Todos os noissos diplomatas, conhecem a história dele e não aprenderam nada com o cara!Sterrius escreveu:Faz falta um barão do rio branco......
GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
terra.com.br
Defesa brasileira rejeita expansão da Otan ao Atlântico Sul
21 de outubro de 2010
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentou a representantes dos Estados Unidos a posição contrária do Brasil a qualquer interferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Atlântico Sul. Em reuniões com autoridades americanas nos últimos dias, Jobim afirmou que o governo brasileiro rejeita as iniciativas dos EUA de associação das duas áreas do oceano. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A ampliação da área de atuação da Otan tem sido reforçada pelos EUA, que conseguiram expandir sua influência a regiões distantes do Atlântico Norte, como o Afeganistão. "O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte", afirmou Jobim. "A Otan não pode substituir a ONU", disse o ministro, demonstrando o temor de os Estados Unidos se valerem da Otan para promover ações multilaterais sem o respaldo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Defesa brasileira rejeita expansão da Otan ao Atlântico Sul
21 de outubro de 2010
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentou a representantes dos Estados Unidos a posição contrária do Brasil a qualquer interferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Atlântico Sul. Em reuniões com autoridades americanas nos últimos dias, Jobim afirmou que o governo brasileiro rejeita as iniciativas dos EUA de associação das duas áreas do oceano. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
A ampliação da área de atuação da Otan tem sido reforçada pelos EUA, que conseguiram expandir sua influência a regiões distantes do Atlântico Norte, como o Afeganistão. "O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte", afirmou Jobim. "A Otan não pode substituir a ONU", disse o ministro, demonstrando o temor de os Estados Unidos se valerem da Otan para promover ações multilaterais sem o respaldo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: GEOPOLÍTICA
Postei nas "navais" tb:
Brasil rejeita ação da Otan no Atlântico Sul
Posição brasileira foi apresentada formalmente ao governo dos Estados Unidos pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim
Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE / WASHINGTON - O Estado de S.Paulo
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentou formalmente aos Estados Unidos a rejeição do Brasil a qualquer interferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Atlântico Sul. Em conversas com autoridades americanas nos últimos dias, Jobim afirmou que o governo brasileiro vê com reservas as iniciativas de Washington de associação das duas áreas geoestratégicas do oceano.
A tese da "atlantização" da Otan tem sido reforçada especialmente pelos EUA, que conseguiram estender a ação dessa organização a regiões distantes do Atlântico Norte, como o Afeganistão.
"O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte", afirmou Jobim ao Estado. "A Otan não pode substituir a ONU", acrescentou ele, referindo-se ao temor de os EUA se valerem dessa organização para promover ações multilaterais sem o respaldo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Jobim já havia anunciado a preocupação brasileira em uma conferência no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, em setembro. Na ocasião, argumentou que uma interpretação literal do conceito de "atlantização" da Otan permitia a intervenção dessa entidade em qualquer parte do mundo e sob vários pretextos, especialmente o risco energético. Diplomatas brasileiros informaram que o governo tenta convencer sócios da Otan também parceiros comerciais do Brasil na área militar, como a França e a Itália, a desaprovar esse conceito.
Ontem, Jobim expôs a posição brasileira ao conselheiro de Defesa Nacional da Casa Branca, general James Jones. Na noite anterior, havia explicado a questão ao subsecretário de Estado para o Hemisférico Ocidental, Arturo Valenzuela. O tema foi explorado ainda pelo ministro em uma mesa-redonda na Universidade Johns Hopkins, ontem, da qual parlamentares americanos participaram.
Jobim explicou ao Estado que o Brasil não entrará em entendimento com os EUA sobre essa questão porque o país não ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982. A rigor, isso significa que a Casa Branca não é obrigada, por lei, a respeitar a plataforma continental de 350 milhas náuticas de distância e os 4.000 quilômetros quadrados de fundos marinhos do Brasil, que estão definidos pela convenção.
Essa situação traz preocupações especiais ao governo brasileiro em relação à exploração de petróleo na camada do pré-sal.
Segurança
NELSON JOBIM MINISTRO DA DEFESA
"O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte"
"A Otan não pode substituir a ONU"
Brasil rejeita ação da Otan no Atlântico Sul
Posição brasileira foi apresentada formalmente ao governo dos Estados Unidos pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim
Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE / WASHINGTON - O Estado de S.Paulo
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentou formalmente aos Estados Unidos a rejeição do Brasil a qualquer interferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Atlântico Sul. Em conversas com autoridades americanas nos últimos dias, Jobim afirmou que o governo brasileiro vê com reservas as iniciativas de Washington de associação das duas áreas geoestratégicas do oceano.
A tese da "atlantização" da Otan tem sido reforçada especialmente pelos EUA, que conseguiram estender a ação dessa organização a regiões distantes do Atlântico Norte, como o Afeganistão.
"O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte", afirmou Jobim ao Estado. "A Otan não pode substituir a ONU", acrescentou ele, referindo-se ao temor de os EUA se valerem dessa organização para promover ações multilaterais sem o respaldo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Jobim já havia anunciado a preocupação brasileira em uma conferência no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, em setembro. Na ocasião, argumentou que uma interpretação literal do conceito de "atlantização" da Otan permitia a intervenção dessa entidade em qualquer parte do mundo e sob vários pretextos, especialmente o risco energético. Diplomatas brasileiros informaram que o governo tenta convencer sócios da Otan também parceiros comerciais do Brasil na área militar, como a França e a Itália, a desaprovar esse conceito.
Ontem, Jobim expôs a posição brasileira ao conselheiro de Defesa Nacional da Casa Branca, general James Jones. Na noite anterior, havia explicado a questão ao subsecretário de Estado para o Hemisférico Ocidental, Arturo Valenzuela. O tema foi explorado ainda pelo ministro em uma mesa-redonda na Universidade Johns Hopkins, ontem, da qual parlamentares americanos participaram.
Jobim explicou ao Estado que o Brasil não entrará em entendimento com os EUA sobre essa questão porque o país não ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 1982. A rigor, isso significa que a Casa Branca não é obrigada, por lei, a respeitar a plataforma continental de 350 milhas náuticas de distância e os 4.000 quilômetros quadrados de fundos marinhos do Brasil, que estão definidos pela convenção.
Essa situação traz preocupações especiais ao governo brasileiro em relação à exploração de petróleo na camada do pré-sal.
Segurança
NELSON JOBIM MINISTRO DA DEFESA
"O Atlântico Sul responde a questões de segurança muito diferentes das do Atlântico Norte"
"A Otan não pode substituir a ONU"
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA
OPINIÃO
Um recomeço para Rússia e Otan
Anders Fogh Rasmussen
Secretário- Geral da OTAN
Quando pronunciei meu primeiro discurso público como secretário-geral da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan), pouco mais de um ano atrás, concentrei-me no relacionamento Otan-
Rússia por ser, acredito, crucial para a segurança mundial e não apenas europeia. Naquele momento,
julguei que a relação necessitava urgentemente ser reparada e que a Otan e a Rússia deveriam assumir
um "novo começo". Então, fiz várias propostas específicas para as bases de uma relacionamento futuro
muito mais produtivo. Um ano depois, em que pé estamos? Precisamos, em primeiro lugar, reforçar
nossa cooperação prática em diversas áreas.
Combate ao terrorismo. Como o terrorismo é um flagelo transnacional, podemos derrotá-lo se
trabalharmos em conjunto. Os países da Otan e a Rússia chegaram a um acordo envolvendo avaliações
conjuntas sobre ameaças terroristas e já estão fazendo progresso considerável numa série de projetos
concretos. Estamos trabalhando juntos, por exemplo, para combater a ameaça de ataques nos
transportes de massa e em outros locais de grande afluência pública. No âmbito de um programa
conjunto denominado STANDEX (Stand-Off Explosives Detection), reunimos os principais institutos de
pesquisa e laboratórios nos países da Otan e na Rússia para integrar várias tecnologias em um único
sistema para detectar explosivos e identificar agressores em potencial.
Evitar proliferação. A proliferação da capacitação nuclear e de mísseis balísticos é uma grande
preocupação para a comunidade internacional e uma ameaça grave e crescente para todos. Um Grupo
de Trabalho sobre controle de armamentos, desarmamento e não proliferação estuda o assunto.
Estabilização do Afeganistão. O interesse da Rússia em um Afeganistão estável é tão forte
quanto o dos aliados na Otan. Na primavera de 2010, os primeiros contêineres chegaram à International
Security Assistance Force (ISAF), da Otan, através de território russo, abrindo uma importante linha de
comunicação adicional. O projeto Otan-Rússia prevendo proporcionar treinamento antinarcóticos a
militares do Afeganistão e da Ásia Central produziu mais de 1,3 mil formados. E, seguindo as sugestões
que fiz em Moscou em dezembro passado, os líderes russos estão ponderando contribuições adicionais
de helicópteros e treinamento para o Exército Nacional Afegão.
Além de intensificar nossa colaboração prática, rejuvenescemos o Conselho Otan-Rússia
ampliamos e aprofundamos o diálogo ao longo do ano passado. Temos participado de discussões
construtivas abertas e francas sobre uma ampla gama de preocupações de segurança dos russos e dos
aliados e sobre as propostas para abordá-las.
A confiança mútua entre as partes progrediu muito bem com o acordo em torno de cinco
ameaças e desafios que exigem cooperação reforçada: terrorismo, Afeganistão, pirataria, proliferação de
armas de destruição em massa e catástrofes naturais e provocadas pela atividade humana. Já estamos
detalhando projetos práticos adequados a ser desenvolvidos em conjunto.
O relacionamento Otan-Rússia também avançou em outras áreas. A Otan tem sido totalmente
transparente frente à Rússia sobre o desenvolvimento do novo conceito estratégico da aliança que,
espero, estimule similar transparência de nossos parceiros russos à medida que desenvolvem seus
próprios documentos estratégicos. A Otan também assumiu a iniciativa de superar o impasse sobre o
Tratado sobre Forças Convencionais na Europa, que promete reforçar o controle e a transparência das
armas convencionais.
Em seu conjunto, esses resultados mostram que um novo começo nas relações Otan-Rússia foi
de fato estabelecido. Porém meu otimismo sobre o futuro de nosso relacionamento não me cega para as
dificuldades que ainda subsistem. Os aliados na Otan ainda têm preocupações quanto à Geórgia, onde
estão em jogo diferenças fundamentais de princípios. Também a Rússia continua tendo preocupações -
por exemplo, sobre a política Porta Aberta da Otan. Considero essas preocupações equivocadas e que a
ampliação da Otan reforçou as condições de segurança e estabilidade para a Rússia.
Apesar dessas diferenças, devemos ter confiança suficiente para definir uma agenda ambiciosa
para o futuro. Uma de nossas prioridades deve ser reforçar a cooperação operacional. Nos anos 1990,
trabalhamos em conjunto com grande sucesso para estabilizar os Balcãs. Eu gostaria de ver mais
operações de paz conjuntas - em especial, maior cooperação em nossos esforços de combate à pirataria
no Golfo de Aden. Além disso, nossa cooperação operacional no Afeganistão pode ser intensificada.
Doações russas ao Exército Nacional Afegão fazem uma enorme diferença para a capacidade afegã de
garantir sua própria segurança, que é do interesse de todos nós.
Mas é na área de defesa antimísseis que vejo o maior potencial para melhorar o relacionamento
Otan-Rússia. No início deste ano, à luz da crescente ameaça de proliferação da capacidade nuclear e de
mísseis balísticos, propus uma "área de segurança comum" cobrindo de Vancouver a Vladivostok.
Espero que nos próximos meses e anos teremos vontade política de tornar isso realidade - uma
realidade sustentada pela cooperação Otan-Rússia em defesa antimísseis.
Uma relação saudável entre a OTAN e a Rússia é vital para a segurança de todos nós. Agora
que uma base sólida para isso foi estabelecida, podemos juntos olhar para o futuro com renovada
confiança e ambição. Farei tudo a meu alcance para assegurar que concretizemos o enorme potencial do
relacionamento Otan-Rússia e conto com o apoio de todos os membros do Conselho Otan-Rússia para a
consecução desse objetivo.
Um recomeço para Rússia e Otan
Anders Fogh Rasmussen
Secretário- Geral da OTAN
Quando pronunciei meu primeiro discurso público como secretário-geral da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan), pouco mais de um ano atrás, concentrei-me no relacionamento Otan-
Rússia por ser, acredito, crucial para a segurança mundial e não apenas europeia. Naquele momento,
julguei que a relação necessitava urgentemente ser reparada e que a Otan e a Rússia deveriam assumir
um "novo começo". Então, fiz várias propostas específicas para as bases de uma relacionamento futuro
muito mais produtivo. Um ano depois, em que pé estamos? Precisamos, em primeiro lugar, reforçar
nossa cooperação prática em diversas áreas.
Combate ao terrorismo. Como o terrorismo é um flagelo transnacional, podemos derrotá-lo se
trabalharmos em conjunto. Os países da Otan e a Rússia chegaram a um acordo envolvendo avaliações
conjuntas sobre ameaças terroristas e já estão fazendo progresso considerável numa série de projetos
concretos. Estamos trabalhando juntos, por exemplo, para combater a ameaça de ataques nos
transportes de massa e em outros locais de grande afluência pública. No âmbito de um programa
conjunto denominado STANDEX (Stand-Off Explosives Detection), reunimos os principais institutos de
pesquisa e laboratórios nos países da Otan e na Rússia para integrar várias tecnologias em um único
sistema para detectar explosivos e identificar agressores em potencial.
Evitar proliferação. A proliferação da capacitação nuclear e de mísseis balísticos é uma grande
preocupação para a comunidade internacional e uma ameaça grave e crescente para todos. Um Grupo
de Trabalho sobre controle de armamentos, desarmamento e não proliferação estuda o assunto.
Estabilização do Afeganistão. O interesse da Rússia em um Afeganistão estável é tão forte
quanto o dos aliados na Otan. Na primavera de 2010, os primeiros contêineres chegaram à International
Security Assistance Force (ISAF), da Otan, através de território russo, abrindo uma importante linha de
comunicação adicional. O projeto Otan-Rússia prevendo proporcionar treinamento antinarcóticos a
militares do Afeganistão e da Ásia Central produziu mais de 1,3 mil formados. E, seguindo as sugestões
que fiz em Moscou em dezembro passado, os líderes russos estão ponderando contribuições adicionais
de helicópteros e treinamento para o Exército Nacional Afegão.
Além de intensificar nossa colaboração prática, rejuvenescemos o Conselho Otan-Rússia
ampliamos e aprofundamos o diálogo ao longo do ano passado. Temos participado de discussões
construtivas abertas e francas sobre uma ampla gama de preocupações de segurança dos russos e dos
aliados e sobre as propostas para abordá-las.
A confiança mútua entre as partes progrediu muito bem com o acordo em torno de cinco
ameaças e desafios que exigem cooperação reforçada: terrorismo, Afeganistão, pirataria, proliferação de
armas de destruição em massa e catástrofes naturais e provocadas pela atividade humana. Já estamos
detalhando projetos práticos adequados a ser desenvolvidos em conjunto.
O relacionamento Otan-Rússia também avançou em outras áreas. A Otan tem sido totalmente
transparente frente à Rússia sobre o desenvolvimento do novo conceito estratégico da aliança que,
espero, estimule similar transparência de nossos parceiros russos à medida que desenvolvem seus
próprios documentos estratégicos. A Otan também assumiu a iniciativa de superar o impasse sobre o
Tratado sobre Forças Convencionais na Europa, que promete reforçar o controle e a transparência das
armas convencionais.
Em seu conjunto, esses resultados mostram que um novo começo nas relações Otan-Rússia foi
de fato estabelecido. Porém meu otimismo sobre o futuro de nosso relacionamento não me cega para as
dificuldades que ainda subsistem. Os aliados na Otan ainda têm preocupações quanto à Geórgia, onde
estão em jogo diferenças fundamentais de princípios. Também a Rússia continua tendo preocupações -
por exemplo, sobre a política Porta Aberta da Otan. Considero essas preocupações equivocadas e que a
ampliação da Otan reforçou as condições de segurança e estabilidade para a Rússia.
Apesar dessas diferenças, devemos ter confiança suficiente para definir uma agenda ambiciosa
para o futuro. Uma de nossas prioridades deve ser reforçar a cooperação operacional. Nos anos 1990,
trabalhamos em conjunto com grande sucesso para estabilizar os Balcãs. Eu gostaria de ver mais
operações de paz conjuntas - em especial, maior cooperação em nossos esforços de combate à pirataria
no Golfo de Aden. Além disso, nossa cooperação operacional no Afeganistão pode ser intensificada.
Doações russas ao Exército Nacional Afegão fazem uma enorme diferença para a capacidade afegã de
garantir sua própria segurança, que é do interesse de todos nós.
Mas é na área de defesa antimísseis que vejo o maior potencial para melhorar o relacionamento
Otan-Rússia. No início deste ano, à luz da crescente ameaça de proliferação da capacidade nuclear e de
mísseis balísticos, propus uma "área de segurança comum" cobrindo de Vancouver a Vladivostok.
Espero que nos próximos meses e anos teremos vontade política de tornar isso realidade - uma
realidade sustentada pela cooperação Otan-Rússia em defesa antimísseis.
Uma relação saudável entre a OTAN e a Rússia é vital para a segurança de todos nós. Agora
que uma base sólida para isso foi estabelecida, podemos juntos olhar para o futuro com renovada
confiança e ambição. Farei tudo a meu alcance para assegurar que concretizemos o enorme potencial do
relacionamento Otan-Rússia e conto com o apoio de todos os membros do Conselho Otan-Rússia para a
consecução desse objetivo.
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Re: GEOPOLÍTICA
Parece-me o óbvio que a OTAN (NATO) não tem nada a fazer abaixo da linha do equador. Como o próprio nome diz é "Atlântico Norte" sua área de influência. Devem ficar em seu quintal. O que nós devemos fazer é criar a OTAS, Organização do tratado do Atlântico Sul, envolvendo de um lado o Brasil, Argentina e Uruguai e do outro a África do Sul, Namibia e Angola.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: GEOPOLÍTICA
Concordo plenamente delmar, sugiro a aquisição de algumas baterias de P-800 Yakhont só por garantiadelmar escreveu:Parece-me o óbvio que a OTAN (NATO) não tem nada a fazer abaixo da linha do equador. Como o próprio nome diz é "Atlântico Norte" sua área de influência. Devem ficar em seu quintal. O que nós devemos fazer é criar a OTAS, Organização do tratado do Atlântico Sul, envolvendo de um lado o Brasil, Argentina e Uruguai e do outro a África do Sul, Namibia e Angola.
Saudações
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Re: GEOPOLÍTICA
http://www.nytimes.com/2010/09/23/world ... .html?_r=2
UNITED NATIONS — If the United Nations General Assembly often serves as a stage for ambitious countries to project a new image, none has grabbed that opportunity this year with as much vigor as Turkey.
In a flurry of speeches and meetings — and one meeting that did not happen — the Turkish president, Abdullah Gul, defended his country’s close ties to Iran, proclaimed Turkey’s intention to become a leader in the Muslim world, and spurned an attempt to mend fences with Israel over its deadly raid on an aid flotilla bound for Gaza.
Turkey’s muscle-flexing has left the United States uneasy, with administration officials worried that Iran had obtained access to financing for its nuclear program through Turkish banks, and that Turkey’s rift with Israel could complicate American efforts to make peace in the Middle East.
Israeli officials reached out to Turkey to arrange a meeting this week between Mr. Gul and the Israeli president, Shimon Peres, in New York. But it collapsed amid Israeli claims that Turkey had demanded an apology from Mr. Peres for the flotilla raid and Turkish claims that Mr. Gul had no time — all of which inflamed a sore that the Israelis hoped had been gradually healing.
Turkey’s leaders made no apologies, saying they did not start the fight with Israel. Nor are they shy about Turkey’s ambitions, declaring that its status as a Muslim democracy, its growing economy, and its location at the hinge of Europe and Asia should make it a central player in resolving problems like the Iranian nuclear program and the Middle East conflict. “If you look at all the issues that are of importance to the world today,” Mr. Gul said in an interview on Tuesday, “they have put Turkey in a rather more advantageous position.” Turkey, Mr. Gul said, was the “only country that can have a very important contribution to the diplomatic route” with Iran — a clear reference to its effort, along with Brazil, to head off the last round of United Nations sanctions against Iran. After the United States brushed aside those negotiations, Turkey voted against the sanctions in the Security Council.
Mr. Gul said Turkey would adhere to the United Nations sanctions, but would not allow the measures to constrict its broader trade with Iran.
On Wednesday, Turkey’s trade minister said in Istanbul that the American-led campaign to ban all banking transactions with Iran was a mistake. Turkish officials said it was up to Turkey’s banks and companies to decide whether to go along with tougher unilateral sanctions decreed by the United States and the European Union.
“If the demand is for Turkey not to have any trade, any economic relations with Iran,” Mr. Gul said, “it would be unfair to Turkey.” He claimed that some American and European companies continued to do business with Iran under new names, circumventing the sanctions. “That is why the sanctions do not yield the results that are envisioned for them, in most cases,” he said.
Administration officials and experts on sanctions said that as Dubai and other Persian Gulf emirates had begun to crack down on their banking links to Iran in response to the sanctions, Iran had sought other intermediaries that would give it access to the Western financial system. Turkey is an obvious channel, as is Qatar, these officials said.
“In a climate of financial restrictions and sanctions, Turks are actually increasing their trade with Iran,” said Ray Takeyh, a senior fellow at the Council on Foreign Relations and former adviser to the Obama administration on Iran. “It stems from their desire to be a pivotal power in the region.”
Treasury Department officials have visited Turkey to urge the government to put the sanctions into effect. The United States has also reminded Turkey of its obligations as a member of NATO.
A Treasury official said that what mattered more than Turkey’s public stance was the response of Turkish banks and companies. He said many were worried that dealing with Iran could have repercussions on their business in the United States and Europe.
Mr. Gul insisted that Turkey did not want to see a nuclear-armed Iran. “The perception here in the U.S. is that what Turkey is doing is in some way undermining U.S. policy,” Mr. Gul said. “That is definitely not the case.”
For now, Turkey’s rift with Israel has hampered its role as a peacemaker in the Middle East. In 2008, Turkey mediated talks between Israel and Syria, but those ended after Israel’s military strike on Gaza, which was harshly criticized by Turkey’s prime minister, Recep Tayyip Erdogan.
Mr. Gul, an academic who has served as foreign minister, has a less blunt public image than Mr. Erdogan, though both are viewed with concern by critics who fear Turkey is drifting toward a more militant Islamic focus.
After failing to meet Mr. Peres, Mr. Gul made time to see Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad. He also met Wednesday with representatives of Turkish and American companies at the Plaza Hotel.
Nothing seemed to make Mr. Gul prouder than Turkey’s economy. Turkish bonds, he pointed out, were a safer investment than those of Portugal, Italy and Spain — three members of a European Union that has not yet accepted Turkey. And Turkey did not have to bail out its banks. Mr. Gul recounted a meeting with a head of state this week, in which the leader told him, “Turkey used to be known as the sick man of Europe, whereas Turkey now is the only healthy man of Europe.”
UNITED NATIONS — If the United Nations General Assembly often serves as a stage for ambitious countries to project a new image, none has grabbed that opportunity this year with as much vigor as Turkey.
In a flurry of speeches and meetings — and one meeting that did not happen — the Turkish president, Abdullah Gul, defended his country’s close ties to Iran, proclaimed Turkey’s intention to become a leader in the Muslim world, and spurned an attempt to mend fences with Israel over its deadly raid on an aid flotilla bound for Gaza.
Turkey’s muscle-flexing has left the United States uneasy, with administration officials worried that Iran had obtained access to financing for its nuclear program through Turkish banks, and that Turkey’s rift with Israel could complicate American efforts to make peace in the Middle East.
Israeli officials reached out to Turkey to arrange a meeting this week between Mr. Gul and the Israeli president, Shimon Peres, in New York. But it collapsed amid Israeli claims that Turkey had demanded an apology from Mr. Peres for the flotilla raid and Turkish claims that Mr. Gul had no time — all of which inflamed a sore that the Israelis hoped had been gradually healing.
Turkey’s leaders made no apologies, saying they did not start the fight with Israel. Nor are they shy about Turkey’s ambitions, declaring that its status as a Muslim democracy, its growing economy, and its location at the hinge of Europe and Asia should make it a central player in resolving problems like the Iranian nuclear program and the Middle East conflict. “If you look at all the issues that are of importance to the world today,” Mr. Gul said in an interview on Tuesday, “they have put Turkey in a rather more advantageous position.” Turkey, Mr. Gul said, was the “only country that can have a very important contribution to the diplomatic route” with Iran — a clear reference to its effort, along with Brazil, to head off the last round of United Nations sanctions against Iran. After the United States brushed aside those negotiations, Turkey voted against the sanctions in the Security Council.
Mr. Gul said Turkey would adhere to the United Nations sanctions, but would not allow the measures to constrict its broader trade with Iran.
On Wednesday, Turkey’s trade minister said in Istanbul that the American-led campaign to ban all banking transactions with Iran was a mistake. Turkish officials said it was up to Turkey’s banks and companies to decide whether to go along with tougher unilateral sanctions decreed by the United States and the European Union.
“If the demand is for Turkey not to have any trade, any economic relations with Iran,” Mr. Gul said, “it would be unfair to Turkey.” He claimed that some American and European companies continued to do business with Iran under new names, circumventing the sanctions. “That is why the sanctions do not yield the results that are envisioned for them, in most cases,” he said.
Administration officials and experts on sanctions said that as Dubai and other Persian Gulf emirates had begun to crack down on their banking links to Iran in response to the sanctions, Iran had sought other intermediaries that would give it access to the Western financial system. Turkey is an obvious channel, as is Qatar, these officials said.
“In a climate of financial restrictions and sanctions, Turks are actually increasing their trade with Iran,” said Ray Takeyh, a senior fellow at the Council on Foreign Relations and former adviser to the Obama administration on Iran. “It stems from their desire to be a pivotal power in the region.”
Treasury Department officials have visited Turkey to urge the government to put the sanctions into effect. The United States has also reminded Turkey of its obligations as a member of NATO.
A Treasury official said that what mattered more than Turkey’s public stance was the response of Turkish banks and companies. He said many were worried that dealing with Iran could have repercussions on their business in the United States and Europe.
Mr. Gul insisted that Turkey did not want to see a nuclear-armed Iran. “The perception here in the U.S. is that what Turkey is doing is in some way undermining U.S. policy,” Mr. Gul said. “That is definitely not the case.”
For now, Turkey’s rift with Israel has hampered its role as a peacemaker in the Middle East. In 2008, Turkey mediated talks between Israel and Syria, but those ended after Israel’s military strike on Gaza, which was harshly criticized by Turkey’s prime minister, Recep Tayyip Erdogan.
Mr. Gul, an academic who has served as foreign minister, has a less blunt public image than Mr. Erdogan, though both are viewed with concern by critics who fear Turkey is drifting toward a more militant Islamic focus.
After failing to meet Mr. Peres, Mr. Gul made time to see Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad. He also met Wednesday with representatives of Turkish and American companies at the Plaza Hotel.
Nothing seemed to make Mr. Gul prouder than Turkey’s economy. Turkish bonds, he pointed out, were a safer investment than those of Portugal, Italy and Spain — three members of a European Union that has not yet accepted Turkey. And Turkey did not have to bail out its banks. Mr. Gul recounted a meeting with a head of state this week, in which the leader told him, “Turkey used to be known as the sick man of Europe, whereas Turkey now is the only healthy man of Europe.”
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA
Por que a notícia acima é importante, por que Abdullah Gul deverá concorrer a secretário-geral da ONU...o único candidato sem causar um racha chama-se XXXX, acho que tem gente em Higianopolis que deve estar
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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Re: GEOPOLÍTICA
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Chávez apoia direito da Síria de recuperar Colinas de Golã
21 de outubro de 2010
Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expressou nesta quinta-feira seu apoio ao direito da Síria de recuperar as Colinas de Golã ocupadas, ao final do encontro em Damasco com o presidente sírio, Bashar al-Asad.
Chávez demonstrou, durante uma coletiva de imprensa, sua esperança de que o presidente Assad o convide algum dia a Golã - área ocupada por Israel desde 1967.
Chávez, que chegou no fim da noite da última quarta-feira vindo do Irã, afirmou que a Venezuela mantém uma relação de aliança com a Síria baseada nos sentimentos de amizade entre os dois povos.
"Está nascendo o mundo multipolar", disse Chávez, ressaltando que "Damasco é um dos polos humanos, de amor e de batalha".
p> Ao seu lado, Asad denunciou "a nova ordem
Chávez apoia direito da Síria de recuperar Colinas de Golã
21 de outubro de 2010
Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expressou nesta quinta-feira seu apoio ao direito da Síria de recuperar as Colinas de Golã ocupadas, ao final do encontro em Damasco com o presidente sírio, Bashar al-Asad.
Chávez demonstrou, durante uma coletiva de imprensa, sua esperança de que o presidente Assad o convide algum dia a Golã - área ocupada por Israel desde 1967.
Chávez, que chegou no fim da noite da última quarta-feira vindo do Irã, afirmou que a Venezuela mantém uma relação de aliança com a Síria baseada nos sentimentos de amizade entre os dois povos.
"Está nascendo o mundo multipolar", disse Chávez, ressaltando que "Damasco é um dos polos humanos, de amor e de batalha".
p> Ao seu lado, Asad denunciou "a nova ordem
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: GEOPOLÍTICA
A guerra ausente
ALBERT R. HUNT
É um exercício útil justapor o novo livro de Bob Woodward sobre a guerra no Afeganistão,
“Obama’s Wars” (“Guerras de Obama”), às discussões que precedem as eleições de novembro nos
Estados Unidos.
Há total desconexão: o livro de Woodward descreve o país como um atoleiro sem estratégia
clara e coerente. Há lá quase 100 mil jovens militares americanos ao custo de US$ 119 bilhões por ano
— quase três vezes o preço final para o contribuinte do Tarp, o programa de resgate do sistema
financeiro na crise de 2008 —, e com as baixas aumentando.
Nas disputas para a Câmara e o Senado em todo o país, fórum para o debate de questões
importantes, os candidatos silenciam sobre a guerra. Isto reflete a preocupação de muitos americanos
com a economia. Mas também é matéria de conveniência política: democratas com restrições à guerra
não querem criticar um presidente sitiado, e republicanos querem parecer fortes e agressivos, sem
apresentar qualquer plano.
Líderes dos dois partidos dizem que tudo o que importa é a economia; o Afeganistão é para uma
reflexão posterior. “Não é um grande tema da campanha; é uma hora difícil de falar sobre a
guerra”, diz o deputado republicano Pete Session, do Texas, que lidera o esforço do partido para
reconquistar a maioria na Casa.
Uma olhada nos sites dos candidatos reforça o ponto. Em Nevada, o líder da maioria no Senado,
Harry Reid, cita o Afeganistão de passagem e somente em relação à necessidade de cuidar dos
veteranos. Sua desafiante republicana, Sharron Angle, se diz “decidida defensora dos militares
americanos”, mas omite qualquer referência ao conflito.
A imprensa também tem responsabilidade; na maioria dos debates com candidatos, o
Afeganistão não é um tema. Os candidatos a uma vaga no Senado por Kentucky, Rand Paul (R) e Jack
Conway (D), participaram de um debate em rede nacional na Fox News. A guerra não foi mencionada.
Algo similar ocorreu num debate em Connecticut. A candidata republicana ao Senado, Linda
McMahon, quando indagada sobre o Afeganistão, inicialmente falou sobre a questão do salário mínimo.
Perto do final de uma resposta confusa, ela disse: “Como senadora, gostaria de um relatório detalhado
sobre quais são exatamente os objetivos e estratégias no Afeganistão.”
Isso pode ser frustrante, como McMahon descobriria se lesse “Obama’s Wars”. O relato
detalhado de Woodward sobre o processo decisório do governo quanto ao Afeganistão mostra que
quase ninguém, exceto o vice-presidente Joe Biden, se sai bem. O presidente Obama é descrito como
enviando mais 50 mil soldados como parte de uma estratégia da qual ele parece duvidar. O secretário
de Defesa, Robert Gates, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, almirante Mike Mullen, parecem
negligentes ao recusar o pedido do presidente para fornecer outras opções além da escalada.
Há poucos americanos tão admirados como o general David Petraeus, o estrategista e herói do
reforço das tropas no Iraque. Num determinado ponto, Petraeus, irado com a Casa Branca, deixa
transparecer seu ceticismo sobre Obama para um colunista que escrevia os discursos do presidente
George W. Bush.
O confiante comandante das forças americanas no Afeganistão ouviu de seu altamente
respeitado assessor de informações que a estratégia dos EUA naquele país estava
inevitavelmente defeituosa, “não funcionará”.
O único consenso entre os políticos e militares dos EUA: o presidente afegão, Hamid Karzai, é
um aliado corrupto, instável e não confiável.
Não é razoável esperar que a grande maioria dos políticos, a maior parte dos quais tem pouca
informação sobre segurança nacional, possa alinhavar uma estratégia convincente. E nenhum político
com sensibilidade este ano daria ênfase ao Afeganistão em detrimento da economia.
Mas é razoável esperar que os candidatos discutam e debatam por quanto tempo vamos colocar
nossas tropas no fogo, a que custos e com quais consequências. Numa democracia, é para isso que
existem eleições.
Em 2010, enquanto bravos e jovens americanos e americanas põem sua vida em jogo a 16 mil
quilômetros de distância, os políticos nos EUA estão sendo reprovados no teste.
ALBERT R. HUNT é jornalista.
© Bloomberg News
ALBERT R. HUNT
É um exercício útil justapor o novo livro de Bob Woodward sobre a guerra no Afeganistão,
“Obama’s Wars” (“Guerras de Obama”), às discussões que precedem as eleições de novembro nos
Estados Unidos.
Há total desconexão: o livro de Woodward descreve o país como um atoleiro sem estratégia
clara e coerente. Há lá quase 100 mil jovens militares americanos ao custo de US$ 119 bilhões por ano
— quase três vezes o preço final para o contribuinte do Tarp, o programa de resgate do sistema
financeiro na crise de 2008 —, e com as baixas aumentando.
Nas disputas para a Câmara e o Senado em todo o país, fórum para o debate de questões
importantes, os candidatos silenciam sobre a guerra. Isto reflete a preocupação de muitos americanos
com a economia. Mas também é matéria de conveniência política: democratas com restrições à guerra
não querem criticar um presidente sitiado, e republicanos querem parecer fortes e agressivos, sem
apresentar qualquer plano.
Líderes dos dois partidos dizem que tudo o que importa é a economia; o Afeganistão é para uma
reflexão posterior. “Não é um grande tema da campanha; é uma hora difícil de falar sobre a
guerra”, diz o deputado republicano Pete Session, do Texas, que lidera o esforço do partido para
reconquistar a maioria na Casa.
Uma olhada nos sites dos candidatos reforça o ponto. Em Nevada, o líder da maioria no Senado,
Harry Reid, cita o Afeganistão de passagem e somente em relação à necessidade de cuidar dos
veteranos. Sua desafiante republicana, Sharron Angle, se diz “decidida defensora dos militares
americanos”, mas omite qualquer referência ao conflito.
A imprensa também tem responsabilidade; na maioria dos debates com candidatos, o
Afeganistão não é um tema. Os candidatos a uma vaga no Senado por Kentucky, Rand Paul (R) e Jack
Conway (D), participaram de um debate em rede nacional na Fox News. A guerra não foi mencionada.
Algo similar ocorreu num debate em Connecticut. A candidata republicana ao Senado, Linda
McMahon, quando indagada sobre o Afeganistão, inicialmente falou sobre a questão do salário mínimo.
Perto do final de uma resposta confusa, ela disse: “Como senadora, gostaria de um relatório detalhado
sobre quais são exatamente os objetivos e estratégias no Afeganistão.”
Isso pode ser frustrante, como McMahon descobriria se lesse “Obama’s Wars”. O relato
detalhado de Woodward sobre o processo decisório do governo quanto ao Afeganistão mostra que
quase ninguém, exceto o vice-presidente Joe Biden, se sai bem. O presidente Obama é descrito como
enviando mais 50 mil soldados como parte de uma estratégia da qual ele parece duvidar. O secretário
de Defesa, Robert Gates, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, almirante Mike Mullen, parecem
negligentes ao recusar o pedido do presidente para fornecer outras opções além da escalada.
Há poucos americanos tão admirados como o general David Petraeus, o estrategista e herói do
reforço das tropas no Iraque. Num determinado ponto, Petraeus, irado com a Casa Branca, deixa
transparecer seu ceticismo sobre Obama para um colunista que escrevia os discursos do presidente
George W. Bush.
O confiante comandante das forças americanas no Afeganistão ouviu de seu altamente
respeitado assessor de informações que a estratégia dos EUA naquele país estava
inevitavelmente defeituosa, “não funcionará”.
O único consenso entre os políticos e militares dos EUA: o presidente afegão, Hamid Karzai, é
um aliado corrupto, instável e não confiável.
Não é razoável esperar que a grande maioria dos políticos, a maior parte dos quais tem pouca
informação sobre segurança nacional, possa alinhavar uma estratégia convincente. E nenhum político
com sensibilidade este ano daria ênfase ao Afeganistão em detrimento da economia.
Mas é razoável esperar que os candidatos discutam e debatam por quanto tempo vamos colocar
nossas tropas no fogo, a que custos e com quais consequências. Numa democracia, é para isso que
existem eleições.
Em 2010, enquanto bravos e jovens americanos e americanas põem sua vida em jogo a 16 mil
quilômetros de distância, os políticos nos EUA estão sendo reprovados no teste.
ALBERT R. HUNT é jornalista.
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"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
COISAS DA POLÍTICA
Mauro Santayana
A sucessão e a política externa
Uma campanha política deve servir para a educação da cidadania. Ao discutir os grandes temas
nacionais, que sempre se resumem ao conflito permanente entre os ricos e os pobres, os candidatos
possibilitam aos eleitores que os conheçam e saibam de suas ideias e doutrinas e de seus projetos de
governo.
Foi dessa forma que, na campanha para o Senado em Illinois, em 1858, dois grandes homens, o
juiz Stephen Douglas e Abraham Lincoln, iniciaram o ritual dos debates públicos. Douglas era partidário
franco da escravidão, e considerava os negros e os índios raças inferiores. O eleitorado de Illinois de
acordo com circunstâncias conjunturais que fogem destas notas somava-se a Douglas. Assim, a
Assembléia do Estado (que elegia os senadores) ratificou os aplausos populares ao juiz, e o escolheu. A
edição dos debates em livro, e sua difusão no resto do país, fez de Lincoln uma figura nacional, e impeliu
a sua candidatura vitoriosa, dois anos depois, à Presidência dos Estados Unidos.
Os historiadores norte-americanos reconhecem esses desafios oratórios como enorme
contribuição para a construção democrática da República. Neles, Lincoln defendia a Declaração da
Independência, com a doutrina da igualdade entre todos os homens, contra a ilimitada soberania popular,
de Douglas, que podia, se quisesse, estender a escravidão a todo o país. Eleito presidente, Lincoln teve
que enfrentar a Guerra da Secessão e recebeu o apoio de Douglas, que tentou negociar com o sul e
impedir o conflito armado. A brutalidade da guerra civil e o assassinato de Lincoln não diminuem a
imensa presença histórica do advogado de Springfield; ao contrário, confirmam-na.
Estariam dispostos os tucanos a retornar à posição de seu governo anterior, ou seguiriam a
conduta atual do Itamaraty? Este é um assunto que, discutido seriamente, e não pela rama, como vem
ocorrendo, ajudaria os cidadãos brasileiros a entenderem um pouco do que se passa no mundo e a
decidirem com mais segurança. A política externa não é restrita aos diplomatas, que a exercem em nome
do Estado. É a expressão da consciência e do exercício cotidiano da soberania nacional. Temos o direito
de saber o que pensam os que nos querem governar, sobre como devemos atuar no mundo. Os nossos
melhores momentos em política externa foram aqueles nos quais, sem inútil e chocha jactância, mas
com firmeza, como agora, defendemos os nossos direitos, sem desprezar os dos outros.
Devemos continuar afastados das aventuras do combalido império norte-americano, que se
prepara para mais uma retirada constrangida de outra de suas guerras malogradas. Os ianques já
admitem conversar com os talibãs um convênio de paz, depois da morte de milhares e milhares de
pessoas no Afeganistão, entre elas jovens combatentes norte- americanos. Tal como ocorreu no Vietnã e
alhures, não terão atos heróicos de que se lembrar, mas a memória perturbadora de crimes de guerra,
de suicídios de seus soldados, do apodrecimento moral das tropas.
Os diplomatas de nossos dias provavelmente não se preocupem tanto, quanto os do passado,
com os termos do Tratado de Westfália, nem com os bastidores do Congresso de Viena, que arbitrou os
interesses do mundo pós-napoleônico, mas estão atentos à emergência de novas potências, entre elas o
nosso país.
Isso recomenda que mantenhamos a política de solidariedade para com os povos mais
injustiçados pela História, como os da África. Uns conquistam com as armas, o que é sempre efêmero e
odioso; outros, com a solidariedade efetiva. É o que estamos fazendo.
Mauro Santayana
A sucessão e a política externa
Uma campanha política deve servir para a educação da cidadania. Ao discutir os grandes temas
nacionais, que sempre se resumem ao conflito permanente entre os ricos e os pobres, os candidatos
possibilitam aos eleitores que os conheçam e saibam de suas ideias e doutrinas e de seus projetos de
governo.
Foi dessa forma que, na campanha para o Senado em Illinois, em 1858, dois grandes homens, o
juiz Stephen Douglas e Abraham Lincoln, iniciaram o ritual dos debates públicos. Douglas era partidário
franco da escravidão, e considerava os negros e os índios raças inferiores. O eleitorado de Illinois de
acordo com circunstâncias conjunturais que fogem destas notas somava-se a Douglas. Assim, a
Assembléia do Estado (que elegia os senadores) ratificou os aplausos populares ao juiz, e o escolheu. A
edição dos debates em livro, e sua difusão no resto do país, fez de Lincoln uma figura nacional, e impeliu
a sua candidatura vitoriosa, dois anos depois, à Presidência dos Estados Unidos.
Os historiadores norte-americanos reconhecem esses desafios oratórios como enorme
contribuição para a construção democrática da República. Neles, Lincoln defendia a Declaração da
Independência, com a doutrina da igualdade entre todos os homens, contra a ilimitada soberania popular,
de Douglas, que podia, se quisesse, estender a escravidão a todo o país. Eleito presidente, Lincoln teve
que enfrentar a Guerra da Secessão e recebeu o apoio de Douglas, que tentou negociar com o sul e
impedir o conflito armado. A brutalidade da guerra civil e o assassinato de Lincoln não diminuem a
imensa presença histórica do advogado de Springfield; ao contrário, confirmam-na.
Estariam dispostos os tucanos a retornar à posição de seu governo anterior, ou seguiriam a
conduta atual do Itamaraty? Este é um assunto que, discutido seriamente, e não pela rama, como vem
ocorrendo, ajudaria os cidadãos brasileiros a entenderem um pouco do que se passa no mundo e a
decidirem com mais segurança. A política externa não é restrita aos diplomatas, que a exercem em nome
do Estado. É a expressão da consciência e do exercício cotidiano da soberania nacional. Temos o direito
de saber o que pensam os que nos querem governar, sobre como devemos atuar no mundo. Os nossos
melhores momentos em política externa foram aqueles nos quais, sem inútil e chocha jactância, mas
com firmeza, como agora, defendemos os nossos direitos, sem desprezar os dos outros.
Devemos continuar afastados das aventuras do combalido império norte-americano, que se
prepara para mais uma retirada constrangida de outra de suas guerras malogradas. Os ianques já
admitem conversar com os talibãs um convênio de paz, depois da morte de milhares e milhares de
pessoas no Afeganistão, entre elas jovens combatentes norte- americanos. Tal como ocorreu no Vietnã e
alhures, não terão atos heróicos de que se lembrar, mas a memória perturbadora de crimes de guerra,
de suicídios de seus soldados, do apodrecimento moral das tropas.
Os diplomatas de nossos dias provavelmente não se preocupem tanto, quanto os do passado,
com os termos do Tratado de Westfália, nem com os bastidores do Congresso de Viena, que arbitrou os
interesses do mundo pós-napoleônico, mas estão atentos à emergência de novas potências, entre elas o
nosso país.
Isso recomenda que mantenhamos a política de solidariedade para com os povos mais
injustiçados pela História, como os da África. Uns conquistam com as armas, o que é sempre efêmero e
odioso; outros, com a solidariedade efetiva. É o que estamos fazendo.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
O GLOBO – 22/10/10
EUA, China, Alemanha e Japão são vilões da guerra cambial global
A economia global está refém de apenas quatro países — Estados Unidos, Japão, Alemanha e China — para impedir o agravamento ainda maior das distorções cambiais que estão minando a competitividade mundo afora. Porém, sem conseguir superar de uma vez por todas os efeitos da crise financeira global, o quarteto não quer arcar com prejuízos políticos para resolver internamente desequilíbrios que poderiam impedir uma batalha internacional, tanto financeira quanto comercial.
No esforço do pós-crise de 2008, os Estados Unidos derrubaram a taxa de juros para estimular a retomada da economia, provocando a desvalorização forte do dólar frente às demais moedas e inundando o mercado internacional de recursos. Essa situação permanece até hoje. O Japão seguiu a mesma linha. A China também aposta na desvalorização do yuan para manterse em velocidade de cruzeiro e mantém inalterada a política de controle da taxa de câmbio.
Já a Alemanha, maior exportadora do mundo, tem interesse em desvalorizar o euro. Para isso, porém, deveria colocar em prática um ajuste fiscal politicamente complicado de ser implementado em toda a Europa. Ainda mais após o fiasco, perante os olhos alemães, da ajuda financeira à Grécia.
O estímulo fiscal (desoneração de tributos, por exemplo) também seria a receita desejável para EUA e Japão se recuperarem sem provocarem problemas para as demais nações. No entanto, a decisão tem custo político depois dos desembolsos muito elevados que já foram feitos.
— Os americanos inundam o mundo com dólares e não se preocupam com os estragos que provocam.
A China, o novo rico da economia mundial, também tem sua parcela de culpa ao blindar-se no câmbio, neutralizando o valor do yuan e fazendo-se de surda aos reclamos mundiais para flexionar a sua moeda — aponta o diretorexecutivo da Corretora NGO Câmbio, Sidnei Nehme.
Brasil foi 3º maior alvo de especulação
Os analistas chamam atenção ainda que, sem medidas efetivas, a tendência para o dólar e o euro permanece a mesma, segundo o comportamento de suas contas correntes (registro de transações com o mundo). Nos EUA, o déficit em conta corrente — que estimula a desvalorização da moeda — ficou em US$ 431 bilhões (3,3% do Produto Interno Bruto) no período de 12 meses encerrados em setembro. Já na Alemanha, há superávit de 5,2% do PIB.
— Alterar a política fiscal é muito mais penoso politicamente do que mexer na monetária. Esse é o pano de fundo da chamada guerra cambial. O mundo é refém das questões políticas internas de quatro países que, juntos, detêm a maior parcela do PIB do planeta, além de representar o maior volume de comércio — disse o economista Carlos Langoni, ex-diretor do Banco Central (BC).
Esse impasse doméstico e as medidas unilaterais que começam a ser adotadas pelo mundo têm consequências importantes, principalmente para os emergentes. Elas se dão tanto pelo ingresso volumoso de recursos estrangeiros, que derrete o dólar e atrapalha os exportadores, quanto pela imposição de uma competição desleal por mercados no exterior, por exemplo com produtos chineses.
No caso do Brasil, as duas evidências se observam. Por exemplo, o país foi o terceiro alvo de especulação no último ano, numa lista de 16 países, oferecendo ganho médio de 14,5% aos investidores no mercado financeiro (contratos futuros e títulos públicos) em 12 meses, segundo estudo do Ministério da Fazenda.
O documento mostra que o país só perdeu para África do Sul (18,2%) e Austrália (15,8%). Os estrangeiros foram atraídos não apenas pelas elevadas taxas de juros brasileiras, mas pela forte oscilação do câmbio no período. Como consequência, as exportações brasileiras perderam competitividade e estão sendo salvas pela alta do valor dos produtos básicos.
A desvalorização do dólar provoca uma preocupação generalizada.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, discutiu o tema ontem com o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.
— Para mim, o que desestabiliza o câmbio mundial é a desvalorização do dólar. Ele (Geithner) me garantiu que a política dos EUA não é desvalorizar o dólar. Pelo contrário, é fortalecer. Perguntei sobre as ações do Fed (banco central dos EUA). Ele disse que a política do Fed está sendo superestimada no seu impacto — disse Mantega, que, junto com Geithner, quer o tema como protagonista da reunião de líderes do G-20 no próximo mês.
Segundo Langoni, é dos quatro grandes países com desequilíbrios que se deve esperar um sinal durante o G-20. Por algum tempo, americanos tentaram convencer o resto do mundo de que a China era o grande vilão global. Mas, agora, como o tema ocupa o topo da agenda internacional, abre-se uma janela de negociação. Mas as barreiras ainda são grandes.
Para o economista da Consultoria Tendências Raphael Martello, o mundo se vê diante de uma situação inusitada. A própria literatura da academia foi feita com base em outra lógica. Crises nos emergentes estariam relacionadas à falta de dinheiro e não ao excesso dos fluxos de capitais: — Por isso, não existe um receituário.
Os bancos centrais destes países estão tateando no escuro.
EUA, China, Alemanha e Japão são vilões da guerra cambial global
A economia global está refém de apenas quatro países — Estados Unidos, Japão, Alemanha e China — para impedir o agravamento ainda maior das distorções cambiais que estão minando a competitividade mundo afora. Porém, sem conseguir superar de uma vez por todas os efeitos da crise financeira global, o quarteto não quer arcar com prejuízos políticos para resolver internamente desequilíbrios que poderiam impedir uma batalha internacional, tanto financeira quanto comercial.
No esforço do pós-crise de 2008, os Estados Unidos derrubaram a taxa de juros para estimular a retomada da economia, provocando a desvalorização forte do dólar frente às demais moedas e inundando o mercado internacional de recursos. Essa situação permanece até hoje. O Japão seguiu a mesma linha. A China também aposta na desvalorização do yuan para manterse em velocidade de cruzeiro e mantém inalterada a política de controle da taxa de câmbio.
Já a Alemanha, maior exportadora do mundo, tem interesse em desvalorizar o euro. Para isso, porém, deveria colocar em prática um ajuste fiscal politicamente complicado de ser implementado em toda a Europa. Ainda mais após o fiasco, perante os olhos alemães, da ajuda financeira à Grécia.
O estímulo fiscal (desoneração de tributos, por exemplo) também seria a receita desejável para EUA e Japão se recuperarem sem provocarem problemas para as demais nações. No entanto, a decisão tem custo político depois dos desembolsos muito elevados que já foram feitos.
— Os americanos inundam o mundo com dólares e não se preocupam com os estragos que provocam.
A China, o novo rico da economia mundial, também tem sua parcela de culpa ao blindar-se no câmbio, neutralizando o valor do yuan e fazendo-se de surda aos reclamos mundiais para flexionar a sua moeda — aponta o diretorexecutivo da Corretora NGO Câmbio, Sidnei Nehme.
Brasil foi 3º maior alvo de especulação
Os analistas chamam atenção ainda que, sem medidas efetivas, a tendência para o dólar e o euro permanece a mesma, segundo o comportamento de suas contas correntes (registro de transações com o mundo). Nos EUA, o déficit em conta corrente — que estimula a desvalorização da moeda — ficou em US$ 431 bilhões (3,3% do Produto Interno Bruto) no período de 12 meses encerrados em setembro. Já na Alemanha, há superávit de 5,2% do PIB.
— Alterar a política fiscal é muito mais penoso politicamente do que mexer na monetária. Esse é o pano de fundo da chamada guerra cambial. O mundo é refém das questões políticas internas de quatro países que, juntos, detêm a maior parcela do PIB do planeta, além de representar o maior volume de comércio — disse o economista Carlos Langoni, ex-diretor do Banco Central (BC).
Esse impasse doméstico e as medidas unilaterais que começam a ser adotadas pelo mundo têm consequências importantes, principalmente para os emergentes. Elas se dão tanto pelo ingresso volumoso de recursos estrangeiros, que derrete o dólar e atrapalha os exportadores, quanto pela imposição de uma competição desleal por mercados no exterior, por exemplo com produtos chineses.
No caso do Brasil, as duas evidências se observam. Por exemplo, o país foi o terceiro alvo de especulação no último ano, numa lista de 16 países, oferecendo ganho médio de 14,5% aos investidores no mercado financeiro (contratos futuros e títulos públicos) em 12 meses, segundo estudo do Ministério da Fazenda.
O documento mostra que o país só perdeu para África do Sul (18,2%) e Austrália (15,8%). Os estrangeiros foram atraídos não apenas pelas elevadas taxas de juros brasileiras, mas pela forte oscilação do câmbio no período. Como consequência, as exportações brasileiras perderam competitividade e estão sendo salvas pela alta do valor dos produtos básicos.
A desvalorização do dólar provoca uma preocupação generalizada.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, discutiu o tema ontem com o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.
— Para mim, o que desestabiliza o câmbio mundial é a desvalorização do dólar. Ele (Geithner) me garantiu que a política dos EUA não é desvalorizar o dólar. Pelo contrário, é fortalecer. Perguntei sobre as ações do Fed (banco central dos EUA). Ele disse que a política do Fed está sendo superestimada no seu impacto — disse Mantega, que, junto com Geithner, quer o tema como protagonista da reunião de líderes do G-20 no próximo mês.
Segundo Langoni, é dos quatro grandes países com desequilíbrios que se deve esperar um sinal durante o G-20. Por algum tempo, americanos tentaram convencer o resto do mundo de que a China era o grande vilão global. Mas, agora, como o tema ocupa o topo da agenda internacional, abre-se uma janela de negociação. Mas as barreiras ainda são grandes.
Para o economista da Consultoria Tendências Raphael Martello, o mundo se vê diante de uma situação inusitada. A própria literatura da academia foi feita com base em outra lógica. Crises nos emergentes estariam relacionadas à falta de dinheiro e não ao excesso dos fluxos de capitais: — Por isso, não existe um receituário.
Os bancos centrais destes países estão tateando no escuro.
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Re: GEOPOLÍTICA
Interesse só na "estabilidade", diga-se: statu quo, q lhe interessa. De fato os EUA são fonte de instabilidade em todos continentes. No entanto, seus dias de superpotência hegemônica, q aspirou ser "incotrastável" no planejamento dos neocons e falcões do Pentágono, estão acabando; a Rússia está se fortalendo após duas décadas de decadência pós-URSS; a China ascende como uma possível nova "URSS", comparação nas suas devidas proporções; e até nós somos aspirantes a potência influente, sobretudo no contexto sul-americano. Enfim, nada como excesso de ambição para se ter um choque de realidade. Como já disse algum profeta: o papel aceita qualquer coisa... Esqueceram de lembrar isso em Washington...suntsé escreveu:Eles não possuem nenhum interesse na estabilidade mundial. Se estivesem interessasdos nisso, ja teriamos um mundo muito menos conturbado....
Um exemplo disso é o apoio incondicional a Israel, e a resistência em pressionar o mesmo para que um estado nacional palestino se torne realidade.
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Re: GEOPOLÍTICA
8/11/08
IBGE: população brasileira envelhece em ritmo acelerado
Desde os anos 1960 que a taxa de crescimento da população brasileira vem experimentando paulatinos declínios, intensificando-se juntamente com as quedas mais pronunciadas da fecundidade1. No período 1950-1960, a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em 2008. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes. Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado “crescimento zero”. A partir desse ano serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população. Vale ressaltar que se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na década de 1950 (aproximadamente 3% ao ano), a população brasileira chegaria, em 2008, a 295 milhões de pessoas e não nos 189,6 milhões divulgados pelo IBGE.
Essas informações podem ser encontradas no estudo “Uma abordagem demográfica para estimar o padrão histórico e os níveis de subenumeração de pessoas nos censos demográficos e contagens da população”, que traz ainda a projeção da população do Brasil, por sexo e idade para o período 1980 – 2050. A Revisão 2008 incorpora a revisão da trajetória recente e futura da fecundidade, com base nas informações provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2002 a 2006, cujo nível limite se estabiliza em 1,5 filho por mulher (hipótese recomendada). O IBGE divulga também a metodologia das estimativas anuais e mensais da população do Brasil e das Unidades da Federação: 1980 – 2030 e a metodologia das estimativas das populações municipais.
Taxa de fecundidade total cai, mas no grupo de jovens de 15 a 19 anos cresce
As taxas de natalidade2 iniciaram sua trajetória de declínio em meados da década de 1960, com a introdução e a paulatina difusão dos métodos anticonceptivos orais no Brasil. Com isso, no decênio 1960 - 1970 já se observa uma discreta diminuição das taxas de crescimento populacional (2,89%), fenômeno que se confirma ao longo dos dez anos seguintes, quando se constata uma taxa de crescimento de 2,48%.
A fecundidade no Brasil foi diminuindo ao longo dos anos, basicamente como conseqüência das transformações ocorridas na sociedade brasileira, de modo geral, e na própria família, de maneira mais particular. Com isso, a fecundidade, em 1991, já se posicionava em 2,89 filhos por mulher e, em 2000, em 2,39 filhos por mulher. As PNADs 2006 e 2007 já apresentam estimativas que colocam a fecundidade feminina no Brasil abaixo do nível de reposição das Gerações (1,99 e 1,95 filho por mulher, respectivamente). Ao utilizar este conjunto de estimativas para projetar o nível da fecundidade, a taxa estimada e correspondente ao ano de 2008 é de 1,86 filho por mulher.
Foi com base no conjunto de estimativas da fecundidade no Brasil que foi possível estabelecer a provável trajetória futura desta variável demográfica. Com os devidos ajustes inerentes ao processo de modelagem, a fecundidade limite brasileira seria de 1,50 filho por mulher, valor que será alcançado entre 2027 e 2028. A fecundidade por idade da mulher, por hipótese, deve seguir mantendo um comportamento jovem, com taxas máximas no grupo 20 a 24 anos de idade.
A taxa de fecundidade das mulheres jovens apresenta incrementos até 2005 (em 1980, 7,42% – de cada 100 mulheres de 15 a 19 anos, 7,42 já haviam tido pelo menos 1 filho – e 9,15%, em 2005). A partir de 2005, a taxa experimenta suaves declínios até atingir os 7,21% em 2050. Não obstante, a participação relativa da fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos de idade na fecundidade total eleva-se até 2020. Em 2000, da fecundidade total experimentada ao longo do período fértil, 18,81% correspondiam às mulheres de 15 a 19 anos. Em 2020, este percentual alcança os 24,01%, mantendo-se neste patamar até 2050, em decorrência dos baixos níveis atingidos pela fecundidade.
Em 2050, o Brasil terá 7 milhões de mulheres a mais do que os homens
Como conseqüência da sobremortalidade masculina, as razões de sexo3 vêm diminuindo paulatinamente no Brasil. Em 1980, para cada grupo de 100 mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observam 97 homens para cada 100 mulheres e, em 2050, espera-se que a razão de sexo da população fique por volta de 94%. Dessa forma, verificam-se elevações no excedente feminino na população total que, em 2000, era de 2,5 milhões de mulheres e, em 2050, poderá atingir quase 7 milhões.
As taxas de crescimento correspondentes às crianças de 0 a 14 anos já mostram que este segmento vem diminuindo em valor absoluto desde o período 1990 – 2000. Em contrapartida, as correspondentes ao contingente de 65 anos ou mais, embora oscilem, são as mais elevadas, podendo superar os 4% ao ano entre 2025 e 2030. Em 2008, enquanto as crianças de 0 a 14 anos correspondem a 26,47% da população total, o contingente com 65 anos ou mais representa 6,53%. Em 2050, a situação muda e o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total.
Ainda como reflexo do envelhecimento da população brasileira, a razão de dependência total, que mede o peso da população em idades potencialmente inativas sobre a população em idades potencialmente ativas, diminuirá até aproximadamente 2022, em decorrência das reduções na razão de dependência das crianças. A partir desse ano, a razão dependência retoma uma trajetória de elevação em virtude do aumento da participação absoluta e relativa dos idosos na população total. Assim, a idade mediana4 da população duplica entre 1980 e 2035, ao passar de 20,20 anos para 39,90 anos, respectivamente, podendo alcançar os 46,20 anos, em 2050.
O país caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido
O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existem 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos.
Um exame das estruturas etárias projetadas mostra, também, a transformação nas relações entre pessoas que ingressam (e permanecem) nas idades ativas e aquelas que atingem as chamadas idades potencialmente inativas. Em 2000, para cada pessoa (1) com 65 anos ou mais de idade, aproximadamente 12 estavam na faixa etária chamada de potencialmente ativa (15 a 64 anos). Já em 2050, para cada pessoa (1) com 65 anos ou mais de idade, pouco menos de 3 estarão na faixa etária potencialmente ativa. No tocante às crianças e jovens, existirá cada vez mais pessoas em idade potencialmente ativa “destinadas”a suprir suas necessidades.
População alcança bônus demográfico favorável ao crescimento econômico
Os resultados apresentados permitem constatar que, nesse momento, o Brasil passa pela chamada janela demográfica, onde o número de pessoas com idades potencialmente ativas está em pleno processo de ascensão, e a razão de dependência total da população vem declinando em conseqüência da diminuição do peso das crianças de 0 a 14 anos sobre a população de 15 a 64 anos de idade.
Além disso, a população com idades de ingresso no mercado de trabalho (15 a 24 anos) passa pelo máximo de 34 milhões de pessoas, contingente que tende a diminuir nos próximos anos. O aproveitamento desta oportunidade (janela demográfica) proporcionaria o dinamismo e o crescimento econômico, se essas pessoas fossem preparadas em termos educacionais e de qualificação profissional para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não somente em nível nacional, mas também em escala global.
Vida média do brasileiro chegará ao patamar de 81 anos em 2050
Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população repercutem no sentido de elevar a média de vida do brasileiro (expectativa de vida ao nascer) de 45,5 anos de idade, em 1940, para 72,7 anos, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos de vida. Segundo a projeção do IBGE, o país continuará galgando anos na vida média de sua população, alcançando em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).
Em 2008, a média de vida para mulheres chega a 76,6 anos e para os homens 69,0 anos, uma diferença de 7,6 anos. Em escala mundial, a esperança de vida ao nascer foi estimada, para 2008 (período 2005-2010), em 67,2 anos e, para 2045-2050, a ONU projeta uma vida média de 75,40 anos.
Taxa de mortalidade infantil cai para 23,3%0, mas ainda é preocupante
O aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo) e o acesso aos serviços de saúde contribuíram para a queda da taxa de mortalidade infantil em todo o país. Contudo, ainda há um longo percurso pela frente, uma vez que a mortalidade infantil no Brasil, estimada em 23,30 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, em 2008, é alta quando comparada com os indicadores correspondentes aos países vizinhos do cone sul para o período 2005 - 2010. No mesmo período, os países como, por exemplo, Argentina (13,40 por mil), Chile (7,20 por mil) e Uruguai (13,10 por mil) registraram taxas bem menores.Vale lembrar que, em 1970, a taxa de mortalidade infantil no Brasil estava próxima de 100 óbitos de crianças menores de 1 ano por mil nascidos vivos.
De acordo com os parâmetros utilizados na projeção da população do Brasil – Revisão 2008, o país poderá reduzir sua mortalidade infantil para 18,2 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos até 2015, e a esperança de vida ao nascer deverá atingir os 74,8 anos. Já a probabilidade de um recém-nascido falecer antes de completar os 5 anos de idade poderá experimentar um declínio de 32,9%, posicionando-se em 21,6%0 em 2015.
Em relação ao cumprimento das Metas do Milênio5, que constituem uma responsabilidade comum a todos, envolvendo os governos Federal, Estadual e Municipal e o setor privado, as projeções sinalizam ainda indicadores em níveis superiores aos esperados. Dos oito objetivos gerais o de número quatro trata do compromisso assumido pelos signatários da Declaração em reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos de idade. Assim, a taxa de mortalidade infantil do País, em 1990, era de 46,9 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, e uma redução de dois terços significa atingir, em 2015, o patamar de 15,6 óbitos por mil. Por sua vez, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos posicionava-se, no início dos anos 1990, em 59,6 óbitos por mil, devendo cumprir uma trajetória de declínio nos próximos dez anos até que alcance os 19,9 óbitos por mil. Entretanto, é bastante provável que o país venha a atingir as metas contidas nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, e o Censo Demográfico 2010 poderá, com seus resultados, oferecer elementos preciosos para uma melhor avaliação desta possibilidade. É conveniente, todavia, advertir que o indicador em questão reflete uma realidade da média nacional e, um cenário positivo e, por conseguinte, necessário e desejável é aquele no qual já estejam totalmente apagadas as marcantes desigualdades sociorregionais que ainda persistem no Brasil. De qualquer forma, vale registrar que os valores das respectivas taxas, implícitas na atual projeção da mortalidade para 2015: 18,2%o (para os menores de 1 ano de idade) e 21,6%o (para os menores de 5 anos de idade) estão bem próximos, mas ainda superiores às metas a serem cumpridas.
Mortes prematuras de jovens por violência reflete na esperança de vida
O Brasil por algum tempo experimentou declínios nas taxas de mortalidade em todas as idades, mas, a partir de meados dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas (acidentes de qualquer natureza e violência) passaram a desempenhar um papel de destaque, e infelizmente de forma desfavorável, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino. A esperança de vida no Brasil continuou elevando-se, mas poderia, na atualidade, ser superior em 2 ou 3 anos à estimada, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por violência. Basta constatar que, em 2000, a incidência da mortalidade masculina no grupo etário 20 a 24 anos era quase 4 vezes superior à da feminina e, este indicador, ao que tudo indica estaria elevando-se com o passar dos anos.
De 2008 para 2050, Brasil passa da 5ª para a 8ª posição no ranking dos países mais populosos
Em 2008, o Brasil ocupa a 5ª posição entre os países mais populosos, mas de acordo com as projeções da ONU, o país passará para a oitava posição em 2050. Veja na tabela abaixo o ranking dos 25 países mais populosos (World Population Prospects: The 2006 Revision).
Nota: A Revisão 2008, elaborada pela Divisão de População das Nações Unidas, será divulgada em 2009. Portanto, os resultados acerca do posicionamento do Brasil frente aos demais países ou áreas devem ser vistos como preliminares.
http://www.skyscraperlife.com/arquitetu ... rasil.html
IBGE: população brasileira envelhece em ritmo acelerado
Desde os anos 1960 que a taxa de crescimento da população brasileira vem experimentando paulatinos declínios, intensificando-se juntamente com as quedas mais pronunciadas da fecundidade1. No período 1950-1960, a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em 2008. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes. Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado “crescimento zero”. A partir desse ano serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população. Vale ressaltar que se o ritmo de crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível observado na década de 1950 (aproximadamente 3% ao ano), a população brasileira chegaria, em 2008, a 295 milhões de pessoas e não nos 189,6 milhões divulgados pelo IBGE.
Essas informações podem ser encontradas no estudo “Uma abordagem demográfica para estimar o padrão histórico e os níveis de subenumeração de pessoas nos censos demográficos e contagens da população”, que traz ainda a projeção da população do Brasil, por sexo e idade para o período 1980 – 2050. A Revisão 2008 incorpora a revisão da trajetória recente e futura da fecundidade, com base nas informações provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2002 a 2006, cujo nível limite se estabiliza em 1,5 filho por mulher (hipótese recomendada). O IBGE divulga também a metodologia das estimativas anuais e mensais da população do Brasil e das Unidades da Federação: 1980 – 2030 e a metodologia das estimativas das populações municipais.
Taxa de fecundidade total cai, mas no grupo de jovens de 15 a 19 anos cresce
As taxas de natalidade2 iniciaram sua trajetória de declínio em meados da década de 1960, com a introdução e a paulatina difusão dos métodos anticonceptivos orais no Brasil. Com isso, no decênio 1960 - 1970 já se observa uma discreta diminuição das taxas de crescimento populacional (2,89%), fenômeno que se confirma ao longo dos dez anos seguintes, quando se constata uma taxa de crescimento de 2,48%.
A fecundidade no Brasil foi diminuindo ao longo dos anos, basicamente como conseqüência das transformações ocorridas na sociedade brasileira, de modo geral, e na própria família, de maneira mais particular. Com isso, a fecundidade, em 1991, já se posicionava em 2,89 filhos por mulher e, em 2000, em 2,39 filhos por mulher. As PNADs 2006 e 2007 já apresentam estimativas que colocam a fecundidade feminina no Brasil abaixo do nível de reposição das Gerações (1,99 e 1,95 filho por mulher, respectivamente). Ao utilizar este conjunto de estimativas para projetar o nível da fecundidade, a taxa estimada e correspondente ao ano de 2008 é de 1,86 filho por mulher.
Foi com base no conjunto de estimativas da fecundidade no Brasil que foi possível estabelecer a provável trajetória futura desta variável demográfica. Com os devidos ajustes inerentes ao processo de modelagem, a fecundidade limite brasileira seria de 1,50 filho por mulher, valor que será alcançado entre 2027 e 2028. A fecundidade por idade da mulher, por hipótese, deve seguir mantendo um comportamento jovem, com taxas máximas no grupo 20 a 24 anos de idade.
A taxa de fecundidade das mulheres jovens apresenta incrementos até 2005 (em 1980, 7,42% – de cada 100 mulheres de 15 a 19 anos, 7,42 já haviam tido pelo menos 1 filho – e 9,15%, em 2005). A partir de 2005, a taxa experimenta suaves declínios até atingir os 7,21% em 2050. Não obstante, a participação relativa da fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos de idade na fecundidade total eleva-se até 2020. Em 2000, da fecundidade total experimentada ao longo do período fértil, 18,81% correspondiam às mulheres de 15 a 19 anos. Em 2020, este percentual alcança os 24,01%, mantendo-se neste patamar até 2050, em decorrência dos baixos níveis atingidos pela fecundidade.
Em 2050, o Brasil terá 7 milhões de mulheres a mais do que os homens
Como conseqüência da sobremortalidade masculina, as razões de sexo3 vêm diminuindo paulatinamente no Brasil. Em 1980, para cada grupo de 100 mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observam 97 homens para cada 100 mulheres e, em 2050, espera-se que a razão de sexo da população fique por volta de 94%. Dessa forma, verificam-se elevações no excedente feminino na população total que, em 2000, era de 2,5 milhões de mulheres e, em 2050, poderá atingir quase 7 milhões.
As taxas de crescimento correspondentes às crianças de 0 a 14 anos já mostram que este segmento vem diminuindo em valor absoluto desde o período 1990 – 2000. Em contrapartida, as correspondentes ao contingente de 65 anos ou mais, embora oscilem, são as mais elevadas, podendo superar os 4% ao ano entre 2025 e 2030. Em 2008, enquanto as crianças de 0 a 14 anos correspondem a 26,47% da população total, o contingente com 65 anos ou mais representa 6,53%. Em 2050, a situação muda e o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total.
Ainda como reflexo do envelhecimento da população brasileira, a razão de dependência total, que mede o peso da população em idades potencialmente inativas sobre a população em idades potencialmente ativas, diminuirá até aproximadamente 2022, em decorrência das reduções na razão de dependência das crianças. A partir desse ano, a razão dependência retoma uma trajetória de elevação em virtude do aumento da participação absoluta e relativa dos idosos na população total. Assim, a idade mediana4 da população duplica entre 1980 e 2035, ao passar de 20,20 anos para 39,90 anos, respectivamente, podendo alcançar os 46,20 anos, em 2050.
O país caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido
O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existem 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos.
Um exame das estruturas etárias projetadas mostra, também, a transformação nas relações entre pessoas que ingressam (e permanecem) nas idades ativas e aquelas que atingem as chamadas idades potencialmente inativas. Em 2000, para cada pessoa (1) com 65 anos ou mais de idade, aproximadamente 12 estavam na faixa etária chamada de potencialmente ativa (15 a 64 anos). Já em 2050, para cada pessoa (1) com 65 anos ou mais de idade, pouco menos de 3 estarão na faixa etária potencialmente ativa. No tocante às crianças e jovens, existirá cada vez mais pessoas em idade potencialmente ativa “destinadas”a suprir suas necessidades.
População alcança bônus demográfico favorável ao crescimento econômico
Os resultados apresentados permitem constatar que, nesse momento, o Brasil passa pela chamada janela demográfica, onde o número de pessoas com idades potencialmente ativas está em pleno processo de ascensão, e a razão de dependência total da população vem declinando em conseqüência da diminuição do peso das crianças de 0 a 14 anos sobre a população de 15 a 64 anos de idade.
Além disso, a população com idades de ingresso no mercado de trabalho (15 a 24 anos) passa pelo máximo de 34 milhões de pessoas, contingente que tende a diminuir nos próximos anos. O aproveitamento desta oportunidade (janela demográfica) proporcionaria o dinamismo e o crescimento econômico, se essas pessoas fossem preparadas em termos educacionais e de qualificação profissional para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não somente em nível nacional, mas também em escala global.
Vida média do brasileiro chegará ao patamar de 81 anos em 2050
Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população repercutem no sentido de elevar a média de vida do brasileiro (expectativa de vida ao nascer) de 45,5 anos de idade, em 1940, para 72,7 anos, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos de vida. Segundo a projeção do IBGE, o país continuará galgando anos na vida média de sua população, alcançando em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).
Em 2008, a média de vida para mulheres chega a 76,6 anos e para os homens 69,0 anos, uma diferença de 7,6 anos. Em escala mundial, a esperança de vida ao nascer foi estimada, para 2008 (período 2005-2010), em 67,2 anos e, para 2045-2050, a ONU projeta uma vida média de 75,40 anos.
Taxa de mortalidade infantil cai para 23,3%0, mas ainda é preocupante
O aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo) e o acesso aos serviços de saúde contribuíram para a queda da taxa de mortalidade infantil em todo o país. Contudo, ainda há um longo percurso pela frente, uma vez que a mortalidade infantil no Brasil, estimada em 23,30 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, em 2008, é alta quando comparada com os indicadores correspondentes aos países vizinhos do cone sul para o período 2005 - 2010. No mesmo período, os países como, por exemplo, Argentina (13,40 por mil), Chile (7,20 por mil) e Uruguai (13,10 por mil) registraram taxas bem menores.Vale lembrar que, em 1970, a taxa de mortalidade infantil no Brasil estava próxima de 100 óbitos de crianças menores de 1 ano por mil nascidos vivos.
De acordo com os parâmetros utilizados na projeção da população do Brasil – Revisão 2008, o país poderá reduzir sua mortalidade infantil para 18,2 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos até 2015, e a esperança de vida ao nascer deverá atingir os 74,8 anos. Já a probabilidade de um recém-nascido falecer antes de completar os 5 anos de idade poderá experimentar um declínio de 32,9%, posicionando-se em 21,6%0 em 2015.
Em relação ao cumprimento das Metas do Milênio5, que constituem uma responsabilidade comum a todos, envolvendo os governos Federal, Estadual e Municipal e o setor privado, as projeções sinalizam ainda indicadores em níveis superiores aos esperados. Dos oito objetivos gerais o de número quatro trata do compromisso assumido pelos signatários da Declaração em reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos de idade. Assim, a taxa de mortalidade infantil do País, em 1990, era de 46,9 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, e uma redução de dois terços significa atingir, em 2015, o patamar de 15,6 óbitos por mil. Por sua vez, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos posicionava-se, no início dos anos 1990, em 59,6 óbitos por mil, devendo cumprir uma trajetória de declínio nos próximos dez anos até que alcance os 19,9 óbitos por mil. Entretanto, é bastante provável que o país venha a atingir as metas contidas nos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, e o Censo Demográfico 2010 poderá, com seus resultados, oferecer elementos preciosos para uma melhor avaliação desta possibilidade. É conveniente, todavia, advertir que o indicador em questão reflete uma realidade da média nacional e, um cenário positivo e, por conseguinte, necessário e desejável é aquele no qual já estejam totalmente apagadas as marcantes desigualdades sociorregionais que ainda persistem no Brasil. De qualquer forma, vale registrar que os valores das respectivas taxas, implícitas na atual projeção da mortalidade para 2015: 18,2%o (para os menores de 1 ano de idade) e 21,6%o (para os menores de 5 anos de idade) estão bem próximos, mas ainda superiores às metas a serem cumpridas.
Mortes prematuras de jovens por violência reflete na esperança de vida
O Brasil por algum tempo experimentou declínios nas taxas de mortalidade em todas as idades, mas, a partir de meados dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas (acidentes de qualquer natureza e violência) passaram a desempenhar um papel de destaque, e infelizmente de forma desfavorável, sobre a estrutura por idade das taxas de mortalidade, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino. A esperança de vida no Brasil continuou elevando-se, mas poderia, na atualidade, ser superior em 2 ou 3 anos à estimada, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por violência. Basta constatar que, em 2000, a incidência da mortalidade masculina no grupo etário 20 a 24 anos era quase 4 vezes superior à da feminina e, este indicador, ao que tudo indica estaria elevando-se com o passar dos anos.
De 2008 para 2050, Brasil passa da 5ª para a 8ª posição no ranking dos países mais populosos
Em 2008, o Brasil ocupa a 5ª posição entre os países mais populosos, mas de acordo com as projeções da ONU, o país passará para a oitava posição em 2050. Veja na tabela abaixo o ranking dos 25 países mais populosos (World Population Prospects: The 2006 Revision).
Nota: A Revisão 2008, elaborada pela Divisão de População das Nações Unidas, será divulgada em 2009. Portanto, os resultados acerca do posicionamento do Brasil frente aos demais países ou áreas devem ser vistos como preliminares.
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla
- marcelo l.
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Re: GEOPOLÍTICA
Shivshankar Menon - Conselheiro de Segurança Nacional da India
http://chhindits.blogspot.com/2010/10/t ... clear.html
"I am deeply honoured to have been asked to deliver the keynote address before the seminar on “The Role of Force in Strategic Affairs” to celebrate the golden jubilee of this prestigious institution. The NDC has made outstanding contributions to the spread of strategic thought and the integration of civil and military thinking in India. You have today assembled a galaxy of experts and authorities to discuss this important question. We await your deliberations with great expectations.
Rather than trying to anticipate what your seminar will throw up, I thought I would look at two issues that you will probably consider in much more detail. Is there in an Indian doctrine for the use of force in statecraft? And, how have recent changes in the world and strategic affairs affected the role of force in today’s world?
Is there an Indian doctrine for the use of force in statecraft? This is not a question that one normally expects to ask about a power that is a declared nuclear weapon state with the world’s second largest standing army. But India achieved independence in a unique manner; through a freedom movement dedicated to truth and non-violence, and has displayed both ambiguity and opposition to classical power politics. In the circumstances posing the question is understandable and legitimate.
To answer the question let us look at traditional Indian attitudes to force and the lessons India draws from its own history, and at Indian practice since independence in 1947.
Attitudes to Force and Lessons from History
While India may have achieved independence after a non-violent struggle, it was a struggle that Gandhiji described as non-violence of the strong.
As far back as 1928 Gandhiji wrote, “If there was a national government, whilst I should not take any direct part in any war, I can conceive of occasions when it would be my duty to vote for the military training of those who wish to take it.... It is not possible to make a person or society non-violent by compulsion.”
During the Partition riots at his prayer meeting on 26 September 1947 Gandhiji said that he had always been an opponent of all warfare, but that if there was no other way of securing justice war would be the only alternative left to the government.
Faced with the tribal raiders sent by Pakistan into Kashmir in October 1947, Gandhiji said that it was right for the Union Government to save the fair city by rushing troops to Srinagar. He added that he would rather that the defenders be wiped out to the last man in clearing Kashmir’s soil of the raiders rather than submit.
In saying so, Gandhiji was entirely in keeping with a long Indian tradition which has regarded the use of force as legitimate in certain circumstances, namely, if there is no alternative way of securing justice. This is in essence a doctrine for the defensive use of force, when all other avenues are exhausted.
Our two greatest epics, the Mahabharata and Ramayana are about wars, and treat rivalries as natural and normal. And the two classical expositions on the use of force, the Geeta and Bhishma’s death bed lecture on statecraft in the Mahabharata’s Shantiparva are extended explanations of a unique point of view.
The clearest description of the uses of force in statecraft is in the Arthashastra by Chanakya, which deals with both internal and external uses of force.
The lesson that comes through very clearly in both the major Indian epics, which deal with wars of necessity, is also apparent in Kautilya, the original realist, and in Ashoka, the convert to idealism. Ashoka and Kautilya were both products of a highly evolved and intricate tradition of statecraft which must have preceded them for centuries. A simple reading of the Arthashastra suffices to prove how evolved Indian strategic culture was as early as the third century before Christ, and how the use of force was limited both by practical and moral considerations. This was not a doctrine of “God on our side”, (though that helped, as Krishna proved in the Mahabharata). Nor is it about just wars. In the Indian tradition the use of force is legitimate not just if it is in a good cause and its results will be good. Instead, this was a doctrine that saw force as necessary in certain circumstances, to obtain justice, when all other means are exhausted, and which also recognised that force was not always the most effective or efficient means to this end.
The other lesson that Indian thinkers have consistently drawn from history is of the perils of weakness. The colonial narrative of India’s history, stressing “outside” invasions and rulers had as its corollary the conviction that India must avoid weakness at all costs lest that history be repeated. The Indian quest after 1947 for strategic autonomy and for autonomy in the decision to use or threaten force has a long tradition behind it.
What I am trying to say is that Indian strategic culture has an indigenous construct on the role of force in statecraft, modified by our experience in the last two centuries. War and peace are continuing themes in Indian strategic culture. While not celebrating war the culture treats defensive war as acceptable when good fights evil to secure justice. Indian strategic culture has been comfortable with this contradiction. While Gandhiji shunned the use of force and opposed violence in politics he was politically steely and unyielding, and accepted violence as unavoidable and justified in certain circumstances.
As a result of this acceptance of contradictions, Indian strategic culture supports ethical views that dovetail easily with international norms of conduct, whether legal or on human rights. It is a culture that tends instinctively to pluralism, tolerance of different views and positions, and a reliance on argumentation, diplomacy and law before recourse to the use of force. It is therefore no surprise that it seeks a rule based international order to limit the anarchy among states that is sometimes evident.
This aspect of Indian strategic culture is common to what Kanti Bajpai described as the three streams of Indian strategic culture, namely, “Nehruvians”, neo-liberals and hyper-realists. They might differ on the best means but not on India’s strategic goals . To summarise Bajpai, all three streams agree on the centrality of the sovereign state in international relations and recognise no higher authority; see interests, power and violence as the staples of international relations that states cannot ignore; and think that power comprises both military and economic capabilities at a minimum. Beyond this they differ.
Interestingly all three streams, “Nehruvians”, neoliberals and hyperrealists, believe that nuclear weapons are essential for India’s security in a world that has shown no signs of moving to their abolition and elimination.
In other words, there is substantial agreement on values, on goals and even on means in our policies, despite marked and rapid changes in the external environment in which we have operated. That is why the core traits of our foreign and defence policies have persisted since independence, irrespective of the parties in power.
The Indian Practice since 1947
Let us look at this aspect of Indian strategic culture in action, in other words at Indian practice and policy since independence.
• The defence budget has only exceeded 3% of GDP in one year of the last sixty-three.
• There have been clear limits on the use of force internally. The use of military force for internal security functions has been severely circumscribed, limited to those cases where there is a strong correlation to inimical forces abroad such as Nagaland and J&K.
• The armed forces of the Union have only been used defensively against external aggression in the sixty-three years of the Republic.
• India has never sent troops abroad except for UNPKO or at the express request of the legitimate government of the country concerned. This was true in the Maldives in 1987, in Sri Lanka in 1987 and in Bangladesh in 1971.
• India has also never retained territory taken by force in the wars that she has fought. This is so even for some Indian territory taken back from Pakistan in the Indian state of J&K which was returned to Pakistani control after the 1965 and 1971 wars.
India as a NWS
The Indian nuclear doctrine also reflects this strategic culture, with its emphasis on minimal deterrence, no first use against non-nuclear weapon states and its direct linkage to nuclear disarmament. We have made it clear that while we need nuclear weapons for our own security, it is our goal to work for a world free of nuclear weapons, and that we are ready to undertake the necessary obligations to achieve that goal in a time-bound programme agreed to and implemented by all nuclear weapon and other states.
In sum, there is an Indian way, an Indian view and an Indian practice in the use and role of force. We do not claim that it is better or worse than any other way that other nations adopt. It is a result of our own history and experience, and we feel it best suited to our goals and situation. And it too is evolving, both consciously and unconsciously, as is the world around us. It is time now to consciously build our own concepts and strategic thinking, adapted to today’s realities and India’s environment, including on the role of force.
Force in Today’s World
The other issue that you will be considering is how changes in the world and in strategic affairs have affected the role of force.
It seems to me that the changes we see in world politics and the effects of technology are the two factors that have most affected the strategic calculus of those in the international system who might seek to use force for political purposes.
Consider the global political situation first.
With global and regional balances of power characterised by unequal distributions of power; the interdependence between major powers created by globalisation; the state losing its monopoly of violence in contested hegemonies both internally and externally; and the diversity of values espoused by states, world politics today is in an unprecedented state of flux. It does, however seem that the cost to the major powers of using force in their dealings with each other could prevent the emergence of direct conflict between them.
The effects of technology are harder to describe and predict. In the early fifties, there were those who hoped that the unprecedented power of the atom bomb had made war unthinkable and therefore abolished it! Unfortunately, we now know better. In fact we have seen technology place increasingly lethal power in the hands of non-state actors. Terrorism is technologically enabled and knows no boundaries today, even drawing on support from within state systems. After several centuries, once again the state is not the sole or always the predominant factor in the international system. In some cases, it is businesses and individuals who now determine our technological future and it is these units that a successful policy must now increasingly deal with.
We have also seen technology create new domains for contestation, such as cyber space, where the speed of manoeuvre, premium on offense, and the nature of the battle-space make us rethink traditional concepts of deterrence. As technology has expanded the spectrum, the line between conventional and non-conventional warfare has blurred. The definition of force, the classic marker of power, has now expanded, thus changing the utility of force as traditionally configured.
As we enter a world of multiple powers, with rapidly shifting balances, change alone is certain. Unfortunately, force is the hedge chosen by several powers against heightened uncertainty in the international system. The balance is shifting between force and the other instruments of statecraft. We therefore need to develop a new and different statecraft.
If change alone is certain, and if the utility of force in statecraft is itself changing in fundamental ways, it is all the more necessary that we return to the values in which the use of force must be embedded. Ultimately it is not just the logic of politics or technology but the values and purposes of the state and society that determine the choices that we make of the uses and nature of force.
What India seeks is a new security architecture, an open, balanced and inclusive architecture, to correspond to the new situation that is emerging. The security challenges of the twenty-first century are radically different from those of the twentieth. Nuclear confrontation or war between major powers is not as likely as the threat from derivatives of nuclear deterrence, namely, terrorism and nuclear proliferation, which are being used to subvert the emergence of a plural, secular and democratic international order in the twenty-first century. The challenges of a globalised world cannot be handled by twentieth century military alliances or containment strategies.
Conclusion
So in effect my argument is that in India’s experience the use of force must be governed and circumscribed by the values of state and society. I have also tried to suggest that there may be value in studying the Indian way, the Indian view and Indian practice in the use and role of force in state-craft.
It also seems from recent experience that the utility of force, as traditionally configured and conceived, is of limited value in protecting a society or achieving some policy goals. But one can hardly jump to conclusions about the futility of force when limited war under nuclear conditions remains possible, and when adversaries need to be deterred. This debate will continue.
I wish you success in continuing the debate and in your deliberations."
http://chhindits.blogspot.com/2010/10/t ... clear.html
"I am deeply honoured to have been asked to deliver the keynote address before the seminar on “The Role of Force in Strategic Affairs” to celebrate the golden jubilee of this prestigious institution. The NDC has made outstanding contributions to the spread of strategic thought and the integration of civil and military thinking in India. You have today assembled a galaxy of experts and authorities to discuss this important question. We await your deliberations with great expectations.
Rather than trying to anticipate what your seminar will throw up, I thought I would look at two issues that you will probably consider in much more detail. Is there in an Indian doctrine for the use of force in statecraft? And, how have recent changes in the world and strategic affairs affected the role of force in today’s world?
Is there an Indian doctrine for the use of force in statecraft? This is not a question that one normally expects to ask about a power that is a declared nuclear weapon state with the world’s second largest standing army. But India achieved independence in a unique manner; through a freedom movement dedicated to truth and non-violence, and has displayed both ambiguity and opposition to classical power politics. In the circumstances posing the question is understandable and legitimate.
To answer the question let us look at traditional Indian attitudes to force and the lessons India draws from its own history, and at Indian practice since independence in 1947.
Attitudes to Force and Lessons from History
While India may have achieved independence after a non-violent struggle, it was a struggle that Gandhiji described as non-violence of the strong.
As far back as 1928 Gandhiji wrote, “If there was a national government, whilst I should not take any direct part in any war, I can conceive of occasions when it would be my duty to vote for the military training of those who wish to take it.... It is not possible to make a person or society non-violent by compulsion.”
During the Partition riots at his prayer meeting on 26 September 1947 Gandhiji said that he had always been an opponent of all warfare, but that if there was no other way of securing justice war would be the only alternative left to the government.
Faced with the tribal raiders sent by Pakistan into Kashmir in October 1947, Gandhiji said that it was right for the Union Government to save the fair city by rushing troops to Srinagar. He added that he would rather that the defenders be wiped out to the last man in clearing Kashmir’s soil of the raiders rather than submit.
In saying so, Gandhiji was entirely in keeping with a long Indian tradition which has regarded the use of force as legitimate in certain circumstances, namely, if there is no alternative way of securing justice. This is in essence a doctrine for the defensive use of force, when all other avenues are exhausted.
Our two greatest epics, the Mahabharata and Ramayana are about wars, and treat rivalries as natural and normal. And the two classical expositions on the use of force, the Geeta and Bhishma’s death bed lecture on statecraft in the Mahabharata’s Shantiparva are extended explanations of a unique point of view.
The clearest description of the uses of force in statecraft is in the Arthashastra by Chanakya, which deals with both internal and external uses of force.
The lesson that comes through very clearly in both the major Indian epics, which deal with wars of necessity, is also apparent in Kautilya, the original realist, and in Ashoka, the convert to idealism. Ashoka and Kautilya were both products of a highly evolved and intricate tradition of statecraft which must have preceded them for centuries. A simple reading of the Arthashastra suffices to prove how evolved Indian strategic culture was as early as the third century before Christ, and how the use of force was limited both by practical and moral considerations. This was not a doctrine of “God on our side”, (though that helped, as Krishna proved in the Mahabharata). Nor is it about just wars. In the Indian tradition the use of force is legitimate not just if it is in a good cause and its results will be good. Instead, this was a doctrine that saw force as necessary in certain circumstances, to obtain justice, when all other means are exhausted, and which also recognised that force was not always the most effective or efficient means to this end.
The other lesson that Indian thinkers have consistently drawn from history is of the perils of weakness. The colonial narrative of India’s history, stressing “outside” invasions and rulers had as its corollary the conviction that India must avoid weakness at all costs lest that history be repeated. The Indian quest after 1947 for strategic autonomy and for autonomy in the decision to use or threaten force has a long tradition behind it.
What I am trying to say is that Indian strategic culture has an indigenous construct on the role of force in statecraft, modified by our experience in the last two centuries. War and peace are continuing themes in Indian strategic culture. While not celebrating war the culture treats defensive war as acceptable when good fights evil to secure justice. Indian strategic culture has been comfortable with this contradiction. While Gandhiji shunned the use of force and opposed violence in politics he was politically steely and unyielding, and accepted violence as unavoidable and justified in certain circumstances.
As a result of this acceptance of contradictions, Indian strategic culture supports ethical views that dovetail easily with international norms of conduct, whether legal or on human rights. It is a culture that tends instinctively to pluralism, tolerance of different views and positions, and a reliance on argumentation, diplomacy and law before recourse to the use of force. It is therefore no surprise that it seeks a rule based international order to limit the anarchy among states that is sometimes evident.
This aspect of Indian strategic culture is common to what Kanti Bajpai described as the three streams of Indian strategic culture, namely, “Nehruvians”, neo-liberals and hyper-realists. They might differ on the best means but not on India’s strategic goals . To summarise Bajpai, all three streams agree on the centrality of the sovereign state in international relations and recognise no higher authority; see interests, power and violence as the staples of international relations that states cannot ignore; and think that power comprises both military and economic capabilities at a minimum. Beyond this they differ.
Interestingly all three streams, “Nehruvians”, neoliberals and hyperrealists, believe that nuclear weapons are essential for India’s security in a world that has shown no signs of moving to their abolition and elimination.
In other words, there is substantial agreement on values, on goals and even on means in our policies, despite marked and rapid changes in the external environment in which we have operated. That is why the core traits of our foreign and defence policies have persisted since independence, irrespective of the parties in power.
The Indian Practice since 1947
Let us look at this aspect of Indian strategic culture in action, in other words at Indian practice and policy since independence.
• The defence budget has only exceeded 3% of GDP in one year of the last sixty-three.
• There have been clear limits on the use of force internally. The use of military force for internal security functions has been severely circumscribed, limited to those cases where there is a strong correlation to inimical forces abroad such as Nagaland and J&K.
• The armed forces of the Union have only been used defensively against external aggression in the sixty-three years of the Republic.
• India has never sent troops abroad except for UNPKO or at the express request of the legitimate government of the country concerned. This was true in the Maldives in 1987, in Sri Lanka in 1987 and in Bangladesh in 1971.
• India has also never retained territory taken by force in the wars that she has fought. This is so even for some Indian territory taken back from Pakistan in the Indian state of J&K which was returned to Pakistani control after the 1965 and 1971 wars.
India as a NWS
The Indian nuclear doctrine also reflects this strategic culture, with its emphasis on minimal deterrence, no first use against non-nuclear weapon states and its direct linkage to nuclear disarmament. We have made it clear that while we need nuclear weapons for our own security, it is our goal to work for a world free of nuclear weapons, and that we are ready to undertake the necessary obligations to achieve that goal in a time-bound programme agreed to and implemented by all nuclear weapon and other states.
In sum, there is an Indian way, an Indian view and an Indian practice in the use and role of force. We do not claim that it is better or worse than any other way that other nations adopt. It is a result of our own history and experience, and we feel it best suited to our goals and situation. And it too is evolving, both consciously and unconsciously, as is the world around us. It is time now to consciously build our own concepts and strategic thinking, adapted to today’s realities and India’s environment, including on the role of force.
Force in Today’s World
The other issue that you will be considering is how changes in the world and in strategic affairs have affected the role of force.
It seems to me that the changes we see in world politics and the effects of technology are the two factors that have most affected the strategic calculus of those in the international system who might seek to use force for political purposes.
Consider the global political situation first.
With global and regional balances of power characterised by unequal distributions of power; the interdependence between major powers created by globalisation; the state losing its monopoly of violence in contested hegemonies both internally and externally; and the diversity of values espoused by states, world politics today is in an unprecedented state of flux. It does, however seem that the cost to the major powers of using force in their dealings with each other could prevent the emergence of direct conflict between them.
The effects of technology are harder to describe and predict. In the early fifties, there were those who hoped that the unprecedented power of the atom bomb had made war unthinkable and therefore abolished it! Unfortunately, we now know better. In fact we have seen technology place increasingly lethal power in the hands of non-state actors. Terrorism is technologically enabled and knows no boundaries today, even drawing on support from within state systems. After several centuries, once again the state is not the sole or always the predominant factor in the international system. In some cases, it is businesses and individuals who now determine our technological future and it is these units that a successful policy must now increasingly deal with.
We have also seen technology create new domains for contestation, such as cyber space, where the speed of manoeuvre, premium on offense, and the nature of the battle-space make us rethink traditional concepts of deterrence. As technology has expanded the spectrum, the line between conventional and non-conventional warfare has blurred. The definition of force, the classic marker of power, has now expanded, thus changing the utility of force as traditionally configured.
As we enter a world of multiple powers, with rapidly shifting balances, change alone is certain. Unfortunately, force is the hedge chosen by several powers against heightened uncertainty in the international system. The balance is shifting between force and the other instruments of statecraft. We therefore need to develop a new and different statecraft.
If change alone is certain, and if the utility of force in statecraft is itself changing in fundamental ways, it is all the more necessary that we return to the values in which the use of force must be embedded. Ultimately it is not just the logic of politics or technology but the values and purposes of the state and society that determine the choices that we make of the uses and nature of force.
What India seeks is a new security architecture, an open, balanced and inclusive architecture, to correspond to the new situation that is emerging. The security challenges of the twenty-first century are radically different from those of the twentieth. Nuclear confrontation or war between major powers is not as likely as the threat from derivatives of nuclear deterrence, namely, terrorism and nuclear proliferation, which are being used to subvert the emergence of a plural, secular and democratic international order in the twenty-first century. The challenges of a globalised world cannot be handled by twentieth century military alliances or containment strategies.
Conclusion
So in effect my argument is that in India’s experience the use of force must be governed and circumscribed by the values of state and society. I have also tried to suggest that there may be value in studying the Indian way, the Indian view and Indian practice in the use and role of force in state-craft.
It also seems from recent experience that the utility of force, as traditionally configured and conceived, is of limited value in protecting a society or achieving some policy goals. But one can hardly jump to conclusions about the futility of force when limited war under nuclear conditions remains possible, and when adversaries need to be deterred. This debate will continue.
I wish you success in continuing the debate and in your deliberations."
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant