Paquistão: Conjuntura Contemporânea

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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#151 Mensagem por Clermont » Sáb Mai 14, 2011 1:24 pm

Brasileiro preso em Islamabad deve ficar detido até segunda-feira no Paquistão.

IGOR GIELOW - ENVIADO ESPECIAL A ISLAMABAD - Folha.com.

O advogado brasileiro Rodrigo Moreto Cubek foi preso na tarde de ontem na principal mesquita do Paquistão, a Faisal, por perturbar as tradicionais orações que aconteciam naquele dia. Ele deve ficar detido até segunda-feira.

Cubek, de cerca de 30 anos, estava com o visto vencido e disse ter visitado as cidades de Quetta (Baluquistão) e Peshawar ("capital" das áreas tribais do país). Como são cidades cheias de extremistas islâmicos, isso levantou a suspeita da polícia, que afirmou que está investigando seu itinerário.

O paranaense de Curitiba tentou entrar na área reservada a muçulmanos na mesquita. Gritou palavras sobre a Virgem Maria - na sexta foi comemorado o dia de Nossa Senhora de Fátima. A funcionários da Embaixada do Brasil, disse que "queria ter uma discussão religiosa".

Isso é ofensa gravíssima neste país, em que há leis severas para o que é considerado blasfêmia. Mas após conversa com o embaixador brasileiro no Paquistão, Alfredo Leoni, a polícia concordou em não enquadrá-lo inicialmente sob essa acusação.

"Aparentemente o rapaz tem problemas mentais. Falamos com ele e a família, que confirmaram a condição. Ele sabe que errou, e creio que teremos esse problema resolvido rapidamente, até segunda-feira", disse Leoni.

Moreto está preso em um quarto na sede da polícia local de Islamabad, com cama e ar-condicionado. Está sendo tratado bem, segundo Leoni. Ele estava hospedado no hotel Pearl Continental de Rawalpindi, junto a Islamabad, e viajava pelo país havia cerca de três semanas.

Segundo Leoni, o incidente é inédito, e a polícia paquistanesa pediu um tempo para averiguar exatamente se Moreto esteve em Quetta e Peshawar e, afinal, o que fez por lá.

A família do rapaz disse ao Itamaraty que ele trabalha para o Banco do Brasil, mas Leoni não tinha como confirmar as informações. A embaixada colocou um advogado à disposição do brasileiro e pagou sua conta no hotel, deixando tudo pronto para sua imediata saída do Paquistão quando for solto.

CASO RAYMOND DAVIS.

A preocupação é óbvia. Há um grande sentimento contra crimes praticados por estrangeiros neste país, em especial após o incidente Raymond Davis. O americano, contratado da CIA, matou dois paquistaneses no que chamou de tentativa de roubo.

Ninguém admite oficialmente, mas os paquistaneses também eram agentes secretos. Seja como for, houve uma grande comoção popular contra a soltura de Davis, que para os EUA tinha imunidade diplomática.

O caso acabou resolvido com o pagamento de US$ 2,4 milhões às famílias da vítima, o chamado "dinheiro de sangue" aceito pela Justiça local. Assim, Davis foi embora, mas há grande sensibilidade popular.

Seja como for, Cubek teve sorte. Se não fosse detido, não seria incomum se ele acabasse linchado pelos frequentadores da mesquita. A tolerância com o que é considerado blasfemo no Paquistão é baixíssima.

Há poucos visitantes brasileiros no país de 180 milhões de habitantes. Moradores, há apenas 33, e 5 deles trabalham na Embaixada do Brasil.




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#152 Mensagem por Enlil » Dom Jul 10, 2011 9:08 pm

EUA suspendem auxílio militar de US$ 800 milhões ao Paquistão
Atualizado em 10 de julho, 2011 - 13:56 (Brasília) 16:56 GMT

O governo dos Estados Unidos disse que irá suspender o auxílio militar equivalente a US$ 800 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhões) que destinaria ao Paquistão.

O chefe de Gabinete da Casa Branca, Bill Daley, disse, em entrevista à rede americana ABC, que o Paquistão ''tomou algumas medidas que nos deram motivo para interromper parte da ajuda''.

Ele afirmou que o ataque realizado por forças americanas e que resultou na morte do líder da rede al-Qaeda, o militante Osama Bin Laden, em maio deste ano, havia afetado as relações entre os dois países, mas que os laços entre americanos e paquistaneses serão ''aprimorados com o tempo''.

A cifra de US$ 800 milhões representa aproximadamente um terço do total que os Estados Unidos destinam em auxílio militar ao Paquistão.

Segundo dados apresentados pelo Paquistão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado, o orçamento militar do país relativo ao período de 2010 e 2011 foi de US$6,4 bilhões, um aumento de US$ 1,2 bilhões em relação ao ano anterior.

Ainda durante a entrevista à rede ABC, Daley admitiu que o Paquistão tem sido ''um importante aliado na guerra contra o terrorismo. Eles têm sido vítimas de muito terrorismo''.

Mas acrescentou que se trata de uma ''relação complicada em um canto do mundo difícil e complicado. Obviamente, ainda existe muita dor sentida por parte do sistema político do Paquistão por conta da operação que realizamos para nos livrar de Osama Bin Laden, algo sobre o qual o presidente (Barack Obama) tem fortes sentimentos e algo que não lamentamos''.

Críticas

O governo do Paquistão vem criticando a realização de ataques com ''drones'' (aviões não-tripulados) americanos e a realização de ações não comunicadas aos paquistaneses por parte dos americanos, como a operação militar que resultou na morte de Bin Laden.

Muitos congressistas dos Estados Unidos vinham criticando a concessão do auxílio militar, especialmente depois de ter vindo à tona que Bin Laden passou muito tempo refugiado em uma casa situada na vizinhança da principal academia militar do Paquistão, em Abbottabad.

Segundo Rajesh Mirchandani, um correspondente da BBC em Washington, a medida por parte do governo americano representa um endurecimento em relação ao Paquistão. Mas pode ter efeitos opostos aos desejados.

Em vez de sinalizar que os paquistaneses precisam mostrar mais empenho em combater militantes extremistas e procurar rastrear fontes dentro do Exército que teriam laços com ativistas radicais, pode fazer com que o governo do Paquistão se sinta compelido a ir no sentido oposto - se empenhar menos na colaboração e acabar tendo menos poder para levantar quem seriam os agentes infiltrados.

Washington ainda considera o Paquistão um aliado vital na luta contra a al-Qaeda e contra insurgentes da milícia Talebã em áreas tribais na fronteira do país com o Afeganistão.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... a_bg.shtml




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#153 Mensagem por FOXTROT » Dom Jul 10, 2011 9:41 pm

A China deve estar muito triste com essa suspensão, os EUA jogando o Paquistão ainda mais no colo dos chinas.

Saudações




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#154 Mensagem por Enlil » Dom Jul 10, 2011 11:43 pm

Pois é, acho no mínimo, digamos, "estranha" a política dos EUA em relação ao Paquistão nos últimos tempos. Por um lado afagam a Índia, inimigo histórico de Islamabad, em um movimento claro de "retenção" da crescente influência da China na Ásia, e por outro deixam seu aliado histórico cada vez mais sob influência de Pequim. Talvez creiam que a Índia poderá ser um grande aliado a médio prazo; no entanto, a meu ver, a Índia tem uma política apenas conveniente em relação a Washington e não está disposta a fazer nenhum alinhamento estrito com a potência do "Novo Mundo"...




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#155 Mensagem por Enlil » Ter Jul 12, 2011 6:10 pm

12 de Julho, 2011 - 09:52 ( Brasília )

Paquistão ameaça EUA com retirada de tropas da fronteira afegã

O Governo paquistanês ameaçou retirar nesta terça-feira um número indeterminado de tropas da fronteira afegã em resposta à decisão dos Estados Unidos de suspender US$ 800 milhões de ajuda militar para o Paquistão.

Em uma entrevista à emissora "Express" que será emitida nesta noite, o ministro de Defesa paquistanês, Ahmed Mukhtar, assegurou que seu país retirará forças dos quase 1,1 mil postos fronteiriços que o Paquistão tem ao longo da fronteira.

Segundo um trecho da entrevista publicado no portal da "Express", Mukthar ressaltou que US$ 300 milhões destes US$ 800 milhões seriam destinados aos soldados mobilizados nesta região montanhosa dominada pelos rebeldes talibã e redes jihadistas.

"O próximo passo será retirar as forças das áreas fronteiriças", declarou o ministro.

Apesar disso, Mukthar esclareceu que grande parte da ajuda militar americana ao Paquistão é dinheiro que o Paquistão "já gastou" em parcelas que não identificou.

O titular da Defesa se referiu também ao novo líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e expressou seu desejo de que os EUA não cometam "o mesmo erro" que com seu antecessor, Osama bin Laden.

A operação lançada pelos norte-americanos para matar Bin Laden no dia 2 de maio precipitou uma crise nas já deterioradas relações entre Islamabad e Washington.

O Exército em particular se sentiu ofendido por não ter sido informado do assalto e pelas insinuações do Ocidente que uma parte de sua equipe de segurança poderia ter dado abrigo ao saudita.

EUA usaram desde então sua posição de força para pressionar o Paquistão, especialmente na luta contra os grupos talibãs na fronteira, mas Islamabad demonstra suas divergências cada vez com mais assiduidade.

A decisão americana de suspender US$ 800 milhões de ajuda militar inscreve-se na falta de vontade paquistanesa de cumprir com as exigências dos EUA, em uma fase decisiva como é o início da retirada militar estrangeira do Afeganistão.

http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... eira-afega




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#156 Mensagem por pt » Ter Jul 12, 2011 7:42 pm

A China deve estar muito triste com essa suspensão, os EUA jogando o Paquistão ainda mais no colo dos chinas.
É aliás um golpe de mestre.
Os chineses aflitos com a possibilidade de confrontos nas regiões muçulmanas do oeste da China, não estão interessados de qualquer forma em grandes amizades com o mais populoso país islâmico com que tem fronteiras.

A India, quanto mais o Paquistão for pró-chinês, mais tendência tem para se aproximar dos países que forem contrários à China.

É a India que para os americanos se vai transformar no policia do Indico.
Os americanos não têm nenhum problema com isso, mas a China não suporta a ideia.
Vão começar a somar bases. Se os chineses conseguirem bases navais no Paquistão, os indianos começam a colocar bases na costa africana. E se a China avançar muito para o Indico, a India pode responder, avançando para o mar da China, estabelecendo acordos especialmente com a Indonésia, Malásia e Filipinas.

Por isso a questão dos mares do sul da China é importante. Nesses países vivem quase 500 milhões de pessoas, que a China não tem interesse em hostilizar.
O Paquistão é uma chatice para todos.
Demasiado complicado.
Demasiado cheio de fanáticos barbudos raivosos.
Demasiado cheio de militares corruptos.
Demasiado perigoso porque os malucos têm bombas atómicas.

Ninguém tem vantagem em estar do lado do Paquistão.
Os paquistaneses ainda não entenderam isso.




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#157 Mensagem por Enlil » Sex Jul 22, 2011 5:00 pm

Por Caxemira, Paquistão pagava lobby nos EUA

O FBI, serviço secreto americano, revelou que agentes de inteligência paquistaneses financiavam campanhas políticas nos Estados Unidos em troca do incentivo americano contra a Índia na questão da Caxemira – cujo controle do território é disputado pelos dois países.

De acordo com a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira 21, o FBI entregou na terça-feira 19 um dossiê à Justiça americana com detalhes sobre a investigação e prendeu Syed Gulam Nabi Fai, 62, diretor do Conselho Americano da Caxemira. O outro cidadão americano envolvido é Zaheer Ahmad, 63. Ambos são responsáveis pelo conselho, uma entidade dedicada ao lobby em defesa da independência da Caxemira. Eles podem pegar até cinco anos de prisão, de acordo com o site do jornal New York Daily News. Mais 18 pessoas estão com ordem de prisão decretada.

Governos estrangeiros são proibidos de fazer contribuições para campanhas EUA e qualquer um que trabalha em favor de um governo estrangeiro deve se registrar com o Departamento de Justiça dos EUA.

Fai, o seu grupo sem fins lucrativos, e Ahmad nunca registraram que eles estavam trabalhando para o governo paquistanês, as autoridades dos EUA.

De acordo com a documentação preparada pelo FBI, o Conselho Americano da Caxenira vem sendo financiando desde 1990.

Fonte: Carta Capital

http://planobrasil.com/2011/07/22/por-c ... y-nos-eua/




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#158 Mensagem por Enlil » Seg Jul 25, 2011 3:16 pm

Violência deixa 44 mortos em três dias em Karachi
segunda-feira, 25 de julho de 2011 09:37

Por Imtiaz Shah

KARACHI (Reuters) - A violência étnica e política voltou a tomar conta da principal cidade paquistanesa nos últimos três dias, deixando até 44 mortos, disse a polícia nesta segunda-feira. Desde julho, já são 185 vítimas fatais.

Os confrontos mais graves do fim de semana foram registrados em Malir, Landhi e outros bairros da zona leste - áreas multiétnicas, de classe média baixa.

"Identificamos as pessoas, e pelo menos 200 agentes da polícia serão despachados para buscar e deter essas pessoas", disse Naeem Boroka, comandante policial na zona leste de Karachi.

A polícia disse que não há uma razão clara para o novo surto de violência. Karachi, com mais de 18 milhões de habitantes, tem um longo histórico de violência étnica, religiosa e sectária, e disputas políticas ou entre vizinhos muitas vezes podem descambar para batalhas envolvendo bairros inteiros.

As áreas atingidas têm populações de pashtuns e mujahirs (descendentes dos refugiados falantes do idioma urdu que deixaram a Índia na época da partição do sul da Ásia, em 1947, e se fixaram em Karachi).

Os dois partidos políticos que representam esses dois grupos étnicos têm um histórico de inimizade e violência mútua.

Mas os recentes distúrbios envolveram também a violência entre sunitas e xiitas, e disputas pessoais alimentaram um ambiente propício à violação da lei e da ordem, segundo Sharjeel Menon, ministro da Informação da província do Sindh.

O Movimento Muttahida Qaumi (ligado aos mujahirs), o Partido Nacional Awami e o Partido do Povo do Paquistão (ambos associados aos pashtuns) há anos usam gangues étnicas para brigar nas ruas pelo controle político de Karachi, cidade que contribui com 68 por cento da arrecadação tributária do Paquistão e tem o maior porto do país.

Karachi foi um alvo relevante para militantes da Al Qaeda quando o Paquistão aderiu à "guerra ao terrorismo" lançada pelos EUA no final de 2001. Estrangeiros já foram atacados várias vezes na cidade.

Um recente relatório da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão disse que 1.138 pessoas foram mortas em Karachi no primeiro semestre de 2011, sendo 490 por questões políticas, étnicas ou sectárias.

http://br.reuters.com/article/worldNews ... 6H20110725




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#159 Mensagem por Enlil » Seg Ago 01, 2011 5:36 am

Paquistão limita viagens de diplomatas dos EUA, diz mídia local
domingo, 31 de julho de 2011 16:27

Por Zeeshan Haider

ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão limitou as viagens e impôs outras medidas restritivas a diplomatas dos Estados Unidos, disseram autoridades locais neste domingo, numa nova demonstração da piora nas relações entre os dois países desde que os norte-americanos mataram o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em uma operação no território paquistanês.

Uma fonte na diplomacia ocidental disse que a embaixada dos EUA recebeu no mês passado uma "nota diplomática" do Ministério de Relações Exteriores do Paquistão, na qual eram dadas orientações para viagens de diplomatas fora da capital do país, Islamabad.

As restrições surgem em meio a informações na mídia paquistanesa de que nas últimas semanas diplomatas dos EUA que viajaram para o noroeste do país, partindo de Islamabad, foram obrigados a deixar a cidade de Peshawar por não estarem de posse de um "certificado de não objeção" emitido por autoridades do Paquistão.

O porta-voz da embaixada dos EUA, Alberto Rodriguez, disse que a representação diplomática estava em contato com o governo local para resolver a questão, mas acrescentou: "Nós ainda estamos viajando." Ele não deu detalhes.

A Chancelaria paquistanesa afirmou que "não foi imposta nenhuma restrição específica para os EUA" a viagens diplomáticas. No entanto, acrescentou que está mantendo "um relacionamento construtivo com a Embaixada dos EUA em Islamabad em relação ao assunto."

"Há orientações gerais relativas a viagens de diplomatas baseados no Paquistão, estabelecidas somente para garantir sua proteção e segurança, adotadas há muito tempo," acrescentou, em um comunicado.

O Paquistão é um importante aliado dos Estados Unidos em sua luta contra militância islâmica, mas as relações bilaterais se deterioraram rapidamente depois que um contratado da CIA matou dois paquistaneses em janeiro e se agravaram após forças dos EUA mataram Bin Laden no Paquistão, em maio, sem avisarem previamente o governo local sobre essa operação.

Os Estados Unidos suspenderam recentemente cerca de um terço de sua ajuda anual militar de 2,7 bilhões de dólares ao Paquistão, em uma demonstração de desagrado com medidas restritivas do Paquistão a ações de treinamento dos EUA, limitação de visas para funcionários norte-americanos e outras medidas bilaterais.

Apesar das tensões os dois lados tentam evitar o rompimento de relações.

O diretor do poderoso serviço de inteligência do Paquistão visitou os EUA no começo de julho para conversações com autoridades e parlamentares.

(Reportagem de Zeeshan Haider)

http://br.reuters.com/article/worldNews ... 31?sp=true




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#160 Mensagem por Enlil » Qui Ago 11, 2011 4:05 pm

Paquistão investiga ataques aéreos da CIA, com mais de 2,3 mil mortos

O programa de aviões espiões dos Estados Unidos no Paquistão, que matou entre 2.292 e 2.863 pessoas desde 2004, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira, está cada vez mais sob investigação pública no país asiático por causa da morte de civis.

Entre 385 e 775 civis perderam a vida nestes bombardeios, concentrados nas áreas tribais do Paquistão, segundo a análise elaborada pelo Bureau of Investigative Journalism (Escritório de Jornalismo de Investigação, em tradução livre), organização com base no Reino Unido, e pelo jornal paquistanês “Express Tribune”.

Os dados – extraídos de notícias e de pesquisadores que trabalham no território – revelam que a maioria destes ataques contra a rede terrorista Al Qaeda e facções talibãs aconteceram durante a gestão de Barack Obama: 239 de um total de 291.

O relatório contrasta com os dados do ”think tank” americano New América Foundation, que situa entre 1.628 e 2.561 os mortos por causa destes ataques com mísseis.

A confidencialidade do programa e a incerteza sobre o custo para a população civil não evitou que apareçam, cada vez com mais força, correntes críticas a esta ”guerra à distância” da CIA (agência de inteligência americana).

O mais ativo no âmbito legal é o advogado paquistanês Shahzad Akbar, que, em nome das vítimas destes ataques, apresentou à Polícia de Islamabad notas legais contra os EUA em novembro do ano passado, exigindo indenizações e culpando, entre outros, o então chefe da CIA, Leon Panetta.

Em julho, Akbar entregou à Polícia outro pedido para que se emita uma ordem de detenção contra um antigo conselheiro legal da CIA, John Rizzo, que assinava as aprovações dos ataques.

A tarefa é complicada, mas a intenção do advogado é efetuar uma enquete entre 300 famílias afetadas pelos ataques para comprovar que percentagem de civis morre nestes bombardeios e fortalecer seu caso.

“Não trabalhamos apenas os dados, queremos também provar a inocência das vítimas”, afirmou Akbar à Agência Efe, elogiando o último estudo sobre estes ataques, que demonstram “a necessidade de investigar mais”.

“Isto contribuirá para aumentar a responsabilidade na guerra contra o terrorismo. Os ataques apenas aumentam os sentimentos antiocidentais no Sul da Ásia”, considerou o advogado.

Em paralelo estão acontecendo campanhas em outros âmbitos para chegar ao grande público, como uma exposição no Reino Unido com fotografias que o jornalista Noor Behram tirou durante os últimos três anos.

Nas imagens, que serão exibidas no Paquistão e nos EUA até o final do ano, aparecem crianças e mulheres vítimas dos bombardeios, que são apresentados por Washington como um instrumento fundamental em sua luta contra o islamismo radical.

A quantidade de vítimas civis é a grande incógnita a respeito dos ataques de aviões não tripulados, uma vez que as áreas tribais estão vetadas à imprensa e as redes jihadistas controlam boa parte do território.

Algumas organizações denunciam um grande número de civis mortos, mas fontes de inteligência e segurança estrangeiras consultadas pela Efe destacam que os bombardeios costumam ser precisos.

Fontes da espionagem paquistanesa que em 2010 admitiam uma colaboração com a CIA em matéria antiterrorista para lançar estes ataques, agora se mostram críticas a eles, reflexo da turbulenta relação entre EUA e Paquistão.

O primeiro grande desencontro foi o caso do espião americano Raymond Davis, que matou dois paquistaneses na cidade de Lahore no final de janeiro e que acabou sendo libertado pelo Paquistão semanas depois.

A tensão entre ambos países disparou em maio, quando os EUA lançaram uma operação unilateral em território paquistanês para matar Osama bin Laden; desde então os respectivos serviços secretos trocam farpas através da imprensa.

O programa de aviões espiões, que Obama transformou em uma de seus principais armas, é um dos âmbitos mais afetados pela falta de entendimento entre Washington e Islamabad.

Fonte: Terra

http://planobrasil.com/2011/08/11/paqui ... il-mortos/




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#161 Mensagem por kurgan » Sex Set 23, 2011 6:05 pm

23/09/2011 - 10h50
Paquistão alerta EUA de que podem "perder um aliado"

Reuters

Por Qasim Nauman e Missy Ryan

ISLAMABAD/WASHINGTON (Reuters) - O Paquistão alertou os EUA de que sua aliança pode ser rompida se Washington continuar acusando Islamabad de fazer jogo duplo na guerra contra os militantes islâmicos, em declarações que agravam a crise nas relações entre os dois países.

A chanceler paquistanesa, Hina Rabbani Khar, reagia a comentários feitos pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, almirante Mike Mullen, segundo quem a principal agência paquistanesa de espionagem tem estreitas relações com a rede militante Haqqani, a facção mais violenta e ativa do Taliban no Afeganistão.

Foi a acusação mais séria lançada pelos EUA contra o Paquistão, única potência nuclear islâmica, em dez anos de aliança na "guerra ao terrorismo".

"Vocês vão perder um aliado", disse Khao numa entrevista à Geo TV, em Nova York, transmitida na sexta-feira.

"Vocês não podem se dar ao luxo de alienar o Paquistão, não podem se dar ao luxo de alienar o povo paquistanês. Se escolherem fazer isso (...), o custo será deles (EUA) próprios."

Em depoimento ao Senado, Mullen acusou a inteligência militar paquistanesa de colaborar com um ataque de militantes da rede Haqqani contra a embaixada dos EUA em Cabul, na semana passada.

A ação militar unilateral dos EUA que levou à morte de Osama bin Laden no território paquistanês, em maio, já havia abalado as relações entre os dois países. Elas estavam começando a se recuperar quando aconteceu o ataque em Cabul. Ambos os lados agora adotaram uma retórica excepcionalmente agressiva.

No Congresso dos EUA, cresce rapidamente a pressão para restringir ou condicionar a ajuda ao Paquistão.

Mas um rompimento total entre EUA e Paquistão - países eventualmente amigos, e muitas vezes adversários - parece improvável, no mínimo porque Washington precisa usar o território paquistanês para abastecer suas forças no Afeganistão, e como base para seus aviões militares não-tripulados.

O Paquistão, por sua vez, recebe ajuda militar e econômica dos EUA, e vê a aliança como garantia de estabilidade nas suas relações com a vizinha e rival Índia, que também possui armas nucleares.

"A mensagem para a América é: 'Eles não conseguem viver sem nós'," disse o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, a jornalistas.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... liado.jhtm




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#162 Mensagem por kurgan » Sex Set 23, 2011 6:06 pm

23/09/2011 - 17h49
Pentágono afirma que diálogo com Exército do Paquistão continua aberto

WASHINGTON, 23 Set 2011 (AFP) -O Pentágono afirmou que o diálogo continua aberto com o Exército do Paquistão, apesar da tensão surgida depois que os Estados Unidos acusaram Islamabad de estar por trás dos atentados sofridos por suas tropas nos últimos dias.

Apesar das divergências, o Exército americano não pensou em cortar o diálogo com o Paquistão, anunciou o secretário de Comunicação, George Little. "É uma relação complicada, mas fundamental."

O almirante Mike Mullen, militar americano de mais alta patente, acusou nesta quinta-feira, no Senado, a Agência de Inteligência do Paquistão (ISI) de sustentar a violência no Afeganistão ao apoiar a rede Haqqani, um dos grupos mais atuantes do movimento talibã. Os Estados Unidos nunca haviam acusado tão diretamente Islamabad de envolvimento em ataques contra países ocidentais.

O chefe do Exército paquistanês, general Ashfaq Parvez Kayani, disse nesta sexta-feira que as acusações "não estão baseadas em fatos".

Em conversas com o governo do Paquistão, Washington apresentou provas da ligação entre a ISI e os militantes da Haqqani, informou um oficial americano, que preferiu não ser identificado.

Mullen explicou seus pontos de vista ao general Kayani no último sábado, durante uma reunião na Espanha, segundo seu porta-voz, o capitão John Kirby. "A situação piora. As ações da rede Haqqani são cada vez mais letais, e temos tido acesso a mais informações que vinculam a ISI a esses ataques", disse Kirby.

"Queremos continuar trabalhando e conseguir uma colaboração produtiva com o Exército paquistanês, e isso depende, em grande parte, de sua disposição e habilidade para se desconectar de grupos extremistas, como a rede Haqqani", assinalou Kirby.

Mullen acusou ontem a rede Haqqani de ser responsável, com o apoio da ISI, pelo ataque deste mês com um caminhão-bomba contra uma base da Otan no Afeganistão, que feriu 77 americanos, assim como pelo sequestro de 19 horas na embaixada americana no Afeganistão, e pelo ataque de junho contra o hotel Intercontinental da capital afegã.

Segundo a CIA, a rede Haqqani, aliada à Al-Qaeda, é a facção mais perigosa do talibã. Nos anos 1980, os Estados Unidos abasteceram a rede com armas e dinheiro, para que a mesma lutasse contra as forças soviéticas.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... berto.jhtm




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#163 Mensagem por kurgan » Sex Set 23, 2011 11:08 pm

EE UU acusa abiertamente a Pakistán de colaborar con los talibanes
Aunque el ejército norteamericano mató a bin Laden en Pakistán y los talibanes atraviesan la frontera entre Afganistán y ese país libremente, hasta la fecha el Pentágono no había acusado a Islamabad de una forma tan abierta y directa

DAVID ALANDETE | Washington 22/09/2011

Por primera vez, Estados Unidos ha relacionado a los servicios de inteligencia paquistaníes con la insurgencia talibán, responsable de numerosos ataques contra civiles en Kabul en los pasados meses y de la muerte a 1.600 soldados norteamericanos desde que comenzara la guerra, hace 10 años. En una comparecencia ante el Senado, el almirante Mike Mullen, jefe del Estado Mayor Conjunto y por lo tanto soldado de mayor rango en las fuerzas armadas norteamericanas, ha hablado abiertamente de esa conexión, acusando a los llamados Servicios de Inter-Inteligencia [ISI] de asistir a los terroristas que la semana pasada atacaron la embajada norteamericana y el cuartel general de la OTAN en la capital de Afganistán.

"Es un hecho que la Quetta Shura [una organización de los mandos talibanes] y la red Haqqani operan desde Pakistán con impunidad", ha dicho Mullen bajo juramento ante el Comité de Servicios Armados del Senado. "Organizaciones extremistas, que funcionan como satélites del Gobierno de Pakistán, atacan a soldados y civiles afganos, además de a soldados de EE UU. Por ejemplo, creemos que la red Haqqani, que recibe la protección y el apoyo del Gobierno de Pakistán, y que es un brazo estratégico del ISI, es responsable del ataque del 13 de septiembre contra la embajada de EE UU en Kabul".

Aunque el ejército norteamericano mató al terrorista Osama bin Laden en Pakistán, y aunque los talibanes atraviesan la frontera entre Afganistán y ese país libremente, hasta la fecha, la cúpula del Pentágono no había acusado al Gobierno de Islamabad y a su agencia de espionaje de una forma tan abierta y directa. "Las acciones del Gobierno de Pakistán", añadió Mullen, "representan un problema creciente que mina los intereses de EE UU y que posiblemente viola las normas internacionales, abriendo la posibilidad de sanciones".

Uno de los mayores riesgos de seguridad para las 101.000 tropas norteamericanas en Afganistán es la red Haqqani, un clan terrorista asociado a los talibanes que opera desde Pakistán. Sus medios son más radicales, y sus ataques más indiscriminados, que los de los insurgentes afincados en las provincias del sur y el este de Afganistán. La red la fundó Jalaluddin Haqqani, un muyahidín afgano que ganó prominencia en la resistencia antisoviética de los años 80 y que tras 2001 se alió con Al Qaeda. Hoy la lidera, desde Pakistán, su hijo, Sirajuddin.

Aparte del ataque a la embajada de EE UU, el pasado 10 de septiembre el clan Haqqani detonó un coche bomba en una base norteamericana en la provincia de Wardak, un ataque en el que hirió a más de 70 soldados.

Mullen responsabilizó también a esa red del ataque contra el hotel Intercontinental de Kabul, que, en junio, provocó la muerte de 11 civiles.

El martes, el jefe del ISI, el teniente general Ahmad Shuja Pasha estuvo de visita aquí en Washington, donde se reunió con el nuevo jefe de la CIA, el general David Petraeus, y con diversos mandos militares y miembros del gobierno de Barack Obama. Estos le exigieron que tome medidas urgentes contra la red Haqqani, bajo la amenaza de autorizar operaciones militares en la provincia de Waziristán del Norte, en el oeste de Pakistán.

"La nación de Pakistán no admitirá nunca que las tropas entren en nuestro suelo", respondió este jueves, en una entrevista con Reuters, el primer ministro paquistaní, Rehman Malik. "Nuestro país está dispuesto a cooperar con EE UU. Pero EE UU debe respetar nuestra soberanía".

Las operaciones más destacadas en contra de insurgentes en la guerra afgana han tenido lugar en Pakistán. Solo en casos muy especiales, como la captura y muerte de Osama bin Laden en Abottabad, llegan las tropas norteamericanas a poner el pie en suelo paquistaní.

Normalmente, la CIA o el Pentágono atacan objetivos insurgentes con misiles no tripulados controlados de forma remota. Así cayó, en agosto, el que era el nuevo número dos de Al Qaeda, el libio Atiyah Abd Al Rahman.

Ataques terroristas como el del pasado martes, que acabó con la vida del expresidente afgano y líder de las negociaciones de paz con los talibanes, Burhanuddin Rabbani, son una muestra de la heterogeneidad de una insurgencia que no tiene un liderazgo fuerte y unido.

Normalmente, tras un ataque de ese tipo, los talibanes emiten abundantes comunicados, frecuentemente exagerando los efectos de sus atentados. En esta ocasión han mantenido un silencio poco frecuente.

"Por lo general, creemos que este cambio de tácticas es el resultado de una pérdida de iniciativa que nos beneficia", ha dicho también en el Senado el secretario de Defensa, Leon Panetta. "Es, además, una muestra de la debilidad de los insurgentes".

http://www.elpais.com/articulo/internac ... int_15/Tes




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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#164 Mensagem por kurgan » Sex Set 23, 2011 11:09 pm

23/09/2011 - 20h52
Paquistão alerta aos EUA: "Vocês vão perder um aliado"

Por Qasim Nauman e Missy Ryan
Em Islamabad e Washington


O Paquistão alertou os EUA de que sua aliança pode ser rompida se Washington continuar acusando Islamabad de fazer jogo duplo na guerra contra os militantes islâmicos, em declarações que agravam a crise nas relações entre os dois países.

A chanceler paquistanesa, Hina Rabbani Khar, reagia a comentários feitos pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, almirante Mike Mullen, segundo quem a principal agência paquistanesa de espionagem tem estreitas relações com a rede militante Haqqani, a facção mais violenta e ativa do Taliban no Afeganistão.

Foi a acusação mais séria lançada pelos EUA contra o Paquistão, única potência nuclear islâmica, em dez anos de aliança na "guerra ao terrorismo".

"Vocês vão perder um aliado", disse Khao numa entrevista à Geo TV, em Nova York, transmitida na sexta-feira.

"Vocês não podem se dar ao luxo de alienar o Paquistão, não podem se dar ao luxo de alienar o povo paquistanês. Se escolherem fazer isso (...), o custo será deles (EUA) próprios."

A Casa Branca reiterou na sexta-feira seu apelo para que o Paquistão rompa relações com a rede Haqqani e elimine seus santuários na fronteira com o Afeganistão.

"É crucial que o governo do Paquistão rompa quaisquer relações que tenha, e tome ações fortes e imediatas contra essa rede, para que ela não seja mais uma ameaça aos Estados Unidos e ao povo do Paquistão, porque essa rede é uma ameaça a ambos", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Em depoimento ao Senado na quinta-feira, Mullen acusou a inteligência militar paquistanesa de colaborar com um ataque de militantes da rede Haqqani contra a embaixada dos EUA em Cabul, na semana passada.

A acusação ocorre num momento de crescente exasperação de Washington, enquanto o governo Obama enfrenta dificuldades para reprimir a militância no Paquistão e encerrar a prolongada guerra no Afeganistão.

O chefe do Estado-Maior paquistanês, general Ashfaq Parvez Kayani, qualificou as declarações de Mullen com "muito infelizes e não baseadas em fatos".

"Apontar o dedo para o Paquistão não é nem justo nem produtivo", disse ele em nota divulgada na sexta-feira pelos militares.

A ação militar unilateral dos EUA que levou à morte de Osama bin Laden no território paquistanês, em maio, já havia abalado as relações entre os dois países. Elas estavam começando a se recuperar quando aconteceu o ataque em Cabul. Ambos os lados agora adotaram uma retórica excepcionalmente agressiva.

No Congresso dos EUA, cresce rapidamente a pressão para restringir ou condicionar a ajuda ao Paquistão.

Mas um rompimento total entre EUA e Paquistão - países eventualmente amigos, e muitas vezes adversários - parece improvável, no mínimo porque Washington precisa usar o território paquistanês para abastecer suas forças no Afeganistão, e como base para seus aviões militares não-tripulados.

O Paquistão, por sua vez, recebe ajuda militar e econômica dos EUA, e vê a aliança como garantia de estabilidade nas suas relações com a vizinha e rival Índia, que também possui armas nucleares.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... liado.jhtm




kurgan
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Re: Paquistão: Conjuntura Contemporânea

#165 Mensagem por kurgan » Seg Set 26, 2011 11:34 am

26/09/2011 - 10h04
Paquistão desafia EUA e não vai atacar rede Haqqani, diz jornal

Reuters

Por Michael Georgy

ISLAMABAD (Reuters) - Os militares paquistaneses não irão agir contra a rede militante Haqqani, apesar da pressão norte-americana por retaliações ao grupo acusado pelo ataque deste mês contra a embaixada dos EUA em Cabul, disse um jornal paquistanês na segunda-feira.

O comandante do Exército do Paquistão, general Ashfaq Kayani, realizou uma reunião especial com outros comandantes militares no domingo para discutir a situação, disseram fontes militares, após uma semana de retórica inflamada entre Washington e Islamabad.

Os EUA acusam a poderosa agência paquistanesa de espionagem de apoiar a rede Haqqani, responsável por vários incidentes violentos no leste do Afeganistão e que se tornou um sério empecilho à retirada militar norte-americana pretendida pelo governo de Barack Obama.

Em comentários surpreendentemente diretos na semana passada, o chefe do Estado-Maior norte-americano, almirante Mike Mullen, disse que a rede Haqqani é um "verdadeiro braço" da ISI (agência paquistanesa de inteligência militar), e acusou o Paquistão de fornecer ajuda para o atentado de 13 de setembro contra a embaixada dos EUA em Cabul.

Os comandantes paquistaneses decidiram resistir às exigências norte-americanas por uma ofensiva militar no Waziristão do Norte, suposto reduto da Haqqani, segundo relato de uma fonte militar não identificada ao jornal Express Tribune.

"Já avisamos aos EUA que o Paquistão não pode ir além do que já fez", disse a fonte ao jornal.

A ação militar unilateral dos EUA que levou à morte de Osama bin Laden no território paquistanês, em maio, já havia abalado as relações entre os dois países. Elas estavam começando a se recuperar quando aconteceu o ataque em Cabul. Ambos os lados agora adotaram uma retórica excepcionalmente agressiva.

Refletindo a tensão política, a bolsa de Islamabad fechou na segunda-feira em baixa de 2,7 por cento.

Os EUA há muito tempo já pressionam o aliado Paquistão a reprimir a rede Haqqani, um dos mais letais grupos afegãos aliados do Taliban e envolvidos no combate às forças ocidentais.

O Paquistão nega que dê apoio ao grupo, e diz que seu Exército já está sobrecarregado no combate à insurgência do Taliban em seu território, e que por isso não tem como perseguir com força total a Haqqani, com um contingente estimado em 10 a 15 mil combatentes.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... ornal.jhtm




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