AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#61 Mensagem por Túlio » Sex Jul 29, 2011 1:21 pm

Aljubarrota é um tema fascinante. Ali os Franceses praticamente repetiram Agincourt só que...décadas antes. Os Portugueses, inferiorizados numericamente, fintaram os Frances e Espanhóis, aparentando que lutariam em uma frente e subitamente mudando suas posições para a batalha. O enorme exército comandado por um rei teve dificuldades imensas para manobrar e se posicionar. E agora a frente era igualmente estreita. E a Francesada cometeu o mesmo erro de Agincourt, avançou sozinha, achando que seria moleza e com isso sofrendo uma acachapante derrota e arrastando os Espanhóis para o abismo.

Episódio delicioso é o da lenda da Padeira de Aljubarrota, que cito brevemente abaixo:

A lenda

Brites de Almeida teria nascido em Faro, em 1350, de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena taberna. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira.
Teria 6 dedos nas mãos, o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente. Aos 26 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.

Vendeu os parcos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por piratas argelinos que a venderam como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia.
Acabaria, entre uma lendária vida pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos. Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia porque Brites teria saido para ajudar nas escaramuças que ocorriam.

Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituido uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.
Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#62 Mensagem por pt » Sex Jul 29, 2011 3:06 pm

Por acaso não fintaram os espanhóis mas sim os castelhanos :mrgreen:

A questão não é assim tão simples, porque durante a Guerra dos 100 anos, a peninsula ibérica dividiu-se entre os dois blocos.

Por causa do apoio que o rei da França dava no mediterrâneo aos seus inimigos, a Coroa de Aragão não estava ao lado da França e de Castela.
O Reino de Navarra esteve quase sempre do lado inglês e Portugal, esteve do lado inglês a partir da chegada ao poder de D.João I.

Durante o primeiro meio-século da guerra, pode-se dizer que Portugal foi mais ou menos neutral ainda que tendesse para o lado da França.

É a mudança de lado, quando em Portugal chega ao trono uma nova dinastia (claramente favorável aos ingleses) que leva a França e Castela a invadir Portugal.



Já História da padeira, pode ter razões e fundamentos muito mais negros e tenebrosos que os que a História oficial lhe atribui.

Durante a fase inicial, os franceses foram feitos prisioneiros.
Sem saber o que fazer com os prisioneiros e temendo que eles se libertassem e os atacassem pelas costas, os portugueses terão morto os prisioneiros desarmados.

A lenda, justificaria assim a barbárie, e transferiu o odioso do crime para o povo, para desonerar os nobres portugueses e ingleses da decisão que tinham tomado.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#63 Mensagem por Túlio » Sex Jul 29, 2011 3:55 pm

Prefiro a história da padeira... :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#64 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jul 30, 2011 7:24 am

Lembro-me de ver uma reportagem na RTP em que uma familia que se dizia descendente da Brites mostrou o que restava da pá com que ela matou os Castelhanos.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#65 Mensagem por delmar » Sáb Jul 30, 2011 10:41 am

cabeça de martelo escreveu:Lembro-me de ver uma reportagem na RTP em que uma familia que se dizia descendente da Brites mostrou o que restava da pá com que ela matou os Castelhanos.
Mais de 600 anos depois a pá ainda está lá. Madeira boa. :roll:




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#66 Mensagem por soultrain » Sáb Jul 30, 2011 10:59 am

Na verdade se razoavelmente conservada e for uma madeira nobre é possível (carvalho, castanho etc). Tenho uma espada do séc XVI com o cabo original em madeira com trefilado e está parece nova, ou vários mosquetes do sec. XVIII e XIX que impressiona quando se desmontam os canos, parecem acabados de fabricar, assim como bainhas em couro que depois de tratadas parecem actuais.

Mas não deve ser verdade.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#67 Mensagem por delmar » Sáb Jul 30, 2011 11:43 am

Mas não deve ser verdade.
É o que imagino também. Espadas, mosquetes e mesmo móveis trabalhados por artesãos são conservados por mais tempo por terem recebido mais cuidados. São objetos de valor, assim os proprietários fazem uma boa conservação, mantendo-os em locais secos. Em muitos museus existem exemplares em exposição.
Já um objeto de trabalho, como uma pá, continuaria a ser usada normalmente. Isto se a história for verdadeira. Parece aquelas histórias das reliquias medievais. Um pedaço da cruz de Cristo, o cajado de São João Batista, os pregos da crucificação, a lança do soldado romano que perfurou Cristo, parte da coroa de espinhos e por ai segue.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#68 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Jul 30, 2011 3:00 pm

Só resta a parte que vai ao forno, essa parte fica muito mais resistente à passagem do tempo e a mesma tornou-se numa reliquia de familia. Por isso é que segundo a velhota é que ainda sobra uma parte.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#69 Mensagem por tflash » Sáb Jul 30, 2011 3:36 pm

Eu sou um bocadinho esquisito com as coisas de comer e compreendo que possa não parecer lógico para outros. Se eu matasse sete pessoas com uma pá, nunca mais a usava no pão!

Poderia ser que a mesma pá não tivesse mais uso desde então.




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#70 Mensagem por Clermont » Sáb Jul 30, 2011 4:59 pm

tflash escreveu:Eu sou um bocadinho esquisito com as coisas de comer e compreendo que possa não parecer lógico para outros. Se eu matasse sete pessoas com uma pá, nunca mais a usava no pão!
Pura questão de opinião.

Alguns não só a usariam como, certamente, diriam que seu pãozinho ficou com um gosto ainda melhor.

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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#71 Mensagem por Túlio » Sáb Jul 30, 2011 6:35 pm

O que a sinhoira Brites de Almeida fez aos 'pérfidos castelhanos' me leva a pensaire se um certo colega nosso não lhe é DESCENDENTE... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#72 Mensagem por tflash » Sáb Jul 30, 2011 7:15 pm

Já pediste fotos das mãos aos suspeitos? deve ser fácil de detectar!!! :twisted: :twisted:




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#73 Mensagem por felipexion » Sex Ago 12, 2011 1:01 pm

Túlio escreveu:Para mim nos textos acima há novidades incríveis sobre o que tenho lido: por exemplo, em Agincourt, que eu saiba, A CAVALARIA, esta sim, pesadamente blindada, foi na frente e atolou no lamaçal. Foi uma confusão dos infernos, os cavaleiros que caíam à frente causavam a queda dos que vinham atrás a ponto de inviabilizar o avanço, inclusive da infantaria, LEVEMENTE BLINDADA e que foi bastante fustigada pelas flechas Inglesas (se usassem essa blindagem toda nem dariam bola para simples setas)! Era uma frente bem estreita e ficou atravancada. Então os Longbowmen Ingleses mantiveram os besteiros Franceses à distância (pelo maior alcance, precisão e cadência de tiro de suas armas) enquanto a infantaria Inglesa literalmente massacrava os cavaleiros Franceses com machados e marretas e isso armadura nenhuma segura, ao menos não com o cara caído na lama espessa, nem para levantar dava e aí sim, pelo peso da armadura, que competia às pernas DO CAVALO transportar. E para ficar mais claro, os Franceses tinhas BESTEIROS, cujas armas tinham menor alcance, precisão e cadência (para UM tiro de besta se efetuavam vários de arco, isso se pode ver mesmo hoje, com essas bestas de roldanas: mal ou bem tem que abaixar a arma, calçar o pé no estribo, puxar a corda, prender, colocar a seta, apontar e pressionar o gatilho; já com o arco é só colocar a flecha, puxar a corda, mirar e atirar!).
É quase como jogar Age of Empires II! :mrgreen:




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#74 Mensagem por Túlio » Sex Ago 12, 2011 4:30 pm

Agincourt no Age II é praticamente um ESTUPRO da realidade histórica, tanto pelo desenvolvimento quanto pelas limitações inerentes ao próprio jogo. É um dos cenários que menos me agrada (sim, jogo até hoje... :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: )...




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Re: AS ORDENS MILITARES DAS CRUZADAS.

#75 Mensagem por Clermont » Ter Jul 17, 2012 8:18 pm

TESOURO ANTIGO DESENTERRADO EM CASTELO DO TEMPO DAS CRUZADAS.

Por Everett Rosenfeld - Newsfeed.com - 14 de julho de 2012.

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Arqueólogos israelenses nesta semana descobriram um dos maiores depósitos de ouro jamais encontrados ao escavarem um antigo castelo que foi palco de uma das maiores batalhas das Cruzadas.

O depósito - descoberto num vaso de cerâmica quebrado oculto sob o piso - continha 108 moedas de ouro que os arqueólogos estimam valer mais de 100 mil dólares. Pesquisadores disseram a UPI que os cruzados provavelmente ocultarem o tesouro dos invasores muçulmanos em meados do século XIII.

"É um achado raro. Não temos muito ouro que tenha estado em circulação nas Cruzadas," Contou a Reuters, Oren Tal, um professor da Universidade de Tel Aviv que lidera a escavação.

Muitas das moedas - que foram descobertas por um dos estudantes de Tal numa fortaleza conhecida como Apollonia, cerca de 30 km ao norte de Tel Aviv - foram cunhadas por volta do ano 1000 dC., de acordo com o Jerusalem Post. Como cerca de 400 gramas de ouro chegaram até Israel ainda não se sabe, mas as moedas serão estudadas pelos próximos seis meses, disse Tal.

O castelo de Apollonia, que era então chamado de Arsur, pertenceu à Ordem do Hospital de São João de Jerusalém, os Cavaleiros Hospitalários,

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durante o tempo em que o depósito foi escondido. Ele primeiro caiu sob controle cruzado após o rei Ricardo, Coração-de-Leão, ter derrotado o líder muçulmano, Saladino, nas suas redondezas, na Batalha de Arsuf, no século XII.

A fortaleza foi retomada pelas forças muçulmanas por volta de 1265 aós o que os registros indicam ter sido uma prolongada batalha. A recente descoberta corrobora esta história de acordo com os pesquisadores.

"O achado indica um sítio prolongado e uma dura batalha que teve lugar neste local," Tal disse ao Post..


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