Bender escreveu:Marino escreveu:Sim, temos que esperar para ver como vai ser implementada uma coisa assim.
Eu não sei.
Mas não é minha área. Fiquemos na varanda observando.
Um abraço.
Vou tentar expor somente algumas idéias desconexas e mais ou menos relativas ao que li nas últimas páginas,partindo das perguntas do Orestes,e das argumentações seguintes do Hélio,Suntsé,Carlos,Marino e outros,que acabaram por desembocar
no principal tópico das questões da defesa nacional para as próximas décadas,que é a vinculação constitucional intocável por contingenciamentos de verbas como garantia de sustentabilidade das FAs. Nada! nenhuma compra de caças ou outro hardware pontual qualquer , se compara a esta questão fundamental em importância,estas são somente ações correlatas de encaminhamento e de preparação para o que se aspira que deverá se seguir futuramente,vivemos um momento de transição.
Em primeiro lugar eu tento olhar a END desde o seu lançamento não como sonho em uma noite de verão,mas como fundamental ponto de partida e chamamento para o desenvolvimento de um arcabouço sério e perene da estrutura da defesa nacional.
Esta estrutura demandará décadas para ser concretizada,vários governos com bons e maus momentos econômicos e políticos, se sucederão para que ela ganhe seu corpo definitivo,isto não se dará do dia para noite,e a aspiração para uma garantia de verbas para defesa e sua implementação efetiva também não. Não podemos enxergar o desenvolvimento do país por frações e seguimentos que mais nos comovem pela nossa posição na pirâmide social e nossas convicções pessoais,e sim pela necessidade do todo,onde dentro deste “todo” de carências de desenvolvimento, “seguimentos” que afetam diretamente as necessidades básicas da sociedade (Trabalho,Saúde e Educação) se sobrepõe a outros muito importantes também,mas que para ela sociedade carente que vota,não possuem importância primeira (C&T,Defesa Nacional,Programa Espacial,etc).
O Brasil diante da situação econômica mundial não é um país pobre,e dos Brics é o que tem menor preocupação relativa com a necessidade de uma estrutura de defesa maior,ele tem isso sim pelo seu tamanho e grandeza de população,uma grande massa de pessoas pobres e carentes,é para elas que as políticas de governo,investimentos e vinculações orçamentárias devem se voltar em primeiro lugar,dada esta tranqüilidade da situação geoestratégica, o restante vem depois,falta de rancho em quartéis não são mais importantes ou mais humilhantes que uma massa gigantesca de cidadãos sofrendo conseqüências do subemprego,”subescolas”, da falta de saneamento e doenças endêmicas inerentes a sua situação de pobreza e da outra pandemia nacional que é a corrupção e malversação de verbas públicas e distorções orçamentárias acomodativas em relação a arrecadação fiscal dos exercícios correntes .
A busca através de meios políticos do esclarecimento e negociações para que se vincule a constituição verbas para defesa é decisão que até que chegue a um debate e votação definitiva pelo CN será penosa e de difícil compreenção e aceitação,mas é preciso que seja colocada na pauta sua necessidade e seja dado o importantíssimo primeiro passo.
Objetiva justamente livrar a questão da defesa nacional e das FAs,deste debate oportunista e corriqueiro da falta de pão para os pobres obstaculizar de forma demagógica a necessidade de munição nas armas dos militares,ou contingenciamentos movidos por situações fiscais precárias e passageiras,onde a importância de se manter a integridade e proteção da casa onde se abrigam os bem nascidos e os carentes desta nação chamada Brasil, tenha reconhecida sua importância e seja elevada ao patamar das outras e mais importantes necessidades básicas e carências nacionais que indicam diretamente a dignidade de um cidadão e do povo em geral, mesmo tendo no imaginário dos cidadãos um caráter abstrato que as outras carências que o marcam a pele diariamente não possuem.
Para o atual patamar de importância no qual o Brasil se encontra e caminha no âmbito externo,não é mais possível que as questões e carências básicas internas predominem absolutas,pois não será suficiente ter melhorias de postos de trabalho, saúde e educação se tivermos nossa casa saqueada ou tomada,e formos obrigados por alienígenas a morar de favor ou embaixo da ponte,políticos e cidadãos precisarão debater esta questão por mais abstrata que lhes pareça,e se conscientizar disso,e isto demanda tempo mas é na minha opinião inevitável, pois será preciso e fundamental que os futuros e importantes posicionamentos soberanos do país perante outros e o mundo, tenham o imprescindível respaldo da força militar com poder crível.
Formular planos para as FAs, encaminhá-los ao debate criando uma vontade política consciente é o único meio para que isso se concretize em uma nação democrática como o Brasil,não existem formulas mágicas,nem prazo definido nem soluções autoritárias comuns e megalômanas nos seguimentos de defesa como de países com regimes fechados a participação da sociedade.
A partir do dia que a decisão definitiva pela garantia de verbas que suportem a integridade absoluta da nação por FAs fortes e consistentes for compreendida e tomada,poderemos então vislumbrar um horizonte mais definido do que podemos ter e ser nesta questão,que tantos desejam e esperam,sejam quais forem os custos financeiros exigidos para que estas necessidades sejam cumpridas aparecerão e serão empenhados,mas o fato desta decisão ainda não existir não nos obriga ou faz que tenhamos que vegetar impotentes e impassíveis a sua espera resmungando inconformados ou culpando este estado pelo nosso imobilismo.
Assim como os casais jovens não abastados que planejam seu casamento futuro,o fato de vislumbrar a concretização do mesmo para dali 3 ou 4 anos não os impede de ir comprando seus eletro-domésticos mesmo que não tenham noção exata do tamanho da casa na qual deverão morar ou a certeza absoluta de que seu amor durará até lá,é de intenções,logo após planos e na seqüência de seguidas e pequenas ações com determinação que se faz a vida,foi assim com meu pai,comigo e com muitos,e a estes não basta somente querer é preciso criar condições: “para”, e deverá ser assim também com vários tópicos importantes do país inclusive com relação as FAs,se assim não fosse, pobre não casava neste país,e o serviço militar obrigatório já teria sido extinto por falta de rancho regular e insatisfatório.
Bem nascidos e abastados não precisam esperar nem comprar a prestação só precisam querer,o Brasil futuro dos meus netos talvez alcance esta condição a partir das sementes que começam a ser plantadas,hoje ainda é preciso planos e determinação para realizá-los e resignação diante dos reveses inevitáveis de todo caminho,mas que não excluem as críticas construtivas que não contemplem a passividade.
SDS.