Um dia no tanque de guerra
Repórter do Jornal do Brasil conta a experiência de andar num blindado e percorrer as ruas do
Alemão
A equipe do Jornal do Brasil viveu ontem uma experiência única: embarcou de capacete
camuflado, no anfíbio Clanf, de fabricação americana, construído em 1997. Um dos blindados do Corpo
de Fuzileiros Navais usados pelas forças de segurança para derrubar as barricadas do tráfico no
complexo do Alemão.
Durante 30 minutos, o blindado repetiu o percurso feito no domingo, quando cruzou a Estrada do
Itararé, em Ramos, e entrou na Grota, uma das principais comunidades do Alemão, para tomar o local.
No caminho, os acenos recebidos dos moradores deram uma amostra de como foi a ida
daqueles militares para sua missão mais importante até hoje: ocupar o complexo de 12 favelas.
O calor de 40 graus dentro do blindado e o chacoalar do tanque pouco incomodavam, diante da
satisfação de ver em rostos alegres nas ruas, depois de quase 30 anos de submissão. Eram sorrisos de
liberdade e esperança.
No comando do brucutu de 25 toneladas e que ele aprendeu a dirigir há 20 anos, o sargento
Juraci Lobato Gonçalves parecia guiar um fusquinha, tamanha a destreza, reflexo e habilidade com que
fazia as manobras.
Só com a cabeça para o lado de fora do tanque, ele explorava cada centímetro das vielas para
fazer o blindado, que transporta até 25 militares, ir em frente. Uma noção perfeita do que as forças de
segurança passaram na ocupação
– Esse aqui é preciso saber dirigir mesmo. Não dá pra comprar carteira, não – brincou o sargento
Juraci, há 27 anos no Corpo de Fuzileiros Navais, e que precisou encarar um rigoroso curso de quatro
meses até ser habilitado a pilotar o gigante blindado.
Nascido no Pará e, portanto, longe da família, o sargento era só felicidade com o sentimento que
vinha das pessoas nas ruas ou das janelas.
– É uma sensação inesquecível, que vou guardar para o resto da minha vida – admitiu o piloto do
anfíbio. A equipe do Jornal do Brasil também não esquecerá.
Instituições Confiáveis
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Re: Instituições Confiáveis
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Instituições Confiáveis
A volta de um sentimento antigo: patriotismo
Arnaldo Jabor
O Estado de S.Paulo
Eu sou segundo-tenente de Cavalaria da Reserva do Exército. Melhor dizendo, fui rebaixado, depois,
para terceiro-sargento, por não ter feito o curso de aperfeiçoamento. Mas, sou, sim, um orgulhoso cavalariano
da turma de 62, número 2611, apesar de quase ter sido expulso por minhas atividades estudantis, quando eu
era o editor do jornal O Metropolitano, de notória tendência marxista-leninista, semanário que era lido com
avidez pelos órgãos de repressão do Exército e onde só fui mantido graças à ajuda de um camarada-sargento
do Partidão, da administração do quartel, que me avisou: "Olha aí... tu vai ser desligado."
Corri para meu pai, que veio em meu socorro. Meu pai era brigadeiro da Aeronáutica e entrou no quartel
todo fardado - suas dragonas douradas brilhavam - e foi falar com o comandante do CPOR, entre continências
respeitosas e sob meu olhar encantado com aquele apoio paterno sobre uma questão militar em que eu era
pivô - eu, um reles comuna, sim, que sonhava em derrubar o imperialismo e seus aliados.
Não fui expulso e, hoje, confesso que não foi a única vez que tive orgulho do Exército.
O meu cavalo se chamava Himalaia, quando desfilei numa remota parada do 7 de Setembro.
Passávamos vaselina no corpo do animal para que ele brilhasse ao sol da avenida, ajaezado com arreios de
luxo, fazíamos uma trança em sua crina e, com os freios luzindo como ouro, desfilávamos com uma lança onde
tremulava uma flâmula colorida, ao som de uma banda marcial. Dentro de culotes, botas e esporas, eu, o
comuna montado, o bolchevique de cabelo zero, tremia de emoção patriótica.
Claro que não foram apenas dias de fulgor. O serviço militar era um inferno também. Quantas noites
brancas, limpando bosta de cavalo, correndo por São Cristóvão às 3 horas da manhã, para pegar uma égua
fugitiva que os "canalhas" da Artilharia soltavam para nosso desespero; daí termos inventado a doce melodia:
"Quem quiser comer alguém/ seja noite ou seja dia/ dê um pulo na Artilharia."
Quanto horror da lama nas batalhas de Gericinó, do medo pavoroso de desmontar um morteiro de 81 mm
que não explodira, quanto pânico quando os tenentes nos faziam pular obstáculos na Quinta da Boa Vista.
Poucos conhecem o martírio de calçar os cavalos com ferraduras em brasa, sob os coices alucinados dos ditos
corcéis e sob as vaias dos infantes e artilheiros empoleirados na cerca, nos sacaneando e nos chamando de
"estrume".
Tudo isso criava um casco em minha alma frágil, que lia Rimbaud no vestiário e que uma vez, para
pasmo do major, trouxe uma contribuição literária para a revista do Exército - uma poesia "trans-sintática" sobre
O Cavalo - poema infelizmente nunca publicado pelos oficiais insensíveis e hoje perdido para a literatura e que
(ainda lembro) falava em "o cavalo e sua quilha/ vogando entre lanças/ num campo de Ucello", recitado com
ardor para o major, que certamente me achou meio "viado" (com i, por favor).
Depois, em 64, vi a UNE pegar fogo, comigo dentro. Depois, foi o horror da repressão, todo aquele baixoastral:
os "anos do milagre" da ditadura.
Mas, já naqueles anos eu também via certos detalhes da vida militar que me dão ainda hoje um travo de
poesia brasileira. No fim do expediente, os oficiais garbosos de uniforme na caserna vestiam suas pobres
roupas paisanas e iam para casa de bonde, visivelmente sozinhos e pobres em busca de suas famílias; ali, na
tristeza daqueles dias militares, havia uns momentos de beleza rude. Havia as cornetas soando nas
madrugadas cinzas, havia uma certa pureza medieval nos caibros das cocheiras, na cal das árvores pintadas,
na comida brasileira das cantinas, no tosco desejo de ordem e progresso, num comovente patriotismo xucro.
Havia uma solidão sacrificada nos milicos, nos soldos rasos, no orgulho dos uniformes, uma coisa positivista
cambaia que eu via nas fileiras, como batalhões de "Policarpos Quaresmas".
Nas frestas do cotidiano, estava a missão militar despercebida. Naqueles hinos militares, que falavam em
"pátria adorada", havia um projeto de Brasil até meio ridículo, mas puro. Nos bivaques e acampamentos, no
texto parnasiano das ordens do dia, sentíamos uma rala e ingênua ideologia nacional, um tosco desejo de
construir um país, tão estuprado pelos que realmente deitaram e rolaram no milagre brasileiro, transformando o
Estado neste bordel de hoje. Hoje, já aprendemos; sabemos das táticas e técnicas dos corruptos e reacionários
reais, pois a dolorosa contemplação dos escândalos que nos foram servidos pela democracia já faz parte da
cultura política. Quando eu servia o Exército, tinha a sensação do desperdício de toda aquela organização
verde-oliva numa luta abstrata contra os pobres guerrilheiros do absurdo. Eu pensava: hoje, os inimigos são a
fome, a miséria endêmica; como esta imensa força de brasileiros de classe média poderia ser útil para "salvar"
o Brasil.
E mais: os militares que conheci ultimamente ainda sofrem do preconceito que sobrou contra eles depois
da ditadura. Ela foi terrível, sim, mas um general de hoje tinha cerca de 10 anos em 1964 e o Exército mudou
muito. Claro que há contradições e atrasos, mas lá no Forte Apache, em Brasília, onde participei de um
seminário, só vi homens bem informados, trabalhando em fronteiras e florestas e, mais importante que tudo,
homens com um sentimento antigo, mas muito necessário hoje em dia - patriotismo.
Nesses anos de caserna, tive dois momentos de orgulho: um, quando meu pai entrou com as dragonas
brilhando para me salvar; outra, quando meu coração bateu na Av. Presidente Vargas no 7 de Setembro, em
cima do meu pangaré Himalaia.
Agora, houve a terceira onda de orgulho.
Na semana passada, vendo os militares treinados no Morro do Alemão, os paraquedistas treinados no
Haiti, os tanques da Marinha, os helicópteros da FAB, pareceu-me estar ouvindo a banda tocar a Arma de
Heróis em l962.
Arnaldo Jabor
O Estado de S.Paulo
Eu sou segundo-tenente de Cavalaria da Reserva do Exército. Melhor dizendo, fui rebaixado, depois,
para terceiro-sargento, por não ter feito o curso de aperfeiçoamento. Mas, sou, sim, um orgulhoso cavalariano
da turma de 62, número 2611, apesar de quase ter sido expulso por minhas atividades estudantis, quando eu
era o editor do jornal O Metropolitano, de notória tendência marxista-leninista, semanário que era lido com
avidez pelos órgãos de repressão do Exército e onde só fui mantido graças à ajuda de um camarada-sargento
do Partidão, da administração do quartel, que me avisou: "Olha aí... tu vai ser desligado."
Corri para meu pai, que veio em meu socorro. Meu pai era brigadeiro da Aeronáutica e entrou no quartel
todo fardado - suas dragonas douradas brilhavam - e foi falar com o comandante do CPOR, entre continências
respeitosas e sob meu olhar encantado com aquele apoio paterno sobre uma questão militar em que eu era
pivô - eu, um reles comuna, sim, que sonhava em derrubar o imperialismo e seus aliados.
Não fui expulso e, hoje, confesso que não foi a única vez que tive orgulho do Exército.
O meu cavalo se chamava Himalaia, quando desfilei numa remota parada do 7 de Setembro.
Passávamos vaselina no corpo do animal para que ele brilhasse ao sol da avenida, ajaezado com arreios de
luxo, fazíamos uma trança em sua crina e, com os freios luzindo como ouro, desfilávamos com uma lança onde
tremulava uma flâmula colorida, ao som de uma banda marcial. Dentro de culotes, botas e esporas, eu, o
comuna montado, o bolchevique de cabelo zero, tremia de emoção patriótica.
Claro que não foram apenas dias de fulgor. O serviço militar era um inferno também. Quantas noites
brancas, limpando bosta de cavalo, correndo por São Cristóvão às 3 horas da manhã, para pegar uma égua
fugitiva que os "canalhas" da Artilharia soltavam para nosso desespero; daí termos inventado a doce melodia:
"Quem quiser comer alguém/ seja noite ou seja dia/ dê um pulo na Artilharia."
Quanto horror da lama nas batalhas de Gericinó, do medo pavoroso de desmontar um morteiro de 81 mm
que não explodira, quanto pânico quando os tenentes nos faziam pular obstáculos na Quinta da Boa Vista.
Poucos conhecem o martírio de calçar os cavalos com ferraduras em brasa, sob os coices alucinados dos ditos
corcéis e sob as vaias dos infantes e artilheiros empoleirados na cerca, nos sacaneando e nos chamando de
"estrume".
Tudo isso criava um casco em minha alma frágil, que lia Rimbaud no vestiário e que uma vez, para
pasmo do major, trouxe uma contribuição literária para a revista do Exército - uma poesia "trans-sintática" sobre
O Cavalo - poema infelizmente nunca publicado pelos oficiais insensíveis e hoje perdido para a literatura e que
(ainda lembro) falava em "o cavalo e sua quilha/ vogando entre lanças/ num campo de Ucello", recitado com
ardor para o major, que certamente me achou meio "viado" (com i, por favor).
Depois, em 64, vi a UNE pegar fogo, comigo dentro. Depois, foi o horror da repressão, todo aquele baixoastral:
os "anos do milagre" da ditadura.
Mas, já naqueles anos eu também via certos detalhes da vida militar que me dão ainda hoje um travo de
poesia brasileira. No fim do expediente, os oficiais garbosos de uniforme na caserna vestiam suas pobres
roupas paisanas e iam para casa de bonde, visivelmente sozinhos e pobres em busca de suas famílias; ali, na
tristeza daqueles dias militares, havia uns momentos de beleza rude. Havia as cornetas soando nas
madrugadas cinzas, havia uma certa pureza medieval nos caibros das cocheiras, na cal das árvores pintadas,
na comida brasileira das cantinas, no tosco desejo de ordem e progresso, num comovente patriotismo xucro.
Havia uma solidão sacrificada nos milicos, nos soldos rasos, no orgulho dos uniformes, uma coisa positivista
cambaia que eu via nas fileiras, como batalhões de "Policarpos Quaresmas".
Nas frestas do cotidiano, estava a missão militar despercebida. Naqueles hinos militares, que falavam em
"pátria adorada", havia um projeto de Brasil até meio ridículo, mas puro. Nos bivaques e acampamentos, no
texto parnasiano das ordens do dia, sentíamos uma rala e ingênua ideologia nacional, um tosco desejo de
construir um país, tão estuprado pelos que realmente deitaram e rolaram no milagre brasileiro, transformando o
Estado neste bordel de hoje. Hoje, já aprendemos; sabemos das táticas e técnicas dos corruptos e reacionários
reais, pois a dolorosa contemplação dos escândalos que nos foram servidos pela democracia já faz parte da
cultura política. Quando eu servia o Exército, tinha a sensação do desperdício de toda aquela organização
verde-oliva numa luta abstrata contra os pobres guerrilheiros do absurdo. Eu pensava: hoje, os inimigos são a
fome, a miséria endêmica; como esta imensa força de brasileiros de classe média poderia ser útil para "salvar"
o Brasil.
E mais: os militares que conheci ultimamente ainda sofrem do preconceito que sobrou contra eles depois
da ditadura. Ela foi terrível, sim, mas um general de hoje tinha cerca de 10 anos em 1964 e o Exército mudou
muito. Claro que há contradições e atrasos, mas lá no Forte Apache, em Brasília, onde participei de um
seminário, só vi homens bem informados, trabalhando em fronteiras e florestas e, mais importante que tudo,
homens com um sentimento antigo, mas muito necessário hoje em dia - patriotismo.
Nesses anos de caserna, tive dois momentos de orgulho: um, quando meu pai entrou com as dragonas
brilhando para me salvar; outra, quando meu coração bateu na Av. Presidente Vargas no 7 de Setembro, em
cima do meu pangaré Himalaia.
Agora, houve a terceira onda de orgulho.
Na semana passada, vendo os militares treinados no Morro do Alemão, os paraquedistas treinados no
Haiti, os tanques da Marinha, os helicópteros da FAB, pareceu-me estar ouvindo a banda tocar a Arma de
Heróis em l962.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Instituições Confiáveis
JB:
O povo ama os militares
Aristóteles Drummond
Os recentes acontecimentos no Rio de Janeiro trouxeram à tona a realidade de que o brasileiro entende, respeita e
prestigia seus militares. Todos os que lidam com esta classe, que é numerosa, sabem que a norma é o respeito, a dignidade
e a vocação para servir. Amparados em valores fundamentais para que uma nação se faça respeitar: austeridade, dignidade
e compostura. A começar pelos seus próprios, que, mesmo sem verbas, estão sempre pintados e limpos. Nos oficiais e
funcionários civis, a vestimenta é sempre correta, assim como a apresentação pessoal.
Os militares desenvolvem um papel importante no atendimento às populações ribeirinhas na região amazônica, por
exemplo, em que tudo depende da Marinha ou da Aeronáutica. As fronteiras terrestres entregues ao Exército, que poderia
ser mais bem aproveitado no combate ao contrabando de drogas e às invasões de nosso território por criminosos de países
vizinhos. Mesmo nos grandes centros, não foram poucas as vezes em que foram às ruas para a preservação da ordem e do
respeito.
O presidente Lula entendeu o papel dos militares, os serviços prestados e, de certa maneira, os prestigiou ao longo de
seus dois mandatos. Barrou manobras revanchistas que certamente desaguariam em crise desgastante.
Agora, vamos precisar dos militares mais uma vez. Já são muitas as frentes de obras confiadas a regimentos de
engenharia do Exército, como a Cuiabá–Santarém, tal vez a mais importante estrada em pavimentação no Brasil
atualmente. E, para atender a Copa de 14, certamente deveremos ter tropas treinadas para ajudar as polícias estaduais
durante o período do evento. A mais, vamos ter de aprovar na ONU o aumento de nossa plataforma continental, onde temos
direito assegurado, antes que aventureiros venham pescar em nossas águas profundas o nosso petróleo. E a Marinha do
Brasil é a autora dos estudos, assim como foi do presidente Emílio Médici a coragem de fixar as 200 milhas e não dar
ouvidos aos protestos de grandes nações.
O governo concluirá que a questão dos aeroportos passa pela Aeronáutica, que sempre atuou com competência
nesta área. As coisas degringolaram depois que a Infraero passou à esfera civil e o DAC virou agência reguladora. E tudo
isso com amplo respaldo popular, mas com os protestos dos recalcados de sempre, gente deformada intelectualmente. O
Brasil, entretanto, é maior do que eles.
O regime militar, que tantos criticam, merece reparo pelo excesso de zelo do Marechal Castelo Branco, que afastou os
militares da carreira política, criando uma série de obstáculos. Até então, o Parlamento brasileiro sempre contou com a
presença de ilustres militares. Nos anos 50, por exemplo, o Rio de Janeiro, capital federal, chegou a ter três senadores
militares – os generais Gilberto Marinho, que presidiu o senado e exerceu dois mandatos, Napoleão de Alencastro
Guimarães e Caiado de Castro. Grandes deputados, como José Costa Cavalcanti, de Pernambuco, Menezes Cortes,
Mendes de Morais e Amauri Kruel, do Rio. No antigo estado do Rio, a figura maior foi o Almirante Amaral Peixoto, mas
também tiveram governadores, como os generais Macedo Soares e Paulo Torres. Logo, militar é uma coisa; ressentimento
de gente que no passado errou, e errou feio, é outra.
Editorial
O povo ama os militares
Aristóteles Drummond
Os recentes acontecimentos no Rio de Janeiro trouxeram à tona a realidade de que o brasileiro entende, respeita e
prestigia seus militares. Todos os que lidam com esta classe, que é numerosa, sabem que a norma é o respeito, a dignidade
e a vocação para servir. Amparados em valores fundamentais para que uma nação se faça respeitar: austeridade, dignidade
e compostura. A começar pelos seus próprios, que, mesmo sem verbas, estão sempre pintados e limpos. Nos oficiais e
funcionários civis, a vestimenta é sempre correta, assim como a apresentação pessoal.
Os militares desenvolvem um papel importante no atendimento às populações ribeirinhas na região amazônica, por
exemplo, em que tudo depende da Marinha ou da Aeronáutica. As fronteiras terrestres entregues ao Exército, que poderia
ser mais bem aproveitado no combate ao contrabando de drogas e às invasões de nosso território por criminosos de países
vizinhos. Mesmo nos grandes centros, não foram poucas as vezes em que foram às ruas para a preservação da ordem e do
respeito.
O presidente Lula entendeu o papel dos militares, os serviços prestados e, de certa maneira, os prestigiou ao longo de
seus dois mandatos. Barrou manobras revanchistas que certamente desaguariam em crise desgastante.
Agora, vamos precisar dos militares mais uma vez. Já são muitas as frentes de obras confiadas a regimentos de
engenharia do Exército, como a Cuiabá–Santarém, tal vez a mais importante estrada em pavimentação no Brasil
atualmente. E, para atender a Copa de 14, certamente deveremos ter tropas treinadas para ajudar as polícias estaduais
durante o período do evento. A mais, vamos ter de aprovar na ONU o aumento de nossa plataforma continental, onde temos
direito assegurado, antes que aventureiros venham pescar em nossas águas profundas o nosso petróleo. E a Marinha do
Brasil é a autora dos estudos, assim como foi do presidente Emílio Médici a coragem de fixar as 200 milhas e não dar
ouvidos aos protestos de grandes nações.
O governo concluirá que a questão dos aeroportos passa pela Aeronáutica, que sempre atuou com competência
nesta área. As coisas degringolaram depois que a Infraero passou à esfera civil e o DAC virou agência reguladora. E tudo
isso com amplo respaldo popular, mas com os protestos dos recalcados de sempre, gente deformada intelectualmente. O
Brasil, entretanto, é maior do que eles.
O regime militar, que tantos criticam, merece reparo pelo excesso de zelo do Marechal Castelo Branco, que afastou os
militares da carreira política, criando uma série de obstáculos. Até então, o Parlamento brasileiro sempre contou com a
presença de ilustres militares. Nos anos 50, por exemplo, o Rio de Janeiro, capital federal, chegou a ter três senadores
militares – os generais Gilberto Marinho, que presidiu o senado e exerceu dois mandatos, Napoleão de Alencastro
Guimarães e Caiado de Castro. Grandes deputados, como José Costa Cavalcanti, de Pernambuco, Menezes Cortes,
Mendes de Morais e Amauri Kruel, do Rio. No antigo estado do Rio, a figura maior foi o Almirante Amaral Peixoto, mas
também tiveram governadores, como os generais Macedo Soares e Paulo Torres. Logo, militar é uma coisa; ressentimento
de gente que no passado errou, e errou feio, é outra.
Editorial
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Instituições Confiáveis
Pesquisa de Opinião Pública mostra a confiança da população brasileira na Marinha do Brasil
A Marinha do Brasil é uma instituição confiável para 80,9% dos brasileiros. Essa é a conclusão da pesquisa de opinião pública, de abrangência nacional, realizada pelo Instituto de Pesquisa Meta, que presta serviço à Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República (SECOM/PR), e coordenada pelo Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), com o propósito de identificar a percepção da população brasileira em relação à imagem da Força, visando maior eficiência dos serviços e produtos de comunicação social.
As entrevistas foram realizadas, entre os dias 19 a 25 de novembro de 2010, em 123 municípios de todas as Unidades da Federação. Foram ouvidas 2017 pessoas, com margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento, também, mostrou a avaliação da população em relação à atuação da Marinha do Brasil, que foi considerada positiva (ótima ou boa) por parcela expressiva dos entrevistados (80,2%).
A pesquisa avaliou o perfil demográfico da população, os hábitos de mídia, confiança na Marinha do Brasil e conhecimentos específicos da Força, permitindo, ainda, inferências regionais.
A Marinha do Brasil é uma instituição confiável para 80,9% dos brasileiros. Essa é a conclusão da pesquisa de opinião pública, de abrangência nacional, realizada pelo Instituto de Pesquisa Meta, que presta serviço à Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República (SECOM/PR), e coordenada pelo Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), com o propósito de identificar a percepção da população brasileira em relação à imagem da Força, visando maior eficiência dos serviços e produtos de comunicação social.
As entrevistas foram realizadas, entre os dias 19 a 25 de novembro de 2010, em 123 municípios de todas as Unidades da Federação. Foram ouvidas 2017 pessoas, com margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento, também, mostrou a avaliação da população em relação à atuação da Marinha do Brasil, que foi considerada positiva (ótima ou boa) por parcela expressiva dos entrevistados (80,2%).
A pesquisa avaliou o perfil demográfico da população, os hábitos de mídia, confiança na Marinha do Brasil e conhecimentos específicos da Força, permitindo, ainda, inferências regionais.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco