TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
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orestespf
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60961 Mensagem por orestespf » Dom Out 09, 2011 7:04 pm

marcelo bahia escreveu:Mestre Orestes,

Diga isso aos iraquianos que quando sobre suas cabeças os F-117 americanos começaram a bombardeá-los não sabiam, sequer, de onde eles tinham vindo. A "geometria" fez e faz ainda muita diferença. Qualquer caça pode ser visualizado por um radar potente, mas a questão é saber quando isso ocorre, em quanto tempo isso ocorre, ou seja, é a diferença entre a vida e a morte.

Particularmente creio que a diferença entre caças de 4ª ou 5ª geração esteja numa combinação de elementos, entre eles, sem dúvida, estão o designe e a eletrônica embarcada que você citou. E cuidado com os russos, eles ainda podem te surpreender bastante neste último quesito.

Abraço.

Olá Marcelo,

o F-117 não deveria ter um "F", mas um "A", pois nunca foi um caça no sentido estrito. No caso dos iraquianos a coisa é sintomática, houve um "apoio" com aviões interferindo os sinais e também o "sistema de guerra eletrônica". Se não fui claro o bastante: aonde entrou os F-117 poderia ter entrado F-16, o efeito seria o mesmo; sob o ponto de vista técnico/tecnológico. Que fique claro que o Iraque não tinha nada próximo para contrapor as "interferências" (dos sinais) usados pelos americanos. O F-117 e seus "ataques cirúrgicos" (SIC -- a Colômbia fez "ataques cirúrgicos" contra as FARCs usando "míseros" A-29, então...) serviram apenas para incentivar os investimentos nos caças (de fato) F-22 e F-35, estes (F-117) jamais justificaram sua existência, mas foi uma boa "escola" para aquilo que os americanos, hoje, chamam de caças de 5ªG (os tais "stealth's") -- eles (americanos) não estão errados, devem seguir este caminho que escolheram, assim penso.

Para falar de "geometria" é preciso conhecê-la a fundo, e não me refiro a geometria euclidiana. Sei sobre o que falo. :wink:

Combinação de elementos: o que você quis dizer com isso? Essa expressão não diz nada, apenas que há alguma diferença (entre caças de 4ª e 5ª G), mas pergunto: qual a diferença que você vê entre as duas gerações?

Russos: sem dúvida, concordo consigo. Porém é preciso saber sobre aquilo que eles entendem como um caça de 5ªG, até agora só vimos um caça com "perfil geométrico" diferente dos anteriores, é preciso saber mais do que isto.


Abração!!!




Editado pela última vez por orestespf em Dom Out 09, 2011 7:27 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60962 Mensagem por orestespf » Dom Out 09, 2011 7:23 pm

Galina escreveu:Em complemento aos posts anteriores, quero colocar aqui algumas questões:

1) Um caça dito stealth, para ser realmente efetivo no cenário ar-ar, tem que apresentar um nível de assinatura radar "x". Lembro de ter lido documentos públicos da própria USAF dizendo isso. Obviamente não se informou, oficialmente, qual seria essa RCS. Alguns artigos (se não me engano, um destes artigos era do "pai" do F-16) citava a assinatura do F-22 como sendo de "a bird".

2) Toda redução de assinatura é bem vinda, aumenta a capacidade de sobrevivência da aeronave no cenário ar-terra. Mas, no cenário ar-ar (BVR), a RCS deve ter atingido um patamar ideal, "x", para que realmente se constitua um diferencial.

3) Esse nível ideal de RCS é que permitiria ao caça stealth se aproximar bastante do inimigo, sem ser notado, e voltar sem receber um contra ataque válido. Por várias razões, que não vou aqui comentar, a aproximação do stealth é necessária.

4) Voltando ao nível ideal de RCS, esse valor (o qual desconhecemos) certamente foi projetado num cenário, levando-se em conta determinados níveis de desempenho dos sensores embarcados das "vítimas". O maior exemplo seria o radar doppler, e suas limitações implícitas.

5) Mas, e se surgisse uma nova geração de sensores, que permitisse a um caça convencional melhorar consideravelmente sua consciência situacional, podendo inclusive detectar "alvos pequenos" a média distância, o que aconteceria ? Entre estes sensores, o radar AESA, NCW e IRST poderiam ser citados.

6) Bom, a vantagem do stealth seria bastante reduzida. Aquele cenário (exercício amplamente divulgados pela mídia americana) onde o F-22 se aproximava da vítima sem ser visto, e disparava seus mísseis BVR já dentro da NEZ, poderia estar seriamente comprometido.

7) Aliás, porque já se fala tanto em 6º geração, que seria ainda mais "steath" ?

8) Por outro lado, e apesar das questões acima, tudo aponta que o stealth continuará em vantagem. Mas, como disse no item 6, seria uma vantagem reduzida.

9) Se o F-22 teria essa dificuldade, apesar das centenas de bilhões de U$$ gastos, e mais de 20 anos de desenvolvimento, imaginem projetos como o J-20 !!

O que vocês acham ? Concordam ?

Abraços,
Muito bom, Galina. Você tocou em um ponto interessante, o nomeado como 7. Pois bem, se ainda restam dúvidas sobre aquilo que é um caça de 5ªG, imagine falar sobre um caça de 6ªG! Isto é chute, mas algo há de concreto (se é que esta expressão tenha algum sentido aqui): aquilo que se chama de caça de 6ªG é diferente daquilo que hoje se chama de caça de 5ªG. Óbvio, não? :wink: :mrgreen: :mrgreen: 8-] 8-]

Um caça só muda de geração quando existe uma que é de conhecimento e domínio (não necessariamente da tecnologia) sobre a sua eficácia. Nunca vimos na história da humanidade um caça rotulado de 5ªG em ação, até porque só existe um, que é o F-22. Este caça ainda não provou a que veio ao mundo, só sabemos sobre aquilo que dizem sobre o mesmo, mas a operacionalidade do mesmo não apareceu na prática. Acredite quem quiser sobre a eficácia do mesmo. Agora, uma coisa é fato: por trás de tamanho mistério existe a questão da dissuasão; ou seja, o inimigo não sabe se o equipamento de fato cumpre aquilo que o proprietário diz ser capaz. Na dúvida não se mete contra aquilo que se desconhece; até hoje este é o único papel efetivo destes caças.

Outro ponto interessante, Galina, é o 9. A relação custo-benefício. A guerra não é humana, no sentido estrito da expressão. Assim sendo, se um caça X custa 5 vezes mais do que um padrão e o caça padrão derruba um caça X em cada cinco, pergunto: qual o benefício real em pagar tanto para algo que na média se equivalem? Veja, não é difícil fazer as contas para se saber quanto tempo determinado país (ou suas forças armadas) aguentaram um combate real. :wink:

É triste dizer, mas o fato é que levaram milhões de pessoas à morte no Dia D (2ª WW) para que se conseguisse algum resultado efetivo. A luta para supremacia aérea também é assim, dolorosa, mas com as contas feitas na ponta do lápis. Se não fui claro: ainda não há motivos reais para se ter um caça tão caro se este não for radicalmente diferente dos demais, porém, para aqueles (países) que têm recursos disponíveis, que se opte pela inovação e ousadia em ter equipamentos ditos "além do estado da arte". Este não parece ser o caso do Brasil; assim penso.


Abração!!!




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60963 Mensagem por orestespf » Dom Out 09, 2011 7:23 pm

cb_lima escreveu:Olha... tanto o F-22 quanto o F-35 tem tantos problemas que vão desde técnicos até financeiros que hoje em dia tem sérias dúvidas se mesmo os EUA sabem o que é um caça de 5 Geração no amplo sentido da palavra ou mesmo se logo logo aparece alguém com alternativas quem combinam aspectos mais interessantes (como é o que parece que os Russos estão fazendo com o PAK).

Excelente post Orestes... [100] [009]

[]s
CB_Lima

:wink: :wink:

[009] [009]




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60964 Mensagem por lelobh » Dom Out 09, 2011 7:43 pm

Uma nação que não crê em suas potencialidades está fadada ao ocaso.
Alvíssaras à Turquia. Aqui continuaremos a achar que inteligência, talento e determinação escolhem apenas certos países para o nascimento...
Abraço.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60965 Mensagem por Galina » Dom Out 09, 2011 8:18 pm

orestespf escreveu:
Galina escreveu:Em complemento aos posts anteriores, quero colocar aqui algumas questões:

1) Um caça dito stealth, para ser realmente efetivo no cenário ar-ar, tem que apresentar um nível de assinatura radar "x". Lembro de ter lido documentos públicos da própria USAF dizendo isso. Obviamente não se informou, oficialmente, qual seria essa RCS. Alguns artigos (se não me engano, um destes artigos era do "pai" do F-16) citava a assinatura do F-22 como sendo de "a bird".

2) Toda redução de assinatura é bem vinda, aumenta a capacidade de sobrevivência da aeronave no cenário ar-terra. Mas, no cenário ar-ar (BVR), a RCS deve ter atingido um patamar ideal, "x", para que realmente se constitua um diferencial.

3) Esse nível ideal de RCS é que permitiria ao caça stealth se aproximar bastante do inimigo, sem ser notado, e voltar sem receber um contra ataque válido. Por várias razões, que não vou aqui comentar, a aproximação do stealth é necessária.

4) Voltando ao nível ideal de RCS, esse valor (o qual desconhecemos) certamente foi projetado num cenário, levando-se em conta determinados níveis de desempenho dos sensores embarcados das "vítimas". O maior exemplo seria o radar doppler, e suas limitações implícitas.

5) Mas, e se surgisse uma nova geração de sensores, que permitisse a um caça convencional melhorar consideravelmente sua consciência situacional, podendo inclusive detectar "alvos pequenos" a média distância, o que aconteceria ? Entre estes sensores, o radar AESA, NCW e IRST poderiam ser citados.

6) Bom, a vantagem do stealth seria bastante reduzida. Aquele cenário (exercício amplamente divulgados pela mídia americana) onde o F-22 se aproximava da vítima sem ser visto, e disparava seus mísseis BVR já dentro da NEZ, poderia estar seriamente comprometido.

7) Aliás, porque já se fala tanto em 6º geração, que seria ainda mais "steath" ?

8) Por outro lado, e apesar das questões acima, tudo aponta que o stealth continuará em vantagem. Mas, como disse no item 6, seria uma vantagem reduzida.

9) Se o F-22 teria essa dificuldade, apesar das centenas de bilhões de U$$ gastos, e mais de 20 anos de desenvolvimento, imaginem projetos como o J-20 !!

O que vocês acham ? Concordam ?

Abraços,
Muito bom, Galina. Você tocou em um ponto interessante, o nomeado como 7. Pois bem, se ainda restam dúvidas sobre aquilo que é um caça de 5ªG, imagine falar sobre um caça de 6ªG! Isto é chute, mas algo há de concreto (se é que esta expressão tenha algum sentido aqui): aquilo que se chama de caça de 6ªG é diferente daquilo que hoje se chama de caça de 5ªG. Óbvio, não? :wink: :mrgreen: :mrgreen: 8-] 8-]

Um caça só muda de geração quando existe uma que é de conhecimento e domínio (não necessariamente da tecnologia) sobre a sua eficácia. Nunca vimos na história da humanidade um caça rotulado de 5ªG em ação, até porque só existe um, que é o F-22. Este caça ainda não provou a que veio ao mundo, só sabemos sobre aquilo que dizem sobre o mesmo, mas a operacionalidade do mesmo não apareceu na prática. Acredite quem quiser sobre a eficácia do mesmo. Agora, uma coisa é fato: por trás de tamanho mistério existe a questão da dissuasão; ou seja, o inimigo não sabe se o equipamento de fato cumpre aquilo que o proprietário diz ser capaz. Na dúvida não se mete contra aquilo que se desconhece; até hoje este é o único papel efetivo destes caças.

Outro ponto interessante, Galina, é o 9. A relação custo-benefício. A guerra não é humana, no sentido estrito da expressão. Assim sendo, se um caça X custa 5 vezes mais do que um padrão e o caça padrão derruba um caça X em cada cinco, pergunto: qual o benefício real em pagar tanto para algo que na média se equivalem? Veja, não é difícil fazer as contas para se saber quanto tempo determinado país (ou suas forças armadas) aguentaram um combate real. :wink:

É triste dizer, mas o fato é que levaram milhões de pessoas à morte no Dia D (2ª WW) para que se conseguisse algum resultado efetivo. A luta para supremacia aérea também é assim, dolorosa, mas com as contas feitas na ponta do lápis. Se não fui claro: ainda não há motivos reais para se ter um caça tão caro se este não for radicalmente diferente dos demais, porém, para aqueles (países) que têm recursos disponíveis, que se opte pela inovação e ousadia em ter equipamentos ditos "além do estado da arte". Este não parece ser o caso do Brasil; assim penso.


Abração!!!

Orestes,

concordo com quase tudo do que você escreveu, principalmente os comentários sobre os itens numerados como 7 e 9 do meu post. A sua lembrança da expressão "custo-benefício" foi também muito oportuna. É a mesma linha de raciocínio que eu tenho quanto ao assunto.

Apenas, eu quem sabe não seria tão incisivo quanto à eficácia (ineficácia) do F-22. Acredito que, "combatendo" contra F-15 e F-16 usando táticas convencionais e sem o auxílio de sensores avançados, o resultado seja mesmo próximo do que foi especulado pela mídia. Se os F-15 e F-16 combatessem contra o F-22 dessa maneira, iriam mesmo levar de 144 x 0 !!
Agora, se forem enfrentar um conjunto formado por: Caça de Quarta Geração + AESA + IRST + EW + AEW + NCW + BVR + Satélite + Bom Treinamento, o resultado seria outro. Ah seria. Custo-benefício.

Abraços,




"Os primeiros quarenta anos da vida dão o texto, os trinta anos restantes possibilitam o comentário".
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60966 Mensagem por Galina » Dom Out 09, 2011 8:36 pm

orestespf escreveu:
marcelo bahia escreveu:Mestre Orestes,

Diga isso aos iraquianos que quando sobre suas cabeças os F-117 americanos começaram a bombardeá-los não sabiam, sequer, de onde eles tinham vindo. A "geometria" fez e faz ainda muita diferença. Qualquer caça pode ser visualizado por um radar potente, mas a questão é saber quando isso ocorre, em quanto tempo isso ocorre, ou seja, é a diferença entre a vida e a morte.

Particularmente creio que a diferença entre caças de 4ª ou 5ª geração esteja numa combinação de elementos, entre eles, sem dúvida, estão o designe e a eletrônica embarcada que você citou. E cuidado com os russos, eles ainda podem te surpreender bastante neste último quesito.

Abraço.

Olá Marcelo,

o F-117 não deveria ter um "F", mas um "A", pois nunca foi um caça no sentido estrito. No caso dos iraquianos a coisa é sintomática, houve um "apoio" com aviões interferindo os sinais e também o "sistema de guerra eletrônica". Se não fui claro o bastante: aonde entrou os F-117 poderia ter entrado F-16, o efeito seria o mesmo; sob o ponto de vista técnico/tecnológico. Que fique claro que o Iraque não tinha nada próximo para contrapor as "interferências" (dos sinais) usados pelos americanos. O F-117 e seus "ataques cirúrgicos" (SIC -- a Colômbia fez "ataques cirúrgicos" contra as FARCs usando "míseros" A-29, então...) serviram apenas para incentivar os investimentos nos caças (de fato) F-22 e F-35, estes (F-117) jamais justificaram sua existência, mas foi uma boa "escola" para aquilo que os americanos, hoje, chamam de caças de 5ªG (os tais "stealth's") -- eles (americanos) não estão errados, devem seguir este caminho que escolheram, assim penso.

Para falar de "geometria" é preciso conhecê-la a fundo, e não me refiro a geometria euclidiana. Sei sobre o que falo. :wink:

Combinação de elementos: o que você quis dizer com isso? Essa expressão não diz nada, apenas que há alguma diferença (entre caças de 4ª e 5ª G), mas pergunto: qual a diferença que você vê entre as duas gerações?

Russos: sem dúvida, concordo consigo. Porém é preciso saber sobre aquilo que eles entendem como um caça de 5ªG, até agora só vimos um caça com "perfil geométrico" diferente dos anteriores, é preciso saber mais do que isto.


Abração!!!
Orestes,

se me permite a intervenção, aqui discordamos no que se refere ao que chamo de arena ar-terra. Eu não desconheço a informação de que os aliados teriam usado, previamente aos ataques, de interferência eletrônica para "cegar" os radares iraquianos. Há quem diga que as frequências de operação foram entregues pelos fabricantes, coisa que nunca seria admitida publicamente, o que teria facilitado muito o trabalho de EW.

Mas, tudo o que questionei no meu outro post dizia respeito ao combate ar-ar. No combate ao solo, entendo que stealth e EW são complementares. Ouso dizer que é o casamento perfeito. Quanto menor for a RCS, mais fácil será o trabalho de EW. Grosso modo, o jamming (EW: lato sensu) diminui a distância de detecção, até um ponto em que o caça atacante vai estar tão próximo que seu eco radar não impedirá que o radar o detecte. Neste ponto, o radar vence o jammming. Mas, até chegar neste ponto, já poderá ter sido formado um corredor de ataque. De qualquer forma, neste cenário, quanto menor o eco, mais fácil, eficiente e mortífero se torna o jamming.

Assim, os F-15 e F-16 poderiam ter entrado primeiro e ter feito o trabalho do F-117 ? Sim, mas acredito (eu) que teriam se exposto muito mais, mesmo que fizessem uso de armas stand-off (na época não tínhamos bombas e mísseis stand-off tão eficientes como temos hoje).

É o meu ponto de vista.

Abraços,




Editado pela última vez por Galina em Dom Out 09, 2011 10:12 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60967 Mensagem por DELTA22 » Dom Out 09, 2011 8:45 pm

lelobh escreveu:Uma nação que não crê em suas potencialidades está fadada ao ocaso.
Alvíssaras à Turquia. Aqui continuaremos a achar que inteligência, talento e determinação escolhem apenas certos países para o nascimento...
Abraço.
Potencial é uma coisa. Capacidade é outra. Acho que temos potencial, não temos é capacidade, e claro, vontade, infelizmente. :? :(

[]'s.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60968 Mensagem por Penguin » Dom Out 09, 2011 9:20 pm

DELTA22 escreveu:
lelobh escreveu:Uma nação que não crê em suas potencialidades está fadada ao ocaso.
Alvíssaras à Turquia. Aqui continuaremos a achar que inteligência, talento e determinação escolhem apenas certos países para o nascimento...
Abraço.
Potencial é uma coisa. Capacidade é outra. Acho que temos potencial, não temos é capacidade, e claro, vontade, infelizmente. :? :(

[]'s.
O debate esta muito interessante. Todos estao de parabéns.

Acredito tb que falte capacidade tecnológica a Turquia para uma empreitada desse porte de forma autônoma. Eles deverão seguir um modelo a la HAL Tejas ou Saab Gripen, com participação de diversos fornecedores estrangeiros. Modelo tb adotado pela Embraer.

Mas parece lhes sobrar uma condição sine qua non para algo assim: vontade. Sem isso, não da nem para começar a conversar sobre o tema. Alias, eles estão cheios de vontade em diversos campos militares: http://en.wikipedia.org/wiki/Military_e ... _of_Turkey
A posição geográfica e a herança histórica belicosa deles deve ajudar.

Creio que aqui cabe uma observação. Pelo que tenho lido na imprensa e em sites turcos, o plano eh dominar o desenvolvimento de aeronaves de combate e desenvolver um caca nacional (projeto TF-X. Saiu artigo sobre esse programa na ultima edição da revista Air International: http://www.airinternational.com/view_issue.asp). Nao se menciona nesses artigos o termo "geração" e nem "5a geração". Apenas um novo caca. O programa que os turcos queriam entrar, o KF-X sul-coreano, visa um caca, segundo os próprios sul-coreanos, posicionado entre os Eurocanards e o F-35.

Posso estar enganado, mas essa historia de 5a geração turco surgiu na imprensa nacional, em artigo da FSP durante ou logo antes da visita de Dilma por la.

[]s




Editado pela última vez por Penguin em Dom Out 09, 2011 9:49 pm, em um total de 1 vez.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60969 Mensagem por AlbertoRJ » Dom Out 09, 2011 9:43 pm

Concordo 100% com o Penguin.

Só acrescento um projeto de caça atual deve apresentar, pelo menos, algumas das características dos chamados caças de 5ª geração.

Abraços




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60970 Mensagem por marcelo bahia » Dom Out 09, 2011 10:27 pm

orestespf escreveu:
marcelo bahia escreveu:Mestre Orestes,

Diga isso aos iraquianos que quando sobre suas cabeças os F-117 americanos começaram a bombardeá-los não sabiam, sequer, de onde eles tinham vindo. A "geometria" fez e faz ainda muita diferença. Qualquer caça pode ser visualizado por um radar potente, mas a questão é saber quando isso ocorre, em quanto tempo isso ocorre, ou seja, é a diferença entre a vida e a morte.

Particularmente creio que a diferença entre caças de 4ª ou 5ª geração esteja numa combinação de elementos, entre eles, sem dúvida, estão o designe e a eletrônica embarcada que você citou. E cuidado com os russos, eles ainda podem te surpreender bastante neste último quesito.

Abraço.

Olá Marcelo,

o F-117 não deveria ter um "F", mas um "A", pois nunca foi um caça no sentido estrito. No caso dos iraquianos a coisa é sintomática, houve um "apoio" com aviões interferindo os sinais e também o "sistema de guerra eletrônica". Se não fui claro o bastante: aonde entrou os F-117 poderia ter entrado F-16, o efeito seria o mesmo; sob o ponto de vista técnico/tecnológico. Que fique claro que o Iraque não tinha nada próximo para contrapor as "interferências" (dos sinais) usados pelos americanos. O F-117 e seus "ataques cirúrgicos" (SIC -- a Colômbia fez "ataques cirúrgicos" contra as FARCs usando "míseros" A-29, então...) serviram apenas para incentivar os investimentos nos caças (de fato) F-22 e F-35, estes (F-117) jamais justificaram sua existência, mas foi uma boa "escola" para aquilo que os americanos, hoje, chamam de caças de 5ªG (os tais "stealth's") -- eles (americanos) não estão errados, devem seguir este caminho que escolheram, assim penso.

Para falar de "geometria" é preciso conhecê-la a fundo, e não me refiro a geometria euclidiana. Sei sobre o que falo. :wink:

Combinação de elementos: o que você quis dizer com isso? Essa expressão não diz nada, apenas que há alguma diferença (entre caças de 4ª e 5ª G), mas pergunto: qual a diferença que você vê entre as duas gerações?

Russos: sem dúvida, concordo consigo. Porém é preciso saber sobre aquilo que eles entendem como um caça de 5ªG, até agora só vimos um caça com "perfil geométrico" diferente dos anteriores, é preciso saber mais do que isto.


Abração!!!
Orestes,
o F-117 não deveria ter um "F", mas um "A", pois nunca foi um caça no sentido estrito.
Concordo. Mas isso não tem nada a ver com a discussão. Citei o "A"-117 apenas em referência ao seu design stealth. Mas eu não consideraria o F(A)-117 apenas uma escola para o desenvolvimento de caças de 5ª g. Acho que ele junto ao B-2 representaram uma verdadeira revolução na aviação e isto se deve, sim, ao seu desenho. Eu o consideraria uma aeronave de nova geração.
Para falar de "geometria" é preciso conhecê-la a fundo, e não me refiro a geometria euclidiana. Sei sobre o que falo. :wink:
Bem. Realmente não tenho nenhum conhecimento sobre outro tipo de geometria que não seja a euclidiana, então não posso discutir isso com você.
Combinação de elementos: o que você quis dizer com isso? Essa expressão não diz nada, apenas que há alguma diferença (entre caças de 4ª e 5ª G), mas pergunto: qual a diferença que você vê entre as duas gerações?
Normalmente a diferenciação é feita em cima das novidades tecnológicas que cada avião trás. Determinados modelos romperam paradigmas anteriores e tornaram-se eles próprios a referência para desenvolvimentos futuros. Um caça que defina um antes e um depois dele, que revolucione a forma de combater e force mudanças em seu entorno que divida águas é, para mim, uma nova geração. Quando digo que uma determinada aeronave (F-22, por exemplo) é de 5ª geração é porque com suas novidades tecnológicas ele criou uma nova forma de combater, por meio de sua aerodinâmica inovadora gerou um RCS baixíssimo e impensável para qualquer aeronave que não conte com esta tecnologia (para mim, o fato de ser stealth por si só já representou uma revolução em relação aos modelos anteriores), mas também por meio do compartimento interno para levar TODOS os armamentos, o que nunca se tinha visto antes, por meio de um radar AESA tão poderoso que também virou alvo da cobiça de todo o mundo, por causa dos seus sensores a bordo de 1ª linha, interface homem-máquina claramente superior aos anteriores, etc. Não há como negar isso. É claro que ser stealth, mas possuir um recheio ultrapassado torna qualquer aeronave obsoleta. Mas a introdução da tecnologia stealth com novos e avançados sistemas de aviônica, altamente integrados com sensores a bordo complementou esta revolução. Mesmo que surgisse uma nova geração de sensores, que permitisse a um caça "convencional" melhorar consideravelmente sua "consciência situacional" (by Galina) ele ainda estaria em clara desvantagem frente a um outro caça com sensores de capacidade semelhante, mas com menor RCS.

Podemos chamar de caça de 5ª geração, ou paradigma, referência, não importa, o certo é que depois dele todos os outros fabricantes tentaram acompanhá-lo e, de certa forma, copiá-lo. Podemos seguir aqui acreditando que o RCS de 0,01 de uma aeronave e sua eletrônica embarcada não inauguraram uma nova era na aviação, mas eu prefiro baixar a cabeça humildemente e dizer: entre o Rafale/Eurofighter/F-18/Su-35 e o F-22, se eu tivesse que defender o meu país e escolher APENAS o melhor caça para salvar vidas brasileiras, eu escolheria sem nenhuma dúvida o F-22. Será que é casual que russos, chineses, coreanos, japoneses, etc, estejam loucos para colocar seus stealths em operação?? Será que seus engenheiros aeronáuticos não entendem de "geometria" e engenharia aeronáutica?? Não vejo forma de minimizar a revolução que foram o F-22 e suas novas tecnologias.

Abraço.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60971 Mensagem por Jonas Rafael » Seg Out 10, 2011 4:35 pm

AlbertoRJ escreveu:Concordo 100% com o Penguin.

Só acrescento um projeto de caça atual deve apresentar, pelo menos, algumas das características dos chamados caças de 5ª geração.

Abraços
A única característica imprescindível a meu ver, é compartimento interno de armas. Se tiver todo o resto, mas não tiver isso, ainda vai ser um 4,5G.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60972 Mensagem por soultrain » Seg Out 10, 2011 5:54 pm

Aqui vai bem isto:

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"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60973 Mensagem por soultrain » Seg Out 10, 2011 5:58 pm

Desde o desenvolvimento do B-2, o primeiro verdadeiramente com baixa assinatura em todos os aspectos e frequências (mas caríssimo), também se desenvolveram radares que permitem contrapor essa vantagem e a electrónica desenvolve-se a uma velocidade alucinante, a forma é imutável.

Talvez por isso os EUA tenham optado pelo F-35 com uma assinatura muito maior que F-22 e B-2, não sei.





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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60974 Mensagem por soultrain » Seg Out 10, 2011 5:59 pm

Aqui vai bem isto:

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60975 Mensagem por soultrain » Seg Out 10, 2011 6:08 pm

Esqueci-me de um pormenor, não estou com isso a dizer que a baixa assinatura não serve, não presta etc. A minha opinião coincide com o Orestes, a sua importância é relativa. Mesmo que totalmente eficaz, tem uma utilidade diminuta na maioria das missões de todos os países (excepto os EUA e outros que pensam em invadir outrem) e tem uma operacionalidade complexa e cara.

Podem dizer que a camuflagem é obsoleta, mas não há uma aeronave militar que não tenha, porquê? Porque pode dar alguma vantagem em alguns cenários, é igual.

[[]]'s





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