O branqueamento e resurgimento dos pensamentos Ditatoriais
Moderador: Conselho de Moderação
- soultrain
- Sênior
- Mensagens: 12154
- Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
- Localização: Almada- Portugal
Re: Convulsâo na Grécia
Na minha opinião quem está a ser atacada não é a Grécia, é a Europa. A Grécia é só mais um instrumento.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
Trapalhada em cima de trapalhada.
Chefias militares substituidas em conjunto nunca é um bom sinal.
Há muitos militares gregos insatisfeitos com a situação de falta de ordem e incapacidade de repor após o inicio dos tumultos.
A perda de autoridade da policia, que se nota durante os tumultos tem vindo a aumentar.
Ninguém paga portagens, água, electricidade, nem sequer os transportes públicos (que são estatais).
A Grécia parece cada vez mais um lugar que nem se governa nem se deixa governar.
Comparado com a Grécia, Portugal quase parece a Suiça.
Chefias militares substituidas em conjunto nunca é um bom sinal.
Há muitos militares gregos insatisfeitos com a situação de falta de ordem e incapacidade de repor após o inicio dos tumultos.
A perda de autoridade da policia, que se nota durante os tumultos tem vindo a aumentar.
Ninguém paga portagens, água, electricidade, nem sequer os transportes públicos (que são estatais).
A Grécia parece cada vez mais um lugar que nem se governa nem se deixa governar.
Comparado com a Grécia, Portugal quase parece a Suiça.
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
FoxTroop escreveu:Túlio escreveu:Nesse caso ainda daria rabo, expulsão imediata da Zona do Euro. Solução Argentina? Implica um bom tempo de recessão ainda pior para depois ir recuperando terreno - até hoje a Argentina não recuperou seu status econômico anterior às Falklands e Moratória. O Povo Grego compreenderia? E os riscos de contágio? "Se funcionou na Grécia e se livraram da tirania da Eurozona e da dívida, quem sabe aqui..."
Exacto, e nesse caso quem seria o grande beneficiado?
Confesso que não sei. Há suspeitos:
EUA - Queda do Euro com consequente fortalecimento do cambaleante dólar.
Rússia - Sempre esteve de olho na Europa Ocidental, aliada aos EUA. Enfraquecidos, poderiam, ao menos alguns, optar pela influência de Moscou.
China - Não vejo grandes vantagens mas vá entender aquela gente...
BRICS conquanto bloco: a queda da Eurozona abriria mercados até agora inacessíveis, nela própria e em suas áreas de influência.
E finalmente:
Alemanha - tentou UNIR para conquistar. Pode estar tentando agora DIVIDIR para conquistar, trazendo de volta seu marco e aumentando sua influência - com o afundamento da França que se seguiria ao colapso da Eurozona.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- soultrain
- Sênior
- Mensagens: 12154
- Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
- Localização: Almada- Portugal
Re: Convulsâo na Grécia
Nada na Alemanha está organizado a esse ponto, estão enredados em joguinhos de poder interno parvos.
Qual o país onde há diversos estados dentro do estado?
Qual o país onde há diversos estados dentro do estado?
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
Re: Convulsâo na Grécia
A convivência nunca harmoniosa entre democracia e capitalismo avança para um estágio de antagonismo explícito na crise das finanças desreguladas. As marcas se sucedem a desmentir os teóricos da endogamia entre produção de mercadoria e de cidadania; entre livres mercados e liberdade humana. A estaca desta 3ª feira espetou um ponto de contradição indissimulável quando o primeiro ministro Yorgos Papandreu acenou com uma consulta popular sobre planos de ajuste ortodoxo, até agora sancionados à revelia da sociedade grega. Pânico: o poder coercitivo invisível das finanças explicitou então as avantajadas angulações de uma lógica incompatível com a soberania democrática.
**credores esfolam a Itália nesta 3ª feira: juros pagos pelo país se equiparam aos níveis que precederam a quebra de Portugal e Irlanda** cúpula do euro completa uma semana nesta 4ª feira: bastou um aceno de consulta democrática para a euforia ceder lugar ao pânico nos mercados.
(Carta Maior; 4ª feira, 02/11/ 2011)
**credores esfolam a Itália nesta 3ª feira: juros pagos pelo país se equiparam aos níveis que precederam a quebra de Portugal e Irlanda** cúpula do euro completa uma semana nesta 4ª feira: bastou um aceno de consulta democrática para a euforia ceder lugar ao pânico nos mercados.
(Carta Maior; 4ª feira, 02/11/ 2011)
Re: Convulsâo na Grécia
E o interesse desses militares Gregos seria mesmo libertar o povo da tirania estrangeira ou justamente jogar o país nos braços desses?
O Troll é sutil na busca por alimento.
Re: Convulsâo na Grécia
Novo terremoto na Europa
O primeiro ministro grego, Georges Papandreou, anunciou a proposta de realizar um plebiscito no país em janeiro, sobre a aceitação do pacote acertado na semana passada para estabilizar o euro. Houve uma chuva de críticas ao primeiro ministro grego, a começar pelos conservadores em seu próprio país. Além disso, a euforia que as bolsas manifestavam com o anúncio do pacote e a perspectiva da recapitalização dos bancos sofreu uma reviravolta para um clima depressivo.
Flávio Aguiar - Correspondente da Carta Maior em Berlim
Nem bem um terremoto sacudiu a Alemanha quando a chanceler Ângela Merkel anunciou que defende a adoção um salário mínimo no país, outro tremor de terra varreu a Europa inteira. O primeiro ministro grego, Georges Papandreou, anunciou a proposta de realizar um plebiscito no país em janeiro, sobre a aceitação do pacote acertado na semana passada para estabilizar o euro.
Democracia demais faz mal e dá indigestão. Houve uma chuva de críticas ao primeiro ministro grego, a começar pelos conservadores em seu próprio país. Além disso, a euforia que as bolsas manifestavam com o anúncio do pacote e a perspectiva da recapitalização dos bancos sofreu uma reviravolta para um clima depressivo. As bolsas caíram de novo, as ações do Deutsche Bank ( - 8%) e do Commerzbank ( - 10%) alemães também, o euro perdeu 1,3% em relação a outras moedas.
É verdade que o pacote prevê a diminuição da dívida grega pela metade; mas ao mesmo tempo as condições do pacote (seus próprios mentores reconhecem) vão estagnar a Grécia pelos próximos dez anos, e pulverizar o que já se esmigalhou: pensões, aposentadorias, salários, empregos, investimentos, programas sociais.
“A Grécia não tem outra saída”, é a palavra de ordem das reações iradas de dirigentes europeus. Só que, para a Grécia, a “saída” é uma entrada pelo cano. Na verdade, quem não tem outra saída é o Consenso de Bruxelas, aferrado a sua ortodoxia de mercado, a sua incapacidade até agora de efetuar a indispensável regulamentação do setor financeiro, afogando a periferia da Zona do Euro com a idéia de que sair da crise é socorrer bancos e fazer a população comum pagar as dívidas que não contraiu nem a beneficiaram.
Há nas reações iradas tanto o temor de que a Grécia comprometa o pacote quanto o pânico de que a Grécia tome outras medidas que a beneficiem mais do que o atual plano de sufocação dos direitos de sua população – inclusive o de decidir o próprio destino.
Basta olhar um pouco ao lado, para a pequena Islândia. Na entrada do século 21 a Islândia tornou-se a heroína do neoliberalismo já decadente na Ásia e na América Latina. Desregulamentou tudo, sobretudo o setor financeiro e dos diretos trabalhistas. Choveram créditos para os bancos europeus. A tal ponto que a dívida total do país chegou a mais do que seis vezes o seu PIB – sendo a maior parte dessa dívida de bancos privados cujos débitos deveriam, em tese, ser cobertos pelo Banco Central. Em 2008, com a crise iniciada pela quebra do Lehman Brothers nos Estados Unidos, os capitais que tinham entrado ruidosamente pela porta da frente saíram à socapa pela dos fundos: os bancos e o país quebraram, o desemprego tornou-se avassalador.
O governo conservador chamou o FMI e seu “plano de austeridade”. Em conseqüência disso, caiu. Assumiu um novo governo, social-democrata (o primeiro em décadas). Sem renunciar à autoridade fiscal, o governo deixou os bancos quebrarem, nacionalizou-os, entrou em confronto com a banca internacional. Dono da própria moeda, negociou outros empréstimos além de com o FMI. Manteve a rede social de proteção, ao invés de corta-la no osso, como estão fazendo Grécia, Portugal e Irlanda. Resultado: em pouco tempo o país se estabilizou e está voltando a crescer, em todos os sentidos. Fez uma devassa no setor financeiro, re-equilibrou-o, definiu regras mais estritas. Que mau exemplo, não?
Imaginem se a Grécia faz o mesmo e se dá melhor do que o que está previsto agora.
Realmente, para quem acredita no Consenso de Bruxelas é de ficar de cabelo em pé.
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18873
O primeiro ministro grego, Georges Papandreou, anunciou a proposta de realizar um plebiscito no país em janeiro, sobre a aceitação do pacote acertado na semana passada para estabilizar o euro. Houve uma chuva de críticas ao primeiro ministro grego, a começar pelos conservadores em seu próprio país. Além disso, a euforia que as bolsas manifestavam com o anúncio do pacote e a perspectiva da recapitalização dos bancos sofreu uma reviravolta para um clima depressivo.
Flávio Aguiar - Correspondente da Carta Maior em Berlim
Nem bem um terremoto sacudiu a Alemanha quando a chanceler Ângela Merkel anunciou que defende a adoção um salário mínimo no país, outro tremor de terra varreu a Europa inteira. O primeiro ministro grego, Georges Papandreou, anunciou a proposta de realizar um plebiscito no país em janeiro, sobre a aceitação do pacote acertado na semana passada para estabilizar o euro.
Democracia demais faz mal e dá indigestão. Houve uma chuva de críticas ao primeiro ministro grego, a começar pelos conservadores em seu próprio país. Além disso, a euforia que as bolsas manifestavam com o anúncio do pacote e a perspectiva da recapitalização dos bancos sofreu uma reviravolta para um clima depressivo. As bolsas caíram de novo, as ações do Deutsche Bank ( - 8%) e do Commerzbank ( - 10%) alemães também, o euro perdeu 1,3% em relação a outras moedas.
É verdade que o pacote prevê a diminuição da dívida grega pela metade; mas ao mesmo tempo as condições do pacote (seus próprios mentores reconhecem) vão estagnar a Grécia pelos próximos dez anos, e pulverizar o que já se esmigalhou: pensões, aposentadorias, salários, empregos, investimentos, programas sociais.
“A Grécia não tem outra saída”, é a palavra de ordem das reações iradas de dirigentes europeus. Só que, para a Grécia, a “saída” é uma entrada pelo cano. Na verdade, quem não tem outra saída é o Consenso de Bruxelas, aferrado a sua ortodoxia de mercado, a sua incapacidade até agora de efetuar a indispensável regulamentação do setor financeiro, afogando a periferia da Zona do Euro com a idéia de que sair da crise é socorrer bancos e fazer a população comum pagar as dívidas que não contraiu nem a beneficiaram.
Há nas reações iradas tanto o temor de que a Grécia comprometa o pacote quanto o pânico de que a Grécia tome outras medidas que a beneficiem mais do que o atual plano de sufocação dos direitos de sua população – inclusive o de decidir o próprio destino.
Basta olhar um pouco ao lado, para a pequena Islândia. Na entrada do século 21 a Islândia tornou-se a heroína do neoliberalismo já decadente na Ásia e na América Latina. Desregulamentou tudo, sobretudo o setor financeiro e dos diretos trabalhistas. Choveram créditos para os bancos europeus. A tal ponto que a dívida total do país chegou a mais do que seis vezes o seu PIB – sendo a maior parte dessa dívida de bancos privados cujos débitos deveriam, em tese, ser cobertos pelo Banco Central. Em 2008, com a crise iniciada pela quebra do Lehman Brothers nos Estados Unidos, os capitais que tinham entrado ruidosamente pela porta da frente saíram à socapa pela dos fundos: os bancos e o país quebraram, o desemprego tornou-se avassalador.
O governo conservador chamou o FMI e seu “plano de austeridade”. Em conseqüência disso, caiu. Assumiu um novo governo, social-democrata (o primeiro em décadas). Sem renunciar à autoridade fiscal, o governo deixou os bancos quebrarem, nacionalizou-os, entrou em confronto com a banca internacional. Dono da própria moeda, negociou outros empréstimos além de com o FMI. Manteve a rede social de proteção, ao invés de corta-la no osso, como estão fazendo Grécia, Portugal e Irlanda. Resultado: em pouco tempo o país se estabilizou e está voltando a crescer, em todos os sentidos. Fez uma devassa no setor financeiro, re-equilibrou-o, definiu regras mais estritas. Que mau exemplo, não?
Imaginem se a Grécia faz o mesmo e se dá melhor do que o que está previsto agora.
Realmente, para quem acredita no Consenso de Bruxelas é de ficar de cabelo em pé.
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18873
-
- Júnior
- Mensagens: 69
- Registrado em: Sex Jan 22, 2010 7:50 pm
- Agradeceu: 12 vezes
- Agradeceram: 13 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Toda essa crise do Neoliberalismo, adensada neste ano, foi apropriada, em um momento inicial, como sendo vinculada exclusivamente ao Islã. Primavera árabe, revolução do Facebook, blábláblá, Há até um tópico com esse pressuposto:"mundo árabe em ebulição". O que se verifica, contudo, é que as economias em torno do mediterrâneo estão ruindo.
A crise da Grécia não deve ser analisada à parte da crise do Egito. Fragmentar o contexto atende o interesse da mídia, mas não à interpretação do fenômeno. A crise é global, sem dúvida, mas na Europa mediterrânea e no Norte da África há desenvolvimentos homogêneos.
A Grécia vai dar o calote. Portugal e Espanha virão a seguir. Os motivos reais são análogos aos da Tunísia, Egito Líbia (Marrocos?). Na zona do Euro, pasmem, tão civilizada, haverá igualmente quebra-quebra, manifestação nas ruas, instabilidade institucional, enfrentamento policial.
E a OTAN, cara-pálida, vai bombardear quem? O Milton Nascimento já dizia .."é o lixo ocidental"
A crise da Grécia não deve ser analisada à parte da crise do Egito. Fragmentar o contexto atende o interesse da mídia, mas não à interpretação do fenômeno. A crise é global, sem dúvida, mas na Europa mediterrânea e no Norte da África há desenvolvimentos homogêneos.
A Grécia vai dar o calote. Portugal e Espanha virão a seguir. Os motivos reais são análogos aos da Tunísia, Egito Líbia (Marrocos?). Na zona do Euro, pasmem, tão civilizada, haverá igualmente quebra-quebra, manifestação nas ruas, instabilidade institucional, enfrentamento policial.
E a OTAN, cara-pálida, vai bombardear quem? O Milton Nascimento já dizia .."é o lixo ocidental"
- pt
- Sênior
- Mensagens: 3131
- Registrado em: Qua Out 01, 2003 6:42 pm
- Localização: Setubal - Portugal
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 161 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
LOLbastou um aceno de consulta democrática para a euforia ceder lugar ao pânico nos mercados
O problema é que os gregos receberam um perdão muito substancial da dívida e agora querem fazer um referendo para um esclarecimento adicional para informar :
«Nós não queremos perdão parcial, o que queremos é não pagar nada»
Eles mentiram, roubaram, desviaram dinheiro, deram todo o tipo de benesses sociais e ainda receberam os jogos olímpicos e pura e simplesmente não querem pagar.
Depois a Grécia não é um país.
É uma invenção do século XIX que em muitos casos foi mal feita.
Os militares têm um feudo no país, em que não querem que ninguém bote a mão.
Existe muita corrupção na Grécia e há inúmeros casos mais ou menos documentados de abusos por parte do pessoal do quadro permanente.
O problema grego é que o estado está em todo o lado e é preciso cortar e com o corte vem a reestruturação e com a reestruturação vem a investigação e com a investigação descobre-se onde estão os ladrões.
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
Não é bem assim: aqui houve um imenso 'enxugamento' do Estado e, ao invés de se apurar possíveis irregularidades, surgiram é novas suspeitas de novas irregularidades, como as chamadas 'moedas podres', venda de estatais lucrativas a preço vil, 'comissões', etc.
Sabes o que é um País não ter o controle sobre suas próprias telecomunicações? Pois é, venderam até a EMBRATEL aos ianques, que a repassaram as Mexicanos. Não, tem mais kôza aí, teu raciocínio me parece meio simplista e oriundo de uma receita que está precisamente afundando a Europa...
Sabes o que é um País não ter o controle sobre suas próprias telecomunicações? Pois é, venderam até a EMBRATEL aos ianques, que a repassaram as Mexicanos. Não, tem mais kôza aí, teu raciocínio me parece meio simplista e oriundo de uma receita que está precisamente afundando a Europa...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- tflash
- Sênior
- Mensagens: 5426
- Registrado em: Sáb Jul 25, 2009 6:02 pm
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 11 vezes
- Agradeceram: 31 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Bem, existem aqui algumas coisas que não concordo. O colega acerta no real inicio das primaveras que tem a ver com o aumento das dificuldades económicas mas esquece-se que na Europa o povo tem mecanismos para mudar o governo e decidir o rumo do pais.candido escreveu:Toda essa crise do Neoliberalismo, adensada neste ano, foi apropriada, em um momento inicial, como sendo vinculada exclusivamente ao Islã. Primavera árabe, revolução do Facebook, blábláblá, Há até um tópico com esse pressuposto:"mundo árabe em ebulição". O que se verifica, contudo, é que as economias em torno do mediterrâneo estão ruindo.
A crise da Grécia não deve ser analisada à parte da crise do Egito. Fragmentar o contexto atende o interesse da mídia, mas não à interpretação do fenômeno. A crise é global, sem dúvida, mas na Europa mediterrânea e no Norte da África há desenvolvimentos homogêneos.
A Grécia vai dar o calote. Portugal e Espanha virão a seguir. Os motivos reais são análogos aos da Tunísia, Egito Líbia (Marrocos?). Na zona do Euro, pasmem, tão civilizada, haverá igualmente quebra-quebra, manifestação nas ruas, instabilidade institucional, enfrentamento policial.
E a OTAN, cara-pálida, vai bombardear quem? O Milton Nascimento já dizia .."é o lixo ocidental"
É recorrente a analogia mas ainda não vi forças policiais europeias a massacrar cidadãos a mando de ditadores. Aí é que está a civilização. Haverão manifestações com fartura e a s forças policiais tentarão restabelecer a ordem com meios proporcionais. Ainda não se viu nesta crise, o uso violento de material de guerra e forças militares contra a população civil. Mesmo na Grécia.
Depois é a homogenia que se quer colar na Europa e que dá muito jeito aos especuladores. A Grécia é um caso à parte. O problema é gravíssimo e vem de trás. Houve uma falsificação muito grande de resultados. Os outros países, se não tivessem o crédito mais alto, estariam na mesma.
Volto a dizer, a Europa tem uma estabilidade, infraestrutura, mão de obra e localização que é incomparável no mundo. Não se aproxima sequer com os países do norte de África.
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61564
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6340 vezes
- Agradeceram: 6688 vezes
- Contato:
Re: Convulsâo na Grécia
soultrain escreveu:Nada na Alemanha está organizado a esse ponto, estão enredados em joguinhos de poder interno parvos.
Qual o país onde há diversos estados dentro do estado?
Dólar x Euro, então?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- FoxTroop
- Sênior
- Mensagens: 1477
- Registrado em: Qui Mai 27, 2010 11:56 am
- Localização: Portugal
- Agradeceu: 82 vezes
- Agradeceram: 112 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Penso que nem sequer se trata disso já. Na minha opinião, estamos a assistir à maior transferência de poder e riqueza desde que existe Humanidade e se são USD ou € é igual ao litro, o que conta é controlo, controlo como nunca se viu na História e que não está a ser feito de Estados para Estados mas sim de Estados para corporações transnacionais, malta que não conhece nada nem ninguém e nem tem piedade de nada, apenas quer controlo/poder. Socialização total dos prejuízos monstruosos de um sistema que se montou numa base que em nada deve a Ponzi enquanto os fundos públicos e o suor dos povos é transferido para Goldman Sachs (está disponível e é publico o envolvimento desse bando de criminosos na falsificação das contas gregas) e afins criando um buraco da qual não tem como se sair pois o que poderás pagar nunca cobrirá o crescimento da dívida, para mais quando se olha para crescimento e divida em % esquecendo que um crescimento constante em % a longo prazo, leva a uma curva de crescimento em "Stick de Hóquei" quando a função exponencial lhe calca em cima.Túlio escreveu:soultrain escreveu:Nada na Alemanha está organizado a esse ponto, estão enredados em joguinhos de poder interno parvos.
Qual o país onde há diversos estados dentro do estado?
Dólar x Euro, então?
- prp
- Sênior
- Mensagens: 8882
- Registrado em: Qui Nov 26, 2009 11:23 am
- Localização: Montes Claros
- Agradeceu: 118 vezes
- Agradeceram: 414 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Vai chegar uma época que a conta vai ficar tao alta, mais tao alta, que o mundo terá que partir do zero novamente. ou seja moratória mundial, todo mundo deve todo mundo e ninguém paga ninguém.
- marcelo bahia
- Sênior
- Mensagens: 1708
- Registrado em: Seg Jun 28, 2010 1:18 am
- Localização: Calábria-Itália
- Agradeceu: 16 vezes
- Agradeceram: 16 vezes
Re: Convulsâo na Grécia
Kurgan,kurgan escreveu:O governo conservador da Islândia chamou o FMI e seu “plano de austeridade”. Em conseqüência disso, caiu. Assumiu um novo governo, social-democrata (o primeiro em décadas). Sem renunciar à autoridade fiscal, o governo deixou os bancos quebrarem, nacionalizou-os, entrou em confronto com a banca internacional. Dono da própria moeda, negociou outros empréstimos além de com o FMI. Manteve a rede social de proteção, ao invés de corta-lá no osso, como estão fazendo Grécia, Portugal e Irlanda. Resultado: em pouco tempo o país se estabilizou e está voltando a crescer, em todos os sentidos. Fez uma devassa no setor financeiro, re-equilibrou-o, definiu regras mais estritas. Que mau exemplo, não?
Imaginem se a Grécia faz o mesmo e se dá melhor do que o que está previsto agora.
Realmente, para quem acredita no Consenso de Bruxelas é de ficar de cabelo em pé.
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18873
Me parece que você matou a charada!:shock: A Islândia também fez um referedum antes de aceitar, ou não, o "pacote de austeridade" do FMI. A população obviamente disse não! Com o respaldo popular, o governo nacional (por coincidência, também socialista) pôde dividir o ônus do calote e enfretar a guerra contra as instituições financeiras com a garantia de uma unidade nacional. Se esse for o plano da Grécia, preparem-se; as economias da Europa vão cair como em um dominó. A Islândia não teve poder de contágio, mas a Grécia tem. O sistema financeiro não vai querer que o "mal exemplo" da Islândia prospere e seja repetido pelos gregos. Seria o fim do Euro! Podemos estar a ponto do início de um terremoto que vai deixar o grande terremoto que atingiu a California parecendo um simples tremor por assentamento de terra!
Sds.
Diplomata Alemão: "- Como o senhor receberá as tropas estrangeiras que apoiam os federalistas se elas desembarcarem no Brasil??"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"
Floriano Peixoto: "- Com balas!!!"