Pepê Rezende escreveu:
Vou colocar claramente: qual a utilidade REAL de um ST num ambiente de combate complexo? Cumprem uma missão importante atualmente e servem para treinamento. Graças a Deus não temos os problemas que Colômbia e Peru compartilham. Se houvesse no Brasil, teríamos ou não quinze dias para reequipá-los? Peço uma resposta racional e não emocional.
Abraços
Pepê
Por gentileza Pepê, defina um ambiente complexo.
Porque um ambiente complexo para o Brasil, no meu entender, pode ser um passeio no parque para a França ou uma campanha de 48horas para a Russia.
Será que estamos falando da mesma coisa?
Sobre os equipamentos, infelizmente a coisa é bem mais complexa.
Poderia partir sempre para a parte mais sensivel do homem: o bolso!!!
Você sabia que podemos simular um combate com lançamento de misseis BVR e IR no A-29?
Bem como a operação de de diferentes modos de RADAR?
Ou seja, seria muito melhor termos um A-29 poderoso para formação e só adaptar a performance do F-2000 e do F-5M. Mas isso estamos falando de treinamento.
Vamos me ater a parte de combate e somente a parte de proteção eletronica, por exemplo.
Partindo do pricipio que desde o inicio um exercito sempre procurou ter a vantegem dos "sentidos" para ter maior chance nos conflitos: ver, ouvir, falar, sentir e tocar antes ou de mais longe que o inimigo sempre foi uma vantagem.
Com o avançao da ciencia fomos capazes de ver alem do infravermelho e do ultravioleta, escutar e falar alem dos 20Hz a 20Khz, ver além do horizonte e assim por diante.
O que grande parte não sabe (e aqui meus colegas engenheiros não me deixam mentir), é que para isso contamos com maravlihas fabricadas pelo homem; e estas tendem a ser muito mais eficientes no papel e nos folhetos do vendedor do que em qualquer outro lugar...
Então vamos ao que interessa: Será realmente Pepê que o equipamento do F-5M vai funcionar da mesma maneira no A-29?
Eles que tem cablagens diferentes, ambientes diferentes de operação, aerodinamica diferentes e posições diferentes de localização dos sensores?
Acho dificil.
Mas vamos assumir que isso seja verdade.
Será que todo o levantamento feito para o F-5M valerá para o A-29?
Aeronaves com RCS diferente, envelope IR diferente, performance de vôo diferente, aerodinamica e propulsão diferente?
Continuo achando dificil.
Mas novamente vamos assumir que isso tambem seja verdade.
Será que aeronaves que tem missões em arenas distintas, contra inimigos primarios distintos, que vão sofrer influencias distintas de meteorologia, altitude e temperatura devido a diferença de propulsão; será que a programação de defesa de uma dessas aeronaves vai valer para a outra?
Ainda continua dificil.
Mas vamos perseverar na crença de que seja teoricamente possivel.
Sendo assim caberá o mesmo dispenser de CHAFF/FLARE do F-5M no A-29?
Irão eles ter o mesmo barramente e a mesa capacidade de carga?
Será a salva de disparo igual para ambas as aeronaves?
Será a Doutrina de emprego dessas medidas identicas para 2 aeronaves com performances e ambientes tão distintos?
Qual a capacidade de ensinar um piloto em 15 dias a perceber, identificar e agir contra uma ameça IR/RADAR em um equipamento que ele nunca operou, que não foi testado na aeronave que ele está voando (pode ter sido no prototipo) e cujo o resultado teorico bem sucedido dessa autodefesa pode significar a vida dele e o sucesso da missão?
Partindo do pressuposto que isso tudo é possivel de ser realizado, já que houve testes no recebimento do modelo.
Ainda assim eu me perguntaria QUANDO e ONDE foram realizados os testes?
Foram testados de dia, de noite, com chuva, sobre o mar, sobre a selva, sobre o cerrado, a baixa altura, a media altura, em ceu claro, em ceu nublado...
Porque cada uma dessas variaveis vai influenciar na performance do equipamento, em algumas vezes de maneira muito significativa.
Mas já que a esperança é a ultima que morre, vamos continuar aceitando que tudo isso foi feito e está tudo pronto.
Ou melhor, foi feito na entrega...
Há quase uma decada atrás!!!!
Será que não mudou em nada, o ambiente de guerra eletronica neste cenario?
Nos saimos da internet discada e do tijolão para o IPAD, e no mercado de armas NADA mudou?
Sinto muito, mas isso não dá para aceitar que é possivel.
Partindo então desse principio (e somente DESSE) e considerando que todo o resto não se aplica, vem a regra de ouro para a guerra eletronica: testar e treinar sempre!
Para isso eu preciso do equipamento lá na aeronave, para que quando eu sofra um ataque simulado eu saiba como o equipamento reagiu.
Da mesma maneira o piloto saiba como aquela ameaça naquela situação especifica foi percebida, e possa além de aprender identificar vulnerabilidades e emitir opiniões para a correção e evolução do equipamento.