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Mensagem
por Juliano_ssa » Seg Abr 04, 2011 7:53 pm
Achei Interessante, mas pessoalmente não acredito mais nesse programa.
Espero eu que o governo tome loga essa decisão.
Entre setembro de 2009 e janeiro de 2011, a concorrência F-x2 do Brasil mais parecia uma luta de poder do que um processo de avaliação, com a liderança política do estado favorecendo o Dassault Rafale e a força aérea preferindo uma das duas outras alternativas. Nesta narrativa, o lance vencedor pertenceria ao lado vitorioso de uma batalha interna dentro da burocracia brasileira, com a maioria das apostas sobre o Rafale – o qual ex-presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva declarava ser o favorito.
No entanto, a dinâmica da competição, que vale pelo menos US$ 6 bilhões, mudou completamente no dia 6 de dezembro de 2010, quando Lula passou a decisão do F-X2 para a sua sucessora e ex-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, que assumiu a presidência em 1º de janeiro de 2011.
Em vez de um impasse, o programa F-X2 de repente deu uma guinada, três anos após a Força Aérea Brasileira formalmente reabrir o processo de aquisição.
Ao invés de escolher entre três propostas originais apresentadas em fevereiro de 2009, Rousseff estendeu o processo de avaliação para uma nova análise, que levará pelo menos vários meses.
Ao mesmo tempo, a proposta de Dilma também é de equilibrar as despesas projetadas no contrato do F-X2 contra um de seus outros principais objetivos domésticos – manter uma economia estável.
Embora o produto interno bruto do Brasil ter acelerado, apesar da recessão global, a inflação ainda está subindo mais rápido do que as metas do governo. Em uma tentativa de colocar um freio nos crescentes preços ao consumidor, Dilma reduziu os gastos do governo, com o ministério da carteira de aquisição de defesa ter sofrido alguns dos cortes mais profundos – de 26,5% neste ano.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, minimizou o impacto que os potenciais cortes poderiam ter sobre a avaliação do F-X2, mas deixou uma margem de manobra, talvez, com uma declaração com palavras colocadas cuidadosamente dizendo que o corte orçamental não iria “necessariamente” atingir o projeto F-X2 neste ano.
De qualquer maneira, Jobim aponta que os gastos para oos novos caças não serão registrados, até 2012 ou 2013, mesmo que o vencedor seja escolhido este ano. A seleção também seria seguida por um longo período de negociação de preços com a empresa vencedora que, conforme Jobim, durou 12 meses durante a recente aquisição de submarinos da Marinha Brasileira. A mudança na liderança política tem dado uma nova esperança aos concorrentes do Rafale – o Boeing F/A-18E/F Super Hornet e o Saab Gripen NG.
“Estamos encorajados com o que temos visto desde que Rousseff assumiu no início deste ano”, disse Joe McAndrew, vice-presidente de desenvolvimento de negócios para a Europa, Israel e as Américas da Boeing , diz, observando que o resultado será “julgado na procedência do avião e no valor dos [econômicos] offsets”.
A confiança da Boeing também pode ser complementada por outros sinais de que a dinâmica na concorrência está se afastando do Rafale.
No mês passado, Dilma Rousseff foi amplamente divulgada na mídia por ter dito a Timothy Geithner, secretário do Departamento do Tesouro dos EUA, que o Super Hornet era o seu favorito na avaliação.
O endosso do relato de Dilma seguiu com a recente revelação de que Frederico Curado, diretor-executivo da Embraer, também apóia a escolha do Super Hornet. Em um documento diplomático, de janeiro de 2009, Curado informou ao então embaixador americano, Clifford Sobel, que ele “espera privadadamente que a Boeing ganhe”, embora a posição oficial da Embraer sobre o F-X2 é neutra.
No entanto, o principal trunfo da Boeing foi no dia 20 de março, quando o presidente dos EUA, Barack Obama se reuniu com Rousseff em sua primeira visita ao Brasil. De acordo com funcionários da Casa Branca, Dilma levantou a proposta do Super Hornet em primeiro lugar durante uma reunião privada e Obama repetiu as garantias de seu governo sobre a transferência completa da tecnologia – o ponto-chave na oferta da Boeing. Há uma visão fortemente sustentada em alguns setores do governo e da indústria brasileira de que as políticas de exportação dos EUA podem não ser realizadas. Em outubro de 2009, Brigadeiro Engenheiro Venâncio Alvarenga Gomes, diretor de projetos para o comando de tecnologia aeroespacial do Brasil, foi pego numa câmera emitindo um aviso durante uma palestra sobre a experiência de sua organização com o processo de controle de exportação dos EUA. Uma das principais preocupações era uma aparente incoerência na aplicação das políticas dos EUA, que obrigou a Força Aérea Brasileira a bagunçar repetidamente os programas anteriores, disse Gomes.
A apresentação de Gomes foi celebrada com uma imagem do F/A-18E com um “X” vermelho estampado sobre ele – não sendo um grande endosso do chefe da organização de pesquisa de aeronáutica da Força Aérea Brasileira. Por outro lado, a relação de segurança entre os EUA e o Brasil continuou a evoluir desde 1977, quando o Brasil retirou unilateralmente a cooperação militar com os EUA.
Em 2008, o Departamento de Defesa dos EUA iniciou um grupo de trabalho bilateral com o Brasil pela primeira vez em seis anos. Em novembro passado, EUA e Brasil assinaram um acordo geral de segurança de informações militares, o que permite aos EUA trocar informações secretas com o Brasil.
O acordo foi assinado apesar de sérios desentendimentos diplomáticos. Apenas dois meses antes, a administração de Lula se recusou a apoiar os esforços dos EUA para aceitar sanções das Nações Unidas sobre o Irã. “Houve significativa política de ‘levantar poeira’ entre os EUA e o Brasil, especialmente sobre o Irã, e ninguém fez qualquer menção da transferência de tecnologia”, diz McAndrew. Antes, o Wikileaks havia indicado o Super Hornet como um favorito secreto das autoridades brasileiras, em comparação a proposta da Saab, que gozava anteriormente do status. Em janeiro de 2010, o jornal Folha de São Paulo vazou um resumo do relatório da Força Aérea de uma avaliação de 27 mil páginas, que teria classificado o Gripen NG como primeira escolha do serviço para substituir os Mirage 2000-5 da fabricante Dassault.
Bengt Janer, diretor da campanha da Saab Gripen no Brasil, disse que a Força Aérea do Brasil e a indústria brasileira de defesa têm uma chance de se tornar parte de uma cadeia de fornecimento com a próxima geração do caça monomotor da Suécia.
“Apesar de estarmos propondo um programa de desenvolvimento que poderia ser visto como um negócio arriscado”, Janer diz, “este programa de desenvolvimento é baseado em um caça que foi vendido para cinco países. A Força Aérea viu isso antes e eles disseram que isso é o que eles querem.”
O crescimento de vendas da Saab é menor sobre as forças políticas de desenvolvimento do que de capacidade industrial, diz ele. “O que é transferência irrestrita de tecnologia?” Janer pergunta, fazendo referência ao requisito da Força Aérea para a liberação de exportação. “O que é que realmente interessa para um país como o Brasil? É um radar? É um motor? O Saab proposta é que compartilhar a tecnologia com o Brasil na integração dos diferentes sistemas.”
A Suécia pode faltar na qualidade de estrela de uma visita de Estado dos EUA ou por um presidente francês, mas o Gripen tem sido totalmente apoiado pelas lideranças políticas do seu país. Além de várias visitas feitos pelo Ministro da Defesa, Sten Tolgfors, em 2009, o Brasil também foi pessoalmente pressionado pelo Rei e Rainha da Suécia.
Se algum país alegou vantagem política na competição até agora, entretanto, foi a França. No dia da independência brasileira, 7 de Setembro, em 2009, durante a visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ele garantiu a promessa de Lula de que o Brasil iria comprar 36 Rafales para a França em troca de compra 12 KC-390. Esse negócio foi seguido por um longo período de ajuste de preço. Em agosto, os relatórios locais tinham o Rafale como a aeronave de maior chance no ranking na avaliação da força aérea, apesar de ele ainda ser o mais caro. A classificação teria sido alterado para fazer a transferência de tecnologia mais importante do que o custo operacional.
Fonte: Flight International / Stephem Trimble – Tradução: Cavok