Estava pensando em como EU faria ao especificar os novos NaPaOcs. Essas idéias estrangeiristas me incomodam sobremodo, vem tudo ou quase tudo de fora, inclusive o desenho, e isso em um País que desenhou sozinho as Corvetas. Acho um desperdício. Mas comecemos pelo princípio:
O que é um NaPaOc? Como diz seu nome, é um navio de PATRULHA com capacidade OCEÂNICA, ou seja, de águas azuis. Suas principais funções:
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Patrulha armada de áreas de interesse e apoio ao tráfego marítimo. Seus alvos principais são pesqueiros ilegais, contrabandistas e piratas/terroristas. Por exemplo, as operações antipirataria na costa da Somália têm sido conduzidas por grandes, pesadas e caras fragatas, podendo sê-lo com igual eficácia pelo navio aqui descrito e por uma pequena fração do custo. Há ainda o fator de serem muito mais seguros, manobráveis e eficazes em águas marrons no desempenho de suas missões específicas do que pesadas escoltas, que ficariam assim liberadas para as suas próprias.
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SAR. Tanto com seus próprios meios quanto servindo de apoio a outros (helicópteros SAR maiores como os EC-725). Lembremos que "em 2009 a MB enviou uma fragata para resgatar um veleiro naufragado a 2 mil km da costa do Rio de Janeiro. O pedido de socorro foi enviado em 1º de maio e recebido por outro veleiro e retransmitido para a África do Sul. Logo foi acionado o centro resgato que pediu apoio a MB. A fragata Bosisio F48 foi enviada no dia 2 com um helicóptero e a FAB acionou um C-130 no dia 3 para auxiliar o resgate. No dia 4 a fragata solicitou que dois mercantes contatassem o veleiro o que foi feito no dia 5. No fim da manhã os dois tripulantes foram resgatados por um helicóptero. O navio tanque G-23 Gastão Mota também foi acionado para encontrar e reabastecer a fragata que chegou no Rio de Janeiro na noite do dia 8 para 9. Um NaPaOc poderia realizar a missão sem limitação e com custos bem menores." - (dados do Site Sistemas de Armas)
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Treinamento e conversão operacional de tripulantes para belonaves maiores.
Bem, sabendo o que é e para que serve um NaPaOc, vamos supor uma belonave partindo de alguns dados básicos das especificações da MB. Fala-se em deslocamento em torno de 1800t, velocidade igual ou superior a 20kts e armamento principal de um canhão de 76mm na proa e dois de 20mm nos bordos.
MUITO QUE BEM.
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1800t me parece
O MÍNIMO ACEITÁVEL para um navio capaz de operar em águas azuis em qualquer época do ano. Em mar agitado, qual seria sua capacidade de se aproximar de um navio em apuros ou uma plataforma de extração de petróleo? Mas vá, 1800t já quebram o galho...
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A velocidade me parece apropriada e os meios de propulsão parecem ser motores convencionais a diesel. Menor custo que turbinas. Sobre custo falarei mais adiante...
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Armamento de Proa: diz-se que a MB especificou na popa um Oto-Melara Super Rápido 76mm, capaz de fogo de superfície e AAe em cadência de até 120 RPM. Para as missões acima descritas parece um enorme exagero, não é um navio DE GUERRA e sim DE PATRULHA. Raramente terá de atirar com a arma principal e muito mais raramente ainda em TIRO DE DESTRUIÇÃO! E isso contra navios, contra aeronaves sua necessidade é praticamente NULA! Assim, me parece absurda essa idéia de usar a mais moderna versão do 76/62. Lembro que demos baixa de OITO CTs da classe BERTIOGA, cada um com três peças de 76mm, num total de 24 peças. Devem estar 'encostadas' em algum depósito da MB, uma que outra repassada a algum outro navio. O preço de UM ÚNICO Super Rápido pagaria a reforma, aperfeiçoamento e instalação de todos eles em NaPaOcs e ainda sobraria troco, diria. Uma bela redução de custos...
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Armamento de Bordos: e os 20mm? Reparos abertos, ao sabor do tempo, sendo armas de tecnologia dos anos 70 sem maiores aperfeiçoamentos. Primeiro, volto a enfatizar a desnecessidade de alto volume/poder de fogo em patrulheiros e, em seguida, que temos uma torreta capaz de utilizar metralhadoras até o calibre .50, a REMAX, na qual ninguém fica exposto às intempéries e os sistemas de controle de fogo são suficientemente sofisticados para a missão a que se propõem! Mais que seu concorrente, acrescento. Novamente nos vemos pagando para ajudar o desenvolvimento tecnológico de Países estrangeiros em detrimento do nosso: quantos NaPaOcs serão construídos para a MB? Multiplique-se por dois e se terá a quantidade de torretas REMAX navalizadas que
NÃO serão construídas em benefício de um fabricante estrangeiro, pagando em moeda forte (divisas) ao invés da nossa. E tudo isso para, no máximo, atirar em lanchas de piratas ou terroristas cujas armas mais potentes serão AKMs e RPGs, ambos com alcance preciso bem menor que a .50. Ou ainda dar tiros de advertência a mercantes e contrabandistas. Novamente quero frisar que
PATRULHEIRO NÃO É NAVIO DE GUERRA!
Pelo menos - eu disse PELO MENOS -
dobrem a tonelagem e instalem turbinas capazes de levá-lo a uns 30kts e eu calo a boca! Aí sim, até acredito no famigerado "fitted for, but not with", a meu ver mera falácia para navios de tonelagem tão modesta. Até então os considerarei apenas pelo que são, PATRULHEIROS, não ESCOLTAS.