Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
legionario..
Hoje em dia você recomendaria alguem a servir a legião?
de valer a pena?
Hoje em dia você recomendaria alguem a servir a legião?
de valer a pena?
VALENTE , GUERREIRO E AUDAZ;
NÃO RECUAMOS JAMAIS;
CONTE COMIGO BRASIL , BRASIL !
SEJA NA GUERRA OU NA PAZ. PARA-SAR
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- Frederico Vitor
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Eu nao posso generalizar . Servir a Legiao é uma decisao que cada interessado deve tomar depois de avaliar ele mesmo os "pros" e os "contras" e confrontar com as suas proprias aspiraçoes e maneira de ser e de vêr a vida. Uma das razoes porque escrevo a minha historia, é para que haja mais uma informaçao que permita aos interessados julgar com mais conhecimento de causa.R.A.Barros escreveu:legionario..
Hoje em dia você recomendaria alguem a servir a legião?
de valer a pena?
Existem, globalmente 3 tipos de candidatos :
-os aventureiros, aqueles que nao se conformam com uma "vida normalizada" (penso que é o meu caso) e que gostam de movimento, de mudar constantemente de ares, de conhecer coisas e sentimentos diferentes e insolitos...
-os fugitivos, aqueles que fogem de algo : da justiça, da mafia, os refugiados politicos...
-os "engagés gamelle" : aqueles que se alistaram pelo "tacho" ; foi o caso de uma boa parte dos candidatos dos paises de leste levados a alistar-se na legiao para poder ter "cama, mesa e roupa lavada".
Na realidade, tem que haver um bom motivo para alguem se alistar na legiao pois esta ideia nao ocorre a uma pessoa "normal". A cada um de tomar essa decisao sozinho !
Um outro ditado antigo na legiao diz que um legionario ao fim de 5 anos de serviço (o contrato inicial), fica inapto para a vida civil. Este ditado tem muita verdade, e eu desenvolverei este tema futuramente. Os candidatos a legionario nunca pensam no "depois" da legiao...
IN HOC SIGNO VINCES
- cabeça de martelo
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Tenho que dizer que muitas pessoas em Portugal pensam o mesmo das Tropas Especiais cá em Portugal. Quando eu digo que isso é treta elas ficam um pouco perplexas, é que uma realidade é estar a levar no pêlo e ao fim-de-semana voltar para casa, estar a ser treinado para defender a SUA pátria, etc. Mesmo a brutalidade na instrução já não é a mesma, no tempo em que o Legionário esteve na PA era perfeitamente aceitável ir para casa todo partido, no meu tempo (10 anos atrás) houve uns quantos que tiveram encontros imediatos com os punhos de alguns cabos e de alguns instrutores, por causa disso ficaram no fim-de-semana na unidade para não haver marca dos esp...beijinhos e caricias. Hoje em dia é impensável, afinal eles têm tão poucos voluntários que se um desistir estão lixados!
A Legião é uma outra realidade, isso é bastante claro. Dos 2 Legionários que falei pessoalmente dá para ver que são pessoas que estão afectadas psicológicamente por tudo o que passaram. O último com que falei era super reservado e só soube que ele era Legionário porque começamos a falar mal do Exército Norte-Americano por uma reportagem na TV. Ainda falei com ele algumas vezes antes de ele voltar para França (já não está na Legião mas continua a trabalhar por lá).
Do meu tempo de tropa recordo-me dos bons tempos, dos maus já práticamente não me lembro. confesso que sai um pouco acelerado, mas hoje em dia práticamente não me distingo em nada dos meus amigos e familiares que nem sequer foram à tropa. Talvez conheço-me melhor a mim próprio que eles, de resto é igual.
A Legião é uma outra realidade, isso é bastante claro. Dos 2 Legionários que falei pessoalmente dá para ver que são pessoas que estão afectadas psicológicamente por tudo o que passaram. O último com que falei era super reservado e só soube que ele era Legionário porque começamos a falar mal do Exército Norte-Americano por uma reportagem na TV. Ainda falei com ele algumas vezes antes de ele voltar para França (já não está na Legião mas continua a trabalhar por lá).
Do meu tempo de tropa recordo-me dos bons tempos, dos maus já práticamente não me lembro. confesso que sai um pouco acelerado, mas hoje em dia práticamente não me distingo em nada dos meus amigos e familiares que nem sequer foram à tropa. Talvez conheço-me melhor a mim próprio que eles, de resto é igual.
- Ilya Ehrenburg
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
cabeça de martelo escreveu:Tenho que dizer que muitas pessoas em Portugal pensam o mesmo das Tropas Especiais cá em Portugal. Quando eu digo que isso é treta elas ficam um pouco perplexas, é que uma realidade é estar a levar no pêlo e ao fim-de-semana voltar para casa, estar a ser treinado para defender a SUA pátria, etc. Mesmo a brutalidade na instrução já não é a mesma, no tempo em que o Legionário esteve na PA era perfeitamente aceitável ir para casa todo partido, no meu tempo (10 anos atrás) houve uns quantos que tiveram encontros imediatos com os punhos de alguns cabos e de alguns instrutores, por causa disso ficaram no fim-de-semana na unidade para não haver marca dos esp...beijinhos e caricias. Hoje em dia é impensável, afinal eles têm tão poucos voluntários que se um desistir estão lixados!
A Legião é uma outra realidade, isso é bastante claro. Dos 2 Legionários que falei pessoalmente dá para ver que são pessoas que estão afectadas psicológicamente por tudo o que passaram. O último com que falei era super reservado e só soube que ele era Legionário porque começamos a falar mal do Exército Norte-Americano por uma reportagem na TV. Ainda falei com ele algumas vezes antes de ele voltar para França (já não está na Legião mas continua a trabalhar por lá).
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Cabeça-de-martelo falando mal do exército imperial?!!!!
O mundo vai acabar!!
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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- Moccelin
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
O que aconteceu com a história? C'est fini?
The cake is a lie...
- cabeça de martelo
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Porquê Ilya? Não devo nada aos Norte-Americanos, nem aos Russos, nem aos marcianos, etc.
Posso dizer-te que o pessoal das SF (Green Berets) vão a Tancos periodicamente e segundo os militares que fizerm exercicios com eles, eles pouco ou nada têm para nos ensinar (Páras Portugueses).
Posso dizer-te que o pessoal das SF (Green Berets) vão a Tancos periodicamente e segundo os militares que fizerm exercicios com eles, eles pouco ou nada têm para nos ensinar (Páras Portugueses).
- cabeça de martelo
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
A última vez que falei com o Legionário ele disse que estava com pouco tempo por causa do trabalho.Moccelin escreveu:O que aconteceu com a história? C'est fini?
- FoxTroop
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Encontrará poucos portugueses que tenham servido com americanos ou mesmo simples intercambio militar no ambito de exercicios, que não tenha uma impressão pouco simpatica para com eles. Tirando os elementos das forças de elite, a qualidade geral dos militares americanos é sofrivel. Trabalhei com Marines, alguns AA e com a US Cavalry em diversas vezes e apesar de quadros (sargentos e oficiais) geralmente bastante competentes, a massa humana nem merece menção. É recrutada entre o pior de que existe numa sociedade e, na esmagadora maioria dos casos, servem apenas para fazer numero.Ilya Ehrenburg escreveu:Cabeça-de-martelo falando mal do exército imperial?!!!!
O mundo vai acabar!!
Agora a capacidade material....... Isso é outra história. Nada dá mais pica que saltar de um Black Hawk com os Apache a dar cobertura de fogo. Um gajo sente-se o maior da rua. Ou olhar para o parque e ver todos aqueles M1A e M3 Bradley.
Dos russos não posso falar muito, apenas tive contacto com VDV's, eram máquinas como poucos (não me parece que fossem a VDV "normal" pois o grupo do tamanho de secção reforçada, tinha como CMDT o equivalente a Tenente-Coronel) e os gajos pura e simplesmente não se misturavam connosco, nem na D-FAC. Aliás o único a meter conversa foi o CMDT deles, que tentou negociar comigo a troca da minha faca de mato pelo relógio dele (dizia o gajo que era um relogio igual ao que o Gagarin levou para o espaço ).
- Ilya Ehrenburg
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Deveria ter trocado, pois igual só na China...FoxTroop escreveu:Encontrará poucos portugueses que tenham servido com americanos ou mesmo simples intercambio militar no ambito de exercicios, que não tenha uma impressão pouco simpatica para com eles. Tirando os elementos das forças de elite, a qualidade geral dos militares americanos é sofrivel. Trabalhei com Marines, alguns AA e com a US Cavalry em diversas vezes e apesar de quadros (sargentos e oficiais) geralmente bastante competentes, a massa humana nem merece menção. É recrutada entre o pior de que existe numa sociedade e, na esmagadora maioria dos casos, servem apenas para fazer numero.Ilya Ehrenburg escreveu:Cabeça-de-martelo falando mal do exército imperial?!!!!
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Agora a capacidade material....... Isso é outra história. Nada dá mais pica que saltar de um Black Hawk com os Apache a dar cobertura de fogo. Um gajo sente-se o maior da rua. Ou olhar para o parque e ver todos aqueles M1A e M3 Bradley.
Dos russos não posso falar muito, apenas tive contacto com VDV's, eram máquinas como poucos (não me parece que fossem a VDV "normal" pois o grupo do tamanho de secção reforçada, tinha como CMDT o equivalente a Tenente-Coronel) e os gajos pura e simplesmente não se misturavam connosco, nem na D-FAC. Aliás o único a meter conversa foi o CMDT deles, que tentou negociar comigo a troca da minha faca de mato pelo relógio dele (dizia o gajo que era um relogio igual ao que o Gagarin levou para o espaço ).
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
FoxTroop escreveu:Encontrará poucos portugueses que tenham servido com americanos ou mesmo simples intercambio militar no ambito de exercicios, que não tenha uma impressão pouco simpatica para com eles. Tirando os elementos das forças de elite, a qualidade geral dos militares americanos é sofrivel. Trabalhei com Marines, alguns AA e com a US Cavalry em diversas vezes e apesar de quadros (sargentos e oficiais) geralmente bastante competentes, a massa humana nem merece menção. É recrutada entre o pior de que existe numa sociedade e, na esmagadora maioria dos casos, servem apenas para fazer numero.Ilya Ehrenburg escreveu:Cabeça-de-martelo falando mal do exército imperial?!!!!
O mundo vai acabar!!
Agora a capacidade material....... Isso é outra história. Nada dá mais pica que saltar de um Black Hawk com os Apache a dar cobertura de fogo. Um gajo sente-se o maior da rua. Ou olhar para o parque e ver todos aqueles M1A e M3 Bradley.
Dos russos não posso falar muito, apenas tive contacto com VDV's, eram máquinas como poucos (não me parece que fossem a VDV "normal" pois o grupo do tamanho de secção reforçada, tinha como CMDT o equivalente a Tenente-Coronel) e os gajos pura e simplesmente não se misturavam connosco, nem na D-FAC. Aliás o único a meter conversa foi o CMDT deles, que tentou negociar comigo a troca da minha faca de mato pelo relógio dele (dizia o gajo que era um relogio igual ao que o Gagarin levou para o espaço ).
FoxTroop eu por acaso tive o prazer de trocar ideias com um Pára Francês e o tipo queixou-se que no exercício que fez com Aerotransportados Russos da VDV, eles tiveram vários problemas. Os tipos eram segundo ele, umas bestas. Fisicamente eram muito a cima da média, mas depois não tiveram o desempenho que seria esperado. O motivo que ele deu foi que entre os oficiais e os praças estavam um quadro de sargentos sem qualquer poder. O resultado desse sistema eram uns oficiais com um bruta complexo que eram os maiores e melhores do mundo e o resto da tropa sem qualquer poder decisório. Como tu deves saber melhor que eu, uma Tropa Especial em que cada elemento não se saiba desenrascar por si só, é uma tropa castrada. Como é do conhecimento geral, a tropa Portuguesa no Kosovo foi extremamente eficiente porque uma das coisas que nos separavam dos seguintes contingentes era a possibilidade dos comandantes de patrulha em accionar operações de cerco e busca se tivesse suspeitas de actividades suspeitas, mesmo que não conseguisse entrar em contacto com os seus superiores hierárquicos. Ou seja, a nossa tropa era muito mais pró-activa que as restantes. O resultado final foi um elevado número de apreensões de armas.
PS: houve um exercicio em Tancos em que os Páras Norte-Americanos nem sequer conseguiram fazer a Pista Vermelha na sua totalidade...
Mas têm cá uns meios do outro mundo...
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Esse problema da falta de um corpo de sargentos atuantes e eficiente é um problema antigo do exército russo, que vem do tempo soviético, e do uso político do oficialato (praticamente todos os oficiais eram do PC), e da criação de um distanciamento enorme entre entre os Oficiais e Praças, mesmo os sargentos, e aí lá se vai a iniciativa!
Provavelmente nas tropas de forças especiais isso deve ser diferente, porque operadores sem iniciativa eu não consigo conceber!
Tem um tópico, não lembro qual, que foi postado que problema similar ocorre nos exércitos árabes, e todos sabem o que isso causou durante TODAS as guerras que participaram, pelo que o relato do Cabeça indica se ocorresse uma guerra total entre OTAN e Varsóvia não seria diferente, massas e massas de soldados totalmente incoesas.
Isso seria uma boa pergunta pro Legionário... Como é a relação dos oficiais com os praças na Legião, é até um ponto mais importante, já que, como ele falou, os Oficiais não são, necessariamente, legionários de formação.
Provavelmente nas tropas de forças especiais isso deve ser diferente, porque operadores sem iniciativa eu não consigo conceber!
Tem um tópico, não lembro qual, que foi postado que problema similar ocorre nos exércitos árabes, e todos sabem o que isso causou durante TODAS as guerras que participaram, pelo que o relato do Cabeça indica se ocorresse uma guerra total entre OTAN e Varsóvia não seria diferente, massas e massas de soldados totalmente incoesas.
Isso seria uma boa pergunta pro Legionário... Como é a relação dos oficiais com os praças na Legião, é até um ponto mais importante, já que, como ele falou, os Oficiais não são, necessariamente, legionários de formação.
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Cabeça, eu penso que não eram a VDV "normal", pelo desempenho que tiveram. Não posso afirmar que eram comandos do GRU (spetsnaz) mas não me pareceram "simples" páras, apesar do equipamento ser do mais regular. O que afirmaste acima é a verdade sobre a maneira doutrinatória da FA russas, pelo feedback que tive de outros que têm um conhecimento e contacto directo com eles. Mas esse problema também é bem visivel nos americanos. Se lhes falta o elo superior na cadeia de comando a "máquina" para. Penso que é o problema das máquinas de guerra demasiado complexas, deixam pouco espaço para o rasgo individual (que muitas vezes decide um confronto).cabeça de martelo escreveu:FoxTroop eu por acaso tive o prazer de trocar ideias com um Pára Francês e o tipo queixou-se que no exercício que fez com Aerotransportados Russos da VDV, eles tiveram vários problemas. Os tipos eram segundo ele, umas bestas. Fisicamente eram muito a cima da média, mas depois não tiveram o desempenho que seria esperado. O motivo que ele deu foi que entre os oficiais e os praças estavam um quadro de sargentos sem qualquer poder. O resultado desse sistema eram uns oficiais com um bruta complexo que eram os maiores e melhores do mundo e o resto da tropa sem qualquer poder decisório. Como tu deves saber melhor que eu, uma Tropa Especial em que cada elemento não se saiba desenrascar por si só, é uma tropa castrada. Como é do conhecimento geral, a tropa Portuguesa no Kosovo foi extremamente eficiente porque uma das coisas que nos separavam dos seguintes contingentes era a possibilidade dos comandantes de patrulha em accionar operações de cerco e busca se tivesse suspeitas de actividades suspeitas, mesmo que não conseguisse entrar em contacto com os seus superiores hierárquicos. Ou seja, a nossa tropa era muito mais pró-activa que as restantes. O resultado final foi um elevado número de apreensões de armas.
PS: houve um exercicio em Tancos em que os Páras Norte-Americanos nem sequer conseguiram fazer a Pista Vermelha na sua totalidade...
Mas têm cá uns meios do outro mundo...
Desenrascanso, a palavra portuguesa que faz muita falta no vocabulário dessa gente. (e que nos tem safado e muito, por esse mundo fora)
- Moccelin
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Re: Legião Estrangeira, a minha experiência pessoal.
Aqui no Brasil também, militar que é militar tem que "dar seus pulos", se virar, senão... Isso deve estar sendo útil para o pessoal que está lá no Haiti.
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