Porta-Aviões

[Clermont]

A ERA DOS PORTA-AVIÕES ESTÁ ACABANDO.

Por Eric Margolis - 29 de agosto de 2011.

A poderosa Marinha dos Estados Unidos não dirá isso em público, mas está cada vez mais preocupada com o desenvolvimento pela China de novos mísseis antinavio. A principal preocupação é o novo DF-21D da China, cujo alvo primário são os enormes porta-aviões da América.

De acordo com fontes chinesas, o míssil balístico antinavio (ASBM) se tornou operacional em números limitados. Originariamente desenvolvido para submarinos, o DF-21D é dito ter um alcance de 2.700 Km e pelo menos alguma capacidade para atacar alvos em movimento.

As forças armadas da China trabalham duro em satélites, radares de radiação de retorno de longo alcance (long-range backscatter radar), submarinos e drones que podem identificar alvos navais móveis até 3.000 Km de distância. Estes sensores sobrepostos proverão dados de tiro precisos e em tempo real para o DF-21D e outros mísseis antinavio aéreos e terrestres.

A Marinha dos Estados Unidos insiste que seus porta-aviões não estão ameaçados por quaisquer dos novos mísseis da China e retém sua liberdade de ação ao largo da China. Mas o DF-21D pode cobrir todo o Mar do Sul da China, incluindo Taiwan.

Estas podem ser novas extremamente más para a Marinha americana, que desdobra 11 grupos de batalha de porta-aviões que permitem aos Estados Unidos projetarem poder em todo o globo.

Baterias de DF-21D baseadas, seguramente terra adentro, podem manter a Marinha americana bem longe das costas da China, isolar Taiwan e ameaçar as bases americanas no Japão, Okinawa e Guam. De fato, a mera existência do DF-21D e seu desdobramento em números consideráveis pode ser o bastante para manter os porta-aviões americanos pelo menos 2.000 Km afastados das costas da China, portanto, além do alcance útil das aeronaves de ataque do porta-aviões.

Como escritor de assuntos navais, de há muito estou convencido de que grandes porta-aviões de ataque estão seguindo o caminho dos couraçados. Deslocando por volta das 100 mil toneladas, eles são alvos enormes, elevados na água, facilmente detectáveis a longas distâncias por radar e sensores infravermelhos. Cada porta-aviões de ataque americano transporta próximo a um milhão de galões de combustível de aviação, mais centenas de toneladas de munições.

A Marinha dos Estados Unidos transformou as operações de porta-aviões numa alta ciência durante a Segunda Guerra Mundial. A USN ficou famosa por suas brilhantes técnicas de controle de danos que impediram a perda de muitas belonaves durante a guerra.

Mas os mísseis antinavio são letais para os porta-aviões. Defesas antimíssil em camadas podem deter pequeno número de mísseis atacantes. Mas, se bastante mísseis de alta velocidade são disparados, a partir de direções diferentes, pelo menos um ou dois atravessarão as defesas do porta-aviões e das escoltas.

Somente um míssil, cheio de explosivos e combustível, atingindo um porta-aviões provocará danos maciços e incêndios que colocarão o grande navio capital fora de ação. Eu participei de numerosas simulações de guerra naval: em quase todos os casos, alguns mísseis antinavio disparados por aeronaves e submarinos inimigos inevitavelmente vazam através das camadas de defesa e atingem os porta-aviões. Cada um destes e suas escoltas custam mais de $ 25 bilhões (sem incluir as aeronaves). Eles, simplesmente não podem ser colocados em risco perante econômicos mísseis chineses.

Oficialmente, a Marinha americana nega afirmações de que seus amados porta-aviões estão cada vez mais vulneráveis. A alta chefia da Marinha é dominada por antigos aviadores navais, da mesma forma como a Marinha pré-Segunda Guerra era controlada por almirantes de couraçados. Há um enorme preconceito institucional contra o abandono dos grandes porta-aviões de ataque, justamente como há uma amarga oposição da Marinha e da Força Aérea em abandonar os aviões de caça tripulados e se basear em drones.

O que torna ainda mais espantoso um artigo na edição de maio de 2011 do US Naval Institute Proceedings (para o qual já escrevi) por dois estrategistas do Pentágono instando por um imediato fim da construção de porta-aviões, "Proceedings" é a voz do estabelecimento naval dos Estados Unidos.

Uma heresia dessas ser impressa é uma bomba. Mas uma necessária. É tempo para a Marinha dos Estados Unidos encarar os fatos e planejar para a obsolescência de seus porta-aviões de ataque. Ainda haverá um papel para porta-aviões menores, transportando drones e helicópteros, mas em tempo de guerra, os dias dos poderosos conveses planos, que conquistaram as épicas vitórias da Segunda Guerra Mundial em Midway e nas Marianas, estão acabados.

A China reconheceu isto ao desdobrar um porta-aviões de médio porte, este mês, que pode ser equipado com aeronaves de asa fixa, drones e helicópteros.

Seria extremamente dispendioso para os quase falidos Estados Unidos desenvolverem novos sistemas que possam conter os mísseis navais da China. Isto significa que a 7ª Esquadra dos Estados Unidos terá de patrulhar muito afastada das costas, onde sua influência será agudamente diminuída, ou até mesmo neutralizada. O Pacífico Norte não mais será um lago americano.

[Marino]

Quantas vezes já ouvimos esta cantilena...
Com as armas nucleares...
Com os mísseis...
Com os submarinos nucleares...
Agora, com os balísticos...
Mas esquecem-se de que primeiro há que se detectar o PA, e TODOS os satélites chineses caem na primeira hora de um conflito.
Depois, das novas gerações de mísseis Standard, que tornaram obsoletos os planos do "escudo anti-míssil" na Europa, bastando atracar em portos europeus navios com este sistema de armas.
Um meio tão obsoleto que a própria China o persegue desesperadamente...
Já ouvi isto antes.

[cabeça de martelo]

Quantas vezes já ouvimos esta cantilena...
Com as armas nucleares...
Com os mísseis...
Com os submarinos nucleares...
Agora, com os balísticos...
Mas esquecem-se de que primeiro há que se detectar o PA, e TODOS os satélites chineses caem na primeira hora de um conflito.
Depois, das novas gerações de mísseis Standard, que tornaram obsoletos os planos do "escudo anti-míssil" na Europa, bastando atracar em portos europeus navios com este sistema de armas.
Um meio tão obsoleto que a própria China o persegue desesperadamente...
Já ouvi isto antes.

X2

[Carlos Mathias]

Talvez ele se refira somente aos super-PAs de 100 mil tons, não?

[WalterGaudério]

Nunca existirá uma arma perfeita. Acima d`água...

[Marino]

[Carlos Mathias]

Menino mau!

[Hader]

[gaitero]

Talvez ele se refira somente aos super-PAs de 100 mil tons, não?

Se voce tem condições de construir um super porta aviões, este é muito melhor que um porta aviões menorzinho... claro precisa-se de muuuuuuito mais recursos, financeiros, logisticos, etc..

[Carlos Mathias]

Pois então...

[Carlos Lima]

Quantas vezes já ouvimos esta cantilena...
Com as armas nucleares...
Com os mísseis...
Com os submarinos nucleares...
Agora, com os balísticos...
Mas esquecem-se de que primeiro há que se detectar o PA, e TODOS os satélites chineses caem na primeira hora de um conflito.
Depois, das novas gerações de mísseis Standard, que tornaram obsoletos os planos do "escudo anti-míssil" na Europa, bastando atracar em portos europeus navios com este sistema de armas.
Um meio tão obsoleto que a própria China o persegue desesperadamente...
Já ouvi isto antes.

X2

x3

E com a China firme e forte no seu próprio projeto de PA... fica díficil dizer que acabou a era dos PAs.

Quem fala isso é porque não tem...



[]s
CB_Lima

[pampa_01]

Srs, acredito que o PA irá reinar por muito tempo ainda, mas aqui cabe uma pergunta.
Em uma guerra total, entre dois oponentes fortes (USA, CHINA, RUSSIA) quanto tempo os PA permaneceriam navegando?
No caso de estourar um conflito, muita coisa rolaria antes. E claro os possiveis inimigos estariam plotando seus alvos prioritários a muito tempo. E os PAs seria alvos prioritários, portanto....

[Sterrius]

Em uma guerra total, entre dois oponentes fortes (USA, CHINA, RUSSIA) quanto tempo os PA permaneceriam navegando?

isso foi perguntando pelo congresso americano a um comandante dos EUA quanto tempo os carriers americanos sobrevivieriam contra a russia.

A resposta? Em media 2 dias. E sinceramente não duvido ja que o conflito da guerra fria seria numa escala e velocidade incrivel. Hoje acredito que o tempo seja o mesmo pois apesar do numero de equipamento militar ter diminuído sua qualidade aumentou muito em ambos os lados assim como suas capacidades de varredura.

Mesmo assim ainda defenderia possuir porta aviões. São ainda a unica ferramenta para projeção de poder fora do seu continente.

Quanto a destruição de satelites. Se Potencias resolverem ir para essa area não vai sobrar 1 satelite em orbita e voltaremos para 1950. Esse medo é o que levou a criação do acordo que proibe justamente isso. Todas as potencias sabem que essa é uma area onde ambos não querem entrar pois não haverá vencedores, só quem vai perder é o mundo.

Mas como um país precisa estar preparado para tudo, obviamente pesquisas nessa área existem.

[pt]

A ideia do fim dos porta-aviões por causa de um míssil balístico, cuja efectividade está por provar é risivel.

A mesma coisa se poderia dizer quando foram introduzidos torpedos com ogivas nucleares.
Eles também eram a arma definitiva. Um só submarino russo podia destruir completamente um grupo de batalha americano, pois mesmo uma só ogiva podia destruir um porta-aviões e os navios que o acompanhavam.
A Russia reinaria senhora do Atlântico porque podia destruir a ligação vital entre a America e a Europa. A guerra fria estava de antemão ganha e os malvados capitalistas esmagados pelo poder glorioso da armada da Mãe Russia .



Isto foi nos anos 60 ...
Há meio século que a era do porta-aviões acabou.
Só esqueceram de avisar os estaleiros e os governos que os compram...

[Alitson]

Uma guerra entre China, EUA, Rússia é algo que não irá existir, até mesmo qualquer conflito entre grandes, pois hoje um depende do outro, se um vai mal das pernas, todos os outros também vão para o buraco.
Podemos entender na verdade os grandes orçamentos militares como uma manutenção da economia das armas ou manutenção de empregos em números assustadores da guerra fria. Os EUA precisam vender armas para se manter e a China já entendeu a um bom tempo o mercado poderoso que tem nas mãos, agora é uma guerra econômica.
E nós estaremos de fora por mais uns 100 anos acredito.

[]s