GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Talvez a questão máxima seja poder "controlar" a Venezuela (como o Wikileaks disse como sendo a intenção do Brasil com o Conselho de Segurança da UNASUL), ou ao menos ter ela do nosso lado.
É importante isso, considerar Chávez como aliado e não inimigo, podemos focar em outros fronts
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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Re: GEOPOLÍTICA
Não da pra analizar a entrada da Venezuela no mercosul somente pelo lado financeiro, esse é um movimento estrategico para o governo Brasileiro.
O Troll é sutil na busca por alimento.
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Re: GEOPOLÍTICA
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Desertor traiu Rússia por dinheiro, afirma Serviço Secreto
04 de maio de 2011 • 07h38 • atualizado às 08h37
Um alto funcionário do Serviço Secreto Externo da Rússia (SVR) suspeito de ter repassado, em junho do ano passado, os nomes de 10 agentes russos nos Estados Unidos traiu o país por cobiça e deveria ser fuzilado, afirmou uma fonte do SVR. O Serviço acredita que a traição de Alexander Poteev - que desertou nos Estados Unidos - não foi motivada por questões ideológicas, e sim por dinheiro, destacou a fonte, não identificada, em entrevista ao jornal Izvestia.
"Se vendeu da maneira mais banal. Por dinheiro e nada mais que dinheiro. Tem duas fraquezas - gosta de dinheiro e gosta de beber", afirmou a fonte. "Quanto dano causou ao país e a seus colegas só porque precisava de US$ 20 mil ou 30 mil! Deveria ser fuzilado. Poteev é um verdadeiro traidor. Antigamente, pessoas como ele eram fuziladas, de maneira justa", completou a fonte.
O coronel Poteev, que era o diretor adjunto do departamento América do departamento "S" (redes em hibernação) do SVR, será julgado à revelia na Rússia por alta traição, informou o FSB (Serviço Federal de Segurança).
A detenção nos Estados Unidos de 10 agentes "em hibernação", incluindo a bela espiã Anna Chapman, representou uma grande derrota para Moscou. Os agentes foram repatriados para Rússia em uma troca digna de um episódio do período da Guerra Fria. O coronel Alexander Poteev desertou pouco antes da visita do presidente russo Dmitri Medvedev aos Estados Unidos em junho do ano passado.
Desertor traiu Rússia por dinheiro, afirma Serviço Secreto
04 de maio de 2011 • 07h38 • atualizado às 08h37
Um alto funcionário do Serviço Secreto Externo da Rússia (SVR) suspeito de ter repassado, em junho do ano passado, os nomes de 10 agentes russos nos Estados Unidos traiu o país por cobiça e deveria ser fuzilado, afirmou uma fonte do SVR. O Serviço acredita que a traição de Alexander Poteev - que desertou nos Estados Unidos - não foi motivada por questões ideológicas, e sim por dinheiro, destacou a fonte, não identificada, em entrevista ao jornal Izvestia.
"Se vendeu da maneira mais banal. Por dinheiro e nada mais que dinheiro. Tem duas fraquezas - gosta de dinheiro e gosta de beber", afirmou a fonte. "Quanto dano causou ao país e a seus colegas só porque precisava de US$ 20 mil ou 30 mil! Deveria ser fuzilado. Poteev é um verdadeiro traidor. Antigamente, pessoas como ele eram fuziladas, de maneira justa", completou a fonte.
O coronel Poteev, que era o diretor adjunto do departamento América do departamento "S" (redes em hibernação) do SVR, será julgado à revelia na Rússia por alta traição, informou o FSB (Serviço Federal de Segurança).
A detenção nos Estados Unidos de 10 agentes "em hibernação", incluindo a bela espiã Anna Chapman, representou uma grande derrota para Moscou. Os agentes foram repatriados para Rússia em uma troca digna de um episódio do período da Guerra Fria. O coronel Alexander Poteev desertou pouco antes da visita do presidente russo Dmitri Medvedev aos Estados Unidos em junho do ano passado.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: GEOPOLÍTICA
Os pilares da mentira
Thu, 05 May 2011 06:59:59 -0300
Coisas da Política
Mauro Santayana
Em suas memórias, Known and Unknown, a Memoir, recém-publicadas (Nova York, 2011), Donald Rumsfeld conta, nas páginas 208-209, o momento patético da Queda de Saigon. Ele era chefe de gabinete de Gerald Ford, que assumira o governo depois da renúncia de Nixon e devia administrar a humilhante derrota.
Segundo Rumsfeld, Kissinger assegurava, no Salão Oval, que a evacuação de Saigon já se completara, com a saída do embaixador Graham Martin que – tal como os comandantes dos navios que naufragam – devia ser o último a escapar, quando se soube que não era verdade. O diplomata escapara antes que personalidades do governo títere e derrotado de Saigon invadissem a embaixada e esbaforidas, tentassem ocupar os últimos helicópteros, disputando espaço com os norte-americanos em fuga. Antes da reunião, o fotógrafo da Casa Branca, David Kennerly, veterano do Vietnã, saudara Ford com duas frases: “A boa notícia é que a guerra acabou. A má notícia é que a perdemos”.
Segundo o autor, alguém sugeriu que não se devia corrigir a falsa informação de Kissinger, e se ajustasse nova versão ao pronunciamento do secretário de Estado. Rumsfeld diz ter sido contra, lembrando que tudo o que havia sido dito ao povo norte-americano não fora simplesmente a verdade. “Esta guerra tem sido marcada por muitas mentiras e evasivas, e, assim, não há o direito de terminá-la com uma última mentira” – ele teria dito. Ford mandou o secretário de imprensa, Ron Nessen, dizer a verdade aos jornalistas.
No passado, a mentira podia durar muito, embora sempre tivesse pernas curtas. Em nosso tempo, os segredos podem ser guardados, como os da morte de Kennedy, mas a suspeita da mentira é tão danosa quanto a sua revelação. Os Estados Unidos sempre mentiram, a fim de tentarem legitimar sua política agressiva. Todos os golpes de Estado, patrocinados pelos norte-americanos em países estrangeiros, ocorreram sob pretextos falsos. Não é necessário ir muito longe: a guerra contra o Afeganistão e o Iraque foi montada sobre os pilares das mentiras mais reles. Saddam Hussein podia ter sido cruel com os inimigos, mas o seu governo era o mais laico e menos obscurantista da região. Depois da guerra contra o Irã, ele abandonara todas as armas químicas. Não dispunha de recursos técnicos para a produção de bombas atômicas. Fotos foram adulteradas, indicando reatores clandestinos, forjaram-se depoimentos, e essas “provas” arranjadas levaram um homem tido como sério, o general Colin Powell, a mentir diante das Nações Unidas.
Poucas horas depois da morte de Bin Laden, começam a se confirmar suspeitas iniciais e perturbadoras. O saudita foi morto desarmado – e poderia ter sido capturado vivo. No avesso da lógica e da ética, Washington diz que não é preciso que o suspeito esteja armado para resistir à prisão. Osama “resistiu”, de mãos nuas, aos soldados protegidos por uniformes à prova de bala e dotados de armas potentes. O saudita tinha que ser morto, antes que pudesse dizer qualquer coisa ao mundo.
O bom senso internacional, passado o entusiasmo frenético diante da execução, começa a prevalecer, para qualificar o ato como agressão criminosa contra o povo do Paquistão e seu governo. Obama declara que agiu em defesa de seu país – e ponto. Foi como dissesse: “tenho o poder e dele faço o que quiser”.
Conta-se que, em Ialta, Churchill propôs que Hitler fosse executado tão logo reconhecido pelas tropas aliadas. Com ironia, Stalin se opôs: na União Soviética se respeitava o direito a um julgamento, conforme “o devido processo da lei”.
Como se sabe, Hitler se antecipou, matou-se com sua pistola, depois de determinar aos auxiliares que queimassem o cadáver – o que fizeram, em uma pira de molambos embebidos de gasolina.
Thu, 05 May 2011 06:59:59 -0300
Coisas da Política
Mauro Santayana
Em suas memórias, Known and Unknown, a Memoir, recém-publicadas (Nova York, 2011), Donald Rumsfeld conta, nas páginas 208-209, o momento patético da Queda de Saigon. Ele era chefe de gabinete de Gerald Ford, que assumira o governo depois da renúncia de Nixon e devia administrar a humilhante derrota.
Segundo Rumsfeld, Kissinger assegurava, no Salão Oval, que a evacuação de Saigon já se completara, com a saída do embaixador Graham Martin que – tal como os comandantes dos navios que naufragam – devia ser o último a escapar, quando se soube que não era verdade. O diplomata escapara antes que personalidades do governo títere e derrotado de Saigon invadissem a embaixada e esbaforidas, tentassem ocupar os últimos helicópteros, disputando espaço com os norte-americanos em fuga. Antes da reunião, o fotógrafo da Casa Branca, David Kennerly, veterano do Vietnã, saudara Ford com duas frases: “A boa notícia é que a guerra acabou. A má notícia é que a perdemos”.
Segundo o autor, alguém sugeriu que não se devia corrigir a falsa informação de Kissinger, e se ajustasse nova versão ao pronunciamento do secretário de Estado. Rumsfeld diz ter sido contra, lembrando que tudo o que havia sido dito ao povo norte-americano não fora simplesmente a verdade. “Esta guerra tem sido marcada por muitas mentiras e evasivas, e, assim, não há o direito de terminá-la com uma última mentira” – ele teria dito. Ford mandou o secretário de imprensa, Ron Nessen, dizer a verdade aos jornalistas.
No passado, a mentira podia durar muito, embora sempre tivesse pernas curtas. Em nosso tempo, os segredos podem ser guardados, como os da morte de Kennedy, mas a suspeita da mentira é tão danosa quanto a sua revelação. Os Estados Unidos sempre mentiram, a fim de tentarem legitimar sua política agressiva. Todos os golpes de Estado, patrocinados pelos norte-americanos em países estrangeiros, ocorreram sob pretextos falsos. Não é necessário ir muito longe: a guerra contra o Afeganistão e o Iraque foi montada sobre os pilares das mentiras mais reles. Saddam Hussein podia ter sido cruel com os inimigos, mas o seu governo era o mais laico e menos obscurantista da região. Depois da guerra contra o Irã, ele abandonara todas as armas químicas. Não dispunha de recursos técnicos para a produção de bombas atômicas. Fotos foram adulteradas, indicando reatores clandestinos, forjaram-se depoimentos, e essas “provas” arranjadas levaram um homem tido como sério, o general Colin Powell, a mentir diante das Nações Unidas.
Poucas horas depois da morte de Bin Laden, começam a se confirmar suspeitas iniciais e perturbadoras. O saudita foi morto desarmado – e poderia ter sido capturado vivo. No avesso da lógica e da ética, Washington diz que não é preciso que o suspeito esteja armado para resistir à prisão. Osama “resistiu”, de mãos nuas, aos soldados protegidos por uniformes à prova de bala e dotados de armas potentes. O saudita tinha que ser morto, antes que pudesse dizer qualquer coisa ao mundo.
O bom senso internacional, passado o entusiasmo frenético diante da execução, começa a prevalecer, para qualificar o ato como agressão criminosa contra o povo do Paquistão e seu governo. Obama declara que agiu em defesa de seu país – e ponto. Foi como dissesse: “tenho o poder e dele faço o que quiser”.
Conta-se que, em Ialta, Churchill propôs que Hitler fosse executado tão logo reconhecido pelas tropas aliadas. Com ironia, Stalin se opôs: na União Soviética se respeitava o direito a um julgamento, conforme “o devido processo da lei”.
Como se sabe, Hitler se antecipou, matou-se com sua pistola, depois de determinar aos auxiliares que queimassem o cadáver – o que fizeram, em uma pira de molambos embebidos de gasolina.
"O dia em que os EUA aportarem porta aviões, navios de guerra, jatos e helicópteros apache sobre o território brasileiro, aposto que muitos brasileiros vão sair correndo gritando: "me leva, junto! me leva, junto!"
- romeo
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Re: GEOPOLÍTICA
Vai ver que o Bin Laden estava armado com um cabo de vassoura, como aqueles turcos abordados no navio, pelas forças especiais de Israel...
A verdade é que esse pessoal das forças especiais fazem nossos efetivos do BOPE parecerem coroinhas de igreja.
Eles entram pra arrebentar mesmo, e esta acabado.
Se o Bin Laden foi executado covardemente, ótimo; pois ele sim era o maior covarde naquele lugar.... Já os turcos do navio... Bem... Isso é uma outra história, que já foi amplamente debatida.
A verdade é que esse pessoal das forças especiais fazem nossos efetivos do BOPE parecerem coroinhas de igreja.
Eles entram pra arrebentar mesmo, e esta acabado.
Se o Bin Laden foi executado covardemente, ótimo; pois ele sim era o maior covarde naquele lugar.... Já os turcos do navio... Bem... Isso é uma outra história, que já foi amplamente debatida.
- Penguin
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Re: GEOPOLÍTICA
07/05/2011 - 17:00
Gustavo Ioschpe
O que o Brasil quer ser quando crescer?
Quais são as nossas metas, aonde queremos chegar? Dilma agora fala na “erradicação da miséria”, mas só se sabe até agora o que não queremos ser
A educação na China - Rígida, tradicionalista, competitiva, ela reflete com exatidão a proposta maior daquele país (Ryan Pyle/Corbis/Latin Stock)
Você sabe qual é o plano estratégico do Brasil? Quais são as nossas metas, aonde queremos chegar? Que tipo de país queremos ser no futuro? Eu confesso não saber. Os slogans e prioridades dos últimos governos não apontam para um programa positivo, sobre nossos anseios e planos, mas sim para uma agenda negativa: sabemos aquilo que não queremos ser. Não queremos ser um país excludente, mas sim “um país de todos”. Queremos a perseverança — “sou brasileiro e não desisto nunca” —, apesar de não estar claro qual o objetivo da persistência. Dilma agora fala na “erradicação da miséria” como seu grande objetivo. Ainda que nobre, tampouco aponta um rumo, apenas indica o que não queremos ser. Há inúmeras maneiras de ser um país de todos e em que não há miséria. A Suécia dos dias que correm, por exemplo. A Alemanha também seria boa candidata. Mas esses dois países são bastante diferentes, e chegaram a esse ponto por caminhos distintos. Qual será o nosso? Seremos o celeiro do mundo? Tentaremos quebrar a escrita e nos tornar a primeira nação a alcançar o patamar do Primeiro Mundo através da exportação de commodities? Seremos um centro industrial? De baixa tecnologia ou alta? E a nossa economia política? Manteremos essa pseudossocial-democracia que vem imperando por inércia? Que nível de desigualdade de renda toleraremos, que peso o estado terá? Sucumbiremos ao apelo do consumismo, à la EUA, ou privilegiaremos o tempo livre e a exploração cultural, como faz a França? As questões se acumulam e eu, pessoalmente, não conheço nenhuma liderança política ou intelectual que tenha esboçado um projeto completo de país para a geração de nossos filhos e netos. Pode ser que esse improviso dê certo. Pode ser que tropecemos no modelo ideal à medida que fizermos o caminho. Mas creio que estamos mais propensos a validar o antigo ditado chinês segundo o qual não há bons ventos para quem não sabe aonde quer chegar.
Não temos um projeto de país e a educação é desconectada do país. Não é percebida como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento, mas como um fim em si mesmo
Uma das áreas que mais sofrem com essa indecisão é a educação. Há uns cinco anos, fiz uma consultoria para o Ministério da Educação em que analisei o trajeto de países que, no passado ou atualmente, tiveram grandes avanços em sua educação. Foram examinados dez países que podiam dar algumas lições ao Brasil: Alemanha, Argentina, Austrália, Coreia, Chile, China, Espanha, Irlanda, Inglaterra e Tailândia.
Uma das conclusões do estudo (disponível na íntegra em twitter.com/gioschpe) foi que, nos países em que os saltos educacionais acompanharam saltos de desenvolvimento, a modelagem do sistema educacional estava profundamente atrelada ao projeto estratégico da nação. Isso se dá de duas maneiras.
A primeira é que a visão de futuro que essas nações perseguem é o elemento primeiro e fundamental a nortear as ações de governantes e lideranças da sociedade civil da área educacional. Assim como a infraestrutura, a tributação, as relações exteriores e muitas das demais áreas que são responsabilidade de governantes, a educação não funciona autonomamente: ela se subordina a um projeto de país.
A segunda é que não apenas o objetivo educacional está atrelado ao objetivo econômico-estratégico, mas também o tipo de educação priorizada é determinado pelo caminho escolhido pelo país para atingir seu objetivo de crescimento. Esse modelo de crescimento, por sua vez, deriva de uma série de características e vantagens comparativas específicas do país em questão. Tanto a China quanto a Irlanda buscam se desenvolver, mas optam por caminhos bastante distintos. A China, com seu enorme território e população, quer ser a fábrica do mundo, começando pelos itens de baixo valor agregado e gradualmente subindo os degraus necessários rumo às indústrias mais desenvolvidas. Seu sistema educacional acompanha e abastece a empreitada: a educação básica da província de Xangai recentemente ficou em primeiro lugar no mundo no teste Pisa, e nas universidades o governo faz um esforço concentrado para repatriar os cientistas de origem chinesa que hoje trabalham nas grandes universidades ocidentais. A China preserva sua indústria, interfere no câmbio e exporta para o mundo. A educação chinesa é rígida, tradicionalista, competitiva.
Já a Irlanda é um país pequeno demais para adotar estratégia semelhante. No fim dos anos 80, transformou-se em uma nação de grande abertura para o mundo e com baixos impostos. Valeu-se de um ativo importante — falar inglês — para atrair empresas globais. Preocupou-se em ter uma população qualificada em todos os níveis: até hoje, tanto no ensino secundário quanto no universitário, o aluno pode escolher entre uma escola acadêmica, que leva à universidade, e uma escola vocacional/profissionalizante, que leva, também no ensino superior, a institutos técnicos. O jovem sai do sistema educacional com uma educação de ponta, quer ele vá ser cientista e advogado ou gerente de banco e agente de viagens. Poderá trabalhar, com competência e criatividade, nas empresas estrangeiras que adotam a Irlanda como base europeia.
No Brasil, que tem um dos piores sistemas educacionais do mundo, as coisas são ao contrário. Não temos um projeto de país e a educação é desconectada do país. Não é percebida como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento, mas como um fim em si mesmo, como um direito do cidadão e ponto. Quando os educadores se referem à sociedade, o objetivo mais frequente não é perscrutar-lhe os anseios, mas reclamar. Não fossem os malditos pais dos alunos (que não cooperam, são incultos, bebem, mimam seus filhos, divorciam-se deixando famílias desestruturadas...), a escola brasileira produziria os resultados de uma Finlândia. Pior ainda, o pensamento educacional brasileiro é tão original e autóctone quanto a arquitetura que recria o neoclássico parisiense no topo de espigões às margens de rios fétidos. Somos o pior tipo de colonizados: formalmente livres, mas intelectualmente amarrados às antigas metrópoles, incapazes de pensar sozinhos. Nossa teoria educacional é importada de outros países, porque o que dá gabarito é estar inserido na discussão dos temas candentes na Europa ou nos EUA, mesmo que seja a respeito dos problemas deles, que não têm nada a ver com os nossos.
A sociedade civil precisa recuperar nossa educação e subordiná-la aos interesses nacionais. Precisamos criar uma geração de pensadores que se esqueça dos simpósios em Madri e pense no que funcionará para alfabetizar as crianças de Madureira. E precisamos de um projeto de país — criado aqui, tendo em mente nossa cultura, recursos e instituições — que oriente e catalise todo esse esforço. Enquanto esse projeto não chega, nossa escola deve se mobilizar para construir o primeiro passo, comum a qualquer projeto futuro: toda criança plenamente alfabetizada ao fim da 2ª série.
P.S.: o artigo do mês passado foi para a gráfica no dia da tragédia de Realengo. Pensei em abordar o tema neste mês, mas não há nenhum aprendizado para o país: foi o ato de um doente mental. Lamento muito a trágica e estúpida perda de vida de doze crianças, mas acho que devemos nos ocupar mais dos milhões de anônimos de nossas escolas, que são diariamente massacrados e intelectualmente amputados por um sistema que, sem estardalhaço, lhes suga a possibilidade de uma vida plena e digna.
Gustavo Ioschpe
O que o Brasil quer ser quando crescer?
Quais são as nossas metas, aonde queremos chegar? Dilma agora fala na “erradicação da miséria”, mas só se sabe até agora o que não queremos ser
A educação na China - Rígida, tradicionalista, competitiva, ela reflete com exatidão a proposta maior daquele país (Ryan Pyle/Corbis/Latin Stock)
Você sabe qual é o plano estratégico do Brasil? Quais são as nossas metas, aonde queremos chegar? Que tipo de país queremos ser no futuro? Eu confesso não saber. Os slogans e prioridades dos últimos governos não apontam para um programa positivo, sobre nossos anseios e planos, mas sim para uma agenda negativa: sabemos aquilo que não queremos ser. Não queremos ser um país excludente, mas sim “um país de todos”. Queremos a perseverança — “sou brasileiro e não desisto nunca” —, apesar de não estar claro qual o objetivo da persistência. Dilma agora fala na “erradicação da miséria” como seu grande objetivo. Ainda que nobre, tampouco aponta um rumo, apenas indica o que não queremos ser. Há inúmeras maneiras de ser um país de todos e em que não há miséria. A Suécia dos dias que correm, por exemplo. A Alemanha também seria boa candidata. Mas esses dois países são bastante diferentes, e chegaram a esse ponto por caminhos distintos. Qual será o nosso? Seremos o celeiro do mundo? Tentaremos quebrar a escrita e nos tornar a primeira nação a alcançar o patamar do Primeiro Mundo através da exportação de commodities? Seremos um centro industrial? De baixa tecnologia ou alta? E a nossa economia política? Manteremos essa pseudossocial-democracia que vem imperando por inércia? Que nível de desigualdade de renda toleraremos, que peso o estado terá? Sucumbiremos ao apelo do consumismo, à la EUA, ou privilegiaremos o tempo livre e a exploração cultural, como faz a França? As questões se acumulam e eu, pessoalmente, não conheço nenhuma liderança política ou intelectual que tenha esboçado um projeto completo de país para a geração de nossos filhos e netos. Pode ser que esse improviso dê certo. Pode ser que tropecemos no modelo ideal à medida que fizermos o caminho. Mas creio que estamos mais propensos a validar o antigo ditado chinês segundo o qual não há bons ventos para quem não sabe aonde quer chegar.
Não temos um projeto de país e a educação é desconectada do país. Não é percebida como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento, mas como um fim em si mesmo
Uma das áreas que mais sofrem com essa indecisão é a educação. Há uns cinco anos, fiz uma consultoria para o Ministério da Educação em que analisei o trajeto de países que, no passado ou atualmente, tiveram grandes avanços em sua educação. Foram examinados dez países que podiam dar algumas lições ao Brasil: Alemanha, Argentina, Austrália, Coreia, Chile, China, Espanha, Irlanda, Inglaterra e Tailândia.
Uma das conclusões do estudo (disponível na íntegra em twitter.com/gioschpe) foi que, nos países em que os saltos educacionais acompanharam saltos de desenvolvimento, a modelagem do sistema educacional estava profundamente atrelada ao projeto estratégico da nação. Isso se dá de duas maneiras.
A primeira é que a visão de futuro que essas nações perseguem é o elemento primeiro e fundamental a nortear as ações de governantes e lideranças da sociedade civil da área educacional. Assim como a infraestrutura, a tributação, as relações exteriores e muitas das demais áreas que são responsabilidade de governantes, a educação não funciona autonomamente: ela se subordina a um projeto de país.
A segunda é que não apenas o objetivo educacional está atrelado ao objetivo econômico-estratégico, mas também o tipo de educação priorizada é determinado pelo caminho escolhido pelo país para atingir seu objetivo de crescimento. Esse modelo de crescimento, por sua vez, deriva de uma série de características e vantagens comparativas específicas do país em questão. Tanto a China quanto a Irlanda buscam se desenvolver, mas optam por caminhos bastante distintos. A China, com seu enorme território e população, quer ser a fábrica do mundo, começando pelos itens de baixo valor agregado e gradualmente subindo os degraus necessários rumo às indústrias mais desenvolvidas. Seu sistema educacional acompanha e abastece a empreitada: a educação básica da província de Xangai recentemente ficou em primeiro lugar no mundo no teste Pisa, e nas universidades o governo faz um esforço concentrado para repatriar os cientistas de origem chinesa que hoje trabalham nas grandes universidades ocidentais. A China preserva sua indústria, interfere no câmbio e exporta para o mundo. A educação chinesa é rígida, tradicionalista, competitiva.
Já a Irlanda é um país pequeno demais para adotar estratégia semelhante. No fim dos anos 80, transformou-se em uma nação de grande abertura para o mundo e com baixos impostos. Valeu-se de um ativo importante — falar inglês — para atrair empresas globais. Preocupou-se em ter uma população qualificada em todos os níveis: até hoje, tanto no ensino secundário quanto no universitário, o aluno pode escolher entre uma escola acadêmica, que leva à universidade, e uma escola vocacional/profissionalizante, que leva, também no ensino superior, a institutos técnicos. O jovem sai do sistema educacional com uma educação de ponta, quer ele vá ser cientista e advogado ou gerente de banco e agente de viagens. Poderá trabalhar, com competência e criatividade, nas empresas estrangeiras que adotam a Irlanda como base europeia.
No Brasil, que tem um dos piores sistemas educacionais do mundo, as coisas são ao contrário. Não temos um projeto de país e a educação é desconectada do país. Não é percebida como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento, mas como um fim em si mesmo, como um direito do cidadão e ponto. Quando os educadores se referem à sociedade, o objetivo mais frequente não é perscrutar-lhe os anseios, mas reclamar. Não fossem os malditos pais dos alunos (que não cooperam, são incultos, bebem, mimam seus filhos, divorciam-se deixando famílias desestruturadas...), a escola brasileira produziria os resultados de uma Finlândia. Pior ainda, o pensamento educacional brasileiro é tão original e autóctone quanto a arquitetura que recria o neoclássico parisiense no topo de espigões às margens de rios fétidos. Somos o pior tipo de colonizados: formalmente livres, mas intelectualmente amarrados às antigas metrópoles, incapazes de pensar sozinhos. Nossa teoria educacional é importada de outros países, porque o que dá gabarito é estar inserido na discussão dos temas candentes na Europa ou nos EUA, mesmo que seja a respeito dos problemas deles, que não têm nada a ver com os nossos.
A sociedade civil precisa recuperar nossa educação e subordiná-la aos interesses nacionais. Precisamos criar uma geração de pensadores que se esqueça dos simpósios em Madri e pense no que funcionará para alfabetizar as crianças de Madureira. E precisamos de um projeto de país — criado aqui, tendo em mente nossa cultura, recursos e instituições — que oriente e catalise todo esse esforço. Enquanto esse projeto não chega, nossa escola deve se mobilizar para construir o primeiro passo, comum a qualquer projeto futuro: toda criança plenamente alfabetizada ao fim da 2ª série.
P.S.: o artigo do mês passado foi para a gráfica no dia da tragédia de Realengo. Pensei em abordar o tema neste mês, mas não há nenhum aprendizado para o país: foi o ato de um doente mental. Lamento muito a trágica e estúpida perda de vida de doze crianças, mas acho que devemos nos ocupar mais dos milhões de anônimos de nossas escolas, que são diariamente massacrados e intelectualmente amputados por um sistema que, sem estardalhaço, lhes suga a possibilidade de uma vida plena e digna.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
UK and France Make Final Step Towards Co-Operation Treaty
(Source: U.K Ministry of Defence; issued May 10, 2011)
UK Defence Secretary Dr Liam Fox yesterday played host to his French counterpart in London to exchange the ratified Defence and Security Co-operation Treaty between the two countries.
The meeting between Dr Fox and the French Defence Minister, Gérard Longuet, was the final step before the UK-France Defence and Security Co-operation Treaty formally comes into force on 1 July 2011.
The treaty was signed at last November's bilateral Summit by French President Nicolas Sarkozy and British Prime Minister David Cameron.
The programme of co-operation under the bilateral treaty was the main focus of yesterday's discussions, with the ongoing operations in Libya and Afghanistan and NATO reform also on the agenda.
Speaking after the meeting, Dr Fox reiterated the importance of closer co-operation. He said:
"The Defence and Security Co-operation Treaty marked a new chapter in our long history of bilateral co-operation and I am delighted to be exchanging the treaties. It was a natural, and logical, step change in our relationship.
"France is the UK's natural partner in Europe for defence co-operation. With France, we have some of the most capable and experienced armed forces as we are currently seeing in both Afghanistan and Libya.
"We have made good progress on both armed forces and equipment co-operation in the six months since our commitment last November to work more closely together."
Monsieur Longuet concurred:
"I'd like to say that I was very pleased to meet Liam Fox at the British Ministry of Defence, because we work together daily on current issues such as Afghanistan, where British troops are playing a major role, and in Libya, where the Franco-British entente has allowed us to protect those who want freedom.
"We share the same vision of NATO reform, and, more generally, we're convinced that globalisation presupposes a number of countries taking on responsibilities when it comes to security, and adopting a pragmatic, realistic, multilateral approach."
The UK and France remain committed to the sovereignty, independence, territorial integrity and national unity of Libya.
Dr Fox continued:
"The UK and France have shared strategic interests. Our foreign and defence policies are founded on common interests, values and responsibilities.
"The Defence and Security Co-operation Treaty reaffirms our commitment to work together whenever possible to promote international peace and security and dissuade unnecessary aggression. This is what we are doing with regards to Gaddafi's brutal regime."
France is also a key player in the Afghan mission and in NATO. There are more than 4,000 French personnel in Afghanistan who provide security and development for the Afghan people. This makes France the fourth largest contributor to the ISAF mission in terms of personnel.
In addition to their combat role, the French Armed Forces are heavily involved with training the Afghan National Security Forces. They currently contribute a number of Operational Mentoring and Liaison Teams in Regional Command (East).
As key members of NATO and the leading military nations in Europe, the UK and France recognise the importance of a strong UK-France relationship for the defence and security of both nations.
Dr Fox said:
"The UK and France are facing the realities of the tough financial climate, and it is in our best interests to work together to deliver the capabilities that both our nations need. Monsieur Longuet and I are in agreement that closer co-operation will benefit both our countries."
On the issue of NATO reform, Dr Fox said:
"NATO states must prioritise and avoid costly duplication of effort. UK-French co-operation will strengthen, not undermine, transatlantic and European security, particularly since France has rejoined NATO's military command structure."
While closer co-operation will make both UK and French forces more interoperable and enable them to maximise capabilities, a key feature of the treaty is the prospect of maximising the value of investments and achieving financial savings.
Dr Fox said:
"In these difficult times, the money we spend has to achieve the greatest practical effect for our national and collective security. We have to prioritise - both in what we do and through what medium we work together."
The UK and France are Europe's two biggest defence spenders and pooling the substantial resources of the third and fourth highest military spenders in the world offers huge opportunities in selected areas.
Dr Fox concluded:
"We already work closely with France, and draw military, technological and financial benefit from this. Our co-operation shows the level of our ambition and our willingness to tackle difficult issues and take big decisions.
"We are working closely with France because, in addition to our closely shared defence and security interests, our two countries have some of the most capable forces in Europe, and similar levels of defence spending and ambition."
Recently British troops travelled to France to conduct training at one of the country's top urban fighting areas. The UK will also play host to French troops as part of their reciprocal relationship.
-ends-
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
Brasil, el Pacto del Pacífico y Humala
May. 06 , 2011
http://blog.latercera.com/blog/fthauby/
La semana recién pasada, una serie de hechos que venían preparándose desde hace algún tiempo se hicieron presentes casi simultáneamente y pusieron en la línea de partida la carrera que animará a la región en los próximos años: El proyecto “liberal” del Pacífico y el liderazgo regional de Lula /Brasil.
El Acuerdo Arco del Pacífico Latinoamericano o Foro sobre la Iniciativa de la Cuenca del Pacífico Latinoamericano es un espacio informal, de alto nivel, para la identificación de acciones conjuntas dirigidas a intensificar y fortalecer los vínculos económico-comerciales y de cooperación entre sus miembros; una plataforma de proyección coordinada hacia el Asia Pacífico y también un espacio para formar consensos incorporando a los sectores privados - académicos y empresarios - de la Cuenca Pacífico latinoamericana en las labores del Foro. Está compuesto por 11 países entre los cuales Chile, Perú, Colombia y México, todos ellos comprometidos con la democracia y la economía de mercado.
El viernes 29 de abril los presidentes Sebastián Piñera de Chile, Alan García de Perú, Juan Manuel Santos de Colombia y Felipe Calderón de México se reunieron en Lima a invitación del Presidente García, para firmar,- en el contexto del primer objetivo del Acuerdo o Foro -, un “Acuerdo de Integración Profunda” (AIP) destinado a facilitar el tránsito entre ellos, de bienes, servicios y personas, en vista a generar las sinergias que les permitan competir en la forma más eficiente en el gran mercado asiático y norteamericano. Posteriormente otros países del Foro se irán integrando, comenzando con Panamá que ya manifestó esa intención.
En la ceremonia de firma se produjo una situación curiosa que fue la invitación, por parte del Presidente García, a los dos postulantes a la presidencia de su país, Humala y Fujimori, a reunirse con los cuatro presidentes firmantes, en una jugada para comprometer a Humala en ese proyecto. ¿Por qué le pareció necesario comprometerlo?. Simple, Humala es la pieza central de Brasil para contener y desarmar el Arco del Pacífico, que aprecia como un proyecto que conspira contra sus planes de liderazgo regional.
Lo confirma la explicación entregada el lunes 25 de abril por Marco Aurelio García, alto asesor de la Presidencia de Brasil,: “Para saber cuál será la trascendencia del bloque del Arco del Pacifico, deberíamos esperar las elecciones de junio en Perú; cualquier decisión ahora tiene solo dos meses de validez” y la de Valter Pomar, alto dirigente del PT, “(el Arco del Pacífico) es un intento de articulación entre gobiernos de centro derecha para contraponerlo a otras iniciativas ya existentes” que tratan de administrar la globalización en base a un “nacionalismo sudamericano” liderado por Brasil: Unasur y Mercosur.
Brasil no esperó pasivamente; el año 2003, Toledo firmó acuerdos de asociación con Lula para poner en servicio los dos corredores bi oceánicos que darán salida a Brasil al Pacífico y Asia; el año pasado Humala se comprometió con los empresarios paulistas para la construcción de cinco centrales eléctricas en la frontera entre ambos países; refrendó el compromiso con las grandes empresas brasileñas que invierten en infraestructura en Perú y confirmó su alineamiento con Unasur. Todas estas medidas tienen indudable valor económico intrínseco, pero por sobre todo reflejan la voluntad brasileña de hacer un forado al Arco del Pacífico y potenciar el proyecto de supremacía continental brasileña. De aquí la asesoría política y el cofinanciamiento, junto a Chávez, de la candidatura de Humala.
Unasur partió como idea “bolivariana” el año 2004, fue apropiada por Brasil al año siguiente en Brasilia y redirigida hacia la conformación de algo similar a la Unión Europea. Su Tratado Constitutivo entró en vigor el 11 de marzo de 2011. Unasur pretendía varios objetivos: (1) Crear un espacio político de integración regional. (2) Dejar fuera del esquema a México, EEUU y a Canadá. (3) Conformar una plataforma para el liderazgo regional de Lula / Brasil. Pero Unasur presentaba debilidades insuperables: los “bolivarianos” no tenían su control completo, el organismo no tenía suficiente representatividad y no permitía el ingreso del ícono revolucionario latinoamericano: los hermanos Castro de Cuba.
Paralelamente el mismo grupo, Brasil / Venezuela / Argentina, comenzó a trabajar para la creación de un nuevo referente más ambicioso que Unasur: el reemplazo de la OEA por un organismo latinoamericano (que necesariamente debía incluir a México) que dejara a fuera a EEUU y Canadá; que diluyera la influencia de los estados con gobiernos “liberales” y permitiera incorporar a Cuba.
El 26 de abril recién pasado, los Ministros de Relaciones Exteriores de la mayoría de los países de América Latina y el Caribe se reunieron para diseñar lo que será la “Comunidad de Estados Latinoamericanos y el Caribe” (CELAC), organismo regional que reemplazará a la Organización de Estados Americanos. El encuentro se realizó en Caracas, bajo el auspicio del presidente Hugo Chávez y deberá entregar un conjunto de ideas para que los Presidente latinoamericanos las revisen en las reuniones que efectuarán los días 5 y 6 de julio, nuevamente en Caracas, y luego el año 2012 en Chile. La idea es que CELAC se instale en Quito, pero por ahora funciona en Brasilia.
Podemos apreciar que en Latinoamérica existen dos iniciativas de integración que sin ser excluyentes ni menos antagónicas, representan dos maneras diferentes de encarar la globalización y el desarrollo. Arco el Pacífico es un grupo de países que comparten cuatro características fundamentales: (1) Aplican políticas económicas de mercado (2) Se gobiernan mediante sistemas democráticos (3) Comercian intensamente con Asia – Pacífico y 4) Son ribereños del Pacífico Oriental, formando un amplio arco que va desde Chile hasta México.
Su objeto y funcionamiento es también diferente a los otros acuerdos regionales: es un espacio desformalizado de coordinación y consulta de alto nivel para la ejecución de acciones conjuntas dirigidas a generar sinergias en materias económicas y comerciales entre los países participantes, comparten un interés común de fortalecer sus relaciones con las economías del Asia Pacífico y es una plataforma de diálogo político y proyección coordinada de los países de la Cuenca del Pacífico Latinoamericano hacia la región Asia Pacífico.
Se puede apreciar que sigue los mismos lineamientos de APEC; se instala como el “espejo” latinoamericano del mismo y aplica el mismo tipo de esquema organizacional: abierto, toma de decisiones por acuerdos unánimes amplios; económico más que político; tolerante de las diferencias nacionales; asociando empresarios privados, gobiernos y académicos. Surge desde una plataforma exitosa y busca traer a América Latina los principios básicos de dicho éxito.
En el Sistema Internacional nunca hay garantías de nada, pero ésta es una de las propuestas más sólidas que se han propuesto en las últimas décadas ya que se basa en la aplicación de medidas comprobadamente exitosas entre estados que ya están convencidos de su viabilidad. No es construir nada nuevo sino coordinar los legítimos intereses individuales de cada Estado.
En Latinoamérica, a lo largo del muchos años, desde 1950, se han creado una amplia gama de organizaciones para favorecer la integración regional e impulsar el desarrollo en forma conjunta. Todas lo hicieron en base a la voluntad política de sus gobernantes de turno, generalmente sin otros elementos comunes que dieran solidez al intento y muchas veces contradiciendo principios básicos de complementariedad económica, ideológica e incluso geopolítica.
En ellas concurrieron estados con diferentes institucionalidades políticas y con diferentes políticas económicas, que se reunieron en torno a sistemas de arancel externo común en un intento por limitar la competencia, proteger sus industrias y producciones nacionales y crecer en base el comercio intra-pacto. El estancamiento y pérdida de relevancia ha sido el destino compartido por muchos de ellos. Los tres últimos casos son el ALBA de Venezuela, el Mercosur liderados por Brasil y Argentina y Unasur, ninguna de los cuales parece gozar de gran dinamismo. Los hechos parecen señalar que cualquier tipo de asociación basada en un principio de aislamiento y conflicto con la globalización simple y sencillamente no ha funcionado hasta ahora y probablemente no lo hagan jamás.
Estas dos alternativas de inserción internacional,- Arco del Pacifico y Unasur -, son organizaciones que no debieran chocar entre si ya que no son competencia, sin embargo, detrás de los acuerdos comerciales y los abrazos políticos existen realidades que no por callarlas desaparecen: Colombia es un nuevo actor con un tremendo potencial económico, es la quinta economía latinoamericana, la tercera en población y la segunda en tasa de crecimiento de la inversión extranjera. "Yo no veo a Colombia intentando crear una alternativa a la Unasur - que aglutina a 12 países de la región - o al Mercosur", afirmó Marco Aurelio García, al diario Folha de Sao Paulo el lunes 25 de abril, mientras simultáneamente Alan García aseguraba que entre los cuatro presidente presentes en la firma del AIP concentraban mas habitantes y mas comercio que Mercosur. El mismo día, Folha de Sao Paulo sostenía que el "Acuerdo del Pacífico" significa la creación de un "bloque liberal" que será "contrapunto a la hegemonía de Brasil" y del Mercosur en la región, y también una reacción al Alba.
Dicho en otras palabras, Unasur mas allá de un acuerdo de integración económica regional, es un medio para establecer el liderazgo regional brasileño que ve con inquietud como el surgimiento del Arco del Pacífico levanta una alternativa económicamente tan potente como ella misma, pero dotada de un ideario político y comercial homogéneo, más eficaz y dinámico. No en vano Chile, Colombia, Perú y México, con un mercado de más de 200 millones de consumidores, representan el 35% del Producto Interno Bruto (PIB) de América Latina y más del 55% de las exportaciones de la región al mundo.
Latinoamérica es el mundo de los sueños, los entusiasmos y las agendas ocultas mientras que lo que se requiere para tener éxito es exactamente lo contario, realismo, perseverancia y transparencia.
May. 06 , 2011
http://blog.latercera.com/blog/fthauby/
La semana recién pasada, una serie de hechos que venían preparándose desde hace algún tiempo se hicieron presentes casi simultáneamente y pusieron en la línea de partida la carrera que animará a la región en los próximos años: El proyecto “liberal” del Pacífico y el liderazgo regional de Lula /Brasil.
El Acuerdo Arco del Pacífico Latinoamericano o Foro sobre la Iniciativa de la Cuenca del Pacífico Latinoamericano es un espacio informal, de alto nivel, para la identificación de acciones conjuntas dirigidas a intensificar y fortalecer los vínculos económico-comerciales y de cooperación entre sus miembros; una plataforma de proyección coordinada hacia el Asia Pacífico y también un espacio para formar consensos incorporando a los sectores privados - académicos y empresarios - de la Cuenca Pacífico latinoamericana en las labores del Foro. Está compuesto por 11 países entre los cuales Chile, Perú, Colombia y México, todos ellos comprometidos con la democracia y la economía de mercado.
El viernes 29 de abril los presidentes Sebastián Piñera de Chile, Alan García de Perú, Juan Manuel Santos de Colombia y Felipe Calderón de México se reunieron en Lima a invitación del Presidente García, para firmar,- en el contexto del primer objetivo del Acuerdo o Foro -, un “Acuerdo de Integración Profunda” (AIP) destinado a facilitar el tránsito entre ellos, de bienes, servicios y personas, en vista a generar las sinergias que les permitan competir en la forma más eficiente en el gran mercado asiático y norteamericano. Posteriormente otros países del Foro se irán integrando, comenzando con Panamá que ya manifestó esa intención.
En la ceremonia de firma se produjo una situación curiosa que fue la invitación, por parte del Presidente García, a los dos postulantes a la presidencia de su país, Humala y Fujimori, a reunirse con los cuatro presidentes firmantes, en una jugada para comprometer a Humala en ese proyecto. ¿Por qué le pareció necesario comprometerlo?. Simple, Humala es la pieza central de Brasil para contener y desarmar el Arco del Pacífico, que aprecia como un proyecto que conspira contra sus planes de liderazgo regional.
Lo confirma la explicación entregada el lunes 25 de abril por Marco Aurelio García, alto asesor de la Presidencia de Brasil,: “Para saber cuál será la trascendencia del bloque del Arco del Pacifico, deberíamos esperar las elecciones de junio en Perú; cualquier decisión ahora tiene solo dos meses de validez” y la de Valter Pomar, alto dirigente del PT, “(el Arco del Pacífico) es un intento de articulación entre gobiernos de centro derecha para contraponerlo a otras iniciativas ya existentes” que tratan de administrar la globalización en base a un “nacionalismo sudamericano” liderado por Brasil: Unasur y Mercosur.
Brasil no esperó pasivamente; el año 2003, Toledo firmó acuerdos de asociación con Lula para poner en servicio los dos corredores bi oceánicos que darán salida a Brasil al Pacífico y Asia; el año pasado Humala se comprometió con los empresarios paulistas para la construcción de cinco centrales eléctricas en la frontera entre ambos países; refrendó el compromiso con las grandes empresas brasileñas que invierten en infraestructura en Perú y confirmó su alineamiento con Unasur. Todas estas medidas tienen indudable valor económico intrínseco, pero por sobre todo reflejan la voluntad brasileña de hacer un forado al Arco del Pacífico y potenciar el proyecto de supremacía continental brasileña. De aquí la asesoría política y el cofinanciamiento, junto a Chávez, de la candidatura de Humala.
Unasur partió como idea “bolivariana” el año 2004, fue apropiada por Brasil al año siguiente en Brasilia y redirigida hacia la conformación de algo similar a la Unión Europea. Su Tratado Constitutivo entró en vigor el 11 de marzo de 2011. Unasur pretendía varios objetivos: (1) Crear un espacio político de integración regional. (2) Dejar fuera del esquema a México, EEUU y a Canadá. (3) Conformar una plataforma para el liderazgo regional de Lula / Brasil. Pero Unasur presentaba debilidades insuperables: los “bolivarianos” no tenían su control completo, el organismo no tenía suficiente representatividad y no permitía el ingreso del ícono revolucionario latinoamericano: los hermanos Castro de Cuba.
Paralelamente el mismo grupo, Brasil / Venezuela / Argentina, comenzó a trabajar para la creación de un nuevo referente más ambicioso que Unasur: el reemplazo de la OEA por un organismo latinoamericano (que necesariamente debía incluir a México) que dejara a fuera a EEUU y Canadá; que diluyera la influencia de los estados con gobiernos “liberales” y permitiera incorporar a Cuba.
El 26 de abril recién pasado, los Ministros de Relaciones Exteriores de la mayoría de los países de América Latina y el Caribe se reunieron para diseñar lo que será la “Comunidad de Estados Latinoamericanos y el Caribe” (CELAC), organismo regional que reemplazará a la Organización de Estados Americanos. El encuentro se realizó en Caracas, bajo el auspicio del presidente Hugo Chávez y deberá entregar un conjunto de ideas para que los Presidente latinoamericanos las revisen en las reuniones que efectuarán los días 5 y 6 de julio, nuevamente en Caracas, y luego el año 2012 en Chile. La idea es que CELAC se instale en Quito, pero por ahora funciona en Brasilia.
Podemos apreciar que en Latinoamérica existen dos iniciativas de integración que sin ser excluyentes ni menos antagónicas, representan dos maneras diferentes de encarar la globalización y el desarrollo. Arco el Pacífico es un grupo de países que comparten cuatro características fundamentales: (1) Aplican políticas económicas de mercado (2) Se gobiernan mediante sistemas democráticos (3) Comercian intensamente con Asia – Pacífico y 4) Son ribereños del Pacífico Oriental, formando un amplio arco que va desde Chile hasta México.
Su objeto y funcionamiento es también diferente a los otros acuerdos regionales: es un espacio desformalizado de coordinación y consulta de alto nivel para la ejecución de acciones conjuntas dirigidas a generar sinergias en materias económicas y comerciales entre los países participantes, comparten un interés común de fortalecer sus relaciones con las economías del Asia Pacífico y es una plataforma de diálogo político y proyección coordinada de los países de la Cuenca del Pacífico Latinoamericano hacia la región Asia Pacífico.
Se puede apreciar que sigue los mismos lineamientos de APEC; se instala como el “espejo” latinoamericano del mismo y aplica el mismo tipo de esquema organizacional: abierto, toma de decisiones por acuerdos unánimes amplios; económico más que político; tolerante de las diferencias nacionales; asociando empresarios privados, gobiernos y académicos. Surge desde una plataforma exitosa y busca traer a América Latina los principios básicos de dicho éxito.
En el Sistema Internacional nunca hay garantías de nada, pero ésta es una de las propuestas más sólidas que se han propuesto en las últimas décadas ya que se basa en la aplicación de medidas comprobadamente exitosas entre estados que ya están convencidos de su viabilidad. No es construir nada nuevo sino coordinar los legítimos intereses individuales de cada Estado.
En Latinoamérica, a lo largo del muchos años, desde 1950, se han creado una amplia gama de organizaciones para favorecer la integración regional e impulsar el desarrollo en forma conjunta. Todas lo hicieron en base a la voluntad política de sus gobernantes de turno, generalmente sin otros elementos comunes que dieran solidez al intento y muchas veces contradiciendo principios básicos de complementariedad económica, ideológica e incluso geopolítica.
En ellas concurrieron estados con diferentes institucionalidades políticas y con diferentes políticas económicas, que se reunieron en torno a sistemas de arancel externo común en un intento por limitar la competencia, proteger sus industrias y producciones nacionales y crecer en base el comercio intra-pacto. El estancamiento y pérdida de relevancia ha sido el destino compartido por muchos de ellos. Los tres últimos casos son el ALBA de Venezuela, el Mercosur liderados por Brasil y Argentina y Unasur, ninguna de los cuales parece gozar de gran dinamismo. Los hechos parecen señalar que cualquier tipo de asociación basada en un principio de aislamiento y conflicto con la globalización simple y sencillamente no ha funcionado hasta ahora y probablemente no lo hagan jamás.
Estas dos alternativas de inserción internacional,- Arco del Pacifico y Unasur -, son organizaciones que no debieran chocar entre si ya que no son competencia, sin embargo, detrás de los acuerdos comerciales y los abrazos políticos existen realidades que no por callarlas desaparecen: Colombia es un nuevo actor con un tremendo potencial económico, es la quinta economía latinoamericana, la tercera en población y la segunda en tasa de crecimiento de la inversión extranjera. "Yo no veo a Colombia intentando crear una alternativa a la Unasur - que aglutina a 12 países de la región - o al Mercosur", afirmó Marco Aurelio García, al diario Folha de Sao Paulo el lunes 25 de abril, mientras simultáneamente Alan García aseguraba que entre los cuatro presidente presentes en la firma del AIP concentraban mas habitantes y mas comercio que Mercosur. El mismo día, Folha de Sao Paulo sostenía que el "Acuerdo del Pacífico" significa la creación de un "bloque liberal" que será "contrapunto a la hegemonía de Brasil" y del Mercosur en la región, y también una reacción al Alba.
Dicho en otras palabras, Unasur mas allá de un acuerdo de integración económica regional, es un medio para establecer el liderazgo regional brasileño que ve con inquietud como el surgimiento del Arco del Pacífico levanta una alternativa económicamente tan potente como ella misma, pero dotada de un ideario político y comercial homogéneo, más eficaz y dinámico. No en vano Chile, Colombia, Perú y México, con un mercado de más de 200 millones de consumidores, representan el 35% del Producto Interno Bruto (PIB) de América Latina y más del 55% de las exportaciones de la región al mundo.
Latinoamérica es el mundo de los sueños, los entusiasmos y las agendas ocultas mientras que lo que se requiere para tener éxito es exactamente lo contario, realismo, perseverancia y transparencia.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
O La Tercera é peruano ???
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: GEOPOLÍTICA
Gracias, señor.
(La Tercera é alinhada com o Piñera???)
(La Tercera é alinhada com o Piñera???)
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: GEOPOLÍTICA
Na pagina 250 deste tópico, já havia postado noticia - que agora se confirma - que o alvo principal destes paises era contrapor o ímpeto do Brasil.Marino escreveu:Brasil, el Pacto del Pacífico y Humala
May. 06 , 2011
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La semana recién pasada, una serie de hechos que venían preparándose desde hace algún tiempo se hicieron presentes casi simultáneamente y pusieron en la línea de partida la carrera que animará a la región en los próximos años: El proyecto “liberal” del Pacífico y el liderazgo regional de Lula /Brasil.
El Acuerdo Arco del Pacífico Latinoamericano o Foro sobre la Iniciativa de la Cuenca del Pacífico Latinoamericano es un espacio informal, de alto nivel, para la identificación de acciones conjuntas dirigidas a intensificar y fortalecer los vínculos económico-comerciales y de cooperación entre sus miembros; una plataforma de proyección coordinada hacia el Asia Pacífico y también un espacio para formar consensos incorporando a los sectores privados - académicos y empresarios - de la Cuenca Pacífico latinoamericana en las labores del Foro. Está compuesto por 11 países entre los cuales Chile, Perú, Colombia y México, todos ellos comprometidos con la democracia y la economía de mercado.
El viernes 29 de abril los presidentes Sebastián Piñera de Chile, Alan García de Perú, Juan Manuel Santos de Colombia y Felipe Calderón de México se reunieron en Lima a invitación del Presidente García, para firmar,- en el contexto del primer objetivo del Acuerdo o Foro -, un “Acuerdo de Integración Profunda” (AIP) destinado a facilitar el tránsito entre ellos, de bienes, servicios y personas, en vista a generar las sinergias que les permitan competir en la forma más eficiente en el gran mercado asiático y norteamericano. Posteriormente otros países del Foro se irán integrando, comenzando con Panamá que ya manifestó esa intención.
En la ceremonia de firma se produjo una situación curiosa que fue la invitación, por parte del Presidente García, a los dos postulantes a la presidencia de su país, Humala y Fujimori, a reunirse con los cuatro presidentes firmantes, en una jugada para comprometer a Humala en ese proyecto. ¿Por qué le pareció necesario comprometerlo?. Simple, Humala es la pieza central de Brasil para contener y desarmar el Arco del Pacífico, que aprecia como un proyecto que conspira contra sus planes de liderazgo regional.
Lo confirma la explicación entregada el lunes 25 de abril por Marco Aurelio García, alto asesor de la Presidencia de Brasil,: “Para saber cuál será la trascendencia del bloque del Arco del Pacifico, deberíamos esperar las elecciones de junio en Perú; cualquier decisión ahora tiene solo dos meses de validez” y la de Valter Pomar, alto dirigente del PT, “(el Arco del Pacífico) es un intento de articulación entre gobiernos de centro derecha para contraponerlo a otras iniciativas ya existentes” que tratan de administrar la globalización en base a un “nacionalismo sudamericano” liderado por Brasil: Unasur y Mercosur.
Brasil no esperó pasivamente; el año 2003, Toledo firmó acuerdos de asociación con Lula para poner en servicio los dos corredores bi oceánicos que darán salida a Brasil al Pacífico y Asia; el año pasado Humala se comprometió con los empresarios paulistas para la construcción de cinco centrales eléctricas en la frontera entre ambos países; refrendó el compromiso con las grandes empresas brasileñas que invierten en infraestructura en Perú y confirmó su alineamiento con Unasur. Todas estas medidas tienen indudable valor económico intrínseco, pero por sobre todo reflejan la voluntad brasileña de hacer un forado al Arco del Pacífico y potenciar el proyecto de supremacía continental brasileña. De aquí la asesoría política y el cofinanciamiento, junto a Chávez, de la candidatura de Humala.
Unasur partió como idea “bolivariana” el año 2004, fue apropiada por Brasil al año siguiente en Brasilia y redirigida hacia la conformación de algo similar a la Unión Europea. Su Tratado Constitutivo entró en vigor el 11 de marzo de 2011. Unasur pretendía varios objetivos: (1) Crear un espacio político de integración regional. (2) Dejar fuera del esquema a México, EEUU y a Canadá. (3) Conformar una plataforma para el liderazgo regional de Lula / Brasil. Pero Unasur presentaba debilidades insuperables: los “bolivarianos” no tenían su control completo, el organismo no tenía suficiente representatividad y no permitía el ingreso del ícono revolucionario latinoamericano: los hermanos Castro de Cuba.
Paralelamente el mismo grupo, Brasil / Venezuela / Argentina, comenzó a trabajar para la creación de un nuevo referente más ambicioso que Unasur: el reemplazo de la OEA por un organismo latinoamericano (que necesariamente debía incluir a México) que dejara a fuera a EEUU y Canadá; que diluyera la influencia de los estados con gobiernos “liberales” y permitiera incorporar a Cuba.
El 26 de abril recién pasado, los Ministros de Relaciones Exteriores de la mayoría de los países de América Latina y el Caribe se reunieron para diseñar lo que será la “Comunidad de Estados Latinoamericanos y el Caribe” (CELAC), organismo regional que reemplazará a la Organización de Estados Americanos. El encuentro se realizó en Caracas, bajo el auspicio del presidente Hugo Chávez y deberá entregar un conjunto de ideas para que los Presidente latinoamericanos las revisen en las reuniones que efectuarán los días 5 y 6 de julio, nuevamente en Caracas, y luego el año 2012 en Chile. La idea es que CELAC se instale en Quito, pero por ahora funciona en Brasilia.
Podemos apreciar que en Latinoamérica existen dos iniciativas de integración que sin ser excluyentes ni menos antagónicas, representan dos maneras diferentes de encarar la globalización y el desarrollo. Arco el Pacífico es un grupo de países que comparten cuatro características fundamentales: (1) Aplican políticas económicas de mercado (2) Se gobiernan mediante sistemas democráticos (3) Comercian intensamente con Asia – Pacífico y 4) Son ribereños del Pacífico Oriental, formando un amplio arco que va desde Chile hasta México.
Su objeto y funcionamiento es también diferente a los otros acuerdos regionales: es un espacio desformalizado de coordinación y consulta de alto nivel para la ejecución de acciones conjuntas dirigidas a generar sinergias en materias económicas y comerciales entre los países participantes, comparten un interés común de fortalecer sus relaciones con las economías del Asia Pacífico y es una plataforma de diálogo político y proyección coordinada de los países de la Cuenca del Pacífico Latinoamericano hacia la región Asia Pacífico.
Se puede apreciar que sigue los mismos lineamientos de APEC; se instala como el “espejo” latinoamericano del mismo y aplica el mismo tipo de esquema organizacional: abierto, toma de decisiones por acuerdos unánimes amplios; económico más que político; tolerante de las diferencias nacionales; asociando empresarios privados, gobiernos y académicos. Surge desde una plataforma exitosa y busca traer a América Latina los principios básicos de dicho éxito.
En el Sistema Internacional nunca hay garantías de nada, pero ésta es una de las propuestas más sólidas que se han propuesto en las últimas décadas ya que se basa en la aplicación de medidas comprobadamente exitosas entre estados que ya están convencidos de su viabilidad. No es construir nada nuevo sino coordinar los legítimos intereses individuales de cada Estado.
En Latinoamérica, a lo largo del muchos años, desde 1950, se han creado una amplia gama de organizaciones para favorecer la integración regional e impulsar el desarrollo en forma conjunta. Todas lo hicieron en base a la voluntad política de sus gobernantes de turno, generalmente sin otros elementos comunes que dieran solidez al intento y muchas veces contradiciendo principios básicos de complementariedad económica, ideológica e incluso geopolítica.
En ellas concurrieron estados con diferentes institucionalidades políticas y con diferentes políticas económicas, que se reunieron en torno a sistemas de arancel externo común en un intento por limitar la competencia, proteger sus industrias y producciones nacionales y crecer en base el comercio intra-pacto. El estancamiento y pérdida de relevancia ha sido el destino compartido por muchos de ellos. Los tres últimos casos son el ALBA de Venezuela, el Mercosur liderados por Brasil y Argentina y Unasur, ninguna de los cuales parece gozar de gran dinamismo. Los hechos parecen señalar que cualquier tipo de asociación basada en un principio de aislamiento y conflicto con la globalización simple y sencillamente no ha funcionado hasta ahora y probablemente no lo hagan jamás.
Estas dos alternativas de inserción internacional,- Arco del Pacifico y Unasur -, son organizaciones que no debieran chocar entre si ya que no son competencia, sin embargo, detrás de los acuerdos comerciales y los abrazos políticos existen realidades que no por callarlas desaparecen: Colombia es un nuevo actor con un tremendo potencial económico, es la quinta economía latinoamericana, la tercera en población y la segunda en tasa de crecimiento de la inversión extranjera. "Yo no veo a Colombia intentando crear una alternativa a la Unasur - que aglutina a 12 países de la región - o al Mercosur", afirmó Marco Aurelio García, al diario Folha de Sao Paulo el lunes 25 de abril, mientras simultáneamente Alan García aseguraba que entre los cuatro presidente presentes en la firma del AIP concentraban mas habitantes y mas comercio que Mercosur. El mismo día, Folha de Sao Paulo sostenía que el "Acuerdo del Pacífico" significa la creación de un "bloque liberal" que será "contrapunto a la hegemonía de Brasil" y del Mercosur en la región, y también una reacción al Alba.
Dicho en otras palabras, Unasur mas allá de un acuerdo de integración económica regional, es un medio para establecer el liderazgo regional brasileño que ve con inquietud como el surgimiento del Arco del Pacífico levanta una alternativa económicamente tan potente como ella misma, pero dotada de un ideario político y comercial homogéneo, más eficaz y dinámico. No en vano Chile, Colombia, Perú y México, con un mercado de más de 200 millones de consumidores, representan el 35% del Producto Interno Bruto (PIB) de América Latina y más del 55% de las exportaciones de la región al mundo.
Latinoamérica es el mundo de los sueños, los entusiasmos y las agendas ocultas mientras que lo que se requiere para tener éxito es exactamente lo contario, realismo, perseverancia y transparencia.
O Brasil cresceu... E com isso vai começar a enfrentar problemas de gente grande.
Ainda bem que por enquanto são somente problemas politicos.
Chegará o tempo que o incomodo causado pelo nosso crescimento atingirá não alguns vizinhos enciumados; mas sim aqueles poderosos cujo jogo é bem mais pesado e global. Neste futuro que se avizinha, o interesse brasileiro deverá estar respaldado em força bélica, sob pena de colapso da nação.
A Bíblia relata a historia do rei Ezequias, que mostrou seus tesouros aos emissarios da Babilonia... A riqueza ativa a cobiça e a Babilonia, muito mais forte militarmente, não tarda a invadir e apossar-se de tudo.
Essa historia antiga me remete ao nosso pre-sal, que agora soma-se à desse muito desejada amazônia... Ficamos ainda mais expostos a cobiça das modernas Babilônias, e não estamos preparados para contrapolas.
Capacitemo-nos pois - sem perda de tempo - pois muitos olhos cobiçosos já estão fixos em nossa despreparada nação.
Voltando ao assunto Chile, Peru, Mexico,etc... Nessa investida deles, sou - confiantemente - muito mais Brasil.
- Boss
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Re: GEOPOLÍTICA
Brasil tem várias opções.
1) Torcer para Humala vencer. Este vencendo, dar a pressionada , se necessária, para este não levar adiante o "Arco del Pacífico", talvez até abrindo as portas do Mercosul para o mesmo
2) Se o incompetente perder , fortalecer o Mercosul (ou tentar, vide que os hermanos teimam em se mostrar tão confiáveis quanto ToT de americano em FX-2), principalmente pressionando o Paraguai a admitir a Venezuela no bloco, pois antes Chávez conosco do que contra. Depois, tentar jogar o que sobrou com a gente (no caso, Bolívia, Equador, Guiana e Suriname).
3) Lançar uns "temperos" na Bolívia e no Equador, países com questões a resolver com membros do tal Arco
No entanto, acho muito "overrated" tal acordo. É apenas um acordo, não uma fusão de países. Precisaram chamar até "El rabo de los EE.UU" para o bloco pois senão não conseguirem fazer sombra nem para o Estado de São Paulo sozinho. Nos passam em PIB e população por uma merreca (digo só o Brasil, nem contando o Mercosul), e devemos lembrar que são 4 países, e nós somos 1. Ainda pensam diferente um do outro, inevitável, enquanto nós pensamos só por nós.
México vai continuar seguindo a cartilha americana. Se os EUA soltarem um peido daqueles "stealth" que só sai o cheiro, o México já tem uma diarréia de não conseguir tirar a bunda da privada. Daí presumo que irá afetar tal "Arco". Enfim...
Mas se querem, declaradamente, "nos contrapor", espero que movemos nossos pauzinhos para fazer disso uma experiência fracassada
1) Torcer para Humala vencer. Este vencendo, dar a pressionada , se necessária, para este não levar adiante o "Arco del Pacífico", talvez até abrindo as portas do Mercosul para o mesmo
2) Se o incompetente perder , fortalecer o Mercosul (ou tentar, vide que os hermanos teimam em se mostrar tão confiáveis quanto ToT de americano em FX-2), principalmente pressionando o Paraguai a admitir a Venezuela no bloco, pois antes Chávez conosco do que contra. Depois, tentar jogar o que sobrou com a gente (no caso, Bolívia, Equador, Guiana e Suriname).
3) Lançar uns "temperos" na Bolívia e no Equador, países com questões a resolver com membros do tal Arco
No entanto, acho muito "overrated" tal acordo. É apenas um acordo, não uma fusão de países. Precisaram chamar até "El rabo de los EE.UU" para o bloco pois senão não conseguirem fazer sombra nem para o Estado de São Paulo sozinho. Nos passam em PIB e população por uma merreca (digo só o Brasil, nem contando o Mercosul), e devemos lembrar que são 4 países, e nós somos 1. Ainda pensam diferente um do outro, inevitável, enquanto nós pensamos só por nós.
México vai continuar seguindo a cartilha americana. Se os EUA soltarem um peido daqueles "stealth" que só sai o cheiro, o México já tem uma diarréia de não conseguir tirar a bunda da privada. Daí presumo que irá afetar tal "Arco". Enfim...
Mas se querem, declaradamente, "nos contrapor", espero que movemos nossos pauzinhos para fazer disso uma experiência fracassada
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Re: GEOPOLÍTICA
Belo texto, lembrei me que as emissoes podem ser de fato stealth. Saoasmais perigosas, alias.Boss escreveu:Brasil tem várias opções.
1) Torcer para Humala vencer. Este vencendo, dar a pressionada , se necessária, para este não levar adiante o "Arco del Pacífico", talvez até abrindo as portas do Mercosul para o mesmo
2) Se o incompetente perder , fortalecer o Mercosul (ou tentar, vide que os hermanos teimam em se mostrar tão confiáveis quanto ToT de americano em FX-2), principalmente pressionando o Paraguai a admitir a Venezuela no bloco, pois antes Chávez conosco do que contra. Depois, tentar jogar o que sobrou com a gente (no caso, Bolívia, Equador, Guiana e Suriname).
3) Lançar uns "temperos" na Bolívia e no Equador, países com questões a resolver com membros do tal Arco
No entanto, acho muito "overrated" tal acordo. É apenas um acordo, não uma fusão de países. Precisaram chamar até "El rabo de los EE.UU" para o bloco pois senão não conseguirem fazer sombra nem para o Estado de São Paulo sozinho. Nos passam em PIB e população por uma merreca (digo só o Brasil, nem contando o Mercosul), e devemos lembrar que são 4 países, e nós somos 1. Ainda pensam diferente um do outro, inevitável, enquanto nós pensamos só por nós.
México vai continuar seguindo a cartilha americana. Se os EUA soltarem um peido daqueles "stealth" que só sai o cheiro, o México já tem uma diarréia de não conseguir tirar a bunda da privada. Daí presumo que irá afetar tal "Arco". Enfim...
Mas se querem, declaradamente, "nos contrapor", espero que movemos nossos pauzinhos para fazer disso uma experiência fracassada
Hablando en serio, mais noticias do tal arco? E gostaria de saber o papel do Chile.
Salu2.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"