Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#451 Mensagem por DELTA22 » Dom Abr 03, 2011 5:57 pm

Hader escreveu:
DELTA22 escreveu:Acho interessante termos valores para comparar com Chernobyl...

10 R/hr (roentgen por hora) = 0.1 Sv/h --- É isso mesmo? Está certo???
O Sv é uma unidade para radiação absorvida. Envolve o uso de fator biológico Q (efetividade biológica relativa) para multiplicar as doses absorvidas em rad ou Gy e transformar em doses equivalentes de radiação gama ou X.

1 Sv = 100 rem (roentgem equivalent man)


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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#452 Mensagem por DELTA22 » Dom Abr 03, 2011 7:25 pm

O que estão escondendo em Fukushima

O especialista japonês Hirose Takashi propõe a solução sarcófago para Fukushima, enterrar tudo sob cimento, como se fez em Chernobyl. Para ele, Tóquio e Osaka correm um perigo real. Entrevistadores: Yoh Sen'ei e Maeda Mari.

30 Março, 2011 - 00:04

Hirose Takashi escreveu uma prateleira de livros, a maioria sobre a indústria da energia nuclear e o complexo militar-industrial. O seu livro mais conhecido é provavelmente “Nuclear Power Plants for Tokyo” no qual ele leva a lógica dos promotores da energia nuclear à seguinte conclusão lógica: se têm tanta certeza de que as centrais nucleares são seguras, por que não construí-las no centro da cidade, em vez de a centenas de quilômetros, perdendo metade da electricidade pelos cabos condutores?

De certa forma, deu a entrevista, que está parcialmente traduzida abaixo, contra os seus impulsos. Hoje, falei ao telefone com ele (22 de março de 2011) e disse-me que, embora fizesse sentido apoiar a energia nuclear naquela altura, agora que o desastre começou ele ficou calado, mas as mentiras que estão contando na rádio e na TV são tão flagrantes que tinha de falar.

Traduzi apenas o primeiro terço desta entrevista, a parte que diz respeito ao que está a acontecer nas centrais de Fukushima. Na última parte, ele falou sobre o quão perigosa é a radiação em geral, e também sobre o perigo contínuo causado pelos terremotos.

Depois de ler o seu relato, vai perguntar-se sobre o porquê de continuarem a lançar água sobre os reatores, em vez de aceitarem que a solução é o sarcófago (isto é, enterrar os reatores em betume). Avalio que existem algumas respostas. Primeira, aqueles reatores foram caros e não dá para arcar com o custo financeiro. Outra, e mais importante, aceitar a solução sarcófago significaria admitir que estavam errados e não podem resolver a situação. Por um lado, é demasiada culpa para um ser humano suportar. Por outro, significa a derrota da ideia da energia nuclear, uma ideia à qual se devotam religiosamente. Representa não só a perda destes seis reatores (ou dez), mas também o encerramento dos outros todos, uma catástrofe financeira. Se os conseguirem arrefecer e pô-los a funcionar, então podem dizer “vêem, a energia nuclear não é assim tão perigosa”.

Fukushima é uma tragédia que o mundo inteiro está assistindo e pode acabar numa derrota (perante a sua esperança, que penso existir sem fundamento) ou numa vitória para a energia nuclear. O relato de Hirose pode ajudar-nos a perceber o que está em jogo.

(Apresentação de Douglas Lummis (*))

Hirose Takashi: O Acidente na Central Nuclear de Fukushima e os Meios de Comunicação
Difundido por Asahi NewStar, 17 de Março de 2011

Entrevistadores: Yoh Sen'ei e Maeda Mari

Muitas pessoas viram água sendo lançada sobre os reatores a partir do ar e do chão. Isso é eficaz?
Se se quiser arrefecer um reator com água, tem de circulá-la lá dentro, de modo a tirar o calor, de outra forma não serve para nada. Por isso, a única solução é voltar a ligar a electricidade. Se não, é como deitar água em lava.

Voltar a ligar a eletricidade – isso para reiniciar o sistema de arrefecimento?
Sim, o acidente foi causado pelo fato de o tsunami ter inundado os geradores de emergência, destruindo os seus depósitos de combustível. Se isso não for reparado, não há possibilidade de se recuperar deste acidente.

A TEPCO (Tokyo Electric Power Company, proprietária e gestora das centrais nucleares) diz que esperam voltar a ter uma linha de alta voltagem ainda esta noite.
Sim, existe uma réstia de esperança. Mas o que é preocupante é que um reator nuclear não é como os desenhos esquemáticos que as imagens mostram. Isto é apenas um cartoon.

Imagem
Aqui está como é por baixo de um contentor do reator. Isto é a parte final do reator. Veja bem. É uma floresta de alavancas, fios e canos.
Imagem

Na televisão, surgem estes pseudo-académicos e dão-nos explicações simples, mas não sabem nada, estes professores universitários. Só os engenheiros sabem. Aqui é onde a água deve ser jogada. Este labirinto de canos é suficiente para provocar tonturas. A sua estrutura é demasiado complexa para nós entendermos.

Há uma semana que têm lançado água por aqui. E é água salgada, ok? Se joga água salgada numa fornalha, o que pensa que acontece? Fica com sal, que entra em todas estas válvulas e as paralisa. Não se mexem. Isto vai acontecer em toda parte. Portanto, não acredito que seja apenas uma questão de se voltar a ter eletricidade e a água começará a circular outra vez. Penso que qualquer engenheiro com um pouco de imaginação entende isto. Temos um sistema incrivelmente complexo como este e depois joga-se água a partir de um helicóptero – talvez eles tenham uma ideia de como isto funciona, mas eu não entendo.

Serão necessárias 1300 toneladas de água para encher as piscinas que contêm as varas de combustível que foram gastas nos reatores 3 e 4. Esta manhã foram 30 toneladas. Depois, as Forças de Defesa vão canalizar mais 30 toneladas a partir de cinco caminhões. Isto não é nem perto do que é preciso, terão de continuar. Esta operação de jogar água pelas mangueiras mudará a situação?

Em princípio, não. Mesmo quando um reator não está danificado, requer controle constante para manter a temperatura baixa, em níveis seguros. Agora está tudo voltado do avesso, e quando penso nos restantes 50 operadores, fico com lágrimas nos olhos. Suponho que foram expostos a enormes quantidades de radiação, e aceitaram enfrentar a morte ao estar lá dentro. Quanto tempo terão? Quero dizer, fisicamente. É a isto que a situação chegou. Quando vejo os tais relatos na televisão, quero dizer-lhes, “Se realmente é assim, então vai lá tu!” A sério, eles dizem estes disparates para tentar acalmar toda a gente, evitar o pânico. O que precisamos agora é justamente de pânico, porque a situação chegou ao ponto em que o perigo é real.

Se eu fosse o primeiro-ministro Kan, ordenaria que fosse feito o que a União Soviética fez quando da explosão do reator de Chernobyl, a solução sarcófago, enterrar tudo sob cimento, pôr todas as empresas de cimento do Japão a trabalhar e jogá-lo a partir do ar. Temos de esperar o pior. Por quê? Porque em Fukushima está a Central Daiichi, com seis reatores e a Central Daini, com outros quatro, num total de dez. Se apenas um deles evolui para o pior, então os trabalhadores terão de evacuar o lugar ou ficar e colapsar. Se, por exemplo, um dos reatores em Daiichi for abaixo, para os outros cinco será uma questão de tempo. Não podemos adivinhar em que ordem, mas com certeza todos eles cairão. Se isso acontecer, Daini não é assim tão longe, e provavelmente os seus reatores também não sobreviverão. Acredito que os trabalhadores não vão poder ficar lá.

Estou falando do pior caso, mas a probabilidade não é baixa. É este o perigo que o mundo está assistindo. Só no Japão é que está sendo escondido. Como se sabe, dos seis reatores de Daiichi, quatro encontram-se em estado crítico. Mesmo que tudo corra bem e a circulação da água seja restaurada, os outros três poderão ainda dar problemas. Quatro estão em crise, e para recuperarem em 100%, odeio dizê-lo, estou pessimista. Se isso correr mal, para salvar as pessoas, temos de pensar numa forma de reduzir a fuga de radiação para o nível mínimo possível. Não através de água com mangueiras, que é como borrifar o deserto. Temos de pensar que os seis poderão colapsar, e a possibilidade de tal acontecimento não é baixa. Todo mundo sabe quanto tempo demora um tufão a passar pelo Japão; geralmente leva uma semana. Isto é, com um vento de 2m/s, pode levar cinco até que todo o Japão fique coberto de radiação. E não estamos a falar de distâncias de 20 ou 30 km, mas sim de 100 km. Significa Tóquio, Osaka. E assim, rapidamente se pode espalhar uma nuvem radioactiva. Claro que dependerá do tempo, não podemos saber de antemão como é que a radiação se distribuiria. Há dois dias, no dia 15 (de março), o vento soprava em direção a Tóquio. É assim...

Todos os dias o governo local mede a radioatividade. Todos os canais de televisão estão dizendo que, embora a radiação aumente, ainda não é alta o suficiente para ser um perigo para a saúde. Comparam-na a um raio-X no estômago. Qual é a verdade?

Por exemplo, ontem. À volta da Estação Daiichi de Fukushima, mediram 400 milisievert (1) por hora. Com esta medição, Edano (Secretário do Chefe de Gabinete) admitiu pela primeira vez que havia um perigo para a saúde, mas não explicou o que isto quer dizer. Toda a informação dos meios de comunicação está falhando. Estão dizendo coisas estúpidas, como: “mas nós estamos sempre expostos à radiação durante o nosso dia-a-dia, recebemos radiação do espaço.” Mas isto é 1 milisievert por ano. Um ano tem 365 dias, um dia 24h; multiplique-se 365 por 24 e obtemos 8760. Multiplique-se 400 milisieverts por isto e obtemos 3 500 000 vezes a dose normal. Chamamos a isto seguro? E os meios de comunicação noticiaram isto? Nada. A razão pela qual a radiação pode ser medida é porque o material radioativo está escapando. É perigoso quando este material entra no nosso corpo e emite radiação a partir de dentro.

Estes acadêmicos porta-vozes da indústria vêm a televisão e dizem o quê? Dizem que, ao deslocarmo-nos em sentido contrário, a redução da radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Eu digo o contrário. A radiação interna acontece quando o material radioativo está dentro do corpo. O que acontece? Digamos que estamos a um metro de uma partícula nuclear: ao respirarmos, ela entra no nosso corpo; a distância entre nós e a partícula é agora de um micron. Um metro são mil milímetros, um micron é um milésimo de um mílimetro. Ou seja, mil vezes mil: um milhar quadrado. Este é o significado real do “inversamente proporcional do quadrado da distância.” A exposição à radiação aumenta no fator de um trilhão. Inspirar a mais pequena partícula, é este o perigo.

Então, comparações com raios-x e Tomografias não é possível, porque se pode inspirar material radioativo.

Sim, é isso. Quando entra no nosso corpo, não se pode dizer para onde vai. O maior risco são as mulheres, especialmente, mulheres grávidas, e crianças pequenas. Agora estão falando sobre iodo e césio2 (2), mas isso é só parte do assunto, não estão usando os instrumentos próprios para detecção. O que eles chamam monitorização significa apenas a medida da quantidade de radiação no ar. Os seus instrumentos não comem. O que eles medem não tem conexão com a quantidade de material radioativo.

Então, os danos causados pelos raios radioativos e por material radioativo não são os mesmos.

Se perguntar: existem quaisquer raios radioativos da Central Nuclear de Fukushima neste estúdio, a resposta é não. Mas as partículas radioativas são transportadas pelo ar. Quando o núcleo começa a derreter, os elementos que estão dentro, com o iodo, tornam-se gases. Elevam-se no ar, se houver alguma falha escapa para fora.

Existe alguma forma de detectar isto?

Um jornalista disse-me que a TEPCO não tem capacidade nem para fazer a monitorização regular. Apenas fazem medições ocasionais, que são a base das declarações de Edano. Devem realizar-se medições constantes, mas eles não estão em condições de fazê-las. E é preciso investigar o quê e quanto está escapando, o que requer instrumentos de medição muito sofisticados. Não se pode fazê-lo apenas através de um posto de medição, que não chega medir o nível de radiação no ar. Precisamos saber que tipo de materiais radioativos estão escapando, e para onde vão – não têm um sistema capaz de fazer isso agora.

(*) Douglas Lummis é um cientista político que vive em Okinawa e é o autor de “Radical Democracy”. Lummis pode ser contactado através de: ideaspeddler@gmail.com

Retirado de Counterpunch

Tradução de Sofia Gomes para o Esquerda.net

(1) O sievert, cujo símbolo é Sv, é a unidade SI de dose equivalente e pode ser definida como a dose equivalente quando a dose absorvida da radiação de ionização multiplicada pelos fatores estipulados adimensionais é 1 Joule por quilograma.

(2) Metal alcalino.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#453 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 04, 2011 2:06 am





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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#454 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 04, 2011 2:38 am

DELTA22 escreveu:
O que estão escondendo em Fukushima

O especialista japonês Hirose Takashi propõe a solução sarcófago para Fukushima, enterrar tudo sob cimento, como se fez em Chernobyl. Para ele, Tóquio e Osaka correm um perigo real. Entrevistadores: Yoh Sen'ei e Maeda Mari.

30 Março, 2011 - 00:04

Hirose Takashi escreveu uma prateleira de livros, a maioria sobre a indústria da energia nuclear e o complexo militar-industrial. O seu livro mais conhecido é provavelmente “Nuclear Power Plants for Tokyo” no qual ele leva a lógica dos promotores da energia nuclear à seguinte conclusão lógica: se têm tanta certeza de que as centrais nucleares são seguras, por que não construí-las no centro da cidade, em vez de a centenas de quilômetros, perdendo metade da electricidade pelos cabos condutores?

De certa forma, deu a entrevista, que está parcialmente traduzida abaixo, contra os seus impulsos. Hoje, falei ao telefone com ele (22 de março de 2011) e disse-me que, embora fizesse sentido apoiar a energia nuclear naquela altura, agora que o desastre começou ele ficou calado, mas as mentiras que estão contando na rádio e na TV são tão flagrantes que tinha de falar.

Traduzi apenas o primeiro terço desta entrevista, a parte que diz respeito ao que está a acontecer nas centrais de Fukushima. Na última parte, ele falou sobre o quão perigosa é a radiação em geral, e também sobre o perigo contínuo causado pelos terremotos.

Depois de ler o seu relato, vai perguntar-se sobre o porquê de continuarem a lançar água sobre os reatores, em vez de aceitarem que a solução é o sarcófago (isto é, enterrar os reatores em betume). Avalio que existem algumas respostas. Primeira, aqueles reatores foram caros e não dá para arcar com o custo financeiro. Outra, e mais importante, aceitar a solução sarcófago significaria admitir que estavam errados e não podem resolver a situação. Por um lado, é demasiada culpa para um ser humano suportar. Por outro, significa a derrota da ideia da energia nuclear, uma ideia à qual se devotam religiosamente. Representa não só a perda destes seis reatores (ou dez), mas também o encerramento dos outros todos, uma catástrofe financeira. Se os conseguirem arrefecer e pô-los a funcionar, então podem dizer “vêem, a energia nuclear não é assim tão perigosa”.

Fukushima é uma tragédia que o mundo inteiro está assistindo e pode acabar numa derrota (perante a sua esperança, que penso existir sem fundamento) ou numa vitória para a energia nuclear. O relato de Hirose pode ajudar-nos a perceber o que está em jogo.

(Apresentação de Douglas Lummis (*))

Hirose Takashi: O Acidente na Central Nuclear de Fukushima e os Meios de Comunicação
Difundido por Asahi NewStar, 17 de Março de 2011

Entrevistadores: Yoh Sen'ei e Maeda Mari

Muitas pessoas viram água sendo lançada sobre os reatores a partir do ar e do chão. Isso é eficaz?
Se se quiser arrefecer um reator com água, tem de circulá-la lá dentro, de modo a tirar o calor, de outra forma não serve para nada. Por isso, a única solução é voltar a ligar a electricidade. Se não, é como deitar água em lava.

Voltar a ligar a eletricidade – isso para reiniciar o sistema de arrefecimento?
Sim, o acidente foi causado pelo fato de o tsunami ter inundado os geradores de emergência, destruindo os seus depósitos de combustível. Se isso não for reparado, não há possibilidade de se recuperar deste acidente.

A TEPCO (Tokyo Electric Power Company, proprietária e gestora das centrais nucleares) diz que esperam voltar a ter uma linha de alta voltagem ainda esta noite.
Sim, existe uma réstia de esperança. Mas o que é preocupante é que um reator nuclear não é como os desenhos esquemáticos que as imagens mostram. Isto é apenas um cartoon.

Imagem
Aqui está como é por baixo de um contentor do reator. Isto é a parte final do reator. Veja bem. É uma floresta de alavancas, fios e canos.
Imagem

Na televisão, surgem estes pseudo-académicos e dão-nos explicações simples, mas não sabem nada, estes professores universitários. Só os engenheiros sabem. Aqui é onde a água deve ser jogada. Este labirinto de canos é suficiente para provocar tonturas. A sua estrutura é demasiado complexa para nós entendermos.

Há uma semana que têm lançado água por aqui. E é água salgada, ok? Se joga água salgada numa fornalha, o que pensa que acontece? Fica com sal, que entra em todas estas válvulas e as paralisa. Não se mexem. Isto vai acontecer em toda parte. Portanto, não acredito que seja apenas uma questão de se voltar a ter eletricidade e a água começará a circular outra vez. Penso que qualquer engenheiro com um pouco de imaginação entende isto. Temos um sistema incrivelmente complexo como este e depois joga-se água a partir de um helicóptero – talvez eles tenham uma ideia de como isto funciona, mas eu não entendo.

Serão necessárias 1300 toneladas de água para encher as piscinas que contêm as varas de combustível que foram gastas nos reatores 3 e 4. Esta manhã foram 30 toneladas. Depois, as Forças de Defesa vão canalizar mais 30 toneladas a partir de cinco caminhões. Isto não é nem perto do que é preciso, terão de continuar. Esta operação de jogar água pelas mangueiras mudará a situação?

Em princípio, não. Mesmo quando um reator não está danificado, requer controle constante para manter a temperatura baixa, em níveis seguros. Agora está tudo voltado do avesso, e quando penso nos restantes 50 operadores, fico com lágrimas nos olhos. Suponho que foram expostos a enormes quantidades de radiação, e aceitaram enfrentar a morte ao estar lá dentro. Quanto tempo terão? Quero dizer, fisicamente. É a isto que a situação chegou. Quando vejo os tais relatos na televisão, quero dizer-lhes, “Se realmente é assim, então vai lá tu!” A sério, eles dizem estes disparates para tentar acalmar toda a gente, evitar o pânico. O que precisamos agora é justamente de pânico, porque a situação chegou ao ponto em que o perigo é real.

Se eu fosse o primeiro-ministro Kan, ordenaria que fosse feito o que a União Soviética fez quando da explosão do reator de Chernobyl, a solução sarcófago, enterrar tudo sob cimento, pôr todas as empresas de cimento do Japão a trabalhar e jogá-lo a partir do ar. Temos de esperar o pior. Por quê? Porque em Fukushima está a Central Daiichi, com seis reatores e a Central Daini, com outros quatro, num total de dez. Se apenas um deles evolui para o pior, então os trabalhadores terão de evacuar o lugar ou ficar e colapsar. Se, por exemplo, um dos reatores em Daiichi for abaixo, para os outros cinco será uma questão de tempo. Não podemos adivinhar em que ordem, mas com certeza todos eles cairão. Se isso acontecer, Daini não é assim tão longe, e provavelmente os seus reatores também não sobreviverão. Acredito que os trabalhadores não vão poder ficar lá.

Estou falando do pior caso, mas a probabilidade não é baixa. É este o perigo que o mundo está assistindo. Só no Japão é que está sendo escondido. Como se sabe, dos seis reatores de Daiichi, quatro encontram-se em estado crítico. Mesmo que tudo corra bem e a circulação da água seja restaurada, os outros três poderão ainda dar problemas. Quatro estão em crise, e para recuperarem em 100%, odeio dizê-lo, estou pessimista. Se isso correr mal, para salvar as pessoas, temos de pensar numa forma de reduzir a fuga de radiação para o nível mínimo possível. Não através de água com mangueiras, que é como borrifar o deserto. Temos de pensar que os seis poderão colapsar, e a possibilidade de tal acontecimento não é baixa. Todo mundo sabe quanto tempo demora um tufão a passar pelo Japão; geralmente leva uma semana. Isto é, com um vento de 2m/s, pode levar cinco até que todo o Japão fique coberto de radiação. E não estamos a falar de distâncias de 20 ou 30 km, mas sim de 100 km. Significa Tóquio, Osaka. E assim, rapidamente se pode espalhar uma nuvem radioactiva. Claro que dependerá do tempo, não podemos saber de antemão como é que a radiação se distribuiria. Há dois dias, no dia 15 (de março), o vento soprava em direção a Tóquio. É assim...

Todos os dias o governo local mede a radioatividade. Todos os canais de televisão estão dizendo que, embora a radiação aumente, ainda não é alta o suficiente para ser um perigo para a saúde. Comparam-na a um raio-X no estômago. Qual é a verdade?

Por exemplo, ontem. À volta da Estação Daiichi de Fukushima, mediram 400 milisievert (1) por hora. Com esta medição, Edano (Secretário do Chefe de Gabinete) admitiu pela primeira vez que havia um perigo para a saúde, mas não explicou o que isto quer dizer. Toda a informação dos meios de comunicação está falhando. Estão dizendo coisas estúpidas, como: “mas nós estamos sempre expostos à radiação durante o nosso dia-a-dia, recebemos radiação do espaço.” Mas isto é 1 milisievert por ano. Um ano tem 365 dias, um dia 24h; multiplique-se 365 por 24 e obtemos 8760. Multiplique-se 400 milisieverts por isto e obtemos 3 500 000 vezes a dose normal. Chamamos a isto seguro? E os meios de comunicação noticiaram isto? Nada. A razão pela qual a radiação pode ser medida é porque o material radioativo está escapando. É perigoso quando este material entra no nosso corpo e emite radiação a partir de dentro.

Estes acadêmicos porta-vozes da indústria vêm a televisão e dizem o quê? Dizem que, ao deslocarmo-nos em sentido contrário, a redução da radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Eu digo o contrário. A radiação interna acontece quando o material radioativo está dentro do corpo. O que acontece? Digamos que estamos a um metro de uma partícula nuclear: ao respirarmos, ela entra no nosso corpo; a distância entre nós e a partícula é agora de um micron. Um metro são mil milímetros, um micron é um milésimo de um mílimetro. Ou seja, mil vezes mil: um milhar quadrado. Este é o significado real do “inversamente proporcional do quadrado da distância.” A exposição à radiação aumenta no fator de um trilhão. Inspirar a mais pequena partícula, é este o perigo.

Então, comparações com raios-x e Tomografias não é possível, porque se pode inspirar material radioativo.

Sim, é isso. Quando entra no nosso corpo, não se pode dizer para onde vai. O maior risco são as mulheres, especialmente, mulheres grávidas, e crianças pequenas. Agora estão falando sobre iodo e césio2 (2), mas isso é só parte do assunto, não estão usando os instrumentos próprios para detecção. O que eles chamam monitorização significa apenas a medida da quantidade de radiação no ar. Os seus instrumentos não comem. O que eles medem não tem conexão com a quantidade de material radioativo.

Então, os danos causados pelos raios radioativos e por material radioativo não são os mesmos.

Se perguntar: existem quaisquer raios radioativos da Central Nuclear de Fukushima neste estúdio, a resposta é não. Mas as partículas radioativas são transportadas pelo ar. Quando o núcleo começa a derreter, os elementos que estão dentro, com o iodo, tornam-se gases. Elevam-se no ar, se houver alguma falha escapa para fora.

Existe alguma forma de detectar isto?

Um jornalista disse-me que a TEPCO não tem capacidade nem para fazer a monitorização regular. Apenas fazem medições ocasionais, que são a base das declarações de Edano. Devem realizar-se medições constantes, mas eles não estão em condições de fazê-las. E é preciso investigar o quê e quanto está escapando, o que requer instrumentos de medição muito sofisticados. Não se pode fazê-lo apenas através de um posto de medição, que não chega medir o nível de radiação no ar. Precisamos saber que tipo de materiais radioativos estão escapando, e para onde vão – não têm um sistema capaz de fazer isso agora.

(*) Douglas Lummis é um cientista político que vive em Okinawa e é o autor de “Radical Democracy”. Lummis pode ser contactado através de: ideaspeddler@gmail.com

Retirado de Counterpunch

Tradução de Sofia Gomes para o Esquerda.net

(1) O sievert, cujo símbolo é Sv, é a unidade SI de dose equivalente e pode ser definida como a dose equivalente quando a dose absorvida da radiação de ionização multiplicada pelos fatores estipulados adimensionais é 1 Joule por quilograma.

(2) Metal alcalino.
Aqui esta o vídeo da entrevista.







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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#455 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 04, 2011 3:43 am

Hader escreveu:
DELTA22 escreveu:Acho interessante termos valores para comparar com Chernobyl...

10 R/hr (roentgen por hora) = 0.1 Sv/h --- É isso mesmo? Está certo???
O Sv é uma unidade para radiação absorvida. Envolve o uso de fator biológico Q (efetividade biológica relativa) para multiplicar as doses absorvidas em rad ou Gy e transformar em doses equivalentes de radiação gama ou X.

1 Sv = 100 rem (roentgem equivalent man)


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O dado mais elevado de Fukushima registrado seria, acima de 1000 msv/h água do reator 2, acima quanto o limite ainda não liberaram alguns boatos dizem estar entre 2000 msv/h a 6000 msv/h.

Chernobyl chegou a registrar 300.000 msv/h, de qualquer forma passar de uma dose de 100 msv/ por ano se aumenta em 4 ou 5% as chances de adquirir câncer no futuro.

Segundo dados de universidades locais, as pessoas expostas nas áreas perto de fukushima entre 20km~40km aumentaram em 0.2% as chances de desenvolver câncer e a proporção seria de 1/1000 pessoas adultas, agora se forem crianças pode chegar a 100/1000 pessoas.

Eu não confio muito nestes dados pois dizem que depois dos casos de crianças afetadas em Chernobyl terem caído ano pós ano, passado 20 anos agora esta aumentando os números de adultos afetados pelo acidente, estes adultos são rejeitados pela AIEA, que dizem ser o alcoolismo e o tabaco a fonte dos problemas.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#456 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 04, 2011 8:11 am

Japão vai despejar mais de 11 mil toneladas de água radioativa no mar
Redação SRZD | Internacional | 04/04/2011 07h30

Foto: Reprodução de TVA empresa que administra a usina nuclear de Fukushima, no Japão, anunciou que vai despejar no oceano Pacífico cerca de 11.500 toneladas de água radioativa acumuladas nas instalações da central, segundo a agência Jiji.

"Cerca de 10 mil toneladas de água depositada nas piscinas e 1.500 toneladas atualmente nos reatores 5 e 6", explicou um porta-voz da Tepco. Já outra fonte revelou que a concentração de radioatividade nesta água é cem vezes maior que o limite legal, o que foi considerado baixo.

A finalidade da ação é abrir espaço para poder transferir a água com uma radioatividade ainda mais elevada que inunda os prédios de turbinas dos reatores 1, 2 e 3, e que dificulta os trabalhos dos funcionários da Tepco para resfriá-los.

O porta-voz do governo, Yukio Edano, afirmou que não existe outra opção como medida de segurança.

http://www.sidneyrezende.com/noticia/12 ... iva+no+mar
Segundo explicação da tepco, os reservatórios de água estão lotados e como o vazamento de água no prédio das turbinas não param corre o risco de imundar áreas vitais da usina, eles encomendaram tanques improvisados de 5,10,20 toneladas de aço mas devem ser entregues somente dia 16, os mega-flots também devem ficar prontos somente dia 15, assim eles decidiram jogar fora água com pouco concentração radioativa e bombar a água acumulada de maior concentração para os reservatórios.

Vai se jogado no mar 1.700 Bilhão e 700 mil de Bq/11500L ou 14.782Bq/Kg
Ou 1.700 Bilhão e 700 mil de Bq/11500L = 3.740Sv ou 3.740.000msv = 12x a radioatividade do núcleo de chernobyl por hora, começou a ser jogado no mar a 1 hora atras e deve demorar 5 dias para terminar.

No reator 1 esta sendo injetado 6.000 litros de água/por hora
No reator 2 esta sendo injetado 8.000 litros de água/por hora
No reator 3 esta sendo injetado 7.000 litros de água/por hora

Cade o greenpeace ??? :twisted:




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#457 Mensagem por joao fernando » Seg Abr 04, 2011 9:33 am

Bem, a França andou detonando nukes no mar e ficou tudo por isso mesmo. O mar sempre será a lixeira da terra, tudo vai para lá. Então, pra mim, não pega nada




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#458 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 04, 2011 1:35 pm




Reportagem que fala sobre o problema do lixo das usinas nucleares, a primeira parte fala de um local na Rússia onde no final dos anos 40 e no começo dos anos 50 foi jogado no rio, durante 3 anos lixo de reatores nucleares, inclusive plutônio e as doenças causadas pela radiação dês de então na população local.

Na segunda parte fala no problema do crescimento de lixo nuclear no Japão e dos protestos que impedem até hoje decidir um local para armazenar por definitivo o lixo radioativo.
03:10 do vídeo e o local onde estão construindo um deposito com 500 metros de profundidade para testar se seria seguro armazenar lixo neste tipo de instalações, não vai ser armazenado lixo no local estão construindo apenas para testes.
O lixo é transformado em forma de vidro e dentro de tubos são refrigerados com nitrogénio líquido, os tubos atingem temperatura de 200~300 graus e contem 40 mil tera bq, suficiente para matar um humano em 20 segundos, em 2006 o Japão possuía 1400 tubos destes e até 2020 deve chegar a 40 mil, o lixo deve ser armazenado por 10 mil anos....




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#459 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 04, 2011 3:13 pm

AIEA critica falta de prevenção de empresa operadora de Fukushima
04 de abril de 2011 • 14h40

Não foram tomadas as medidas necessárias para evitar o acidente de Fukushima - essa foi a principal mensagem da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na primeira sessão da Convenção de Segurança Nuclear reunida nesta segunda-feira em Viena para buscar fortalecer a segurança das centrais atômicas.

O diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano, criticou pela primeira vez abertamente a Tokyo Eletric Power (Tepco), a empresa operadora da usina nuclear de Fukushima e cuja gestão já havia sido posta em interdição pelo próprio governo japonês.

"Em retrospectiva, as medidas tomadas pelo operador não foram suficientes para evitar este acidente", declarou Amano à imprensa durante a reunião multilateral.

O responsável da agência atômica fez esta afirmação após lembrar que em 2007 já havia ocorrido um acidente em uma das centrais da Tepco, na central de Kashiwazaki, em Niigata.

Os 71 países que integram a Convenção de Segurança Nuclear (CNS) estarão reunidos em Viena até o próximo dia 14 para a quinta revisão desse acordo, que prevê vigilância mútua para melhorar as normas de segurança.

Em seu discurso de abertura, o diretor-geral da AIEA afirmou que a indústria nuclear "não pode continuar como se nada tivesse ocorrido" em Fukushima.

Nesse sentido, Amano destacou que o organismo que dirige quer fortalecer o regime internacional de segurança e pediu que a comunidade internacional leve a sério as preocupações de milhões de pessoas no mundo todo que atualmente duvidam sobre a segurança da energia nuclear.

"Desejo que as normas de segurança sejam mais fortes e que tenhamos mais capacidade para ajudar os Estados-membros a assegurar a segurança nuclear", declarou o diretor-geral da AIEA.

O objetivo da Convenção é conseguir manter um nível de máxima segurança na indústria nuclear, sob os princípios estabelecidos pelas normas da AIEA.

No entanto, este convênio não contém normas obrigatórias nem sanções para o caso de que os países não cumpram o estipulado.

O espírito da Convenção está centrado no controle mútuo entre os Estados signatários e a pressão exercida ao informar aos membros sobre as medidas de segurança adotadas.

Luis Echávarri, diretor da Agência de Energia Nuclear (NEA, na sigla em inglês) da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), avaliou nesta segunda-feira que "ainda é possível aprofundar muito mais os acordos internacionais".

"Até que nível? Isso é uma decisão política que os países-membros devem fazer, mas acho que chegou o momento de reforçar a Convenção e sua aplicação", assinalou o espanhol em declarações à Agência Efe em Viena.

O encontro é considerado um passo prévio à grande conferência ministerial sobre segurança nuclear, convocada pela AIEA para o final de junho em Viena.

Segundo Echávarri explicou, a atual crise nuclear do Japão pode servir como impulso para melhorar o regime internacional de segurança nuclear, como ocorreu há 25 anos após o acidente de Chernobyl (Ucrânia).

Em todo caso, afirmou que será muito difícil transformar a AIEA em "um fiscal da segurança", como muitos pedem, incluindo analistas do próprio organismo.

"É preciso chegar a um mecanismo internacional que assegure que os organismos nacionais sejam transparentes e utilizem os padrões mais altos de segurança e que verdadeiramente façam as inspeções correspondentes. Acho que ainda se pode progredir muito nessa direção", concluiu Echávarri.


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http://noticias.terra.com.br/noticias/0 ... shima.html
Ridículo, a tepco cumpre as normas estabelecidas pela Nisa, como sempre a culpa sobra para os mais fracos.
Se a tepco infringiu alguma norma a Nisa ou a própria AIEA deveria ter interditado a usina, antes de procurar culpados porque não resolvem ou ajudam logo a acabar com a crise primeiro.
A Nisa determinou que o quebra ondas de 5.2 metros estava de bom tamanho, veio uma onda de 10 metros ou mais e detonou tudo a culpa é da operadora?
O acidente de 2007 foi a Nisa que encobriu tudo, e olhe que a usina era nova.
Na minha opinião quem determinou normas baixas segurança é o maior culpado pelo acidente.
AIEA = bando de idiotas na minha opinião.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#460 Mensagem por tflash » Seg Abr 04, 2011 5:36 pm

Cade o greenpeace ???
Pagava para ver eles a chegarem-se lá agora!!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#461 Mensagem por FoxTroop » Seg Abr 04, 2011 7:14 pm

Sabem o que é que eu acho extraordinário? É a quantidade de artigos que está a começar a sair em defesa do que começa a ser indefensável. Não na questão da Energia Nuclear em si, mas pelo facto de chegar a extremos de dizer que os danos causados por radiação são muito menores do que as pessoas pensam e que o CO2 é muito mais pernicioso para a saúde humana que as muito pouco prováveis fugas de radiação em muito pouco prováveis acidentes nucleares. Faz-me confusão porque eu, na minha ignorância, até estava convencido que o CO2 era um composto bastante inerte, mas fiquei a saber que o Plutónio ou do Césio-137 são brincadeira de criança ao pé do maléfico CO2.

http://www.washingtonpost.com/national/ ... UbyQC.html

Queria colocar aqui o artigo completo mas, por algum motivo, dá erro e não segue. Assim fica o link para o mesmo.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#462 Mensagem por tflash » Ter Abr 05, 2011 8:33 am

Agora quem tem muito dinheiro investido no nuclear tem que publicar artigos a defende-lo. realmente é muito bom quando corre tudo bem. Ainda defendo uma central em Portugal, com mais preocupação com os sistemas de segurança.

Também tenho a consciência que sem sermos governados por uma ditadura, é quase impossível porque para coisas mais inoquas, as populações locais mobilizam-se para não deixar fazer.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#463 Mensagem por binfa » Ter Abr 05, 2011 12:41 pm

Ameaça Nuclear - Japão busca ajuda russa para pôr fim a crise nuclear

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O Japão pediu à Rússia, uma superpotência nuclear, o envio de um navio especial no campo nuclear, usado para desativar submarinos nucleares, informou a mídia japonesa nesta segunda-feira.

O governo japonês luta para combater a pior crise atômica mundial desde o acidente de Chernobyl, na Ucrânia, na década de 1980.

Engenheiros japoneses na usina de Fukushima, afetada pelo terremoto e tsunami de 11 de março, foram forçados a lançar água com radiação no mar e, ao mesmo tempo, estão recorrendo a medidas desesperadas para conter os danos na central nuclear, como o uso de sais de banho para tentar localizar a fonte dos vazamentos no complexo danificado, situado a 240 quilômetros ao norte de Tóquio.

Três semanas depois que um terremoto de 9 graus de magnitude e um enorme tsunami atingiram o nordeste do Japão, provocando o derretimento parcial do reatores de Daiichi, os engenheiros ainda não estão perto de retomar o controle da usina de eletricidade e de interromper o vazamento de radioatividade.

O sismo e o tsunami deixaram cerca de 28 mil pessoas mortas ou desaparecidas e devastaram a costa nordeste do país. O desastre natural mais custoso no mundo provocou blecautes, cortes na cadeia de fornecimento e redução de horas de trabalho. Está ameaçando o crescimento econômico e o iene.

Ao mesmo tempo, uma recente pesquisa de opinião indicou que os eleitores querem que o criticado primeiro-ministro Naoto Kan forme um governo de coalizão para tirar o Japão de sua pior crise desde a 2ª Guerra Mundial.

http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... se-nuclear




att, binfa
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REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA. Sócrates
Depoimento ABRALE :arrow: http://www.abrale.org.br/apoio_paciente ... php?id=771
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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#464 Mensagem por soultrain » Ter Abr 05, 2011 6:07 pm

Eu sou defensor do nuclear, mas após este episódio, tenho duvidas. Não na tecnologia, ou na segurança da nova geração de centrais nucleares, mas a ganância do Homem não tem limites.

Se num país como o Japão, a sociedade da competência, da meritocracia, da perfeição e da vergonha imensa quando as coisas correm mal, acontecem estas coisas na TEPCO, nos reguladores e no governo, imagino nos outros países, como por exemplo nos EUA, especialmente com uma grave crise económica.


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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#465 Mensagem por Bourne » Ter Abr 05, 2011 6:22 pm

Também tenho dúvidas em relação a energia nuclear após o episódio. Um fato que parecia corriqueiro e quer seria logo resolvido se arrasta e caminha para ser tão grave quanto a tsunami.

Agora fica mais compreensível por que a China paralisou a ampliação das usinas nucleares e a Alemanha está temerosa.




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