ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4351 Mensagem por Clermont » Qua Out 27, 2010 9:48 am

APEQUENADOS.

Merval Pereira - O GLOBO, 27.10.10.

A campanha eleitoral chega à semana final com um acúmulo de desvios de conduta dos candidatos e do governo que é difícil não chegar à conclusão de que os seus principais personagens, especialmente o próprio presidente da República, se apequenaram no caminho, e o processo democrático brasileiro sofreu um retrocesso que os principais líderes políticos terão que se esforçar para superar.

A incontestável popularidade do presidente Lula por si só já seria um fator de desequilíbrio da disputa, o que é do jogo democrático. Se seu governo fosse impopular, seria um fator negativo para a coligação que o apoia.

Mas ele potencializou essa distorção usando e abusando do poder político e econômico que lhe confere o cargo, e da popularidade, para colocar a máquina governamental a serviço da eleição de sua candidata, o que prejudicou a disputa desde o primeiro momento.

O candidato do PSDB, José Serra, tentou o primeiro truque ainda na pré-campanha como governador de São Paulo, recusando-se a fazer oposição na suposição de que, explicitando sua boa relação com o presidente Lula, o eleitorado acreditaria que poderia continuar a votar nele, que liderava as pesquisas.

Quando viu que a transferência de votos de Lula para Dilma, que acreditava que não ocorreria, era um fator de desequilíbrio contra sua postulação, tentou, já na campanha, fingir-se de amigo de Lula colocando-o na sua propaganda televisiva.

O tiro saiu pela culatra, pois quem estava disposto a votar na oposição não gostou daquela proximidade, e o próprio Lula tratou de rejeitar a insinuação, deixando claro que sua candidata era Dilma.

Para contrabalançar a popularidade do presidente Lula, o candidato Serra, conhecido por sua maestria em controlar as finanças públicas e por ser um gestor eficiente, passou a prometer o céu e mais alguma coisa aos eleitores, na esperança de que não se sentissem inseguros com sua candidatura.

E dá-lhe aumento real do salário mínimo maior do que o do governo federal; 13 salário para o Bolsa Família; aumento real também para os aposentados.

O ambiente eleitoral nunca foi propício para que se discutam reformas estruturais que mexem no bolso dos eleitores, ou retirem privilégios de corporações. Muito menos em um governo populista, que não se peja de sair distribuindo casas e verbas em plena época de eleições.

Prometendo esse festival de bondades para contrabalançar a gastança do governo, a plataforma de Serra perdeu consistência, e o candidato transformou-se em outra persona política.

Para piorar a situação, o debate sobre o aborto pegou os dois candidatos no contrapé. Tanto a candidata oficial quanto o adversário oposicionista, dispostos a tudo para não perder votos, mostraram-se capazes de fazer qualquer papel na exploração religiosa da campanha.

Dilma renegou todas as suas convicções a respeito da descriminação do aborto, enquanto Serra despertou um insuspeitado lado religioso, a tal ponto que o efeito esgotou-se pela exaustão.

A começar pela verdadeira geleia geral em que se transformaram as coligações partidárias, o eleitor está perdido, sem parâmetros para se decidir. Quem ontem estava no governo hoje está na oposição com a mesma desenvoltura, explicitando a falta de um programa que cimente as negociações políticas.

As acusações de corrupção de lado a lado pareceram igualar os contendores num triste campeonato. A candidata Dilma Rousseff conseguiu neutralizar o escândalo de sua amiga Erenice Guerra na Casa Civil, levantando o caso de Paulo Preto na Dersa de São Paulo, mesmo que, até simbolicamente, os casos sejam bastante diferentes. Mas nesse tiroteio eleitoral, é difícil para o cidadão comum marcar as diferenças, e a candidata oficial foi bem-sucedida no propósito de nivelar todos por baixo.

O caso das privatizações, que mais uma vez foi utilizado pelo marqueteiro João Santana para mexer com o imaginário do eleitor médio, é sintomático dos descaminhos que a campanha tomou.

Ao dizer que utilizar o sistema de concessão para a exploração do pré-sal é o mesmo que privatizar a riqueza nacional, a candidata Dilma Rousseff está tentando enganar o eleitor.

Mas o candidato oposicionista em nenhum momento conseguiu deixar isso claro, provavelmente com receio de ser confundido com um entreguista.

Cometendo o mesmo erro da campanha de Alckmin em 2006, que “denunciou” o governo pela privatização da exploração da madeira na Amazônia, que havia sido aprovada com o apoio do PSDB, a propaganda eleitoral de Serra passou a incorporar a tese de que o sistema de concessão é uma espécie de privatização, acusando o governo atual de ter entregado nossa riqueza a diversos investidores privados, nacionais e estrangeiros.

Em vez de ter a coragem de rebater essa tese, e mostrar que a participação privada é mais benéfica para o desenvolvimento do país, a campanha tucana ficou presa na armadilha da privatização, disputando com a candidata oficial quem consegue enganar mais o eleitor.

Essa maneira de fazer política distorcendo a realidade tem no presidente Lula seu maior cultivador. O exemplo mais recente é o discurso que fez esta semana, criticando os governos passados por não terem investido na indústria naval na solenidade em que a primeira-dama foi madrinha do lançamento do navio Jatobá, segundo de cinco porta-contêineres encomendados pela empresa Log-In ao estaleiro Eisa.

Esses novos navios ampliarão em 300% a capacidade do serviço de navegação costeira da empresa. E a construção de cada embarcação, cria, direta ou indiretamente, cerca de 3 mil empregos.

Quem ouve a crítica de Lula pensa que o investimento é de uma empresa governamental, mas a Log-In Logística Intermodal é uma empresa da Vale, que foi privatizada no governo Fernando Henrique Cardoso.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4352 Mensagem por Clermont » Qua Out 27, 2010 9:50 am

CABRAL CRIA FERIADÃO NO RIO PARA PREJUDICAR SERRA.

Governador passa o Dia do Servidor para segunda-feira e tenta esvaziar a zona sul carioca, reduto de Serra

Medida permite quatro dias seguidos de folga e estimula eleitores de renda mais alta a viajar no dia da votação


Plínio Fraga e Janaina Lage - Folha de São Paulo, 27.10.10.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), criou um feriadão nos dias seguintes ao final de semana do segundo turno para tentar ampliar a abstenção em reduto do tucano José Serra, a zona sul da capital fluminense.

Cabral adiou de amanhã para segunda-feira, dia 1º, a comemoração do Dia do Servidor Público no Estado.
Na terça é Dia de Finados, o que, somando-se ao final de semana, dá quatro dias sem trabalho para os fluminenses, estimulando que eleitores de renda mais alta deixem o Rio na eleição.

Cobrado pelo presidente Lula por ter tido 1,5 milhão de votos de eleitores do Rio a mais do que Dilma Rousseff no primeiro turno, o governador afirma que suas pesquisas internas dão hoje uma frente no Estado de 2,1 milhões de votos para a petista em relação ao tucano.

Em favor de Dilma, Cabral repete estratégia que assegurou a vitória de Eduardo Paes (PMDB) contra Fernando Gabeira (PV) na disputa pela Prefeitura do Rio em 2008, com uma diferença mínima de 55 mil votos.

Em 2008, Cabral antecipou o feriado e facilitou uma debandada da cidade, fazendo com que a eleição tivesse abstenção de 20,25%, a maior desde 2000.

Na zona sul do Rio, que em 2008 era reduto de Gabeira e neste ano é de Serra, a abstenção foi de 25,78% naquele ano; já na zona oeste, onde Eduardo Paes era mais forte e hoje Dilma domina, o índice foi de 17,90%.

Serra ficou em primeiro na zona sul do Rio no primeiro turno, e Dilma, em terceiro.

Na zona oeste, as colocações se inverteram. Resumindo, o feriado amplia a abstenção em áreas em que o tucano é mais forte e não muda significativamente o comparecimento em regiões em que a petista é hoje mais forte.

Em Estados administrados por tucanos, como Minas e São Paulo, o feriado do Dia do Servidor foi antecipado para a segunda passada.

Pelo menos outros oito Estados já comunicaram o adiamento da comemoração do Dia do Servidor, endossando a estratégia do feriadão pró-Dilma, que tem mais eleitores entre os mais pobres e menos entre os mais ricos - estes, em tese, os que mais viajam nos feriadões.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4353 Mensagem por Guerra » Qua Out 27, 2010 9:55 am

marcelo bahia escreveu:Você distorceu completamente o que eu disse!! Eu disse que se houver manipulação da mídia, ou seja, se a oposição usar leões de chácara para atacar a caminhada de Serra usando camisas do PT e depois a Globo e outros canalhas repercutirem isso como uma ação petista, eu não me conformarei! Em momento algum eu disse que não me conformaria com uma derrota de Dilma, apenas se houver jogo sujo desse tipo que exemplifiquei! Como eu disse antes, perdemos muitas vezes, outras vezes ganhamos, e em nenhum momento os militantes do PT partiram para o quebra-pau!! Isso é ridículo!

Agora, não foi apenas o que disse o "imbecil boateiro" que está nos levando a temer um golpe desse tipo, também os acontecimentos recentes, os títulos de jornais, as capas de revistas, as linhas editoriais, etc, etc! Agora se você é ingênuo o suficiente para duvidar que esse tipo de canalhice é possível, então acho que você é cego, ou se faz. Nunca estudou história?? Não viu a sujeira que tem rolado nesta campanha com o aborto, homossexualismo e outras cositas más?? Não viu o próprio Abílio Diniz confirmar que na eleição de 89 tentaram colocar a camisa do PT nos seqüestradores dele, e que o mesmo se recusou?? E da acusação de que os seqüestradores chilenos de Abílio Diniz teriam panfletos de Lula no cativeiro?? Não se lembra?? Então eu vou refescar sua memória:
.
Mas que eleição é mar de sujeira eu estou cansado de saber. Mas sei tb que existem mecanismos legais para recorrer. Se não tem é por culpa de quem esta no poder e vota as leis frouxas do pais. E o PT não pode reclamar de ser oposição e vitima do sistema.
Nunca estudou história??


Sim. E pela minha analise histórica o Brasil evoluiu de uma colônia para um pais independente, e junto para um estado de direito.

Deixa eu ser mais claro. Quem vai dizer se os meios para se chegar a presidencia foi legal ou não é a justiça. O resto é choro. O resto é tiro de 7,62 no lombo e não se fala mais nisso.

No final das contas é o sujo falando do mal lavado. Um bando de arroaceiros falando mal de um bando de picaretas. É o que eu penso.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4354 Mensagem por PRick » Qua Out 27, 2010 10:12 am

Clermont escreveu:CABRAL CRIA FERIADÃO NO RIO PARA PREJUDICAR SERRA.

Governador passa o Dia do Servidor para segunda-feira e tenta esvaziar a zona sul carioca, reduto de Serra

Medida permite quatro dias seguidos de folga e estimula eleitores de renda mais alta a viajar no dia da votação


Plínio Fraga e Janaina Lage - Folha de São Paulo, 27.10.10.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), criou um feriadão nos dias seguintes ao final de semana do segundo turno para tentar ampliar a abstenção em reduto do tucano José Serra, a zona sul da capital fluminense.

Cabral adiou de amanhã para segunda-feira, dia 1º, a comemoração do Dia do Servidor Público no Estado.
Na terça é Dia de Finados, o que, somando-se ao final de semana, dá quatro dias sem trabalho para os fluminenses, estimulando que eleitores de renda mais alta deixem o Rio na eleição.

Cobrado pelo presidente Lula por ter tido 1,5 milhão de votos de eleitores do Rio a mais do que Dilma Rousseff no primeiro turno, o governador afirma que suas pesquisas internas dão hoje uma frente no Estado de 2,1 milhões de votos para a petista em relação ao tucano.

Em favor de Dilma, Cabral repete estratégia que assegurou a vitória de Eduardo Paes (PMDB) contra Fernando Gabeira (PV) na disputa pela Prefeitura do Rio em 2008, com uma diferença mínima de 55 mil votos.

Em 2008, Cabral antecipou o feriado e facilitou uma debandada da cidade, fazendo com que a eleição tivesse abstenção de 20,25%, a maior desde 2000.

Na zona sul do Rio, que em 2008 era reduto de Gabeira e neste ano é de Serra, a abstenção foi de 25,78% naquele ano; já na zona oeste, onde Eduardo Paes era mais forte e hoje Dilma domina, o índice foi de 17,90%.

Serra ficou em primeiro na zona sul do Rio no primeiro turno, e Dilma, em terceiro.

Na zona oeste, as colocações se inverteram. Resumindo, o feriado amplia a abstenção em áreas em que o tucano é mais forte e não muda significativamente o comparecimento em regiões em que a petista é hoje mais forte.

Em Estados administrados por tucanos, como Minas e São Paulo, o feriado do Dia do Servidor foi antecipado para a segunda passada.

Pelo menos outros oito Estados já comunicaram o adiamento da comemoração do Dia do Servidor, endossando a estratégia do feriadão pró-Dilma, que tem mais eleitores entre os mais pobres e menos entre os mais ricos - estes, em tese, os que mais viajam nos feriadões.

Engraçado quando os governadores cumprem o que deve ser, quer dizer colocam o feriado na segunda-feira, são pró-dilma, quando antecipam em uma semana, de forma irregular, não são a favor do Serra! Que mídia vagabunda e vendida!!!

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4355 Mensagem por xatoux » Qua Out 27, 2010 10:23 am

Mas não entendi direito, funcionario publico em geral odeia o PSDB...
Feriadão pra valer, eh para eles, votos de Dilma perdidos!
Os que trabalham na iniciativa privada(serristas), tanto faz o dia do func. publico, se vão viajar eh pq enforcaram a segunda-feira.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4356 Mensagem por PRick » Qua Out 27, 2010 10:36 am

Clermont escreveu:APEQUENADOS.

Merval Pereira - O GLOBO, 27.10.10.
Vi a entrevista desse capacho na TV ontem, algo lamentável, o cara mente de maneira descarada, não tem a menor vergonha na cara em dizer as coisas mais comprometidas e distantes dos fatos, nem mesmo comentou as pesquisas, porque elas dizem o seguinte, A ELEIÇÃO JÁ ESTÁ DECIDIDA EM FAVOR DA DILMA.
A campanha eleitoral chega à semana final com um acúmulo de desvios de conduta dos candidatos e do governo que é difícil não chegar à conclusão de que os seus principais personagens, especialmente o próprio presidente da República, se apequenaram no caminho, e o processo democrático brasileiro sofreu um retrocesso que os principais líderes políticos terão que se esforçar para superar.Eu diria que a mídia, esse Merval são os maiores culpados pelas baixarias nas eleições, mentindo, inventando, amplificando boatos, etc.. Então é como se o cúmplice de um crime viesse falar do aumento da violência, Merval e a Globo estão até o pescoço nessa lama!

A incontestável popularidade do presidente Lula por si só já seria um fator de desequilíbrio da disputa, o que é do jogo democrático. Se seu governo fosse impopular, seria um fator negativo para a coligação que o apoia.

Mas ele potencializou essa distorção usando e abusando do poder político e econômico que lhe confere o cargo, e da popularidade, para colocar a máquina governamental a serviço da eleição de sua candidata, o que prejudicou a disputa desde o primeiro momento.É UM DESCARADO, o que esse caluniador está falando é crime eleitoral, e nada deu entrada no TSE acusando o presidente disso, porque ele não cometeu nenhum crime eleitoral.

O candidato do PSDB, José Serra, tentou o primeiro truque ainda na pré-campanha como governador de São Paulo, recusando-se a fazer oposição na suposição de que, explicitando sua boa relação com o presidente Lula, o eleitorado acreditaria que poderia continuar a votar nele, que liderava as pesquisas.

Quando viu que a transferência de votos de Lula para Dilma, que acreditava que não ocorreria, era um fator de desequilíbrio contra sua postulação, tentou, já na campanha, fingir-se de amigo de Lula colocando-o na sua propaganda televisiva.

O tiro saiu pela culatra, pois quem estava disposto a votar na oposição não gostou daquela proximidade, e o próprio Lula tratou de rejeitar a insinuação, deixando claro que sua candidata era Dilma.

Para contrabalançar a popularidade do presidente Lula, o candidato Serra, conhecido por sua maestria em controlar as finanças públicas e por ser um gestor eficiente, passou a prometer o céu e mais alguma coisa aos eleitores, na esperança de que não se sentissem inseguros com sua candidatura.O incompetente tentou de tudo, da mentira até as baixarias, além de perder a eleição, perdeu a moral, vergonha na cara, enfim é uma derrota completa.

E dá-lhe aumento real do salário mínimo maior do que o do governo federal; 13 salário para o Bolsa Família; aumento real também para os aposentados.

O ambiente eleitoral nunca foi propício para que se discutam reformas estruturais que mexem no bolso dos eleitores, ou retirem privilégios de corporações. Muito menos em um governo populista, que não se peja de sair distribuindo casas e verbas em plena época de eleições.

Prometendo esse festival de bondades para contrabalançar a gastança do governo, a plataforma de Serra perdeu consistência, e o candidato transformou-se em outra persona política.

Para piorar a situação, o debate sobre o aborto pegou os dois candidatos no contrapé. Tanto a candidata oficial quanto o adversário oposicionista, dispostos a tudo para não perder votos, mostraram-se capazes de fazer qualquer papel na exploração religiosa da campanha.

Dilma renegou todas as suas convicções a respeito da descriminação do aborto, enquanto Serra despertou um insuspeitado lado religioso, a tal ponto que o efeito esgotou-se pela exaustão.Serra não tem lado religioso nenhum, é apenas um demagogo usando a religião como massa de manobra.

A começar pela verdadeira geleia geral em que se transformaram as coligações partidárias, o eleitor está perdido, sem parâmetros para se decidir. Quem ontem estava no governo hoje está na oposição com a mesma desenvoltura, explicitando a falta de um programa que cimente as negociações políticas.A democracia brasileira é formado por governo de coalizão, assim, é natural que isso ocorra.

As acusações de corrupção de lado a lado pareceram igualar os contendores num triste campeonato. A candidata Dilma Rousseff conseguiu neutralizar o escândalo de sua amiga Erenice Guerra na Casa Civil, levantando o caso de Paulo Preto na Dersa de São Paulo, mesmo que, até simbolicamente, os casos sejam bastante diferentes. Mas nesse tiroteio eleitoral, é difícil para o cidadão comum marcar as diferenças, e a candidata oficial foi bem-sucedida no propósito de nivelar todos por baixo.Jogo sujo, com jogo sujo se combate, assim, devemos agradecer a mídia e as oposições por esse jogo sujo.

O caso das privatizações, que mais uma vez foi utilizado pelo marqueteiro João Santana para mexer com o imaginário do eleitor médio, é sintomático dos descaminhos que a campanha tomou.

Ao dizer que utilizar o sistema de concessão para a exploração do pré-sal é o mesmo que privatizar a riqueza nacional, a candidata Dilma Rousseff está tentando enganar o eleitor.

Mas o candidato oposicionista em nenhum momento conseguiu deixar isso claro, provavelmente com receio de ser confundido com um entreguista.Não deixou claro, porque é um entreguista. No governo venderam tudo, e pior, mesmo vendendo tudo não fizeram nada que prestasse.

Cometendo o mesmo erro da campanha de Alckmin em 2006, que “denunciou” o governo pela privatização da exploração da madeira na Amazônia, que havia sido aprovada com o apoio do PSDB, a propaganda eleitoral de Serra passou a incorporar a tese de que o sistema de concessão é uma espécie de privatização, acusando o governo atual de ter entregado nossa riqueza a diversos investidores privados, nacionais e estrangeiros.Fizeram isso porque não tem defesa, quando estiveram no governo privatizaram tudo, assim, não adianta mentir agora.

Em vez de ter a coragem de rebater essa tese, e mostrar que a participação privada é mais benéfica para o desenvolvimento do país, a campanha tucana ficou presa na armadilha da privatização, disputando com a candidata oficial quem consegue enganar mais o eleitor. :lol: :lol: :lol: :lol: Coragem e José Serra são antônimos, Dilma tem mais coragem no dedo mindinho que o Serra inteiro! :twisted: :twisted:

Essa maneira de fazer política distorcendo a realidade tem no presidente Lula seu maior cultivador. O exemplo mais recente é o discurso que fez esta semana, criticando os governos passados por não terem investido na indústria naval na solenidade em que a primeira-dama foi madrinha do lançamento do navio Jatobá, segundo de cinco porta-contêineres encomendados pela empresa Log-In ao estaleiro Eisa.

Esses novos navios ampliarão em 300% a capacidade do serviço de navegação costeira da empresa. E a construção de cada embarcação, cria, direta ou indiretamente, cerca de 3 mil empregos.

Quem ouve a crítica de Lula pensa que o investimento é de uma empresa governamental, mas a Log-In Logística Intermodal é uma empresa da Vale, que foi privatizada no governo Fernando Henrique Cardoso.Isso é especialidade da mídia, distorcer a realidade, o Presidente Lula está comemorando o sucesso da política governamental, que pegou a industria naval DESTRUÍDA por FHC, e está transformando o Brasil num dos 03 maiores produtores mundiais de navios e plataformas marítimas, no final do DESGOVERNO FHC, tinham 2.000 empregados nessa industria, hoje são quase 50.000! Agora, para o Merval e a Globo, isso é distorcer a realidade, a Rede Globo vive de distorcer a realidade, fizeram isso em toda a existência dessa empres de comunicação, isso é choro de perdedor, vai morar em Miami, seu vendido! :twisted: :twisted:

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4357 Mensagem por pafuncio » Qua Out 27, 2010 10:38 am

SC, um estado nitidamente petista, lulista e dilmista, que elegeu como governador um comunista ortodoxo em substituição a um anarquista bakunínico, fixou segunda-feira da semana que vem como feriado.

Tollitur quaestio !!!

Esses pérfidos esquerdistas, querendo dinamitar o apoio dos funcionários públicos ao Serra .... :evil: :evil: :evil: :evil:


Amplexos.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4358 Mensagem por PRick » Qua Out 27, 2010 10:39 am

xatoux escreveu:Mas não entendi direito, funcionario publico em geral odeia o PSDB...
Feriadão pra valer, eh para eles, votos de Dilma perdidos!
Os que trabalham na iniciativa privada(serristas), tanto faz o dia do func. publico, se vão viajar eh pq enforcaram a segunda-feira.

Isso é uma teoria que surgiu pela boca de alguns desocupados, que se dizem analistas politicos, e aí esses jornalistas, colam e copiam. Fazendo essas matérias incríveis, e o pior é que tem gente que lê e da destaque a essas baboseiras. 8-] 8-]

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4359 Mensagem por Guerra » Qua Out 27, 2010 10:54 am

Eu diria que a mídia, esse Merval são os maiores culpados pelas baixarias nas eleições, mentindo, inventando, amplificando boatos, etc.. Então é como se o cúmplice de um crime viesse falar do aumento da violência, Merval e a Globo estão até o pescoço nessa lama!
Ele não é tão ruim assim. Afinal de contas vc concordou com o que ele disse sobre o Serra.

Metade do que diz a mídia ainda se salva.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4360 Mensagem por Oziris » Qua Out 27, 2010 11:19 am

27/10/2010 - 10h51
Dilma tem 51,9% das intenções de voto e Serra, 36,7%, diz CNT/Sensus

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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira indica que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem 51,9% das intenções de votos, contra 36,7% do tucano José Serra.

Os votos brancos, nulos e indecisos somam 11,5%. Se contados apenas os votos válidos (sem os nulos, brancos e indecisos), Dilma tem 58,6% dos votos e Serra, 41,4% --uma diferença de 17,2 pontos percentuais.

A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou menos.



A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 25 de outubro, em 136 municípios, com a realização de 2.000 entrevistas. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37.609/2010.

Na pesquisa espontânea, em que o nome dos candidatos não é apresentado aos eleitores, Dilma recebeu 50,4% dos votos e Serra, 35,7%. Os brancos, nulos e indecisos somam 13,5% na espontânea. O nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda foi lembrado por 0,2% dos eleitores e 0,3% também mencionaram nomes de outros candidatos que não estão na disputa.

A última edição da CNT/Sensus, divulgada dia 20 de outubro, apontou que Dilma receberia 46,8% dos votos na disputa em segundo turno com Serra, contra 41,8% para o tucano. Os votos brancos, nulos e indecisos somariam 11,3%.

DATAFOLHA

Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, a petista manteve 12 pontos percentuais de vantagem sobre seu adversário.

Ela aparece com 56%, contra 44% do tucano. O resultado, em votos válidos, é idêntico ao registrado no último levantamento do instituto, realizado no dia 21.

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4361 Mensagem por rodrigo » Qua Out 27, 2010 11:24 am

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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4362 Mensagem por Matheus » Qua Out 27, 2010 11:25 am

marcelo l. escreveu:Meu caro Fernando,
Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete comtudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).
k–>ContuContudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.
O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.
No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?
Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.
Segundo mito; Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.
E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.
Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou dráticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo…te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.
Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.
Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa.
Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar… Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este país.
Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.
Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o vedadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.
Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a freqüentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.
Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço
thdossantos@terra.com.br
http://theotoniodossantos.blogspot.com/
(*) Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Segundo um pessoal, este texto é um completo absurdo. O que os econmistas de plantão acham dele? Porque vou voltar na Dilma não quero aceitar qualquer porcaria como verdade.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4363 Mensagem por Wolfgang » Qua Out 27, 2010 11:52 am

O CNT Sensus pirou. Comparem a última pesquisa com a anterior.




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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4364 Mensagem por Slotrop » Qua Out 27, 2010 11:57 am

Daqui a pouco aparece o Sergio Guerra esbravejando.

Mas realmente a diferença aumentou muito em relação a pesquisa deles do dia 20, estranho.




O Troll é sutil na busca por alimento.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL

#4365 Mensagem por Clermont » Qua Out 27, 2010 12:00 pm

CARTA À CANDIDATA DILMA.

Por Ruth Rocha - Blog do Noblat, 27.10.10.

Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha... “acontece“. Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas: falta de educação e a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo e por qualquer meio.

Acho que todos sabem do que estou falando.

O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do pragmatismo total. Essa transformação teve um “abrakadabra” na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil “os outros também fazem...”. De lá pra cá foi um Deus nos acuda!

Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução nacional após o desastre da ditadura.

Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real.

É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal) tratada na cozinha.

O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil.

E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.

Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos. Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.

1) desprezo ao culto à personalidade;

2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então...

3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.

Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.


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Ruth Rocha, escritora.




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