ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Zero Hora, 27/03
Brasil encolhe seu programa espacial
Passados cinco anos do voo solo do astronauta brasileiro, o país ainda não conseguiu avanços significativos em seu programa espacial
Há cinco anos, o Brasil parou para ver o tenente-coronel Marcos Pontes flutuar no espaço e, de quebra, bater um papo com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Era a badalada estreia do astronauta brasileiro.
Valeu a pena? A realidade é que, apesar do voo de Pontes, o programa espacial brasileiro não decolou. Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados divulgado em fevereiro alerta para a fragilidade da política voltada a este setor. Em 2010, o orçamento para o programa espacial foi de R$ 353 milhões, contra R$ 415 milhões em 2009.
O próprio diretor da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, admite que seria necessário o dobro dos recursos atuais. Os demais países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), de porte econômico similar ao Brasil, destinam muito mais recursos públicos aos seus programas. A China investe mais de US$ 1 bilhão anual e planeja voos tripulados à Lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a US$ 800 milhões ao ano, e a agência espacial russa conta com orçamento da ordem de US$ 2 bilhões.
No Brasil, as metas do programa espacial brasileiro são postergadas ano após ano. E não se trata de colocar astronautas no espaço – esse assunto sequer voltou a ser cogitado após o voo de Marcos Pontes. Está em permanente atraso o lançamento do Cbers-3 (satélite fabricado em conjunto com a China para monitorar o uso da terra), que deveria ter ocorrido em 2009 e foi adiado para 2011. Atrasado também está o lançamento do VLS 1 (foguete lançador de satélites), cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 – e está remarcado para 2011.
Estão previstos ainda lançamentos de três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB, Satélite Geoestacionário Brasileiro. Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), ressalta a publicação especializada Tecnologia e Defesa.
A realidade é de que o Brasil já está sendo ultrapassado na corrida bilionária do lançamento de veículos espaciais, sobretudo os que transportam satélites – vitais para domínio de tecnologias como a TV Digital.
Segundo dados de 2008 da Space Foundation, a atividade espacial mundial, incluindo bens e serviços, indivíduos, corporações e governos, movimentou US$ 257 bilhões, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais, 32% em infraestrutura comercial, 26% só do orçamento espacial do governo dos EUA, 6% dos outros governos e somente 1% com lançadores e indústria de suporte.
Os Estados Unidos detêm 41% do mercado global de satélites, deixando 59% para o restante do mundo. A participação do Brasil neste mercado é de apenas 1,9%.
Pontes, apesar dos números teimarem em contrariá-lo, mantém o otimismo. Foi em 29 de março de 2006, às 23h30min, que sua odisseia se concretizou. Oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), ele voou desde o Cazaquistão, numa nave russa Soyuz TMA-8, até a Estação Espacial Internacional, onde permaneceu oito dias. Levava numa mochila 15 quilos de carga da Agência Espacial Brasileira, incluindo oito experimentos científicos criados por universidades e centros de pesquisas brasileiros.
Missão custou R$ 40 milhões
Levantamento da época indica que os 10 dias da jornada à ISS custaram aos cofres públicos cerca de R$ 40 milhões. Isso, se somados pagamento da viagem e oito anos de treinamento de Pontes na Nasa (agência espacial norte-americana) – que, aliás, não patrocinou o passeio do astronauta brasileiro, o que forçou o governo brasileiro a pedir aos russos uma carona na nave Soyuz.
Pontes, hoje com 48 anos, diz que faria tudo de novo. Aliás, quer fazer. Mesmo que algumas experiências que realizou no espaço tenham sido prosaicas, como o comportamento de grãos de feijão na ausência da gravidade. Mesmo que os anos de estudo nos Estados Unidos tenham resultado em sucessivas protelações de seu voo e na necessidade de conseguir vaga numa nave russa. Mesmo que o Programa Espacial Brasileiro continue, na prática, semiparalisado.
– Aquilo funcionou como um cartão de visitas do programa espacial brasileiro. É um credenciamento. Fui o primeiro e espero não ter sido o último – afirma, em entrevista concedida esta semana a ZH.
A presidente Dilma Rousseff acena com investimentos no programa espacial brasileiro. Na semana passada, ela prometeu retomar a ideia de lançamento de satélites, inclusive com foguete próprio. Não citou cifras.
Estudo diz que voo foi “mito ufanista”
O passeio espacial de Marcos Pontes representou retorno positivo ao país? Muita gente diz que não. Entre esses se alinha o pesquisador Marcelo Sabbatini, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). No estudo “O astronauta brasileiro e o Regresso das Estrelas: mito e política científica na análise de conteúdo da cobertura da missão Centenário da Agência Espacial Brasileira”, ele arrasa com a imagem criada a respeito do voo do militar brasileiro. Sabbatini ressalta que Pontes foi vendido como “pioneiro” e “herói”, com tinturas de misticismo/espiritualidade apropriadas à construção de um mito.
Pontes não contribuiu muito para driblar seus críticos. Em 18 de maio de 2006, menos de dois meses após desfilar no espaço, o astronauta deixou a FAB e ingressou na reserva das Forças Armadas, remunerado com soldo de tenente-coronel.
De lá para cá, manteve o treinamento na Nasa, mas também dá palestras, leciona em universidade no Brasil e inclusive aparece em comerciais – como o de um travesseiro com tecnologia Nasa, “aprovado e recomendado pelo astronauta brasileiro”.
Brasil encolhe seu programa espacial
Passados cinco anos do voo solo do astronauta brasileiro, o país ainda não conseguiu avanços significativos em seu programa espacial
Há cinco anos, o Brasil parou para ver o tenente-coronel Marcos Pontes flutuar no espaço e, de quebra, bater um papo com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Era a badalada estreia do astronauta brasileiro.
Valeu a pena? A realidade é que, apesar do voo de Pontes, o programa espacial brasileiro não decolou. Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados divulgado em fevereiro alerta para a fragilidade da política voltada a este setor. Em 2010, o orçamento para o programa espacial foi de R$ 353 milhões, contra R$ 415 milhões em 2009.
O próprio diretor da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, admite que seria necessário o dobro dos recursos atuais. Os demais países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), de porte econômico similar ao Brasil, destinam muito mais recursos públicos aos seus programas. A China investe mais de US$ 1 bilhão anual e planeja voos tripulados à Lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a US$ 800 milhões ao ano, e a agência espacial russa conta com orçamento da ordem de US$ 2 bilhões.
No Brasil, as metas do programa espacial brasileiro são postergadas ano após ano. E não se trata de colocar astronautas no espaço – esse assunto sequer voltou a ser cogitado após o voo de Marcos Pontes. Está em permanente atraso o lançamento do Cbers-3 (satélite fabricado em conjunto com a China para monitorar o uso da terra), que deveria ter ocorrido em 2009 e foi adiado para 2011. Atrasado também está o lançamento do VLS 1 (foguete lançador de satélites), cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 – e está remarcado para 2011.
Estão previstos ainda lançamentos de três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB, Satélite Geoestacionário Brasileiro. Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), ressalta a publicação especializada Tecnologia e Defesa.
A realidade é de que o Brasil já está sendo ultrapassado na corrida bilionária do lançamento de veículos espaciais, sobretudo os que transportam satélites – vitais para domínio de tecnologias como a TV Digital.
Segundo dados de 2008 da Space Foundation, a atividade espacial mundial, incluindo bens e serviços, indivíduos, corporações e governos, movimentou US$ 257 bilhões, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais, 32% em infraestrutura comercial, 26% só do orçamento espacial do governo dos EUA, 6% dos outros governos e somente 1% com lançadores e indústria de suporte.
Os Estados Unidos detêm 41% do mercado global de satélites, deixando 59% para o restante do mundo. A participação do Brasil neste mercado é de apenas 1,9%.
Pontes, apesar dos números teimarem em contrariá-lo, mantém o otimismo. Foi em 29 de março de 2006, às 23h30min, que sua odisseia se concretizou. Oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), ele voou desde o Cazaquistão, numa nave russa Soyuz TMA-8, até a Estação Espacial Internacional, onde permaneceu oito dias. Levava numa mochila 15 quilos de carga da Agência Espacial Brasileira, incluindo oito experimentos científicos criados por universidades e centros de pesquisas brasileiros.
Missão custou R$ 40 milhões
Levantamento da época indica que os 10 dias da jornada à ISS custaram aos cofres públicos cerca de R$ 40 milhões. Isso, se somados pagamento da viagem e oito anos de treinamento de Pontes na Nasa (agência espacial norte-americana) – que, aliás, não patrocinou o passeio do astronauta brasileiro, o que forçou o governo brasileiro a pedir aos russos uma carona na nave Soyuz.
Pontes, hoje com 48 anos, diz que faria tudo de novo. Aliás, quer fazer. Mesmo que algumas experiências que realizou no espaço tenham sido prosaicas, como o comportamento de grãos de feijão na ausência da gravidade. Mesmo que os anos de estudo nos Estados Unidos tenham resultado em sucessivas protelações de seu voo e na necessidade de conseguir vaga numa nave russa. Mesmo que o Programa Espacial Brasileiro continue, na prática, semiparalisado.
– Aquilo funcionou como um cartão de visitas do programa espacial brasileiro. É um credenciamento. Fui o primeiro e espero não ter sido o último – afirma, em entrevista concedida esta semana a ZH.
A presidente Dilma Rousseff acena com investimentos no programa espacial brasileiro. Na semana passada, ela prometeu retomar a ideia de lançamento de satélites, inclusive com foguete próprio. Não citou cifras.
Estudo diz que voo foi “mito ufanista”
O passeio espacial de Marcos Pontes representou retorno positivo ao país? Muita gente diz que não. Entre esses se alinha o pesquisador Marcelo Sabbatini, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). No estudo “O astronauta brasileiro e o Regresso das Estrelas: mito e política científica na análise de conteúdo da cobertura da missão Centenário da Agência Espacial Brasileira”, ele arrasa com a imagem criada a respeito do voo do militar brasileiro. Sabbatini ressalta que Pontes foi vendido como “pioneiro” e “herói”, com tinturas de misticismo/espiritualidade apropriadas à construção de um mito.
Pontes não contribuiu muito para driblar seus críticos. Em 18 de maio de 2006, menos de dois meses após desfilar no espaço, o astronauta deixou a FAB e ingressou na reserva das Forças Armadas, remunerado com soldo de tenente-coronel.
De lá para cá, manteve o treinamento na Nasa, mas também dá palestras, leciona em universidade no Brasil e inclusive aparece em comerciais – como o de um travesseiro com tecnologia Nasa, “aprovado e recomendado pelo astronauta brasileiro”.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Há futuro para a ACS?
Ex-ministro sai do comando de binacional espacial
Cláudio Angelo
O ex-ministro e vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, foi demitido da diretoria da empresa binacional ACS (Alcântara Cyclone Space), que ele mesmo fundou em parceria com a Ucrânia para lançar satélites comerciais da base de Alcântara. Ato contínuo à demissão, Amaral foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para os conselhos do BNDES e da binacional Itaipu. Caiu para cima: só no BNDES, ganhará R$ 5.300 por mês para comparecer uma vez a cada três meses às reuniões do conselho. Em Itaipu, R$ 13.170 mensais para comparecer a reuniões bimestrais.
O lado brasileiro da empresa, desde anteontem, passa a ser dirigido por Reinaldo Melo, vice de Amaral na ACS. Em nota, o PSB diz que Amaral saiu atendendo a um chamado do presidente do partido, Eduardo Campos, para “dedicar-se mais intensamente às suas atividades como vice-presidente nacional do PSB”.
Segundo fontes do setor, porém, a saída do ex-ministro foi articulada entre o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e o Palácio do Planalto. Ela é a primeira movimentação do novo comando do programa espacial brasileiro, que visa desidratar a parceria com a Ucrânia e investir nos satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e nos foguetes do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), ligado ao Ministério da Defesa.
Segundo uma fonte graduada do programa espacial, Mercadante entende que o programa com a Ucrânia virou um estorvo. Seu objetivo inicial, o de lançar um foguete ucraniano Cyclone-4 de Alcântara em 2010, não foi cumprido. Depois de uma série de problemas fundiários, a ACS conseguiu apenas lançar a pedra fundamental do sítio do Cyclone, num matagal dentro da base militar de Alcântara, no fim do ano passado.
Assim como está atrasada a infraestrutura de lançamento, a encargo do Brasil, a produção do foguete, responsabilidade da Ucrânia, também patina. Quebrada após a crise de 2008, a ex-república soviética não consegue dinheiro para concluir a montagem do Cyclone-4. Vários especialistas também apontam que não há nenhuma transferência de tecnologia prevista no tratado assinado pelo Brasil durante a gestão de Amaral no Ministério da Ciência e Tecnologia com a Ucrânia, que deu origem à ACS.
Outro problema é o fato de que, a ACS depende, para ter sucesso no mercado de satélites, de um acordo de salvaguardas tecnológicas com os EUA _já que quase todos os satélites do mundo têm peças americanas. O Brasil não possui esse acordo. O governo brasileiro está ainda preocupado com o custo crescente do programa. Inicialmente orçado em R$ 100 milhões, ele deverá chegar a quase R$ 1 bilhão para o país. O Brasil já pôs mais de R$ 200 milhões no capital da empresa. A Ucrânia ainda não deu sua contrapartida.
Na semana passada, durante a posse do novo presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Raupp, Mercadante havia condicionado a continuidade do programa Cyclone ao aporte da contrapartida ucraniana. A ACS afirma que a saída de Amaral não muda em nada o plano da empresa de realizar o primeiro lançamento do Cyclone-4 em Alcântara em 2012.
FONTE: Folha de São Paulo, via Notimp
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- LeandroGCard
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Segue abaixo uma notícia para quem acha que a solução para o Brasil na área de tecnologia são as parcerias internacionais. Esta vai somar-se ao vergonhoso fiasco da participação brasileira na ISS, que culminou na ridícula viagem turística do coitado do astronauta brasileiro.
Buscar parcerias não é uma solução mágica, muito antes disso temos que desenvolver competência interna e muita, muita vergonha na cara.
E enquanto isso, naquele país pobre e atrasado do eixo do mal que fica no oriente médio...
Leandro G. Card
Buscar parcerias não é uma solução mágica, muito antes disso temos que desenvolver competência interna e muita, muita vergonha na cara.
Só lembrando que este programa da ACS não tem absolutamente nada a ver com o programa espacial brasileiro, trata-se de uma iniciativa com o único objetivo de dar algum uso à base espacial de Alcântara e não trará (ou traria) nenhum benefício tecnológico ou estratégico ao país.Disputa política na base e falta de verba paralisam programa espacial brasileiro
Aliados desde a gestão Lula, PSB e PT duelam nos bastidores do Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje comandado pelo petista Aloizio Mercadante, e meta de lançar um foguete ao espaço, que já consumiu R$ 218 milhões, agora ficará para 2015.
Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
A disputa política envolvendo dirigentes do PT e do PSB e a recusa do governo Dilma em botar mais dinheiro na empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), uma sociedade com o governo da Ucrânia, paralisam o programa espacial brasileiro. Criada em 2007 para desenvolver e lançar o foguete Cyclone 4 da base de Alcântara, no Maranhão, a ACS, que era um feudo do PSB, não paga os fornecedores desde abril e só tem dinheiro para as "despesas administrativas" até o fim do ano.
Andre Dusek/Ae - 14/06/2011
Ex-diretor-geral da ACS, Amaral critica postura do governo e ataca o corte de dinheiro.
O diretor-geral interino Reinaldo José de Melo disse, em carta enviada no dia 27 de maio ao ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), que a falta de dinheiro poderá acarretar "consequências imprevisíveis". Sem mais recursos, segundo ele, "não será mais possível realizar outros pagamentos destinados ao desenvolvimento do Projeto Cyclone 4, o que fará com que o ritmo dos trabalhados sofra uma diminuição drástica".
Além das divergências envolvendo dois partidos da base do governo, o programa vem sendo tocado sem nenhuma transparência. Criado após a tragédia da explosão da base de lançamento e a morte de 21 pessoas em Alcântara, em 2003, o projeto prevê uma parceria internacional orçada em R$ 1 bilhão, metade do investimento para cada país e lucros rateados no futuro com o lançamento comercial de satélites para o espaço. O problema é que o Brasil já repassou R$ 218 milhões, enquanto a Ucrânia botou bem menos, R$ 98 milhões.
A promessa inicial era lançar o foguete em 2010. Agora, o discurso oficial é 2013. Internamente, a aposta é que, se ocorrer, será somente a partir de 2015.
A presidente Dilma Rousseff mandou auditar o projeto e, para não repassar mais dinheiro, o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) cortou os R$ 50 milhões previstos no orçamento da ACS para 2011. Por ser binacional, a empresa não presta contas a órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU). No ano passado, por exemplo, fechou um contrato sem licitação de R$ 546 milhões com as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht.
Os R$ 50 milhões cortados do Orçamento da União foram o assunto de uma reunião ontem entre o diretor-geral Reinaldo José de Melo e o secretário executivo do ministério, Luiz Antonio Elias. Uma planilha financeira da empresa do dia 18 de maio obtida pelo Estado mostra que a ACS não conseguiu honrar todos os seus compromissos de contratos entre março e abril e o dinheiro que sobrou - R$ 38 milhões - serve apenas para pagar as dívidas pendentes daquele período e despesas como folha de pagamento, até o fim do ano.
Feudo do PSB. O risco de o projeto fracassar tem componentes políticos nacionais e internacionais, que se agravaram desde o começo do ano. A ACS era um feudo do PSB durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o Ministério de Ciência e Tecnologia. A direção e os principais cargos da empresa binacional eram ocupados por filiados ao partido.
Ex-ministro e vice-presidente do PSB, Roberto Amaral era o diretor-geral da ACS até março. Deixou o cargo com a chegada dos petistas, mas conseguiu manter interinamente um aliado no lugar dele, Reinaldo José de Melo, que era diretor de suprimentos da empresa. Uma parte dos funcionários de cargo de confiança filiados ao PSB saiu com Amaral. Agora do lado de fora, o vice-presidente da legenda critica a postura do governo e ataca o corte de dinheiro.
E enquanto isso, naquele país pobre e atrasado do eixo do mal que fica no oriente médio...
Vergonha, vergonha, vergonha.Irã lança segundo satélite em órbita, afirma televisão local
Satélite é o segundo de fabricação própria colocado em órbita; primeiro foi lançado em 2009
estadão.com.br
TEERÃ - O Irã lançou com sucesso um segundo satélite de fabricação própria em órbita, informou nesta quarta-feira, 15, a rede de televisão local al-Alam. "O Irã lançou um foguete de fabricação própria e o satélite Rasad 1 foi colocado em órbita", noticiou o canal local.
Em fevereiro de 2009, o Irã lançou Omid, seu primeiro satélite de pesquisas e comunicações. Na época, potências ocidentais viram com preocupação o lançamento do satélite, já que o foguete usado para isso poderia, eventualmente, servir também para transportar ogivas nucleares. O Irã, no entanto, negou a intenção de desenvolver armas atômicas, e disse que tanto seu programa nuclear quanto o programa de satélites são pacíficos.
Segundo a reportagem da al-Alam, o satélite Rasad será utilizado apenas para a transmissão de imagens e previsões meteorológicas.
Com Reuters
Leandro G. Card
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Leandro.
Realmente é duro para mim ler umas noticias destas.
Num momento destes só cabe um comentário:
FICA VERMELHA CARA SEM-VERGONHA
FICA VERMELHA CARA SEM-VERGONHA
FICA VERMELHA CARA SEM-VERGONHA
Fui.
Realmente é duro para mim ler umas noticias destas.
Num momento destes só cabe um comentário:
FICA VERMELHA CARA SEM-VERGONHA
FICA VERMELHA CARA SEM-VERGONHA
FICA VERMELHA CARA SEM-VERGONHA
Fui.
- rodrigo
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Brasil: Fora de órbita
Risco de terceirização e privatização do Programa Espacial Brasileiro ameaça a soberania nacional e completa quadro de desmonte do setor sofrido na década de 1990.
Por Tatiana Merlino
A condução do Programa Espacial Brasileiro está ameaçada de terceirização e privatização. Após duas décadas de esvaziamento dos órgãos ligados ao setor, com poucas contratações e salários defasados, agora o governo brasileiro vem estudando a inclusão do setor privado na execução e gerenciamento do programa espacial, hoje sob responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Aeronáutica e Espaço - Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IEA-DCTA).
O primeiro é vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e encarregado de conceber satélites nacionais, enquanto o segundo, responsável pelos veículos lançadores, é subordinado ao Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa.
Embora ainda não esteja definido oficialmente quais seriam as empresas e o papel desempenhado por elas, o Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) – documento que define as diretrizes do setor – está em fase de revisão pelo governo federal, e nele deve ser incluído a participação da indústria privada.
É isso que vem sendo sinalizado por Marco Antonio Raupp desde que assumiu a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB), em março deste ano. As decisões referentes ao Pnae, que é atualizado a cada cinco anos, serão incluídas no Plano Plurianual (PPA 2012-2015) – plano que estabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos pelo governo federal ao longo de um período de quatro anos.
Entre as mudanças que Raupp vem defendendo está a que permite que empresas possam ser prime contractors, exercendo a função integradora dos projetos de satélites e lançadores, hoje a cargo do Inpe e DCTA. Prime contractor ou main contractor são os nomes dados à instituição executora responsável pelo projeto da missão espacial, que pode ser um órgão público ou uma empresa privada.
“Ele [o prime contractor] faz a concepção, todos os planos de desenvolvimento e contrata a indústria para fazer aquilo que ele deseja, da maneira que ele deseja, fiscalizado da maneira que ele deseja”, explica Amauri Silva Montes, gerente de projeto do Inpe e há mais de 40 anos no instituto.
Empresa integradora
Em artigo, Raupp defendeu a constituição de “uma empresa integradora, capaz de fornecer sistemas espaciais completos (satélites, foguetes e sistemas de solo) que favoreça a organização de uma cadeia produtiva de fornecedores e serviços do setor espacial, orientada para os mercados interno e externo”. A ênfase à participação do setor privado não implicará, porém, em privatização do Inpe ou do CTA, declarou Raupp.
Defendeu, também, que a Embraer – fabricante de aviões privatizada durante o governo Itamar Franco – seja o main-contractor do programa espacial brasileiro, durante reunião realizada em São José dos Campos, em maio, com empresários do setor aeroespacial e a própria Embraer. A Caros Amigos procurou o presidente da AEB para comentar a possível privatização do programa espacial, mas, por meio de sua assessoria, Marco Antonio Raupp disse que não poderia dar entrevistas antes do final da revisão do Pnae, que está sendo realizada juntamente com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem Aloizio Mercadante à frente da pasta.
No final de 2008, o governo brasileiro divulgou a sua Estratégia Nacional de Defesa. Entre outros pontos, o documento menciona “a reorganização da indústria nacional de defesa, para assegurar que o atendimento das necessidades de equipamentos das Forças Armadas apoie-se em tecnologias sob o domínio nacional”. No texto, o setor espacial aparece como ponto estratégico, com prioridades a serem seguidas. “Teremos uma estratégia de defesa nacional que incluirá a área espacial. Ainda não tive informações seguras, mas parece que vai haver uma quantidade grande de recursos na área de defesa”, diz Montes.
http://carosamigos.terra.com.br/
Risco de terceirização e privatização do Programa Espacial Brasileiro ameaça a soberania nacional e completa quadro de desmonte do setor sofrido na década de 1990.
Por Tatiana Merlino
A condução do Programa Espacial Brasileiro está ameaçada de terceirização e privatização. Após duas décadas de esvaziamento dos órgãos ligados ao setor, com poucas contratações e salários defasados, agora o governo brasileiro vem estudando a inclusão do setor privado na execução e gerenciamento do programa espacial, hoje sob responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Aeronáutica e Espaço - Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (IEA-DCTA).
O primeiro é vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia e encarregado de conceber satélites nacionais, enquanto o segundo, responsável pelos veículos lançadores, é subordinado ao Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa.
Embora ainda não esteja definido oficialmente quais seriam as empresas e o papel desempenhado por elas, o Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) – documento que define as diretrizes do setor – está em fase de revisão pelo governo federal, e nele deve ser incluído a participação da indústria privada.
É isso que vem sendo sinalizado por Marco Antonio Raupp desde que assumiu a presidência da Agência Espacial Brasileira (AEB), em março deste ano. As decisões referentes ao Pnae, que é atualizado a cada cinco anos, serão incluídas no Plano Plurianual (PPA 2012-2015) – plano que estabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos pelo governo federal ao longo de um período de quatro anos.
Entre as mudanças que Raupp vem defendendo está a que permite que empresas possam ser prime contractors, exercendo a função integradora dos projetos de satélites e lançadores, hoje a cargo do Inpe e DCTA. Prime contractor ou main contractor são os nomes dados à instituição executora responsável pelo projeto da missão espacial, que pode ser um órgão público ou uma empresa privada.
“Ele [o prime contractor] faz a concepção, todos os planos de desenvolvimento e contrata a indústria para fazer aquilo que ele deseja, da maneira que ele deseja, fiscalizado da maneira que ele deseja”, explica Amauri Silva Montes, gerente de projeto do Inpe e há mais de 40 anos no instituto.
Empresa integradora
Em artigo, Raupp defendeu a constituição de “uma empresa integradora, capaz de fornecer sistemas espaciais completos (satélites, foguetes e sistemas de solo) que favoreça a organização de uma cadeia produtiva de fornecedores e serviços do setor espacial, orientada para os mercados interno e externo”. A ênfase à participação do setor privado não implicará, porém, em privatização do Inpe ou do CTA, declarou Raupp.
Defendeu, também, que a Embraer – fabricante de aviões privatizada durante o governo Itamar Franco – seja o main-contractor do programa espacial brasileiro, durante reunião realizada em São José dos Campos, em maio, com empresários do setor aeroespacial e a própria Embraer. A Caros Amigos procurou o presidente da AEB para comentar a possível privatização do programa espacial, mas, por meio de sua assessoria, Marco Antonio Raupp disse que não poderia dar entrevistas antes do final da revisão do Pnae, que está sendo realizada juntamente com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem Aloizio Mercadante à frente da pasta.
No final de 2008, o governo brasileiro divulgou a sua Estratégia Nacional de Defesa. Entre outros pontos, o documento menciona “a reorganização da indústria nacional de defesa, para assegurar que o atendimento das necessidades de equipamentos das Forças Armadas apoie-se em tecnologias sob o domínio nacional”. No texto, o setor espacial aparece como ponto estratégico, com prioridades a serem seguidas. “Teremos uma estratégia de defesa nacional que incluirá a área espacial. Ainda não tive informações seguras, mas parece que vai haver uma quantidade grande de recursos na área de defesa”, diz Montes.
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
A repórter apresentou esta questão das empresas integradoras (em princípio uma para a área de foguetes e outra para a de satélites) como algo negativo, parte de um “desmonte” do Programa Espacial Brasileiro (PEB). Mas é exatamente o contrário, este seria um passo importantíssimo para que o PEB tenha algum dia chances de decolar (figurativamente e literalmente).
A tecnologia espacial básica, que inclui os foguetes em si e seus sistemas de lançamento e controle, bem como as estruturas básicas dos satélites, já é há muito tempo uma tecnologia madura, em que não mais se justificam trabalhos de pesquisa básica mas sim de engenharia aplicada e de projeto. Manter estas áreas dentro de institutos de pesquisa, onde mestres e doutores elaboram teses e trabalhos acadêmicos é um anacronismo, e um dos principais motivos para o PEB não ter dado resultados até hoje (juntamente com a falta de definição de objetivos após o abandono da idéia de dominar a tecnologia de mísseis nucleares).
Uma empresa, com equipes de engenheiros trabalhando para cumprir objetivos dentro de cronogramas específicos e sem a obrigatoriedade de apresentar trabalhos acadêmicos mas apenas resultados práticos, é exatamente o ambiente que se precisa hoje para que os programas que forem definidos para o PEB tenham chance de serem alcançados em prazos minimamente razoáveis. Se as empresas forem privadas (o que duvido que aconteça, pois dado o péssimo histórico do país nesta área não imagino quem se interessaria pelo setor) ou estatais pouco importa, o que precisa ser feito é a mudança do enfoque acadêmico dos trabalhos para outro mais prático, focado em resultados. Ao invés de se contratar estudantes recém formados para irem fazer suas teses de mestrado e doutorado na área espacial o que se precisa é contratar engenheiros e projetistas com experiência no desenvolvimento de fornecedores e processos para se construir as peças e montar os sistemas dos foguetes e satélites, com o máximo de objetividade possível. Se necessário pode-se até mesmo comprar um projeto de foguete pronto da Rússia, da China, da Índia, ou de quem quiser fornecê-lo pelo preço justo, pois para a área espacial não se aplicam as restrições do MTCR. Uma mudança do regime de aquisições também será muito importante, evitando que para cada parafuso adquirido tenha que ser feito todo um burocrático e lento processo licitatório.
Os institutos de pesquisa ainda devem ser mantidos, mas mudando o seu foco para os trabalhos de pesquisa avançados, em áreas como a propulsão a laser, veículos “air-breathing” supersônicos ou motores nucleares no setor de lançadores, e propulsores de plasma, estruturas infláveis e tecnologia de comunicação e sensores no setor de satélites. Quando (e se, é claro) estas pesquisas apresentarem algum resultado o pessoal das empresas poderia incorporá-los aos seus projetos. Mas o PEB em si precisa avançar com os pés no chão, buscando resultados imediatos, e não pode ficar dependendo deste tipo de pesquisa quando tudo o que se precisa já foi desenvolvido e está disponível no mercado.
Falta ver se estas empresas sairão mesmo do papel ou se serão apenas mais um anúncio vazio de intenções reais como é a maioria deles quando se trata do Programa espacial Brasileiro. Vamos aguardar.
Leandro G. Card
A tecnologia espacial básica, que inclui os foguetes em si e seus sistemas de lançamento e controle, bem como as estruturas básicas dos satélites, já é há muito tempo uma tecnologia madura, em que não mais se justificam trabalhos de pesquisa básica mas sim de engenharia aplicada e de projeto. Manter estas áreas dentro de institutos de pesquisa, onde mestres e doutores elaboram teses e trabalhos acadêmicos é um anacronismo, e um dos principais motivos para o PEB não ter dado resultados até hoje (juntamente com a falta de definição de objetivos após o abandono da idéia de dominar a tecnologia de mísseis nucleares).
Uma empresa, com equipes de engenheiros trabalhando para cumprir objetivos dentro de cronogramas específicos e sem a obrigatoriedade de apresentar trabalhos acadêmicos mas apenas resultados práticos, é exatamente o ambiente que se precisa hoje para que os programas que forem definidos para o PEB tenham chance de serem alcançados em prazos minimamente razoáveis. Se as empresas forem privadas (o que duvido que aconteça, pois dado o péssimo histórico do país nesta área não imagino quem se interessaria pelo setor) ou estatais pouco importa, o que precisa ser feito é a mudança do enfoque acadêmico dos trabalhos para outro mais prático, focado em resultados. Ao invés de se contratar estudantes recém formados para irem fazer suas teses de mestrado e doutorado na área espacial o que se precisa é contratar engenheiros e projetistas com experiência no desenvolvimento de fornecedores e processos para se construir as peças e montar os sistemas dos foguetes e satélites, com o máximo de objetividade possível. Se necessário pode-se até mesmo comprar um projeto de foguete pronto da Rússia, da China, da Índia, ou de quem quiser fornecê-lo pelo preço justo, pois para a área espacial não se aplicam as restrições do MTCR. Uma mudança do regime de aquisições também será muito importante, evitando que para cada parafuso adquirido tenha que ser feito todo um burocrático e lento processo licitatório.
Os institutos de pesquisa ainda devem ser mantidos, mas mudando o seu foco para os trabalhos de pesquisa avançados, em áreas como a propulsão a laser, veículos “air-breathing” supersônicos ou motores nucleares no setor de lançadores, e propulsores de plasma, estruturas infláveis e tecnologia de comunicação e sensores no setor de satélites. Quando (e se, é claro) estas pesquisas apresentarem algum resultado o pessoal das empresas poderia incorporá-los aos seus projetos. Mas o PEB em si precisa avançar com os pés no chão, buscando resultados imediatos, e não pode ficar dependendo deste tipo de pesquisa quando tudo o que se precisa já foi desenvolvido e está disponível no mercado.
Falta ver se estas empresas sairão mesmo do papel ou se serão apenas mais um anúncio vazio de intenções reais como é a maioria deles quando se trata do Programa espacial Brasileiro. Vamos aguardar.
Leandro G. Card
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
http://www.ukrinform.ua/eng/order/?id=229411Ukraine invests over USD130mn in project to launch Cyclone-4 in Brazil
KYIV, August 17 /UKRINFORM/. Ukraine has invested in a project to launch Cyclone-4 rockets from the spaceport in Brazil more than USD 130 million, chief of the National Space Agency of Ukraine (NSAU) Yuriy Alekseev has said Wednesday. According to him, the total project value is USD 488 million.
He added that in 2011 the government gave guarantees to attract a USD 260 million loan by the Yuzhnoye state-run design office to complete works on the Alcantara launch site.
In the near future Ukrainian companies are to complete construction of the research model of the Cyclone-4 rocket for flight testing.
The Brazilian authorities have already granted permission to build the launch site.
As reported, the first launch of the Ukrainian rocket Cyclone-4 from the Brazilian Alcantara space center is planned for 2012 with the Japanese satellite Jasmine.
Ukraine and Brazil signed an agreement on long-term cooperation on the use of the Cyclone-4 launch vehicle at the Alcantara space center October 21, 2003. The first launch under this program was planned for the end of 2010, but the date was later revised.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Brasil retoma parceria com a Ucrânia para lançar satélites
O Brasil resolveu tirar da geladeira a Alcântara Cyclone Space, empresa criada com a Ucrânia para lançar satélites comerciais a partir da base de Alcântara (MA).
O governo deve liberar no mês que vem R$ 50 milhões para a capitalização da empresa. A AEB (Agência Espacial Brasileira) já pediu mais R$ 111 milhões para este ano.
A verba havia sido sustada pelo Brasil no início do ano. Como a Ucrânia, arrasada pela crise econômica, ainda não dera contrapartida no capital da empresa, o país condicionou novos pagamentos a um aporte do sócio europeu.
E o aporte foi anunciado: até o dia 10, o governo ucraniano prometeu injetar US$ 180 milhões (R$ 320 milhões) na ACS. "Isso vira o jogo", disse o presidente da AEB, Marco Antonio Raupp.
O objetivo inicial da agência de lançar um foguete ucraniano Cyclone-4 em 2012 não será atingido. Raupp diz que o lançamento inaugural pode ser feito em 2013. "É só uma questão financeira."
O Brasil já pôs R$ 219 milhões na empreitada, que tem custo estimado em R$ 1 bilhão para criar um sítio de lançamento do Cyclone dentro da base de Alcântara.
Além de dinheiro, a ACS vai ganhar um novo diretor. O ministro Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação) nomeou para a parte brasileira da empresa o brigadeiro Reginaldo dos Santos, reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Mercadante justificou a escolha pelo perfil técnico do brigadeiro. "É o aluno que teve as melhores notas na história do ITA." Mas o convite sinaliza sobretudo uma aproximação com a Aeronáutica, que nunca engoliu a ACS.
FONTE :
http://portuguese.ruvr.ru/2011/09/26/56757034.html
O Brasil resolveu tirar da geladeira a Alcântara Cyclone Space, empresa criada com a Ucrânia para lançar satélites comerciais a partir da base de Alcântara (MA).
O governo deve liberar no mês que vem R$ 50 milhões para a capitalização da empresa. A AEB (Agência Espacial Brasileira) já pediu mais R$ 111 milhões para este ano.
A verba havia sido sustada pelo Brasil no início do ano. Como a Ucrânia, arrasada pela crise econômica, ainda não dera contrapartida no capital da empresa, o país condicionou novos pagamentos a um aporte do sócio europeu.
E o aporte foi anunciado: até o dia 10, o governo ucraniano prometeu injetar US$ 180 milhões (R$ 320 milhões) na ACS. "Isso vira o jogo", disse o presidente da AEB, Marco Antonio Raupp.
O objetivo inicial da agência de lançar um foguete ucraniano Cyclone-4 em 2012 não será atingido. Raupp diz que o lançamento inaugural pode ser feito em 2013. "É só uma questão financeira."
O Brasil já pôs R$ 219 milhões na empreitada, que tem custo estimado em R$ 1 bilhão para criar um sítio de lançamento do Cyclone dentro da base de Alcântara.
Além de dinheiro, a ACS vai ganhar um novo diretor. O ministro Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação) nomeou para a parte brasileira da empresa o brigadeiro Reginaldo dos Santos, reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Mercadante justificou a escolha pelo perfil técnico do brigadeiro. "É o aluno que teve as melhores notas na história do ITA." Mas o convite sinaliza sobretudo uma aproximação com a Aeronáutica, que nunca engoliu a ACS.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Esta justificativa oficial deve ser apenas vitrine, geralmente estes alunos de engenharia com notas extraordinárias dão bons acadêmicos, mas péssimos engenheiros ou administradores, que é o que uma empresa com o perfil da ACS precisaria. Acho que a segunda justificativa faz mais sentido, embora dificilmente vá resolver alguma coisa até que o país decida o que quer fazer no espaço afinal.romeo escreveu:Mercadante justificou a escolha pelo perfil técnico do brigadeiro. "É o aluno que teve as melhores notas na história do ITA." Mas o convite sinaliza sobretudo uma aproximação com a Aeronáutica, que nunca engoliu a ACS.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Por que, Leandro?LeandroGCard escreveu:Esta justificativa oficial deve ser apenas vitrine, geralmente estes alunos de engenharia com notas extraordinárias dão bons acadêmicos, mas péssimos engenheiros ou administradores, que é o que uma empresa com o perfil da ACS precisaria. Acho que a segunda justificativa faz mais sentido, embora dificilmente vá resolver alguma coisa até que o país decida o que quer fazer no espaço afinal.romeo escreveu:Mercadante justificou a escolha pelo perfil técnico do brigadeiro. "É o aluno que teve as melhores notas na história do ITA." Mas o convite sinaliza sobretudo uma aproximação com a Aeronáutica, que nunca engoliu a ACS.
FONTE :
http://portuguese.ruvr.ru/2011/09/26/56757034.html
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Era 2011, dps 2012, agora 2013... daqui a pouco pula pra 2014!
As GATs e RPs estão em toda cidade!
Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..."
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Uma explicação completa seria meio longa e nem eu mesmo tenho todas as informações, envolveria aspectos de psicologia, relacionamento, interesses e aptidões, etc... . Mas resumindo o que sei é o seguinte:Grifon escreveu:Por que, Leandro?LeandroGCard escreveu:Esta justificativa oficial deve ser apenas vitrine, geralmente estes alunos de engenharia com notas extraordinárias dão bons acadêmicos, mas péssimos engenheiros ou administradores, que é o que uma empresa com o perfil da ACS precisaria. Acho que a segunda justificativa faz mais sentido, embora dificilmente vá resolver alguma coisa até que o país decida o que quer fazer no espaço afinal.
Leandro G. Card
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Os melhores alunos dos cursos eminentemente técnicos como engenharia, principalmente nas escolas de cunho mais acadêmico como o próprio ITA, IME, USP, UFRJ, PUC-Rio, etc... tendem a ser os que compreendem melhor e se sentem mais à vontade com problemas "fechados", onde existe um conjunto específico de entradas de dados que leva a uma solução "unívoca". São típicos desta categoria os problemas e exercícios de matérias como cálculo, física, vibrações, resistência dos materiais, etc..., que são de fato algumas das ferramentas básicas da engenharia. Este tipo de pessoa em geral tem excelente raciocínio analítico, capacidade de memorização e auto-suficiência (nada de colar nas provas !!!), e por isso se dão muito bem em matérias com este perfil, que são a maioria nos cursos de engenharia além de geralmente estarem na base da estrutura de pré-requisitos (você só pode fazer a seguinte se passar na anterior).
Mas no dia-à-dia das empresas os problemas que os engenheiros tem que enfrentar são quase sempre do tipo "aberto", em que muitas vezes nem sequer são conhecidos todos os dados de entrada e existe uma multiplicidade de soluções possíveis e válidas, e as decisões sobre qual a melhor a tomar não podem ser reduzidas a equações matemáticas. Este é o caso das questões tecnológicas, por exemplo um projeto de máquina, onde os engenheiros tem que desenvolver algo, digamos um redutor, mas podem optar por engrenagens de diversos tipos, correias, correntes, acoplamentos hidráulicos, etc..., e em cada caso as condicionantes e os dados são diferentes, incluindo questões não facilmente quantificáveis como relação custo/confiabilidade, disponibilidade de maquinário, relacionamento com fornecedores, etc... . E uma vez decidida (de forma em grande parte subjetiva) a solução a ser adotada, é necessário envolver no projeto um ou mais especialistas da empresa que irá fornecer o sistema específico e coordenar os trabalhos das equipes interna e externa, o que exige capacidade de relacionamento pessoal, comunicação, organização, etc... .
Neste caso se faz necessária uma grande capacidade de síntese (ao invés de análise), boa criatividade (no lugar de raciocínio) e capacidade de trabalhar bem em equipe (ao invés de auto-suficiência), e é muito difícil que a mesma personalidade seja boa nestes aspectos conflitantes da personalidade ao mesmo tempo. Fora casos muito raros (dos quais não conheço pessoalmente nenhum) se uma pessoa é muito boa para um lado, ela tende a ser muito ruim para o outro, e é aí que o excelente aluno de engenharia que poderia dar um ótimo cientista acadêmico pode acabar se transformando em um péssimo engenheiro de aplicação ou de projetos.
E isto não é uma questão de teoria ou opinião pessoal, é prática de mercado. Nenhuma empresa privada de maior porte contrata engenheiros em início de carreira que possam mais à frente vir a assumir posições importantes apenas através da análise do currículo escolar ou de uma prova de conhecimentos acadêmicos, estas em geral são apenas as etapas iniciais do processo de seleção, usadas para excluir os verdadeiramente medíocres (afinal, um engenheiro TEM que se sentir à vontade para atacar TAMBÉM os problemas "fechados" que surgirem durante a solução de um problema "aberto"). As etapas mais importantes contudo vem depois, com exames psicotécnicos de personalidade, atividades em grupo orientadas por especialistas em psicologia e entrevistas em grupo e individuais, inclusive com gerentes e diretores das áreas técnicas. E algumas empresas sequer aceitam inscrições de alunos de escolas que consideram por demais teóricas (a USP é um exemplo clássico), pois já perderam muito tempo avaliando recém-formados destas escolas e simplesmente jamais aprovaram nenhum deles (ou aprovaram e tiveram sérios problemas depois ) !
E na verdade as empresas em geral evitam é contratar engenheiros recém-formados (os processos como descrito acima normalmente são para trainees, que depois de contratados ainda ficarão pelo menos mais um ano em treinamento interno, para só depois começarem realmente a produzir), pois em geral os quadros de engenharia necessitam de especialistas com experiência, e são contratados engenheiros já com alguns anos de mercado. Nestes casos a capacidade técnica é assumida como garantida, sendo usadas somente as etapas de avaliação psicológica e as entrevistas.
Mas ao que parece o setor público, com poucas exceções como a Embraer, ainda não adotou este tipo de prática (vide a forma de seleção para qualquer repartição através de concursos públicos), e isso acontece inclusive nas empresas e órgãos públicos com departamentos de engenharia, que dão ainda a máxima ênfase à avaliação acadêmica e em muitos casos acabam com quadros técnicos cheios de excelentes cientistas, mas incapazes de levar a bom termo trabalhos de engenharia as vezes os mais básicos. Este é exatamente o caso do nosso setor espacial, e isso talvez explique os resultados pífios que temos para mostrar mesmo após tantos anos de trabalho.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
http://noticias.terra.com.br/brasil/not ... rasil.htmlUcrânia deve anunciar investimento para lançar foguete com Brasil
25 de outubro de 2011 12h06 atualizado às 12h09
Diogo Alcântara
Direto de Brasília
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, está no Brasil e quer expandir horizontes comerciais, tornando sua economia menos dependente da Rússia e da União Europeia, que sofre efeitos agudos da crise. No entanto, para não vir de mãos abanando, Yanukovych deve anunciar à presidente Dilma Rousseff (PT), em reunião nesta manhã no Palácio do Planalto, o investimento de pelo menos R$ 120 milhões na binacional Alcântara Cyclone Space, que deverá lançar foguetes a partir da base de Alcântara, no Maranhão.
Os dois países juntos precisarão investir pouco mais de R$ 1 bilhão, cada um entrando com R$ 500 milhões. Até o momento, o Brasil já investiu R$ 218 milhões (equivalente a 42% do total de investimento brasileiro). Por outro lado, a Ucrânia entrou com R$ 98 milhões (o que equivale a 19% dos investimentos). Esse valor pode ser equiparado na visita de hoje. A binacional deve começar os testes de lançamento de foguetes a partir de 2013, desde que o cronograma seja cumprido.
A Ucrânia também deverá anunciar a transferência de tecnologia para produção de insulina no Brasil. A parceria seria feita com a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Trata-se de outro gesto de cooperação comercial entre os dois países. O volume de investimentos não foi divulgado.
Yanukovych, Dilma e ministros dos dois países devem assinar seis acordos nas áreas de defesa, saúde, agropecuária e promoção de investimentos. A conversa entre os dois presidentes deverá estreitar a relação bilateral em temas como biocombustíveis e esportes. Viktor Yanukovych fica três dias no País. Além da visita oficial, em Brasília, o presidente se encontrou com empresários e representantes da comunidade ucraniana no Brasil. Em 2011, o intercâmbio comercial entre os países deve superar US$ 1 bilhão, montante quatro vezes superior ao registrado em 2003. O valor ainda é considerado baixo para o fluxo comercial entre países.
Terra