TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60436 Mensagem por knigh7 » Sáb Set 03, 2011 6:51 pm

AlbertoRJ escreveu:Vou colocar um dado de 2008 onde aparece o custo mais próximo do custo fly-away para o Rafale (sem o desenvolvimento):
Le coût total du programme pour l'Etat est de 39,6 milliards d'euros, (conditions financières au 1er janvier 2008) ce qui ramène le coût unitaire par avion (hors développement) entre 64 et 70 millions d'euros en fonction des versions, cette valeur devant toutefois augmenter du fait des négociations en cours avec l'industriel résultant de la réduction de la cible initiale.

Tradução do Google:

O custo total do programa para o estado é de 39,6 bilhões de euros (termos financeiros em 1 de Janeiro de 2008) que traz o custo unitário por aeronaves (excluindo o desenvolvimento) de 64 a 70.000.000 € de acordo com a versões, mas esse valor a aumentar, porque as negociações em curso com a indústria resultantes da redução da meta original.
Fonte:
Projet de loi de finances pour 2009 : Défense - Equipement des forces
1. Le programme Rafale : une polyvalence renforcée en 2008
http://www.senat.fr/rap/a08-102-5/a08-102-516.html

[]'s
Esse valor é o resultado do programa, sem o desenvolvimento, dividido pelo total de unidades planejadas (294).
Não demonstra qual é o valor de uma célula atual do Rafale.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60437 Mensagem por AlbertoRJ » Sáb Set 03, 2011 7:27 pm

Tenho informações seguras de que cada Rafale está custando 1 trilhão de euros.

[]'s




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60438 Mensagem por knigh7 » Sáb Set 03, 2011 8:34 pm

Poupe-me de deboches em conversas sérias.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60439 Mensagem por Paisano » Sáb Set 03, 2011 9:39 pm

AlbertoRJ e knigh7,

Se essa discussão inútil e sem qualquer sentido não tiver um fim neste exato momento, a Moderação irá fazer uso das sanções previstas no Regulamento.

É o primeiro e último aviso!!!




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60440 Mensagem por knigh7 » Sáb Set 03, 2011 11:10 pm

Eu estava numa conversa séria, ele veio com deboche e apenas pedi a ele para me poupar disso. Mais nada.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60441 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Set 03, 2011 11:47 pm

knigh7 escreveu:Leandro,

Vc está equivocado em alguns pontos:

1- Segundo o Jobim, os suecos falaram para conversar com os fornecedores quando ele solicitou a transf. de tecnologia de toda a aeronave. Ele disse isso na sessão da CRE em abril do ano passado. Aliás, a SAAB reagiu no dia seguinte lancando uma nota a imprensa no qual ela dizia que era capaz de solicitar a transf. da tecnologia requerida pela fAB.

2-Vc está se baseando na solicitacão de ToT também com o que está na página do Rafale (http://www.rafale.com.br) onde a'te está escrito transf. irrestrita de tecnologia.A FAB solicitou 10 tecnologias (na verdade são 12), mas vamos ficar com o divulgado. Na página do Rafale consta que eles estào oferecendo cerca de 20.

3-Portanto esse teu julgamento de que a solicitacão de transf. de tecnolgia pela FAB é irrealista está sendo feita sobre bases equivocadas.

4-Estou há 5 anos em Fóruns de Defesa. Não é o seu caso, mas já vi forista, no caso, engenheiro do DCTA, há alguns anos atrás (no BM), dando "surra" argumentativa em forista metido a "sabe tudo de defesa", que aliás é bastante comum em fóruns. De certa forma, é interessante ter um pouco mais de cautela.

5-Legislacão norte-americana impede transf. de tecnologia? Não é bem assim, como por exemplo na década de 80, os EUA transferiram para a Embraer a tecnologia para a producão de FLAPs
Amigo Knight,

Nem vou entrar em uma discussão sobre cada ponto, mas eu de fato sou engenheiro e trabalho na área de transferência de tecnologia, e sei muito bem como elas são disponibilizadas para as empresas, é minha obrigação profissional saber isso. E pelas informações que tenho (e não tenho nenhuma fonte interna na FAB, no governo ou nas empresas concorrentes do FX, de fato me baseio apenas nas informações que posso encontrar na mídia em geral e na Internet) as transferências de tecnologia solicitadas e ou oferecidas na sua grande maioria não dependem da compra de avião algum, estão disponíveis no mercado para quem quiser comprar, a preços de tabela. Isto inclui programação CNC (a empresa em que eu trabalhava vendia nada menos que 3 diferentes linhas de produtos neste segmento), materiais compostos e seus procedimentos de conformação, e muitas outras coisas que vi na lista de tecnologias oferecidas especificamente pela Dassault. Não me lembro de cabeça todos os ítens nem acho que vale à pena o trabalho de procurar, mas os únicos ítens que me recordo serem específicos do caça em questão eram as partes da programação que fossem necessárias para a integração de armamento, informações não especificadas sobre técnicas de redução de RCS e alguma coisa dos elementos de radar. E havia algo também relativo a caixões de asa em materiais compostos, mas aí para aviões de transporte e não caças (para uso no KC-390, mas é algo que a Embraer pode e vai desenvolver sozinha se não fecharmos o F-X com ninguém da lista). Todo o restante podia ser perfeitamente adquirido de forma independente. Se você quiser aprofundar esta discussão de forma mais técnica liste as tais 12 tecnologias pedidas que mencionou (se isso for permitido) e podemos checar a natureza de cada uma delas. Acho até que isso seria muito interessante para os demais participantes do fórum.

Com relação aos suecos da SAAB, é claro que eles se prontificariam a conversar com seus fornecedores e solicitar que nos repassassem as tecnologias que quiséssemos, mas também é óbvio que não poderiam se comprometer por eles. Pergunte ao pessoal da marinha o que aconteceu exatamente em uma situação assim no caso da transferência de tecnologia de torpedos. No final caberia a nós negociar com cada um e verificar o que nos repassariam e por quanto. Só que isso também não dependeria da compra de avião algum, podemos ir a cada um dos fornecedores da SAAB quando quisermos e comprar tudo o que eles puderem nos vender independentemente de adquirirmos o Gripen ou não, é só uma questão de grana. É bem possível que se adquiríssemos o Gripen alguns deles nos oferecessem algum desconto, mas nada impediria que a diferença estivesse embutida no preço dos aviões. Seria tudo apenas uma questão comercial, ou você acha mesmo que por comprarmos três dúzia de aviões alguma tecnologia que de outra forma nos seria restrita passaria a ser liberada sem restrições?

Com relação aos americanos nem preciso comentar, é notório que eles restringem o acesso a qualquer tecnologia que considerem sensível quando querem, mesmo desrespeitando contratos. Eu senti isso na pele, na minha antiga empresa vendíamos um sistema de medição à laser e de repente fomos avisados que um componente fundamental (réguas calibradas de fibra de carbono) não podiam mas ser fornecidas porque o DoD qualificara a fibra de carbono em si como componente sensível. Por sorte encontramos outro fornecedor na Europa (Alemanha), mas um dos nossos cliente QUE JÁ HAVIA PAGO ficou três meses sem poder utilizar o equipamento, e nós tivemos que arcar com o prejuízo porque não houve reembolso do valor do ítem. E era um sistema para aplicação civil, imagine com sistemas de aplicação dual ou militar! E nem venha me falar sobre tecnologia de flaps, eu estagiei na Embraer logo após ela começar a fornecer os Flaps do MD-11 e conversei com o pessoal da área sobre o assunto, o que eles forneceram foi apenas o desenho do produto que queriam (óbvio, o avião era de projeto deles, a Embraer não foi contratada para ajudar no projeto mas apenas para fornecer as peças), toda a tecnologia de manufatura já era dominada pela Embraer, que pelo que eu me lembre precisou apenas comprar uma autoclave maior porque a peça não cabia na que já tinham. E no caso de partes estruturais do F-5 (não me recordo quais peças) a Northrop repassou os desenhos e indicou o fornecedor do material e das máquinas para trabalhá-lo, e a Embraer foi lá e comprou o que era preciso. Isso não é repassse de tecnologia, é simples subcontratação de fabricação.

Se você observar verá que quase não há posts meus neste tópico do F-X, pois da forma como o programa está montado o assunto não me interessa muito. Mas sou engenheiro com alguma experiência, e já participei de mais do que uma negociação internacional para aquisição de tecnologia, inclusive com americanos (empresas Geomagic, SDRC, Solidworks, Deneb Robotics e algumas outras com as quais acabamos não fechando negócios) e russos (empresa Quantor), além de franceses (Kreon e Dassault Systèmes), alemães (AutoForm) e israelenses (Smarteam). Passei por todas as dificuldades de língua, cultura e burocracia para fechar vários acordos, e depois da transferência das tecnologias destas empesas para clientes no Brasil, então acredito que tenha algum conhecimento de causa por mínimo que seja e por isso me reservo o direito de dar minhas opiniões sobre como este tipo de coisa funciona. Sobre os russos, o que posso dizer é que não tem muita experiêcia neste tipo de negociação, além de terem seus motivos para e desconfiar dos brasileiros (tive problemas com isso), portanto acho muito provável que isso tenha servido como argumento para encerrar uma negociação que já não se fazia de boa vontade.


É claro que você pode ter informações "de dentro" que acrescentem detalhes que desconheço, e se puder partilhá-las aqui quem sabe podemos até chegar a conclusões diferentes das que cheguei. Ou se não puder, então me perdoe por ter chegado a conclusões que não são corretas, mas com as informações que tenho não posso fazer nada melhor. Este é um dos problemas de não se divulgarem informações, isto dá mesmo margem a interpretações erradas, mas aí a culpa não é minha, faço o melhor que posso com o que tenho.

Então, se tiver algo a acrescentar podemos scontinuar esta discussão. Se não, mantenho as opiniões que já expressei.


Um grande abraço,



Leandro G. Card




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60442 Mensagem por Carlos Lima » Dom Set 04, 2011 1:32 am

LeandroGCard escreveu:Amigo Knight,

Nem vou entrar em uma discussão sobre cada ponto, mas eu de fato sou engenheiro e trabalho na área de transferência de tecnologia, e sei muito bem como elas são disponibilizadas para as empresas, é minha obrigação profissional saber isso. E pelas informações que tenho (e não tenho nenhuma fonte interna na FAB, no governo ou nas empresas concorrentes do FX, de fato me baseio apenas nas informações que posso encontrar na mídia em geral e na Internet) as transferências de tecnologia solicitadas e ou oferecidas na sua grande maioria não dependem da compra de avião algum, estão disponíveis no mercado para quem quiser comprar, a preços de tabela. Isto inclui programação CNC (a empresa em que eu trabalhava vendia nada menos que 3 diferentes linhas de produtos neste segmento), materiais compostos e seus procedimentos de conformação, e muitas outras coisas que vi na lista de tecnologias oferecidas especificamente pela Dassault. Não me lembro de cabeça todos os ítens nem acho que vale à pena o trabalho de procurar, mas os únicos ítens que me recordo serem específicos do caça em questão eram as partes da programação que fossem necessárias para a integração de armamento, informações não especificadas sobre técnicas de redução de RCS e alguma coisa dos elementos de radar. E havia algo também relativo a caixões de asa em materiais compostos, mas aí para aviões de transporte e não caças (para uso no KC-390, mas é algo que a Embraer pode e vai desenvolver sozinha se não fecharmos o F-X com ninguém da lista). Todo o restante podia ser perfeitamente adquirido de forma independente. Se você quiser aprofundar esta discussão de forma mais técnica liste as tais 12 tecnologias pedidas que mencionou (se isso for permitido) e podemos checar a natureza de cada uma delas. Acho até que isso seria muito interessante para os demais participantes do fórum.

Com relação aos suecos da SAAB, é claro que eles se prontificariam a conversar com seus fornecedores e solicitar que nos repassassem as tecnologias que quiséssemos, mas também é óbvio que não poderiam se comprometer por eles. Pergunte ao pessoal da marinha o que aconteceu exatamente em uma situação assim no caso da transferência de tecnologia de torpedos. No final caberia a nós negociar com cada um e verificar o que nos repassariam e por quanto. Só que isso também não dependeria da compra de avião algum, podemos ir a cada um dos fornecedores da SAAB quando quisermos e comprar tudo o que eles puderem nos vender independentemente de adquirirmos o Gripen ou não, é só uma questão de grana. É bem possível que se adquiríssemos o Gripen alguns deles nos oferecessem algum desconto, mas nada impediria que a diferença estivesse embutida no preço dos aviões. Seria tudo apenas uma questão comercial, ou você acha mesmo que por comprarmos três dúzia de aviões alguma tecnologia que de outra forma nos seria restrita passaria a ser liberada sem restrições?

Com relação aos americanos nem preciso comentar, é notório que eles restringem o acesso a qualquer tecnologia que considerem sensível quando querem, mesmo desrespeitando contratos. Eu senti isso na pele, na minha antiga empresa vendíamos um sistema de medição à laser e de repente fomos avisados que um componente fundamental (réguas calibradas de fibra de carbono) não podiam mas ser fornecidas porque o DoD qualificara a fibra de carbono em si como componente sensível. Por sorte encontramos outro fornecedor na Europa (Alemanha), mas um dos nossos cliente QUE JÁ HAVIA PAGO ficou três meses sem poder utilizar o equipamento, e nós tivemos que arcar com o prejuízo porque não houve reembolso do valor do ítem. E era um sistema para aplicação civil, imagine com sistemas de aplicação dual ou militar! E nem venha me falar sobre tecnologia de flaps, eu estagiei na Embraer logo após ela começar a fornecer os Flaps do MD-11 e conversei com o pessoal da área sobre o assunto, o que eles forneceram foi apenas o desenho do produto que queriam (óbvio, o avião era de projeto deles, a Embraer não foi contratada para ajudar no projeto mas apenas para fornecer as peças), toda a tecnologia de manufatura já era dominada pela Embraer, que pelo que eu me lembre precisou apenas comprar uma autoclave maior porque a peça não cabia na que já tinham. E no caso de partes estruturais do F-5 (não me recordo quais peças) a Northrop repassou os desenhos e indicou o fornecedor do material e das máquinas para trabalhá-lo, e a Embraer foi lá e comprou o que era preciso. Isso não é repassse de tecnologia, é simples subcontratação de fabricação.

Se você observar verá que quase não há posts meus neste tópico do F-X, pois da forma como o programa está montado o assunto não me interessa muito. Mas sou engenheiro com alguma experiência, e já participei de mais do que uma negociação internacional para aquisição de tecnologia, inclusive com americanos (empresas Geomagic, SDRC, Solidworks, Deneb Robotics e algumas outras com as quais acabamos não fechando negócios) e russos (empresa Quantor), além de franceses (Kreon e Dassault Systèmes), alemães (AutoForm) e israelenses (Smarteam). Passei por todas as dificuldades de língua, cultura e burocracia para fechar vários acordos, e depois da transferência das tecnologias destas empesas para clientes no Brasil, então acredito que tenha algum conhecimento de causa por mínimo que seja e por isso me reservo o direito de dar minhas opiniões sobre como este tipo de coisa funciona. Sobre os russos, o que posso dizer é que não tem muita experiêcia neste tipo de negociação, além de terem seus motivos para e desconfiar dos brasileiros (tive problemas com isso), portanto acho muito provável que isso tenha servido como argumento para encerrar uma negociação que já não se fazia de boa vontade.


É claro que você pode ter informações "de dentro" que acrescentem detalhes que desconheço, e se puder partilhá-las aqui quem sabe podemos até chegar a conclusões diferentes das que cheguei. Ou se não puder, então me perdoe por ter chegado a conclusões que não são corretas, mas com as informações que tenho não posso fazer nada melhor. Este é um dos problemas de não se divulgarem informações, isto dá mesmo margem a interpretações erradas, mas aí a culpa não é minha, faço o melhor que posso com o que tenho.

Então, se tiver algo a acrescentar podemos scontinuar esta discussão. Se não, mantenho as opiniões que já expressei.

Um grande abraço,

Leandro G. Card
Arrebentou Leandro... [100] [009]

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60443 Mensagem por joao fernando » Dom Set 04, 2011 11:38 am

Leandro, como sempre, arrebentou

Acho valido, verificarmos as tecnologias prometidas. Tambem desconfiava, que é muito papo e pouco material, e que tudo pode ser comprado no mercado

Quanto aos F5, pelo que li, a tecnologia que a Embraer queria, era as peças feitas em "colmeia de fibra", nem tanto para fazer as peças, mas para dominar a tecnologia




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60444 Mensagem por LeandroGCard » Dom Set 04, 2011 12:14 pm

joao fernando escreveu:Leandro, como sempre, arrebentou

Acho valido, verificarmos as tecnologias prometidas. Tambem desconfiava, que é muito papo e pouco material, e que tudo pode ser comprado no mercado

Quanto aos F5, pelo que li, a tecnologia que a Embraer queria, era as peças feitas em "colmeia de fibra", nem tanto para fazer as peças, mas para dominar a tecnologia
O honeycomb de celulóide com revestimento de material reforçado com fibras (de vidro, carbono e kevlar) era uma tecnologia já madura dentro da Embraer quando estive lá, em 1986, tanto na produção quanto no projeto. Componentes com estes materiais já eram empregados no T-27 Tucano e no EMB-120 Brasília. Era legal ver as grandes peças do flap do Brasília sendo preparadas para a autoclave com os condutores de vácuo, ou as peças de interior sendo cortadas com jato de água.

Já o honeycomb de alumínio estava em estudos, cheguei a ver algumas peças que acho haviam ainda sido importadas, e pelo que lembro eram já para aplicação no F-5. Não sei se chegaram depois a ser empregadas em outras aeronaves.


Leandro G. Card




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60445 Mensagem por knigh7 » Dom Set 04, 2011 12:28 pm

LeandroGCard escreveu: Amigo Knight,

Nem vou entrar em uma discussão sobre cada ponto, mas eu de fato sou engenheiro e trabalho na área de transferência de tecnologia, e sei muito bem como elas são disponibilizadas para as empresas, é minha obrigação profissional saber isso. E pelas informações que tenho (e não tenho nenhuma fonte interna na FAB, no governo ou nas empresas concorrentes do FX, de fato me baseio apenas nas informações que posso encontrar na mídia em geral e na Internet) as transferências de tecnologia solicitadas e ou oferecidas na sua grande maioria não dependem da compra de avião algum, estão disponíveis no mercado para quem quiser comprar, a preços de tabela. Isto inclui programação CNC (a empresa em que eu trabalhava vendia nada menos que 3 diferentes linhas de produtos neste segmento), materiais compostos e seus procedimentos de conformação, e muitas outras coisas que vi na lista de tecnologias oferecidas especificamente pela Dassault. Não me lembro de cabeça todos os ítens nem acho que vale à pena o trabalho de procurar, mas os únicos ítens que me recordo serem específicos do caça em questão eram as partes da programação que fossem necessárias para a integração de armamento, informações não especificadas sobre técnicas de redução de RCS e alguma coisa dos elementos de radar. E havia algo também relativo a caixões de asa em materiais compostos, mas aí para aviões de transporte e não caças (para uso no KC-390, mas é algo que a Embraer pode e vai desenvolver sozinha se não fecharmos o F-X com ninguém da lista). Todo o restante podia ser perfeitamente adquirido de forma independente. Se você quiser aprofundar esta discussão de forma mais técnica liste as tais 12 tecnologias pedidas que mencionou (se isso for permitido) e podemos checar a natureza de cada uma delas. Acho até que isso seria muito interessante para os demais participantes do fórum.

Com relação aos suecos da SAAB, é claro que eles se prontificariam a conversar com seus fornecedores e solicitar que nos repassassem as tecnologias que quiséssemos, mas também é óbvio que não poderiam se comprometer por eles. Pergunte ao pessoal da marinha o que aconteceu exatamente em uma situação assim no caso da transferência de tecnologia de torpedos. No final caberia a nós negociar com cada um e verificar o que nos repassariam e por quanto. Só que isso também não dependeria da compra de avião algum, podemos ir a cada um dos fornecedores da SAAB quando quisermos e comprar tudo o que eles puderem nos vender independentemente de adquirirmos o Gripen ou não, é só uma questão de grana. É bem possível que se adquiríssemos o Gripen alguns deles nos oferecessem algum desconto, mas nada impediria que a diferença estivesse embutida no preço dos aviões. Seria tudo apenas uma questão comercial, ou você acha mesmo que por comprarmos três dúzia de aviões alguma tecnologia que de outra forma nos seria restrita passaria a ser liberada sem restrições?

Com relação aos americanos nem preciso comentar, é notório que eles restringem o acesso a qualquer tecnologia que considerem sensível quando querem, mesmo desrespeitando contratos. Eu senti isso na pele, na minha antiga empresa vendíamos um sistema de medição à laser e de repente fomos avisados que um componente fundamental (réguas calibradas de fibra de carbono) não podiam mas ser fornecidas porque o DoD qualificara a fibra de carbono em si como componente sensível. Por sorte encontramos outro fornecedor na Europa (Alemanha), mas um dos nossos cliente QUE JÁ HAVIA PAGO ficou três meses sem poder utilizar o equipamento, e nós tivemos que arcar com o prejuízo porque não houve reembolso do valor do ítem. E era um sistema para aplicação civil, imagine com sistemas de aplicação dual ou militar! E nem venha me falar sobre tecnologia de flaps, eu estagiei na Embraer logo após ela começar a fornecer os Flaps do MD-11 e conversei com o pessoal da área sobre o assunto, o que eles forneceram foi apenas o desenho do produto que queriam (óbvio, o avião era de projeto deles, a Embraer não foi contratada para ajudar no projeto mas apenas para fornecer as peças), toda a tecnologia de manufatura já era dominada pela Embraer, que pelo que eu me lembre precisou apenas comprar uma autoclave maior porque a peça não cabia na que já tinham. E no caso de partes estruturais do F-5 (não me recordo quais peças) a Northrop repassou os desenhos e indicou o fornecedor do material e das máquinas para trabalhá-lo, e a Embraer foi lá e comprou o que era preciso. Isso não é repassse de tecnologia, é simples subcontratação de fabricação.

Se você observar verá que quase não há posts meus neste tópico do F-X, pois da forma como o programa está montado o assunto não me interessa muito. Mas sou engenheiro com alguma experiência, e já participei de mais do que uma negociação internacional para aquisição de tecnologia, inclusive com americanos (empresas Geomagic, SDRC, Solidworks, Deneb Robotics e algumas outras com as quais acabamos não fechando negócios) e russos (empresa Quantor), além de franceses (Kreon e Dassault Systèmes), alemães (AutoForm) e israelenses (Smarteam). Passei por todas as dificuldades de língua, cultura e burocracia para fechar vários acordos, e depois da transferência das tecnologias destas empesas para clientes no Brasil, então acredito que tenha algum conhecimento de causa por mínimo que seja e por isso me reservo o direito de dar minhas opiniões sobre como este tipo de coisa funciona. Sobre os russos, o que posso dizer é que não tem muita experiêcia neste tipo de negociação, além de terem seus motivos para e desconfiar dos brasileiros (tive problemas com isso), portanto acho muito provável que isso tenha servido como argumento para encerrar uma negociação que já não se fazia de boa vontade.


É claro que você pode ter informações "de dentro" que acrescentem detalhes que desconheço, e se puder partilhá-las aqui quem sabe podemos até chegar a conclusões diferentes das que cheguei. Ou se não puder, então me perdoe por ter chegado a conclusões que não são corretas, mas com as informações que tenho não posso fazer nada melhor. Este é um dos problemas de não se divulgarem informações, isto dá mesmo margem a interpretações erradas, mas aí a culpa não é minha, faço o melhor que posso com o que tenho.

Então, se tiver algo a acrescentar podemos scontinuar esta discussão. Se não, mantenho as opiniões que já expressei.


Um grande abraço,



Leandro G. Card
Olá, Leandro.

Segue matéria abaixo:

Através de um acordo com o grupo norte-americano United Technologies (donos da Sikorsky entre outras empresas), firmado na década de 1980, a Embraer foi capaz de receber a tecnologia de manipulação de materiais compostos , como fibra de carbono.

Ao absorver essa tecnologia, a Embraer foi capaz de projetar e produzir aeronaves mais avançadas que o Banderante e o Xingu. Estas técnicas foram aplicadas na produção do EMB-120 Brasília (na foto acima o primeiro protótipo) e do caça tático AMX.

Além destes projetos, as últimas versões do Bandeirante acabaram se beneficiando desta tecnologia. Diversos componentes, como o flap, foram produzidos com materiais compostos, reduzindo assim o peso da aeronave e elevando a capacidade de carga paga.

http://www.aereo.jor.br/tag/embraer/page/19/




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60446 Mensagem por joao fernando » Dom Set 04, 2011 1:05 pm

Pergunta: em que ano vieram os offsets do F5? Porque se foram depois do Brasilia/T27, é tudo "Bolshet", besteira que não leva a nada




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60447 Mensagem por Justin Case » Dom Set 04, 2011 1:11 pm

joao fernando escreveu:Leandro, como sempre, arrebentou

Acho valido, verificarmos as tecnologias prometidas. Tambem desconfiava, que é muito papo e pouco material, e que tudo pode ser comprado no mercado

Quanto aos F5, pelo que li, a tecnologia que a Embraer queria, era as peças feitas em "colmeia de fibra", nem tanto para fazer as peças, mas para dominar a tecnologia
João Fernando, boa tarde.

Também acho que tecnologias poderiam ser "compradas" pela Embraer. O preço, caso essas estejam à venda, estaria mais ligado à sua criticidade e estado da arte, do que à quantidade de trabalho envolvido ou aos investimentos já realizados pelo proprietário dessa tecnologia.

Tenho certeza, no entanto, que recebê-las "de graça" como offset de uma compra governamental é muuuuuuito mais vantajoso para a Embraer. Mesmo que tenha que tenha que investir algumas merrecas para se capacitar a receber essas tecnologias.
Abraço,

Justin




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60448 Mensagem por LeandroGCard » Dom Set 04, 2011 1:43 pm

knigh7 escreveu:Olá, Leandro.

Segue matéria abaixo:

Através de um acordo com o grupo norte-americano United Technologies (donos da Sikorsky entre outras empresas), firmado na década de 1980, a Embraer foi capaz de receber a tecnologia de manipulação de materiais compostos , como fibra de carbono.

Ao absorver essa tecnologia, a Embraer foi capaz de projetar e produzir aeronaves mais avançadas que o Banderante e o Xingu. Estas técnicas foram aplicadas na produção do EMB-120 Brasília (na foto acima o primeiro protótipo) e do caça tático AMX.

Além destes projetos, as últimas versões do Bandeirante acabaram se beneficiando desta tecnologia. Diversos componentes, como o flap, foram produzidos com materiais compostos, reduzindo assim o peso da aeronave e elevando a capacidade de carga paga.

http://www.aereo.jor.br/tag/embraer/page/19/
Olá Knigh,

Estas reportagens apenas mencionam uma das empresas das quais a Embraer adquiriu tecnologias para seus próprios projetos ao longo do tempo, no caso a United Technologies (algo perfeitamente normal em qualquer empresa de manufatura e que acontece até hoje), bem como um dos programas da empresa para o qual tais tecnologias foram adquiridas (a produção de componentes para a Northrop). As tecnologias adquiridas estavam na mesma época à disposição do mercado e sendo adquiridas por muitas outras empresas do Brasil e do mundo, poucos anos depois eu mesmo trabalhei na compra de sistemas CAD/CAE para a Maxion Motores de SBC, onde eu começava a trabalhar, e ao chegar lá eles já operavam os primeiros sistemas de usinagem CNC como os que a Embraer estava adquirindo havia alguns anos, provavelmente comprados antes mesmo dos primeiros da Embraer.

No caso dos componentes do F-5 vale lembrar que ele era um caça considerado de baixo conteúdo tecnológico, desenvolvido para ser usado por aliados menos importantes dos EUA e por isso deliberadamente não incluía nenhuma tecnologia que pudesse ser considerada sensível. Não devia haver nenhum impedimento para a compra de equipamentos para a fabricação das peças que a Embraer iria fornecer, o acordo com a Northrop apenas deu a justificativa financeira para que tais equipamentos fossem de fato adquiridos. O mesmo vale hoje para muitas das peças do Gripen, do SH ou do Rafale, que poderiam ser fabricadas no Brasil sem que precisássemos para isso receber nenhuma tecnologia sensível de ninguém (embora para apenas 36 unidades os gastos na montagem de uma linha de produção destas peças não se justifique, e apenas o SH pode demandar um número maior de peças, se elas forem usadas para os aviões encomendados pelos próprios EUA). Só que este tipo de coisa seria apenas um contrato normal de produção de peças, e não teria nenhum impacto importante sobre o acervo tecnológico brasileiro, então na minha opinião não deveria ser sequer um ítem a considerar na escolha do fututo caça principal da FAB.

Grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60449 Mensagem por LeandroGCard » Dom Set 04, 2011 1:53 pm

Justin Case escreveu:
joao fernando escreveu:Leandro, como sempre, arrebentou

Acho valido, verificarmos as tecnologias prometidas. Tambem desconfiava, que é muito papo e pouco material, e que tudo pode ser comprado no mercado

Quanto aos F5, pelo que li, a tecnologia que a Embraer queria, era as peças feitas em "colmeia de fibra", nem tanto para fazer as peças, mas para dominar a tecnologia
João Fernando, boa tarde.

Também acho que tecnologias poderiam ser "compradas" pela Embraer. O preço, caso essas estejam à venda, estaria mais ligado à sua criticidade e estado da arte, do que à quantidade de trabalho envolvido ou aos investimentos já realizados pelo proprietário dessa tecnologia.

Tenho certeza, no entanto, que recebê-las "de graça" como offset de uma compra governamental é muuuuuuito mais vantajoso para a Embraer. Mesmo que tenha que tenha que investir algumas merrecas para se capacitar a receber essas tecnologias.
Abraço,

Justin
Esta é uma pergunta pertinente Justin.

É válido que o governo brasileiro gaste mais dinheiro na aquisição de um avião de combate para sua força aérea mesmo que ele não seja a melhor escolha possível (e não estou dizendo que A, B, ou C não seja o melhor para a FAB, apenas levantando a hipótese de que possa não ser) visando favorecer uma empresa que embora privada é uma dos maiores pilares do desenvolvimento tecnológico e mesmo do prestígio internacional do país?

Pessoalmente acho que sim, dependendo das circunstâncias. Mas então isto pode ser dito com todas as letras, que a FAB estará fazendo algum sacrifício para favorecer a Embraer, e que apenas por não ver como participar disso em um programa para apenas 36 aviões os russos teriam sido eliminados do processo. Mas será que se a coisa não fosse feita de forma diferente e mais ousada os russos não poderiam ser justamente os que mais poderiam favorecer esta mesma Embraer em um prazo mais longo? Esta é sim uma questão em aberto que vale à pena discutir, pois enquanto não for assinado nenhum acordo ainda será tempo de mudar todos os conceitos.


Leandro G. Card




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Carlos Lima
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2

#60450 Mensagem por Carlos Lima » Dom Set 04, 2011 2:43 pm

joao fernando escreveu:Pergunta: em que ano vieram os offsets do F5? Porque se foram depois do Brasilia/T27, é tudo "Bolshet", besteira que não leva a nada
Veio em conjunto com a compra dos F-5 (75/77) e dentre os off-sets veio o ensinamento das técnicas utilizadas para criar aeronaves pressurizadas e o primeiro beneficiado foi o Xingu e não o Brasília.

[]s
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