Polícia abre fogo contra opositores na Síria; há relato de mortes
Forças de segurança atiraram contra opositores durante protestos na região de Deraa, no sul da Síria, informaram ativistas dos direitos humanos e testemunhas.
As manifestações e a violenta repressão representam uma escalada na revolta popular na Síria, inspirada pelos movimentos em outros países árabes --como Egito, Líbia e Tunísia.
"Vários manifestantes perderam a vida nos disparos em Sanamein, quando seguiam para Deraa", afirmou a fonte.
Sanamein fica 40 quilômetros ao norte de Deraa. Não foi possível confirmar a informação com fontes independentes ou médicas.
De acordo com a rede de TV Al Jazeera, ao menos 20 pessoas teriam morrido após disparos da polícia para dispersar a manifestação.
A emissora, que cita várias testemunhas, disse que as mortes ocorreram em Sanamein. A Al Jazeera também informou que outro manifestante morreu em Deraa.
De acordo com o relato de um morador, soldados atiraram contra manifestantes em Deraa após a multidão tentar atear fogo à estátua do ex-presidente Hafez Assad, pai do atual presidente, Bashar al Assad.
Milhares correram para a praça central Assad depois que os tiros começaram muitos deves gritando "Liberdade" e segurando bandeiras, de acordo com informações de um morador que falou por telefone com a Associated Press.
Jornalistas que tentaram entrar na região central de Deraa --onde acontece a maior parte da violência-- foram impedidos por veículos das forças de segurança;
"Tudo voltou ao normal, acabou", disse um major do Exército aos jornalistas em frente à sede do partido governista Baath em Deraa, antes de forçá-los a sair da região.
Deraa, cerca de 100 quilômetros a sul de Damasco, foi palco nos últimos dias de violentos enfrentamentos entre manifestantes de oposição e forças policiais, com dezenas de civis mortos.
CAPITAL
Em Damasco, cerca de 200 pessoas foram às ruas na área da ponte Thawra, perto da praça Marjeh, cantando slogans contra o governo. Eles foram perseguigos por membros das forças de segurança, que os agrediram e detiveram alguns deles, de acordo com informações de ativistas.
Segundo manifestantes, mais de mil pessoas foram às ruas da cidade de Latakia. Ao menos uma morreu e várias outras foram hospitalizadas. Na cidade de Raqqa (norte), uma multidão também protestou e várias pessoas foram presas.
Os mortos na violência na Síria não podem ser confirmados de forma independente, mas ativistas dizem que já são cerca de cem.
A conselheira da Presidência, Buzeina Shaaban, disse que 34 pessoas morreram nos conflitos.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/8938 ... rtes.shtml