Túlio escreveu:Senhores, algumas considerações:
Não sei até que ponto a MB tem real interesse por outras aeronaves de caça para o São Paulo. Aliás, tenho dúvidas sérias de que realmente os queira. Skyhawks com radar multimodo, glass cockpit e capacidade de lançar AAMs e MANs parecem fazer muito mais sentido, dadas as limitações do navio para operar aeronaves maiores e mais modernas. Mesmo as primeiras versões do F/A-18 (A/B), supondo-se que estejam disponíveis e em boas condições, operariam no limite a bordo e com aviônica inferior à que será colocada no A-4 da MB...
Também tenho dúvidas do real interesse da MB pelo citado NAe como meio de
PROJEÇÃO DE PODER, verdadeira tarefa de um NAe. Exceto, claro, em termos regionais e mesmo assim em bases limitadas.
Outro dado neste sentido é a possível aquisição de antigas aeronaves Trader para COD e possivelmente outros igualmente antigos Tracker modificados para AEW&C. O Tracker não foi feito para operar em grandes altitudes e o radar a ser colocado nele também por certo terá capacidades muito inferiores às do Erieye, por exemplo.
Aonde então eu quero chegar?
Bem, vejamos a História: na segunda metade dos anos 50 a MB adquiriu um NaeL da classe Colossus à Inglaterra, o reformou na Holanda e passou décadas a operá-lo com uma espécie de NCAM-AS. Mais ou menos ao mesmo tempo o
GRANDE INIMIGO, a Argentina, adquiriu belonave semelhante mas tratou de equipá-lo com jatos Skyhawk. Ao longo de décadas ambos acumularam amplos conhecimentos em Operações Embarcadas com aeronaves de asa fixa e rotativa (em que pese a palhaçada 'política' da FAB em insistir em manter sua a aviação de asa fixa a bordo, kgada só recentemente desfeita). Chegou um momento em que os Colossus já estavam realmente no fim. A Argentina simplesmente desativou o seu e jogou no lixo anos de conhecimentos valiosíssimos. O Brasil não, comprou um NAe da França e seguiu tocando seu programa do jeito que dava, mesmo com orçamento apertadíssimo (qualquer semelhança com ARAMAR NÃO É necessariamente coincidência). Agora podia operar com jatos de combate e acumular ainda mais conhecimentos. Principalmente, pode manter a
expertise desenvolvida em meio século. Isso não se compra nem vem em ToT, isso não se desenvolve em um par de anos. É conhecimento CONTINUADO!
E aí eu volto a ARAMAR, há pouco por mim mencionado: a MB o sustentou na base da tenacidade, cortando de outros pontos de seu orçamento, apenas esperando 'Mineiramente' o momento propício para o SSN poder emergir. Finalmente, temos aí o PROSUB, que vai nos dar o definitivo domínio do desenvolvimento e produção/operação de SSNs. Foram décadas e ainda temos ao menos uma pela frente até ver o primeiro fruto da sabedoria dos Almirantes.
O
OUTRO fruto, embora bem mais antigo, ainda está nos estágios iniciais em que um dia esteve ARAMAR: esperando o momento certo!
A DIFERENÇA: quando nosso primeiro NAe DE VERDADE, autêntico meio de projeção de poder, estiver sendo projetado, o estará sendo à luz de bem mais de meio século de experiência continuada e do conhecimento profundo sobre todas as funções que aeronaves podem executar a partir deste tipo de navio. Teremos de aprender longamente sobre a operação diuturna de um SSN mas sobre NAe será apenas uma questão de designar as novas aeronaves e aprender a operá-las. Será questão de poucos anos e teremos um NAe plenamente operacional, já o SSN demorará mais, pois só conhecemos subs convencionais.
Comparando-nos a outros BRICs notamos que a Rússia é a ÚNICA com longa tradição e experiência com SSNs, os demais tendo bem menos mas sendo o Brasil O ÚNICO que terá de começar praticamente do zero. Já em NAes é exatamente o inverso, o Brasil é O ÚNICO com longa tradição e experiência com NAes de catapulta. Os demais estão apenas começando...
E isso só já vale TUDO o que se investiu em tempo e dinheiro em navios de que outros costumam fazer pouco e dizer mal: não há preço para a experiência! Quando o momento chegar estaremos muitíssimo bem preparados para os nossos NAes e os boquirrotos estarão engolindo as línguas com pimenta malagueta...