Com índios ou sem indios, a questão precípua é que uma provável utilização do estado de RR como via de acesso a Guiana pelos venezuelanos iria ser no sentido norte-leste, ocupando parte da áreas da reserva RSS, justamente área de "savana"; e que de onde não por acaso, foram expulsos todos os não-indios. E o que sobrou lá, foi unicamente a população indigena, que não chegam a 5.000, e uma infraestrutura que não oferece um minimo de condições de uso.
Hora, se tal ação ocorreria bem ao norte do estado de RR, e a única OM de combate efetiva do exército estacionada lá no estado é um btl de inf de slv eum esq cav mec que tem TODO O ESTADO DE RR como TO; além do que, qualquer oposição teria que "subir a serra", e nossas defesa claramente iriam se restringir a BV, e aguardar pela chegada de reforços que demorariam pelo menos até 72 horas para sitarem-se no local e se agruparem de forma a manter uma linha defensiva ao longo da área de contato venezuelana, que nem seria tão grande assim, mas de qualquer forma muito longe para a nossa atual capacidade logistica.
Há de se ilustrar também que a mesma dificuldade de manter uma linha logistica longa para eles seria a nossa também. Para quem conhece um minimo da amazônia, sabe que o nosso calcanhar é justamente a logistica.
É bom lembrar que 99% das om's de combate no to amazonico é infantaria leve. uma única om de artilharia, uma cia de com, e o resto é apoio ao combate, com uma logistica precária se espalhando pela região inteira, e basicamente dependente da navegação fluvial, ou aviação de transporte da FAB, que no caso, são em sua maioria aeronaves leves/médias. Portanto sem capacidade de carregamento de material pesado.
Convenhamos, o nosso modelo de defesa, apesar do frequente discurso da END, ainda é o mesmo de sempre. O nosso principal "inimigo" está ao sul ou no litoral (bendito litoral
), e nossas forças e logistica concentradas lá também. E todos sabemos a dificuldade que é convencer o pessoal a se mudar da praia para o rio...
Bem, se a coisa não mudar efetivamente de rumo, vamos continuar a ver a região norte dependente e carente de capacidade e autonomia para sua própria defesa. Esse negócio de ficar esperando a cavalaria chegar é coisa pra filme do Rin tin tin... já deu o que tinha. Foi pro museu.
Cara, temos 12 regiões militares e 7 cmdos de área. Quantos e quais deles tem capacidade de operar autonomamente em seus respectivos TO's? Cito, apenas 3 ou 4, e olhe lá. E onde é que eles estão? O CMA com a 12a e 8a RM não estão nestes quadro. Se é pra ficar dependente dos outros, e ficar esperando que tudo venha do sul maravilha pra resolver as coisas, então meus amigos, já f... o negócio da defesa na região, a muito tempo.
Ilustro um simples exemplo dessa dicotomia. O epísódio do Traíra, em que o isolamento do destacamento e a falta de apoio logistico móvel na região, no caso o alto solimões, quase nos levou a um conflito na fronteira com a Colombia. A vinda de tropas de selva só foi possivel, e mesmo assim limitada, num curto espaço de tempo, porque a AVex estava por acaso treinando por aqui. Mas o pessoal pqdt/FE demorou quase 36 horas para se fazerem presentes no local. Fora todo o infortúnio de não ser ter uma logistica suficiente para receber e acantonar o deslocamento de tantas tropas ao mesmo tempo. Foi quase um pan demônio em termos de organização e suprimentos.
Bom, paro por aqui pois o assunto é longo e complexo. E ademais, qual seria nossa maior dificuldade mesmo. Colocar nossas tropas de slv em RR, ou esperar os salvadores da pátria chegar vindo em seus reluzentes e novinhos aviões e helicopteros?
abs