É triste ver que temos condições (e apenas isto) de receber importantes autoridades neste país, mas sem competência para protegê-las tecnicamente, a ponto de sermos ignorados em tudo. Não há o que reclamar, segurança e defesa é uma necessidade e hoje não temos competência técnica para receber um ilustre presidente.
Hoje somos um país em que suas principais autoridades (ministros, por exemplo) são tratados como suspeitas de terroristas, como pessoas perigosas aos grandes expoentes internacionais. As provas estão aí, a mídia não me deixa mentir. Não há como contestar o óbvio... Ainda somos medíocres. A desagradável coincidência vem do fato que os "revistados" são os mesmos, ditos pela imprensa, como os atuais responsáveis pelo... FX-2! Que coisa!
Uma cutucada sutil apareceu em solo tupiniquim: após a abstenção brasileira ao ataque à Líbia, aqui mesmo, em solo brasileiro, veio a ordem do presidente americano autorizando o ataque ao grupo que defende/protege o Kadafi. Nada contra a decisão, o interessante é o fato que a ordem "partiu do Brasil" (não pelo representante brasileiro). Que coisa, não?
Acho muito complicado o Brasil reivindicar um assento permanente CS e não tomar certas decisões importantes. O Brasil historicamente tem o hábito de negociar antes, usar do diálogo, evitar medidas drásticas. Ok, concordo em tudo, porém o CS não foi criado para países com este ponto de vista, sempre teve um objetivo claro. Então é preciso saber se a meta é uma cadeira permanente no CS ou a reinvenção do próprio CS. Parece que nem o Brasil sabe o que quer... Lamentavelmente o CS existe para tomar medidas antipáticas, jamais para dialogar, pois o mesmo nasceu como medida última para se declarar (ou não) o uso de força: o momento do diálogo acontece na época de crise (aquele que antecede à guerra -- o ataque propriamente dito) -- não há espaço para ficar em cima do muro (gostemos ou não disso).
Mas para quem tem equipamentos militares com 30 a 40 anos de idade não resta outra alternativa que não seja propor o diálogo, até porque não tem condições críveis de tomar decisões duras e impopulares (quem não tem o "argumento" que sustenta as posições antipáticas de uma dada diplomacia não resta mais do que propor o diálogo mesmo). Não defendo tais atitudes e ações, apenas questiono o ponto de vista do Brasil, que parece dançar a música mundial, que soa como uma valsa da morte, mas propondo a troca do ritmo (da valsa) por um axé -- só requebrados e sorrisos. E ainda acusamos o mundo de não dançar a valsa conforme o nosso ritmo. Muito confuso tudo isso...
Não culpem a postura americana, devemos nos culpar por nossa total ausência de postura, ao menos no que diz respeito a política relacionada à defesa e segurança da pátria. Se não estamos aptos a proteger autoridades estrangeiras, então não estamos aptos a proteger as nossas próprias autoridades, portanto não temos condições de proteger o próprio país.
Somos o que somos e não o que gostaríamos que fôssemos.