O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#16 Mensagem por Guerra » Qua Ago 31, 2011 8:41 pm

Clermont escreveu:Agora, pergunta de paisano: cabelo crescido é mesmo motivo para detenção? Não tem nada mais simples no regulamento disciplinar pra lidar com isso, tipo...

- "Seu hippie bizonho e cabeludo, cai agora e paga trinta!"
Existe. Essa é uma transgressão que poderia e deveria ser classificada como leve. Nesse caso ele seria advertido. No máximo (se tivesse algum agravante) ele poderia ser impedido disciplinarmente (o que não é uma detenção como ele disse). Para estar detido como ele disse que estava, ela (A TRANSGRESSÃO)teria que ser classificada como média.
Para um corte de cabelo chegar a esse ponto, o que pode ter acontecido é o rapaz mentir durante o processo de apuração.
É bom dizer que o rapaz diz que faltou o serviço. Isso é grave.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#17 Mensagem por Clermont » Qua Ago 31, 2011 9:48 pm

Valeu, Guerra.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#18 Mensagem por Brasileiro » Qua Ago 31, 2011 11:22 pm

Clermont escreveu:Eu já vi, transmitido ao vivo e em cores pela televisão. Uma cerimônia fúnebre de um soldado do Exército, lá do Nordeste. Durante o toque fúnebre, o soldado-clarim parou, pegou seu instrumento e o arremessou, violentamente no chão, na frente de todo mundo.

Isso foi há quase trinta anos, mas eu não esqueço a expressão de raiva e desespero na face do soldado-clarim.
E por que diabos o cara fez isso? Motivação pessoal?

Por mais que estivesse magoado com alguma coisa isso me parece mais caso para análise psiquiátrica ou sei lá o que...



abraços]




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#19 Mensagem por Clermont » Qui Set 01, 2011 8:19 am

Eu não lembro mais de detalhes, mas o militar sendo enterrado foi vítima de um acidente de treinamento. Talvez, o soldado-clarim considerasse isso como sendo devido à incúria de alguém, ou da instituição.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#20 Mensagem por rodrigo » Qui Out 06, 2011 2:59 pm

Reunião Extraordinária do Alto Comando do Exército

Brasília – A partir da percepção da necessidade de se transformar o Exército Brasileiro da Era Industrial para a Era do Conhecimento, fez-se mister um planejamento que determinasse um conjunto de ações estratégicas que conduzirão esta Transformação – um Projeto de Força. Coerente com esta premissa, o Projeto estabelecerá as bases para a Transformação do Exército Brasileiro, constituindo-se no seu principal projeto integrador.

Assim, no dia 3 de outubro, na Reunião Extraordinária do Alto Comando do Exército (ACE), realizada no Comando de Operações Terrestres, foi apresentada, pelo Estado-Maior do Exército, a concepção do Exército Brasileiro para 2030.

http://www.exercito.gov.br/web/midia-im ... .mode=view




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#21 Mensagem por AlbertoRJ » Qua Out 12, 2011 9:55 am

Transformação do Exército

Reunião Extraordinária do Alto Comando do Exército

Brasília – A partir da percepção da necessidade de se transformar o Exército Brasileiro da Era Industrial para a Era do Conhecimento, fez-se mister um planejamento que determinasse um conjunto de ações estratégicas que conduzirão esta Transformação – um Projeto de Força. Coerente com esta premissa, o Projeto estabelecerá as bases para a Transformação do Exército Brasileiro, constituindo-se no seu principal projeto integrador.

Assim, no dia 3 de outubro, na Reunião Extraordinária do Alto Comando do Exército (ACE), realizada no Comando de Operações Terrestres, foi apresentada, pelo Estado-Maior do Exército, a concepção do Exército Brasileiro para 2030.

http://www.exercito.gov.br/image/journal/article?img_id=1048763&t=1318271109255

Fonte Noticiário do Exército

Projeto de Força do Exército Brasileiro

O processo de Transformação do Exército tem sua origem no diagnóstico de que o Exército Brasileiro não dispõe de capacidades compatíveis com a rápida evolução da estatura político estratégica do Brasil, que caminha, rapidamente, para ocupar a condição de potência mundial. Percebeu-se que a modernização da Força Terrestre era incipiente e que a atual conjuntura demandava um processo bem mais amplo de mudança: a Transformação. Trata-se, portanto, de um processo que pretende conduzir o Exército ao patamar de força armada de país desenvolvido e ator mundial, capaz de se fazer presente, com a prontidão necessária, em qualquer ponto da área de interesse estratégico do Brasil.
A partir da percepção da necessidade de se transformar o Exército Brasileiro da Era Industrial para a Era do Conhecimento, fez-se mister um planejamento que determinasse um conjunto de ações estratégicas que conduziram esta Transformação – um Projeto de Força (PROFORÇA). Coerente com esta premissa, o PROFORÇA estabelecerá as bases para a Transformação do Exército Brasileiro, constituindo-se no seu principal projeto integrador.

O PROFORÇA apresentará a concepção do Exército Brasileiro para os marcos temporais de 2015, 2022 e 2030, orientando o processo de Transformação.

O ano de 2010 marcou o início da Transformação do Exército. O trabalho está orientado para a elaboração de um diagnóstico e na preparação para a implantação da Transformação. Os 7 vetores de transformação selecionados – Doutrina, Logística, Preparo & Emprego, Educação & Cultura, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Corrente & Estratégica e de Ciência & Tecnologia – orientados pelo PROFORÇA, apresentarão as propostas decorrentes que permitam a experimentação e implantação, a partir de 2012, do Processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Saiba mais sobre a Transformação do Exército em:

Manual de Transformação – 2ª edição – Clique aqui para baixar os documentos em formato PDF, nas versões português e espanhol.
Portaria Nº 075-EME, 10 de junho de 2010, que aprova a Diretriz para Implantação do Processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Fonte: Resenha CCOMSEX

:arrow: Manual de Transformação – 2ª edição – Clique aqui para baixar os documentos em formato PDF, nas versões português e espanhol.

:arrow: Portaria Nº 075-EME, 10 de junho de 2010, que aprova a Diretriz para Implantação do Processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Fonte: Plano Brasil.

Parabéns ao EB pela iniciativa.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#22 Mensagem por Clermont » Qua Fev 22, 2012 8:17 pm

TUDO O QUE VOCÊ PENSA SOBRE O EXÉRCITO MAS NUNCA TEVE CORAGEM DE DIZER!

http://variedadedeassuntos.blogspot.com ... texto.html

"Bem, sou militar do Exército Brasileiro, mais precisamente, 3º Sgt de carreira. Sinceramente, gostaria muito de poder me identificar, dizer em que ano fui formado e até meu nome, pois são duas coisas das quais me orgulho muito, meu nome e minha turma de formação, o pontapé inicial de minha carreira. Desculpem-me pela covardia do anonimato, mas todos nós sabemos das retaliações e perseguições a que estarei sujeito caso me identifique.
UMA RÉPLICA.

http://variedadedeassuntos.blogspot.com ... texto.html


Capitão QAO escreveu: "De início quero dizer que só estou comentando aqui por que meu filho me mostrou essa página, não sou do tipo que fica navegando na net.

Sou Capitão QAO da reserva, arma de Engenharia. Se me permitem um breve resumo:

- 3º SGT aos 20 anos;

- 2º SGT aos 26;

- 1º SGT aos 32;

- Subtenente aos 37;

- 2º Tenente aos 39;

- 1º Tenente aos 43;

- Capitão aos 46.

Somente por ter sofrido um acidente que me privou em parte da visão, fui para a reserva aos 48, do contrário, continuaria até que a idade me forçasse a sair.

Ostento sobre a lareira minha espada de oficial, meu bastão de General-de-Praças (sabe o que é isso, 3º SGT?), além das medalhas com que fui agraciado: Mallet, Marechal Hermes (duas vezes), bronze e prata militares, e Pacificador (sabe o que cada uma delas significa, 3º SGT?).

Tenho orgulho de minha carreira, do que consegui por mim mesmo, pois meu pai era um simples motorista e fiquei órfão de mãe aos 8 anos. Nunca tive alguém para me abrir portas, e tampouco aprendi o ofício de puxa-sacos.

Razões para ter chegado ao topo da carreira: sempre me qualifiquei entre os melhores, sempre fui perito no que me propus fazer, nunca tive uma única anotação negativa. Ganhei pontos, ainda, por ter acumulado cursos: paraquedistas, selva, gestão militar, etc.

E antes de entrar para o EB, formei-me técnico em edificações, e durante minha vida militar arranjei tempo para graduar-me e pós-graduar-me em matemática por uma universidade pública (Unesp). Hoje sou professor-mestre de matemática em universidade pública, cargo conquistado mediante concurso.

Acho que respondo não só ao 3º SGT acima, mas também a outros que se manifestaram nessa página quando digo que só deve buscar as fileiras do exército, ou de qualquer outra Força, quem tem comprometimento com sua vocação militar.

Ser militar não é para quem sonha ficar rico, nunca foi.

Ser militar é para quem sabe o que é honra, coragem, dever e sacrifício. Não para quem quer um emprego público em busca de estabilidade e salários altos.

Para isso, como disse o sopa de letrinhas ali embaixo, há outros concursos onde pagam mais e exigem menos.

Caro 3º SGT, qual foi sua colocação no concurso de admissão da EsSA? Qual foi sua classificação ao final do curso de formação? Quando você tem se esforçado para estar entre os melhores? Quer Bônus, pague o ônus, ou, como dizem por aí, peça para ir ao banheiro e não volte. O Exército não precisa de homens (!?) como você.

Fulano escreveu: "Você é um pucha saco de merda, me vem com essa de ser o melhor no que faz, não conheço um QAO que não fosse baba ovo até de oficial temporário. General dos praças que ridículo.


Capitão QAO : Alguém que escreve "pucha" saco, não mereceria resposta, mas vá lá...

Fui sim o melhor no concurso da EsSA (1º colocado), no Curso de Formação (1º colocado) e no curso de Aperfeiçoamento (1º colocado). Não ganhei minhas medalhas por meus belos olhos verdes.

Quanto a ser puxa-sacos (aprendeu ignorante?), nunca fui. Andei, sim, chutanto alguns pelo caminho da caserna. Só para ilustrar o que digo, duas passagens:

1ª - Quando ainda era 2º SGT (servindo na 1ª Cia Eng Cmb Pqdt), um 1º Tenente me desafiou perante meu pelotão, usando ofensas como as suas. Resultado: foi dormir com um olho roxo e um lábio partido. Punição? Nenhuma. 'Ele teve o que mereceu, disse o Major'.

2ª - Quando Subtenente, um Capitão fez a mesma coisa, levou lição semelhante. E de novo, nada.

Nos dois casos tive a sorte de contar com oficiais superiores com bom senso e noção de justiça, pois se dependesse de puxar-sacos estaria ferrado.

Quanto a General-de-Praças (aprendeu ignorante?), trata-se de tradição militar: é como são conhecidos os Capitães QAO (e os antigos Capitães dos QOA e QOE - sabe o que são, ignorante? Leia o Decreto Presidencial n 84.333, de 20 de dezembro de 1979). Os que se distinguem no comando de tropas recebem um bastão em madeira de lei com a insígnia do QAO e as três estrelas de Capitão.

É sempre bom dividir conhecimento com pessoas menos esclarecidas.

Fulano: "foi tudo o 01 na EsSA, 01 no CAS e em casa era o zero dois, hehe, sim, pois, com imbuste todo a mulher fica em segundo plano. Abraço 'General de praça'. É baba ovo e fim de história."


Capitão QAO: Você me diverte... inculto, mal-educado, sem argumentos, mas é engraçado. Só por isso, vou te encher mais um pouco.

Sabe qual a diferença entre o SGT de destaque e o SGT comum?

Ambos entraram na EsSA na mesma turma. O de destaque classificou-se no concurso entre os dez primeiros, o comum teve uma classificação de três dígitos (sabe o que é isso, não?).

Ambos estiveram lado a lado durante o curso, e no final, o primeiro recebeu a Medalha Marechal Hermes, enquanto o outro ficou lá no meio do pelotão, cochichando para o do lado: "Ele sempre foi o queridinho dos instrutores".

Dezoito anos depois, o comum, já exibindo suas insígnias de 1º SGT, reencontra seu colega, já subtenente e indo para 2º Tenente QAO. O comum, então, depois de bater a devida continência ao outro, espalha pelo Batalhão que o outro sempre foi puxa-saco (com "x" e hifen, tá).

Cinco anos depois, encontram-se novamente, o comum exibindo sua suada insígnia de subtenente, o outro já 1º Tenente e indo à Capitão QAO. E dá-lhe continência.

E daí se ele já possui seis barretes (sabe o que são, não?), no lado direito do peito, "tudo arranjado", maldiz o comum para quem lhe dá ouvidos...

Mas a desgraça do sargento comum não é o seu colega de turma ter evoluído mais na carreira (porque de fato era melhor, e não baba ovo... e o pior era que o sargento comum sabia disso)...

A desgraça é aquele 3º SGT que saiu da EsSA quando o sargento comum já era 2º SGT à meio caminho da promoção para 1º SGT.

O moleque, que por ser tão bom (ou melhor) do que seu ex-colega de turma, foi promovido à subtenente no mesmo dia que ele, sargento comum, e pior, sabe-se que por suas capacidades ele chegará ao QAO, e será 2º Tenente antes que o sargento comum (agora subtenente) complete seu tempo e vá para a reserva.

Ou seja, mais um para ele bater continência!

Vida de incompetente é assim: reclama de tudo o que não conseguiu, disfarça a inveja com maledicências e por falta de argumentos em um debate, escreve 'é baba ovo e fim de história'.

Como eu disse no início, você me diverte.

(PS. : Essa história é verdadeira, e por muita coincidência, o sargento comum que foi meu colega de turma também tinha o nome de guerra Fulano.)

Siclano escreveu: "General dos praças, parabéns pelas suas qualificações. Mas hoje você é um oficial da reserva, com os 30 % de tempo de serviço, posto a mais para a reserva e tudo mais... não é deixar de ser patriota, nem gostar da força, mas o fernando apertou a forca e os outros estão puxando a corda... e o pessoal de farda tem filho para criar, família para sustentar e vc só está pensando em si próprio em vez de apoiar seus colegas, você realmente não pode reclamar de nada.


Capitão QAO: Caro, Siclano,

Agradeço os elogios, mas você se engana quando diz que penso somente em mim.

Sou um oficial sim, mas minha origem foi praça, e jamais me esqueço disso.

Eu e outros oficiais QAO, bem como SGTs e subtenentes de minha e de outras turmas (todos já na reserva), estamos lutando nos bastidores para melhorar a carreira dos graduados.

Mantemos contatos com o comando do Exército e também com políticos em Brasília (há inclusive alguns QAO que se tornaram políticos: vereadores e deputados estaduais), buscando as melhorias que os praças sempre mereceram. Já apresentamos um projeto de lei e estamos aguardando respostas.

Não é uma missão fácil, principalmente porque há certo revanchismo contra os militares e, pelo que de errado alguns fizeram, pagamos todos.

Mas de qualquer forma, estamos tentando o que nos é possível. Precisaríamos eleger mais militares como nossos representantes no Congresso.

Espero que o Fulano também leia isso, e não fique pensando tão mal de mim.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#23 Mensagem por Guerra » Qua Mar 07, 2012 8:45 pm

Caro 3º SGT, qual foi sua colocação no concurso de admissão da EsSA? Qual foi sua classificação ao final do curso de formação? Quando você tem se esforçado para estar entre os melhores? Quer Bônus, pague o ônus, ou, como dizem por aí, peça para ir ao banheiro e não volte. O Exército não precisa de homens (!?) como você.
Eu e outros oficiais QAO, bem como SGTs e subtenentes de minha e de outras turmas (todos já na reserva), estamos lutando nos bastidores para melhorar a carreira dos graduados.
Esta perdendo tempo, pois os "zero" de turma já tem que tudo que precisa na vida, e o resto o EB não precisa deles.

Se conversa fiada pagasse imposto.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#24 Mensagem por Guerra » Qua Mar 07, 2012 8:47 pm

Transformação do Exército

Reunião Extraordinária do Alto Comando do Exército

Brasília – A partir da percepção da necessidade de se transformar o Exército Brasileiro da Era Industrial para a Era do Conhecimento, fez-se mister um planejamento que determinasse um conjunto de ações estratégicas que conduzirão esta Transformação – um Projeto de Força. Coerente com esta premissa, o Projeto estabelecerá as bases para a Transformação do Exército Brasileiro, constituindo-se no seu principal projeto integrador.

Assim, no dia 3 de outubro, na Reunião Extraordinária do Alto Comando do Exército (ACE), realizada no Comando de Operações Terrestres, foi apresentada, pelo Estado-Maior do Exército, a concepção do Exército Brasileiro para 2030.

http://www.exercito.gov.br/image/journal/article?img_id=1048763&t=1318271109255

Fonte Noticiário do Exército

Projeto de Força do Exército Brasileiro

O processo de Transformação do Exército tem sua origem no diagnóstico de que o Exército Brasileiro não dispõe de capacidades compatíveis com a rápida evolução da estatura político estratégica do Brasil, que caminha, rapidamente, para ocupar a condição de potência mundial. Percebeu-se que a modernização da Força Terrestre era incipiente e que a atual conjuntura demandava um processo bem mais amplo de mudança: a Transformação. Trata-se, portanto, de um processo que pretende conduzir o Exército ao patamar de força armada de país desenvolvido e ator mundial, capaz de se fazer presente, com a prontidão necessária, em qualquer ponto da área de interesse estratégico do Brasil.
A partir da percepção da necessidade de se transformar o Exército Brasileiro da Era Industrial para a Era do Conhecimento, fez-se mister um planejamento que determinasse um conjunto de ações estratégicas que conduziram esta Transformação – um Projeto de Força (PROFORÇA). Coerente com esta premissa, o PROFORÇA estabelecerá as bases para a Transformação do Exército Brasileiro, constituindo-se no seu principal projeto integrador.

O PROFORÇA apresentará a concepção do Exército Brasileiro para os marcos temporais de 2015, 2022 e 2030, orientando o processo de Transformação.

O ano de 2010 marcou o início da Transformação do Exército. O trabalho está orientado para a elaboração de um diagnóstico e na preparação para a implantação da Transformação. Os 7 vetores de transformação selecionados – Doutrina, Logística, Preparo & Emprego, Educação & Cultura, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Corrente & Estratégica e de Ciência & Tecnologia – orientados pelo PROFORÇA, apresentarão as propostas decorrentes que permitam a experimentação e implantação, a partir de 2012, do Processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Saiba mais sobre a Transformação do Exército em:

Manual de Transformação – 2ª edição – Clique aqui para baixar os documentos em formato PDF, nas versões português e espanhol.
Portaria Nº 075-EME, 10 de junho de 2010, que aprova a Diretriz para Implantação do Processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Fonte: Resenha CCOMSEX

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:arrow: Portaria Nº 075-EME, 10 de junho de 2010, que aprova a Diretriz para Implantação do Processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Fonte: Plano Brasil.

Parabéns ao EB pela iniciativa.
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Acho que desta vez é pra valer.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#25 Mensagem por Clermont » Seg Jul 21, 2014 11:42 am

A AÇÃO INSTITUCIONAL DO EXÉRCITO BRASILEIRO NA DESVALORIZAÇÃO CONTINUA DAS PRAÇAS DE CARREIRA - QUAIS OBJETIVOS A INSTITUIÇÃO ALMEJA ALCANÇAR?

Texto anônimo - 6 de janeiro de 2013 - http://montedo.blogspot.com.br/2013/01/ ... rcito.html.

Sou graduado do Exército Brasileiro e realizei nos dias 24 e 25 de novembro de 2012 o Concurso de Admissão ao Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais – CA/CHQAO, normatizado pela Portaria nº 070-EME, de 21 de 21 de maio de 2012.

O concurso decorreu com relativa tranquilidade. Achei exagerado o tempo de 4 horas para realizar a prova e mais exagerado ainda ter que esperar 2 horas e 30 minutos para poder sair. Um absurdo, levando em consideração que a grande maioria não demorou mais que 1 hora para fazer a prova e marcar o cartão de resposta.

Mas meu objetivo aqui não é analisar o CHQAO e sim fazer uma reflexão. Usei as 2 horas que tive que esperar para fazer uma reflexão sobre nossas carreiras e como o Exército Brasileiro tem nos tratado.

Deste ponto em diante, passo a minha reflexão.

O Exército Brasileiro tem agido na contramão das demais Forças Armadas Marinha e Aeronáutica, na valorização de suas praças concursadas. Vem continuamente nos últimos vinte anos modificando e criando normas para dificultar a carreira. A carreira existente hoje difere totalmente da constante dos editais dos concursos da década de oitenta e noventa, uma verdadeira propaganda enganosa, já que quando entramos a carreira era uma e hoje, já no terço final, ela é outra, muito pior e mais sofrida.

O que será que a cúpula pretende com tamanha desmotivação patrocinada pela instituição? Vou citar apenas alguns fatos para melhor elucidar o que digo:

1) REAJUSTE DIFERENCIADO DE 28,86%:

Esse reajuste foi concedido pela Lei nº 8.627, de 19 de fevereiro de 1993, sendo contemplados servidores públicos federais civis e militares. Oficiais Generais e Oficiais Superiores (Coronel, Tenente Coronel e Major) receberam o índice integral dos 28,86%; já os postos e graduações abaixo de capitão foram contemplados com índices diferenciados, escalonados. Por quê? Seria porque as praças de carreira atingem o posto de capitão? Seria uma forma de “mandar” para a reserva os velhos capitães QAO? Desmotivar os subtenentes a alçarem a carreira de oficial?

Nesse episódio a cúpula das Forças Armadas foi contemplada com os índices integrais. Vai dizer que eles não sabiam que estavam recebendo índices maiores que seus subordinados?

2) EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.131, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2000:

Essa Medida Provisória que vigora hoje com o nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001, revogou a Lei nº 8.237, de 30 de setembro de 1991, criando nova Lei de Remuneração dos Militares das Forças Armadas e alterando/suprimindo diversos direitos dos militares, inclusive alterando substancialmente a Lei nº 3.765, de 4 de maio de 1960, Lei das Pensões Militares.

Essa MP foi sem dúvida o mais duro golpe nos militares das Forças Armadas aplicado no Governo FHC. Foi a maior prova de deslealdade, falta de camaradagem e de todos os outros preceitos cultivados pela caserna, patrocinados pelos Chefes da época. Esse golpe foi dado pela cúpula das Forças Armadas da época e não pelo Governo FHC, já que os que comandavam as Forças à época garantiram todos os benefícios da lei anterior e ainda incluíram novos direitos na nova Lei de Remuneração, tais como o Adicional de Permanência de 5% por cento do soldo para quem fique 720 dias após os 30 anos de serviço e daí em diante mais 5% por cento a cada promoção.

Esses Chefes Militares, digo chefes porque recuso a chamá-los de Comandantes, abandonaram seus subordinados à própria sorte, pois não propuseram ao Governo FHC regras de transição para os demais militares. Militares com 9 anos e onze meses, 19 anos e onze meses meses, 29 anos e onze meses perderam direito a Licença Especial de seis meses, já tendo cumprido quase 90% (noventa por cento) do período aquisitivo, militares que perderam o direito a irem para a reserva com os proventos do posto ou graduação superior, já tendo cumprido mais de 90% (noventa por cento) de suas carreiras de 30 (trinta) anos.

Por que as cúpulas das Forças Armadas não se empenham na votação da Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001 para transformá-la em lei para que possam ser criadas as regras de transição que beneficiariam muitos de seus subordinados? Seria porque eles não ganhariam nada com a nova lei? Seria porque isso desagradaria a Presidenta? Será que quem manda hoje na Força acha conveniente manter tudo como esta? Será que as baixas/demissões não atendem ao que eles querem que é reduzir o efetivos dos quadros, principalmente o quadro das praças de carreira, já que hoje o efetivo de Primeiro Sargento e Subtenente esta muito grande em todas as Organizações Militares do Exército? O Exército tem dado sinalização de que hoje o foco são os militares temporários (Oficiais, Sargentos e Cabos), sob o pretexto de que esses militares quando começam a ficar velhos são licenciados, não acarretando gasto com saúde e previdência, ou seja, os militares concursados estão sendo desestimulados a continuar suas carreiras.

A Lei de Remuneração das Forças Armadas é uma Medida Provisória com 12 (doze) anos de existência. Acho que somos a única carreira que recebe através de Medida Provisória. Desconheço se existe alguma outra categoria no serviço público federal ou estadual. Por se tratar de MP não se permite o socorro ao judiciário para podermos pelo menos criar uma regra de transição para aqueles que perderam benefícios por meses e dias da reserva. O Congresso Nacional só age sob pressão. Nós infelizmente não temos como nos mobilizar, pois não temos nem Associação como a Policia Militar.

Dos anos 2000 até hoje vários militares e pensionistas já faleceram levando para o túmulo direito que não puderam usufruir por descaso de quem vem nas mídias sociais falar em “Família Militar” e dizer que tem “hora certa de plantar e de colher”, ”nossas urgências serão traduzidas em fatos concretos”. Depois de mais de cinco anos de estudo conseguem 30% (trinta por cento) para repor perdas acumuladas em cinco anos (2011, 2012, 2013, 2014 e 2015), abatidos a inflação média de 5% (cinco por cento) em cinco anos. Ao fim, ganharemos 5% (cinco por cento). Faça um favor a todos nós e peça para ir para casa! A propósito, a compulsória não pega esse sujeito?

Se a cúpula das Forças Armadas quisesse a Medida Provisória nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001 já teria virado lei. Cada Comando de Área tem um Coronel que é Assessor Parlamentar agindo diretamente nas Assembleias Legislativas; o Gabinete do Comandante do Exército tem Assessoria agindo diretamente no Congresso Nacional. Não conseguem porque falta interesse pela situação difícil que passam seus subordinados. Existem casos verídicos de militares de baixa graduação recorrendo a agiotas para pagar conta de supermercado; há militares que estão morando em imóveis sem energia elétrica que já foi cortada por falta de pagamentos, e nosso Chefe preocupado com SISFRON, END e outros projetos como se nos fossemos o Exército Inglês...

3) SITUAÇÃO SALARIAL:

O que dizer da nossa situação salarial? As Forças Armadas recebem o pior salário do serviço público federal. Isso quem diz é o próprio Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em seus Boletins. Nossa situação salarial chegou onde chegou por desleixo, desrespeito e falta de ação de Comando dos Chefes Militares ou foi intencional? Será que a cúpula das Forças utilizou a lógica neoliberal capitalista de criar uma massa de excluídos? Uma massa de inocentes úteis? É mais fácil comandar quadros esfarrapados ávidos por uma movimentação, uma promoção, uma diária? Brigamos para ocupar Próprios Nacionais Residências (PNR) que muitas vezes não oferecem qualidades mínimas de habitação, mas são disputados por praças e oficiais que hoje não conseguem pagar um aluguel para morar em um lugar decente com suas famílias nas grandes e medias cidades. Comandar militares bem remunerados, treinados, equipados e com consciência republicana e democrática é mais difícil, por isso desconfio que as mazelas a que estamos expostos diariamente são institucionalizadas para nos dominar.

Hoje o que mais aflige os quadros é a falta de moradia e dificuldade de pagar um aluguel nas cidades médias e grandes quando das transferências. Várias categorias no serviço público conseguiram nos últimos anos o pagamento de Auxílio Moradia. Nós militares tínhamos esse direito que foi usurpado pela Medida Provisória nº 2.131, de 28 de dezembro de 2000 e até hoje, 12 (doze) anos depois não conseguimos retornar com esse beneficio. Por que será? Vejamos:

- Os Oficiais Generais e os demais Oficiais em Cargo de Comando, Chefia e Direção, Chefes de Estado-Maior, Subchefes de Estado-Maior e algumas outras funções tem direito a Moradia Funcional, quase sempre todas mobiliadas, com direito a telefones fixos e celulares custeados pelo erário, combustível, alguns ainda recebem alimentação do quartel para manterem suas residências, fora isso para se protegerem eles criaram cotas para atender exclusivamente aos oficiais superiores, com isso em quase todas as Guarnições que chegam os Majores, Tenentes Coronéis e Coronéis tem moradias garantidas, salvo algumas exceções. Para as praças de carreira não existe distinção: um Subtenente com 25 (vinte e cinco) anos de serviço concorre a um PNR em igualdade de condições com um Terceiro Sargento. Os Capitães e Tenentes também sofrem para conseguir uma moradia igual às praças. Acontece que um oficial de carreira com menos de vinte anos já será oficial superior, passando a ser beneficiado pelas cotas criadas. Já a praça vai passar por isso a vida toda, mesmo que saia oficial sua carreira termina como Capitão, sofrendo quase sempre até ir para a reserva.

Por que a cúpula brigaria por um Auxílio Moradia para beneficiar principalmente aqueles que eles querem ver pelas “costas”? Nesse caso cabe a nós uma última esperança: existe ação na justiça já em segunda instância condenando a União a indenizar militar que foi movimentado por necessidade do serviço e não conseguiu moradia na cidade de destino. Será que o JUDICIÁRIO nos ajudará a conseguir algo que nossos Chefes não conseguem por falta de interesse?

4) CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE HABILITAÇÃO AO QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS – CA/CHQAO.

A explicação institucional para o CHQAO se da pelo fato das praças serem alçadas ao posto de 2º Tenente sem possuir curso superior. Segundo eles, com o CHQAO preenche-se essa lacuna. Aí eu me pergunto: e o Oficiais Temporários (R2), que são garotos que ingressam no EB com somente o ensino médio, com a única exigência de estarem cursando uma faculdade? Eles são promovidos ao primeiro posto sem estarem ao menos no segundo período da faculdade. A resposta possível e que ouso é que eles são temporários e esta regra não os abrangeria; ora, então nas universidades, os professores substitutos não precisam ter o mestrado? Os juízes substitutos não precisam ser bacharéis, basta que estejam cursando?

Acontece que segundo informações de bastidores, o Exército criou o curso sem antes planejá-lo.

Segundo informação, o MEC não reconheceu o curso que inicialmente seria superior de dois anos e ao fim do curso os concludentes seriam tecnólogos em recursos humanos e tecnólogos em logística. Hoje não sabemos se o CHQAO será fundamental, médio, superior, técnico, extensão, especialização... Aceitamos sugestão. O MEC é bem taxativo nos requisitos para um curso superior funcionar. Primeiro tem que partir de uma Instituição de Ensino Superior, coisa que a EsIE não é. Segundo, a Instituição Superior tem que possuir um corpo docente com formação específica que atenda a especificidade de cada curso, além de, obrigatoriamente, contar com um percentual mínimo de 30% de mestres e doutores. Será que o EB possui esta estrutura? Como achar que o MEC reconhecerá um curso como o CHQAO feito sem cumprir estes requisitos?

Durante nossa carreira aprendemos que tudo que está ruim ainda pode piorar e piorou. O Estado-Maior do Exército, utilizando uma sensibilidade/tato de uma anta com pé de atleta publicou no Boletim do Exército nº 047, de 23 de novembro de 2012, vejam bem, a 24 (vinte e quatro) horas do Concurso de Admissão do CHQAO, nova sistemática de promoção, aumentando o tempo de permanência na graduação dos Primeiros Sargentos da turma de formação de 1992 em diante, de cinco anos e meio para seis anos na graduação, sendo que para alguns sargentos vai significar mais 1 (um) ano no mínimo na graduação atual, isso significa prejuízos financeiros e morais. Aumentaram também o tempo mínimo na graduação de Subtenente para atingir o QAO, passou de 4,5 (quatro anos e meio) para 5 (cinco) anos. Tudo isso na véspera da prova, qual seria o objetivo dessa gente? Seria desmotivar o máximo de militares possível para que eles desistam de suas carreiras e assim que completarem os trinta anos, peçam reserva? Assim se resolveria o problema causado pelos pífios planejamentos passados que estão eclodindo agora no grande acúmulo de Subtenentes nas OM... Se a intenção foi essa acho eles conseguirão, pois vários militares chegaram altamente desmotivados para a realização do concurso. O próprio art 17 da portaria que cria o CHQAO é bem claro quando enfatiza que o militar tem que estar ciente que mesmo que ele venha a ser aprovado no processo seletivo, mesmo que venha no futuro concluir com aproveitamento o CHQAO, isto não lhe garante a promoção a 2º Tenente.

Parabéns ao EME pela objetividade das matérias publicadas no BE do dia 23 de novembro de 2012. Atingiram todos os objetivos propostos!

5) IGNORÂNCIA INSTITUCIONAL PROPOSITAL SOBRE A CONDIÇÃO INTELECTUAL DAS PRAÇAS:

Hoje vivemos a Era do Conhecimento. As praças de modo geral e as praças de carreira em particular passaram a procurar se inserir nessa nova era, melhorando seu capital intelectual. Como consequência disso mais Subtenentes e Sargentos passaram a procurar os bancos das Universidades e Faculdades, como forma de entender melhor a sociedade em que vivemos e de também quem sabe prosperar em suas carreiras nas Forças Armadas. Acontece que o Exército Brasileiro não acompanhou esse raciocínio, permanecendo com a mesma visão perpetrada desde Guararapes, ou seja, sargento bom tem que ser “burro” e “forte”.

Hoje temos subtenentes e sargentos portadores de diplomas de graduação, pós-graduação, mestrado e até doutorado, porém essas qualificações são completamente inúteis e ignoradas pela Instituição. Esses militares não tem oportunidade de ascensão interna, não são aproveitados como professores dos Colégios Militares (apesar da falta de professores atualmente), das Escolas de Formação de Praças. O Exército prefere contratar oficiais temporários para serem professores, mas não oferecem essas oportunidades aos seus praças, utilizando a lógica de que quem nasceu nas “Senzalas” não pode jamais alcançar a “Casa Grande”.

O próprio serviço público valoriza seus servidores que se especializam oferecendo oportunidades para ascensão interna. No serviço privado nem se fala! Existem empresas que custeiam cursos superiores para seus empregados, mesmo que após o curso eles possam sair para outras empresas, porém no período em que eles lá permanecem dão o máximo e contribuem para o crescimento da produtividade, pois estão motivados e felizes.

O cúmulo do absurdo acontece com o CHQAO, a Instituição está obrigando quem já possui curso superior a fazer um curso técnico para ser promovido a oficial, pode uma coisa dessas? Se uma grande empresa nacional ou estrangeira souber disso ou mesmo se algum outro Exército souber que o Exército Brasileiro que alega que as praças ascendem ao oficialato sem curso superior, por isso criou o CHQAO, ministra um curso técnico para quem já possui curso superior sair oficial, seremos motivo de chacota... e ainda falamos mal dos portugueses!

Por que a Instituição nos ignora? Será pelos motivos acima elencados ou por absoluta falta de visão estratégica? Se continuar como estamos, com os piores salários do serviço público federal e com carreiras a cada ano menos atrativas, duvido que teremos mão de obra qualificada para operar o SISFRON e outros projetos estratégicos do Exército Brasileiro, ou vocês acham que oficiais generais e superiores vão colocar a mão na massa? Nunca colocaram por que colocariam agora?

6) CONCLUSÃO:

Cada um tire a sua conclusão. A instituição Exército Brasileiro, chefiada por gente descompromissada com a categoria, está promovendo um plano de demissão voluntaria camuflado na categoria “VALORIZAÇÃO DOS QUADROS”. Não se surpreendam se nosso tempo de serviço passar para trinta e cinco anos e se houver a perda da paridade salarial entre ativos e inativos/pensionistas.

Não se iludam: nossos Chefes são Oficiais Generais, cargo político e como tal o compromisso deles é com os políticos, são prepostos do Executivo a frente das Forças Armadas. Estes chefes vivem em suas torres de marfim, envoltos em privilégios.

Tenho um amigo que gosta de fazer uma comparação de nossa situação com um clássico da sociologia brasileira. No livro Casa Grande & Senzala, o ilustre Gilberto Freyre diz que “os escravos são os pés e as mãos dos senhores de engenho”; meu amigo parafraseia-o dizendo que “As praças são os pés e as mãos dos oficiais do Exército Brasileiro”, e complementa que no Exército há uma estrutura semelhante às grandes fazendas do Brasil colônia, que eram divididas entre a Casa Grande e a Senzala; não preciso dizer quem fica na senzala...

Por fim respondendo o objetivo proposto: QUAIS OBJETIVOS A INSTITUIÇÃO ALMEJA ALCANÇAR?

Reduzir o número de Primeiros Sargentos e Subtenentes existentes no momento, fruto de planejamentos errados no passado, que hoje estão eclodindo nas OM. (vide artigo crítico sobre o CHQAO disponível no Portal Militar) Para isso estão sendo usados expedientes para desmotivar as praças a continuarem suas carreiras, com sucessivos aumentos de interstício durante os últimos vinte anos, criação do CHQAO, criação da Comissão de Promoção de Sargentos para pontuar militares apadrinhados do “SISTEMA” e excluir militares que possuam méritos e desempenho, porém são contra-indicados para atingir o oficialato por terem em algum momento de suas carreiras contrariado interesses nada republicanos de alguns!

“Pensar é questionar o óbvio” – Darcy Ribeiro

A situação tende a piorar!




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#26 Mensagem por Clermont » Seg Jul 21, 2014 11:46 am

A) ALGUNS COMENTÁRIOS ESCOLHIDOS DE LEITORES SOBRE O TEXTO ACIMA:

Anônimo 1 escreveu:rss, teve um comandante do Exército que numa reunião cheia de praças mandou a seguinte pérola: eu tenho sgts que sabem entrar até na internet... eu não sei se eles teem esse pensamento mesmo ou se falam pra diminuir e assim se sentirem superiores...

Anônimo 2 escreveu:O Sistema de promoção dos Praças das Forças Armadas é covarde, injusto e imoral, para não dizer que representa um grande abuso de autoridade. Os aumentos diferenciados citados acima são criminosos, colocando os Praças em situação de enorme constrangimento.

Anônimo 3 escreveu:Meus amigos, se a situação é desmotivadora para quem já está realizando o CHQAO, imagine nós Sgt da Turma de 96 em diante, que passamos a ter interstícios enormes. Só pra ilustrar, enquanto um Sgt de 1998 recebeu sua promoção a 2º Sgt, um aspirante recebeu a de 2º Ten, 1º Ten, Cap e Maj, legal né?

E enquanto temos ombreando Sub e 1º Sgt dos gloriosos interstícios de 5 anos, 6 anos, nós amargamos 8 pra cima. pergunto: Vale a pena se esforçar para ganhar 6 meses a mais ou a menos num espaço de tempo desse?

No começo de 2012, li um BE
[* Boletim do Exercito] dizendo que iriam criar um Grupo de Trabalho para valorizar os Sgt, esses dias li outro BE com as perspectivas de nossa carreira, advinhem? E ai quem estudou quando era jovem e teve melhores oportunidades de entrar na AMAN fica o resto da vida sossegado... e o pracinha, pode ter doutorado que vai ser aux e não tá contente pede pra ir embora...não é isso? Srs não tenho recalques, acho que os oficiais merecem ir a General e ter seus privilégios... mais precisa essa diferença toda? ainda estamos no império? nobres e plebeus. Mais digo o seguinte: gosto da profissão, tenho família pra sustentar, já não tenho 20 anos de idade, criei boas oportunidades intelectuais e financeiras e não vou dar baixa agora.... vou continuar frustrado, lamentando anonimamente, não porque sou covarde, mais porque o sistema é, vcs sabem... chega por aqui, vou comer uma costela que ganho mais, abraços a todos e bom domingo...
Anônimo 4 escreveu:Prezado sargento:

Não concordaria totalmente com a tese de que há um "plano velado" para a desmotivação das praças, pois servi a minha vida inteira no corpo de tropa (exceto um curto período como instrutor) e bem sei o valor e a falta que fazem os bons ST e Sgt nas nossas lides diárias. Uma das grandes limitações que temos, atualmente, no meu quartel é a falta de sargentos. Também sentimos falta de oficiais QAO, já que possuímos 05 vagas no nosso QCP [* Quadro de Cargos Previstos], que não são preenchidas. Normalmente os QAO são movimentados para grandes comandos (ou unidades diretamente subordinadas) por esse Brasil afora, não permanecendo muito tempo nos corpos de tropa. Isso é um indício de que são considerados profissionais de valor, pelo menos é como vejo e tenho visto acontecer. Os demais aspectos que você postou, porém, são de uma coerência bem objetiva e também já venho há muito me questionando sobre o porque da Força tratar seus integrantes dessa maneira. Como oficial superior, faço o que está ao meu alcance para apoiar os da minha equipe, e sei que muitos outros oficiais também o fazem. E também nunca tive papas na língua para expor esse entendimento aos meus comandantes. Creio firmemente que qualquer verdade pode ser dita aos chefes, com o devido respeito, educação e dignidade. Aliás, foi exatamente isso que você fez nessa sua reflexão. Mas, como você mesmo disse, as ações passíveis de efetivamente atender à Força e, principalmente, às praças como um todo, têm que vir dos mais altos escalões, aos quais nem eu nem você pertencemos. Não sou um oficial de berço e nem de "linhagem" (não fiz ECEME) e, sinceramente, tenho as mesmas dificuldades para entender as motivações dos "ideúdos" de Brasília, que bem parecem - eu reconheço - estar firmemente obstinados em nos afundar, cada vez mais. Bom, uma coisa é certa... Seria ingenuidade não esperar que os órgãos de inteligência das FA acompanhem o que se posta no presente Blog e em tantos outros existentes... Sendo assim, a sua reflexão (juntamente com este meu comentário) certamente vai galgar os escalões superiores da nossa Força. Espero que tenham hombridade e consideração de a fazer chegar aos nossos comandantes. Provavelmente não irão respondê-la, mas verão, uma vez mais, que a ponta da linha não é composta de "inocentes úteis" e que a cisão poderá surgir. E, quando infelizmente acontecer, não havérá outros a serem responsabilizados, senão eles próprios. Ainda confiamos neles, mas qualquer confiança se fundamenta em merecimento. Um abraço, espero que tudo dê certo para todos nós. Feliz 2013.
Rogério - JF escreveu:Parabéns!

É a primeira vez que leio algo sensato e racional atinente a situação em que se encontra as Praças do EB. O autor traduziu o dilema enfrentado desde o cabo estabilizado até o capitão QAO. Infelizmente nós do Quadro Especial não contamos com essa visão crítica, mas,responsável do autor. Vejo os leões de alojamento dizerem: - Eu não concordo com promoção de QE. Eu sou concursado, tenho tantos anos de serviços e seria injusto para comigo. É como diz a canção do mineiro Zé Geraldo - Milho aos pombos - "Se vem alguém querendo consertar pega esse idiota e enterra." As praças do EB tornaram-se órfãos de pais, a mãe continua sendo a Pátria Amada, mas até quando?

Na unidade onde sirvo tem um 1º Sgt que possui 2 cursos superiores - Administração e Direito -, e é obrigado a fazer esse CHQAO. Em suma, o caldeirão do inferno não precisa de guardas, pois um tende a puxa o outro para o fundo do poço.

Ainda que amiúde, meus parabéns pela belíssima reflexão, fico extremamente feliz em ver que nem tudo está perdido.
STen Reis escreveu:Parabéns ao autor do tópico, que é a mais pura verdade. O Alto-Comando do EB não tem a mínima consideração com seus "praças". Um subtenente, por exemplo, com mais de 25 anos de serviço, e uma carreira incerta, é submetido a uma Comissão de Promoções ridícula (CP-QAO) e excelentes profissionais não conseguem ser promovidos ao QAO, e vão para a reserva com 4 minguados vencimentos, enquanto isso garotos formados nos NPOR da vida, com 10 meses de meio-expediente, no final chegam facilmente ao oficialato, e quando vão embora ainda recebem bem mais que um profissional que dedicou toda sua vida a Força...para piorar, agora inventaram esse ridículo CHQAO, que só serve para menosprezar ainda mais o praça.
Anônimo 5 escreveu:Em relação a adoção do CHQAO pelo Exército, e motivo de reclamações dos ST e Sgt pela criação do referido curso, o fato é que foi imposição do TCU, pois todo ano as contas do Exército eram aprovadas com restrição tendo em vista que o QAO era promovido sem uma formação superior. Outro motivo, é a promoção do QE, motivo de observação daquele tribunal, pois o mesmo não faz um curso de formação para ser promovido, apesar de sua formação prática ser de mais de 15 anos. Outra observação que faço, é que somente o Exército não existia tal Curso para ingresso no Quadro Auxiliar. As demais Forças a muito tempo tem esse tipo de Curso de Habilitação. Na Marinha, inclusive, o Sargento pode se inscrever desde 3º Sgt. Quando chega a Capitão-Tenente, se possuir formação superior civil pode tentar a passagem para o Quadro Técnico, (QCO [* Quadro Complementar de Oficiais] no EB), podendo alcançar os postos de Oficial Superior. Seria uma boa opção futura para o Exército também adotar essa opção, pois, hoje é grande o numero de ST e Sgt com nível superior.
Anônimo 6 escreveu:Meu amigo, a instituição está fazendo economia. Quanto a maior parte do efetivo estiver nas graduações inferiores mais economia para o exército. Faça a conta anteriormente um 3º Sgt ficava em torno de 5 anos e agora são em torno de 8 anos, veja a economia nos 3 anos que não se promove a 2º Sgt e assim sucessivamente.

A maior diferença de soldo ocorre no posto de capitão para major, isso porque os sargentos de carreira atingem o máximo o posto de capitão e não existe mais a melhoria da remuneração ou posto acima quando passa para a reserva. Veja a economia são poucos capitães que são promovidos para major.

Outro aspecto são achatados os soldos abaixo de major, até o posto de 2º tenente ou seja, impedem que os praças recebam uma remuneração maior, os Subtenentes, mais economia. E a grande maioria dos oficiais são subalternos, 1º/2º Tenentes temporários, quando são licenciados ex-officio recebem uma remuneração por ano de serviço, se a remuneração deles é baixa logo receberam menos, mais economia.

O CHQAO foi para transferir a responsabilidade da instituição para os militares. Atualmente o exército é obrigado a promover os subtenentes ao oficialato, pelo menos a maioria. Como a instituição errou, não quer admitir e a solução encontrada foi convencer que o final da promoção dos sargentos de carreira é como suboficial, podendo ser equalizada em 30 anos, e para a promoção a oficial é uma "gratificação" e não faz parte da carreira. Os oficiais possuem a lei 5821/72 que regula as promoções de aspirante-a-oficial a general e os praças não possuem lei, dependendo apenas de decretos e portarias.

Os estatuto prevê as promoções como um modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os militares, mas não explica como obter o fluxo regular, equilibrado e o tempo máximo para atingir o última graduação (30 anos) ou se todos poderão ou terão direito de atingí-la.

A instituição transferiu a responsabilidade da promoção para os subtenentes da seguinte maneira, se você quiser ser promovido a oficial você dever ser aprovado na prova e no curso, se não fizer não será promovido, desta forma diminui consideravelmente a quantidade de subtenentes para a promoção, a promoção é agora problema seu.

Até a responsabilidade dos problemas decorrentes da movimentação é problema seu, se não tem moradia é problema seu, não esqueça foi você que preencheu o plano de movimentação e pediu para ser movimentado, tudo foi feito por você e para você, agora o problema é seu.

Existe mais mas por enquanto é só. Pense bem tudo pela economia.
Anônimo 7 escreveu:Sou da turma de 98 da ESA (e não sou c... de turma e não tenho deméritos), ainda sou 2°Sgt. Capitães sem ESAO que chegaram junto comigo na minha primeira OM já são Ten Cel, os Aspirantes que também chegaram comigo na mesmo OM hoje já são Majores os 1°Sgt que já estavam na minha OM hoje são Capitães QAO.

Agora pergunto a todos os visitantes do blog: VOCÊS ACHAM QUE EU DAREI O MESMO GÁS NO MEU TRABALHO DIÁRIO DIANTE DESTA DISCREPÂNCIA DE BENEFÍCIOS ENTRE A MINHA GERAÇÃO E A GERAÇÃO ANTERIOR?

Mas é óbvio que eu não me esforçarei!!! Eu não tive os mesmos aumentos por meio de promoções que eles tiveram. Não sou mercenário, mas certamente, assim como qualquer ser humano, eu devo me sentir motivado para executar o meu trabalho a contento e, os interstícios da geração anterior foram muito mais benéficos do que os da minha geração, logo, acho que eles devem mais ao Exército do que eu pois foram mais beneficiados. Os "antigões" devem mais ao exército do que os "moderninhos" de hoje. Ser militar não é sacerdócio, é uma profissão apenas. Portanto, tentarei me aproveitar ao máximo dos benefícios diretos e indiretos (dispensas, meio expediente, dispensa médica etc) em prol dos meus interesses pessoais, pois a instituição está dando provas ano a ano que os interesses dela são na direção de apenas me diminuir cada vez mais dentro da pirâmide institucional. Eu trabalho e trabalharei na proporção inversa da desvalorização que o EB me inflige (maior desvalorização, menor aplicação ao trabalho).
Anônimo 8 escreveu:Concordo plenamente com o texto, pois, temos distorções absurdas na carreira militar e todos sabem, mas ninguém faz absolutamente nada. VEJO CIVIS COM 19 ANOS entrarem pela janela e sairem Oficiais em apenas três meses de formação. VEJO O QUADRO DE SAÚDE ter direito a meio expediente, com a desculpa de que se não for assim não teremos médicos ( pura desculpa, pois médicos e dentistas fazem concurso para trabalharem em Prefeituras para ganharem R$ 1500,00 por mês) . VEJO A FAB E A MARINHA TEREM CONCURSO INTERNO PARA QCO, sendo que qualquer praça com curso superior pode fazê-lo, com duração de apenas três meses.

Vai acontecer algo, podem esperar...
Anônimo 9 escreveu:Acho que as Forças Armadas estão ruim tanto para as praças como para os oficiais, essa mania que temos de segregar os oficias dos praças é um erro que persiste entre nós os praças,um grande erro.

Em Minas Gerais um subtenente da Policia Militar ganha R$ 12.000,00, [*equívoco: o salário em 2013 estava na faixa dos R$ 5.000,00] imagina um Tenente Coronel quanto deve receber? Creio que um Ten Cel do Exército não recebe R$ 12.000,00 mês.

Sou subtenente e recebo R$ 4,200.00 liquidos, 5.500,00 brutos mensais, valor insuficientes para manter minha família em condições condizentes, com a minha capacidade fisica e intelectual, fazer o quê? A propósito alguém conhece a voz do Comandante do Exército? Eu não conheço. Reflexões pertinentes, nunca considerei oficial inimigo, eles estão tão mal quanto nós, Ou alguém acha que R$ 7.000,00 pagos a um Capitão é um bom salário? Sinceramente esse salário estaria razoável a um 1º Sargento.

Ainda acredito que as coisas irão melhorar, pois pior que está não poderá ficar ou poderá?
Anônimo 10 escreveu:Um Ten Cel do EB recebendo R$ 12.000,00? Quem me dera, companheiro. Meu contracheque deste mês, após a cascata de descontos e consignados, somou R$ 5.600,00. Nem mesmo um Gen Bda recebe R$ 12.000,00 líquidos. E também não existem ainda Ten Cel da turma de 98, isso eu garanto. De qualquer forma, concordo que a carreira das praças precisa de uma reestruturação urgente. Sou a favor da equiparação de soldos e da criação de 02 graduações adicionais, para que tanto oficiais como praças tenham 06 promoções ao longo da carreira. Considero também que o concurso para a ESA [* Escola de Sargentos das Armas] e EsFCEx [* Escola de Formação Complementar do Exército] (antiga EsAEx [* Escola de Administração do Exército) deveria contemplar vagas internas, ainda que em parte.

O Exército dos EUA saiu na frente há muito tempo, inicialmente acabando com a distinção entre "oficiais" e "praças", que só gera divisão interna. Se organizaram em Oficiais "Comissionados" e "Não Comissionados", sendo que os comissionamentos (comandos de tropa e outras funções) são preenchidos por qualificação. Foram criadas as figuras do "Staff Sergeant", "Drill Sergeant" e "Sergeant Major", com funções específicas (equivalentes à de certos oficiais no EB) e permitindo igual número de promoções em cada quadro. Nas unidades formadoras, por exemplo, toda a instrução básica é conduzida pelos "Drill Sergeants", supervisionados pelo "Sergeant Major". O S/3, nesse caso, cuida tão somente do emprego tático e não se envolve com a formação dos soldados. Quem nunca viu nos filmes o sargentão cara de mau com o característico chapéu de aba larga, gritando no ouvido da recrutada? Pois é, não critiquemos tanto os Yankees, pois eles souberam evoluir, enquanto a estrutura do nosso EB ainda é bem parecida com a da 2a Guerra Mundial.

A mudança é urgentíssima e tenho certeza que nossos generais, que podem ter muitos defeitos mas burros não são, já perceberam isso há muito tempo. Aliás, essa divisão entre "oficiais e praças", que se tenta incutir nas Forças Armadas nem sempre com objetivos muito dignos, já nos causou efeitos catastróficos, como os acontecimentos de 1935 e 1964, por exemplo. Isso não leva a nada, a não ser à corrosão interna, ao enfraquecimento.

É necessária a mudança, mas ela não virá dos generais, pois não está ao alcance deles, mesmo que quisessem. Devemos cobrar dos parlamentares - isso sim. Qualquer melhoria estrutural nas carreiras tem que passar pelo Congresso Nacional, não tem jeito. Uma luz no fim do túnel, talvez, seja a recente estruturação do Partido Militar Brasileiro. Se não instituirmos uma voz dentro do Congresso Nacional, qualquer melhoria virá (se vier) a passos de tartaruga. Um abraço a todos.
Anônimo 11 escreveu:
Anônimo 10 escreveu:Um Ten Cel do EB recebendo R$ 12.000,00?..."
Muito bom comentário. Só discordo quando fala que as mudanças "...ela não virá dos generais, pois não está ao alcance deles, mesmo que quisessem." Discordo pois os Generais tem a meu ver quase toda culpa pelas privações que temos passado.

Para melhorar nossa situação esses senhores não precisam ser indisciplinados com o Executivo e Legislativo, basta apenas propor as mudanças, que a tropa vai apoiar, apoiar com disciplina e responsabilidade, vide manifesto pela revisão de nossa remuneração no Portal da Cidadania do Congresso Nacional que atingiu mais de 10.000 apoios em poucos dias.
Sirvo em um Comando de Área onde tem um General 4 estrelas, ele nunca se dignou a fazer uma reunião com seus subordinados para tratar da situação da tropa, pelo menos dar uma satisfação, dizer o que o Alto Comando tem proposto para nos, a fim de melhorar e valorizar a profissão de militar. Passa uma imagem de completo abandono e mais, passa a ideia, errada ou não, de que o EB está se lixando sobre o sofrimento da tropa.

Finalizando, nós, digo, a maioria de nós jamais pediu que nossos Generais se insurgissem contras as autoridades constituídas, apenas esperamos deles a lealdade e a verdade
Sgt Yerik escreveu:De qualquer forma, foram muito lúcidos todos os comentários até agora emitidos....Para colaborar, gostaria de acrescentar algumas "pseudo-valorizações" que o nosso exército (minúsculo mesmo) deu aos praças...(digo pseudo, não pelas "benesses" em sí, mas pela forma alusiva como foram apresentadas aos militares...)

- Distintivo de "Brigada" ao sargento-ajudante

- Aos ST/Sgt com CAS a realização de sindicâncias

- Porta-estandartes aos 3º Sgts

- Utilização dos praças formados em direito como "assessores"

- Queima de bandeiras para os Subtenentes

- Divisas em tamanhos "maiores" nas fardas de passeio

- Aumento do tempo de formação nas Escolas de sargentos (EsSA, EsIe [* Escola de Instrução Especializada] , 10º BI; 23º BI, etc...) (e olha que em anos anteriores todos os sargentos sempre foram muito bem formados com 08 meses...)

- Aumento dos índices do TAF (esse tópico recai mais sobre os nossos 1ºSgt/ST que precisam da "valorização" ao contrário dos Of)

- Reconhece a equivalência como técnicos e pós-técnicos os cursos de formação (EsSA, EsCom, etc...) e pós-formação (Comandos, PQD, Mth, etc...) ministrados aos Sargentos, de acordo com a Port. 146 - Decex de 15 Out 12

- Determinadas punições de St/Sgt não podem mais ser publicadas em BI Ostensivo (apenas no reservado)

....e por aí vai...como diz o provérbio: "Enquanto houver cavalos, São Jorge não andará a pé."
Anônimo 12 escreveu:Eu não concordo com aqueles que atribuem nossos problemas aos governos. Na verdade acho que quando a cúpula das Forças tentam de forma velada, através dos Clubes Militares, atribuir os baixos soldos e o desaparelhamento aos governos, na verdade querem é tirar o "seu da reta", pois eles são os principais responsáveis por tudo isso.
Foi no Governo FHC que foi editada a famigerada MP que retirou nosso posto acima na passagem para a reserva, LE [Licença Especial], gratificação por tempo de serviço, dentre outras vantagens. Tenho informação de fonte segura que naquela época FHC deixou nas mãos das FA a redação da MP, porém disseram que foi tanta discussão e incompetência que o governo avocou para si a responsabilidade pelo texto da MP. Quando o "molusco" assumiu já estavamos na "m". Não tô defendendo o Governo Lula não, muito pelo contrário, porém atribuir a ele e a Dilma nossos problemas e livrar a cara dos Generais é, no mínimo, ingenuidade.

Na verdade os Generais vivem de status, pois poder e salário não existe mais. A única coisa que lhes resta é manter o status, usando carros oficiais, moradia gratuita, telefone com faturas pagas pelo erário, avião da FAB e helicópteros do EB, para fazerem suas visitas de inspeção, que na verdade são pretextos para receberem diárias polpudas a fim de melhorar os salários.

Infelizmente o que nos resta a melhorar a consciência política e se possível melhorar nosso capital intelectual como disse o autor do texto, e dessa forma tentar mudar algo de dentro para fora e de baixo para cima, pois se dependermos do Alto Comando não conseguiremos melhorar nossa condição social.

A proposito o Alto Comando se não me engano é composto por 14 generais 4 estrelas, que se reunem para decidir que cor de capacete o militar deve usar quando fardado em motocicleta, se praça pode prestar continência para oficial-general em movimento, etc., como acreditar que algo pode melhorar?
João Candido Almirante escreveu:Concordo inteiramente com o texto original e com todos os comentários, gostaria apenas de acrescentar algumas opiniões:

1º) Pessoal QE, cabos e 3º sargentos: conheço muitos QE, atribuir a condição atual a eles é no mínimo covardia, o EB incorporou, estabilizou, sugou e não ofereceu oportunidade deles progredirem internamente igual a Marinha, porque não criou concursos internos para possibilitar a ascenção? Ora achar que alguém vai passar 30 anos em uma Instituição e receber uma promoção é no mínimo ingenuidade, com o passar do tempo o QE ficou insatisfeito com razão e o EB só esta se mexendo agora porque um político comprou a causa, pois se dependesse do nosso Comando nada seria feito. Com relação a promoção a 2º Sgt e a ST, muitos militares de carreira tem se manifestado contra, pois como promover o QE a St se eu que fiz concurso e ESA também só chego a ST? Como disse não podemos atribuir a situação do QE a eles e sim a Instituição, porque não criou um plano de carreira para eles lá atrás?

2º) Militares de Carreira, ESA, EsIE, EsSLog [Escola de Sargentos de Logística] e outras: o raciocínio é parecido com o anterior, como disse o texto, na década de 1980 e 1990, os editais dos concursos previam que o Sgt chegaria a Cap na ativa e iria para a reserva como os proventos de Maj. Com o passar dos anos a carreira regrediu, passamos a chegar a Cap somente, hoje para chegar a Cap só com 32 anos de serviço e olhe lá, proventos de Maj nem pensar.

Com o passar dos anos, novo século seria ideal a valorização da carreira, hoje temos praças graduadas em diversos cursos superiores e como a força não permite ascensão interna o que resta são os concursos públicos ou aguardar a ida para a reserva para passar a outras atividades.

O DIAGNÓSTICO É O SEGUINTE: Hoje existem dois tipos de praças de carreira.

O primeiro é aquele que já tem mais de 20 anos de serviço e chegou a conclusão que tem que aguardar os 30 anos e posteriormente ter outra atividade, se possível levar uma atividade paralela.

O segundo é aquele que já sabe que a carreira não tem futuro, esta estudando e os que já estão formados estão realizando concursos para outras áreas, inclusive estão fazendo prova para Sd PM, vejam bem a que ponto chegamos Sargentos fazendo concurso para Sd PM.

A proposito, não sei se vocês tem notado, nosso recrutas não fazem mais concursos da ESA, por que será?

Infelizmente para a Instituição, hoje a maioria dos Sgt esta aqui so como trampolim para algo melhor e menos sofrido.

3º) Oficiais de Carreira: muitos oficiais também já chegaram as mesmas conclusões dos “Militares de Carreira, ESA, EsIE, EsSLog e outras”, acredito que a eles se aplicam o mesmo diagnóstico. Com agravante eles estão mais perto da cúpula e chegaram a conclusão da nossa situação a muito tempo. Basta ver Oficiais QEMA. Existe Cel pedindo reserva, muitos não querem comandar, por que será?
1º Sgt Inf Jorge escreveu:Respeitosas saudações aos colegas praças e aos Srs Oficiais! Muito pertinente e instigante o texto referência e respectivos comentários dos participantes do Blog, sobre eles algumas considerações: mesmo sendo diretamente interessado julgo constitucionalmente inviável a criação de vagas na EsFCEx (antiga EsAEx) exclusivas para praças do EB, por tratar-se de concurso público de caráter nacional, sendo, no caso, discriminatório para com os demais cidadãos brasileiros (por analogia,seria tão nefasto quanto criar-se reserva de vagas em concurso público para seleção de juiz ou promotor, em que metade das vagas ofertadas fossem direcionadas aos funcionários das respectivas instituições), portanto, no caso em tela, a solução e graduar-se em alguma área de interesse do EB e estudar (muito) para passar neste concurso,visto que é de altíssima e qualificada concorrência,com mais de 100 candidatos/vaga, o que por sí dá ideia do seu grau de dificuldade. O caminho está em uma melhor e maior representação política em Brasília, por que é lá que as coisas acontecem, nos escaninhos do poder político e administrativo, o demais são apenas elocubrações e vãs esperanças, visto que dos nossos "chefes" muito pouco será apresentado.

Por fim, a divisão interna entre oficiais e praças (e isso acontece, lamentavelmente) e respectivas "subcategorias" tipo sou de escola, fulano é QE; somos de escola mas sou melhor por ter tal curso; sou Of da Academia, o fulano é do IME ou QAO; sou da EsFCEx, beltrano é temporário; sou da escola de saúde, sicrano é capelão; são posicionamentos mesquinhos e egoístas que de nada servem a uma causa maior - a valorização da carreira militar -, ao contrário, só nos dividem e enfraquecem... Resumindo: "A união faz a força" e juntos certamente somos mais fortes do que qualquer um isoladamente, do contrário estaremos fazendo o jogo dos poderosos, que é dividir para enfraquecer, por consequência sobrepujar os orgulhosos e incautos. Cumprimentos ao moderador do Blog e Saudações a todos os irmãos de armas. 1 ºSgt Inf Jorge.
Anônimo 13 escreveu:É por conta dessa desvalorização que eu só faço o básico, não dou mais ideias e nem me aplico nas questões militares do dia a dia da caserna. Vejo as merdas acontecerem e faço vista grossa, pois se eu der solução o meu chefe ficará sempre dependendo de mim e pagando missão. Dedico-me a apenas aos meus estudos para concurso, mesmo dentro do quartel, e para resolver os meus problemas pessoais. E tem mais, não engulo comando que fica querendo "apertar", pois todos esses comandantes tem telhado de vidro (falcatruas, dispensas ilegais de licitação, poda de árvores sem autorização, usam carro funcional para fins particulares etc) e, tal qual um passarinho, se me apertarem muito eu cago, se me soltarem eu vôo.

Essa é a minha atual filosofia de vida dentro da caserna, gostem ou não. Eu sou um produto do meio, sou o reflexo dos meus comandantes e chefes diretos, me espelho neles.
Anônimo 14 escreveu:Existem 3 tipos de MILITARES:

- OS QUE GOSTAM E NÃO NECESSITAM. Esse tipo é aquele que vem de uma família rica ou de classe média alta, filhos de Generais, etc... mas está na Força porque gosta. Atualmente acho que é minima a quantidade.

- OS QUE GOSTAM E NECESSITAM. Esse tipo é aquele que permanece na Força porque gostam do que fazem, amam a Instituição acima de tudo, não reclamam, tem consciencia que o militar não ficará rico e também precisa do pouco que ganha mas com lisura, para o sustento de sua familia.

- POR FIM, OS QUE PRECISAM MAS NÃO GOSTAM. Esse é o pior tipo de militar. Ficam esperando o expediente terminar para fazer o que gosta lá fora, e não estão nem aí para o que acontece dentro de sua OM e a até no local de trabalho. Reclamam de tudo mas não tem CORAGEM MORAL, para sair, somente se tiver algo já certo para substituir a carreira das armas. Acho que deve ser muita tortura ser um desses.
Anônimo 15 escreveu:Ao comentário de 8Jan13 19:30, que definiu três tipos de militares, cujo trecho destaco abaixo:

(...)"amam a instituição acima de tudo"(...)

Ah, fala sério meu amigo, eu amo é a minha família acima de tudo, não amo e nunca amarei instituição alguma, no máximo nutrirei alguma simpatia por uma ou outra enquanto ela(s) atender(em) aos meus anseios. Amor é um sentimento incondicional e, certamente a minha permanência nas Forças Armadas é uma situação condicional assim como a de 99% dos militares. Vamos parar com essa hipocrisia de falar de "amor pela pátria", "amor pelo Exército", pois ninguém aqui se propõe a trabalhar como militar sem receber remuneração, só por amor! Ao menos não em tempo de paz! Ou existe alguém que mesmo sem receber permaneceria nas Forças Armadas com o peito estufado e tecendo elogios e fazendo afirmações moralistas.

Por favor, tire o seu coturno extraleve de 4cm de solado e pise no chão, militar!!!!!!! Pare de romantizar aquilo que já há muito tempo deixou de possuir romantismo ou garbo.

OBS.: SÓ SAIREI QUANDO ME FOR CONVENIENTE E POSSÍVEL, POIS TENHO OS PÉS NO CHÃO, MAS NEM POR ISSO DEIXAREI DE APONTAR OS ERROS QUE A ALTA ADMINISTRAÇÃO DO EXÉRCITO COMETEU/COMETE AO LONGO DESSES ANOS. NÃO SÃO SITUAÇÕES EXCLUDENTES (PERMANECER E RECLAMAR), OU VC ACHA QUE QUEM ESTÁ DENTRO DA FORÇA NÃO TEM O DIREITO DE RECLAMAR SOBRE QUESTÕES ÓBVIAS QUE ESTÃO NA CARA DE TODO MUNDO?
Anônimo 16 escreveu:Algumas considerações sobre a conjuntura do EB:

PROBLEMA A: Em 2012, 50 Cb/Sd NB [* Núcleo-Base, os soldados que se voluntariam para engajamento após o ano de Serviço Militar Obrigatório] da OM em que sirvo pediram baixa antes de completarem os 7 anos. Neste ano, aproximadamente 80 vão pedir. Ano que vem, a baixa terá que ser depois do tiro dos recrutas pois não haverá antigos para concorrerem às escalas.

PROBLEMA B: Falta de Cb/Sd motoristas carteira D (não entrarei no mérito das demais QM´s [* Qualificações Militares] por questão de tempo). Hoje um motorista carteira D mal remunerado está recebendo o salário de um 3º Sgt. Como segurar um Cb/Sd carteira D?

PROBLEMA C: Regulamentos ultrapassados contrariando a Constituição; amadorismo irrestrito; pessoal sem qualificação; apadrinhamento; chefia incompetente; falta de assessoramento; falta de conhecimento técnico; má vontade; soberba; a famosa desculpa "se não está satisfeito pede para sair"; esses são alguns dos vícios presentes na Oficialidade.

No Exército, se você colocar uma estrela em um jegue, este já serve para comandar.

Para se formar um Sgt Combatente Temporário você precisa de um militar que já passou pelo serviço militar obrigatório com CFC [* Curso de Formação de Cabos] e CFST [* Curso de Formação de Sargentos Temporários], com no mínimo 1 ano e seis meses de quartel. Já um comandante de pelotão com 10 meses no meio expediente e voilà, cá temos o Senhor do Universo. Não vou nem citar o EST [* Estágio de Serviço Técnico] porque aí sim seria covardia.

PROBLEMA D: A falta de planejamento. Você recebe uma missão em cima da hora com direito ao "se vira negão" de praxe e tem que correr atrás de viatura, contato com a OM de destino, catanho [* lanche fornecido a militares em serviço] e tudo mais, quando para isso deveria haver uma ordem de serviço determinando as ordens aos elementos subordinados, aqueles que deveriam fazer em tempo hábil o que você teve que fazer em tempo recorde. E o mais legal que é que quando existe algum arremedo de planejamento, ele não corresponde à execução da tarefa. Resposta minha a um of superior me arrochando por causa do atraso no cumprimento da missão:

- Major, estou aqui para realizar todos os seus desejos, para isso só preciso saber o que o Sr quer, coisa que nem o Sr sabe.

Eles estão perdidos, sem saber de onde vieram, onde estão e para onde vão. E isso não os preocupa pois o importante não é onde estou, mas como estou. É cada parasita bem nutrida que vejo aqui na OM.

Caro Montedo, agradeço a oportunidade desta catarse, ciente que nada vai mudar neste sistema de castas indianas e que a sargentada vai ficar cada dia mais revoltada (ou recalcada como dizem os Of). Talvez assim poderemos ter um EB nos moldes da novela das 8, só com Oficiais, aí sim eu gostaria de saber quem é que iria limpar as latrinas.

PS: essa exigência do TCU para o curso de habilitação do QAO é balela pois o CFO dos NPOR/CPOR não é de nível superior e nem os alunos têm como pré-requisito possuírem diploma de nível superior para tal. Tenham a hombridade de assumirem isso como medida tapa-buraco (o EB é pós-doutor nisso) para filtrar a promoção das turmas "gigantes".

PS 2: o CHQAO só vai conseguir formar o subão QE, aquele que não se habilitou, não tem perspectiva de promoção e vai pôr o dedo na cara de Of e mandar enfiar TAT, TAF, marcha e o que vier naquele lugar.
Anônimo 17 escreveu:Acho interessante alguns praças atacando oficiais...lembro que voces são "praças" porque querem, porque tiveram preguiça de se preparar para um concurso para a AMAN ou para a EsAEX, e preferiram prestar um concurso bem mais light para EsSA. Portanto senhores, ponham a mão na consciencia e parem de atacar os oficiais, pois, se quizessem voces poderiam ser um deles. Existe sim, uma grande desvalorização dos praças, onde oficiais R2 com menos de um ano de 2 nos de serviço são muito mais valorizados que um praça com mais de 20 anos. O sistema de promoções é injusto, o interstício e o sistema muda praticamente todo ano, o salário é péssimo, e não temos nenhuma perspectiva de melhora, pelo contrário. Lembro que abaixo dos generais e Comandantes de OM que são cobertos por inúmeras regalias TODOS os demais estão na merda.
Anônimo 18 escreveu:Sou Oficial Superior de Intendência e anos atrás enviei a seguinte sugestão ao EME:

1) Que se acabasse com a figura do "Fiscal Administrativo", pois este efetivamente não fiscaliza nada (controle interno é função das ICFEx [* Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército]), pelo contrário, é um executor com o nome no ROL de RESPONSÁVEIS! Além do mais, dificilmente vemos um Oficial de Intendência na função, que normalmente é confiada a um leigo (oficial de Arma).

2) Propus, então, que a função passasse a ser chamada de "Oficial de Administração", responsável pela Administração no Quartel e confiada ao Oficial de Intendência.

3) Este Oficial de Administração coordenaria a Tesouraria, o Rancho, o Almoxarifado, a SALC [* Seção de Aquisições, Licitações e Contratos], a SPP [* Seção de Pagamento de Pessoal], o suporte documental e demais funções administrativas.

4) Para não haver necessidade de aumento de efetivo, propus que a Tesouraria (o CPR [* subsistema de Contas a Pagar e a Receber] hoje funciona quase sozinho, basta praticamente ligar o computador), o Rancho, o Almox, e as outras funções adm fossem confiadas a praças, que se reportariam ao Oficial de Intendência.

5) Hoje em dia a formação do Of de Intendência deveria focar em planejamento, gerenciamento de projetos, de atividades, logística (atual, não aquela da II Guerra). E este Oficial estaria capacitado a gerenciar muito bem a Administração, e não ser sub-empregado na qualidade de um executor, e a praça deixaria de ser apenas auxiliar para exercer uma chefia, o que já seria um avanço e uma valorização).

6) Nem sei qual foi o fim que deram ao texto que enviei. Possivelmente esteja no triturador, ou guardado na gaveta da mesa de algum QEMA [* Quadro do Estado-Maior da Ativa] para ele apresentar na hora certa para ganhar os créditos, tal como aconteceu com outro trabalho de minha autoria...

7) Concordo com muito do que foi dito no texto do companheiro, eu sinceramente entendo, após mais de 28 anos de serviço, que muitas das dificuladades que enfrentamos poderiam ao menos ser amenizadas na própria esfera administrativa, mas parece que nego em Brasília só consegue pensar em como PIORAR a situação, já crítica.

8) Nem todos Of Superiores têm PNR garantido, apenas aqueles funcionais (normalmente comandantes/Diretores), os demais ficam na briga de um PNR que folgue (quando há na guarnição), e sinceramente preferiria morar fora de PNR, recebendo o auxílio-moradia, pois já tive stress sério de convivência em vila quando morei em PNR, pq alguns "companheiros" não conseguem entender que PNR, quando ocupado, é a CASA do SUJEITO DE INVIOLABILIDADE PROTEGIDA PELA CONSTITUIÇÂO, e não uma extensão do quartel (hoje moro em casa própria graças aos céus, comprada a muito custo).

Abs e boa sorte a todos em 2013 (vamos precisar).
Anônimo 18 escreveu:Prezados companheiros,

Sou Oficial, porém fui praça (soldado, cabo, etc, etc). A vida de oficial não é um mar de rosas como dito por alguns companheiros. Aliás, onde sirvo está cheio de companheiros que fazem corpo mole (oficiais e praças). Porém, quando um companheiro finge que trabalha, ele sobrecarrega outros, que estão na mesma situação.
Essa coisa de CASA GRANDE E SENZALA, me desculpem, é um discurso alienado.

Como disse, a grande maioria dos oficiais tb estão sem PNR, não recebem auxílio-transporte, muitos ficam depois do término do expediente, enquanto 99% das praças, antes do toque de ordem, já estão prontos para vazar, não interessa se tem pendências na seção. Esses companheiros ficam depois da hora não pq gostem, mas pq são profissionais e são conscientes de suas responsabilidades; pois, quem será cobrado o oficial ou a praça da seção? Certamente, o oficial.

Desde qdo incorporei acho que essa divisão entre oficiais e praças é ridícula. Esta divisão fere qq método de gestão de pessoas.

Quem ainda recebe algum benefício diferenciados são os oficiais QEMA, não por uma questão de falta de isonomia, mas pq a coisa tá feia mesmo. Até para os QEMA o negócio tá ruim. Ninguém quer comandar e quem comanda, comanda com o c... na mão. Não tem como a instituição tratar todos de forma igual. Lógico que poderia ser mais razoável. O restante, que não é QEMA, tá no mesmo barco.

Acho que valorizar o profissional é atribuir responsabilidade tb, mas parece que alguns companheiros não entendem assim; para alguns, valorizar é só proporcionar bônus, nada de impor ônus. Por isso concordo com a opinião do companheiro de intendência. Aliás, não entendo pq os OD são Oficiais de Arma!!! Para quem trabalha na administração é uma sofrimento. As vezes vc tem que passar para a seu chefe aquilo que vc demorou 5 anos para aprender em 5 minutos.

Outra alienação é achar que um Soldado tem que ter os mesmos benefícios que um General tem. Isso não acontece nem na iniciativa privada.

Entendo que a melhor forma de ascender profissionalmente é por meio de concurso. Podemos discutir os métodos, mas acho justo a promoção ao QAO por mérito intelectual. Pq não adotar o método da Marinha? O CHQAO tem que existir sim.

Outro ponto que gostaria de alertar é que, mesmo com mudanças na gestão de pessoas na Força, vai ter que existir o 1º Sgt e o ST, No fundo o nosso problema é falta de dinheiro no bolso.

A MP do mal foi uma...não tem adjetivos possíveis para classificá-la. Até a Polícia Militar do Estado de São Paulo tem posto superior quando da passagem para a reserva remunerada. Na PMSP, quando vc é instrutor (oficiais e praças) vc recebe uma gratificação.

O auxílio-moradia quebra a paridade entre ativos e inativos? Quebra pq a proposta não é de R$ 50,00 para cada militar da ativa.

O pré-escolar quebra a paridade?

O auxílio-transporte quebra a paridade?

A gratificação de fronteira quebra a paridade?

A compensação orgânica quebra a paridade?

Ou alguém acha que a União vai construir PNR em qualquer guarnição de São Paulo, ou do Rio Grande do Sul, ou de Santa Catarina, ou da Bahia?

A única valorização que a instituição patrocinou, pasmem, pq eu fiquei boquiaberto, foi a REVITALIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE; sem comentários.

Com o meu vencimento de oficial e com três filhos em idade escolar, tendo que pagar aluguel, escola, comida, vestuário, colocar gasolina do meu bolso para ir para o quartel, tá difícil. Não consigo trocar os pneus do meu carro!!! Sério.

Grato.
Anônimo 19 escreveu:Como Oficial eu lhe digo: tropa é um Exército, Alto Comando (tapetão de gabinete) é outro completamente distinto.

E Cmt OM (QEMA) só quer saber de uma coisa: que os seus dois anos de comando passem voando sem alteração para ele voltar aos tapetões e não ficar mais na berlinda (inclusive tem muito QEMA pedindo para não comandar).

O que eu posso lhe falar é o seguinte: há um distanciamento enorme do dia-a-dia da tropa e dos tapetões, e o que se anseia na tropa muito raramente chega aos ouvidos de quem está no tapetão (e tem o poder de decisão), sendo que estes que vivem no tapetão vivem uma outra realidade BEM off line em relação ao que acontece na tropa.

Ou seja, Cmt de OM, por mais bem intencionado que seja, quando muito, mal tem o poder de mudar alguma coisa em sua Unidade. Grandes mudanças, como o CH QAO, são decididas nos cafezinhos dos Generais em Brasília (acredite se quiser, mas já vi muita decisão importantíssima ser tomada nestes "intervalos"). Apenas esclareço isto pq muita praça tem uma visão equivocada de que o Major SubCmt, o TC Cmt poderia se "mexer", e tal... grande ilusão... esses mal conseguem resolver a própria vida, podem acreditar... a cobrança deveria recair muito mais sobre os gabinetes de Brasília...esta é a realidade da oficialidade...
Anônimo 20 escreveu:Concordo que nem todos os oficiais estão em um mar de rosa, mas discordo veementemente de que praças e oficiais estão no mesmo barco furado. Existem diferenças gritantes no tratamento, no dia a dia que não nos permitem estar no mesmo barco.

Veja um oficial com 25 anos de serviço, será tenente-coronel, mesmo que não seja QEMA, terá um tratamento completamente diferente dos aspirantes a oficial em início de carreira, no que tange a alojamento, formaturas, tratamento nem se fala, atendimento médico, tudo. Veja agora um praça com 25 anos de serviço, Subtenente. Qual a diferença do dia a dia dele para um 3º Sgt, início da carreira? Mesmo alojamento, tratamento idêntico, função até pior no que tange a desgaste físico (encarregado de material), tratamento, etc etc etc.

Não estamos no mesmo barco meu amigo. Só se alguns estiverem tomando vinho no convés e outros remando e levando chicotadas.

Eu como subtenente em final de carreira, era encarregado de material, com apenas um soldado como auxiliar, tinha inúmeras missões que me exigiam imensamente tanto física quanto mentalmente, desde embarque de material de toda a subunidade, cozinha, montagem de acampamento, com melhoramentos, sem equipe. E obviamente que ao reivindicar isso para poder trabalhar era visto como um criador de problema. Pergunto se um oficial em final de carreira é tratado desta maneira? Precisa estar em todas as formaturas? Divide o alojamento com os oficiais lobinhos? Nâo que isso seja demérito, mas recebem o retorno que a antiguidade lhes proporciona. Enquanto para praça a antiguidade não serve para absolutamente nada. Já fui escalado para missões só porque o meu comandante de subunidade era o mais moderno, mas eu era o subtenente mais antigo de todos, então minha antiguidade não vale nada, vale a do oficial que me comanda. Estamos em barcos muito distintos. Mesmo no que tange a salário defasado, nós ainda amargamos a diferença dos 28,86%. Só temos em comum usarmos a mesma farda. Falta realmente sermos tratados todos como militares.
S Ten França escreveu:Parei de ler na metade...isso é papo de praça recalcado e endividado (endividado por que quer, assim como a maioria dos que tem problemas finaceiros ) e se é que foi escrito mesmo por algum militar.

S Ten Marcos Pinto de Oliveira França - 25º BLog - RJ
Anônimo 21 escreveu:
S Ten França escreveu:Parei de ler na metade...isso é papo de praça recalcado e endividado ( endividado por que quer, assim como a maioria dos que tem problemas finaceiros ) e se é que foi escrito mesmo por algum militar.
S Ten Marcos Pinto de Oliveira França - 25º BLog - RJ
E por militar como você que estamos como estamos.

Como você se identificou e colocou a OM, no mínimo deve estar fazendo média para sair QAO.

Lamentável!
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(continua...)




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#27 Mensagem por Clermont » Seg Jul 21, 2014 11:48 am

(continuando.)

B) ALGUNS COMENTÁRIOS ESCOLHIDOS DE LEITORES SOBRE O TEXTO ACIMA:

Anônimo 22 escreveu:Existem muitos camaradas, tanto Praças quanto oficiais, que possuem uma grande cegueira mental.

Muitos apegam-se ao costume da caserna ("sempre foi feito assim") sem nunca terem se questionado o porquê de cada atividade e rotina imposta pelos regulamentos, que normalmente são elaborados por aqueles que estão muito longe do "chão de fábrica" (tropa).

Muitos Comandantes omitem-se por não enxergarem ou por cagarem simplesmente.

Nós devemos criar as facilidades para as nossas vidas como o meio-expediente sempre que possível; com atividade física de qualidade com academias dentro dos quartéis - vamos parar com a ideia de que TFM tem que ser corridão sob o Sol - com boa alimentação; com incentivo aos militares que estudam após o expediente; com planejamento adequado das missões (montar som para festinha de General no final de semana e faxina não são missões, são punições, pois militar não faz concurso para ser DJ e gari) para que ninguém seja pego de surpresa; tratamento equânime com os subordinados, respeitando o militar não só pelo seu tempo de serviço (critério muito questionável tendo-se em vista que os "lixões" também envelhecem na carreira) mas pela sua capacidade de trabalho e capacidade intelectual; só utilizar a força de trabalho militar para atividades de natureza pública que tenham pertinência com a atividade fim das Forças Armadas (não é o caso de ser mata-mosquito e pintor de meio-fio); os Comandantes conscientizarem os seus oficiais que os mesmos devem ter um conhecimento mínimo sobre as suas funções (papirar
[* estudar] a legislação não custa nada) e não ficarem dependentes dos subordinados até para a tomada de decisões simples; os Comandantes cobrarem mais empenho dos Oficiais Temporários que agem como se estivessem numa colônia de férias remunerada, que vivem no oba-oba ganhando um salário que não conseguiriam na iniciativa privada e empurrando suas responsabilidades para os Sargentos. Enfim, muitas coisas dependem de ações internas e, já que o Governo não nos dá o reconhecimento que almejamos, vamos dobrar os nossos salários trabalhando apenas meio-expediente, sem prejuízo dos nossos afazeres administrativos que, convenhamos, dá pra ser feito tudo no primeiro expediente - exceto o serviço de 24h -, pois o expediente da tarde só serve para nos enganarmos achando que estamos trabalhando.
Anônimo 23 escreveu:Quando militar (Of ou Praça) começa a estudar normalmente muitos ficam contra, quando fazia faculdade uma vez precisei trocar de serviço, vejam bem, trocar apenas, não pedi para não tirar o serviço, um certo Maj não autorizou, quando do estágio e da prática jurídica tive que ir escondido, meu Chefe direto me liberava.

Depois de formado fui chamado por esse mesmo Maj para auxiliá-lo em uma sindicância.

Ou seja depois de formado para tudo me chamavam, colocavam os Sgt formados em contabilidade no Set Fin.

Tinha um certo Sgt formado em Fisioterapia, o Cmt queria desloca-lo para a SSSU [* Seção do Serviço de Saúde de Unidade} a fim dele atender como fisioterapeuta, ai ele perguntou se podia seguir o mesmo expediente dos Of Med, ele disse que não.

Essa são as recompensas que nós dão pelo esforço, ainda vem com aquele chavão do "auto aperfeiçoamento".

Saúde e sucesso a todos, dentro ou fora do EB.

E vamos parar com essa baboseira de "quem não esta satisfeito que peça demissão", isso é discurso de quem não tem argumento.
Anônimo 24 escreveu:Primeiramente, dizer que o companheiro é endividado pq quer é o mesmo que dizer para o companheiro que questiona o sistema "pede para sair".

Hoje quem está bem no EB é quem tem duas rendas, quem tem uma outra atividade ou aquele que comeu ou come o filé mignon do EB (missões no exterior). Vcs sabiam que no exterior o militar tem direito a auxílio-moradia?

Pondo de lado as aloprações, vamos ao que interessa.

Eu acho a carreira do 1º Sgt e ST desatualizada com a realidade do mundo onde vivemos. Sem falar da remuneração!!!

Realmente, vc colocar um ST como Encarregado de Material, não dá...

Um detalhe: é ilusão achar que todos os oficiais trabalham em condições ideais de trabalho.

Outro ponto: em todas as OM que servi, o alojamento de oficiais (vários beliches e armários) era comum a todos os círculos. Somente o Cmt OM tinha um alojamento separado.

Quando falo em "todos no mesmo barco" logicamente que devem ser guardadas as devidas proporções. Mesmo pq eu não recebo o tratamento que o CHEM [* Chefe do Estado-Maior] recebe, por exemplo!!! (PNR funcional, carro funcional) mais isso não me autoriza a dizer que o CHEM está nadando em dinheiro.

Mas isso não é o mais importante.

O problema é a falta de representatividade. Os Cmt não nos representam. Eles não são formados para isso e,principalmente, não tem legitimidade.

O problema é acreditar no discurso institucional, aquele que vem de Brasília-DF.

Nós deveríamos ter uma legislação como a dos juízes, por exemplo.

Deveria haver uma vinculação remuneratória, já que somos proibidos de fazer greve.

Outro ponto é a própria estrutura remuneratória.

Pelo que observo nos comandantes, eles conhecem a situação, porém, a situação tá feia para todos.

Assim como acho um desrespeito a carreira dos 1º Sgt e ST, tb acho que um Comandante de OM receber apenas 10% a mais para exercer comando!!! Deveria ser ao menos 20%.

Concordo com o companheiro acima de que os Cmt OM não tem muito o que fazer, mesmo sendo Of Gen.

Os Of Gen que servi, todos tem conhecimento da situação, mas como eu disse, desconsiderando o discurso institucional, eles não nos representam.
O caminho é buscar uma representatividade nas instâncias legislativas e esquecer o discurso do perseguido, do patinho feio da instituição!!! Isso não leva a nada.
Nenhum oficial, ao menos os que eu conheço, entendem que as praças são seres de 2ª categoria. Os que eu conheço entendem que são profissionais, pais de família,verdadeiros heróis para sobreviver com a remuneração que recebem e que necessitam de melhor remuneração e de reconhecimento. E detalhe, se estão endividados, não é pq são irresponsáveis ou pq querem, basta estudar a evolução remuneratória dos militares nos últimos 25 anos.

Já vi muito Of Gen interceder pelo companheiro SGT/ST para uma transferência na DCEM [* Diretoria de Controle de Efetivos e Movimentações] !!!

Aliás, cadê o Bolsonaro?
Anônimo 25 escreveu:Não sei se os companheiros do Blog concordam, mais a 15 anos atrás existiam um generais que tinham uma maneira um pouca grossa de se dirigir a tropa, cito como exemplo o Gen Lessa ex-Cmt do CML, porém esses generais apesar disso eram mais próximos da tropa, faziam reuniões com Of e Praças, falavam do nossa situação salarial, deterioração dos MEM [*Materiais de Emprego Militar], etc.

Os generais de hoje viraram políticos, fazem questão da distância entre eles e a tropa, não reunem seus comandados para mais nada.

Isso a meu ver causa uma sensação muito grande de abandono.

No início de 2012, o Cmt EB editou uma Port com diretrizes para se estudar um novo Plano de Carreira dos Quadros, pergunto: Eu sirvo em um Grande Comando e nesse G Cmdo não houve uma reunião se quer para pedir opiniões dos Of e Praças, em alguma OM foi pedido sugestões?

A sensação de abandono e muito grande, principalmente dos nossos Cmts em Brasília, também conhecida como Corte.

A PROPOSITO: Quem vai ficar para operar os sistemas SISFRON, PROTEGER, etc...
Anônimo 26 escreveu:Srs.

Não quero ser o dono da verdade, mas oficial é oficial, e praça é praça. Assim como numa fábrica temos os operários, os gerentes e os diretores, no serviço público a coisa não é muito diferente.

Eu sinceramente entendo que está todo mundo no mesmo barco, exceto o pessoal da corte, que vive na "cauda do cometa". Entenda-se o "cometa" como os Generais e a "cauda" os assistentes/ auxiliares que vão para o exterior, pegam missões boca boa, transferência de 2 em 2 anos para onde querem, PNR funcional, muita diária,e por aí vai...

Bem, mas daí ter praça aqui exigindo as mesma condições de trabalho dos oficiais... não acho correto... pois é assim no mundo todo, em todas as instituições. O que não pode haver é atentado à dignidade do profissional. É se buscar a razoabilidade. O rancho dos oficiais TEM de ser melhor, mas isso não significa que o das praças deva servir lavagem para porcos (como vi em alguns quartéis por onde passei quando estava na ativa).

Acho que oficiais que não estão na "cauda do cometa" tb estejam passando por dificuldades, e jamais é certo generalizar, há oficiais com os quais servi que foram verdadeiros exemplos de profissionais. Lógico que tb tiveram aqueles que serviram de exemplo de profissional e pessoa horrorosos.

Um amigo aí disse que a culpa da situação que enfrentamos é "dos gabinetes de Brasília". Concordo sem dúvida, pois lá está o poder decisório na Força. E posso dizer isso pq servi em BSB por longos 15 anos. Não adianta apontar o dedo para o companheiro do lado. A nossa penúria tem um óbvio viés político, basta ver que não mudam os Comandantes atuais pq não incomodam e ficam quietinhos para tudo (o cúmulo foi deixarem estudantes imbecis esculacharem militares da reserva no Clube Militar sem darem um pio, e sem acionarem a PE, e ainda pedirem para o Presidente do Clube Militar tirar do ar uma nota que o Governo não gostou. Tb me dá nojo a forma que empregam a tropa em ações "subsidiárias" (severinos) e tb ter um Cmt enrolado em denúncias de desvio de dinheiro no convênio com o DNIT).
Vamos mirar naqueles que realmente estão nos colocando na M..., nos vendendo, entregando nossa cabeças numa bandeja de prata, e cobrar desses chefes (pq cmts não são, e nunca serão), como disse o amigo acima.
Anônimo 27 escreveu:Teve um anônimo que em seu comentário disse que Oficiais tem que comer melhor. Acho que ele postou no Blog errado, o dele é lá da Idade Média... onde os cavaleiros comiam carne, e os seus escudeiros somente vegetais e as sobras da mesa de seu senhor. GRAÇAS A DEUS que a maioria dos Oficiais que conheço, inclusive apoiam que deveríamos ter um único rancho, para que todos compartilhassem a mesma mesa. ACREDITO, AINDA que ja deveríamos ter terceirizado o rancho a muito tempo. Acabaria com essa tal de economia de rancho para fazer obras em quartel, com suas quimicas de trocar cimento em carne.
Anônimo 28 escreveu:
Anônimo escreveu:"Tem cara que nao sabe nem mentir... 80 Cb/Sd EP deram baixa e agora mais 50... 80???? Ta de sacanagem.... Mentira das piores."
Peo que entendi o companheiro quis dizer que 50 antigos foram embora na baixa de antigos de 2012 antes de fechar os sete anos e que na baixa dos antigos de 013 tem previsão de mais 80 irem embora. Provavelmente até os recrutas que engajaram no lugar dos que foram embora em 2012 tambem estão pedindo para sair. deve ser de algum quartel tipo 3.

Não sei de números, mais aqui no batalhão, a maioria dos antigos não pediu reengajamento. Os guris tão saindo para trabalhar até com telemarketing. Os comandantes de subunidade estão preocupados pois a recrutada alem de alterada é ruim de serviço.
Anônimo 29 escreveu:"Experiência" nenhum banco escolar ensina: é a vida que nos dá isso. É o tempo de serviço que me dá experiência. Daí vem um adolescente melhorado de 19 ou 20 anos, com um cursinho de NPOR de meio expediente, dizer o que um 2º Sgt, 1º Sgt ou Subtenente tem que fazer de correto e mesmo não podendo, muita vezes avalia este militar. Tá brincando.
Anônimo 30 escreveu:Aproveitando o comentário do post "23:13", também fico indignado quando alguém tenta emocionar a plateia com algo do tipo: "Tudo que eu tenho devo ao Exército". Putz!

Um sujeito desse deve ter sérios problemas de auto-estima. Ahh, tá, o EB te deu tudo?! Quer dizer que ele foi lá bater na sua porta e caridosamente ofereceu/deu uma vaga de sargento (ou oficial)? Então você não teve que estudar para o concurso? Não deixou seu couro na ESA (ou AMAN)? Não perdeu noites de sono em serviço, acampamentos e ou missões diversas? Não engoliu sapos do tamanho de elefantes? NUNCA SOFREU UMA INJUSTIÇA, POR MENOR QUE SEJA?

Acorda, militar! Teve conquistas em sua vida? Então o mérito é SÓ SEU! E orgulhe-se disso! O mundo é cruel, e ninguém vai dar nada de graça! Já está bem crescidinho para acreditar em Papai Noel, não?
Anônimo 31 escreveu:O limite de idade de 70 anos para a permanência no serviço público não se aplica aos cargos de confiança e aos titulares do Poder Legislativo (escolhidos pelo povo!). O cargo de Cmt de Força é um cargo de confiança de natureza especial (NES), portanto, de livre nomeação e exoneração, não é um cargo efetivo.

O General Enzo Martins Peri já está na reserva (aposentado) até porque a cota compulsória (reserva obrigatória) se aplica aos 66 anos de idade aos Generais-de-Exército (art. 98, inciso I, alínea "a" do Estatuto dos Militares). Portanto, ao Gen Enzo não se aplica o limite de 70 anos de idade para a aposentadoria obrigatória do servidor público ocupante de cargo público efetivo, tal como previsto no art 40, inciso II da CF.

Espero ter esclarecido a questão suscitada pelo companheiro no comentário de hoje as 12:45.
Anônimo 31 escreveu:Engraçado como ninguém fala dos cabos e soldados. Os excluídos. Se vcs não sabem, na Marinha os cabos e soldados são de carreira e muitos já se casam como cabos ou até mesmo como soldados. Se os sargentos já vivem mal com os salarios que ganham, imaginem os cabos e soldados que gastam a metade do salario só com o aluguel. Também somos praças, também chegaremos a subtenente, e também constituímos família. Fala serio, somos os mendigos das FFAA. Os verdadeiros escravos.
Anônimo 32 escreveu:Estava em uma operação que o batalhão em que sirvo participava e escutei de um MAJOR:

- Como pode o Auxílo Pré-Escolar de um Of Superior ser igual a de um Sargento? O filho de um Sargento usa fraldas de R$ 1,99 e os filhos dos Oficiais usam Pamper's!
Anônimo 32 escreveu:Eu fico me perguntando o que se passa pela cabeça de um Oficial Superior que vem comentar aqui a agrura que passa o Sargento na tropa. Com esse salário miserável já quase passei fome com minha família. Falar em planejamento financeiro comigo é piada. A maior fonte de rendimentos do Oficial é a transferência. Dinheiro sem tributação, que entra limpinho na conta a cada, o quê, dois anos? PNR esperando. Fica fácil. Quando cheguei na tropa minha primeira missão foi supervisionar o jantar festivo no Círculo Militar que homenageava os Asp Of recém chegados do CPOR. Tudo com dinheiro da comida dos soldados. Desde que eu entrei no EB, a cada ano piora a carreira. Não teve um ano que pensei melhorou. Nem quando fui promovido. Sargento é tudo igual, uns são mais antigos, outros mais modernos, mas o cmdo sempre pensa no Sgt como um ser inferior. Justiça seja feita, as novas gerações de oficiais tem um respeito maior por nós que os antigos oficiais, mas ainda muito tem que mudar. Perante a CF todos somos iguais. Mas os quantitativos de saque no rancho são diferentes. O local (cassino) também é diferente. O mais ridículo é o Fusex. Todos pagamos o mesmo valor, pois é proporcional ao soldo. Mas o atendimento é diferenciado. Os leitos, o respeito pela vida, tudo muda. Hoje vejo Sargentos formados assessorando em alto nível o cmdo, inclusive assumindo funções de alto nível técnico. Porém sempre seremos sargentos, serventes, lacaios, seres inferiores. Não me sinto inferior, mas me sinto humilhado todos os dias quando coloco minha farda. O pior é que muito dessa culpa é do próprio praça, pois muitos companheiros só faltam rastejar na frente do Cmt, buscando pontinhos. Senhores, infelizmente somos covardes, somos desunidos, e nossa situação tão cedo não vai mudar. Parabéns pelo teu blog montedo, é muito bom ler postagens inteligentes como as que leio aqui. Só o conhecimento liberta!!
Anônimo 33 escreveu:A coisa está feia, mas este não é ainda o problema. O problema é que vai ficar muito pior!!! Como não temos representação política que defenda os interesses a favor do pessoal nossos soldos ficarão cada vez mais defasados e as duas coisas que sobraram que são 30 anos de serviço para pedir reserva (informo ao civil que ler isto que falo de reserva, podendo ser mobilizado, não é aposentadoria)e paridade remuneratória da reserva com a ativa vão para o espaço.
Sendo cético com relação aos chefes, fica difícil não ser em relação aos futuros militares políticos, isto se e quando os tivermos em quantidade para fazerem a diferença.

Sugiro aos companheiros que continuem se fiando somente em si próprios, na família e em Deus.

Corram para adquirir uma formação profissional para desempenhar na reserva, sejam empresários (sei da incompatibilidade com o desempenho de cargo público), façam concursos com remuneração superior.

Continuem a ser bons profissionais militares, afinal um olho no presente e outro no futuro. Quando você não trabalha outro militar terá que trabalhar o dobro, os prejudicados não serão aqueles que merecem (se é que alguém merece) mas os companheiros.

Fujam de empréstimos, até mesmo os do FAM/Poupex (os juros e condiçoes gerais são as mesmas do mercado que é coisa de agiota), tenham como meta saldar todas as dívidas, sinto na pele que é muito difícil mas não impossível.

Tenho que dizer isto: CHEGA DE DESCULPAS, porque não passam disso, exemplos: Um representante da FAM/Poupex disse que eles tem que cobrar os mesmos juros do mercado para financiar imóvel (quando financia) por imposição do órgão que controla essas instituições, fala sério, então pego o financiamento na Caixa,o carácter social do FAM derruba o argumento. Se não, façam acontecer, resolvam o problema, afinal se é possível resolver o problema para uns porque não para todos. Vide apartamentos de luxo em Brasília, acho que todos conhecemos a história. Outro exemplo, não quero nada com QCO, é inconstitucional tornar-se concurso interno, ok. Peguem o tal de QAO e o transformem em concurso interno, para todo o público interno (ST, SGT, CB e SD). Ahh, e porque só até Capitão? Mandem uma lei para o congresso e aumentem alguns postos. Conseguiram para Cel no QCO não?

Droga, resolvam os problemas!!!!!

Feliz 2013.
Anônimo 34 escreveu:EU NÃO QUERIA FALAR SOBRE HAITI, MAS...!!!

Como um companheiro falou sobre o Haiti, vou compartilhar fatos que presenciei:

Fui servir em uma OM e chegou um companheiro já baixado. A sargentada ficou p da vida pq ele não tirava serviço (ADJUNTO). Tinha problemas nas costas. Aí veio um Fax do Gabinete do Comendante do Exército informando que o citado companheiro havia sido selecionado para a missão do Haiti.

Aconteceu um milagre!!! O cara voltou para a escala de serviço. O fax do Gabinete curou o cara. Foi instantâneo.

Detalhe: era a quinta vez que ele ia para a missão.

Conheci outro que tinha na época da seleção de um determinado contingente mais de 25 anos de serviço e foi preterido por um outro militar com exatos "18 meses de coturno". FOI TRISTE!!! O papo foi que o escolhido falava alemão. Mas falar alemão no Haiti???

Todo mundo que consegue ir na missão fala que a grande maioria da galera fala aquele "IGRES FRUENTE" THE BOOK'S ON THE TABLE.

Repetir militar na missão é a prova de que precisa haver mudanças na nossa instituição. HJ temos telefone, email, intérpretes, etc, etc, etc. E o militar vai duas, três vezes pq tem experiência!!!!

Fazer o que!!!!

Esse é o nosso EB BRASILEIRO
Anônimo 35 escreveu:Considerações:

01) O melhor sargento ainda é sargento;

02) O pior oficial ainda é oficial;

03) O soldado é insensível às palavras e suscetível a exemplos;

04) O soldado não respeita quem não o respeita;

05) Ao tratar o soldado como criança, ele naturalmente agirá como criança e consequentemente tratará o armamento como brinquedo;

06) Dê responsabilidade ao soldado e ele agirá com responsabilidade;

07) Hierarquia é diferente de respeito. O soldado obedece as ordens do superior, mas respeita o homem por trás da autoridade;

08) Ninguém é melhor que ninguém. Até um recruta tem algo a ensinar a um general;

09) Nunca se sabe o bastante. Tanto o sábio quanto o tolo estão cheios: este de si, aquele de dúvidas;

10) Profissionalizar a força é inevitável. Antes de formarmos combatentes, deveríamos formar profissionais. Combatentes só são úteis na guerra, profissionais em qualquer situação;

11) A avaliação deve contemplar os méritos intelectual e pragmático, pois nem sempre o 1º da turma apresenta o melhor desempenho no trabalho;

12) O salário é o primeiro indicativo de satisfação no trabalho, mas não é tudo. Há carreiras no serviço público melhor remuneradas que a militar e ainda assim aqueles servidores não estão satisfeitos com suas funções;

13) Quem é favorável às diferenciações sempre é favorecido por elas. O melhor deve ser para todos;

14) A representação política só funcionaria se houvesse comunhão entre os círculos;

15) Antiguidade é posto, não é graduação. A experiência deve ser valorizada e não confinada em uma reserva de material;

16) Nenhum auxílio deve ser vinculado ao soldo. Este se encarrega de prover o escalonamento merecido;

17) Oficiais devem estar nas fases do planejamento, organização e controle. Praças devem estar nas fases da organização, direção e controle;

18) A família é o maior bem de um homem. Não confie em um homem que não valoriza a própria família;

19) A faxina é apenas uma atividade-meio;

20) Não é no cassino que se descobrem seus melhores companheiros; para isso existe o EDL [* Exercicio de Desenvolvimento de Liderança];

21) Disciplina não é sinônimo de omissão. Omissão é pior que comissão;

22) Experiência é diferente de antiguidade pois as ervas daninhas também envelhecem;

23) Reverência é devida às veneráveis cãs e não às estrelas;

24) Militares performáticos escondem fragilidades de caráter. Quem trabalha não tem tempo para enredar.

Se não está satisfeito, peça para sair... da zona de conforto. Infeliz é o homem que se tornou escravo das circunstâncias. A felicidade é um estado, não um lugar. Mudar demanda esforço e renúncia. A mudança pode vir através do estudo, o único meio de ascensão pelos próprios méritos. Nunca é tarde para mudança. Dizem que o homem só envelhece quando deixa de sonhar e o momento ideal da mudança é agora.
Anônimo 36 escreveu:Caros Colegas,

A atual situação da carreira militar está muito ruim e tende a piorar no futuro.

Eis o porquê:

1. Tudo indica que as próximas eleições a presidente serão polarizadas por "Dilmandona" do já tão conhecido PT e "Aecinho" do PSDB de FHC (8 anos sem reajustes, CPMF) e da MP do mal, lembram-se? Ou seja, "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", pois ambos partidos e ideologias nos detestam, e onde primeiro vão cortar gastos e querer economizar.

2. Os militares continuarão DESUNIDOS e a própria estrutura organizacional, tradições seculares, mentalidade de manutenção do "status quo", ESTIMULAM as divisões internas.

Dentro de cada especialidade destas temos tanto os oficiais como praças SEPARADOS por "N" armas, quadros, serviço, especialidades diversas.

Vamos agora abordar as DIVISÕES internas geradas pelos "NICHOS" e "TRADIÇÕES".

Na Marinha os "maiorais" são os militares da Armada, que se acham mais importantes que os outros e assim por diante. Na Armada a elite, os "bambambam" são os Submarinistas e nos Fuzileiros os COMANF e depois os GRUMEC.

No EB a Infantaria é a tida como "Rainha das Armas", que disputa com a Cavalaria a condição de "mais-mais" do EB, porém, nos últimos anos, foram passadas para trás pelo "lobby" dos artilheiros e atualmente dos engenheiros....

Ainda dentro do EB tem os "maiorais" dos Forças Especiais e Comandos, que SE ACHAM os "deuses", os PQD que se acham "semi-deuses" e os Guerra-na-Selva que são o "Cão Nuclear" da Amazônia e que "NÃO OUSEM...!!!", mas quem TEM CERTEZA que são "deuses" são os médicos...

A FAB possui os Aviadores, que são os "maiorais", depois a Intendencia e depois a Infantaria da Aeronáutica, nesta ordem. Ainda tem os Pilotos de Caça, que são a elite da elite, os de transporte e helicoptero. Na Infantaria da Aeronáutica temos os PARASAR que são a elite da sua infantaria.

3. Um pouco da minha impressão pessoal sobre a "MENTALIDADE e CULTURA" de cada Força Singular.

Na minha opinião constatei o seguinte, o pessoal da Marinha, mais "elitizado", se relaciona melhor com a FAB e ambos não são muito chegados no pessoal do EB.
O pessoal da FAB, são como os "políticos", sabem "transitar" bem por todas áreas e categorias, mas é difícil saber quando estão sendo apenas "simpáticos", sinceros ou só fazendo cena.

O EB passou há alguns anos a atuar nessa "seara política", mas parece que só se dá mal, pois os políticos profissionais passam a lábia (presidentes, governadores e prefeitos) o que pedem pro EB fazer ele faz, de limpar rio poluido, pintar praças, caçar mosquito da dengue, fiscalizar vacinação de vacas, subir e ocupar favelas, fazer estradas, distribuir agua, desocupar area indigena, fiscalizar madereiras, etc, etc. OU SEJA, só "carrega piano" dos outros (faz trabalho da alçada da PF, PM, DNIT, ANVISA, IBAMA, SUDENE, SUDAM, FUNAI, e por aí vai...).

Desta forma, já deu pra ver que cada uma (Força) é cada uma e elas não se misturam.

Bem, espero ter demonstrado que UNIDOS, dificilmente seremos algum dia, pois o próprio "SISTEMA" não permite nem estimula ou estimulará algum dia que os militares sejam unidos.

Para finalizar, deixar alguma "esperança" é de que estamos " acordando" para essa nossa atual "realidade". Agora esperar alguma mudança brusca de rumo duvido. O que posso dizer aos mais novos é que estudem, se preparem intelectualmente e profissionalmente não só para carreira militar como para vida civil também, que para os bons sempre há espaço, no meio militar ou no civil. A profissão militar sabe reconhecer quem é bom.

Aos mais antigos que se preparem para vida civil, tenham uma outra atividade em mente para fazer na reserva, a vida continua e manter a mente trabalhando é essencial para viver por muitos anos com saúde.
Anônimo 37 escreveu:Acrescento que pessoalmente penso que não deveria nem existir QAO, carreira de praças é carreira paralela a de oficiais, deveria terminar em S Ten. MAS e isto é o essencial, remuneração de S Ten deveria ser próxima a de Cel e assim sucessivamente. Remuneração não é hierárquia. Mas reconheço que remuneração como hieráquia é coisa de Brasil, mas as instituições que levam a sério seus servidores dão um tratamento diferente ao assunto. Outra, remuneração não é só o que vem no contracheque.

Melhorando o que disse um companheiro acima, prefiro ser S Ten com remuneração de Cel do que Cap com remuneração de S Ten!!!
Anônimo 38 escreveu:RSRSRSRS...eu tenho que rir mesmo.

No quartel onde sirvo, veio uma comitiva de um general americano inspecionar a nossa nova doutrina. Quando o americano pegou o nosso "fuzil" (pq para eles isso não é um fuzil) ele educadamente comentou que o fuzil era muito pesado e obsoleto. O general brasileiro (não vou citar por questão de ética) disse que a nossa fábrica de armamento estava produzindo um fuzil mais moderno e que estava em fase de distribuição. O americano perguntou o nome do fuzil. A resposta vcs já sabem né... O general colou...não sabia o nome do fuzil que a sua própria tropa usará daqui há algum tempo. Conclusão, o cara é o comandante da DE e não dá a mínima para o armamento que a sua tropa usa ou virá a usar no futuro. Fala sério. Isso é um comandante???

Sem contar que o próprio general não falava inglês, era um tenente que traduzia pra ele. Até onde eu sei, eles são doutores em ciências militares, e pra ser doutor em qualquer faculdade do Brasil eu acredito que se tenha que falar no mínimo 1 ou 2 línguas estrangeiras. Será que eles falam espanhol e haitiano?

Generais são políticos, não militares.

São esses aí que vcs acham vão mudar alguma coisa no Exército?
Anônimo 39 escreveu:Pra tudo tem um jeito. Se não tiver como colocar a antiga (EsAEx) como concurso interno, então fecha essa m... de NPOR pra paisano e dê oportunidade aos praças bem conceituados a fazerem uma prova interna e concorrerem as vagas para oficial. Pode até ser menos vaga, mas já uma coisa né. Aí sim o NPOR vai ter uma formação capacitada e militares de um nível melhor do que esses aí formados nas coxas no meio expediente.

Mas isso nunca vai acontecer, né general? Sempre vai haver aquela desculpa de que eles são formados pra reserva em caso de guerra. Fala sério hein!

Se houver guerra mesmo, é só promover um monte de sargento a comandante de pelotão que a missão sai. Os soldados bons serão promovidos pra suprir as vagas dos sargentos, já que isso já é feito nos quartéis hoje em dia em tempo de paz. Vejam os sargentos temporários.
Anônimo 40 escreveu:Caros companheiros, pelo o que vejo em todos esses comentários é que a maioria de nossos problemas são de carater interno, ou seja, político não resolve. REVER INTERSTÍCIO DE PROMOÇÃO, CONCURSO INTERNO PARA OS SGTs COM CURSO SUPERIOR SAIR OFICIAL, tudo isso é ato discricionário de cada força, que aliás já deveria ter mudado, uma vez que, temos apenas um Ministério. ISSO TUDO É ATRIBUIÇÃO DAQUELES QUE FICAM DISCUTINDO COR DE COTURNO E SE A GANDOLA DE COMBATE DEVE OU NÃO TER BOLSOS.
Anônimo 41 escreveu:O Exército Brasileiro de hoje difere do de ontem, é muito pior, os valores mudaram muito.

O Exército de hoje é comandado por Oficiais Generais políticos, como disse um certo general, a politicagem invadiu a instituição.

Hoje o EB adota sistemática parecida com o Exército Nazista Alemão, usa a comunicação como forma de projetar suas realizações (ou falta). Vejam por exemplo a Estratégia Nacional de Defesa, SISFRON, PROTEGER e outros projetos chamados de estratégicos. Não passa de pura propaganda, não vemos nada na prática, porém se acessar os sites do EB veremos um monte de planilhas no Power Point alardeando realizações que não passam de propaganda enganosa para o público interno e externo. E valorizando sempre os Generais que na verdade é o que eles querem para passar uma imagem que estão trabalhando para o reaparelhamento da força.

A realidade está longe das propagandas, a verdade é que os Médicos, Engenheiros Militares, Oficiais Combatentes e outros estão dando no pé, basta consultar as turmas no DGP e ver que os formados pelo IME de 2000 em diante, em quase todas turmas 50% já foi para iniciativa privada, os Oficiais Médicos grande parte também pediu demissão para ingressar na iniciativa privada.

Como disse um companheiro em um dos comentários, hoje poucos “são militares” a maioria “está militar” até conseguir coisa melhor, infelizmente a verdade é que a Força está desagradando gregos e troianos.
Anônimo 42 escreveu:O que dizer da FHE/POUPEX?

A FHE/POUPEX a muito tempo vem simplesmente servindo de cabide para Oficiais Superiores e Oficiais Generais, por isso chegou na decadência atual, verifica-se que grande parte dos militares abriram mão de serem sócios, pois há muito pouco vantagem, as duas instituições tornaram para nós uma “financeira qualquer” já que elas não cumprem suas finalidades, só querem os lucros como qualquer outra.

Fui financiar um imóvel junto a essas instituições, e a primeira coisa que me pediram foi meu contracheque, não tiveram nem a sensibilidade de simularem o financiamento que queria, “infelizmente o senhor não tem margem para o financiamento”, fui na CEF e consegui o financiamento, fui enquadrado pelo Gerente em um convênio do MPOG para funcionários públicos, só tive que pagar um valor de cadastro R$ 300,00, ai foi só aguardar. Todo o resto a CEF fez, avaliação, consulta a cartório, avaliação do engenheiro, etc., e o juro ficou quase no mesmo patamar da FHE/POUPEX.

Nomeiam Coronéis para chefiar os Escritórios só pelo Posto não pela competência administrativa e outros requisitos, ai vem o camarada da uma palestra na OM e não sabe responder as indagações dos associados, por que em vez de contratar funcionários civis a FHE/POUPEX não contrata praças para trabalhar em seus escritórios? Seria mais uma forma de melhorar a vida de quem sustenta o sistema, mais sabe como é né, praça, esse povo não sabe nem ler direito...

Até nisso somos explorados...
Anônimo 43 escreveu:Pessoal, eu tava lá na sala do café do meu batalhão e de repente o Cel - que não é QEMA, mas era o OD [* Ordenador de Despesas] do Btl - tocou no assunto transferencia, aí um 3º Sgt falou que, se fosse pra São Paulo, iria passar maus bocados, pq ganhava só 2.600 e poucos reais, sabe o que o OD falou?

- Nossa um sargento só recebe isto, entao os Cb e Sd recebem uma merda, e começou a rir muito com os outros Oficiais.

É isto, os oficiais nao sabem, nem querem saber de sua vida pessoal.

Experimenta qualquer um de voces aqui deste blog reclamar para seus superiores sobre sua situação, seja financeira, seja outra qualquer.

Eles nao querem problemas, só querem beber uisquinho Black Label comprado com as economias do rancho, nos dias de formatura, enquanto os Sd comem pão velho com margarina e KI-Suco.

Quem nunca passou mal com a comida que é servida no rancho nos fins de semana qdo está de serviço? Pq será q a comida cai o padrão fim de semana?

Eu mesmo já fui punido só por falar em forma que os oficiais não tavam fazendo o TAF [* Teste de Aptidão Física] e que tavam mandando eu colocar a menção deles no papel.

Ah, também tenho uma prisão por ter falado para o tenente que ele era um filho da puta, isto pq ele nao quis me liberar pra levar minha filha que estava doente para o hospital.

Enfim, eles nao querem nada com nada, só querem saber de suas carreiras pessoais.

E como diz a musica do Rage Against the Machine:

"Wake up, How long? Not long, cause what you reap is what you sow."

"Acorde. Quanto tempo? Nao muito, porque você colhe o que planta."
Anônimo 44 escreveu:Em 30 anos como praça, Sd, Cb, Sgt e subtenente, não vi nenhuma porta se abrir para praças. Só vi portas se fecharem. Para não faltar com a verdade o único avanço que vi durante todos esses trinta anos foi o fim do pernoite, onde era encarado como recompensa ser dispensado da revista do recolher. Ou seja, os praças até 1º Sgt não tinham, nunca, o direito de dormir em casa, era sempre uma regalia concedida pelo comandante. Fora essa mudança, nada mais, repito, NADA MAIS foi melhorado na vida dos praças. Só perdemos direitos, e mesmo naquilo que o regulamento nos faculta vejo comandantes dificultando pois sabem que a maioria não vai abrir o bico por medo de perder conceitos. Então já vi inventarem escalas de serviço para subtenente, ou criar outras missões de toda ordem para agradar o público civil e fazer a tropa de capacho, apoiando desfiles de moda, cortando grama na casa de políticos, pintando escolas particulares, construindo muros em clubes particulares e coisas do gênero.

Ser praça é ser discriminado por todos, pela sociedade (que nos culpa pela Revolução de 64, sem levar em conta que 99% do efetivo nasceu depois disso) ser discriminados pelos políticos pois só nos cortam nos direitos que outras categorias são atendidas, e discriminados pelos oficiais que só fazem dificultar o nosso dia a dia, justamente em atos que poderiam nos melhorar a qualidade de vida. Os comandantes de OM podem sim melhorar a vida de seus subordinados, dentro do que lhes compete, mas preferem bancar os "linha dura" pois a única maneira que sabem comandar é pela força, visto que não são capazes de despertar admiração na tropa que não enxerga nenhum atributo de liderança neles. Fico imaginando o que será o futuro das FFAA.
Anônimo 45 escreveu:Triste ver o rancor de muitos...mas o que posso dizer é que a mudança não se dará por conta de atos extremos.

Muitos reclamam da situação financeira, porém conheço muitos sargentos bem posicionados, alguns comprando seu segundo imóvel. Conheço oficiais na penúria também. Pra mim, essa questão é pessoal, é uma questão de educação financeira. Cada um deve viver dentro de seus limites.

Concordo que nos últimos 20 anos a carreira piorou e que decisões tomadas por Chefes e Governos trouxe prejuízo para todos com um peso maior para as praças.

Vivemos uma ausência de lideranças nos mais altos escalões, o último Gen que conheci de verdade foi o Heleno.

Sou oficial, filho de praça, e me orgulho muito dos diversos sargentos que trabalham ou já trabalharam comigo.

Em todas as unidades que servi, o ambiente entre praças e oficiais foi mito bom, mas excessões sempre existirão, inclusive entre oficiais.

Existe uma real necessidade de se pagar um auxílio-moradia para militares e sei que o Cmdo do Exército está em tratativas com a equipe econômica do governo.

Acho uma vergonha o uso de taifeiros nas residências de qualquer militar que seja. Um luxo que não tem mais cabimento nos dias atuais. Cmts já recebem 20% de representação para isso.

Lembre-se que a carreira é uma pirâmide, o topo só comporta um militar. O sistema é cruel sim, mas vc tem a opção de mudar.

Faça vc sua mudança, ESTUDE E SAIA PELA PORTA DA FRENTE, COM DIGNIDADE. É isso que qualquer profissional faz quando está insatisfeito.

Não vi ninguém reclamando que:

1) não trabalha sexta de tarde.

2) se aposenta com vencimentos integrais.
Anônimo 46 escreveu:Replicando o comentário do "Anônimo 45" que comentou em 13 de janeiro de 2013-22:08.

Quando você diz: "1) não trabalha sexta de tarde. 2) se aposenta com vencimentos integrais", devo ressaltar que o meio expediente das sextas-feiras existe para benefício do "EB" e dos "Generais" que usam esse dia sem almoço para realizarem as festas de confraternização entre eles e autoridades ou para bancar aniversários de esposas. Com relação a se aposentar com remuneração integral compensa um pouco as perdas, porém já esperamos para um futuro bem próximo a perda desse benefício.

Quando você fala "ESTUDE E SAIA PELA PORTA DA FRENTE, COM DIGNIDADE", não me parece razoável, temos é que mudar a instituição e não mudarmos de emprego. Para um militar com mais de 25 anos de serviço, na graduação de Subtenente ou Major por exemplo, como dar baixa? Temos que brigar para melhorar valorizar nossa condição de militar.

Como dito acima por um companheiro vamos parar de falar chavões tipo "quem não ta satisfeito que dê baixa" etc.

E outra coisa vamos parar de atribuir toda nossa desvalorização a Governos, chegamos nessa situação por omissão de nossos Comandantes.
Anônimo 47 escreveu:Texto excelente. Você está de parabéns. Conseguiu explicar de forma clara e em ordem cronológica os motivos que fizeram a carreira de praça se tornar o que é hoje.

Me formei Sgt pela ESA em 1994 e fiz de tudo para ficar no EB. Entretanto após diversas tentativas na então ESAEX desisti e tentei concursos para Auditor Fiscal. Consegui passar e hoje lendo o que você escreveu percebi que nada mudou, aliás, piorou. Se há um conselho que posso dar aos praças é que estudem para sair. Sei que é complicado largar a profissão escolhida, mas tem um momento na vida que é preciso fazer escolhas. Continuar onde está ou tentar melhorar. Fiquei por 15 anos e desisti. Percebi que não dava mais, que as coisas não iriam melhorar.

A maior virtude do homem é ter a capacidade de prever o futuro. Certo dia, em umas das infindáveis formaturas olhei para a direita da primeira fila e vi um Subão (Sub Ten) já sugado pelo tempo de serviço. Me vi ali naquela situação depois de 15 anos. Olhei para a última fila de sgt e vi onde tinha começado. Neste dia eu imaginei como seria o meu futuro e percebi que não era aquilo que eu queria.

Portanto, acredito que só com esforço individual é possível mudar essa trajetória. Esperar alguma coisa dos oficiais que mandam na Força é inútil.

Abraço a todos e mais uma vez parabéns pelo excelente texto.
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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#28 Mensagem por Clermont » Qua Jul 23, 2014 9:02 am

FORÇAS ARMADAS: Depoimentos dramáticos de militares mostram as razões de frustração com a carreira - COMENTÁRIOS - 1ª PARTE.

Coluna do Ricardo Setti - http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-s ... -carreira/
Cristiano - 23/08/2013 às 23:53 escreveu:
Todos os dias o serviço no CIAA (Marinha) localizado na Av. brasil tem que ficar disputando cama, o absurdo é que não tem cama para todos e em alguns alojamentos os militares de mesma patente mas curso diferente são impedidos de entrar. Imagine o militar saindo da guarita 00 h e ficando até 01h da manhã para procurar CAMA e ainda por ca ter que acordar as 5 para faxina. isto é real. E o mais absurdo que quando ligam para o Oficial de Serviço do dia (aconteceu esta terça mesmo) ele diz que nada pode fazer. depois não sabem porque TODOS querem sair.

Xavier - 22/08/2013 às 14:35 escreveu:
Sou militar , da ativa, e oficial. Muitos comentários que li são de indivíduos extremamente revoltados e recalcados, como do ex soldado e marinheiro, que ficou quase 10 anos nas FFAA e falou mal de todo mundo. Se era tão ruim assim, pq não saiu? Muitos outros reclamam dos superiores, mas te digo, a maioria é fruustrada, e muito ruim, mas bota a culpa no sistema. A propósito, o praça (ST e Sgt) necessita apenas do 2º grau para se formar. Quer ganhar quanto? Pq não entrou pra AMAN em vez da ESA? Então não se comparem com os oficiais em termo de salário. A proposito, estes tb ganham muito mal pra responsabilidade de comandar 800 militares, vivem no fim de mundo e não ter alimentação, munição , combustível no seu quartel. Mas a maior culpa da penúria na qual nos encontramos não é da Dilma , do PT ou do LULA, mas sim dos nossos “grandes” chefes militares, alguns há 10 anos no poder sem largar o osso….

Leandro - 23/08/2013 às 23:38 escreveu:
sou militar da ativa com curso operacional e 9 anos de serviço este ano vou embora para poder estudar e tentar recuperar o tempo perdido em uma pseudo esperança de melhoras. o salário é um dos fatores mas as condições de trabalho pesaram na decisão. um dos fatores é carga horária onde ja se viu trabalhar 24h seguidas e e continuar trabalhando durante o expediente. essa semana comecei a trabalhar no DOMINGO 07:30 e so sai as 18h de segunda, na TERÇA trabalhei das 07:30 até as 17:30 na QUARTA de novo das 07:30 ate as 17H de QUINTA hoje na SEXTA FEIRA trabalhei ate 12:00 mas a noite tenho que participar de culto religioso OBRIGATÓRIO e pra finalizar a semana vou trabalhar das 06:30 de SÁBADO ate as 10H de DOMINGO e na SEGUNDA vamos nós de novo fazer uma atividade de campo que vai acabar na QUINTA e SEXTA tem expediente se eu tiver sorte folgo no outro final de semana. Sem ganhar um centavo a mais!!!!! e minha família quase não dou atenção pois cansado vou pra casa pra dormir pois “a preparação do serviço começa no dia anterior”.

Conrado - 24/08/2013 às 0:33 escreveu:
XAVIER:

O Sgt de carreira necessita SIM apenas do ensino médio para se formar, ou melhor dizendo, necessita apenas do ensino médio para prestar o concurso da EsSA, assim COMO VOCÊ, que para prestar a porcaria da EsPCEx, precisou do ensino médio – e quem duvida – incompleto ainda por cima. E todos sabemos também que, depois que aprovar nas provas para a gloriosa AMAN, qualquer vaca disfarçada de cone sai OFICIAL. Então, não venha comparar escolaridade, porque AMBOS os concursos EXIGEM praticamente A MESMA escolaridade mínima atualmente. A diferença é ficar 1 ano e meio ou CINCO anos para sair formado, e fingir que ganha diploma de ciências militares, quando tem cidadão que mau sabe abrir a boca para dar um comando decente a sua tropa. Isso tudo depois de CINCO anos na escola cor de rosa da tia tetéca. Grato.

Leo Cientista - 24/08/2013 às 19:09 escreveu:
Um monte de besteiras escritas aqui, qdo não escritas erradamente. E ainda vêm – os indignados – reclamarem melhores salários, condições de trabalho, blá, blá. Deveriam, sim, instruir-se melhor para depois reivindicarem alguma coisa. Bom, o retrato da situação (em termos de remuneração) é o seguinte: a carreira militar para praças inexiste. Os graduados ganham mal, submetem-se a escrachos continuamente e, no final da carreira, aqueles q chegam a capitães, ganham alguma coisa entre 8 mil e 9 mil reais (sem considerar os 20% de aumento até 2015). O fato é q os filhos adolescentes necessitam de recursos, melhores escolas, livros etc., e com o salário de sargento o praça fica “no sal”, como dizemos. O oficial, por sua vez, só consegue respirar qdo chega a major, recebendo entre 11.500 e 12 mil reais (tb, sem considerar os 20% de aumentos até 2015). O prob é q parou por aí né. De major a coronel o aumento salarial é de míseros 800 reais a mais no contracheque. Ademais, como oficial superior, a situação do oficial fica mais cômoda, digamos, por isso a tranquilidade de muitos qdo chegam ao oficialato superior. Esta, portanto, é a situação. Os praças estão cada vez mais “mal pagos”; os oficiais, no entanto, só “respiram” qdo chegam a major. Neste contexto, mts saem por não suportarem a pseudocarreira (praças), eqto outros evadem por não aguentarem esperar a promoção a major (oficiais). Os q saem já majores, mts das vezes o fazem por entrar na “pilha” de outros, fica o registro. Nota: sou major do QCO, oriundo da carreira de sargento. Gde abs a todos.

Nelson - 24/08/2013 às 20:15 escreveu:
Oi Major Leo Cientista, eu não ia comentar nada até ver sua escrita e não concordo com o início, onde v.sa diz que tem um monte de besteira e escritas erradas e vi que v.sa eh do quadro complementar de oficiais do exercito brasileiro. O problema de falta de espectativas começou no governo Collor de Mello, quando este com os oficiais generais das 3 forças fizeram um nova Lei de Remuneraçao dos Militares, exemplo eu recruta ganhava um percentual do soldo do general do exercito e hoje eu subtenente ganho um percentual do soldo do coronel e foi imposto isso para todos que nao sao oficiais generais. Nesse ano quem divulgou a tabela dos militares foi o Congresso Nacional, antigamente era Tabela de Escalonamento Vertical e tinha o indice de juros em cada soldo, nessa tabela atual começa de coronel ateh recruta e foi excluida dessa tabela os oficiais generais porque esses agora ganham como se fossem do poder judiciario. Aí pergunto para essa inteligencia de major: oficial general é militar ou não é mais militar????????????????????

Sgt Infante - 24/08/2013 às 20:42 escreveu:
Fico triste com a realidade do milico. Pelo fato do dever de sermos APOLÍTICOS, somos carentes de representantes neste mundo político. O que me racha a cara de raiva é escutar discursos de generais que estão em busca do reaparelhamento da Força mas não conseguem ao menos construir um PNR para os Sgt’s. Só falam em gestão logística e esquecem de investir no homem. Quanto aos soldos, considero uma mixaria o que um Gen ganha pela responsabilidade e dedicação x tp sv. Imagina a praça!! Pior ainda está o Sgt que, quando transferido, não consegue nem levar o cachorro com a indenização. Ledo engano quem afirma transferência ser bizu!!!! Desestrutura toda a família, a esposa sai do emprego (uma renda a menos), o filho muda de escola (zero vida social) e ainda tem que pagar aluguel no destinho (PNR?? rsrs). Plano de carreira só serve para calar os ST que estão na espreita de serem promovidos a oficial. Alem do mais, nao desejo ser mais um ST jogado no alojamento porque o Exército o transferiu sem lhe dar estrutura nenhuma, obrigando com que a família permaneça na cidade de origem por motivos óbvios (estrutura familiar, pagando imovel, etc). Graças à DEUS consegui estudar apesar de todos os contratempos!!! Conclui minha pós e vou pedir baixa no início do ano que vem!! Fico triste e feliz ao mesmo tempo!! Triste pela saudade da caserna, apesar de tudo, e feliz por saber que meu trabalho será recompensado proporcionalmente ao meu esforço e competência!!!NO FIM, SEMPRE SEREI UM NOBRE INFANTE!!! BRASIL ACIMA DE TUDO!!!!

Sgt Forças Armadas - 24/08/2013 às 21:13 escreveu:
O PROBLEMA É MAIOR DO QUE SE PENSA!

Há 5 anos atrás fui envolvido pela maior ilusão de minha vida ao achar que por ter sido aprovado na Escola de Sargentos das Armas daria um novo rumo à minha história, porém, ao adentrar nos portões das Forças Armadas e, desta forma, presenciar e viver a realidade descobri que na verdade tudo não passa de uma farsa.

As Forças Armadas do Brasil estão FALIDAS, o Exército está inundado de militares desmotivados a maioria absoluta carrega este sentimento de derrota, principalmente quando se trata de SARGENTOS, Cabos e Soldados.

Se não bastasse essa remuneração ridícula, vivemos trancafiados numa ditadura interna que pendura até hoje. Estou certo em dizer que se a instituição fosse regida aos moldes de uma empresa convencional e dependesse de cotas de produção para se manter viva estaria falida a tempos. Com raríssimas exceções, temos no comando de nossa instituição, bem como à frente das Organizações Militares CHEFES que pensam somente em seus caprichos e estão pouco se lixando para a “massa” muitos deles insistem em fazer seus falsos discursos tentando exaltar uma instituição que esta jogada às traças.

Leitores, perguntem a qualquer Sargento de carreira sobre o que eles acham de seus Chefes: os Oficiais.

É incrível, pois se não bastasse um governo que rema contra a instituição, temos ainda que levar nos ombros uma quantidade imensa de Oficiais INCOMPETENTES, boçais e que estão ali simplesmente aguardando suas PROMOÇÕES RÁPIDAS e certas. Muitos militares são humilhados todos os anos quando nos deparamos com ações corruptas no processo administrativo interno (Feijoadas, Festas, Bailes) eventos que contam com a mão de obra NÃO PREVISTA de 100% dos militares da OM, que geram lucros imensos que se dissipam sem ninguém saber para onde vão.

Aos Oficiais, protagonistas da matéria sobre as inúmeras desistências, estou falando de vocês Senhores:

- Que contam com rápida promoção e consequente aumento salarial (para aqueles que não sabem um Aspirante à Oficial em 6 anos é promovido por 3 vezes, uma única promoção de um Sargento recém egresso da EsSA demora 8 anos);

- Que possuem PNR garantido em qualquer região deste pais;

- Que possuem, conforme o regulamento do Exército, série de atribuições e que insistem em repassá-las para seus Sargentos, Cabos e Soldados a fim de que estes possam cumpri-las sem para que vocês não precisem fazer o trabalho que lhes cabe;

- Que quase sempre visualizam os seus subordinados como golpistas, muitas vezes necessitamos de ajuda e não de questionamentos sobre seus olhares repletos de desconfiança;

- Que ficam quase sempre atrás de pranchetas avaliando e cobrando dos homens e mulheres que comandam atributos que muitos dos senhores nunca terão;

- Que criaram um sistema de conceito para tentar a todo custo “amarrar” seus subordinados para que não possam sair das trilhas que satisfazem suas vontades, conheço muitos avaliadores que deveriam ter suas fichas de conceitos rasgadas pois não tem condições ou mínimos atributos para serem avaliados;

- Estou falando com vocês idealizadores de verdadeiros CASTIGOS FÍSICOS cobertos por um nome atraente, o que falar do Exercício de Desenvolvimento de Liderança (EDL) uma verdadeira palhaçada, se realmente funciona, convido a vocês a participarem juntos da atividade;

- Estou falando com vocês Oficiais, que numa transferência ganham uma ajuda de custo para que transportem suas mudanças, veículos e família imensamente maior do que a de Sargentos, garanto a todos que para nós este serviço tem o mesmo custo. Porque até hoje não mudaram esta sistemática, talvez seja porque não os interessa confere? Pensamento perfeito, já que a dificuldade não bate à porta de suas famílias, para que se preocupar.

Esta é nossa triste realidade, e repito se a situação esta desesperadora para os Oficiais quem dirá para nós Sargentos, Cabos e Soldados.

Enfim, temos apenas uma direção à trilhar e ela, sem dúvida, é o contra-azimute dos portões que cercam à caserna. Hoje falo com autoridade: nossa maior vitória não foi ter entrado nas Forças Armadas, será sair dela. Que Deus nos ajude!

Leo Cientista - 24/08/2013 às 22:09 escreveu:
Prezado ST Nelson, opiniões são bem vindas, mesmo q sejam descabidas e desproporcionais. Ora bolas, eu não disse nenhuma incoerência qdo afirmei sobre as besteiras crassas escritas nos mais variados depoimentos aqui. Como vocês podem desejar mudar, exigir alguma coisa se não estão em pé de igualdade para exigirem tal mudança. E não fui eu quem disse isso não, frise-se. Quer culpar a alguém, culpe Rui Barbosa q sempre defendeu q as letras superam os fuzis. Bom, discordâncias a parte, quero lhe dizer q não concordo com a famigerada MP q alterou nossa remuneração, retirando-nos diversas vantagens q, no pau da goiaba, compensavam as agruras pelas quais passamos na caserna. O q discordo é q se está ruim, prestem concurso e saiam. Não querem sair, prestem concurso e alcancem o oficialato de forma inteligente, sem necessitar de CHQAO ou de choradeiras. O q não cabe – e fica até feio para o paisano q vem aqui ler as lamúrias – é um monte de besteiras escritas, pois, para quem lê, a razão não vai estar do lado dos reclamantes, entendeu???

Armando - 25/08/2013 às 0:36 escreveu:
Sou 3º Sgt do Exército. Para o início de carreira e para alguém solteiro, o salário de Sargento não é ruim. O problema é o plano de carreira e o salário ao longo dela: De 3Sgt para 2Sgt são mais ou menos 8 anos para a promoção e ter um aumento de cerca de 500 reais. Em quanto isso, a gente forma família, tem filhos, nossos gastos aumentam, somos transferidos, pagamos aluguel (Nao exite PNR para todos os Sgt trasnferidos, em algumas guarnições chegamos esperar 4 anos na fila), somos engulidos pela inflação e nosso salário permanece congelado. Quando vem um reajuste nesse período temos que considerar o desconto da inflação, aumento do imposto de renda, desconto da pensão militar e outros… Pois bem, não sou de ficar reclamando da Força ou do governo, estou expondo a realidade. Agora eu e a maioria dos meus companheiro de fardas, estamos nos dedicando outras tarefas fora da força, como por exemplo faculdade, outros concursos públicos para sair da força e conseguir um salário maior ou mais tempo com a família. Acredito firmemente que se tivéssemos um salário maior e um plano de carreira que pelo menos nos desse uma folga para com a inflação, poderíamos dedicar nosso tempo integralmente para a Força afim de fazer cursos dentro ou fora da Força para nos especializarmos em benefício da própria. Podem fazer uma pesquisa sobre a quantidade de 3º sargentos de carreira que tem motivação para chegar a Sub Tenente ou até mesmo esperar para ser Oficial QAO, garanto que 90% de nós ou até mais, não temos motivação nenhuma de chegar ao posto máximo que nossa carreira nos permite. Acho meio triste isso. Eu pelo menos gosto muito do Exército, mas as atuais condição me obrigam a aproveitar meu tempo de descanso estudando para sair da Força. Quero dar uma vida melhor para minha família é só isso.

Brasil acima de Tudo - 25/08/2013 às 16:52 escreveu:
Rebatendo algumas críticas dos colegas comentaristas:

1. Aposentadoria integral: sim, a aposentadoria do militar é integral. Mas o que ninguém torna público, é que, por essa aposentadoria, chamada pensão militar, os militares pagam 7,5% do salário bruto para o resto da vida, mesmo na Reserva (e não “aposentados”), ao contrário dos civis que cessam o pagamento ao aposentarem.

2. Exercícios físicos: é de um desconhecimento grotesco afirmar que militares vivem de futebol e caminhada. Durante três vezes por ano há testes físicos com índices elevadíssimos para os padrões normais. A preparação para estes testes impõe treinamentos desgastantes, como pistas de pentatlo, corridas, natação e outros. Esses treinamentos militares exigem elevado preparo físico, o que causa acentuados desgastes fisiológicos e risco de vida.

3. Alimentação: sim é de graça. A alimentação nos quartéis e a alimentação de campanha. E deve ser assim, pois os intendentes adestram-se no suprimento diário das refeições. Ou na guerra vamos chamar um restaurante para vender self-service no front? A alimentação não é boa. Não pelos nossos militares, que fazem milagres de multiplicação de pães e outros alimentos. Mas pela falta de recursos. Os meios expedientes nas sextas visam evitar que falte alimentos até para as necessidades mais básicas de alimentação da tropa.

4. Moradia: não é verdade que existam fartas moradias para militares. Nos grandes centros,o alto valor dos aluguéis empurram o militar para a periferia, mais longe dos quartéis (normalmente localizados em bairros centrais e nobres), onde se leva horas para se chegar ao trabalho pontualmente. Em muitas capitais (RJ, SP, POA,…) os aluguéis consomem metade da renda dos militares de patente mais baixa.

5. Salários: as FFAA, como quase toda estrutura, possui organização piramidal. O topo pode até ganhar bem para os padrões brasileiros, mas a base, composta de soldados, sargentos e oficiais de baixa patente, não recebem proporcionalmente ao que se exige deles. Preparo físico de atleta, conhecimentos de professor, disciplina como robô, paciência de jó, criatividade de Dr Pardal e jogo de cintura de mulata globeleza. Daí o foco das evasões se concentrar nesse público. No quartel em que sirvo trabalham alguns funcionários públicos vinculados ao exército. Todos recebem duas vezes mais do que o próprio comandante. Onde que um subordinado de nível médio recebe o dobro que o chefe com quase 30 anos de carreira e com várias habilitações?

Por fim, conclamo aos nobres comentaristas desse nobre espaço democrático, que antes de tecer criticas é interessante saber um pouco mais da realidade do criticado.

Brasil acima de tudo!!!

Jorge - 25/08/2013 às 21:26 escreveu:
Caros ex-colegas de profissão,

Quero ajudá-los a melhorar a situação, já que meus 11 anos de marinha, 1º Ten formado pela Escola Naval, me permitem. Tudo depende só de vcs, esqueçam os políticos, a Dilma e o Amorim; são mudanças simples que resultarão em melhor ambiente de trabalho e menos despesa à União, que resultará em mais verba pra pagar um salário melhor. Vamos lá:

1) Esqueçam as tradições, a sociedade é dinâmica e a era da informática não permite se prender ao passado. Que sejam abolidos apitos, cerimoniais desnecessários, “boys” perfilados pra qualquer visita, etc.

2) Mania doentia de limpeza, fazendo com que a faxina vire a atividade-fim dentro de uma organização militar (OM), deve ser abolida. Um lugar com vários homens trabalhando e transitando sujará naturalmente, mas, ao final do dia, uma limpeza rápida e leve resolve, sem necessidade de se deixar brilhando e de passar inspeção, afinal ninguém entra nas FFAA pra ser um profissional da limpeza, seja como executor ou supervisor dela.

3) Que sejam proibidos, por decreto, os coquetéis. FFAA não são buffet, coquetel não faz parte da atividade-fim, e nem da meio, das FFAA, por mais que já esteja arraigado nas suas tradições. Pode até abrir exceção para as cerimônias de assunção de comando, SÓ, MAIS NADA. Em 15 anos no meu cargo civil nunca vi um coquetel, e mesmo as 5 ou 6 comemorações de aniversários foram feitas com vaquinha de 10 reais de cada um pra compra de refrigerante e salgadinhos, nunca vi cerveja e whisky por conta do erário público na repartição.

4) Futebol é outra coisa que deve ser abolida. Esse negócio de toda OM ter 2 ou 3 campos/quadra é esquisito; e pega muitíssimo mal o paisano passar em frente ao quartel ou em cima da ponte Rio-Niterói e ver a turma batendo bola. Deixa isso pro fim de semana de folga.

5) Quem pega serviço tem que folgar no dia seguinte, afinal, não estamos em guerra e mesmo se estivéssemos, nenhuma guerra dura décadas pra se ficar fazendo isso durante quase toda a vida do militar.

6) A burocracia militar, sem fim algum, tb deve ser abolida. O tempo deve ser ocupado com adestramento, real ou virtual/simulado, e não com “burrocracia”, coquetéis e outras atividades que em nada ajudam na formação militar.

7) Menos burocracia significa menos gente necessária, portanto, será possível diminuir o contingente. Menos servidor pra se pagar, mais dinheiro que sobra para um aumento de salário.

8) Faz sentido uma nação sem nenhuma tradição bélica ter mais oficiais-generais que os EUA? Claro que não, portanto, tem que se diminuir o número de oficiais-generais.

9) As OMs não operativas devem ser cortadas pela metade. Ficam apenas a OMs realmente operativas e as necessárias à sua operação, principalmente as de fronteira. O dinheiro arrecadado com a venda dessas OMs pode ir para um fundo a ser aplicado em melhorias das próprias FFAA.

10) As comissões no exterior (muitas de necessidade duvidosa) tb podem ser drasticamente reduzidas, é muita gente ganhando vencimento extra, o que só prejudica um aumento salarial geral. O mesmo raciocínio vale para as indenizações de transferências, não faz sentido os altos valores pagos, e menos sentido ainda esses valores serem escalonados por posto, sendo que o custo da mudança independe disso. Um bom salário compensa os dois.

11) Assim como já foi extinta a pensão vitalícia das filhas, a própria aposentadoria militar deve ser repensada, mais uns 5 ou 8 anos de serviço. Está aí uma coisa que é certa de ocorrer, acho que é só uma questão de tempo.

12) Militar embarcado (navio realmente no mar) ou no meio do mato tem que ter um adicional elevado, que realmente compense a evidente insalubridade.

Ficam as sugestões, algumas delas depende só de vcs mesmos, outras podem ocorrer por iniciativa externa, e aí pode ser pior.

Paz a todos, civis e militares!

Paulor - 26/08/2013 às 20:20 escreveu:
Sou contribuinte de um famigerado Plano de Saúde chamado FUSEX, desconto todos os meses e ainda pago 20% de todas as despesas. Se quiser fazer uma Ultrasonografia no HCE, preciso chegar de madrugada no mesmo para tentar conseguir uma senha. As policlínicas estão carentes de médicos, remarcações em cima de remarcações. Ora bolas se nossos Generais não se preocupam com a saúde dos seus homens, vão se preocupar com o que? Estamos abandonados pelos nossos chefes. Farinha pouca. Meu pirão primeiro. Dane-se a tropa.

A culpa é nossa!!!! - 27/08/2013 às 0:00 escreveu:
Quantas vezes trabalhamos com computador particular.

Quantas vezes usamos equipamentos particulares em uma instrução ou exposição no shopping pq o material é precário.

Quantas vezes “forçamos” o recruta a comprar materiais que deveriam ser fornecidos.

Quantas vezes vimos generais ganhando presentes caros.

Quantas vezes gastamos credito do celular no plano de chamada.

Quantas vezes andamos em viaturas indisponíveis arriscando a vida.

Quantas vezes vimos soldados carregando mudança de comandantes.

Quantas vezes vimos soldados sendo usados como empregados em confraternizações.

Quantas vezes dormimos no chão pq o cmt fez um pernoite obrigatório pra ninguém se atrasar pra formatura.

Quantas vezes realizamos tarefas não previstas pq alguém quis assim.

Quantas vezes trabalhamos a noite toda em eventos e ninguém sabe o que fizeram com o dinheiro arrecadado.

Quantas vezes ficamos sem receber representações ou diárias mesmo tendo direito.

Quantas vezes cumprimos ordens absurdas.

HUMBERTO ZENOBIO PICOLINI - 01/09/2013 às 12:25 escreveu:
O governo nos humilha sim e por conseguinte a sociedade, mas nós não nos damos valor. AS FFAA estão doentes. A FAB tem 92 generais e a USAF 33. Eles tomam conta do planeta e nós, ou do universo ou somos no mínimo três vezes mais incompetentes. Temos que ter FFAA altamente enxutas, operacionais , com atividade fim e não meio em excesso, treinadas e bem administradas, profissionalizadas e então poderemos reinvindicar a nossa posição na sociedade. Até lá, LAMENTAVELMENTE, seremos sempre pano de fundo.Sou HZP, Maj Av R1 e não me escondo no anonimato.

Mario - 04/11/2013 às 12:01 escreveu:
Só para dirimir dúvidas. Sou subtenente do Exército com 26 anos de serviço, tenho o meu contracheque integral, sem nenhum desconto não obrigatório, graças a outras fontes de renda da família. Ganho 4.300 reais líquidos. Um mau salário? Não. Mas quando entrei ganhava o dobro como sargento recém-formado. Afora isso, perdi algumas regalias salariais e sociais. A principal, não poder ir para a reserva com um posto acima, o que significaria ganhar como major (2.000 reais a mais que capitão) aos 35 anos de serviço. Perdemos o 1% que ganhávamos por ano trabalhado, a licença especial (6 meses a cada 10 anos) e por aí vai. Também perdemos prestígio… muuuito. E estamos perdendo muitos colegas, que reclamam de várias coisas, mas no fundo, tudo está relacionado a dinheiro…

Fiel - 02/12/2013 às 10:14 escreveu:
Então o elemento batalha num concurso público disputadíssimo e entra para uma das três únicas Forças Armadas do Brasil. Assim como leu a matéria da prova, deve ter lido o Edital e se informado sobre a profissão. Mesmo assim, depois que está dentro começa a reclamar. Dos horários das movimentações, da dedicação exclusiva, da hierarquia e da disciplina, dos regulamentos e por aí vai. Chamam os seus chefes de autoritários e incompetentes da mesma forma que jovens acham seus pais uns tacanhos ultrapassados. Renegam a experiência. Não reclamam do que tem de bom como a a estabilidade e ter assistência médica integral garantida para si e para seus dependentes a preço de custo só do material e ainda assim subsidiado, muito melhor do encontraria no SUS e muito mais barato do que pagaria num plano de saúde particular. Diferenças entre os diversos níveis hierárquicos existem mesmo, mas não é nem de longe exclusividade das Forças Armadas. Cite ao menos um exemplo de organização de grande porte em que subalternos tem as mesmas regalias que os executivos, sejam eles encarregados, gerentes, diretores, vice-presidentes ou presidentes. A Praça d’Armas, assim como os chamados “Cassinos dos Oficiais” no Exército e na Aeronáutica, é privativa dos oficiais, mas cada círculo hierárquico também dispõe de salas de recreio e refeitórios adequados.

Este espaço jornalístico acaba sendo mau utilizado por pessoas que apenas querem reclamar, mas ao invés de reclamarem do que realmente está errado reclamam do que elas pessoalmente não gostam. Se não gostam saiam e busquem ser felizes onde preferirem. Entretanto, há muitas coisas erradas sim. E este espaço pode ser muito bem aproveitado se o moderador e o leitor souberem dar o justo valor a cada opinião. Quem nasceu na década de 60 passada e entrou para um Força Armada viu e viveu um processo de decadência militar iniciado com a passagem da faixa Presidencial ao Senhor José Sarney. Desde então os orçamentos destinados as três forças só foram reduzidos. Congelaram o aumento de efetivo das forças e foi iniciado um processo de depreciação da carreira militar. Como os militares passaram pelo poder sem pretenderem se eternizar na política, não deixaram representantes de sua categoria infiltrados em nenhum dos três poderes ou em partidos políticos para interferirem na política como seria compreensível e acontece naturalmente em vários outros países democráticos de verdade. O processo político e econômico que se seguiu rendeu aos militares isso que se vê. Salários baixos, desprestígio e tudo que se refere a militar tratado como coisa ruim para a sociedade civil. Sociedade esta que continuou e continua fornecendo a mão de obra para as carreiras militares. Ora, então quem nasceu em 1960 e entrou para uma das três Forças Armadas tem hoje 40 anos de serviço e exerce um cargo de alto escalão (se for oficial). Não participou de nada relativo ao período sob governo de militares, mas carrega e suporta o peso da revanche assistida pacificamente pela sociedade civil. Revanche desencadeada por todos os meios por aqueles que viram frustrados seus interesses de grupo menor.

Curiosamente o país que teve um brilhante desenvolvimento econômico após a década de 90 continua vendo os recursos auferidos por este desenvolvimento serem tão mal administrados que não chegam onde a população mais precisa, que seria a educação e a saúde para comentar o mínimo. Na educação procura-se gerar e manter números que expressem alguma evolução e atendam requisitos que não garantem o aprendizado dos alunos. Querem apenas seres humanos de barriga cheia e que frequentem as salas de aula. Pouco importa o quanto ou o que aprendem. Escolas que eram locais de formação viraram “creches” onde se come e tem professores atuando mais como cuidadores que como professores de verdade. Aprovação por mérito e reprovação garantida para quem não estuda passou a ser visto como discriminatório. Na saúde passamos atestado de incompetência completa agora ao iniciarmos o program Mais Médicos. Não determinamos necessidades corretamente, não investimos onde era necessário e agora trazemos médicos estrangeiros para atuar em hospitais e postos de saúde caindo aos pedaços. Será que isso foi culpa dos governos militares? Trinta anos depois de iniciado o governo civil não foi possível formar médicos e construir hospitais? Vejo o caso da mesma forma em relação às estradas. Incompetente para mantê-las o Estado promove a privatização por meio de concessões e cobrança de pedágio, mas continuamos batendo recordes em arrecadação de impostos que agora ao invés de custear prioritariamente serviços básicos da população alimentam a máquina política que busca se perpetuar no poder por meio de intensa propaganda e programas assistencialistas.

Realmente, com o dinheiro público sendo tão mal empregado, desviado, emprestado e doado ao estrangeiro não sobra para investir em estradas e muito menos em Forças Armadas. Porque alimentar um grupo que produz seres pensantes, unidos e que colocam o interesse da nação, do qual o povo faz parte, acima dos seus interesses pessoais. Apresentem Generais, Almirantes ou Brigadeiros que enriqueceram a custa de seus cargos. Qual ex-Presidente militar fez fortuna pessoal? Casos menores de desvios, nem por isso menos graves, possivelmente acontecem assim como, infelizmente, vemos em qualquer área da sociedade brasileira. Mas, considerando as oportunidades, são quase desprezíveis. Quase porque se apura e pune aquilo que se descobre, muito mais rápido e exemplarmente do que se vê na sociedade civil. A carreira militar e as Forças Armadas estão sucateadas, mal aparelhadas e desprestigiadas por má administração continuada dos governantes e por interesses políticos execráveis. Talvez os Chefes Militares pudessem ter feito algo diferente ou mais incisivo, mas como isso viria a ser passado para a sociedade? Será que o resultado de ações mais incisivas seria mesmo o resultado pretendido ou só se alimentaria ainda mais o monstro do revanchismo?

A gestão de pessoal é mesmo muito ruim, trata-se a todos da mesma maneira. Um engenheiro competentíssimo ganha o mesmo que um engenheiro incompetente e o mesmo que um médico ou oficial de carreira. Neste ponto identifico uma grande prova de que regimes que pregam a igualdade plena são mesmo utópicos. Ninguém fica satisfeito quando percebe que trabalha mais para ganhar o mesmo que quem nem trabalha de verdade. Como já disse, quem não estiver satisfeito vá em frente e busque seus sonhos. Cabe às Forças Armadas melhorarem sim para atrair e manter ótimos profissionais, mas cabe ao Governo Federal a gestão adequada dos recursos que permitam o cumprimento das suas destinações constitucionais. Não adianta caçar fantasmas no passado e deixar o futuro desprotegido. Existe uma frase pregada numa escola militar que diz “Lembrai-vos da Guerra”. As ameaças hoje não estão sendo sentidas e isto em parte é fruto do bom trabalho dos militares ao longo do tempo, apesar de tudo que se queixem. Mas as consequências de deixar as portas abertas e sem proteção são irreparáveis. Ninguém que não tenha condição de manter suas conquistas pode esperar conserva-las indefinidamente. É para isso que servem o militares, para proteger o país, as conquistas dos brasileiros, sendo os primeiros a sacrificarem suas vidas, coisa que muitos outros civis vão sacrificar logo em seguida aqueles que não forem capazes de constituir e manter militares a altura das necessidade do País. Paguem mal aos professores, vocês terão professores ruins e formarão seres humanos deficientes. Paguem mal aos médicos e terão a sua saúde tão ruim quanto os salários deles. Paguem mal aos militares ou aos seus correlatos, policiais e bombeiros, e terão a segurança que merecem.

Gastem bastante com festas e decoração, enquanto as favelas se expandem e as necessidades do povo são cada vez menos atendidas de verdade. Que futuro nos espera? Podemos hoje garantir que não haverá conflito armado no futuro? Não se faz um militar profissional da noite para o dia, e então quando for preciso iniciaremos o programa “Mais Militares” para defender o País usando armas ultrapassadas e munição fora da validade. Isso é muito mais sério do que parece.

SG David - 02/12/2013 às 20:54 escreveu:
Concordo com o comentário de “FIEL”: as Forças Armadas têm sim bons benefícios, como muito bem ele citou. Mas dizer que quem não estiver satisfeito saia não é o certo e lembra àquela velha frase: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Somos militares, somos doutrinados a lutar e não desistir. Temos amor pela carreira que abraçamos, por isso pedimos melhorias. Além do mais, muito se poderia melhorar, mesmo que não haja aumento salarial, diminuindo assim a insatisfação destacada na excelente matéria ora comentada. Eis algumas propostas:

1 – Atualização dos Regulamentos Disciplinares, para que não haja respeito à nova ordem constitucional brasileira. Na Marinha, por exemplo, um militar pode ser punido, por uma contravenção leve, tanto com um repreensão quanto com 30 dias de prisão rigorosa. Não precisa ser advogado para perceber que isso dá margem à toda sorte de injustiça e perseguições.

2 – Melhoria das escalas de serviço. Novamente exemplifico o que acontece na MB: As escalas são muito apertadas, 2×1 ou 3×1. E quando embarcam mais militares as escalas não melhoram, pois tudo é feito para que as escalas continuem apertadas, criam-se novos postos, dobram o número de militares em determinados postos.

3 – Aumento das vagas nos concursos internos para o oficialato. Há uma carência de oficiais, mas ao invés de aproveitar as praças de carreira, que já têm experiência militar e também formação acadêmica, prefere-se contratar oficiais RM2, sem concurso, apenas por seleção simplificada, o que dá margem para nepotismo.

4 – Utilização dos orçamentos das Forças Armadas para para a atividade fim, sem gastos com regalias e luxos para os oficiais comandantes, por exemplo, prefere-se adquirir uma viatura nova para o comandante e deixar as viaturas de serviço e patrulha quebradas ou obsoletas. Uísque e vinho importado para uns e macarrão com salsicha para outros.
Todo que falo aqui é do conhecimento de todos e de fácil comprovação. Mas reafirmo o amor pela farda e a esperança de ver as nossas Forças Armadas modernas, bem aparelhadas e com militares satisfeitos, principalmente no que se refere ao reconhecimento profissional (se é que nossos chefes sabem o que isso significa).

Ex-2º Sargento - 04/12/2013 às 22:00 escreveu:
Não se iludam pois, infelizmente, a situação não vai mudar… a partir do momento em que os generais descobriram que não tinham mais nenhuma influência sobre a política envolvendo os próprios militares, trataram de resolver a parte deles… hoje se preocupam em tirar proveito do cargo para angariar vantagens financeiras, entre outras… depois que os generais descobriram o fantástico mundo das licitações, não existe quartel sem obra (sempre realizada por firmas contratadas – até pra pintar paredes tem que ter licitação!!)… as máfias estão presentes em todas as organizações militares!! aquela história de que o militar tal é um bom militar e vai ser nomeado Cmt é balela… hoje somente ocupa cargo de comando quem rouba ou deixa roubar (é claro, com honrosas exceções!!). o mesmo vale para cargos como tesoureiro, aprovisionador (que geralmente é aquele 2º Ten temporário que não vai falar nada…), chefe da 4ª seção, etc… aí o cara é Ten-Cel e está enchendo os burros de dinheiro de firmas, passa algum pro ChEM, pro Cmt Bda, etc… e assim vão descendo os níveis, inclusive aos sgts…

Faça a seguinte enquete (se você é do RJ): oficial hoje só tem dinheiro pra morar no máximo no Valqueire… Se morar em Copacabana, Barra, etc, das duas, uma… ou tem berço (se é que o pai coronel também não meteu a mão) ou é ladrão!!!

SIMPLES ASSIM!!

Ex-2º Sargento - 04/12/2013 às 22:30 escreveu:
Ah, e respondendo ao companheiro que postou lá encima, que disse que em todos os órgãos e empresas há regalias para os que estão acima na pirâmide:

Hoje sou Auditor Fiscal, e te digo: na minha instituição não há regalias… se há um ar condicionado, ele gela pro Inspetor tal como pra estagiária… o café, se o Inspetor quiser beber, ele levanta a bunda da cadeira e vai buscar, tal como a estagiária… impressora, a mesma coisa… a mesa do Inspetor é a mesma da estagiária, sem mais nada… se faltar caneta, falta para todos, não fica somente para o Inspetor… no coquetel, participam o Inspetor e a estagiária!!! A diferença é somente salarial e de atribuições, mas você nunca vai ver o Inspetor “montando” em qualquer outro servidor, como cansamos de ver nas FA…

Ah, só pra constar: tenho dois anos como Auditor e 33 anos de idade, e meu sálario está equiparado, hoje, entre o de Gen de Divisão e de Exército (estes com mil anos de serviço)…




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#29 Mensagem por Clermont » Qua Jul 23, 2014 9:15 am

FORÇAS ARMADAS: Depoimentos dramáticos de militares mostram as razões de frustração com a carreira - COMENTÁRIOS - 2ª PARTE.

MAJ Leal - 16/01/2014 às 22:55 escreveu:
Entrei para a FAB aos 18 anos atravéz da EEAR [* Escola de Especialistas de Aeronáutica] e quando cheguei a 1º SGT-Especialista, fiz o CFOE [* Curso de Formação de Oficiais Especialistas] e fui promovido a 2º Ten (aos 33 anos) Entre uma coisa e outra, formei-me em engenharia mecânica (curso noturno) e fiz um mestrado em engenharia automotiva. Tive a chance de ser contratado por uma montadora mas escolhi continuar na Aeronáutica. Hoje, aos 48 anos, sou major da reserva e estou empregado como professor em uma universidade. Antes disso, dei aulas em cursos preparatórios e colégio técnico. Não me arrependo de nada, e não tenho do que reclamar da FAB.

Tenho casa própria, apartamento na praia e dois bons carros na garagem.

Não me casei cedo como a maioria dos militares, e por isso, quando formei família, tinha condições de lhes dar conforto. Meus filhos estudam em ótimo colégio particular, e duas vezes por anos levo a família em viagens pelo Brasil e às vezes ao exterior.

Dentre os colegas de minha turma na EEAR, a maioria se contentou com o curso ali ministrado, e nunca subiu de posto além de suboficial.

Ser militar requer, assim como qualquer outra profissão, vocação. Quem não nasceu para isso, quem não está feliz, ou quem não tem como progredir (poucos passam para o CFOE) deve realmente procurar outro caminho.

Há, de fato, muitas carreiras que pagam mais, e se ese é o objetivo (ganhar muito dinheiro) as FFAA não são o melhor emprego.

Como dizia minha avó: os insatisfeitos que se mudem.

Pedro - 19/01/2014 às 18:28 escreveu:
Sou 1º Sargento Especialista formado pela EEAR. No ano de 2014 estarei prestando a prova para o EAOF [* Estágio de Adaptação ao Oficialato], onde, se aprovado, alçarei ao oficialato.

Li com atenção todos os comentários, muitos de civis que desconhecem a realidade e de alguns militares (praças) recalcados. Notem, por favor que também sou praça.

No concurso que prestei a relação candidato vaga era superior ao mais concorrido curso da Vunesp, o que demonstra que o interesse pela carreira militar, ao contrário do que dizem, ainda é muito grande.

E, vejam que, no meu caso, no mesmo ano fui aprovado no vestibular para engenharia na Unesp, assim como outros colegas de turma que também aprovados em vestivulares importantes, optaram pela carreira na FAB.

Gostaria, então de rebater, respeitosamente, alguns comentários feitos abaixo:

Lili escreveu: “Por coincidência, os dois comentários abaixo, favoráveis ao “status quo”, eram de militares com patentes superiores a capitão, por que $erá?” Não tenho procuração para falar em nome de nenhum dos oficiais (majores), mas pelo que o Mj. Leal escreveu, ele começou como praça, e, se ascendeu ao oficialato (como pretendo), o fez por meio de muito estudo, logo, teve méritos.

Alvaro em seu texto sugere que há apadrinhamento nos concursos. posso falar por mim. Não tenho nenhum parente militar, não conhecia, antes de entrar para a FAB, nenhum militar, e obtive êxito no concurso após estudar muito.

Quanto a militares aplicarem provas para candidatos à militar, não é diferente de juízes que aplicam provas em candidatos a juiz, o mesmo ocorrendo no ministério público (este, órgão fiscalizador da leis). Sei disso porque meu tio é promotor.

Pergunto: quem é mais capacitado para analisar candidatos à determinado cargo do que aqueles que já o exercem e sabem quais os requisitos necessários para a função?

Quanto aos militares que estão insatisfeitos com seus soldos, pergunto? Porque ainda estão nas FFAA?

Só há duas respostas possíveis à meu ver: 1) não conseguem se colocar no mercado e; 2) não têm capacidade para evoluir na carreira.

O 2º SG Marinha reclamou por salários mais dignos. Justíssimo, mas o que fez para melhorar dentro da própria instituição? Eu já fiz uma faculdade e uma especialização (engenharia automotiva – FEI).

Se tudo der certo, logo serei oficial. Se não, continuarei estudando e tentarei novamente. Gosto do que faço (eletromecânica), acho a FAB uma ótima casa e sou feliz aqui.

Críticas são sempre bem vindas, principalmente com conhecimento de causa (o que parece faltar a alguns civis) e bom senso.

Ademir - 20/01/2014 às 13:48 escreveu:
Pedro: Abra a sua mente para as criticas ao envés de ficar procurando justificativas. É, também, por isso que os problemas não são resolvidos.

amaral - 21/01/2014 às 23:17 escreveu:
sou militar da reserva vocês sabiam se tiver uma querra nós não temos munições para ha força:nós estamos vivendo uma falsa paz(nos paizes de 1 mundo não tem a contidade de comida que o brasil tem.

Pedro - 22/01/2014 às 20:27 escreveu:
Ademir,

Leia o texto do amaral e você vai entender o que eu quis dizer ("… se TIVER uma guerra …não temos munição para HA força … PAIZES … CONTIDADE").

E nem vou comentar outros textos com erros que não são apenas de digitação.

Sim, as Forças Armadas têm problemas de sucateamento de materias e prédios, fruto do descaso do governo com os militares, num revanchismo idiota que compromete o próprio país.

Mas temos também centros de excelência: ITA, IME, e, porque não, a EEAR (considerada a melhor escola preparatória de técnicos em aeronáutia do mundo – e não sou eu quem diz, são os americanos, isso mesmo, eles nos dão valor quando merecemos).

É possível, sim, construir uma carreira bem sucedida nas Forças Armadas (dentro dos limites que nos é imposto, claro), desde que o militar tenha o estudo como meta.

A desvalorização pelo comando em relação aos praças (repito: eu sou praça, ainda) dá-se principalmente em função dos despreparados que, mesmo diante das possibiidades abertas, preferem continuar sendo ignorantes.

Nisso, o mundo militar não é diferente do mundo civil. Quer ser valorizado, valorize-se com preparo e estudo.

Uma das coisas que defendo para o militarismo brasileiro é a profissionalização: chega de serviço militar obrigatório. Criação de leis que permitam o ingresso (inclusive para soldados) atravé de concurso público (pagando bem mais do que hoje, óbvio), com plano de carreira e possibilidade de ascenção (condicionada ao grau de instrução que o militar obtenha) etc.

Os soldados que entram para o serviço militar, hje, não passam de mão-de-obra barata: vigiam (mal) as OM’s, varrem pátios, trabalham como pedreiros, pintores e, em troca ganham um soldo merreca e alguma instrução miitar (digo alguma, porque nenhum desse garotos de 19 anos que saem dos quartéis têm condições de entrar em um combate real).

Tenho orgulho do que consegui até agora: meu pai era um simples motorista e minha mãe dona de pensão, mesmo assim criaram três filhos que obtiveram diplomas superiores (eu, engenheiro; minha irmã arquiteta, e o caçula acaba de concluir direito).

Insisto: o estudo é a única via de progresso honesto.

Maj Leonardo - 23/01/2014 às 11:53 escreveu:
Pensei q eu fosse o único “diferente” qdo digo q há mt choradeira e pouca efetividade para esses militares (totalidade de praças). Li o depoimento de um major da reserva da FAB e um 1º Sgt, tb da FAB, q está seguindo o mesmo caminho de sucesso. Ambos tinham td para ficar chorando como a maioria dos praças q vejo aqui reclamar, e não o fizeram. Assim como eles, fui Sgt de carreira e, aos 30 anos – a despeito de estar na tropa sofrendo as vicissitudes q ela impõe a todos nós – já estava matriculado no CFO (EsAEx). Aos 45 fui promovido a major e, restando 6 anos para a reserva, serei promovido a TCel. Se desejasse esperar mais, poderia aguardar e ser promovido a Cel. Mas, como estou concluindo Direito, pretendo advogar qdo for aos 51 anos para a reserva. O EB me deu tudo o q tenho: casa própria em Natal, 2 carros (meu e da minha esposa), filhos estudando em CM, vida tranqüila e confortável. Alguma mágica? Nenhuma! Resultado de esforço e determinação. Preferi fazer a chorar, talvez por isso eu não consiga entender tanta murmuração e reclamação. Ainda bem q há pessoas iguais a mim…

Rosana - 23/01/2014 às 21:00 escreveu:
Pedro (1º SGT),

As FFAA merecem e precisam de praças como você, e de oficiais como os majores Leonardo e Leal.

Sou capitã oriunda dos quadros de sargentos da EEAR (especialidade Meteorologia) e conheço muitas histórias como a sua (como a minha também, pois sou de familia humilde do interior de Goiás) mas, infelizmente, sou obrigada a reconhecer que os Henriques, Eraldos, Leandros são maioria, sem esquecer os Amarais, que também não são poucos.

Assino embaixo o que você diz sobre o estudo.

Ser militar não é uma profissão como as outras, exige mais dedicação e menos cobiça financeira. Estamos falando de dedicação a um ideal, não de galgar postos numa empresa privada, onde, diga-se de passagem, esses que só sabem reclamar já estariam na rua. Mas nas Forças Armadas, continuam recebendo seus soldos.

Desejo a você sucesso no EAOF e no restante de sua carreira. Não disse sorte porque, segundo um filósofo grego, “sorte é o encontro entre o estar preparado e a oportunidade”, e você com certezatem os dois requisitos.

Espero um dia nos conhecermos pessoalmente, pois é um orgulho saber que ainda existem praças (e futuro oficial) como você.

Aos civis, nem perco tempo de responder, são meros palpiteiros falando do que não sabem e seguindo a fala de um monte de Amaral (desculpe, Amaral, mas você mereceu).

Maj Leonardo - 24/01/2014 às 8:51 escreveu:
Rosana, parabéns pelo seu texto – mt bem escrito, por sinal. Mais ainda, parabéns por sua história de vida, denotando a pessoa vitoriosa q vc é. Espero, sinceramente, q tenhamos mais “Rosanas”, “Leais” e “Pedros” para q possamos mudar a situação atual de nossas carreiras para aqueles q permanecerão. Faltam-me 6 anos para a reserva e, da mesma forma q fiz durante a carreira, estou planejando minha nova fase de vida pós-reserva. Ainda q esteja na vida civil como TCel da reserva, advogando, ainda assim me disporei sempre a ajudar a todos q queiram ascender na carreira, pois é possível. Gde abs, Rosana, e parabéns mais uma vez.

Rodrigues - 24/01/2014 às 17:27 escreveu:
Caro Ricardo Setti,

Depois de ler todos os comentários (todos mesmo), vejo-me forçado a manifestar-me como subtenente da reserva do Exército (arma de Comunicações) que sou (Praça, portanto, e com muito orgulho).

De início (e por favor não se ofenda) acho que o título acima deveria ser mudado: ao invéz de “Depoimentos dramáticos de militares” deveria ser “Depoimentos de militares dramáticos”. Explico: os oficiais (aos quais respeitosamente presto continência) Mj. Leal, Mj. Leonardo, Cap. Rosana, e o 1º SGT Pedro estão cobertos de razão (além de outros que acima se manifestaram em apoio às instituições militares).

Minha carreira, de 3º Sgt à suboficial, durou 29 anos, e fui à reserva com soldo de 2º tenente, como permitia a legislação anterior à 2000, da qual me aproveitei por estar recolhendo um posto acima. Veja que não fui promovido um posto acima como no regime legal anterior, mas tive direito adquirido de receber vendicmentos de um posto acima.

Esclareci esse ponto para que pudesse explicar que sempre fui bom gerente de meu dinheiro, é dizer, nunca gastei mais do que ganhava, logo, ainda que pouco, sobrava-me alguns cobres ao final de cada mês. Recebo hoje na reserva, líquidos R$ 7 mil, fruto dos inúmeros cursos feitos (inclusive Paraquedista, mas principalmente os voltados à minha área).

No texto do Mj. Leal há um comentário que poucos, talvez ninguém tenha notado como relevante, mas que é um fator de dificuldade para o militar em início de carreira (como de resto em qualquer profissão): casar cedo. O sujeito ganha o suficiente para cobrir seus gastos pessoais, mas logo arranja mulher e filhos para sustentar (isso quando não deixa uma fila de filhos por todos os lugares que passa Brasil afora), e aí o dinheiro falta e a culpa é da instituição.

Outro fator é que os praças acham que saber ordem unida, limpar fuzis e engraxar botas é o suficiente. Foi-se o tempo.

Hoje há que se investir na formação intelectual.

Eu não fiz faculdade, mas formei-me técnico em Telecomunicações por uma das melhores instituições de ensino do pais, o CEFET-RJ. além disso, sou fluente em espanhol e tenho inglês em nível avançado.

Tais qualificações me valeram a aprovação na seleção para auxiliar do Adido Militar do Brasil na Espanha alguns anos antes do fim de meu tempo, o que me garantiu, no retorno comprar minha casa na Praia (Ubatuba) - meu segundo imóvel – para onde vou me mudar logo que meu filho se formar técnico em eletrônica no Colégio Técnico de Guaratinguetá (Unesp). Ele quer seguir carreira militar e não o desencorajo, muito pelo contrário.

Faço minhas (com a devida vênia) as palavras da Capitã Rosana: “Ser militar não é uma profissão como as outras, exige mais dedicação e menos cobiça financeira. Estamos falando de dedicação a um ideal, não de galgar postos numa empresa privada, onde, diga-se de passagem, esses que só sabem reclamar já estariam na rua. Mas nas Forças Armadas, continuam recebendo seus soldos.”

Abraços àqueles que honram e honraram suas fardas.

Ex S.Ten feliz - 24/01/2014 às 18:11 escreveu:
Aos que estão indignados (praças e demais). Façam como eu, estudem e caiam fora. Não vai mudar e a tendência é até ficar pior. Até os ‘pseudo-oficiais de 2ª linha’ que entraram pela porta dos fundos vieram aqui querer tampar incentivar a saída. Saiam porque a única coisa que me fez falta foram as amizades. De resto nada.

Maj Leonardo - 24/01/2014 às 19:35 escreveu:
Ao amigo “Ex S.Ten feliz”, permita-me tecer algumas observações.

1- Parabéns por – se assim realmente aconteceu – ter estudado e “caído fora”. Muitos desejam, poucos conseguem;

2- Não concordo com a tendência de as FFAA não mudarem. Mesmo q haja uma conjuntura latino-americana contrária à importância da carreira militar, penso q as coisas deverão melhorar, sim. Talvez tal pensamento seja decorrente de minha postura positiva , não sei. Mas prefiro acreditar ainda.

3- Se pseudo-oficiais recebem a mesma remuneração dos demais oficiais; se são promovidos com a mesma política de promoção dos demais, obedecendo-se aos 3 períodos anuais de promoção (minha turma, particularmente até se beneficiou em relação aos demais oficiais de outras Armas, pois fomos promovidos a major com tempo menor q eles); se são destacados para assessorarem oficiais-generais e, assim, são prestigiados; se usufruem das oportunidades oferecidas aos demais oficiais (passei 2 anos em Washington, em missão no exterior); enfim, se isso é ser pseudo-oficial, prefiro sê-lo a ser despeitado e ter de sair das FFAA, frustrado por nunca ter sido aprovado para a ESAEx e sair como ST.

Resumindo, sou feliz com a minha escolha e espero q vc seja feliz com a sua – se realmente é o q diz ser.

PS: ao se utilizar do prefixo “ex”, necessariamente vc deverá grifar o hífen em sequência. Após o pronome relativo “que”, a vírgula é obrigatória porque se trata de uma oração subordinada adjetiva explicativa. Ademais, a informação pretende trazer uma característica própria de ‘pseudo-oficiais’, corroborando minha observação.

Sem mais.

Seja feliz!

Norad - 24/01/2014 às 21:47 escreveu:
Maj Leonardo, vc com certeza é uma pessoa intrigante… se diz altamente realizado nas Forças Armadas e assume que vai para reserva como TC… Tem algo errado….

Bom, porém o que eu quero falar é que nas Forças Armadas, em especial o EB, estamos diante de uma instituição feudal, onde vc tem que subestimar sua inteligência para poder sobreviver… Militares do baixo clero são usados como ferramentas para a vaidade daqueles que os comandam… Dinheiro público é jogado fora em quartéis, em festinhas de General, deslocamentos desnecessários para formaturas que visam “adorar” essas pessoas. Vi quartéis serem pintados de uma cor e quando passou o comando o outro Cmt logo em seguida pintar de outra, gastando milhares de reais… Vi Comandantes usarem militares e material do Exército para serviços particulares ou “favores” para Prefeituras em troca de pedidos pessoais… Vi sindicâncias serem arranjadas quando o sindicados eram oficiais enquanto isso, militares de baixo clero eram punidos com FATD [* Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar], que é uma forma arbitrária e ilegal de se aplicar uma punição. Resumindo, o ambiente do quartel é tão imundo quanto o ambiente político, até mesmo nas apurações dos fatos. Porém, o milico ainda fica por aí dizendo que o ambiente militar é o último refúgio da honestidade, MENTIRA! Acho que se houvesse uma guerra hoje, pode ter certeza que muitos desses chefes seriam mortos nas mãos de seus próprios subordinados, pois não sabem respeitá-los nem em tempo de paz.

3º Sgt Engenharia - 25/01/2014 às 16:11 escreveu:
Esse MAJ Leonardo só pode está vivendo um conto de fadas! O Exército está falido! os oficiais tratam os praças como seus empregados e o pior é que não respeitam a pessoa humana! Estou na ativa e meu tempo de serviço já está contado, passando pra outro concurso ou não…vou sair do mesmo jeito, quero um emprego onde eu seja tratado com respeito e principalmente possa “viver”.

Rodrigues - 25/01/2014 às 22:34 escreveu:
Interessante como escolheram o Mj. Leonardo para bater (talvez por ele haver se mostrado um tanto arrogante), mas ninguém rebateu os argumentos da Capitã Rosana ou mesmo do 1º SGT Pedro.

Para os que estão com preguiça de ler todos os posts, ou para aqueles que fingiram não ter lido, eu os repito, dando-lhes nova chance de contrarrazoar:

1) "Ser militar não é uma profissão como as outras, exige mais dedicação e menos cobiça financeira. Estamos falando de dedicação a um ideal, não de galgar postos numa empresa privada, onde, diga-se de passagem, esses que só sabem reclamar já estariam na rua. Mas nas Forças Armadas, continuam recebendo seus soldos." (Cap. Rosana);

2) "A desvalorização pelo comando em relação aos praças (repito: eu sou praça, ainda) dá-se principalmente em função dos despreparados que, mesmo diante das possibiidades abertas, preferem continuar sendo ignorantes." (1º SGT Pedro)

Talvez o silêncio seja porque vocês (insatisfeitos) reconheçam que a desvalorizaçõs dos praças deva ser em função da quantidade de "amarais" que sabe-se lá como ainda permeiam as fileiras. Só pra lembrar o nível, releiam as pérolas: “sou militar da reserva vocês sabiam se TIVER uma querra nós não temos munições para Ha força: nós estamos vivendo uma falsa paz(nos paiZes de 1 mundo não tem a CONTIDADE de comida que o brasil (notem o b minúsculo) tem”.

Fecho com a frase do Mj. Leal: “Há, de fato, muitas carreiras que pagam mais, e se esse é o objetivo (ganhar muito dinheiro) as FFAA não são o melhor emprego.
Como dizia minha avó: os insatisfeitos que se mudem.”

Assino embaixo do que eles disseram. E, só para lembrar os que esqueceram, e para os que não querem ler todos os posts – o meu está ai embaixo – também sou praça.

Maj Leonardo - 26/01/2014 às 19:01 escreveu:
Não sei ainda a razão de vir aqui rebater falácias de certas pessoas, mas confesso que esgotei minha paciência. Não me reporttarei mais a estas pessoas, pois, sinceramente, não me darei mais o direito de perder meu tempo com elas. Estas são minhas últimas respostas:

1- Ao Norad: eu sairei TCel, assim como sairei, se assim desejar, Cel. Há um BE deste ano q estabelece para os oficiais de carreira – exceção aos QAOs, pois não o são – o período de promoção. Portanto, sei exatamente o ano no qual serei promovido a TCel e Cel, assim como todos os demais oficiais das Armas, Quadros e Serviços. Errado deve estar seu juízo, penso.

2- Ao 3º Sgt Eng.: devo viver mesmo um conto de fadas, deve ser. Trabalho em um ambiente climatizado, respeitado pelos meus superiores, com missão no exterior, recebendo, a partir de abril/2014, R$ 12.800,00. Pois é, o conto de fadas que vivo foi fruto de decisão minha, pois se assim não fosse, estaria na tropa até hoje como ST.

Por fim, reitero aqui o que penso: sargento é cargo de Nível Médio. Em face das vicissitudes que a carreira impõe, reforço, deveríamos ter melhores remunerações, mas, agora, reclamar do que ganha pelo pouco esforço que fez para estar onde se encontra, sinceramente, hipocrisia demais.

Sem mais!

Sub Antonio - 26/01/2014 às 19:39 escreveu:
Pelo teor dos comentários feitos por militares – desculpem-me os civis, mas como bem colocou a Capitã Rosana : “são meros palpiteiros falando do que não sabem” – podemos verificar que há, basicamente, dois tipos: os satisfeitos e os insatisfeitos.

E antes que alguém comente “Ah é, é!… grande conclusão”, explico:

Os satisfeitos são aqueles que investiram na própria carreira, estudando, fazendo cursos propiciados pelas próprias FFAA ou fora delas, gostam do que fazem e conseguem viver dignamente com os soldos que recebem. Esses satisfeitos estão cientes de que a carreira militar não permite ficar rico e que há empresas civis ou órgãos públicos que pagam mais, porém, são fieis ao seu ideal de vida.

Já os insatisfeitos, parece-me, subdividem-se em dois grupos: 1) os que, como disse o Sub Rodrigues, limitaram-se àquele papel de milico sem graduação (escolar, não militar) que sabe ordem unida, limpar fuzil e engraxar botas , e, de outra forma; 2) os que são sim qualificados intelectualmente, mas não se conformam com seus ganhos nas FFAA, crendo que mereciam mais (o que não discuto).

Enquadro-me no primeiro grupo (satisfeitos). Sou suboficial oriundo da EEAR (especialidade BEI – Elétrica e Instrumentos de Aeronaves) e fiz muitos cursos pela FAB ( Aeronaves T-27, T-25 e C-95; Sistemas elétricos e instrumentos UH-50/55; Sistemas elétricos e instrumentos VU-93; Sistemas elétricos e instrumentos A1; Básico de Corrosão e Elevação de nível mantenedor, entre outros), sou fluente em inglês (diploma do Boston English School), técnico em eletrônica pela Escola Técnica Visconde de Mauá-RJ, e tecnólogo em Processamento de Dados pela UNIFIAN.

Meu soldo, líquido, está hoje em 6,3 mil, longe de ser uma maravilha, mas como moro numa cidade do interior, é o bastante para uma vida segura, além disso, consigo complementá-lo dando aulas em um curso noturno.

Costumo dizer, quando me perguntam sobre meu soldo, que ganho menos do que mereço, mas sou feliz, pois faço o que gosto e sei administrar meu dinheiro (nunca fiquei no vermelho nem precisei de empréstimos em bancos).

Já tive, e ainda tenho ofertas para ir trabalhar em companhias aéreas privadas, ganhando o dobro, e recusei. Motivo? Simples. Quando for para a reserva levarei meu soldo integral, com direito à posto acima, vez que entrei na FAB antes que o Fernando Henrique Cardoso alterasse a legislação em 2000. Se for para a iniciativa privada na aposentadoria ficarei no teto do INSS (com o maldito fator previdenciário a diminuir ainda mais os valores), e isso ninguém merece.

E ainda tenho até os 48 anos para decidir se quero fazer o EAOF, que poderá me levar até o posto de Capitão.

Aos que estão insatisfeitos, digo para saírem para a vida civil, e serem felizes, afinal, é isso que interessa.

Por fim, concordo com o 1° SGT Pedro: a melhor coisa é profissionalizar a carreira militar, acabando com o alistamento obrigatório, além de se criar uma lei que obrigue os que abandonarem a farda, após formados em instituições superiores militares, a pagar, compulsoriamente, pelos estudos que receberam.

Rosana - 28/01/2014 às 20:26 escreveu:
Permitam-me novo aparte.

Meu pai foi caminhoneiro, e meu irmão seguiu a mesma trilha, porém, antes de se decidir pela estrada havia se formado técnico em informática. Pode-se indagar: para que um caminhoneiro precisa disso? A empresa de transporte e logística em que ele trabalha possui frota de última geração, oferece ótimo salário (muito acima da média da categoria), mas faltam motoristas capacitados para os veículos, que estão recheados de tecnologia que poucos dominam: comandos eletrônicos gerenciados por computador, rastreador por satélite, GPS que memoriza as características de cada rodovia etc. (muita coisa em inglês). O mano “pilota” um bruto desses e o mostrou para o pai, que assim resumiu: “Meu tempo passou”.
A modernidade é um processo lento (para os que anseiam por ela) e doloroso (para os que não a acompanham).

Na EEAR, em décadas atrás, era exigido apenas o Ensino Fundamental completo para o acesso. Vários garotos de 16 anos saíram de lá com o curso Básico em alguma especialidade e, muitos, contentaram-se com isso, tecendo sua carreira até completarem o tempo de serviço como suboficial. Era outra época.

Dentre aqueles que cursaram faculdade, uma minoria pôde ascender ao oficialato através do EAOF ou do CFOE. A seleção é rigorosa (não tem Q.I. ou apadrinhamento).

Hoje é exigido o Ensino Médio para a admissão na EEAR, mas muitos candidatos já chegam com curso superior (eu mesma: matemática). O corpo docente da EEAR está repleto de mestres e doutores, superando em nível a EPCAR, que também exige Ensino Médio (dados da própria FAB).

Desconheço a realidade da EsSA ou de seu similar na Marinha, mas diante do quadro da EEAR, é normal que seus Graduados queiram soldos condizentes com o nível de excelência que apresentam. Entretanto, há fatores que impedem essa melhoria. Dois deles: o enorme (e desnecessário) contingente militar existente nas FFAA; e, o gasto (inútil) com soldados convocados no alistamento obrigatório. A mentalidade, ainda, é de que a soberania do país depende do número de militares na ativa. Errado! Em caso de guerra (Deus nos livre), vence quem tiver maior aparato tecnológico, não o maior número de soldados dispostos a lutar (e morrer).

É só lembrar da 1ª Guerra do Golfo (1991): Sadam Hussein prometeu a “Mãe de Todas as Batalhas” com seus 500 mil soldados. Mas o que se viu foram os EUA (com 1/5 da força) provocar a “Mãe de Todas as Retiradas”. Tecnologia vence guerras, não soldados.

Precisamos profissionalizar as FFAA, e aí teremos um contingente menor, mas mais qualificado (e melhor remunerado), o que, por consectário lógico, nos levará a um aprimoramento tecnológico que, levado à efeito nos armamentos e sistemas de defesa, garantirão nossa soberania.

Imaginem se, hoje, um motorista de muriçoca (gíria para caminhão aspirado, lento: tipo o velho 1113 do pai) chegar na empresa onde meu irmão trabalha e for fazer um teste. Alguém acha que ele conseguirá dirigir (quiçá ligar) o novo Volvo FH16 750 com caixa de câmbio eletrônica I-Shift? Vocês o contratariam só porque a CTPS dele diz que é caminhoneiro com vinte anos de prática?

Sou forçada a lembrar do Amaral (quem não leu, procure acima): quem dentre os senhores Praças, cuja formação seja técnica ou superior, aceita de bom grado ganhar o mesmo soldo que um militar que escreve ‘paiZes’ e ‘Contidade’?

Quando comentei esse assunto no Rancho, um Taifeiro indagou se o que eu propunha não seria “limpeza étnica” (forçou); respondi que era “limpeza técnica”.

A profissionalização das FFAA é exigência para um Brasil que almeja ter cadeira no Conselho de Segurança da ONU.

O tempo do Amaral passou, mas se profissionalização não vier, ele e seus iguais vão continuar atrasando nossas fileiras, assim como os muriçocas que atrapalham o trânsito em nossas rodovias (quem já não ficou atrás deles numa via de mão dupla, engolindo fumaça?). Chega de militares que SÓ sabem ordem unida, limpar fuzis e engraxar botas (como colocado em outros comentários) e que solapam o vernáculo quando “tentam” se comunicar.

Ah! Minha mãe é professora da rede pública. Assino embaixo o que disse a Patrycia. Sem professores, não haveria qualquer outra profissão.

José Marinho - 29/01/2014 às 12:22 escreveu:
Se somos considerados classe de funcionário público Federal, porque não temos os mesmos direitos quanto a remuneração de outros da mesma, ou seja adicional noturno, hora extra e no meu caso me mandaram para reserva com 48 anos de idade e logo depois viram o erro dessa lei ou portaria acabaram reconhecendo, só que quem entrou nessa não teve retorno ou mesmo a consideração desse deslize dessa tal portaria, tendo em vista que um oficial superior chega permanecer até os 60 de idade na ativa.Obs:Eu fiz um curso de formação que me dava direito a ´promoção até o posto de Capitão e nem assim quiseram saber, desconsideram esse direito adquirido por lei se limitaram a me pagar apenas um adicional por esse curso, o que não é justo e o pior acharam um meio de me tirar esse direito que ao meu ver uma portaria não pode substituir uma lei,mas, infelizmente estou sofrendo consequências em razão disso.

Inácio - 29/01/2014 às 21:21 escreveu:
Boa noite a todos,

Após saber deste post, vim ler e não posso deixar de me manifestar.

Sou Capitão Especialista oriundo da EEAR (Material Bélico). De início, cumprimento a Rosana pelos dois textos, excelentes tanto no conteúdo quanto na forma. Pelo que percebi, os militares formados pela EEAR são, percentualmente, os mais satisfeitos (eu incluso).

Isso, por si só, não mereceria uma reportagem da VEJA, SETTI? Afinal, uma instituição que é capaz de destoar nesse mar de reclamações, tem que ter algo notável.

Dentre os pontos abordados pela Rosana (aos que me acham muito intimista no trato com ela, aviso: somos da mesma turma, tanto na EEAR quanto no CFOE – reservo-lhe o tratamento formal apenas na OM) , dois são motivos de muita discussão por militares de carreira.

O primeiro é o alistamento militar obrigatório.

Os que são a favor, socorrem-se na necessidade de treinar soldados para eventual situação de guerra.

Besteira. Quando mandamos militares pra Missões de Paz, quem vai são os pára-quedistas, fuzileiros navais e guerreiros de selva. Todos com muitos anos de treino, não esses pivetes de 19 anos que mal aprendem a atirar.

Ai rebatem: “Mas é entre eles que se garimpam soldados de verdade, que então recebem treinamento para atuar nessas corporações.”

Ótimo, façamos então concursos para admissão, e ao invés de procurarmos agulhas em palheiro, selecionamos de cara os melhores, e lhes dando condições de progresso na carreira (com soldos dignos).

E vem resposta: mas falta dinheiro para tanto graduado com cursos de aprimoramento.

É onde entra o segundo ponto: o número excessivo de militares nas FFAA.

Os que são à favor de números alegam ser para impressionar os vizinhos.

Bobagem: vejam os números das FFAA de Israel, ínfimo ante o nosso. Mas alguém acha que, numa hipotética guerra com eles (sem intervenção dos EUA ou de qualquer outro país) venceríamos fácil?

Estou (estamos, pois somos muitos) à favor da profissionalização das FFAA. Melhor para nós militares, melhor para o Brasil.

Quanto ao questionamento do José Marinho, respondo:

Não meu amigo, nós não somos como os funcionários público federais. Temos Estatuto Próprio, lembra? E na própria Constituição, nosso papel é definido com especial atenção. É incontestável que a intenção do legislador, nos incisos VI e VII do artigo 37 da Constituição de 1988, ao se referir ao servidor público como detentor dos direitos de associação sindical e de greve, excluiu taxativamente o militar. O preceito constitucional, pois, reconhece a diferença entre as duas classes, distinguindo suas funções e atividades profissionais. O texto constitucional, de forma explícita, previne as práticas discriminatórias contra os trabalhadores, mas em nenhum momento equipara os servidores civis aos militares.

Quanto a você ter ido para a reserva com 48 anos, lembre-se:

A passagem do militar para a inatividade pode ser feita segundo dois critérios principais:

- por contar, no mínimo, 30 (trinta) anos de serviço (nesse caso é voluntária); e/ou

- atingir a idade-limite prevista para o posto ou graduação (seria esse o seu caso?).

A preservação de tais princípios é fundamental para assegurar-se o indispensável rejuvenescimento dos quadros e a manutenção de níveis adequados de competência profissional.

Pedro - 30/01/2014 às 21:07 escreveu:
Boa noite,

Dei um tempo nos estudos para reler os comentários.

Adorei o texto da Cap. Rosana traçando paralelos entre caminhoneiros e militares (embora creia que foi por demais inteligente para o operador lógico discursivo de muitos). Também agradaram os textos do Cap. Inácio (estranho que um dito militar como José Marinho desconheça as normas que regem sua profissão) e este último do Maj. Leonardo.

Interessante notar que ninguém veio a este espaço para rebater especialmente a Cap. Rosana (com o devido respeito aos outros dois militares – ela sintetizou tudo o que foi debatido aqui nesse espaço em dois textos dignos de irem para as mesas dos Comandantes das Forças e da Presidente Dilma). Seja porque os argumentos por ela traçados sejam de tal clareza e inteligência que falte elementos cognitivos suficientes para redargui-los, ou porque contra a verdade não há argumentos.

Sargento Ilario - 31/01/2014 às 21:26 escreveu:
Sou 1°SG da Reserva Mau Remunerada da Marinha e após 30 anos de sacrifício, consegui sobreviver, mas não tenho do que me orgulhar. Não indicaria as Forças Armadas, hoje, nem para meu pior inimigo. Os 30 anos roubados pela Marinha do Brasil, tento hoje compensar com a minha família que em muitos momentos especiais não pude estar com eles para cumprir o Juramento Ridículo que fiz ao ingressar e não ser, no mínimo bem remunerado, já que direitos nunca os foram dados.

Mariano - 01/02/2014 às 14:48 escreveu:
Sou Capitão-de-Fragata oriundo do Quadro Auxiliar de Praças, na reserva há 5 anos.

Comecei após aprovado em concurso de nível Médio (técnico em Edificações), incorporei como Grumete e tendo realizado o Curso de Formação da Cabos. Após 6 anos, tendo feito cursos de especialização e qualificação técnica, fui aprovado no Curso de Habilitação à Sargento, e, aprovado, promovido à 3º SGT.

Como 3º SGT, aproveitei o aumento no soldo para cursar faculdade (Engenharia Civil, curso noturno) e ao final de meu interstício de 6 anos, antes de ser promovido a 2º SGT, fui aprovado no concurso para ingresso no quadro de Oficiais.

Daí em diante fui promovido sequencialmente a cada interstício : 2º ten., 1º ten., Cap. e, Capitão-de-Corveta, e Capitão-de-Fragata , graduação na qual completei 32 anos de serviço (poderia ir até Capitão-de-Mar-e-Guerra, mas aos 52 anos, já estava mais é querendo ir surfar).

Somente me casei aos 37 anos, já 1º Tenente, e com meu primeiro apartamento (financiado pela CEF) com 10 anos de prestações pagas e com um carro quitado na garagem.

Vi, durante esses anos, muitos praças que preferiram casar cedo e ter dois ou três filhos, ao invés de estudar e crescer na Marinha. Muitos se divorciaram e casaram de novo, e tem duas famílias para sustentar. Como resultado, não tiveram tempo e dinheiro para investir em suas carreiras.

O pior é que, enquanto eu ascendia, tive que ouvir bobagens de todo tipo, desde que eu era um filhinho-de-papai (infelizmente o meu morreu quanto eu tinha 12 anos), peixinho do comandante (mesmo tendo sido punido diversas vezes por dormir no posto pelo cansaço de trabalhar de dia e estudar à noite), babaca e anti-social (por não sair com a turma para noitadas) e até que eu não gostava de mulher (porque fugia de compromissos sérios).

Minha única filha está cursando Medicina (UFF) e pretende ser Médica nas FFAA, e eu a encorajo a ir para o Exército, onde há a possibilidade de manter um segundo emprego fora da corporação.

Apoio integralmente as palavras da Capitã Rosana, Capitão Inácio, Major Leonardo, Major Leal, Sub Antonio e 1º SGT Pedro, e consigno que, assim como na FAB, através da EEAR, na Marinha, através do Corpo de Praças, também é possível um Praça crescer, desde que tenha vontade e determinação.

Se o Ilário (aqui encima), com praticamente o mesmo tempo de casa que eu, não conseguiu passar de 1º SGT, só lamento. Mas de quem foi a culpa? Da Marinha é que não.




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Re: O Exército Brasileiro dos Anos 2000 - Uma visão.

#30 Mensagem por Hector0352 » Sex Jul 25, 2014 9:59 am

Eu leio essas materias e não sei em quem acredito :( ... É praça que reclama, outros não. Uns dizem que oficiais são caras mals que não fazem nada e vem do inferno para atormentar os sargentos :shock: Vai entender...




A chave para vitoria é a persistência.
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