P&D no Brasil

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Re: P&D no Brasil

#16 Mensagem por Centurião » Ter Jul 26, 2011 9:40 pm

LeandroGCard escreveu:Sem um ambiente de negócios que incentive as empresas em geral e as inovadoras em particular, a solução do custo-Brasil bem como dos gargalos de infra-estrutura, todos estes esforços vão resultar no máximo em mais teses acadêmicas e artigos publicados em revistas.

Muito bom para os pesquisadores. Inútil para o país.


Leandro G. Card
Sera que e inutil mesmo? As empresas vao entrar com 25% das vagas. Sera que fariam isso se percebessem que nao poderia dar certo? Sera que junto com este programa nao vira outro programa para atuar na area de incentivo a inovacao?

Muitas perguntas precisam ser respondidas para dizermos se esse programa ira mesmo falhar. ;)




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Re: P&D no Brasil

#17 Mensagem por Boss » Qua Jul 27, 2011 12:29 am

Enviado por Ateneia Feijó -26.07.2011
13h04m


A presidente e o neurocientista


O que Dilma Rousseff tem a ver com o último retorno do Atlantis ao nosso planeta na madrugada de quinta-feira passada, dia 21, na Flórida? Ou melhor, com a Nasa; que desistiu de continuar a investir em ônibus espaciais?

Aparentemente, uma boa sacada. Com a notícia de que quatro mil engenheiros da Nasa ficaram desempregados, Dilma pretende aproveitar a oportunidade (sem prejudicar nossos professores) para lhes oferecer contratos temporários de cinco anos, renováveis por mais cinco, para que ensinem em nossas universidades. Já sugeriu isso ao ministro da Educação Fernando Haddad.

De onde veio seu interesse por cérebros disponíveis nos Estados Unidos? De uma conversa com um gênio brasileiro: o neurocientista Miguel Nicolelis, pioneiro no campo da neuroprótese e considerado um dos 20 cientistas mais importantes do mundo.

No seu laboratório, na Duke University, um macaco aprendeu a transmitir pela internet os sinais cerebrais para controlar os movimentos de um robô no Japão. Lembra? Nicolelis e sua equipe demonstraram ser possível a ligação do tecido cerebral vivo a várias ferramentas artificiais; um projeto capaz de criar um traje robótico restaurador da mobilidade de pessoas com paralisia corporal.

O neurocientista acredita que nas próximas décadas os humanos poderão estar em vários ambientes remotos, "por meio de avatares e ferramentas artificiais controladas apenas pelo pensamento". Não se refere a ficção científica...

Capa da Scientific American Brasil (nas bancas), Nicolelis publicou artigo no qual afirma que provavelmente conseguiremos operar da Terra robôs e naves, de várias formas e tamanhos, enviados para explorar outros planetas e estrelas, usando apenas nossos "dedos mentais".

Conta também o motivo que o forçou a se mudar, em 1989, para os Estados Unidos. Seus artigos científicos não eram levados a sério no Brasil. Recomendavam-lhe retirar todos os trechos de pensamento especulativo sobre "nossa capacidade de fazer a interface entre o cérebro e máquinas".

Hoje, além de professor de neurociência da Duke University, é fundador do Duke's Center for Neuroengineering e do Instituto de Neurociências de Natal.

Dilma + Nicolelis? Ela tem falado em criar 75 mil bolsas de estudo no exterior para graduados, pós-graduados e pós-doutores em Engenharia, Matemática, Biologia, Física, Química e Ciências Médicas nas 30 melhores universidades do mundo. Um ajuste na defasagem interna?



Ateneia Feijó é jornalista




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Re: P&D no Brasil

#18 Mensagem por Boss » Sáb Jul 30, 2011 1:54 am

Eureka! O país da inovação é aqui
Cresce o número de multinacionais que elegem o Brasil para instalar seus centros de pesquisa e garantir mais patentes brasileiras

Por Guilherme Queiroz



Desde a notável recuperação da crise que abalou países desenvolvidos, em 2008, o Brasil vive uma rotina até então inimaginável. Semana após semana, integrantes do governo fazem as vezes de cicerones de representantes de multinacionais interessadas em incluir o País na seletíssima lista de candidatos a abrigar centros de pesquisa. As conversas têm sido intensas. Na negociação mais avançada em curso, o governo está próximo de selar a vinda do centro de uma grande fabricante de microprocessadores. Seria a Intel? Quem sabe. A boa-nova só deve ser anunciada quando um dos três Estados que disputam o centro – São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco – for declarado vencedor.


O investimento, se confirmado, se somará ao US$ 1,8 bilhão anunciado, nos últimos meses, por sete empresas ouvidas pela DINHEIRO, para a instalação de unidades de pesquisas por aqui. O País já é sede de centros de pesquisa de indústrias importantes. Mas nunca havia recebido tantos anúncios num período tão curto. Além dos valores envolvidos, esse interesse mostra uma saudável mudança no enfoque de companhias globais na economia brasileira. Se antes erguiam chaminés, agora vislumbram transformar o Brasil em laboratório das tecnologias do futuro. E hoje a área mais sedutora é a de exploração do pré-sal. A extração de bilhões de barris de petróleo a sete mil metros de profundidade exigirá o desenvolvimento de novas tecnologias e é com essa missão que dezenas de empresas decidiram se instalar no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), até 2013.

Entre elas, as três maiores prestadoras de serviço de perfuração de poços do mundo: a francesa Schlumberger e as americanas Halliburton e Baker Hughes. O investimento mais expressivo, entretanto, ficará por conta da britânica BG Group, maior parceira da Petrobras no pré-sal, que decidiu transferir para o Brasil toda a sua estrutura de pesquisa. Até 2020, a empresa aplicará US$ 1,5 bilhão para atender à exigência da legislação brasileira de destinar 1% da receita bruta à pesquisa com exploração de petróleo. “A empresa, que hoje tem 70% de sua produção em gás, será uma companhia de petróleo em 2020, com um terço da produção total no pré-sal”, diz Damian Popolo, gerente de tecnologia da BG Brasil. “Nosso futuro depende do Brasil.”



O fluxo de empresas de olho no pré-sal é tamanho que, em pouco mais de um ano, todos os 350 mil m² do complexo da Ilha do Fundão foram arrendados por estrangeiras que trabalham com a Petrobras na exploração da nova fronteira petrolífera. A estatal brasileira mantém um renomado centro de pesquisa na UFRJ, o Cenpes. Em 2013, quando o parque tecnológico estiver funcionando a todo vapor, a previsão é de que cinco mil pesquisadores estejam trabalhando em inovações. A alemã Siemens, por exemplo, fará do Brasil seu principal polo de inovação em tecnologias submarinas no centro de pesquisa. “Estamos diante da possibilidade de aplicar, em outras áreas, o nosso aprendizado na exploração do pré-sal”, afirma Ronald Dauscha, diretor de inovação da Siemens.

Se para as empresas o Brasil tornou-se um terreno fértil para inovações, que futuramente vão se reverter em lucros, para o País a chegada de novos centros de pesquisa estabelece um patamar mais elevado de desenvolvimento. Isso porque as empresas que desembarcam aqui estão firmando parcerias com universidades e institutos de pesquisa nacionais, que garantirão conhecimento compartilhado. Em outras palavras, esses centros são uma oportunidade ímpar de o Brasil patentear novas tecnologias e lucrar com isso lá fora. “As tecnologias para o pré-sal vão se tornar referência internacional”, diz Ronaldo Mota, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia.

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Mais do que isso, a presença de gigantes, como BG Group e GE, serve, por si só, de estímulo às empresas brasileiras para que percebam a necessidade de investimento em novas tecnologias, diz o professor Carlos Américo Pacheco, da Universidade de Campinas (Unicamp). “Elas nos inserem numa atividade muito mais nobre”, diz. O interesse por pesquisa e desenvolvimento, em todo caso, não se restringe somente à área do pré-sal. A americana IBM, por exemplo, inaugurou, no primeiro semestre deste ano, duas unidades de seu laboratório brasileiro – em São Paulo e no Rio de Janeiro –, o nono no mundo e o primeiro no Hemisfério Sul. Nos próximos anos, os cientistas desenvolverão tecnologias nas áreas de recursos naturais, tecnologia da informação e serviços inteligentes.

Neste último, os resultados já estão aparecendo. A IBM já colocou em operação, no Rio de Janeiro, um laboratório capaz de prever enchentes com 48 horas de antecedência. “Podemos prever onde haverá inundações, e assim tomar precauções”, diz Daniel Dias, diretor de pesquisa da IBM Brasil. Outra aposta são os sistemas de gestão urbana, como o gerenciamento de fluxo de passageiros e bagagem em aeroportos. Com uma economia diversificada, o Brasil tem, ainda, segmentos em que já atua com excelência, como energia renovável e agricultura, que devem atrair ainda mais centros de pesquisa.


“O País vive a última fase da internacionalização de sua economia, em que as multinacionais transferem inteligência para suas filiais”, diz Luís Afonso Pena, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet). Para responder à altura ao movimento das empresas interessadas em se instalar por aqui, o País terá de reverter o quadro de baixo investimento em educação de ponta. Na semana passada, o governo deu um passo nesse sentido ao anunciar um programa de R$ 3,1 bilhões para conceder 100 mil bolsas de estudo no Exterior, até 2014. A ideia é formar cientistas e engenheiros, numa parceria em que as empresas patrocinarão um quarto desse montante.

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Re: P&D no Brasil

#19 Mensagem por Boss » Sáb Jul 30, 2011 6:35 pm

Os maiores inventores do Brasil

Quem são as pessoas e quais são as organizações que mais inovam no país, segundo um ranking divulgado com exclusividade por ÉPOCA
Daniella Cornachione
Marcelo Min/Fotogarrafa/ÉPOCA


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O Brasil conseguirá algum dia se colocar entre os países mais inovadores do mundo? Note a sutileza: não se trata de sermos apenas uma sociedade de pessoas imaginativas, capazes de ter ideias originais (o que já é muito bom). Também não se trata de sermos apenas uma sociedade de pessoas e organizações criativas, capazes de ter as tais ideias originais e transformá-las em realidade (o que é melhor ainda). Trata-se de dar ainda outro passo – ter as ideias originais, transformá-las em realidade e fazer isso com regularidade e visão de mercado. O resultado pode vir na forma de um forno capaz de cozinhar alimentos no vapor, de novas formas de administrar medicamentos contra tuberculose ou de um sistema que permite o plantio enquanto protege o solo da erosão e do esgotamento de fertilidade. Esses avanços, reais, resultaram em patentes de brasileiros nos últimos anos e são alguns do exemplos do que se produz de criativo e potencialmente lucrativo no país. Um dos indicadores fundamentais para medir esse avanço é o número de patentes registradas por brasileiros. Ele cresceu 32% ao longo da primeira década do século XXI, segundo um levantamento feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e apresentado com exclusividade por ÉPOCA.

É um avanço relevante, porém insuficiente para que o país seja levado a sério como força inovadora global. Petrobras e Unicamp lideram a lista das 50 organizações e pessoas que mais inventaram. O levantamento não inclui os pedidos de patentes feitos por estrangeiros, que correspondem a 60% do total. Ele avalia as patentes registradas até 2008 (o anterior parava em 2003) e dados parciais de 2009 a 2011. O atraso ocorre porque os pedidos de patentes demoram de 18 a 30 meses em análise. O estudo mostra algumas tendências no Brasil inovador:

• o número de patentes pedidas pelas empresas cresce mais lentamente que o de universidades e instituições de pesquisa, que ganham importância. Entre os dez maiores patenteadores, há quatro universidades (Unicamp, USP, UFMG e UFRJ) e uma autarquia federal que também faz pesquisa (a CNEN, Comissão Nacional de Energia Nuclear). No levantamento anterior, eram apenas duas entidades desse tipo;

• ganham destaque os inventores pequenos empresários. Há 11 deles entre os 50 maiores patenteadores;

• o agronegócio mostra sua face criativa. Há três empresas do setor entre as dez companhias que mais registram patentes: Semeato, Jacto e Embrapa.

A Lei de Inovação, de 2004, deu um empurrão para que as universidades organizassem e protegessem suas invenções. Elas foram obrigadas a criar institutos para incentivar cada pesquisador a pedir patentes e a criar projetos mais afinados com as necessidades do mercado. A Unicamp, mais bem colocada entre as instituições de ensino e pesquisa, já havia iniciado essa empreitada antes da lei de 2004 – a primeira patente da universidade é de 1989. Mas cresceu nos últimos anos o grau de sucesso das parcerias entre a universidade e empresas.

Depois da criação da agência Inova, em 2003, responsável por cuidar da propriedade intelectual da Unicamp, foram feitos em média cinco licenciamentos de patentes por ano, para que empresas levem as invenções ao mercado. Ainda é apenas 10% do número de patentes que a instituição costuma pedir por ano, mas representa um avanço claro diante dos resultados quase nulos anteriores a 2004. O pesquisador Nélson Durán, do Instituto de Química da universidade, diz que uma das frentes de pesquisa que têm gerado patentes é a colocação de princípios ativos de medicamentos em formatos só possíveis com nanotecnologia para que atinjam alvos específicos no organismo humano. Essas partículas extremamente pequenas podem carregar remédios de combate a males como câncer, leishmaniose e tuberculose. Um terço das patentes da Unicamp vem da área de química, que fez 217 pedidos até 2010.

Após o pioneirismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP) mostrou um movimento impressionante: saiu do 9º lugar para o 3º, em cinco anos, graças à criação de sua Agência de Inovação, em 2005. O empenho de ao menos parte dos 3 mil pesquisadores da USP em bolar inovações patenteáveis está atraindo interessados no mercado. “Nos dois últimos anos, notamos um forte aumento na procura da universidade pelas empresas”, afirma Maria Aparecida de Souza, diretora técnica de propriedade intelectual da agência. Na USP, a unidade que mais cria patentes é a Escola Politécnica.

Outra comunidade com papel importante no Brasil inventivo é dos pequenos e médios empresários. Entre eles, destaca-se Matheus Rodrigues, fundador da empresa Máquinas Man. Ele é a pessoa física que mais fez pedidos no período completo do levantamento do Inpi, de 1999 a 2008. Foram 74. Ele é também a única pessoa física que apresentou pedidos em todos os anos ao longo do período. Rodrigues tem 70 anos. Há 35, cria e adapta máquinas para fabricar itens de cerâmica e tijolos, depois de ter largado um emprego na indústria automobilística. Um de seus orgulhos, devidamente protegido por patente, é o aperfeiçoamento do processo de produção de um tijolo que se solidifica sem necessidade de ir ao forno. No momento, ele se dedica à automação da linha de produção de cerâmicas de sua empresa. Rodrigues optou por registrar as patentes em seu nome porque participa de cada criação com uma equipe. A empresa tem 280 funcionários e fica em Marília, São Paulo. “Não importa se é tijolo ou automóvel. Quem gosta de criar aprende qualquer coisa”, diz.

O terceiro motor de arrancada das invenções no Brasil é o agronegócio, que desafia o estigma de setor pouco sofisticado. Petrobras e Vale, outras produtoras de mercadorias primárias, respondem por um número importante de patentes (são a 1ª e a 9ª colocadas no ranking, respectivamente). Mas elas são as duas maiores empresas do país e se veem empurradas pela concorrência global em busca de matéria-prima. No agronegócio, a inovação ocorre em companhias menores, que conseguem participação desproporcionalmente grande na lista de patentes. As fabricantes de máquinas agrícolas Semeato e Jacto e a empresa estatal de pesquisa Embrapa registraram juntas, num período de quatro anos, 221 patentes – em conjunto, só perdem para Petrobras, Unicamp e USP. “Foi o setor em que o Brasil escolheu investir, anos atrás. Agora, estamos colhendo os frutos dessa aposta”, diz Alfonso Abrami, especialista em inovação na consultoria Pieraccini. A Semeato, mais bem colocada, ficou em 7º lugar na lista. Ela foi fundada há 45 anos, no Rio Grande do Sul. Hoje, tem 1.800 funcionários em cinco fábricas e registros de patentes válidos em 21 países. “Nosso mercado é muito competitivo no Brasil. Precisamos criar sempre, e as patentes são consequência disso”, afirma Roberto Rossato, presidente da empresa.
Reprodução

A reação das universidades e o dinamismo dos pequenos inventores e do agronegócio, porém, não contam toda a história da inovação no Brasil. O fato é que as grandes empresas brasileiras ainda inovam pouco e protegem menos ainda o pouco que inovam. “Comparando as empresas de grande porte brasileiras com as de outros países, percebemos que o volume de patentes aqui ainda é muito baixo”, afirma Jorge Ávila, presidente do Inpi. Os motivos são variados: temor da burocracia, falta de organização das empresas, incapacidade de companhias e universidades de atuar em parceria e simples desconhecimento do assunto. Por isso, perto das potências da inventividade global, nossos avanços empalidecem: entre 2000 e 2008, o número de patentes no Brasil cresceu um terço. No mesmo período, ele avançou 54% nos Estados Unidos, 60% na Coreia do Sul e 458% na China. Talvez seja hora de mudar o jeito de discutir o assunto por aqui.

Em termos comparativos com um grupo maior de países relevantes, não se pode mais dizer que o país patenteie pouco. Nações desenvolvidas como França, Itália, Espanha e Canadá avançam em ritmo parecido com o nosso ou inferior. E o próprio uso de patentes como indicador de dinamismo econômico vem sendo questionado – seus críticos lembram que elas são intensamente usadas para impedir o fluxo de conhecimento. Mesmo assim, o esforço para elevar o número de patentes no Brasil não pode ser deixado de lado. Elas continuam sendo um indicador simples e confiável do nível de desenvolvimento, riqueza, democracia e respeito à propriedade encontrados num país.

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Re: P&D no Brasil

#20 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jul 31, 2011 11:10 am

Centurião escreveu:Sera que e inutil mesmo? As empresas vao entrar com 25% das vagas. Sera que fariam isso se percebessem que nao poderia dar certo? Sera que junto com este programa nao vira outro programa para atuar na area de incentivo a inovacao?

Muitas perguntas precisam ser respondidas para dizermos se esse programa ira mesmo falhar. ;)
O problema é que de nada adianta a capacidade de inovação, se não se consegue vender estes produtos inovadores por motivos outros. E se apenas um ou outro programa não comercial é que será de fato atendido (o programa espacial? o do sub nuclear?) então não é necessário formar tantos especialistas assim, os que formamos hoje já dão e sobram.

Esta história de que as empresas entrarão com X ou Y nos programas é o que temos visto até hoje com relação aos anúncios do governo, no final elas pulam fora e o governo que banque tudo. E não é porque elas sejam malvadas ou anti-patrióticas, é que o governo não vai á falência se gastar dinheiro em besteira, mas elas se arriscam sim a isso. Sem perspectiva de disputar os mercados brasileiro e mundial em condições de igualdade (e hoje nossas condições econômicas e de infra-estrutura impedem isso) as empresas nacionais não vão gastar dinheiro no desenvolvimento de coisa alguma.

É provável que algumas multinacionais venham a entrar no programa e até a montar centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil para aproveitar eventuais incentivos à inovação criados pelo governo. Mas depois os produtos criados serão propriedade delas, que irão produzí-los onde quiserem (com certeza em algum país oriental) para vender no restante do mundo e ganhar rios de dinheiro, enquanto as filiais brasileiras no máximo os fabricarão em pequena escala para o mercado nacional, onde serão vendidos por preços exorbitantes.

Isso já acontece hoje, e aumentar a escala em que acontece não me parece muito útil para o país.



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Re: P&D no Brasil

#21 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jul 31, 2011 11:15 am

Boss escreveu: o agronegócio mostra sua face criativa. Há três empresas do setor entre as dez companhias que mais registram patentes: Semeato, Jacto e Embrapa.
Fui o responsável pela apresentação e início da implementação dos conceitos de projeto 3D e PDM na Jacto. Bons tempos aqueles.


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Re: P&D no Brasil

#22 Mensagem por Centurião » Qua Ago 03, 2011 10:58 pm

LeandroGCard escreveu:
Centurião escreveu:Sera que e inutil mesmo? As empresas vao entrar com 25% das vagas. Sera que fariam isso se percebessem que nao poderia dar certo? Sera que junto com este programa nao vira outro programa para atuar na area de incentivo a inovacao?

Muitas perguntas precisam ser respondidas para dizermos se esse programa ira mesmo falhar. ;)
O problema é que de nada adianta a capacidade de inovação, se não se consegue vender estes produtos inovadores por motivos outros. E se apenas um ou outro programa não comercial é que será de fato atendido (o programa espacial? o do sub nuclear?) então não é necessário formar tantos especialistas assim, os que formamos hoje já dão e sobram.

Esta história de que as empresas entrarão com X ou Y nos programas é o que temos visto até hoje com relação aos anúncios do governo, no final elas pulam fora e o governo que banque tudo. E não é porque elas sejam malvadas ou anti-patrióticas, é que o governo não vai á falência se gastar dinheiro em besteira, mas elas se arriscam sim a isso. Sem perspectiva de disputar os mercados brasileiro e mundial em condições de igualdade (e hoje nossas condições econômicas e de infra-estrutura impedem isso) as empresas nacionais não vão gastar dinheiro no desenvolvimento de coisa alguma.

É provável que algumas multinacionais venham a entrar no programa e até a montar centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil para aproveitar eventuais incentivos à inovação criados pelo governo. Mas depois os produtos criados serão propriedade delas, que irão produzí-los onde quiserem (com certeza em algum país oriental) para vender no restante do mundo e ganhar rios de dinheiro, enquanto as filiais brasileiras no máximo os fabricarão em pequena escala para o mercado nacional, onde serão vendidos por preços exorbitantes.

Isso já acontece hoje, e aumentar a escala em que acontece não me parece muito útil para o país.



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E verdade que o governo deve dar prioridade a empresas brasileiras, mas se nao houver nada relevante no pais em areas especificas, como se deve proceder? Mais do que falta de infra-estrutura geral e juros altos, acho que o que falta no pais e uma infra-estrutura de inovacao. Aquele equipamento/instalacao que e caro e serve para varias industrias poderem criar e testar novos produtos. Exemplo: tunel de vento (CTA), camara hiperbarica (INPE).

Uma ideia poderia ser usar a quantidade absurda de dolar que estamos enxugando para comprar participacao acionaria em empresas de tecnologia de ponta. Talvez mesmo comprar o controle acionario e a partir dai mudar o centro de pesquisa ou essa infra-estrutura de inovacao para o Brasil. Estou me referindo instalar uma nova sala limpa de uma fabricante de chips no pais, por exemplo.

Seria isso possivel? Quais as limitacoes dessa empreitada?




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Re: P&D no Brasil

#23 Mensagem por akivrx78 » Sex Ago 12, 2011 5:59 am

Governo vai investir em centro de pesquisa para construção civil
Ministro Aloizio Mercadante assinou carta para implantar centro tecnológico voltado para o setor de construção, que enfrenta escassez de mão-de-obra especializada

Mario Rodrigues/Veja São Paulo
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Lançamento do Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído foi feito em São Paulo pelos ministros Mercadante e Miriam Belchior

São Paulo - O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, assinou nesta quinta-feira uma carta de intenções para a implantação de um centro tecnológico destinado à pesquisa em construção civil, em parceria com entidades do setor.

O Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído (Pisac) faz parte das estratégias do governo e do setor privado para aumentar a produtividade da construção civil e solucionar gargalos do setor que enfrenta escassez de mão-de-obra.

"A ideia básica é que esse esforço de pesquisa que as cadeias produtivas precisam desenvolver dificilmente vai avançar se cada empresa tentar resolver problemas individualmente", disse Mercadante durante evento do setor de construção, em São Paulo.

O lançamento do Pisac ocorre em um momento em que o governo federal promove grandes investimentos em construção civil. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, reafirmou durante o evento o objetivo do governo de investir 125,7 bilhões de reais na segunda etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, para a construção de até 2,6 milhões de moradias até 2014.

O Pisac será implantado no campus da Universidade de Brasília (UnB) na cidade de Gama. A primeira etapa contará com recursos da ordem de 25 milhões de reais, negociados com o ministério de Mercadante, governo do Distrito Federal e empresas do setor, segundo informações da UnB.

A implantação do centro será realizada em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria de Construção, Sindicato das Indústrias da Construção Civil (SindusCon), Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário, governo do Distrito Federal e com a empresa britânica Building Research Establishment.

O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, já havia afirmado à Reuters em julho que a entidade apresentaria a proposta do centro tecnológico ao governo federal.

Mercadante também ressaltou no evento a importância de aumentar a excelência do setor para que o país enfrente o cenário externo adverso.

O ministro afirmou que, com as crises das dívidas norte-americana e europeia e as dificuldades trazidas pelo terremoto no Japão, a indústria externa começará a disputar os mercados mundiais, incluindo o brasileiro, que precisa estar preparado para enfrentar a concorrência.

"A cadeia da construção civil ficou muitos anos sufocada. Não tinha crédito, não havia financiamento de longo prazo, havia uma carga tributária indevida. Vivemos hoje um momento de investimento, temos crédito, temos que aproveitar para dar um salto de qualidade", disse Mercadante durante o evento.

http://exame.abril.com.br/tecnologia/no ... ucao-civil




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Re: P&D no Brasil

#24 Mensagem por Boss » Sex Ago 12, 2011 12:10 pm

Notícias Sexta-Feira, 12 de agosto de 2011
JC e-mail 4314, de 03 de Agosto de 2011.

1. Criada a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial

MCT e CNI assinaram memorando na manhã de hoje (3), em São Paulo.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, assinaram, na manhã de hoje (3), um memorando que institui a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Na prática, foi assinada uma Portaria que cria o grupo de trabalho da empresa público-privada que desenvolverá projetos de inovação para o setor produtivo.



Inicialmente, a Embrapii será formada por centros tecnológicos, já existentes, de três estados: Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao assinar o documento, juntamente com o presidente da CNI, Mercadante informou que a expectativa é de que a Embrapii atinja 30 centros tecnológicos nos próximos dois anos. O documento foi assinado no 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, realizado no Sheraton WTC, em São Paulo.



Segundo o ministro, os centros tecnológicos terão o papel de atender à demanda da indústria por inovação, desde "o chão da fábrica". Nesse caso, os centros devem mensurar e avaliar as necessidades de recursos para estimular tal atividade. "Pelos serviços dos centros vamos aportar os recursos (necessários na Embrapii)", disse o ministro que ressaltou a necessidade nacional de se formar recursos humanos e avançar mais na indústria manufatureira.



Mais recursos pela Lei do Bem - No evento, Mercadante informou ainda que o governo aumentou em 38% os recursos previstos na Lei do Bem. Na prática, a medida, anunciada hoje, faz parte do pacote da Política Industrial anunciado ontem. "Isso mostra a demanda do setor industrial por recursos", destacou Mercadante.

(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)




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Re: P&D no Brasil

#25 Mensagem por Boss » Sáb Ago 13, 2011 2:23 am

Negócios
STI e Semp Toshiba abrem empresa para design de chip no Brasil

Grupo brasileiro e japonês estão investindo US$ 4 milhões no empreendimento que vai funcionar em Campinas (SP).
Por Redação da Computerworld
12 de agosto de 2011 - 16h56
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Com investimentos de 4 milhões de dólares, entra em operação no País, em setembro, a fábrica STI Semiconductior Design Brasil para atuar no desenvolvimento de projetos para circuitos integrados. A nova empresa é resultado de uma joint venture entre Toshiba Semicondutors Corporation e Semp Toshiba Informática.

A STI Semiconductor Design Brasil terá 70% de participação do seu capital controlado pela a STI e 30% restantes pela Toshiba Corporation. A companhia vai funcionar na cidade de Campinas, interior de São Paulo, comandada pelo presidente da Semp Toshiba, Afonso Antonio Hennel.

Segundo informam os dois grupos, a nova fábrica de design tem a missão de contribuir para o desenvolvimento econômico e industrial entre os governos brasileiro e japonês, incluindo a criação de uma indústria brasileira de semicondutores, projetos de circuitos integrados ou, como são conhecidos popularmente, chips.

A nova empresa executará inicialmente projetos para circuitos integrados (ICs) de radiofrequência, dispositivos amplamente utilizados em outros países e aumentar a demanda interna no Brasil por esse sistema.

Em abril de 2006, os governos japonês e brasileiro assinaram um memorando de entendimento sobre a introdução de um sistema de televisão ISDB-T digital no Brasil, a criação da design house de semicondutores no Brasil é parte dessa iniciativa, cujo o objetivo é fortalecer o crescimento do mercado brasileiro nesse sistema.




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Re: P&D no Brasil

#26 Mensagem por Boss » Sáb Ago 13, 2011 2:24 am

Negócios
Brasil propõe a japoneses trazer centros de P&D para o País

Iniciativa faz parte da estratégia do governo brasileiro para que o conhecimento fique no País e estimule a inovação.
Por Redação da Computerworld
12 de agosto de 2011 - 12h39
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, convidou empresários japoneses a ampliar investimentos no Brasil e trazer centros de tecnologia e pesquisa para o país. "As fábricas continuam sendo muito benvindas, mas queremos atrair centros de pesquisa e desenvolvimento para agregar valor aos nossos produtos", disse.

O ministro falou aos estrangeiros esta semana em Salvador, durante a 14ª. Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Brasil-Japão, promovido pela Confederação Nacional da Indústria e sua equivalente japonesa, o Nippon Keidanren.

A corrente de comércio entre os dois países somou 8 bilhões de dólares no primeiro semestre de 2011, um aumento de 33,4% em relação ao mesmo período de 2010. O Japão é o sexto país para o qual o Brasil mais exportou (3,9 bilhões de dólares) e o sétimo de onde mais comprou.

Segundo o Banco Central, em 2010, o Japão foi o 7º maior país investidor no Brasil, com aproximadamente 2,5 bilhões de dólares aplicados no país. Neste ano, o investimento acumulado até junho chegou a 2,3 bilhões de dólares. Dados acumulados até junho de 2011 mostram que os investimentos japoneses já alcançam o volume de 2,3 bilhões de dólares.

O governo brasileiro está se esforçando para atrair centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), principalmente na área de TI, em razão de muitas indústrias estarem atuando no País apenas com a montagem de equipamentos.

Um pacote de incentivos foi criado para as que trouxerem laboratórios para o Brasil. A iniciativa atraiu empresas como a IBM, que após 94 anos de operação no Pais, instalou aqui o seu primeiro centro de P&D. A General Electric também anunciou uma unidade criar soluções no Brasil. O governo negocia empreendimentos nesse modelo com outras companhias como ZTE e Huawei.

*Com informações da agência MDIC




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Re: P&D no Brasil

#27 Mensagem por Boss » Sáb Ago 13, 2011 2:36 am

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15/08/2011
Embrapii
Projeto piloto da empresa de inovação industrial contará com três institutos
Parceria entre indústria e governo federal pretende chegar a rede com 30 instituições até 2014
Guilherme Gorgulho

O governo federal instituiu a criação de um Grupo de Trabalho (GT) no dia 5 de agosto para a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que terá gestão compartilhada entre o setor privado e público e formará uma rede de incentivo à inovação voltada principalmente às empresas de pequeno e médio portes. A proposta é adotar um modelo similar ao do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, para gerar produtos e processos inovadores na indústria brasileira. Inicialmente, a nova empresa terá parcerias com três instituições de tecnologia, o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), de São Paulo, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Rio de Janeiro, e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial da Bahia (Senai-Cimatec), mas a meta é chegar a uma rede com 30 instituições.

Inicialmente, a empresa terá parcerias com 3 instituições: IPT (SP), Instituto Nacional de Tecnologia (INT, Rio) e Senai-Cimatec (Bahia) No dia 3 de agosto, durante o 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, em São Paulo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) — que teve incluído em seu nome a palavra inovação no dia anterior em cerimônia em Brasília — firmaram um acordo para a criação da Embrapii. O ministro Aloizio Mercadante, do MCTI, informou no evento que já foram alocados R$ 30 milhões no orçamento da pasta para a nova empresa, cuja governança será primordialmente privada, mas o volume público de recursos deverá ser ampliado em 2012.

"Esses centros terão de atender a demanda de inovação da indústria. O empresário chegará, dirá qual o seu problema e o que é preciso para aumentar sua produtividade, competitividade e eficiência, e esses centros terão que atender. Pelo resultado desse atendimento é que nós aportaremos recursos. É uma mudança de qualidade em relação à visão tradicional da inovação. Portanto, é atender a demanda do chão da fábrica, do chão da indústria", afirmou Mercadante.

O projeto piloto da Embrapii deve durar aproximadamente seis meses, período em que será definida a área de atuação de cada instituto. O governo estima que, até 2014, haja 30 centros de excelência participando da rede de inovação tecnológica da Embrapii.

Barreiras à competitividade

O presidente da CNI, Robson Andrade, destacou no Congresso que a criação da Embrapii é consequência de um diálogo entre a indústria e o governo, principalmente por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), que tenta trazer a inovação para o centro das estratégias das empresas do Brasil. Andrade afirmou que a indústria é o setor que mais depende da inovação para crescer no País e para enfrentar a concorrência interna e externa, mas que os empresários ainda enfrentam muitas dificuldades nesse processo. Entre eles: juros altos, burocracia excessiva, infraestrutura precária, impostos elevados e cumulativos, câmbio valorizado e não pagamento de créditos tributários.

Proposta é adotar modelo similar ao do Instituto Fraunhofer, da Alemanha Para vencer essas barreiras, a CNI propôs no Congresso uma agenda de ações, o Compromisso pela Inovação, composto por dez pontos: melhoria da infraestrutura e cultura de propriedade intelectual; formação de recursos humanos qualificados; melhoria do marco legal de apoio à inovação; atração de centros de P&D de empresas estrangeiras; internacionalização das empresas brasileiras; política de inovação e política de comércio exterior; inovação nas pequenas e médias empresas; projetos estruturantes em P&D; programas setoriais de inovação; e projetos de P&D pré-competitivos.

Mercadante enumerou alguns dos motivos pelos quais a indústria brasileira inova pouco, em sua opinião, como um problema de cultura histórica em que prevaleceu a substituição de importações com importação de tecnologia. Segundo o ministro, pesa também o fato de que o Brasil viveu mais de duas décadas de recessão, instabilidade e hiperinflação. "Por exemplo, a indústria privada japonesa investe 2,77% do PIB em inovação. Todo o setor privado brasileiro investe 0,53% do PIB. Se você tirar a Petrobrás, a participação do setor exclusivamente privado é muito menor que isso. A Petrobrás só neste ano vai investir R$ 1,252 bilhão em P&D, por isso que é uma das empresas mais importantes hoje na cadeia de petróleo e gás no mundo. Nós precisamos criar essa cultura de inovação", declarou Mercadante durante entrevista coletiva no dia 3.

Questionado por Inovação Unicamp sobre o que muda efetivamente na pasta com a adoção do nome MCTI, Mercadante ressaltou que seu ministério continuará trabalhando em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mas que o novo nome reflete um esforço político do governo em prol da inovação. "O ministério vem dando cada vez mais importância à inovação. Criamos o Sibratec [Sistema Brasileiro de Tecnologia], que é uma rede nacional de apoio à inovação, estamos fortalecendo nossos institutos que desenvolvem inovação, estamos copatrocinando esse Congresso com a CNI, estamos criando a Embrapii e quintuplicamos os recursos da Finep para crédito à inovação", explicou Mercadante.

O ministro anunciou também que houve um aumento de 38% em 2010 na liberação de recursos pela Lei do Bem. "Tudo isso mostra a força que a inovação terá no governo Dilma e no MCTI. No mundo inteiro a ciência e a tecnologia têm que andar juntos com a inovação. Nós temos que ter base forte na ciência e tecnologia e muita ênfase na inovação", explicou Mercadante.

Brasil Maior

No dia 2 de agosto, o governo federal anunciou um pacote de renúncia fiscal para ajudar a indústria no valor de R$ 24,5 bilhões até o fim de 2012, com 35 medidas para estimular os investimentos e minimizar os efeitos da valorização cambial no setor. A nova política industrial, chamada de Plano Brasil Maior, dá um papel de destaque ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento à inovação. Uma das medidas é a concessão de um crédito de R$ 2 bilhões à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para ampliar a carteira de inovação da instituição.

Além disso, a presidente Dilma Rousseff assinou no mesmo dia um decreto regulamentando a lei que institui uma margem de preferência nas licitações públicas de até 25% para produtos e serviços produzidos no Brasil. Os principais beneficiados pela medida serão os setores de medicamentos, defesa, têxteis, calçados e tecnologia da informação. Mercadante afirmou no Congresso da CNI que novas medidas serão anunciadas nos próximos dias, com foco prioritário em tecnologias da informação e comunicação (TICs) e semicondutores, incluindo também novidades para estimular o setor de banda larga brasileira.




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Re: P&D no Brasil

#28 Mensagem por Boss » Dom Ago 21, 2011 12:12 am

Achei a idéia da Embrapii muito boa. Essa e outras movimentações na área me deixam satisfeitos com o trabalho do Mercadante no MCTI até agora. Claro, eu não iria pedir para ele revolucionar o país em 8 meses, mas o que ele já se movimentou me agradou bastante.

Mesmo que sempre vão ter aqueles que reclamam quando o GF não faz nada, e quando faz, falam que é pouco, etc.




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Re: P&D no Brasil

#29 Mensagem por Pedro Gilberto » Sáb Ago 27, 2011 2:50 pm

Nanotecnologia: centro binacional Brasil-China
Enviado por luisnassif, sex, 26/08/2011 - 13:00
Do Portal Luis Nassif

Do Blog de Conti-Bosso

Nanotecnologia: Centro binacional Brasil-China

Da Agência Fapesp

Brasil sediará novo centro binacional de nanotecnologia

26/08/2011

Agência FAPESP – O governo brasileiro formalizou no dia 22 de agosto uma parceria com a China visando à criação de um centro binacional de nanotecnologia.

O Centro Brasil-China de Nanotecnologia terá como foco o desenvolvimento de dispositivos e processos de uso civil em escala nanométrica.

Inicialmente, o novo órgão funcionará por meio de uma rede virtual de pesquisadores e intercâmbios entre os dois países.

Com um orçamento inicial de US$ 3 milhões – cerca de R$ 4,8 milhões –, o centro tem como membros a Academia Chinesa de Ciências (do lado chinês), o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) – localizado em Campinas (SP) e que funcionará como centro de operações e sede do órgão binacional –, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Carbono (INCT-Carbono) – sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) –, e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).

Mais informações: portal.cbpf.br
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... asil-china
[]´s




"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
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Re: P&D no Brasil

#30 Mensagem por Boss » Dom Set 04, 2011 1:16 pm

03/09/2011
Esta é a ilha do futuro
O maior centro de P&D do Brasil começa a ser erguido na cidade universitária, na zona norte do rio. A área, conhecida pela pobreza, vai atrair R$ 2 bi em investimentos
Por Carlos Rydlewski


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ESTÁ ASSIM
O campus da UFRJ, à beira da Baía da Guanabara, vai abrigar 11 laboratórios de empresas privadas. A conclusão da maior parte das obras está prevista para o fim de 2012


A Ilha do Fundão, na Zona Norte carioca, é marcada por desolamento, distância, aridez e pobreza. Cercada por favelas que se unem no Complexo da Maré, é uma área contaminada pelo mau cheiro. O odor é provocado por um aterro que tampou seus canais naturais, nos anos 50, para a construção do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pois é nesse cenário que está nascendo um dos principais polos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do mundo. Aqui, ocorre um processo oposto ao que caracterizou a explosão demográfica fluminense. Em vez do surgimento e crescimento de favelas em torno das áreas onde mora a elite econômica, o que se vê é uma invasão de doutores em um espaço tradicionalmente favelizado dos manguezais da Baía da Guanabara.

E põe doutor nisso. Espera-se que o complexo de laboratórios de empresas de ponta leve à criação de 5 mil empregos qualificados nos próximos cinco anos. Desses, cerca de 2,5 mil serão pesquisadores – o dobro do que tem um dos maiores centros de conhecimento do mundo, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Os lotes para a construção dos laboratórios estão esgotados, mas existe demanda por novas áreas. No último processo de licitação, concluído em junho, havia quatro candidatos para três vagas. “Nunca pensei que as empresas disputariam nosso espaço a tapas”, diz Maurício Guedes, diretor do parque tecnológico da UFRJ, inaugurado em 2003. “Agora, queremos expandir nossas instalações e estamos negociando a incorporação de outros terrenos.” Na mira de Guedes estão 200 mil metros quadrados contíguos ao polo, que pertencem ao Exército.

A grande inspiração para o nascimento desse complexo é o fundão. Não a ilha, mas o fundão das bacias de Santos, Campos e Espírito Santo, onde a Petrobras descobriu reservas imensas de petróleo, enterradas a 7 mil metros abaixo do nível do mar – uma região além da camada de sal, cuja espessura pode atingir dois quilômetros. O desafio para a exploração do produto nesse terreno é tamanho que exige uma espécie de reinvenção da indústria. (Esqueça a imagem das tradicionais plataformas flutuantes. Elas serão substituídas por imensas fábricas submersas, instaladas no fundo do oceano.) É isso o que leva 11 empresas nacionais e estrangeiras e a própria UFRJ a investir mais de R$ 2 bilhões no polo que ocupa 350 mil metros quadrados, a área de 42 campos de futebol. São grupos como Petrobras, GE, Usiminas e Siemens.

O objetivo primordial de todos é dobrar a produção de óleo e gás do Brasil até 2020. Por isso a Petrobras investiu R$ 1,2 bilhão na ampliação de seu laboratório na Ilha do Fundão. Mas um conglomerado desse tipo provoca impactos muito mais abrangentes na economia, e até na cultura da região. Na Coppe, o centro de pós-graduação de engenharia da UFRJ, formam-se 200 doutores por ano. No Brasil, foram titulados 1.284 nessa mesma área em 2009, o dado mais atual. O volume não vai ser suficiente para suprir a demanda – principalmente porque os demais setores da economia nacional já sentem falta de mão de obra qualificada.

Mais do que um paraíso para quem investe nos estudos, um polo de P&D tende a irradiar inovação, germinando novos negócios. Um exemplo é a Aquamet, já instalada no parque tecnológico da UFRJ. A empresa foi criada em 2008 pelos engenheiros civis Fábio Hochleitner, 39 anos, e Ricardo da Silva, 37. Ambos fizeram o doutorado na Coppe na área de meteorologia, e desenvolveram modelos matemáticos para simular o comportamento da natureza e seguir o avanço de manchas de petróleo no mar. A ideia é diminuir os danos de acidentes. Além de mapear a trajetória do óleo, o programa envia dados para dispositivos móveis, como celulares e tablets. “Esse recurso é útil para que as equipes de emergência tenham acesso a informações em qualquer lugar. Elas vão saber o que ocorre naquele momento com a mancha e qual a previsão do que acontecerá”, diz Hochleitner. “Esse tipo de solução seria útil, por exemplo, no acidente do Golfo do México, em abril do ano passado.”

Embora a clientela à vista seja a indústria petrolífera, o programa da Aquamet prevê variações meteorológicas para auxiliar empresas de energia a gerir recursos hídricos. Essa era, aliás, uma das ideias originais da empresa. “Nós fazíamos consultorias desde 2002 e percebemos que muitas empresas viviam em um buraco de informações”, diz Hochleitner. “Uma companhia do setor energético precisa saber qual a previsão de chuva em determinado período e quanto dessa precipitação será convertida em energia.” A Aquamet faturou R$ 400 mil em 2010. A previsão é que esse valor chegue a R$ 1 milhão este ano.

A Pam Membranas, outra pequena empresa do polo do Fundão, desenvolveu um sistema de filtros por membranas com bilhões de poros minúsculos, capazes de reter até microrganismos. A tecnologia nasceu de uma tese de doutorado de 1992. “Só conseguimos abrir espaço no mercado nos últimos cinco anos”, afirma Ronaldo Nobrega, sócio da empresa. “Hoje, testamos novas aplicações do produto tanto em máquinas de hemodiálise como em fábricas de cerveja.” Ele negocia a instalação de seus filtros para efluentes em todo o polo de pesquisas.

Nobrega, um ex-professor de engenharia química de 65 anos, é o típico empreendedor persistente. Há três décadas tenta criar sua empresa. Nos anos 80, quis vender um projeto de dessalinização de água no Nordeste, com filtros similares. No início dos anos 90, tentou vender sua tecnologia para aplicações hospitalares, também sem sucesso. Anos depois, um fabricante de filtros de água o procurou para desenvolver um produto nos mesmos moldes do que ele já havia feito anos antes. “Em vez de procurar um empresário para bancar o projeto, resolvi abrir o negócio”, afirma. “O mercado havia despertado para o problema da água.” Em 2004, ele se aposentou na UFRJ. O faturamento da Pam Membranas tem dobrado todos os anos desde 2006. A receita anual é de R$ 2 milhões.

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OLHO NO ÓLEO
O polo dá oportunidade a empresários cientistas como Ronaldo Nobrega, com seus filtros feitos de membranas, e Marcus Gandier (abaixo), que faz softwares de realidade virtual


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CHIPS COM FÔLEGO
Manlio Mano e Carlos Beisl, da OilFinder, no supercomputador da UFRJ: “Precisamos de máquinas potentes para saber onde perfurar novos poços”, diz Mano


A torre dos inovadores

Também estão no polo empresas como a Seahorse, cujo principal produto é um conversor para geração de energia por meio de ondas, marés e correntes. Ou a ForeBrain, uma das primeiras empresas nacionais a atuar no ramo de neuromarketing. Ela usa recursos como a ressonância magnética e o eletroencefalograma para identificar variações da atividade cerebral. Com isso, tenta entender as reações do consumidor diante de uma propaganda, um produto ou uma embalagem – é a aplicação da neurociência em pesquisas de comportamento do consumidor.

Esses exemplos estão alinhados com um dos pilares do parque tecnológico fluminense: o estímulo ao empreendedorismo. Existe um projeto para a construção de um prédio de 20 andares na região, batizado de Torre da Inovação. Ele abrigará pelo menos uma centena de novas pequenas e médias empresas nacionais e internacionais. A obra deve ser concluída em 2014. Hoje, a universidade abriga 16 jovens companhias em uma incubadora para novos negócios (incluindo as quatro citadas acima). A maioria é comandada por doutores formados na Coppe. O novo edifício deve multiplicar os casos de ligação direta entre a ciência e o mercado.

As oportunidades para empreendedores no Fundão são tão amplas como é grande o desafio de extrair petróleo nas profundezas do oceano, a mais de 300 quilômetros de distância da costa. A tarefa exige, por exemplo, uma investigação minuciosa do comportamento de camadas geológicas situadas a sete quilômetros da superfície. Grande parte da parafernália tecnológica empregada nessa ação terá de ajudar os pesquisadores a imergir no oceano. Essas ferramentas, como o telescópio de Galileu, vão funcionar como extensões dos sentidos, aumentando a capacidade da percepção humana. “Nessa frente de trabalho, empregaremos recursos como a realidade virtual, novos sensores, sistemas de transmissão de dados, nanotecnologia e robôs para conhecer, reproduzir e atuar em um ambiente novo”, diz Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).

O desenvolvimento dessas novas tecnologias também desemboca na criação de novos negócios. A Virtualy, instalada na incubadora do parque da UFRJ desde 2007, atua em um desses ramos. Usa a realidade virtual para criar simuladores de guindastes portuários, pequenos aviões e helicópteros. A Ambidados, outro subproduto da Coppe, produz desde 2006 boias de fibra de vidro equipadas com sensores. No mar, elas captam e processam dados como a altura das ondas, além da intensidade dos ventos e das correntes. As informações são transmitidas por satélite para os navios, facilitando a movimentação de embarcações em portos. As soluções empregadas por essas companhias estão no topo da cadeia tecnológica do parque.

A nova infraestrutura do centro de P&D é mais uma ferramenta à disposição dos cientistas empreendedores. A OilFinder, criada em 2010 pelo oceanógrafo Manlio Mano, de 36 anos, e pelo geólogo Carlos Beisl, 41 anos, vive essa expectativa. A dupla desenvolveu um sistema que funciona como um detetive em alto-mar. Ele usa imagens de satélite para identificar vazamentos de petróleo provocados por causas naturais, como abalos sísmicos. As fotos são analisadas por um programa de computador. “O modelo faz uma viagem no tempo”, afirma Mano. “Ele reconstrói o caminho percorrido pelas manchas até encontrar sua origem.” Nesse ponto, os poços devem ser perfurados.

O sistema da OilFinder processa um grande volume de dados. Nos próximos meses, vai rodar no novo supercomputador instalado na UFRJ. A máquina foi adquirida pela Petrobras no ano passado e é a segunda mais potente do Brasil. Custou R$ 9,5 milhões. “Também estamos conversando com representantes das gigantes de P&D instaladas na universidade em busca de novos negócios”, afirma Mano. Criada com R$ 20 mil, a empresa previa faturar R$ 2 milhões entre 2011 e 2012. Esse valor, contudo, está sendo revisto. Para cima.

O polo de empresas de P&D também trará benefícios financeiros ao campus. Cada laboratório privado instalado no perímetro do parque tecnológico assumiu o compromisso de aplicar R$ 3 milhões por ano na UFRJ. Há planos ainda para fomentar a cooperação científico-tecnológica entre a iniciativa privada e a academia. “Vamos acompanhar os problemas enfrentados pelos técnicos das companhias”, diz Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe. “E indicaremos pessoas e equipes capazes de ajudá-las a resolver essas dificuldades.”

O uso compartilhado dos laboratórios de testes da universidade, entre os mais modernos do mundo em suas áreas, abre mais uma frente para a simbiose entre os mundos acadêmico e empresarial. Em maio, uma das futuras integrantes do complexo de P&D, a Tenaris Confab, fabricante de tubos de aço, assinou um convênio de R$ 890 mil com a Coppe. A companhia vai utilizar as instalações da UFRJ para avaliar a resistência de soldas, quando submetidas a baixas temperaturas no pré-sal. Elas podem atingir 150° C negativos.

O potencial é enorme, mas a maior parte do polo está no papel. Duas instalações foram concluídas. Faltam nove. A mais imponente é a extensão do centro de pesquisas da Pebrobras. Ela fica no campus, mas fora do parque tecnológico. Todo branco e com linhas arredondadas, o prédio parece uma nave espacial, pousada à beira da Baía da Guanabara. A Schlumberger, a maior empresa do mundo em serviços para a indústria do petróleo, inaugurou sua unidade em novembro. Maurício Guedes, o diretor do parque, estima que as demais unidades de pesquisa fiquem prontas até o fim de 2012. Embora incipiente, já se percebe com clareza que o complexo tem tudo para banir do Fundão termos como desolamento, aridez e pobreza. É uma chance de reescrever a história nessa ilha do futuro.

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