Agora sim a coisa pode avançar, pois nos primeiros contatos a coisa estava sendo tocada apenas como uma proposta técnico/comercial, e não com o necessário comprometimento comercial.Túlio escreveu:Não devem ter dado bola para o artigo porque está em Inglês, vai então em Português (e não é Googlada à Francoorp... )
A cooperação Sul-Africano-Brasileira em mísseis superfície-ar ainda é possível
Por: Keith Campbell
10 de dezembro de 2010
As conversações continuam entre a Marinha do Brasil e a empresa estatal de mísseis da África do Sul, Denel Dynamics, sobre o desenvolvimento conjunto da proposta do SAM naval Umkhonto-R de médio alcance guiado por radar. A Marinha do Brasil tem, no entanto, duas condições para a participação no projeto.
Primeiro, deve haver um amplo acordo de governo para governo, incluindo garantias mútuas, para reger o programa. Acredita-se que este ainda precisa ser aprovado pelo governo Sul-Africano.
Em segundo lugar, a Marinha Sul Africana (SAN) deve comprometer-se também em comprar o Umkhonto-R. Atualmente, a SAN opera a versão original do míssil, o Umkhonto-IR de curto alcance. Uma versão melhorada do Umkhonto-IR, com um alcance algo maior, foi adquirida pela Marinha da Finlândia (que será, ao que parece, também comprado pela SAN). Sabe-se que a SAN está interessada em uma versão de maior alcance do Umkhonto mas não está claro se esse interesse é focado em uma versão melhorada do Umkhonto-IR ou já no Umkhonto-R.
A Marinha brasileira está à procura de um SAM de médio alcance (30 km ou mais) que poderia mais tarde ser desenvolvido para conseguir um alcance significativamente maior e que seria usado para armar a sua próxima geração de fragatas. O interesse da Marinha em cooperação com a África do Sul tem sido bastante estimulado pelo sucesso do A-Darter no programa de AAMs, sendo desenvolvido e financiados numa base 50:50 entre África do Sul (Denel Dynamics) e Brasil (FAB e três empresas brasileiras). A Marinha do Brasil já selecionou duas empresas brasileiras para participar do programa, que deve ir adiante (aqui não me pareceu claro se ele se refere ao SAM ou ao AAM).
Ao contrário da Força Aérea Brasileira no programa A-Darter, a Marinha do Brasil vai ter um papel pouco ativo no processo de desenvolvimento de mísseis, deixando isso para as empresas selecionadas. Isso ocorre porque expertises técnicas e de engenharia da Marinha já estão fortemente comprometidas com a sua prioridade estratégica - a ampliação de sua força de submarinos, incluindo a construção de uma base de submarinos totalmente nova e estaleiro de construção de submarinos, a aquisição de quatro unidades novas do Francês Scorpene, uma classe de submarinos convencionais a serem construídos no Brasil (exceto o primeiro) e o desenvolvimento de submarinos nucleares. O objetivo a longo prazo é que o Brasil tenha uma frota de quatro submarinos nucleares e dez convencionais. (A mídia brasileira relata que o objetivo seria de seis submarinos nucleares e vinte convencionais lá por 2047).
O programa de fragatas é uma segunda prioridade estratégica e envolverá a aquisição de seis navios oceânicos de grande porte. Estes também serão construídas no Brasil exceto, provavelmente, o primeiro da classe. Desde já a concorrência por este contrato é acirrada entre França, Alemanha, Itália, Coréia do Sul e Reino Unido, com mais países propensos a participar.
A Marinha do Brasil gostaria de dotar estes navios com um sistema de mísseis sobre o qual ela tivesse o controle total, não apenas acesso completo (e compartilhamento do desenvolvimento) dos códigos-fonte de software. Isso aumentaria a independência estratégica da Marinha - e do País.
A SAN e da Marinha do Brasil já participaram juntos em dois exercícios navais multinacionais nos últimos meses. Em setembro, houve o bem sucedido Exercício IbsaMar II, que também envolveu a Índia e que teve lugar em águas sul-Africanas, enquanto outubro viu o VIII Atlasur, envolvendo também a Argentina e o Uruguai, em águas Argentinas.
Tomara que avancemos em mais esta área.