ModFrag (Preocupação).

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Ricardo Rosa
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#16 Mensagem por Ricardo Rosa » Sex Jul 15, 2005 10:36 am

Exercício de lógica. Tem duas fragatas com a capacidade, ou seja, não está abrindo mão de nada. O dinheiro poupado é direcionado para outras áreas, não especifiquei quais são porque não sei. Imagino que possam ter sido direcionadas para o Tikuna ou a Barroso. Se você mantém a capacitação, nada impede que você a amplie depois em caso de possibilidade ou necessidade.


O que aí precisa de comprovação oficial?



Bom dia a todos,

No caso da retirada, aposentadoria, dos equipamentos (sonares VDS) dos navios, a Revista Segurança e Defesa, forneceu e publicou a visão da Marinha à respeito do fato. Temos que tomar cuidado, pois em tempos tão difíceis, nem sempre a lógica prevalece.

Abraços.




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alex
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#17 Mensagem por alex » Sex Jul 15, 2005 12:49 pm

Os sonares rebocados eram equipamentos de apenas 02 fragatas, não eram equip. comuns na frota, ou seja, apenas alguns elementos de 02 tripulações tinham conhecimento de operação deste equipamento. Achar que é só retirar o equipamento e depois colocar novamente e tudo bem , sai operando é uma ideia muito simplista. os operadores podem ser transferidos, terem promoções ou se retirarem da força (afinal nenhuma das FA do Brasil é profissional) . quanto tempo levaria para treinar novamente um profissional?
Esta desculpa é de uma Marinha dura e que já esta se preparando para ser uma marinha de brown waters.




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#18 Mensagem por Ricardo Rosa » Sáb Jul 16, 2005 7:15 am

alex escreveu:Os sonares rebocados eram equipamentos de apenas 02 fragatas, não eram equip. comuns na frota, ou seja, apenas alguns elementos de 02 tripulações tinham conhecimento de operação deste equipamento. Achar que é só retirar o equipamento e depois colocar novamente e tudo bem , sai operando é uma ideia muito simplista. os operadores podem ser transferidos, terem promoções ou se retirarem da força (afinal nenhuma das FA do Brasil é profissional) . quanto tempo levaria para treinar novamente um profissional?
Esta desculpa é de uma Marinha dura e que já esta se preparando para ser uma marinha de brown waters.



Bom dia a todos,

Infelizmente, também acho Alex.




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VICTOR
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#19 Mensagem por VICTOR » Sáb Jul 16, 2005 10:33 am

Marechal-do-ar escreveu:Sim MCD,
Mas para a guerra ASW o modo ativo é muito mais util ja que submarinos tentam ao máximo não fazer barulho e se é para ter apenas um sonar passivo podemos coloca-lo no casco ja que sonares passivos não sofrem tanto com a salinidade da água.

Errado. Os VDS são feitos para serem usados em passivo. Sua vantagem é justamente poder ficar mais longe dos ruídos produzidos pelo casco da fragata, permitindo uma escuta passiva muito mais adequada. Além disso, o VDS pode ser colocado abaixo da camada-limite termóclina, que é a fronteira entre água quente e fria. A camada-limite altera a refração e permite que os subs se encondam embaixo dela.

Se for para usar sonar ativo, pode ser o do casco mesmo. Não precisa de VDS para isso.

Um sonar ativo é como uma buzina, você não pode ficar buzinando por aí, senão denuncia sua própria presença a dezenas de mihas. O sonar ativo é mais usado na aquisição final do alvo, ou se há suspeita de haver um sub exatamente embaixo da frota. Outro uso comum é por helicópteros e corvetas de patrulha, em águas territoriais, já que aí não precisa se enconder.




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#20 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Jul 16, 2005 12:24 pm

Victor... Acho que você confundiu as coisas... O sonar ativo sofre muito mais com a camada-limite do que um sonar passivo, usa-lo no casco é perda de tempo ja que todos os subs se esconderam abaixo dela, e ele não é só para confirmar o alvo, desde que foi inventado é o sensor principal na guerra ASW ja que o passivo não consegue encontrar algo que não faz barulho (um submarino parado por exemplo), apenas com a entrada dos torpedos guiados os almirantes viram um problema, se usassem-no o alvo saberia onde eles estão e dispararia um torpedo com quase 100% de certeza, se não o usarem não acharam o sub antes dele disparar, a saída foi colocar esses sensores em helicópteros que são quase imunes a submarinos.




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#21 Mensagem por VICTOR » Sáb Jul 16, 2005 12:33 pm

:roll: Aff... :roll: A teoria do sonar ativo é similar à do radar, no que se refere a emissões no campo de combate. Você já leu a analogia sobre os radares, no qual se fala num campo de futebol na completa escuridão, com as pessoas tentando se achar com lanternas de mão, onde as lanternas representam os radares? Pois sim, o sonar ativo sofre do mesmo mal: quem emite é detectado muito antes do que quem está sem emitir. Isso é básico.

Ninguém sai buzinando com sonar por aí, a não ser que esteja no quintal de casa. Você acha que um Rafale sai por aí com o RBE2 ligado no máximo para tentar achar alguém? Então, é similar...




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#22 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Jul 16, 2005 12:56 pm

Victor, na segunda guerra os destroiers americanos mantinham o sonar ativo ligado o tempo todo e obtinham muito sucesso apesar de depender de cargas de profundidade, na época os torpedos não eram guiados e tinham um pequeno alcance, quando os destroiers detectavam um sub eles sabiam que o sub ja os tinha detectado antes mas isso não era problema, os destroiers começavam a navegar na direção do sub em zig-zague de forma a evitar os torpedos, o resultado era o sub no fundo, quando surgiram os torpedos guiados isso ja não era mais possivel ja que se o navio ficasse com o sonar ligado o tempo todo seria detectado e destruído, a única forma de achar um submarino sem ser destruído passou a ser as sonobóias e os helicópteros, fragatas passaram a ser apenas uma base flutuante.




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#23 Mensagem por Ricardo Rosa » Sáb Jul 16, 2005 1:50 pm

Marechal-do-ar escreveu:Victor, na segunda guerra os destroiers americanos mantinham o sonar ativo ligado o tempo todo e obtinham muito sucesso apesar de depender de cargas de profundidade, na época os torpedos não eram guiados e tinham um pequeno alcance, quando os destroiers detectavam um sub eles sabiam que o sub ja os tinha detectado antes mas isso não era problema, os destroiers começavam a navegar na direção do sub em zig-zague de forma a evitar os torpedos, o resultado era o sub no fundo, quando surgiram os torpedos guiados isso ja não era mais possivel ja que se o navio ficasse com o sonar ligado o tempo todo seria detectado e destruído, a única forma de achar um submarino sem ser destruído passou a ser as sonobóias e os helicópteros, fragatas passaram a ser apenas uma base flutuante.



Boa tarde a todos,

Marechal, nem sempre poderemos contar, para fins de patrulha e até mesmo detecção, com um número satisfatório de modernos helicópteros equipados com potentes sonares e sonobóias (vide exemplo: Marinha do Brasil). Acho que não podemos, de forma alguma, descartar o valor militar de plataformas navais como fragatas e contratorpedeiros, elementos essenciais e indispensáveis para a própria condução da Guerra Naval, em suas diferentes vertentes. Na minha opinião, os helicópteros são importantes vetores, porém, são complemento das unidades navais, verdadeiros protagonistas, assim como os submarinos, da Guerra ASW.

Abraços.




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#24 Mensagem por Spectral » Sáb Jul 16, 2005 2:19 pm

Os VDS estão desactualizados face às modernas ameaças e aos novos sonares, quer towed-array quer de casco.

The US does not employ VDS Sonar any longer. It was phased out probably 10-15 years ago, along with the demise of the Knox class frigates. One of the problems inherent with hull mounted active sonar is it's inability to detect submarines reliably below "the layer." Depending on the time of year, the geographic location, and the weather, the water temperature can remain relatively constant down to a given depth, say on average 200-400 feet. Below that, the temperature declines rapidly (the thermocline), until you reach the region of "deep cold water," which remains constant, a couple of degrees above freezing. Temperature is the biggest single factor affecting sound speed. Without getting too technical, temperature and pressure changes affect the way sound rays travel from a source. Basically, the layer acts as a semi-permeable wall. Depending on the angle at which a sound ray approaches the layer, some of the sound bends or reflects off the layer back towards the surface, while the sharper angle sound rays penetrate through the layer, and change direction significantly. Basically, this causes a sonar hole, or shadow zone below the layer which is a great place for a submarine to hide. By the way, none of this is classified. You can read about this in any good college textbook on oceanography. The purpose of VDS sonar is to lower an active sonar transducer below the layer and eliminate the shadow zone. The downside to VDS is that it is a relatively high frequency, low power sonar and those characteristics are driven by the size of the transducer which has to be small. High freq and low power means relatively short detection ranges. Another drawback is that it seriously hampers ship maneuvering.



Hoje em dia cada vez mais se usam apenas os sonares em modo passivo, excepto em ocasiões de guerra costeira em que o sinal captado vem com tanto ruído que é dificil analisá-lo.




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#25 Mensagem por VICTOR » Dom Jul 17, 2005 11:16 am

Spectral escreveu:Os VDS estão desactualizados face às modernas ameaças e aos novos sonares, quer towed-array quer de casco.
Hoje em dia cada vez mais se usam apenas os sonares em modo passivo, excepto em ocasiões de guerra costeira em que o sinal captado vem com tanto ruído que é dificil analisá-lo.

Exato, a tática hoje é ficar quieto, em modo passivo, plotando os contatos. Quem sair por aí bipando o sonar ativo só vai espantar os contatos.

Para modo passivo, o melhor são os arranjos rebocados (towed arrays), que ficam longe dos ruídos da embarcação e podem ficar abaixa da camada-limite se necessário. Isso vale para submarinos também - nesse caso, pode-se até navegar abaixo da camada e deixar a "cauda" rebocada acima da camada, uma tática discreta e eficiente de patrulha / emboscada.

Spectral, mein Freund, você teria a fonte do texto que vc postou?




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#26 Mensagem por Spectral » Dom Jul 17, 2005 11:33 am

Oops tinha-me esquecido...

é

http://mediawiki.advancedgaming.biz/index.php/Sonar_model

A página é sobre a mecânica de jogo do Harpoon 3, mas dado o grau de complexidade e de aproximação à realidade desta simulação, é uma excelente fonte de informação.




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#27 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Jul 17, 2005 12:28 pm

Victor... sonares de casco ou rebocados não diferem muito, o funcionamento do sonar evita que o barulho do motor interfira no sinal, o navio ficara sem saber apenas o que acontece atrás do motor (e se este estiver funcionando), sendo assim ele só correria o risco de ser destruído por algo que se aproxima muito rápido por trás.




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#28 Mensagem por VICTOR » Dom Jul 17, 2005 5:09 pm

Sim, Marechal, tá bom, "sonares de casco ou rebocados não diferem muito"..., obrigado pela informação.

:roll: Aff... :roll:




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#29 Mensagem por rodrigo » Ter Mar 07, 2006 11:14 am

Projeto MODFRAG

A Modernização das Fragatas Classe "Niterói"

As seis Fragatas Classe Niterói entraram em serviço entre os anos de 1976 e 1980, sustituindo antigos navios desenvolvidos durante a Segunda Guerra Mundial.

Na década de 80 a Marinha decidiu modernizar as suas Fragatas, dando maior ênfase à sua capacidade de defesa antiaérea. Após identificação dos sistemas que deveriam ser substituídos/modificados, foram realizados as seguintes alterações:

Alterações Introduzidas

- substituição dos míisseis superfície-ar "SEACAT" por "ASPIDE", de maior alcance;
- substituição dos canhões de 40mm controlados manualmente por canhões de 40mm automáticos, em versão específica para emprego contra mísseis;
- substituição dos sistemas de controle tático e de direção de tiro desenvolvidos na Inglaterra, pelo Sistema de Controle Tático e de Armas versão II (SICONTA II), desenvolvido no Brasil, dotado com recursos incomparavelmente mais eficazes;
- substituição da totalidade dos sensores (radares, IFF, equipamento MAGE, sonar e rastreador optrônico) por equipamentos de desempenho superior, utilizadores de técnicas digitais de processamento de sinais;
- substituição do antigo sistema analógico de controle da propulsão e das máquinas auxiliares pelo novo sistema (SCMPA);
- ampliação da capacidade de guerra eletrônica pelo acréscimo de um equipamento de CME e de um lançador de despistadores de mísseis (SLDM), ambos desenvolvidos no Instituto de Pesquisas da Marinha;
- instalação de um sistema de comunicação digital, interiores e exteriores, repetidora de radar e hodômetro; e
- tratamento magnético do casco, instalação de caldeiras auxiliares, revisão de turbinas, implantação de sistemas digitais de monitoramento do controle de avarias e para a obtenção de oxigênio e água potável a partir da água do mar, instalação de sistema de osmose reserva.




Em setembro de 2003 foi criada a Gerência Especial para a Modernização das Fragatas Classe Niterói (GEM/FCN) para coordenar e controlar as ações planejadas e manter entendimentos com as OM executoras e outras Organizações envolvidas com a modernização das Fragatas. A GEM/FCN é subordinada diretamente à Coordenadoria do Programa de Reaparelhaneto da Marinha (C-PRM), e esta à Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM).

Já foram modernizadas e entregues à ESQUADRA as Fragatas:

"Liberal" (F43), em 11/03/2005;
"Independência" (F44), em 11/03/2005;
"Defensora" (F41), em 16/07/2005;
"União" (F45), em 02/09/2005; e
"Niterói" (F40), em 08/12/2005.

A Fragata Constituição (F42), no dia 24 de fevereiro, foi aprovada nos últimos testes de aceitação de seus sistemas de combate concluindo o seu período de modernização. O evento marca o encerramento do projeto MODFRAG que, fruto de esforço continuado da Marinha do Brasil, elevou de forma significativa as capacidades operacionais das nossas Fragatas da Classe Niterói. Além disso, realço o aspecto que a MB passa a operar navios com sistemas de combate concebidos, produzidos e integrados em nosso País.

Imagem

http://www.defesanet.com.br/marinha/modfrag.htm




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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#30 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Mar 07, 2006 11:43 am

Com este investimento na modernização e actualização dos sistemas, qual a previsão da MB para utilização das Niteroi ao seu serviço?




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