Pelas palavras do Saito na entrevista:soultrain escreveu:Desculpa mas ele estava lá, se não concordasse ia a casa buscar o pijama, foi? Não. Concordou sim senhor e ainda assinou por baixo.knigh7 escreveu: Soultrain,
O Presidente e o Min. da Defesa sim, decidiram, já o Comandante da FAB, foi contra.
Aliás, pelo Min.da Defesa, nem haveria disputa (não sei pelo Presidente), já que ele cantou vitória do Rafale, em Anápolis, antes mesmo das entregas dos RFIs...
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A outra opção é ser um mau comandante sem espinha dorsal
Força Aérea atribui confusão a "precipitação" da imprensa
Autor(es): ELIANE CANTANHÊDE
Folha de S. Paulo - 11/09/2009
Para Juniti Saito, em nenhum momento Lula disse que o processo de seleção tinha acabado
Comandante da Aeronáutica diz que faz apenas "análise técnico-comercial" e que "o governo tem uma estratégia que nós não conhecemos
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, afirmou ontem que toda confusão da semana foi por "uma precipitação" da imprensa, porque o processo de seleção dos caças que vão renovar a frota da FAB continua e em nenhum minuto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse o contrário.
FOLHA - O favorito no FX [programa de renovação da frota de caças iniciado no governo FHC] acabou sendo o Gripen sueco. Por que não manter isso?
SAITO - Naquela época, concorreram o Sukhoi, o Mig, o F-16, o Gripen e o Mirage 2000-5 e, com esses concorrentes, o Gripen C e D recebeu uma boa colocação, sim. Agora, é um outro certame. Quem concorre é um outro Gripen, o NG, um avião ainda em desenvolvimento, o F-18 Super Honet, muito mais moderno, e o Rafale, que não é o Mirage, é um outro avião.
FOLHA - Por que o Sukhoi russo foi excluído?
SAITO - Não atendeu, por exemplo, o requisito de transferência de tecnologia.
FOLHA - Se o Sukhoi foi descartado porque os russos não transferiam tecnologia, conclui-se que todos os três transferem. Por que o governo diz que o Rafale é preferido por isso?
SAITO - Em que grau, eu não sei, mas todos os três transferem tecnologia.
FOLHA - O que significa transferência de tecnologia nessa área?
SAITO - Há várias áreas e vários graus de transferência de tecnologia e, numa determinada área, eu quero me capacitar ao ponto de ficar autônomo. No AMX, nos anos 80, que foi um consórcio Brasil-Itália, coube à Embraer uma participação importante na fabricação de componentes. Foi com esse conhecimento que a Embraer conseguiu evoluir para fabricar todos esses aviões que estão aí.
FOLHA - Há uma gradação nessa transferência de tecnologia?
SAITO - Pode haver uma parte muito sensível, e que o país diga assim: "Olha, eu cedo tecnologia nessa parte daqui, mas nessa outra, não". O avião é uma plataforma importante, mas o que vai nela é muito mais importante. Você tem de considerar o sistema de armas.
FOLHA - Quando afunila em três concorrentes, qual o peso do requisito preço?
SAITO - Lembre-se de que se trata de um produto de segurança e cada item tem seu peso específico. Você sabia que esse processo tem mais de 26 mil páginas? Há ofertas, contraofertas, e tudo está assinado.
FOLHA - Vocês falam em cinco aspectos da seleção, como os operacionais e a transferência de tecnologia. E o político?
SAITO - Fazemos uma análise técnico-comercial, mas isso tudo vai para o governo, que é quem analisará a parte estratégica, qual o país melhor... Sei lá. O governo tem uma estratégia que nós não conhecemos. A decisão final é dele.
FOLHA - Por que tanta turbulência com o comunicado de que a preferência era pela França?
SAITO - Eu não recebi do presidente: "Saito, encerra o processo porque eu já escolhi". Então, eu não sei por que tanto alarde. Quando me mostraram o comunicado, dizendo que tinha terminado, eu disse que não tinha entendido assim, não.
FOLHA - Foi uma surpresa?
SAITO - O que foi uma surpresa foram as manchetes dos jornais, porque, na minha interpretação, o comunicado conjunto não era para terminar e escolher um.
FOLHA - O comunicado explicitou que a aliança com a França englobava a área aeronáutica e usou o verbo "decidir" para anunciar o início de negociações para a aquisição dos Rafale. Não é claríssimo?
SAITO - Quando o comunicado fala em "aeronáutica", isso abrange vários setores, inclusive helicópteros, cuja compra já estava decidida.
FOLHA - Por que o governo manifestou preferência pelo Rafale?
SAITO - Não digo que é um indicador, mas foram eles que ofereceram transferência de tecnologia dos submarinos, ofereceram fazer o helicóptero aqui na Helibras.
FOLHA - Todo mundo acha que houve essa confusão toda, mas vai acabar dando o Rafale. Vai?
SAITO - Eu não sei. Pode até ser.
http://marciliomoreira.blogspot.com/200 ... fusao.html
Brasil - França
Defesa@Net 09 Setembro 2009
OESP 09 Setembro 2009
Jobim tenta contornar mal-estar e em nota diz que seleção não está concluída
Tania Monteiro
e Denise Chrispin Marim
A decisão de abrir negociação com a francesa Dassault para comprar 36 caças supersônicos Rafale está tomada e é uma atribuição política do presidente da República. Apesar do anúncio dessa preferência ter sido feito na segunda-feira, diante do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e reafirmada ontem pelo Planalto ao Estado, o governo admitiu que atropelou as regras formais da concorrência com o anúncio prematuro da opção pelo Rafale. Foi esse atropelo e o incômodo provocado no Comando da Aeronáutica e entre os concorrentes da Dassault que levaram o Ministério da Defesa a divulgar ontem nota oficial para deixar registrado que "o processo de seleção ainda não está encerrado".
Surpreendido como anúncio logo depois da participação de Sarkozy no desfile do 7 de Setembro, em Brasília, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse ao presidente Lula que precisava dar uma satisfação aos concorrentes da empresa francesa.
Saito também convocou ontem extraordinariamente o Alto Comando da Força para explicar a circunstância em que se dera o anúncio, segunda-feira, no Palácio da Alvorada, e anunciar aos brigadeiros que o governo divulgaria uma nota oficial que desse uma satisfação aos concorrentes do Projeto FX-2. No Planalto e no Itamaraty, que tomaram conhecimento prévio do texto redigido no Ministério da Defesa, a nota assinada pelo ministro Nelson Jobim foi considerada um "instrumento de precaução", para evitar reclamações das empresas.
A nota da Defesa começou relatando o anúncio feito anteontem. Lula disse que França e Brasil vão ser "parceiros estratégicos no setor aeronáutico", lembrou que o governo francês se comprometeu a "ofertar os aviões Rafale ao Brasil com preços competitivos, razoáveis e comparáveis com os pagos pelas Forças Armadas da França", e citou, ainda, a disposição francesa de adquirir aviões KC-390, em fase de projeto na Embraer.
Ao fim dessa memória do anúncio, a nota de Jobim diz que, diante do pacote de ofertas da França, o Comando da Aeronáutica "prosseguirá com negociações junto aos três participantes, onde serão aprofundadas e, eventualmente, redefinidas as propostas apresentadas". Segundo uma fonte do Itamaraty, a palavra "eventualmente" mostra "que a decisão da preferência dada aos franceses está tomada", mas, se a negociação com a Dassault enfrentar problemas, o governo, naturalmente, vai avaliar as propostas da Boeing e da Saab.
O processo de seleção dos caças ainda estava sob a liderança técnica do Comando da Aeronáutica, que deveria entregar nos próximos dias ao ministro Jobim os relatórios com as pontuações de desempenho dos aviões ofertados e as condições de cada um dos fabricantes em matéria de transferência de tecnologia. O comando foi surpreendido com as declarações de Lula e do ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) sobre a preferência do Rafale. Os representantes da Boeing e da Saab pressionaram ontem a Aeronáutica para que o ritual da concorrência seja mantido. Para alguns brigadeiros, diante da proposta francesa, o governo brasileiro deve manter uma porta da negociação aberta para barganhar as condições que as outras duas empresas podem oferecer.
http://www.defesanet.com.br/md1/fr_br_19.htm