tenha sido a Guerra colonial, o preço de tudo aumentou por causa da primeira crise do petróleo em 73, mas os salários não.
Em 1973 houve um a crise mundial , em que todos os países foram afectados , e em muitas cidades europeias , ao fim de semana nem circulavam os carros , havia falta gasolina , racionamento , foi globalizado.


Mas o mais importante , é que maioria das pessoas actualmente não sabem o que se está a passar no mundo real .
Uma amiga minha estava a trabalhar numa empresa têxtil há 3 anos ,ganhava 2.000 euros limpos , foi para o desemprego e agora está a ganhar 650 euros limpos , na mesma função , se é que quer trabalhar, a realidade crua e dura , é esta .
Está a perceber agora , como a emigração ainda vai aumentar mais, e porque o número de falências da empresas está a aumentar todos dias , e a banca fechar contas caucionadas , a cortar o crédito, porque a banca não tem dinheiro , e se não fosse o BCE ter cedido liquidez,quase todos os bancos estavam falidos . Porque motivo o estado vai entrar no capital dos bancos ?
O estado absorveu o dinheiro que circula no sistema, ou em impostos , ou através de empréstimos obtidos na banca nacional, e já nem falo no escândalo nacional das parcerias público privadas . Ainda vem falar nas 6 famílias que governavam o país no antigo regime , agora são negócios ruinosos , que seriam impossíveis no antigo regime .
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Re: Convulsâo na Grécia

#173 Mensagem por gaia » Sex Nov 04, 2011 8:40 am

soultrain escreveu:Na Agenda de Moscovo, de Washington , Londres, Pretória e Paris.

Havia muitos abutres a desejar Angola, um já lá tinha as garras ferradas.
O que está dizer , é 100 % verdade , eram muitos os abutres.

Só que esses abutres não estão , e nunca estiveram interessados num desenvolvimento sustentado de Angola , e no bem estar das suas gentes , tem alimentado um regime altamente corrupto , para fazerem o saque das suas matérias primas .
Os chineses estão actualmente a reparar a linha de Benguela , mas de uma forma completamente aldrabada e com trabalho escravo de presidiários chineses, a as construções são de muito baixa qualidade , etc, etc.

Enquanto o estado novo estava a construir um país a sério, com boas infraestruturas , a pensar no futuro , e no bem estar de toda a população , e por isso mesmo estava a haver africanização da guerra , porque acreditavam nos portugueses,e não nos movimentos.

Marcelo Caetano , tinha como uma das soluções politicas a federação , e se não houvesse o 25A , como estes territórios estariam , e muitas vidas teriam sido salvas .

Relativamente ao 25A , existe um livro curioso , "Estado dos Segredos" http://estadodesegredos.com/.

Em que diz que o 25A foi preparado pelo Bilderberg Group, já em 1971 ,numa das reuniões .
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Re: Convulsâo na Grécia

#174 Mensagem por soultrain » Sex Nov 04, 2011 10:20 am

Sim,

Não se esqueça de uma coisa porem, forças poderosas concluiam na sombra e vários interesses se levantavam, Kissinger defendia que Portugal após o 25 de Abril estava perdido para os comunistas, assim como as ex colónias, teoria rebatida em Lisboa pelo Embaixador Frank Carlucci e pelo cônsul em Luanda Everett Ellis Briggs e o então chefe da antena da CIA em Luanda, Robert W. Hulstlander. Aqui acabou por prevalecer a democracia, em Angola a visão de Kissinger, que conduziu à guerra.

Fomos muito prejudicados pelos interesses de muitos em África e sermos uma ditadura ainda nos prejudicou mais, quem acha que financiava os movimentos independentistas, ou pior quem os criou? Se a transição democrática tivesse sido feita nos anos 50, estou certo que tudo seria diferente, mas o velho agarrou-se ao brilho do poder e para mim foi o grande erro de quem governou Portugal como se fosse uma mercearia do interior.

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Re: Convulsâo na Grécia

#175 Mensagem por soultrain » Sex Nov 04, 2011 10:25 am

MARTINHO JÚNIOR

A INGERÊNCIA DE HENRY KISSINGER NO PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA

O processo formal da descolonização foi alvo de ingerências "sem fronteiras" a partir dos poderosos interesses que tinham à cabeça os Estados Unidos, tanto em Portugal quanto nas ex-colónias e muito em particular no caso de Angola.

Vencido o colonialismo português, África apresentou-se dividida, em função das diversas correntes que proliferavam no continente, em relação ao espectro de opções que se apresentava em Angola e não tinha, ou não queria ter, a noção exacta do que era um movimento de libertação moderno e do que era etno nacionalismo, conforme a qualificação justa do historiador francês René Pélissier, estudioso de Angola. (1)

Portugal no processo de descolonização, assumia posições contraditórias por exemplo em relação à UNITA de Savimbi, que conhecia muito bem da "Operação Madeira" no âmbito da Zona Militar Leste e no tempo da passagem do General Costa Gomes como Chefe do Estado Maior Geral por Angola. (2)

Os oficiais portugueses, sabiam o que significava etno nacionalismo (eles próprios, por exemplo, tinham contribuído para criar e explorar no início da insurreição armada a "figura aliada" dos "fieis bailundos" para fazer face à revolta da UPA no norte do país em 1961, tirando partido da migração forçada dos contratados do planalto central para as plantações de café) e a implantação da UNITA junto às nascentes do Lungué Bungo foi providencial para utilizar essa organização que se apresentava no início muito limitada, integrando-a nos seus dispositivos como uma almofada amortecedora contra a tentativa de progressão das colunas do MPLA a partir das fronteiras da Zâmbia, país onde possuía as bases de retaguarda da sua Frente Leste.

Os racistas sul africanos, aproveitando-se desse passado, "cooptaram" Savimbi logo no "pontapé de saída" que constituiu a "Operation Savannah", a sua "contribuição" mais volumosa para a "guerra de Kisssinger" e isso não era desconhecido de John Stockwel, que a 20 de Agosto de 1975, por influência de Tiny Rowland da Lonhro, se encontrou com Savimbi no Kuito.

Em Setembro de 1975, em resposta aos Generais van den Berg e Viljoen, Savimbi solicitou ajuda para treinar e armar a UNITA, integrando as iniciativas militares sul africanas a partir da fronteira sul.

Foi também relativamente contraditório em relação à FNLA, pois conhecia-a nos seus múltiplos relacionamentos que tiravam partido do atendimento do regime de Mobutu em Kinshasa (os serviços diplomáticos e de inteligência portugueses na capital do então Zaire, estavam próximos das instalações da FNLA e muitas vezes uns e outros até se cruzavam na rua, como nos salões de contingência)…

Entre os diplomatas portugueses que passaram em serviço por Kinshasa, contam-se António Monteiro e Durão Barroso, que viriam a estar presentes noutros cenários futuros… (3)

Segundo Peter Stiff, em "The Silent War" (página 104), a FNLA "requisitou a ajuda das SADF em Julho de 1975" por intermédio de "canais diplomáticos Franceses" o que, com a disponibilidade de Savimbi, influenciou na tomada de decisão da "Operation Savannah".

Como os antifascistas portugueses permitiram confundir movimento de libertação e etno nacionalismo, na esteira aliás do que ocorria em África?

Se não foram eles que confundiram, quem e a partir de que correntes e influências assumiu esse encargo em Portugal?

Que conjunturas em Portugal favoreceram que outros assumissem preponderância no processo de "trespasse" de Angola, ao invés de contribuírem para o legítimo processo de independência?

O engenho inicial da "operação de trespasse" coube a Mário Soares, que levou por diante a iniciativa de Alvor em Janeiro de 1975 e por isso Portugal abriu espaço à ingerência externa, minando a sua própria posição em relação ao processo de descolonização, perdendo o controlo dos acontecimentos muito antes do 11 de Novembro e "lavando as mãos" como Pilatos, enquanto assistia à maior operação de retorno de nacionais que alguma vez teve oportunidade de assistir, suportada em grande parte pelas finanças e pelos interesses norte americanos. (4)

Mário Soares deu oportunidade a Henry Kissinger fazer privilegiar em Angola os termos da Guerra Fria, apesar das infrutíferas contrariedades internas que ele teve de enfrentar, entre elas as posições de Everett Ellis Briggs e Robert W. Hulstlander, respectivamente Cônsul dos Estados Unidos em Angola (ainda sob bandeira portuguesa) e chefe da antena da CIA em Luanda (imediatamente antes da independência). (5)

Os dois emitiam um juízo favorável ao MPLA, aproximando o seu argumento ao do historiador francês René Pélissier: para eles era evidente que se deveria levar em consideração que o MPLA detinha mais quadros que os outros e estaria à partida em melhores condições humanas para levar por diante as tarefas dum novo estado.

Em Portugal, Frank Charles Carlucci preparou pela via de Mário Soares, os pressupostos para a "guerra de Kissinger", alheando-se dela para que isso permitisse dar oportunidade ao seu papel nas operações encobertas que se iriam suceder nas décadas seguintes e até aos dias de hoje em Portugal, em Angola, na Europa e em África, tirando partido de influências crescentes que gravitavam ou à sua volta ou sob sua batuta.

Sem chocar com Henry Kissinger, Frank Charles Carlucci traçou uma estratégia operativa que na direcção de Angola, se não resultou durante a Guerra Fria, soube tirar imediato proveito com a globalização neo liberal. (6)

De acordo com notícias, Frank Charles Carlucci este ano viajou pelo menos três vezes para Luanda, onde o Carlyle Group tem interesses em parceria com a SONANGOL.

A partir de Alvor, ficou desenhada a corrida para "ganhar" a independência de Angola e Henry Kissinger usou todos os componentes disponíveis para além da FNLA (suportado pela CIA conforme testemunho de John Stockwell) e da UNITA, ("aproveitada" pelos racistas sul africanos): as "Forces Armées Zairoises" (na direcção de Luanda e de Cabinda), assessores da República Popular da China, mercenários portugueses sob o comando de Santos e Castro e enquadrados no "ELP", mercenários norte americanos e britânicos recrutados à pressa nos seus países de origem, as "South Africa Defence Forces" com um efectivo que englobava desde elementos da ex PIDE/DGS (incluindo antigos Flechas do Inspector Óscar Cardoso, um elemento que não era estranho a Mário Soares), até angolanos originários da FNLA e dos grupos de Chipenda, aproveitando o papel de Daniel Chipenda na Revolta do Leste e da sua trajectória após ela, até suas próprias forças originárias da África do Sul.

Ciente da "arquitectura" de Henry Kissinger, o MPLA solicitou ajuda aos seus aliados, alguns deles já antes empenhados na luta de libertação em Angola.

Os cubanos estavam com o MPLA desde 1965, quando o Che fez uma das suas passagens por África e se decidira pela criação de duas colunas: uma comandada por ele mesmo reforçando os seguidores do desaparecido Patrice Lumumba em luta contra o neo colonialismo no leste do Zaire, a outra em Brazzaville, sob o comando de Jorge Risquet, que apoiava o governo Congolês e contribuiu para o treino e o incentivo da guerrilha do MPLA na sua luta contra o colonialismo português.

O Comandante Fidel de Castro tomou a iniciativa através do reforço do MPLA no âmbito da "Operação Carlota", colocando a URSS perante um facto consumado e obrigando os socialistas ao apoio. (7)

A combinação angolano – cubana, apoiada pelos países socialistas entre eles a Jugoslávia e a RDA para além da URSS, acabou por se sair bem em todas as frentes:

- Impediu as "FAZ" de tomarem Cabinda, derrotando todas as suas sucessivas tentativas.

- Impediu as forças sob bandeira da FNLA em chegar à capital através do "funil" de Quifangondo, com forças provenientes do norte do território Zairense onde o navio "American Champion" havia descarregado em Matadi o material colocado à disposição pela CIA.

- Impediu sob a bandeira da UNITA que, no âmbito da "Operation Savannah" as "South Africa Defence Forces" passassem do Ebo, ou tivessem oportunidade de romper em direcção ao Dondo, com o objectivo de tomar a barragem de Cambambe e com isso colocar pelo menos a capital sob "cheque", mesmo que não a conseguissem conquistar.

Essas três derrotas conjugadas, impediu que os norte americanos desencadeassem a segunda fase das operações: partindo do pressuposto da tomada de Luanda, uma força tarefa anfíbia da US Navy tendo como navio almirante o porta aviões USS Independence, foi impedida de entrar em acção em benefício das influências agenciadas e empenhadas nos combates.

Henry Kissinger não conseguiu alcançar os objectivos em Angola, o peso de sua aliança com o regime do "apartheid" ficava evidente e a sua posição internacional no continente sairia bastante desprestigiada.

Só pela sua iniciativa em Angola, Henry Kissinger merecia ser julgado por crimes contra a humanidade, conforme teve a coragem de considerar Christopher Hitchen em "The Trial of Henry Kissinger".

O argumento da Guerra Fria socorria-o face à derrota e por isso ele iria continuar a utilizá-lo em África, transmitindo esse "ensinamento" aos principais "lobbies" tanto dos republicanos quanto dos democratas.

Os chineses, perante a evidência da intervenção dos racistas sul africanos acabariam por desaparecer da cena angolana, pelo menos nos termos em que eles se envolveram a partir do seu relacionamento com o regime de Mobutu e com a administração Ford.

Quer a FNLA quer a UNITA sairiam momentaneamente derrotadas, mas a presença dos regimes do "apartheid" e de Mobutu nos contenciosos da África Austral, marcariam por várias décadas as ingerências nos assuntos internos de Angola, utilizando-se de suas alianças angolanas.

Uma das emblemáticas batalhas que foi decisiva para o revés da grande manipulação norte americana em relação à independência de Angola, inibindo os interesses que se conjugavam no sentido dum simples "trespasse" (que poderia equivaler ao surgimento de algo parecido com um "bantustão") foi a do "funil" de Quifangondo. (8)

Martinho Júnior - 10 de Novembro de 2009.

Nota:
- (1) – O francês com uma paixão pela África Portuguesa – http://br.groups.yahoo.com/group/dialog ... sage/14847 ; http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx? ... _id=655365 ; As Campanhas coloniais de Portugal – António Aniceto Monteiro Blog – http://antonioanicetomonteiro.blogspot. ... is-de.html ; Livros de René Pélissier – http://www.planetanews.com/autor/RENE%20PELISSIER
- (2) – "Operação Madeira – Pezarat Correia – O Arauto – http://pchila.blogspot.com/2006/06/oper ... tugus.html ; Savimbi - Libertário Viegas – Angola Xiami – http://www.angolaxyami.com/Opiniao/Conh ... iegas.html ; Confirmado acordo de tréguas em 1972 entre o exército português e a UNITA em Angola – Público – http://www.publico.clix.pt/Pol%c3%adtic ... la_1378779 ; UNITA - Guerra Colonial – http://www.guerracolonial.org/index.php?content=162 ; Militares portugueses confirmam acordo com a UNITA antes da independência de Angola – África 21 – http://www.africa21digital.com/noticia. ... &indice=20 ; Leste de Angola – http://lestedeangola.weblog.com.pt/arquivo/270291.html
- (3) – António Monteiro – Biografia – Euro Spot – http://www.eurohspot.eu/site/index.php? ... &Itemid=64 ;
- (4) – Reencontro histórico Soares Carlucci – Xatooo – http://xatooo.blogspot.com/2006/09/reen ... lucci.html ; Soares & Carlucci – Aprender com a história – Tribuna Socialista – http://militantesocialista.blogspot.com ... stria.html ; O acordo de Alvor foi apenas um pedaço de papel – Almeida Santos – Angonotícias – http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=3717 ; Kissinger admite que errou em Angola – Elio Gaspari – Mnotícias – http://www.mnoticias.8m.com/folha.htm
- (5) – Estados Unidos – Angola – Trinta anos depois o desembarque – I – http://pagina-um.blogspot.com/2009/06/e ... -anos.html ; Carlucci vs Kissinger – Os EUA e a revolução Portuguesa – Bernardino Gomes e Tiago Moreira de Sá – Maria Manuel Cruzeiro – http://caminhosdamemoria.wordpress.com/ ... ger%C2%BB/
- (6) – Artur Albarran detido por branqueamento de capitais – DN – http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx? ... _id=603946 ; Carlucci vs Kissinger – os EUA e a Revolução Portuguesa – O outro lado da notícia – http://outroladodanoticia.wordpress.com ... %E2%80%9D/ ; Discurso De Fidel – 19 de Abril de 1976 – http://www.cuba.cu/gobierno/discursos/1 ... 0476e.html
- (7) Operação Carlota – Gabriel Garcia Marquez – Granma – http://granmai.co.cu/portugues/2005/nov ... rlota.html ;
- (8) – General destaca a importância da batalha de Kifangondo para o alcance da independência – ANGOP – http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_p ... f0af7.html ; Monumento à batalha de Kifangondo – Angola Bela – http://www.angolabelazebelo.com/2009/09 ... gondo.html .

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Re: Convulsâo na Grécia

#176 Mensagem por gaia » Sex Nov 04, 2011 12:44 pm

Soultrain :


Aconselho a leitura do livro "Contra-Subversão em África" de John P Cain, em que considera , que a guerra em Angola estava ganha , Moçambique havia grandes hipóteses de ser revertida ,e na Guiné estava contida .

A guerra não estava perdida , como muitos dizem , basta ver a vitória em Angola , na frente leste 69-74 .

O problema é que Salazar não podia dar independência nos 50 , nem 60 e 70, porque a opinião pública na sua esmagadora maioria, era para se manter as colónias .
Se quiser veja no documentário " A guerra ", a maior manifestação de sempre realizada em Portugal , que foi 1963, em apoio ao governo pela continuação da politica ultramarina e continuação da guerra.

As pessoas que após 25A votaram no CDS, PS e PPD, apoiaram o regime e sua politica colonial, o regime sempre foi apoiado pelo povo.

O politico mais popular de sempre foi Marcelo Caetano, bastava ver os banhos de multidão , mesmo depois do 25A , nenhum politico o suplantou .

Tanto Marcelo e Salazar , não eram mentirosos , diziam a verdade ao seu povo , actualmente já ninguém dá importância e credibilidade ao discursos dos nossos políticos , que nos arrastaram para o abismo em que estamos .

Lógico que para os abutres , Portugal ser uma democracia ou ditadura na época ,era irrelevante . A queda do regime estava em marcha , mesmo que fosse uma democracia , os resultados seriam os mesmos , não se iluda . Este tipo de gente não tem escrúpulos , a vida de seres humanos é irrelevante, não olham a meios para atingirem os fins .
A capa da democracia dá para muita coisa , Realpolitik, o cinismo é enorme , é só ver África um continente mártir.

O estado novo , tentou a sua via , e estava a conseguir ,no campo militar , económico e social, e muitos africanos apoiavam esta politica , porque sabiam que iria haver uma evolução positiva ,com crescimento e melhoria de vida , tinham uma grande esperança .

Os capitães de abril , Spinola , foram as marionetas e os ingénuos , destes abutres.

Por isso Salgueiro Maia afasta-se , porque viu o terrível erro que cometeu.

A história vai ser reescrita , porque há muitos políticos , que estiveram ligados ao 25A , como o marocas e outros , e querem ficar bem na fotografia , na história e são vaidosos , mas com mãos cheias de sangue .

Curioso , que o Otelo à tempos até disse bem do Salazar, pois não é parvo , já estava a ver que se avizinhavam tempos difíceis para a sua reforma . :lol:
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Re: Convulsâo na Grécia

#177 Mensagem por soultrain » Sex Nov 04, 2011 1:10 pm

Marcelo e Salazar mentiam ao povo com quantos dentes tinham, eram ditadores e dependiam de propaganda.


Quanto à Guerra de Angola, não existia, existia guerrilha e era inexistente na maioria do território, o meu pai só ouviu tiros em Luanda após o 25 de Abril e foi um caos. No qual o Almirante Vermelho, esse traidor, também muito influenciou.

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Re: Convulsâo na Grécia

#178 Mensagem por gaia » Sex Nov 04, 2011 1:20 pm

soultrain escreveu:Marcelo e Salazar mentiam ao povo com quantos dentes tinham, eram ditadores e dependiam de propaganda.


Quanto à Guerra de Angola, não existia, existia guerrilha e era inexistente na maioria do território, o meu pai só ouviu tiros em Luanda após o 25 de Abril e foi um caos. No qual o Almirante Vermelho, esse traidor, também muito influenciou.

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Os dois estadistas nunca mentiram ao povo.

Guerrilha , não é um acto de guerra , já não estou entender , andavam a brincar 8-]

Se ,o seu pai só ouviu tiros após 25A, veja que não havia grande revolta por parte da população à politica portuguesa , e a situação estava muito controlada , ao contrário que no Vietnan , as tropas americanas sofrem um terrível ataque na ofensiva de Tet, em Saigão.

Rosa Coutinho , nem quero falar neste crápula , embora a minha família não tenha estado em África a viver , mas estórias deste traste são famosas :twisted:
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Re: Convulsâo na Grécia

#179 Mensagem por soultrain » Sex Nov 04, 2011 2:39 pm

Não meu caro, o meu pai não esteve em Angola a viver, esteve como militar a combater.

E sim concordo consigo que estava controlado, como referi o que o meu pai me contou, só a Guiné era complicado.

Agora que "Os dois estadistas nunca mentiram ao povo" estamos falados, não dá para manter diálogo com fundamentalistas e gente que nunca viveu as agruras do regime mesmo que indiretamente, quem tem essa visão propagandista do regime, não vale a pena.

Fico triste que esta geração seja inconsciente ao ponto de haver miúdos que vangloriam um regime caquético, criminoso, mentiroso e que nos deixou uma herança pesadíssima que continuamos a pagar hoje.

Quando ouço de viva voz os sacrifícios que fizeram para SOBREVIVER, as sevícias a que foram submetidos, as humilhações, fome e leio isto só posso ter sentimentos de impotência e raiva.

Como é que um regime ditatorial que mata e tortura não mente?????

Só falta aqui o hino da mocidade portuguesa.

Salazar foi um falhado. Não tinha visão estratégica, não tinha planos de futuro, nem sequer conseguiu criar um regime consistente que sobrevivesse ao seu fundador. Foi reagindo às circunstâncias do momento mas não tinha futuro e desmoronou-se por si próprio.

Ao fim de meio século conseguiu fazer de Portugal o país mais atrasado, mais inculto e mais pobre da Europa ocidental, no meio de uma das épocas de maior desenvolvimento internacional de sempre.

E governando em ditadura nem se podem queixar que foram as "forças de bloqueio", a oposição, etc. que não deixaram fazer melhor...


Ia-me esquecendo, das derrotas militares mais vergonhosas do nossa país, com a Índia, tenho vergonha do que se passou e como foram tratados os nossos heróis, sim foram heróis.

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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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gaia
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Re: Convulsâo na Grécia

#180 Mensagem por gaia » Sex Nov 04, 2011 3:55 pm

soultrain :

Não sou fundamentalista , como já disse , sou contra qualquer tipo de repressão , e não concordo com algumas atitudes da PIDE, e no aspecto económico tem houve erros , mas nunca mentiram.
É lógico que Portugal , estava numa guerra fria após WWII, e antes esteve sob ameaça dos republicanos de Afonso Costa , que por todo os meios tentou denegrir o país , e iam para a sociedade das nações dizer que as contas públicas portuguesas não eram verdadeiras , mas afinal quem tinha razão era Salazar.
Afonso Costa também tentou junto da frente popular espanhola , ter armas e financiamento fazer um golpe em Portugal.
Posteriormente Stalin , via a sua NKVD em Espanha , consegue controlar a Frente Popular, e se não fossem travados , Portugal seria mais um a republica comunista da ibéria , segundo os planos soviéticos .
A embaixada portuguesa , em Madrid no inicio da guerra civil espanhola ,foi invadida e dois dos seus funcionários espanhóis foram mortos .
Como sabe os soviéticos , não se pode dizer que fossem muito bonzinhos , a NKVD fez o trabalho sujo , até eliminando de uma forma barbara Nin do POUM, e com as perseguições na Catalunha aos elementos da CNT, e para não falar dos constantes torturas e fuzilamentos .
Os franquistas , também não foram melhor .

Como sabe Salazar foi sujeito a um atentado .
Os portugueses e o governo estavam muito apreensivos com a violência, e com as ameaças latentes, e muito perigosas, na sua fronteira .
Portugal estava numa "guerra" não declarada , e a Pide cometeu alguns excessos , mas guerra é guerra . Os portugueses sabiam muito bem o que passava em Espanha , e na URSS, em que muitos milhões de ucranianos morreram de fome, porque o Stalin ordenou o roubo do trigo , para ser vendido na europa .
Sabe muito bem qual era o tratamento dado na URSS , aos dissidentes , aos horrores que grande parte da população foi sujeita , em Gulag, campos de concentração , etc, etc.
Stalin mandou executar dezenas milhões de russos , mas o mais grave , que muitos dos seus comissários locais , pediam quotas e mais quotas de dezenas milhares de execuções .
O povo e Salazar , sabiam da grande barbárie , no mundo comunista da Russia ,e na parte republicana de espanha .
O partido comunista era stalinista , sempre o foi , Avaro Cunhal sempre foi um fiel vassalo de Moscovo, só depois da queda do muro de Berlim , é que começou a ter uma imagem mais moderna .

Os comunistas eram vistos como uma grande ameaça , como um diabos , mas o mais caricato , é os apoiantes de base viviam de um romantismo socialista , e desconheciam a verdadeira realidade do paraíso soviético, foram enganados pelos dirigentes do topo.
Foram uns ingénuos , foram enganados , e sem o saberem foram instrumentos do imperialismo soviético.

Mesmo que tenha sido uma guerra , temos de lamentar o sofrimento de alguns , somos todo seres humanos .
Mas foi uma forma de afastar um grande perigo , e as consequências poderiam ter sido muito trágicas para a população na época .
Trancado