Conflitos entre Estados Brasileiros

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Conflitos entre Estados Brasileiros

#1 Mensagem por Boss » Qua Out 27, 2010 2:09 pm

Alguns relatos sobre conflitos que ocorreram entre Estados Brasileiros:
Qual foi o maior conflito entre estados brasileiros?
por Roberto Navarro

Foi a Guerra do Contestado, um conflito que durou de 1912 a 1916 numa área do tamanho do Espírito Santo disputada judicialmente pelos estados do Paraná e Santa Catarina desde o século 19. A disputa entre os estados, porém, foi só o estopim da batalha naquele ambiente rico em florestas de araucárias e pés de erva-mate, mas explosivo e miserável - a maioria dos 40 mil habitantes da região era de colonos desapropriados e trabalhadores desempregados após o fim das obras de uma ferrovia que ligava São Paulo a Santa Maria (RS). Aproveitando-se dessa crise social, um monge chamado José Maria misturou discurso religioso com a contestação às desapropriações para ganhar popularidade na área. Em 1912, depois de uma festa religiosa no município de Curitibanos (SC), cerca de 300 pessoas seguiram José Maria até a vila de Irani - hoje no oeste catarinense, mas então administrada pelo Paraná. O governo paranaense tomou aquilo como uma provocação do estado vizinho e mandou um destacamento para enfrentar os "invasores catarinenses". Mas logo ficou claro que o movimento não era uma disputa territorial entre estados: José Maria declarou a independência da comunidade que liderava, nomeando como imperador do Brasil um agricultor analfabeto. O monge foi morto e os rebeldes se dispersaram - mas, unidos pela crença na ressurreição do líder, eles se reagruparam diversas vezes para enfrentar as forças estaduais. O conflito terminou apenas em 1916, quando o Exército brasileiro se uniu aos regimentos estaduais para esmagar os últimos revoltosos. No total, cerca de 20 mil pessoas morreram no conflito. Ainda em 1916, Paraná e Santa Catarina chegaram a um acordo sobre os limites de cada estado.
Briga de irmãos
SC e PR disputaram território por sete décadas. Guerra do Contestado foi episódio mais sangrento

1853
A disputa territorial começa com a criação do Paraná, desmembrado da província de São Paulo. Os paulistas eram donos das terras a oeste da cidade de Lages, mas os catarinenses reivindicavam a área invocando um acordo de 1749, nunca respeitado por São Paulo.

1907
Na região em disputa, cada governo estadual concedia terras a fazendeiros que se afirmassem membros de seus respectivos estados. Com essa política, Santa Catarina "inchou" e, em 1907, ganhou informalmente os contornos mostrados no mapa acima
1912
Enquanto os governos paranaense e catarinense travam uma batalha nos tribunais, começa a Guerra do Contestado. Embora algumas pessoas lutassem por causa dos limites estaduais, a principal razão do conflito foi a exploração dos colonos da área
1916
No ano do fim da Guerra do Contestado, os governos de Santa Catarina e Paraná chegam a um acordo quanto às dimensões estaduais. Cada um cedeu um pouco: dos 48 mil km2 de área contestada, 28 mil km2 ficaram com Santa Catarina e 20 mil km2 com o Paraná
SÁB, 01 DE SETEMBRO DE 2007 21:49
Guerra civil: Minas x Espírito Santo
Estou até imaginando a reação do leitor desavisado: “Que título mais descabido! Minas e Espírito Santo em guerra? De onde o Jovany tirou esse disparate? Coitado. Deve estar passando por uma síndrome aguda de falta de assunto pra sair inventando tamanha lorota!” Lorota nada! Pode parecer mentira, invencionice de colunista sem assunto, mas mineiros e capixabas já pegaram em armas para lutar entre si e por pouco, muito pouco mesmo, não promoveram uma sangria desatada. O pior, pasme, é que o fato não aconteceu num passado remoto, não. Foi somente cinco décadas atrás, entre os anos 50 e 60. Debite-se a culpa pelo quase total esquecimento desse grave episódio ao nosso sistema educacional. Mais sofrível que joelho de freira em Semana Santa, ele dá pouquíssima importância ao ensino da história espiritosantense e é por isso que boa parte das novas gerações jamais ouviu sequer falar da chamada “Questão Lindeira”, um dos nomes oficiais (o outro é “Contestado”), dados à disputa fratricida de limites entre os dois estados, cujo epicentro ocorreu ali pelas bandas dos municípios de Barra de São Francisco, Mantena e Mantenópolis.

A solução final só aconteceu em setembro de 1963, através de um acordo firmado pelos governadores do Espírito Santo, Francisco Lacerda de Aguiar e de Minas Gerais, Magalhães Pinto. Até lá, entretanto, em diversas ocasiões ocorreram atritos entre tropas mineiras e capixabas, resultando, do nosso lado, na morte de um cabo e cinco soldados da Polícia Militar. Em abril de 1948, por exemplo, chegaram em Vitória informações de que a região litigiosa estava sendo invadida por tropas mineiras. Um batalhão da nossa PM, sob as ordens do capitão Josias Gonçalves de Aguiar, ocupou Barra de São Francisco e seus arredores. A ação não resultou em nenhuma morte, felizmente, mas no decorrer dos próximos anos, a questão foi ganhando amplitude, devido a interesses pessoais de grupos econômicos mineiros e de políticos e fazendeiros locais. Para se ter uma idéia do ponto a que o ânimo guerreiro chegou, a manchete do jornal O Diário, de Vitória, em 24 de julho de 1957 (há exatamente 50 anos), era: “IMINENTE A GUERRA CIVIL!”. Bias Fortes, o então governador mineiro, deslocara rumo a Mantena quatro mil soldados bem armados. Para fazer frente a esse numeroso contingente, o Espírito Santo, estado bem menor e carente de recursos, só conseguiu reunir 400 homens. Liderados pessoalmente pelo Coronel Pedro Maia, comandante da Polícia Militar, eles deixaram o Quartel de Maruípe e foram se entrincheirar durante 34 dias na região montanhosa a oeste de Barra de São Francisco. À certa altura, a coisa ficou feia de verdade e um combate de grandes proporções só não aconteceu graças a interferência do governo federal, que enviou ao local uma missão de paz chefiada por um coronel do Exército.

Pobre coronel. Para seu azar (e aqui começa a parte saborosa do causo de hoje), ele teve que lidar com os humores azedos do Caboclo Marabô. Eu explico. Caboclo Marabô era a entidade que usava como “cavalo” o Cabo Gildásio, enfermeiro da tropa capixaba que seguiu para o front e pai de santo nas horas vagas. O coronel inspecionava a soldadesca formada em sua homenagem, quando, de repente, tromba com um negão enorme de gordo saindo de uma barraca com um charuto na boca e o uniforme todo desalinhado. O coronel lê seu nome na camiseta e pergunta, furioso: - “Cabo Gildásio! O que significa isso?” Na maior calma, Gildásio solta um peido estrondoso, atira na cara do coronel uma baforada de fumaça fedorenta e responde num vozeirão de encruzilhada: - “Gildágio é a putaquitipaiu! Meu nome é Maiabô. E qué xabê do que mais, coroné xafado? Tua pomoxão a generá, rá, rá, num vô dexá xaí!”

- “Preeendam esse homem!” berrou o coronel. Não adiantou nada. Prenderam Gildásio, mas Marabô ficou solto e a tal promoção nunca saiu. Mesmo tendo contribuido para a paz entre mineiros e capixabas, o coronel morreu coronel. Nunca chegou a general.
E a Revolução de 32 não é bem um conflito entre estados, é mais um Estado contra o Governo, mas cabe também:
Revolução de 1932: A guerra de São Paulo
Maior conflito armado do país no século 20, a Revolução de 1932 durou dois meses. Sem o apoio esperado - e com o armamento em frangalhos -, o estado não teve chance contra o governo federal
por Mauro Tracco
O moral dos cerca de 20 mil homens que compunham o exército rebelde paulista estava alto. A vitória estava garantida “sem um único tiro de fuzil” – era o que se bradava. O maior conflito armado do século 20 no país, entre 9 de julho e 2 de outubro de 1932, colocou de um lado o chamado Exército Constitucionalista e, de outro, as forças federais. Formada por militares rebelados, membros da Força Pública Paulista (FPP) e voluntários, a tropa rebelde brigava contra a ditadura de Getúlio Vargas que, em 1930, acabara com o Congresso e anulara a Constituição.
Apesar de todo o otimismo inicial, apenas um dia após a declaração de guerra o alto comando das tropas constitucionalistas já sabia que não tinha chance de vitória. Para que o plano desse certo, era fundamental a adesão militar do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais à causa. Horas após a eclosão do conflito, porém, Flores da Cunha, interventor no Rio Grande do Sul, e Olegário Maciel, governador de Minas Gerais, colocaram suas forças à disposição de Vargas. O general Bertoldo Klinger, comandante dos constitucionalistas, que havia ido a Mato Grosso em busca de armamentos, voltou de mãos vazias.
O plano de guerra formulado pelos chefes militares antes do 9 de julho era simples. São Paulo bloquearia o Vale do Paraíba para impedir uma manobra federal contra o território paulista. E Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso adeririam à causa. Mas, diante da falta de aliados, Klinger sabia que apenas um acontecimento externo poderia evitar São Paulo de ser esmagado. As opções eram o surgimento no exterior de um fornecedor de material bélico, os sonhados levantes por outros estados, a sublevação da Marinha de Guerra ou até mesmo uma paz negociada com o governo. Para dar tempo para que esse acontecimento externo realmente ocorresse, a ordem era resistir.
Fragilidade militar
O entusiasmo pela causa atingia diferentes grupos e classes sociais de São Paulo. Entre os soldados rebeldes estavam médicos, advogados, industriais e fazendeiros. “A idéia de paulistanidade, que existia desde o fim do século 19, sustenta um discurso hegemônico e dissolve as diferenças sociais”, diz Ilka Stern Cohen, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo. “A imprensa e os discursos retratavam São Paulo como um território invadido, cuja humilhação era preciso apagar. A produção desse clima explica o envolvimento de pessoas que acreditavam na guerra como um meio de lavar a honra do estado.”
Mas, se sobrava entusiasmo, faltava experiência. A carência de instrução militar causava problemas de comando e disciplina. Além disso, muitos voluntários sequer sabiam manejar um fuzil. E, mesmo que soubessem, não havia armas para todos. Por se acreditar que seria uma guerra curta – e com aliados –, o alto comando tinha convicção de que o material bélico disponível seria suficiente. Só depois da eclosão da rebelião é que o coronel Júlio Marcondes Salgado, chefe da FPP, descobriu que os 3 milhões de cartuchos que possuíam estavam quase que inteiramente imprestáveis, enquanto 60% dos 8 mil fuzis se escangalhavam após os primeiros tiros. Os modelos mais novos, 40% do total, eram de 1908. O resto datava até de 1893.
“A situação material era crítica desde o início e as reclamações dos comandantes constitucionalistas nos vários teatros de guerra começaram imediatamente”, escreveu o cientista político Stanley Hilton em 1932 – A Guerra Civil Brasileira. A maioria das correspondências enviadas para Klinger era pedido de munição. Devido ao cerco federal, a única forma de aumentar o estoque de munições era fabricando-as. A fábrica de pólvora em Piquete, na região do Vale do Paraíba, estava nas mãos dos rebeldes e o estado de São Paulo possuía a mais avançada base industrial da América Latina. A iniciativa privada fez o que pode para suprir as tropas com o necessário.
A grande contribuição da indústria foi na produção de munição de fuzil e granadas de mão. A Fábrica Nacional de Cartuchos e Munições, em São Bernardo do Campo, pertencente ao grupo Matarazzo, desempenhava papel principal. Os engenheiros e estudantes da Escola Politécnica da USP desenvolveram morteiros, granadas de mão e carros blindados. Como tudo foi feito às pressas, os resultados, claro, não foram dos melhores. Já na demonstração dos primeiros morteiros aos comandos gerais do exército rebelde, o armamento falhou, explodiu e seus estilhaços mataram um coronel e um capitão. Foram as primeiras vítimas da improvisação do material bélico. Muitas outras viriam.
Uma “arma” desenvolvida pelos constitucionalistas ilustrava bem a situação bélica paulista. Tratava-se de um instrumento movido a manivela que simulava o som de uma metralhadora para assustar o inimigo. O coronel da FPP Herculano Carvalho e Silva descreve em A Revolução Constitucionalista a indignação de seus homens ao verem a matraca. “Um crime permitir-se que aqueles moços se expusessem às balas adversárias, ao metralhar dos aviões e tivessem como arma de defesa instrumentos que não o eram, na persuasão de iludir o adversário, quando na verdade procuravam iludir-se a si mesmos.”
Fuga espavorida
Levou pouco tempo para que os reveses nos campos de batalha transformassem o entusiasmo paulista em pânico. A primeira vitória federal de grande efeito moral ocorreu em Itararé, na fronteira com o Paraná. O combate começou em 17 de julho com lutas de trincheira e, na maior parte do tempo, de armas brancas como baionetas e facas. No dia seguinte, os constitucionalistas começaram a retirada. Na manhã do dia 19, as forças governistas ocuparam a cidade. “Tomamos Itararé a baioneta. Inimigo fugiu espavorido”, telegrafou o general Valdomiro Lima para o interventor federal do Paraná, Manoel Ribas.
A história se repetiu em praticamente todas as batalhas. Federais atacavam e paulistas recuavam. A falta de armas e de experiência, a fome e o desrespeito ao comando eram as principais causas da debandada. No caminho da fuga, armas, cavalos e veículos eram deixados de presente para as forças federais. Pior para os moradores das cidades localizadas nas zonas de combate. Um dos efeitos mais devastadores e comuns sobre os habitantes das zonas de batalha eram os saques, que se tornaram rotineiros. Os rebeldes arrombavam e incendiavam casas, matavam animais, roubavam dinheiro, comida e roupas. Além de saquear, os retirantes incentivavam a população, alarmando a respeito das tropas federais, a abandonar os locais.
A presença militar das tropas governistas não acabava com os problemas dos civis interioranos. As tropas governistas também saqueavam, embora menos. Isso sem falar que o Exército podia tomar os bens da população sem infringir a lei. Como a situação das forças ditatoriais também não era das melhores, o governo não tinha recursos materiais para dotar o Exército do necessário. Vargas procurou acelerar a produção de artigos bélicos e recorreu a mercados externos, mas também baixou um decreto obrigando todos os habitantes dos estados do Sul e do Sudeste a cumprir com qualquer requisição feita por membros das Forças Armadas. O principal item confiscado eram veículos, mas a prática abrangia todo tipo de bens. Teoricamente, a vítima da requisição deveria obter um recibo que lhe garantiria uma indenização. Mas era comum a tomada de bens sem o fornecimento do recibo. E a demora para sair a indenização era grande.
O incessante recuo paulista fez com que o inimigo chegasse às portas da capital. Hora de reconhecer a derrota. A guerra acabou em 2 de outubro, para alívio dos dois lados. Um oficial rebelde escreveu em relatório: “Congratulo-me com a Força Pública pela cessação da tremenda luta, a qual salvou a capital do estado e a maior parte de seu território da invasão inevitável, com todas as suas conseqüências”.
São Paulo até hoje comemora o 9 de julho e faz o possível para ignorar o 2 de outubro, mas o impacto da derrota foi profundo – embora a terceira Constituição brasileira tenha sido publicada em 1934. “O discurso do ‘perdemos, mas vencemos’ foi um consolo”, diz Ilka Cohen. “Foram quase 800 mortos por nada.”

Os motivos da briga
Governo de Vargas só era provisório no nome
“Não é possível entender a Revolução de 32 sem olhar antes a Revolução de 30”, diz o historiador Marco Antônio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos. Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas tomou o poder e instalou seu governo provisório. Sua ditadura acabou com o Congresso e com as assembléias legislativas e depôs os governadores de estado, substituídos pelos interventores federais. Esses interventores governariam até a aprovação de uma nova Constituição, que não vinha nunca. “O governo provisório no Brasil tinha virado permanente”, diz Villa. Em São Paulo, a insatisfação com a demora da elaboração de nova Constituição e o fato de que o interventor nomeado não era paulista irritou os cafeicultores, que buscavam recuperar o poder e a influência perdidos após 1930. No dia 23 de maio de 1932, quatro estudantes, Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, morreram em um confronto com a polícia getulista na praça da República. Eles viraram mártires e suas iniciais batizaram o MMDC, entidade civil que se tornou símbolo da revolução e que alistava voluntários civis para a luta contra Vargas. O clima estava armado para a rebelião paulista, que foi declarada no dia 9 de julho.

Estado adentro
Tropas federais avançaram em duas frentes para suprimir o levante


Sul
Na região, a estrada rodoviária que entrava no estado por Ribeira e a ferrovia Sorocabana, que começava em Itararé, serviram de rotas de penetração. Os dois eixos convergiam sobre Itapetininga.

Rendição
As cidades foram sendo tomadas uma a uma pelas tropas federais – confira as datas em vermelho.

Campinas
Após todos os insucessos, só restava aos paulistas defender Campinas, o último reduto. A cidade era defendida por guardas avançadas. Mas, antes que fossem superadas, Klinger pediu o fim da luta, em 29 de setembro.

Leste
Devido ao fator geográfico, o avanço federal nesse setor era mais lento. Os terrenos da fronteira São Paulo-Minas Gerais e do Vale do Paraíba eram montanhosos, íngremes, de difícil acesso, o que facilitava sua defesa.

Túnel da mantiqueira
Perto de Cruzeiro, o túnel é símbolo da resistência paulista. Toda a região foi cercada por trincheiras e guardas avançadas. O general Góis Monteiro ordenou que as tropas esperassem a retirada dos paulistas.

Saiba mais
Livro
1932 – A Guerra Civil Brasileira, Stanley Hilton, Nova Fronteira, 1982
A obra, uma das mais completas sobre o tema, traz detalhes sobre o conflito e as articulações políticas aqui e no exterior.

Wikipedia




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Re: Conflitos entre Estados Brasileiros

#2 Mensagem por delmar » Qua Out 27, 2010 7:20 pm

A guerra do contestado só começou, realmente, quando uma expedição militar vinda do Paraná avançou, de maneira temerária e irresponsável, pelo interior do contestado para dar "uma lição nos jagunços". O comandante da expedição chamava-se João Gualberto e tinha grandes ambições políticas. Expulsar os jagunços da região iria alavancar sua candidatura ao governo do Paraná. Infelizmente sua coluna foi derrotada e ele morreu no combate, fato que abalou muito a opinião pública da época.
Estes soldados que estão na foto foram os que se danaram, entre eles o chefão João Gualberto.

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Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Conflitos entre Estados Brasileiros

#3 Mensagem por J.Ricardo » Qui Out 28, 2010 5:00 pm

Infelizmente a educação em SP esta em tal frangalhos que a maior parte dos paulistanos mal sabem o siguinificado do feriado de 09 de julho, eu como paulista, neto de imigrantes que escolheram SP e tenho orgulho de meu estado não deixo morrer esta data, lembrando sempre aos "desinformados" da nova geração a importância desta data e da coragem do povo paulista!!!

São tantos os temas gloriosos em nossa história que mereceriam filmes e mini-séries na TV e são tão poucos explorados, a revolução de 32 aparece raras vezes em algumas novelas de época, a mais explorada creio seja a Revolução Farroupilha, por isto com certeza é a mais conhecida, no entanto deve-se louvar a mini-série que a globo fez sobra a Guerra dos Canudos, realmente foi muito bem feita!
Imagem Antônio Conselheiro - líder do Arraial de Canudos
Resumo:
A situação de miséria e descaso político fez nascer no sertão nordestino, no final do século XIX, um movimento messiânico de grande importância. Liderados pelo beato Antônio Conselheiro, o grupo de miseráveis fundou às margens do rio Vaza Barris, um arraial. Este, longe do poder dos políticos, representou uma ameaça a ordem estabelecida pela recém inaugurada República. Logo, os canudenses foram atacados com toda força pelas tropas do governo.

As duas primeiras expedições enviadas pelo governo baiano contra o arraial entre 1896 e 1897 fracassam completamente. De março a outubro de 1897, outras duas expedições enviadas pelo governo federal e organizadas pelo Exército, a última com 6 mil homens e artilharia pesada, conseguem finalmente tomar e destruir Canudos. Junto com Conselheiro morrem milhares de combatentes e restam cerca de 400 prisioneiros, entre velhos, mulheres e crianças.
FONTE: http://www.tg3.com.br/canudos/guerra_canudos.htm




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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