ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Foi um governos entreguista.Uma era que felizmente já passou.Como diria o saudoso Odorico Paraguassu entreguista juramentado este FHC.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Foi um governo entreguista.Uma era que felizmente já passou.Como diria o saudoso Odorico Paraguassu entreguista juramentado este FHC.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Defesa
O acordo espacial Brasil-Ucrânia
Enviado por luisnassif, ter, 23/11/2010 - 11:42
Do Valor
Críticos não veem valor estratégico em acordo espacial com ucranianos
Raymundo Costa e Virgínia Silveira | De Brasília e São José dos Campos
23/11/2010
As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia.
O acordo espacial Brasil-Ucrânia
Enviado por luisnassif, ter, 23/11/2010 - 11:42
Do Valor
Críticos não veem valor estratégico em acordo espacial com ucranianos
Raymundo Costa e Virgínia Silveira | De Brasília e São José dos Campos
23/11/2010
As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Do que este pessoal está falando!?!Penguin escreveu:Defesa
O acordo espacial Brasil-Ucrânia
Enviado por luisnassif, ter, 23/11/2010 - 11:42
Do Valor
Críticos não veem valor estratégico em acordo espacial com ucranianos
Raymundo Costa e Virgínia Silveira | De Brasília e São José dos Campos
23/11/2010
As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia.
Nunca fez parte do acordo Brasil-Ucrânia o desenvolvimento de foguete nenhum, desde o princípio a idéia era adquirir o foguete pronto da fábrica Yuzhnoye na Ucrânia, e as operações de preparação e lançamento seriam também feitas pelo próprio pessoal ucraniano, já treinado (o foguete vem praticamente pronto, a montagem é simples, e o lançamento é quase todo automatizado). E jamais foi colocada nenhuma solicitação pelo Brasil com respeito à transferência de tecnologia, no máximo se conversou informalmente sobre o possível desenvolvimento conjunto no futuro de uma nova versão do lançador, mas isto ainda é apenas uma idéia.
Os investimentos brasileiros serão maiores que os ucranianos porque eles já tem a fábrica e foguetes e os laboratórios de desenvolvimento prontos desde o tempo da URSS, e só precisarão desenvolver alguns componentes do foguete que eram produzidos na Rússia. Já nós teremos que montar toda a infra-estrutura de montagem e lançamento do foguete, o porto para recebê-lo, as is de transporte, habitações, sistema sanitário, etc... . Talvez até tenhamos que montar uma fábrica de hidrazina em Alcântara, não sei se seria considerado seguro trazer a quantidade necessária da Ucrânia. Basicamente faremos obras civis, e talvez uma pequena planta química (que por sinal não serviria para praticamente mais nada além de abastecer os foguetes cyclone). O investimento para tudo isso é alto, mas já se sabia disso quando o acordo foi fechado.
E agora "as autoridades" estão reclamando que terão que gastar o dinheiro que poderia estar sendo usado no nosso próprio programa espacial sem que o Brasil receba nenhuma tecnologia por isso? Mas então elas sequer prestaram atenção ao que estavam assinando quando fecharam o acordo? Que raio de autoridade é essa?
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
O fetichismo do Brasil com o acesso rápido e fácil à certas tecnologias está ficando constrangedor...Penguin escreveu:Defesa
O acordo espacial Brasil-Ucrânia
Enviado por luisnassif, ter, 23/11/2010 - 11:42
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Críticos não veem valor estratégico em acordo espacial com ucranianos
Raymundo Costa e Virgínia Silveira | De Brasília e São José dos Campos
23/11/2010
As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia.
O acordo com os Ucranianos NUNCA previu acesso às tecnologias do Cyclone, sempre foi uma parceria estritamente comercial...
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lá em cima, quando me for
um galpão acolhedor
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um pingo pastando perto
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eu juro pelo meu povo,
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retorno à velha planura
pra ser gaúcho de novo
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
O artigo completo:
Críticos não veem valor estratégico em acordo espacial com ucranianos
Autor(es): Raymundo Costa e Virgínia Silveira | De Brasília e São José dos Campos
Valor Econômico - 23/11/2010
As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia.
O envolvimento do Brasil na ACS hoje, segundo fontes do setor espacial, se resume a atividades cotidianas e administrativas, que representam apenas 5% do projeto. Pelo tratado de cooperação assinado em outubro de 2003 com a Ucrânia, no entanto, o Brasil se compromete em arcar com 50% de todos os custos que envolvem a implantação de um sítio de lançamento para o foguete Cyclone-4 em Alcântara, no Maranhão.
O diretor-geral brasileiro da ACS, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, no entanto, disse ao Valor que a empresa é "gerida de forma paritária" e que a atuação da parte brasileira "perpassa todas as áreas da empresa e não apenas a administrativa". Segundo Amaral, "na ACS a paridade é regra, não a exceção: a gestão é paritária e as decisões são tomadas em parceria e sob a responsabilidade dos dois países". A formatação da parceria é a mesma da Itaipu Binacional.
O Brasil, segundo um especialista do setor espacial, tem interesse em dominar a tecnologia nesse segmento por meio de trabalho conjunto com um parceiro internacional de maior experiência na atividade, mas o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, firmado com a Ucrânia em 2002, representa uma barreira legal para atingir esse objetivo. "Estão tocando o projeto de um lançador paralelo ao do brasileiro VLS, mas que é todo feito na Ucrânia e que não trará nenhum benefício às indústrias e nem ao programa espacial desenvolvido no país", diz a fonte.
A fonte cita como exemplo o artigo VII, do Acordo de Salvaguardas, que somente permite a participação brasileira em atividades de baixo valor agregado, como descarregar veículos transportando foguetes, equipamentos da plataforma de lançamento, equipamentos afins e entrega de contêineres lacrados nas áreas de preparação de foguetes. Tudo isso, segundo a fonte, supervisionado pelos ucranianos. "O acordo é incoerente, pois a maior parte desses equipamentos não é ucraniana e foi desenvolvida e adquirida pela binacional ACS, com 50% dos seus custos pagos pelo Brasil", alertam especialistas do setor espacial.
Ainda segundo os pesquisadores, a ACS vai cobrar US$ 55 milhões por lançamento feito pelo Cyclone-4, dos quais cerca de US$ 30 milhões serão pagos às empresas ucranianas construtoras do foguete. O lucro previsto é de US$ 5 milhões, sendo dividido em partes iguais pelos dois países. Amaral rebate e diz que "o valor cobrado pela ACS por lançamento não é fixo, mas sim, estimado. Explicitá-lo seria um erro juvenil, em se tratando de um mercado tão competitivo".
O Brasil receberá ainda, de acordo com a fonte, um aluguel pela cessão de uso de área do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para o lançamento dos foguetes ucranianos. O valor previsto é de US$ 750 mil por ano, o que representaria menos de 1% do valor cobrado pelo Cazaquistão (US$ 115 milhões) em sua base de Baikonur, onde os russos lançam seus foguetes e onde também lançava a Ucrânia até sua separação da antiga União Soviética em 1991.
A Ucrânia encontrou no Brasil a possibilidade de lançar seus foguetes a partir de um centro espacial bem localizado (próximo da Linha do Equador) e com a vantagem de ter o Oceano Atlântico a leste e ao norte. Dessa forma, parte dos foguetes lançados de Alcântara cai no mar, longe das áreas habitadas. "A diferença entre o Brasil e o Cazaquistão é que nosso país é quem está investindo vultosos recursos na infraestrutura de apoio ao lançamento específico do Cyclone-4, mas sem nenhum tipo de contrapartida ou compensação tecnológica, a exemplo do que já foi feito em outros programas como o da aeronave militar AMX, em parceria com a Itália, ou o do míssil A-Darter, com empresas sul-africanas", alerta um especialista da área de lançadores.
Até agora, segundo o especialista, o Brasil já investiu R$ 490 milhões no capital da ACS e tem previstos gastos de R$ 160 milhões em obras de infraestrutura do Centro de Lançamento do Cyclone e mais R$ 180 milhões com a construção de um porto marítimo de cargas. Está prevista ainda a construção de um depósito de combustível, antes de responsabilidade dos ucranianos, o que daria um investimento superior a R$ 1 bilhão. "Tudo isso sem licitação, o que tem criado um grande constrangimento no Inpe e no DCTA, que são obrigados a fazer licitação para a maioria dos contratos envolvendo o programa espacial", afirma a fonte.
"Fala-se muito em gastos que o governo do Brasil fez e que não estavam descritos no tratado entre os dois países", diz Amaral. "Deve-se ressaltar que também o governo da Ucrânia tem arcado para o desenvolvimento do projeto. Há muitos trabalhos que foram realizados pelos ucranianos antes mesmo da criação efetiva da própria ACS", argumenta.
As empresas ucranianas fornecedoras da ACS, segundo a fonte, são também órgãos superiores da administração da ACS. "O conselho de administração da binacional é integrado pelas duas empresas ucranianas Yuzhnoye e Yuzhmash que, com seus contratos "surpresa" e elevados preços estão levando à necessidade de capitalização da ACS para montantes já quase insustentáveis."
Amaral diz que, de fato, no início das atividades da ACS havia representantes das empresas ucranianas nos conselhos Fiscal e de Administração. "Identificado o problema, o mesmo foi corrigido no começo de 2010", diz. "Agora, não há mais membros das empresas ucranianas como membros de qualquer órgão fiscalizador da ACS." Mas todos os contratos são analisados por uma comissão de negociação antes da assinatura.
O projeto do Cyclone-4 deveria trazer ainda, segundo a fonte, a oportunidade para especialistas, pesquisadores e empresas brasileiras participarem de atividades de maior conteúdo tecnológico, que agregassem conhecimentos úteis nos projetos de foguetes brasileiros.
Críticos não veem valor estratégico em acordo espacial com ucranianos
Autor(es): Raymundo Costa e Virgínia Silveira | De Brasília e São José dos Campos
Valor Econômico - 23/11/2010
As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia.
O envolvimento do Brasil na ACS hoje, segundo fontes do setor espacial, se resume a atividades cotidianas e administrativas, que representam apenas 5% do projeto. Pelo tratado de cooperação assinado em outubro de 2003 com a Ucrânia, no entanto, o Brasil se compromete em arcar com 50% de todos os custos que envolvem a implantação de um sítio de lançamento para o foguete Cyclone-4 em Alcântara, no Maranhão.
O diretor-geral brasileiro da ACS, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, no entanto, disse ao Valor que a empresa é "gerida de forma paritária" e que a atuação da parte brasileira "perpassa todas as áreas da empresa e não apenas a administrativa". Segundo Amaral, "na ACS a paridade é regra, não a exceção: a gestão é paritária e as decisões são tomadas em parceria e sob a responsabilidade dos dois países". A formatação da parceria é a mesma da Itaipu Binacional.
O Brasil, segundo um especialista do setor espacial, tem interesse em dominar a tecnologia nesse segmento por meio de trabalho conjunto com um parceiro internacional de maior experiência na atividade, mas o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, firmado com a Ucrânia em 2002, representa uma barreira legal para atingir esse objetivo. "Estão tocando o projeto de um lançador paralelo ao do brasileiro VLS, mas que é todo feito na Ucrânia e que não trará nenhum benefício às indústrias e nem ao programa espacial desenvolvido no país", diz a fonte.
A fonte cita como exemplo o artigo VII, do Acordo de Salvaguardas, que somente permite a participação brasileira em atividades de baixo valor agregado, como descarregar veículos transportando foguetes, equipamentos da plataforma de lançamento, equipamentos afins e entrega de contêineres lacrados nas áreas de preparação de foguetes. Tudo isso, segundo a fonte, supervisionado pelos ucranianos. "O acordo é incoerente, pois a maior parte desses equipamentos não é ucraniana e foi desenvolvida e adquirida pela binacional ACS, com 50% dos seus custos pagos pelo Brasil", alertam especialistas do setor espacial.
Ainda segundo os pesquisadores, a ACS vai cobrar US$ 55 milhões por lançamento feito pelo Cyclone-4, dos quais cerca de US$ 30 milhões serão pagos às empresas ucranianas construtoras do foguete. O lucro previsto é de US$ 5 milhões, sendo dividido em partes iguais pelos dois países. Amaral rebate e diz que "o valor cobrado pela ACS por lançamento não é fixo, mas sim, estimado. Explicitá-lo seria um erro juvenil, em se tratando de um mercado tão competitivo".
O Brasil receberá ainda, de acordo com a fonte, um aluguel pela cessão de uso de área do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para o lançamento dos foguetes ucranianos. O valor previsto é de US$ 750 mil por ano, o que representaria menos de 1% do valor cobrado pelo Cazaquistão (US$ 115 milhões) em sua base de Baikonur, onde os russos lançam seus foguetes e onde também lançava a Ucrânia até sua separação da antiga União Soviética em 1991.
A Ucrânia encontrou no Brasil a possibilidade de lançar seus foguetes a partir de um centro espacial bem localizado (próximo da Linha do Equador) e com a vantagem de ter o Oceano Atlântico a leste e ao norte. Dessa forma, parte dos foguetes lançados de Alcântara cai no mar, longe das áreas habitadas. "A diferença entre o Brasil e o Cazaquistão é que nosso país é quem está investindo vultosos recursos na infraestrutura de apoio ao lançamento específico do Cyclone-4, mas sem nenhum tipo de contrapartida ou compensação tecnológica, a exemplo do que já foi feito em outros programas como o da aeronave militar AMX, em parceria com a Itália, ou o do míssil A-Darter, com empresas sul-africanas", alerta um especialista da área de lançadores.
Até agora, segundo o especialista, o Brasil já investiu R$ 490 milhões no capital da ACS e tem previstos gastos de R$ 160 milhões em obras de infraestrutura do Centro de Lançamento do Cyclone e mais R$ 180 milhões com a construção de um porto marítimo de cargas. Está prevista ainda a construção de um depósito de combustível, antes de responsabilidade dos ucranianos, o que daria um investimento superior a R$ 1 bilhão. "Tudo isso sem licitação, o que tem criado um grande constrangimento no Inpe e no DCTA, que são obrigados a fazer licitação para a maioria dos contratos envolvendo o programa espacial", afirma a fonte.
"Fala-se muito em gastos que o governo do Brasil fez e que não estavam descritos no tratado entre os dois países", diz Amaral. "Deve-se ressaltar que também o governo da Ucrânia tem arcado para o desenvolvimento do projeto. Há muitos trabalhos que foram realizados pelos ucranianos antes mesmo da criação efetiva da própria ACS", argumenta.
As empresas ucranianas fornecedoras da ACS, segundo a fonte, são também órgãos superiores da administração da ACS. "O conselho de administração da binacional é integrado pelas duas empresas ucranianas Yuzhnoye e Yuzhmash que, com seus contratos "surpresa" e elevados preços estão levando à necessidade de capitalização da ACS para montantes já quase insustentáveis."
Amaral diz que, de fato, no início das atividades da ACS havia representantes das empresas ucranianas nos conselhos Fiscal e de Administração. "Identificado o problema, o mesmo foi corrigido no começo de 2010", diz. "Agora, não há mais membros das empresas ucranianas como membros de qualquer órgão fiscalizador da ACS." Mas todos os contratos são analisados por uma comissão de negociação antes da assinatura.
O projeto do Cyclone-4 deveria trazer ainda, segundo a fonte, a oportunidade para especialistas, pesquisadores e empresas brasileiras participarem de atividades de maior conteúdo tecnológico, que agregassem conhecimentos úteis nos projetos de foguetes brasileiros.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Estas informações expõem as principais críticas que se pode fazer a este programa da ACS. Os investimentos a serem realizados pelo Brasil serão bastante elevados, e o retorno financeiro jamais cobrirá estes gastos, mesmo que as condições de comercialização venham a ser significativamente melhores do que as descrito no artigo. E isto apenas para termos os espetáculos dos lançamentos feitos de Alcântara, pois não haverá mesmo nenhuma transferência de tecnologia, o contrato que temos com a Ucrânia é de SALVAGUARDAS para a tecnologia DELES, e não de transferência de tecnologia para nós.Penguin escreveu:Ainda segundo os pesquisadores, a ACS vai cobrar US$ 55 milhões por lançamento feito pelo Cyclone-4, dos quais cerca de US$ 30 milhões serão pagos às empresas ucranianas construtoras do foguete. O lucro previsto é de US$ 5 milhões, sendo dividido em partes iguais pelos dois países. Amaral rebate e diz que "o valor cobrado pela ACS por lançamento não é fixo, mas sim, estimado. Explicitá-lo seria um erro juvenil, em se tratando de um mercado tão competitivo".
O Brasil receberá ainda, de acordo com a fonte, um aluguel pela cessão de uso de área do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para o lançamento dos foguetes ucranianos. O valor previsto é de US$ 750 mil por ano, o que representaria menos de 1% do valor cobrado pelo Cazaquistão (US$ 115 milhões) em sua base de Baikonur, onde os russos lançam seus foguetes e onde também lançava a Ucrânia até sua separação da antiga União Soviética em 1991.
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Desde o início deveria ter sido colocado claramente que a ACS é uma empresa que tem como único objetivo de a busca de lucros com o lançamento de satélites utilizando o foguete Cyclone (que será adquirido de terceiras empresas), e não existirá nenhuma atividade geradora de tecnologia em sua implantação e operação. Porquê então o governo brasileiro tem que bancar as despesas a fundo perdido? Porque os recursos não foram buscados junto aos órgãos financiadores (como o BNDES), com o compromisso de serem devidamente pagos de volta com em prazo adequado e com taxas de juro razoáveis, como ocorre com qualquer outra empresa? E porquê o programa espacial brasileiro não tem as mesmas facilidades (embora isto na prática fosse fazer pouquíssima diferença)?
O governo da Ucrânia está bancando o desenvolvimento de seu foguete, e poderá fazer com ele o que quiser, inclusive ir lançá-lo de qualquer outro local do planeta e deixar as instalações de Alcântara largada às moscas, isto na hora que bem entender. São investimentos deles em benefício deles. O que teriam estes investimentos deles a ver com a ACS?"Fala-se muito em gastos que o governo do Brasil fez e que não estavam descritos no tratado entre os dois países", diz Amaral. "Deve-se ressaltar que também o governo da Ucrânia tem arcado para o desenvolvimento do projeto. Há muitos trabalhos que foram realizados pelos ucranianos antes mesmo da criação efetiva da própria ACS", argumenta.
Isto jamais foi sequer cogitado. O projeto e desenvolvimento do Cyclone-4 é uma atividade de responsabilidade exclusiva da Ucrânia, e o Brasil jamais teve nada a ver com isso. A ACS irá apenas COMPRAR os foguetes prontos e seus respectivos lançamentos aos ucranianos, nunca se discutiu nada diferente disso. Os únicos documentos referentes ao contato do Brasil com a tecnologia dos foguetes ucranianos são justamente para NÃO PERMITIR NOSSO ACESSO À ELA. É disso que tratam acordos de salvaguardas.O projeto do Cyclone-4 deveria trazer ainda, segundo a fonte, a oportunidade para especialistas, pesquisadores e empresas brasileiras participarem de atividades de maior conteúdo tecnológico, que agregassem conhecimentos úteis nos projetos de foguetes brasileiros.
Este artigo ignora completamente o próprio espírito do acordo Brasil-Ucrânia.
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Na realidade eu acabo pensando que assim como se pagou para o Pontes ir ao espaço como Turista, nós pagamos aos Ucranianos para termos um foguete minimamente decente lançado do Brasil...
Que piada... é muita tristeza!
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Realmente é um ponto de vista valido, mas eu gostaria de saber a opinião de nosso papa espacial LeandroZeRo4 escreveu:Na realidade eu acabo pensando que assim como se pagou para o Pontes ir ao espaço como Turista, nós pagamos aos Ucranianos para termos um foguete minimamente decente lançado do Brasil...
Que piada... é muita tristeza!
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Já que perguntou, minha opinião é a seguinte:Luiz Bastos escreveu:Realmente é um ponto de vista valido, mas eu gostaria de saber a opinião de nosso papa espacial LeandroZeRo4 escreveu:Na realidade eu acabo pensando que assim como se pagou para o Pontes ir ao espaço como Turista, nós pagamos aos Ucranianos para termos um foguete minimamente decente lançado do Brasil...
Que piada... é muita tristeza!
Não tenho nada contra o aluguel de espaços na base de Alcântara para o lançamento de foguetes estrangeiros, inclusive com acordos de salvaguardas tecnológicas como este com a Ucrânia e até aquele que os americanos queriam, desde que devidamente negociados para evitar atritos com a legislação brasileira.
Mas existem três pontos muito importantes que precisariam ser considerados nestes casos:
1) Os investimentos necessários para viabilizar este tipo de acordo (a construção das bases de lançamento principalmente, e no caso do Cyclone a eventual fábrica de combustíveis) precisam ser bancados pelas empresas interessadas. Pode-se até considerar a ajuda do BNDES, mas desde que as empresas se comprometam a pagar o empréstimo com os juros comuns aplicáveis ao caso e dêem garantias exigíveis.
Os investimentos que são de uso geral da base, como o porto, estradas e instalações de rastreamento devem mesmo ser pagos pelo governo, pois são em benefício da base em si e de nosso próprio programa espacial. Mas os que são de interesse apenas das empresas usuárias devem ser bancados por elas.
2) O fato de alguma/as empresa/as estarem usando a base de Alcantara para lançamentos comerciais NÃO PODE implicar em que os eventuais satélites brasileiros tenham obrigatoriamente de utilizar os seus foguetes. Para qualquer satélite a ser lançado pelo Brasil que não puder fazer uso de foguetes próprios deve ser feita uma concorência internacional para a escolha do lançador mais adequado e econômico, independentemente do local de lançamento.
Se uma empresa instalada em Alcântara vencer a concorrência tudo bem, mas ela não pode ter direito automático a uma "reserva de mercado" apenas por lançar seus foguetes do território nacional, sob pena de estarmos subsidiando indevidamente um programa espacial de outro país, o que acontecerá sempre em detrimento do nosso próprio (no mínimo as verbas economizadas com a busca dos lançadores mais econômicos permitiriam acelerar os desenvolvimentos genuinamente nacionais).
3) O desenvolvimento de um programa de lançadores brasileiros não pode sofrer influência alguma da existência ou não de empresas espaciais estrangeiras utilizando a base de Alcântara. A posse de sistemas para lançamento de satélites e de tecnologias de propulsão espacial é estratégica para países que querem um dia ser desenvolvidos e respeitados internacionalmente, e o simples lançamento local de foguetes estrangeiros não é substituto para o domínio nacional no setor (até porque os estrangeiros podem ir embora a qualquer momento devido a questões geopolíticas ou simplesmente atrás de alguma proposta melhor).
A cláusula do acordo de salvaguardas proposto pelos americanos que proibia o uso de verbas oriundas do aluguel da base de Alcântara para alavancar o programa espacial brasileiro causou indignação nos meios de comunicação e no congresso nacional (a população em geral infelizmente nem se apercebe destas questões). O que se deve dizer então de verbas que DEVERIAM ESTAR INDO para nosso próprio programa espacial ESTAREM SENDO DESVIADAS para atender aos interesses de empresas estrangeiras? O absurdo é muito maior.
Existem vários motivos importantes para que um país como o Brasil possua um programa espacial efetivo, o que hoje ainda não temos (estou escrevendo inclusive um artigo sobre isso). E qualquer acordo de aluguel de instalações em uma localização favorecida de nosso território para empresas ou países estrangeiros que também atuem na área não pode jamais ser confundido com os nossos próprios interesses nacionais no setor, que de forma alguma deveriam ser prejudicados para isso.
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Concordo!LeandroGCard escreveu:Já que perguntou, minha opinião é a seguinte:Luiz Bastos escreveu: Realmente é um ponto de vista valido, mas eu gostaria de saber a opinião de nosso papa espacial Leandro
Não tenho nada contra o aluguel de espaços na base de Alcântara para o lançamento de foguetes estrangeiros, inclusive com acordos de salvaguardas tecnológicas como este com a Ucrânia e até aquele que os americanos queriam, desde que devidamente negociados para evitar atritos com a legislação brasileira.
Mas existem três pontos muito importantes que precisariam ser considerados nestes casos:
1) Os investimentos necessários para viabilizar este tipo de acordo (a construção das bases de lançamento principalmente, e no caso do Cyclone a eventual fábrica de combustíveis) precisam ser bancados pelas empresas interessadas. Pode-se até considerar a ajuda do BNDES, mas desde que as empresas se comprometam a pagar o empréstimo com os juros comuns aplicáveis ao caso e dêem garantias exigíveis.
Os investimentos que são de uso geral da base, como o porto, estradas e instalações de rastreamento devem mesmo ser pagos pelo governo, pois são em benefício da base em si e de nosso próprio programa espacial. Mas os que são de interesse apenas das empresas usuárias devem ser bancados por elas.
2) O fato de alguma/as empresa/as estarem usando a base de Alcantara para lançamentos comerciais NÃO PODE implicar em que os eventuais satélites brasileiros tenham obrigatoriamente de utilizar os seus foguetes. Para qualquer satélite a ser lançado pelo Brasil que não puder fazer uso de foguetes próprios deve ser feita uma concorência internacional para a escolha do lançador mais adequado e econômico, independentemente do local de lançamento.
Se uma empresa instalada em Alcântara vencer a concorrência tudo bem, mas ela não pode ter direito automático a uma "reserva de mercado" apenas por lançar seus foguetes do território nacional, sob pena de estarmos subsidiando indevidamente um programa espacial de outro país, o que acontecerá sempre em detrimento do nosso próprio (no mínimo as verbas economizadas com a busca dos lançadores mais econômicos permitiriam acelerar os desenvolvimentos genuinamente nacionais).
3) O desenvolvimento de um programa de lançadores brasileiros não pode sofrer influência alguma da existência ou não de empresas espaciais estrangeiras utilizando a base de Alcântara. A posse de sistemas para lançamento de satélites e de tecnologias de propulsão espacial é estratégica para países que querem um dia ser desenvolvidos e respeitados internacionalmente, e o simples lançamento local de foguetes estrangeiros não é substituto para o domínio nacional no setor (até porque os estrangeiros podem ir embora a qualquer momento devido a questões geopolíticas ou simplesmente atrás de alguma proposta melhor).
A cláusula do acordo de salvaguardas proposto pelos americanos que proibia o uso de verbas oriundas do aluguel da base de Alcântara para alavancar o programa espacial brasileiro causou indignação nos meios de comunicação e no congresso nacional (a população em geral infelizmente nem se apercebe destas questões). O que se deve dizer então de verbas que DEVERIAM ESTAR INDO para nosso próprio programa espacial ESTAREM SENDO DESVIADAS para atender aos interesses de empresas estrangeiras? O absurdo é muito maior.
Existem vários motivos importantes para que um país como o Brasil possua um programa espacial efetivo, o que hoje ainda não temos (estou escrevendo inclusive um artigo sobre isso). E qualquer acordo de aluguel de instalações em uma localização favorecida de nosso território para empresas ou países estrangeiros que também atuem na área não pode jamais ser confundido com os nossos próprios interesses nacionais no setor, que de forma alguma deveriam ser prejudicados para isso.
Leandro G. Card
Me parece que o acordo Alcântara Orion Space franqueia todos os lançamentos em território nacional para uma única empresa, e isso é anticompetitivo.
Acho que ao descartar a floresta por conta de uma árvore (as tais cláusulas do Acordo de Salvaguardas), perdemos dez anos numa corrida tão competitiva quanto dinâmica.
Se não houver campo aberto
lá em cima, quando me for
um galpão acolhedor
de santa fé bem coberto
um pingo pastando perto
só de pensar me comovo
eu juro pelo meu povo,
nem todo o céu me segura
retorno à velha planura
pra ser gaúcho de novo
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- LeandroGCard
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
O acordo de salvaguardas em princípio protege apenas o domínio tecnológico da Ucrânia com relação à sua tecnologia de foguetes, mas que eu saiba não contém nenhuma cláusula de exclusividade para a Alcantara Cyclone Space (ACS). Em princípio qualquer outra empresa ou país poderia assinar acordos equivalentes conosco e passar a lançar foguetes da base de Alcântara da mesma forma que a ACS, concorrendo livremente com ela no mercado. E o Brasil também não está obrigado a utilizar os serviços da ACS para lançar seus próprios satélites, pode contratar os lançamentos de quem quiser.RobertoRS escreveu:Concordo!
Me parece que o acordo Alcântara Orion Space franqueia todos os lançamentos em território nacional para uma única empresa, e isso é anticompetitivo.
Acho que ao descartar a floresta por conta de uma árvore (as tais cláusulas do Acordo de Salvaguardas), perdemos dez anos numa corrida tão competitiva quanto dinâmica.
Mas isto é a teoria. Na prática existe um risco muito grande de que o governo passe a apresentar as atividades da ACS como um "programa espacial brasileiro B", para complementar ou mesmo substituir o programa oficial. O pessoal da própria ACS não perde nenhuma oportunidade de dizer exatamente isso. O resultado é o que estamos já vendo, verbas maiores sendo rapidamente liberadas para viabilizar as operações da ACS enquanto o PEB continua tendo que lutar todo o tempo contra a burocracia e o contingenciamento de recursos. E é bastante possível que no futuro nosso país passe a utilizar o foguete Cyclone-4 para lançar o SGB ou os satélites do INPE mesmo pagando um preço em mais alto que o do mercado internacional ou mesmo do que o necessário (deve-se lembrar inclusive que o Cyclone-4 é muito maior do que o que seria adequado para lançar qualquer um dos satélites em desenvolvimento ou estudo no Brasil, fora o SGB). A alegação poderia ser de que o governo estaria gastando o dinheiro a mais para apoiar uma empresa semi-nacional (50% do capital da ACS é brasileiro), argumento este que convenientemente esquece que a ACS só executa atividades administrativas, e contrata todas as atividades tecnológicas aos Ucranianos.
Vamos ver o vai dar quando esta empresa começar a funcionar.
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Acho que voce tocou no ponto mais importante Leandro. Esse plano B de acesso ao espaco irá se tornar plano A e nao existirá mais necessidade de investir no VLS. O contrato foi assinado e nao temos do que reclamar, quem assinou sabia o que tava fazendo, agora é arcarmos com essa baleia branca aí.
Alguém sabe me informar quem está sendo integrado no staff brasileiro ?Além da parte adm, creio que alguns técnicos devam estar sendo incorporado. Eles sao mao-de-obra "excedente" do IAE ?
Alguém sabe me informar quem está sendo integrado no staff brasileiro ?Além da parte adm, creio que alguns técnicos devam estar sendo incorporado. Eles sao mao-de-obra "excedente" do IAE ?
- LeandroGCard
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Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Amigo Anunnarca,Anunnarca escreveu:Acho que voce tocou no ponto mais importante Leandro. Esse plano B de acesso ao espaco irá se tornar plano A e nao existirá mais necessidade de investir no VLS. O contrato foi assinado e nao temos do que reclamar, quem assinou sabia o que tava fazendo, agora é arcarmos com essa baleia branca aí.
Alguém sabe me informar quem está sendo integrado no staff brasileiro ?Além da parte adm, creio que alguns técnicos devam estar sendo incorporado. Eles sao mao-de-obra "excedente" do IAE ?
Seria um rebaixamento muito grande para os pesquisadores do IAE virarem simples operadores de lançamento do Cyclone-4. E fora TALVEZ alguma atividade nas operações de lançamento, não haverá brasileiros envolvidos com a operação deste foguete. Portanto não acho que isto vá acontecer.
Um programa espacial pode ter 5 objetivos, como já coloquei em alguns de meus posts anteriores. São eles a domínio da tecnologia de mísseis militares, o marketing do país, o alavancamento da tecnologia nacional, o acesso aos usos do espaço e o lucro no mercado de aplicativos espaciais. A adoção da empresa Alcântara Cyclone Space como sucedânea do nosso próprio programa espacial irá aliminar a possibilidade do Brasil alcançar os 3 primeiros objetivos e limitar bastante os dois últimos, pelo menos na área de foguetes (a de satélites e sondas pode ser independente, mas aí nem precisaríamos do Cyclone-4, e é capaz dele atrapalhar esta área também dependendo do custo de lançamento).
Leandro G. Card
Re: ALCÂNTARA CYCLONE SPACE/AEB - News
Cuidado Leandro, esses pontos não sao tao verdadeiros assim.LeandroGCard escreveu:Amigo Anunnarca,Anunnarca escreveu:Acho que voce tocou no ponto mais importante Leandro. Esse plano B de acesso ao espaco irá se tornar plano A e nao existirá mais necessidade de investir no VLS. O contrato foi assinado e nao temos do que reclamar, quem assinou sabia o que tava fazendo, agora é arcarmos com essa baleia branca aí.
Alguém sabe me informar quem está sendo integrado no staff brasileiro ?Além da parte adm, creio que alguns técnicos devam estar sendo incorporado. Eles sao mao-de-obra "excedente" do IAE ?
Seria um rebaixamento muito grande para os pesquisadores do IAE virarem simples operadores de lançamento do Cyclone-4. E fora TALVEZ alguma atividade nas operações de lançamento, não haverá brasileiros envolvidos com a operação deste foguete. Portanto não acho que isto vá acontecer.
Um programa espacial pode ter 5 objetivos, como já coloquei em alguns de meus posts anteriores. São eles a domínio da tecnologia de mísseis militares, o marketing do país, o alavancamento da tecnologia nacional, o acesso aos usos do espaço e o lucro no mercado de aplicativos espaciais. A adoção da empresa Alcântara Cyclone Space como sucedânea do nosso próprio programa espacial irá aliminar a possibilidade do Brasil alcançar os 3 primeiros objetivos e limitar bastante os dois últimos, pelo menos na área de foguetes (a de satélites e sondas pode ser independente, mas aí nem precisaríamos do Cyclone-4, e é capaz dele atrapalhar esta área também dependendo do custo de lançamento).
Leandro G. Card
Quando falamos em desenvolver um lançador pra colocar carga em GEO nao pensamos em desenvolver a industria bélica com isso. Tudo bem, tem a propulsao, a aerodinamica e o controle de atitude em jogo, mas o desenvolvimento de lançadores sub-orbitais esta muito mais proximo dos interesses militares do que um lançador multi estagios
Marketing do pais eu concordo, mas nao acho que um programa vai ser impulsionado por esse motivo. Mas que esse marketing ajudou na corrida espacial, eu nao tenho duvidas, mas nao foi o motivo que criou o interesse espacial.
Alavancamento da tecnologia nacional ? Isso tb nunca foi motivo ao meu ver, mesmo porque o programa espacial nao entrega tanta tecnologia assim, nao mais.
Lucro no mercado dos aplicativos espaciais. Isso tb é uma afirmaçao dificil, ja que pondo na balança nao existe lucro na verdade. O governo apenas repassa verbas e da chance de algumas atividades crescerem. Um lançador nunca foi auto sustentavel, e nao sera enquanto nao desenvolvermos um método novo de chegar ao espaço.
O ponto certo e unico no meu entendimento é o tal acesso ao espaço. Chegar ao espaço é questao de estratégia e soberania, somos dependentes de 3 paises praticamente pra colocar nossas cargas em orbita. Vamos dizer que por alguma restriçao ou embargo parem de colocar nosso satelites de comunicaçao no espaço. O que acontecera com o Brasil ?
E se nossos militares quiserem colocar uma constelaçao de satelites espioes ? quem vai colocar pra gente ?
Quanto ao ground segment do cyclone, creio que alguns tecnicos brasileiros serao usados sim, eu entrei no site dos caras e vi que estavam recrutando ha algum tempo. Mas nao sei de onde vira essa mao de obra.
Quanto satelites, tenho medo tb que cyclone space possa prejudicar. O que acontece bem forte no INPE é o budget oscilar com diferentes gestoes politicas do nosso pais. Os nossos satelites, infelizmente, ainda sao motivos de riso pro resto do mundo (ouvi isso da boca de um gerente de vendas da spot image e de certa forma ele tem razao). Se o governo descobrir que essa terceirizaçao vale a pena, o dinheiro destinado ao INPE tende a cair cada vez mais.
Sonda espacial o Brasil ignora a existencia. Eis o motivo deu nao trabalhar no Brasil, ja que me interesso exclusivamente por essa parte.
Bom, pra concluir, eu ainda nao assimilei quais os pros e cons da cyclone space. Parece-me que alguém ta ganhando muito dinheiro com isso, e conhecendo a maneira como as coisas funcionam na area no Brasil, tenho minha idéia de como isso acontece. Nao sou contra alugar a base de alcantara, mesmo porque é uma area muito pouco utilizada e deve gerar um custo consideravel. Mas esse lance com a Ucrania me gera desconfiança, principalmente porque a Ucrania deve entrar numa crise espacial forte em breve, ja que a Russia esta se tornando totalmente independente da mao de obra ucraniana.