ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Datafolha: 47 Dilma X 41 serra.
Tudo nos conformes, como havia dito aqui mais cedo e o PRick também.
Espero que o prezado Dieneces não suma de novo, afinal estamos num ambiente democrático e sua presença sempre é bem-vinda.
Gde abraço!
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
ELEIÇÕES 2010
Paradoxos soturnos às vésperas do segundo turno
Por Eugênio Bucci em 15/10/2010
.1.
Há dias, neste Observatório, anotei que a pecha de inimiga da liberdade de imprensa caiu sobre Dilma Rousseff, mas normalmente é José Serra que vitupera contra repórteres (ver "Memórias sonolentas para eleições violentas"). Aconteceu agora outra vez, conforme registra a reportagem de Breno Costa na Folha de S.Paulo de quinta-feira (14/10).
O fato se deu na véspera, em Porto Alegre. O candidato do PSDB à Presidência acusou o jornal Valor Econômico de atuar em favor da adversária Dilma Rousseff. "Por duas vezes", registra a Folha, "o tucano ignorou perguntas de jornalistas, afirmando que eram ‘pauta petista’." Segundo a Folha, o abespinhamento foi mais longe. Questionado pelo repórter do Valor sobre o caso do ex-diretor de engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, que teria desviado dinheiro de sua campanha, Serra reagiu: "O seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral".
Por que ele faz isso? Provavelmente para se esquivar. Com a desqualificação dos órgãos de imprensa, o tucano pretende eximir-se do imperativo de responder as perguntas que o público tem todo o direito de formular. E agora convivamos com essa: o jornal Valor Econômico é petista e está a serviço do rousseffismo. Não é possível que Serra acredite no que diz. Ou, melhor, possível talvez seja, mas é inacreditável que ele acredite no inacreditável.
Quanto aos leitores do jornal, esses então merecem apenas o desprezo. Esses leitores, que também são eleitores, bem que apreciariam bastante um esclarecimento, por parte do candidato tucano, sobre as acusações de que o ex-diretor da Dersa teria sumido com 4 milhões de reais dos cofres eleitorais do PSDB. Mas eles que vão bater em outra freguesia. Quem mandou eles lerem jornal petista?
O que nos conduz ao outra contradição.
.2.
A candidata Dilma Rousseff abriu sua mortífera participação no debate de domingo (10/10), na Rede Bandeirantes, bradando que não faz acusações sem provas. Em seguida, anunciou, em alto, muito alto, e nem tão bom som, que o ex-diretor da Dersa havia mesmo surrupiado os mencionados milhões. Não provou. Será que era mesmo verdade? Agora, a julgar pelas declarações de correligionários de Serra, eleitor é induzido a crer que tudo não passava de invenção. Será?
Recapitulemos. A história do desvio apareceu na revista IstoÉ. Até o início da semana, a versão dada na revista vinha prevalecendo. Agora, na Folha de quinta-feira (13/10), em matéria de Mônica Bergamo, um tucano de alta patente desautoriza o semanário. Escreve Mônica Bergamo:
"Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, diz que não deu essa declaração. A informação foi publicada pela revista IstoÉ. ‘Minha frase foi distorcida’, disse. Ele afirmou que mandou carta à revista e que ‘o conteúdo publicado leva a um raciocínio exatamente ao contrário’ do que afirmou. A revista não comenta."
Dilma acusou sem provas? Ou foi Eduardo Jorge que amaciou?
E quanto a José Serra? Por que não põe tudo às claras logo de uma vez?
.3.
Serra, de vez em quando, desanca uma emissora, um jornal e um programa e se põe enfezado: "Não brinco mais".
Alguém deveria avisá-lo de que, bufando assim, ele depõe contra todos os veículos aos quais dá entrevistas sem reclamar. Quando bate o pé e não fala ao Valor, alegando que o Valor é petista, ele está sugerindo que todos os outros para os quais faz o imenso favor de ditar suas sapientes declarações são todos tucanos. Sem perceber, quando acusa este ou aquele de petista, está acusando os outros de tucanos.
Mas ele provavelmente não sabe o que faz. Coisas da ideologia.
Fora isso, onde é que iríamos parar se, para dar uma entrevista, os candidatos começassem a solicitar atestados de antecedentes ideológicos aos órgãos de imprensa? O que aconteceria se Dilma Rousseff parasse de conversar com os repórteres do jornal que declarou apoio a Serra? Quer dizer então que os leitores do Valor Econômico não têm mais direito de saber que fim levaram os tais 4 milhões de reais só porque ele, Serra, acredita que o Valor faz campanha para a sua adversária?
Alguém deveria ensinar a José Serra que a liberdade de imprensa – que inclui a liberdade de perguntar o que ele não gosta de responder – inclui o direito de um jornal, se quiser, fazer campanha para Dilma Rousseff, assim como inclui o direito dele, Serra, de dizer que um jornal que notoriamente não faz campanha para Dilma Rousseff está fazendo campanha para Dilma Rousseff. Aliás, que mesmo se um jornal fizesse campanha para Dilma Rousseff, esse jornal teria o direito de perguntar a ele onde é que andam os tais 4 milhões. Se quisesse ser bem educado, Serra deveria apenas responder.
Em resumo (paradoxal): ao dizer que um diário está a serviço de Dilma e fechar a cara, insinua, inadvertidamente, que os diários para os quais sorri estão a serviço dele mesmo, obrigado.
.4.
A pauta do aborto já deu o que tinha que dar, todo mundo sabe, mas nela também reside uma incongruência que merece registro. Vamos lá.
Assim como o candidato do PSDB tenta desqualificar jornais para, com base na desqualificação, esquivar-se da pergunta, o staff rousseffista – tanto o staff pago quanto o voluntário – empenha-se em desqualificar o tema (aborto) para, com base na desqualificação, esquivar-se de dizer o que a candidata pensa disso.
Tudo bem que o nível da discussão desceu às profundezas do porão dos infernos, mas há gente que considera o assunto relevante. E então.
Pelo modo como argumentam os rousseffistas, parece que todo o falatório deveria ser abortado. Tudo seria produto de uma grande cortina de fumaça, fanatismo religioso, insanidade, loucura, irracionalismo. Tudo deveria ser ignorado. Eles se esquecem, no entanto, de que essas agendas não se propagam no vácuo. Não foi ninguém do PSDB que jogou um panfleto de uma avião em cima da Basílica de Aparecida e, com isso, conseguiu tumultuar o processo eleitoral. Eles se esquecem de que no chão, em Aparecida (SP), no Círio de Nazaré, em Belém (PA), no Brasil inteiro, existe gente que dá importância para isso. Existem homens e mulheres que, vale lembrar, têm título de eleitor e gostariam, assim, candidamente, de saber o que a Dilma acha desse negócio.
Provavelmente esses brasileiros têm noção de que não cabe ao presidente da República implantar a prática do aborto nos hospitais públicos. Elas têm alguma noção de que isso depende de lei. Mas, para elas, saber o que pensa sobre essa matéria a pessoa que vai comandar o Poder Executivo e representar o Estado é de alguma relevância. Isso, claro, na opinião delas – que é tão legítima quanto a opinião de qualquer um de nós.
Pois essa opinião deveria, também, merecer algum respeito.
.5.
Mais Folha.
O artigo de Fernando Barros e Silva, na página 2 (terça-feira, 12/10), fala do principismo e do pragmatismo na esquerda. Nesse caso, mais que paradoxo, mais que contradição, talvez devêssemos falar em antinomia. Comecemos pelo que diz o artigo, sob o título "Prática e moral: uma nota".
"Numa perspectiva de esquerda, a ‘boa política’ deve se colocar entre o principismo e o pragmatismo, rejeitando-os mutuamente. Presa só a princípios, a política se converte em dogma e cai no moralismo; indiferente a eles, se banaliza ou legitima o vale-tudo. O PT, em sua história, migrou de um polo a outro. No seu início, não fazia alianças, não deu apoio a Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, recusou-se a assinar a Carta de 1988 etc. Hoje, no poder, o partido afaga mensaleiros e aloprados, passeia de mãos dadas com oligarcas etc.
O que é mais necessário no Brasil atual: atacar o principismo (inexistente) da esquerda ou criticar o vale-tudo ético a que a ela sucumbiu sem medo de ser feliz?"
Nada a discordar. Mas a essa fórmula devemos acrescentar um elemento e subir um nível. Na cultura presente da esquerda – refiro-me à esquerda que "sucumbiu sem medo de ser feliz", aquela que soube se organizar nas fissuras do Estado, gerenciando o capital – o principismo é quem autoriza o pragmatismo. Hoje, nos ambientes de uma certa esquerda errada, o pragmatismo é um prolongamento – não uma negação – do principismo; o primeiro contradiz o segundo na prática (a ponto de promover a crença de que Sarney, Renan e Collor são um atalho para o socialismo), mas o sustenta no plano da fantasia ("Ainda bem que os companheiros Collor, Renan e Sarney nos ajudam a manter viva a bandeira universal do socialismo").
Haja paradoxo. O pragmatismo de(ssa) esquerda é incomparavelmente mais desumano que o pragmatismo da direita. Este, pelo menos, precisa atender no mínimo os fins lucrativos de alguém ali no conchavo. O pragmatismo de(ssa) esquerda cobra seu preço em nacos de consciência por uma mercadoria que não entrega, ou, na melhor das hipóteses, por uma mercadoria que não dialoga com a consciência, mas com a fé. Isso no caso dos bem intencionados, evidentemente. Os outros, já despido das boas intenções, aprenderam a lucrar – e aprenderam a fazer do pragmatismo de esquerda um pragmatismo de ultradireita revestido de universalismo. Ordenaram a corrupção com métodos bolcheviques.
Vai daí que o pior do principismo de esquerda nos nossos dias é o pragamatismo hediondo a que ele conduz – e o pior do pragmatismo de(ssa) esquerda é o principismo que o santifica.
.6.
Agora um pouquinho de Economist, que eu também estudo inglês.
Na semana passada, a revista dedicou uma página ao que chamou de "a transferência de poder no Brasil". Segundo a matéria, é líquido e (quase) certo: o poder vai passar das mãos de Lula para as mãos de Dilma Rousseff. "Os brasileiros parecem prontos a eleger a sucessora que Lula escolheu." Em sua edição, que foi fechada antes do primeiro turno, a Economist foi prudente e abriu a possibilidade de que Dilma não levasse no primeiro turno. Mas avisou: "É difícil imaginar que, no final, ela não seja a vencedora".
Talvez seja mesmo difícil, embora, você tem visto as pesquisas, bem, as pesquisas erram, erram até na margem de erro, mas, ainda assim, será que vai ser mesmo tão difícil?
O paradoxo aqui é de outra ordem. Não está nas pesquisas nem na Economist, que eu só citei para valorizar o meu artigo. Muitas outras publicações, nacionais e estrangeiras, como se costumava dizer, apostaram na mesma direção. Baseadas em pesquisas, for sure. O paradoxo está, agora, na onda de protesto que não houve. Isso mesmo: o paradoxo está no que não está. O paradoxo está no protesto que não aconteceu.
Em toda parte, o fato de a candidata de Lula não ter vencido de primeira foi interpretado como surpresa, como um susto, como um anticlímax. Sou tentado a dizer que a imprensa mundial errou sua aposta. E, atenção, errou a favor do rousseffismo. Aí é que eu pergunto, caro leitor do Observatório: você já imaginou o que aconteceria se o erro tivesse favorecido o Serra? Nós teríamos uma avalanche de denúncias da mídia planetária partidária. Circulariam artigos e mais artigos dissecando as entranhas conspiratórias da imprensa globalitária. Tudo seria apresentado como um grande golpe que fracassou.
Mas, como o erro beneficiava os rousseffistas, tudo passou assim, feito uma brisa inocente. Ou meramente desinformada. E, no fim, não foi muito mais que isso. Além de, claro, ter sido também um paradoxo.
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =611JDB016
Paradoxos soturnos às vésperas do segundo turno
Por Eugênio Bucci em 15/10/2010
.1.
Há dias, neste Observatório, anotei que a pecha de inimiga da liberdade de imprensa caiu sobre Dilma Rousseff, mas normalmente é José Serra que vitupera contra repórteres (ver "Memórias sonolentas para eleições violentas"). Aconteceu agora outra vez, conforme registra a reportagem de Breno Costa na Folha de S.Paulo de quinta-feira (14/10).
O fato se deu na véspera, em Porto Alegre. O candidato do PSDB à Presidência acusou o jornal Valor Econômico de atuar em favor da adversária Dilma Rousseff. "Por duas vezes", registra a Folha, "o tucano ignorou perguntas de jornalistas, afirmando que eram ‘pauta petista’." Segundo a Folha, o abespinhamento foi mais longe. Questionado pelo repórter do Valor sobre o caso do ex-diretor de engenharia da Dersa, Paulo Vieira de Souza, que teria desviado dinheiro de sua campanha, Serra reagiu: "O seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral".
Por que ele faz isso? Provavelmente para se esquivar. Com a desqualificação dos órgãos de imprensa, o tucano pretende eximir-se do imperativo de responder as perguntas que o público tem todo o direito de formular. E agora convivamos com essa: o jornal Valor Econômico é petista e está a serviço do rousseffismo. Não é possível que Serra acredite no que diz. Ou, melhor, possível talvez seja, mas é inacreditável que ele acredite no inacreditável.
Quanto aos leitores do jornal, esses então merecem apenas o desprezo. Esses leitores, que também são eleitores, bem que apreciariam bastante um esclarecimento, por parte do candidato tucano, sobre as acusações de que o ex-diretor da Dersa teria sumido com 4 milhões de reais dos cofres eleitorais do PSDB. Mas eles que vão bater em outra freguesia. Quem mandou eles lerem jornal petista?
O que nos conduz ao outra contradição.
.2.
A candidata Dilma Rousseff abriu sua mortífera participação no debate de domingo (10/10), na Rede Bandeirantes, bradando que não faz acusações sem provas. Em seguida, anunciou, em alto, muito alto, e nem tão bom som, que o ex-diretor da Dersa havia mesmo surrupiado os mencionados milhões. Não provou. Será que era mesmo verdade? Agora, a julgar pelas declarações de correligionários de Serra, eleitor é induzido a crer que tudo não passava de invenção. Será?
Recapitulemos. A história do desvio apareceu na revista IstoÉ. Até o início da semana, a versão dada na revista vinha prevalecendo. Agora, na Folha de quinta-feira (13/10), em matéria de Mônica Bergamo, um tucano de alta patente desautoriza o semanário. Escreve Mônica Bergamo:
"Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, diz que não deu essa declaração. A informação foi publicada pela revista IstoÉ. ‘Minha frase foi distorcida’, disse. Ele afirmou que mandou carta à revista e que ‘o conteúdo publicado leva a um raciocínio exatamente ao contrário’ do que afirmou. A revista não comenta."
Dilma acusou sem provas? Ou foi Eduardo Jorge que amaciou?
E quanto a José Serra? Por que não põe tudo às claras logo de uma vez?
.3.
Serra, de vez em quando, desanca uma emissora, um jornal e um programa e se põe enfezado: "Não brinco mais".
Alguém deveria avisá-lo de que, bufando assim, ele depõe contra todos os veículos aos quais dá entrevistas sem reclamar. Quando bate o pé e não fala ao Valor, alegando que o Valor é petista, ele está sugerindo que todos os outros para os quais faz o imenso favor de ditar suas sapientes declarações são todos tucanos. Sem perceber, quando acusa este ou aquele de petista, está acusando os outros de tucanos.
Mas ele provavelmente não sabe o que faz. Coisas da ideologia.
Fora isso, onde é que iríamos parar se, para dar uma entrevista, os candidatos começassem a solicitar atestados de antecedentes ideológicos aos órgãos de imprensa? O que aconteceria se Dilma Rousseff parasse de conversar com os repórteres do jornal que declarou apoio a Serra? Quer dizer então que os leitores do Valor Econômico não têm mais direito de saber que fim levaram os tais 4 milhões de reais só porque ele, Serra, acredita que o Valor faz campanha para a sua adversária?
Alguém deveria ensinar a José Serra que a liberdade de imprensa – que inclui a liberdade de perguntar o que ele não gosta de responder – inclui o direito de um jornal, se quiser, fazer campanha para Dilma Rousseff, assim como inclui o direito dele, Serra, de dizer que um jornal que notoriamente não faz campanha para Dilma Rousseff está fazendo campanha para Dilma Rousseff. Aliás, que mesmo se um jornal fizesse campanha para Dilma Rousseff, esse jornal teria o direito de perguntar a ele onde é que andam os tais 4 milhões. Se quisesse ser bem educado, Serra deveria apenas responder.
Em resumo (paradoxal): ao dizer que um diário está a serviço de Dilma e fechar a cara, insinua, inadvertidamente, que os diários para os quais sorri estão a serviço dele mesmo, obrigado.
.4.
A pauta do aborto já deu o que tinha que dar, todo mundo sabe, mas nela também reside uma incongruência que merece registro. Vamos lá.
Assim como o candidato do PSDB tenta desqualificar jornais para, com base na desqualificação, esquivar-se da pergunta, o staff rousseffista – tanto o staff pago quanto o voluntário – empenha-se em desqualificar o tema (aborto) para, com base na desqualificação, esquivar-se de dizer o que a candidata pensa disso.
Tudo bem que o nível da discussão desceu às profundezas do porão dos infernos, mas há gente que considera o assunto relevante. E então.
Pelo modo como argumentam os rousseffistas, parece que todo o falatório deveria ser abortado. Tudo seria produto de uma grande cortina de fumaça, fanatismo religioso, insanidade, loucura, irracionalismo. Tudo deveria ser ignorado. Eles se esquecem, no entanto, de que essas agendas não se propagam no vácuo. Não foi ninguém do PSDB que jogou um panfleto de uma avião em cima da Basílica de Aparecida e, com isso, conseguiu tumultuar o processo eleitoral. Eles se esquecem de que no chão, em Aparecida (SP), no Círio de Nazaré, em Belém (PA), no Brasil inteiro, existe gente que dá importância para isso. Existem homens e mulheres que, vale lembrar, têm título de eleitor e gostariam, assim, candidamente, de saber o que a Dilma acha desse negócio.
Provavelmente esses brasileiros têm noção de que não cabe ao presidente da República implantar a prática do aborto nos hospitais públicos. Elas têm alguma noção de que isso depende de lei. Mas, para elas, saber o que pensa sobre essa matéria a pessoa que vai comandar o Poder Executivo e representar o Estado é de alguma relevância. Isso, claro, na opinião delas – que é tão legítima quanto a opinião de qualquer um de nós.
Pois essa opinião deveria, também, merecer algum respeito.
.5.
Mais Folha.
O artigo de Fernando Barros e Silva, na página 2 (terça-feira, 12/10), fala do principismo e do pragmatismo na esquerda. Nesse caso, mais que paradoxo, mais que contradição, talvez devêssemos falar em antinomia. Comecemos pelo que diz o artigo, sob o título "Prática e moral: uma nota".
"Numa perspectiva de esquerda, a ‘boa política’ deve se colocar entre o principismo e o pragmatismo, rejeitando-os mutuamente. Presa só a princípios, a política se converte em dogma e cai no moralismo; indiferente a eles, se banaliza ou legitima o vale-tudo. O PT, em sua história, migrou de um polo a outro. No seu início, não fazia alianças, não deu apoio a Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, recusou-se a assinar a Carta de 1988 etc. Hoje, no poder, o partido afaga mensaleiros e aloprados, passeia de mãos dadas com oligarcas etc.
O que é mais necessário no Brasil atual: atacar o principismo (inexistente) da esquerda ou criticar o vale-tudo ético a que a ela sucumbiu sem medo de ser feliz?"
Nada a discordar. Mas a essa fórmula devemos acrescentar um elemento e subir um nível. Na cultura presente da esquerda – refiro-me à esquerda que "sucumbiu sem medo de ser feliz", aquela que soube se organizar nas fissuras do Estado, gerenciando o capital – o principismo é quem autoriza o pragmatismo. Hoje, nos ambientes de uma certa esquerda errada, o pragmatismo é um prolongamento – não uma negação – do principismo; o primeiro contradiz o segundo na prática (a ponto de promover a crença de que Sarney, Renan e Collor são um atalho para o socialismo), mas o sustenta no plano da fantasia ("Ainda bem que os companheiros Collor, Renan e Sarney nos ajudam a manter viva a bandeira universal do socialismo").
Haja paradoxo. O pragmatismo de(ssa) esquerda é incomparavelmente mais desumano que o pragmatismo da direita. Este, pelo menos, precisa atender no mínimo os fins lucrativos de alguém ali no conchavo. O pragmatismo de(ssa) esquerda cobra seu preço em nacos de consciência por uma mercadoria que não entrega, ou, na melhor das hipóteses, por uma mercadoria que não dialoga com a consciência, mas com a fé. Isso no caso dos bem intencionados, evidentemente. Os outros, já despido das boas intenções, aprenderam a lucrar – e aprenderam a fazer do pragmatismo de esquerda um pragmatismo de ultradireita revestido de universalismo. Ordenaram a corrupção com métodos bolcheviques.
Vai daí que o pior do principismo de esquerda nos nossos dias é o pragamatismo hediondo a que ele conduz – e o pior do pragmatismo de(ssa) esquerda é o principismo que o santifica.
.6.
Agora um pouquinho de Economist, que eu também estudo inglês.
Na semana passada, a revista dedicou uma página ao que chamou de "a transferência de poder no Brasil". Segundo a matéria, é líquido e (quase) certo: o poder vai passar das mãos de Lula para as mãos de Dilma Rousseff. "Os brasileiros parecem prontos a eleger a sucessora que Lula escolheu." Em sua edição, que foi fechada antes do primeiro turno, a Economist foi prudente e abriu a possibilidade de que Dilma não levasse no primeiro turno. Mas avisou: "É difícil imaginar que, no final, ela não seja a vencedora".
Talvez seja mesmo difícil, embora, você tem visto as pesquisas, bem, as pesquisas erram, erram até na margem de erro, mas, ainda assim, será que vai ser mesmo tão difícil?
O paradoxo aqui é de outra ordem. Não está nas pesquisas nem na Economist, que eu só citei para valorizar o meu artigo. Muitas outras publicações, nacionais e estrangeiras, como se costumava dizer, apostaram na mesma direção. Baseadas em pesquisas, for sure. O paradoxo está, agora, na onda de protesto que não houve. Isso mesmo: o paradoxo está no que não está. O paradoxo está no protesto que não aconteceu.
Em toda parte, o fato de a candidata de Lula não ter vencido de primeira foi interpretado como surpresa, como um susto, como um anticlímax. Sou tentado a dizer que a imprensa mundial errou sua aposta. E, atenção, errou a favor do rousseffismo. Aí é que eu pergunto, caro leitor do Observatório: você já imaginou o que aconteceria se o erro tivesse favorecido o Serra? Nós teríamos uma avalanche de denúncias da mídia planetária partidária. Circulariam artigos e mais artigos dissecando as entranhas conspiratórias da imprensa globalitária. Tudo seria apresentado como um grande golpe que fracassou.
Mas, como o erro beneficiava os rousseffistas, tudo passou assim, feito uma brisa inocente. Ou meramente desinformada. E, no fim, não foi muito mais que isso. Além de, claro, ter sido também um paradoxo.
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =611JDB016
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Parece que ela caiu menos do que "deveria".Rodrigoiano escreveu:Datafolha: 47 Dilma X 41 serra.
Tudo nos conformes, como havia dito aqui mais cedo e o PRick também.
Espero que o prezado Dieneces não suma de novo, afinal estamos num ambiente democrático e sua presença sempre é bem-vinda.
Gde abraço!
Caindo ou não, acho que o PT deveria abandonar a estratégia defensiva ou de ataque, com uma campanha mais 'positiva'.
abraços]
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amor fati
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
O eleitorado agora está muito cristalizado, as modificações serão muito pequenas, não podemos esquecer que outros institutos deram vantagens maiores.Rodrigoiano escreveu:Datafolha: 47 Dilma X 41 serra.
Tudo nos conformes, como havia dito aqui mais cedo e o PRick também.
Espero que o prezado Dieneces não suma de novo, afinal estamos num ambiente democrático e sua presença sempre é bem-vinda.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Dilma tem que se segurar. E aproveitar os próximos 3 debates para liquidar o Serra.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Na reta final da eleição, avaliação de Lula volta a subir e bate recorde, diz Datafolha
A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a subir na reta final da eleição, após meses de estabilidade, e atingiu na segunda semana de outubro seu maior índice desde que o petista foi eleito, mostra pesquisa Datafolha realizada nos dias 14 e 15 de outubro com 3.281 eleitores de 2020 municípios.
Pela primeira vez, a aprovação do presidente chega a 81% de ótimo/bom, recorde na série histórica do Datafolha.
No levantamento realizado na semana passada, 78% dos eleitores brasileiros consideravam a administração de Lula ótima ou boa. Antes, a melhor avaliação havia sido atingida em 24 de agosto (79%).
O pior momento do petista na Presidência foi entre outubro e dezembro de 2005, quando 28% avaliavam-na como ótima ou boa. Nessa época, Lula enfrentava as denúncias relacionadas ao mensalão.
No levantamento atual, 15% consideram o atual governo regular, enquanto 4% avaliam que ele é ruim ou péssimo.
A nota atribuída ao governo Lula no levantamento atual é de 8,1, ante 8 na semana passada.
Fonte: Folha.com
http://www1.folha.uol.com.br/poder/8153 ... olha.shtml
A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a subir na reta final da eleição, após meses de estabilidade, e atingiu na segunda semana de outubro seu maior índice desde que o petista foi eleito, mostra pesquisa Datafolha realizada nos dias 14 e 15 de outubro com 3.281 eleitores de 2020 municípios.
Pela primeira vez, a aprovação do presidente chega a 81% de ótimo/bom, recorde na série histórica do Datafolha.
No levantamento realizado na semana passada, 78% dos eleitores brasileiros consideravam a administração de Lula ótima ou boa. Antes, a melhor avaliação havia sido atingida em 24 de agosto (79%).
O pior momento do petista na Presidência foi entre outubro e dezembro de 2005, quando 28% avaliavam-na como ótima ou boa. Nessa época, Lula enfrentava as denúncias relacionadas ao mensalão.
No levantamento atual, 15% consideram o atual governo regular, enquanto 4% avaliam que ele é ruim ou péssimo.
A nota atribuída ao governo Lula no levantamento atual é de 8,1, ante 8 na semana passada.
Fonte: Folha.com
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Sossega bagual, que ainda tem chão demais. Pode haver virada p/ Motoserra, mas para a Vana tb!Túlio escreveu:Sei não mas o PT está com jeito de quem vai tomar um CHORA VIOLA...
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
A coisa pelo visto vai esquentar pois parece que o tema paulo preto está ganhando impulso igual o caso erenice tomou impulso so no final do 1º turno. O Boato/noticia (ainda indeciso) Sobre o aborto da monica serra tb ta começando a se espalhar mesmo com alguns defensores da dilma se recusando a faze-lo (pq pensam ser uma armadilha) e tb ta gerando resultados negativos pro Serra.
A capa sendo uma copia da capa da VEJA da semana passada obviamente vai chamar muita atenção.
http://www.istoe.com.br/reportagens/106 ... ternalPage
A materia no link acima.
A truculencia do Serra com a valor tb ta começando a fazer a imprensa perder a paciencia com sua truculencia.
A coisa vai esquentar no debate da record.
Debate do SBT foi Cancelado!
A capa sendo uma copia da capa da VEJA da semana passada obviamente vai chamar muita atenção.
http://www.istoe.com.br/reportagens/106 ... ternalPage
A materia no link acima.
A truculencia do Serra com a valor tb ta começando a fazer a imprensa perder a paciencia com sua truculencia.
A coisa vai esquentar no debate da record.
Debate do SBT foi Cancelado!
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Segundo pesquisa, Dilma tem 47% das intenções de voto contra 41% de Serra
De Agencia EFE – Há 2 horas
São Paulo, 15 out (EFE).- Segundo uma pesquisa divulgada hoje, a candidata Dilma Rousseff deve vencer o segundo turno das eleições, no dia 31 de outubro, com seis pontos de vantagem acima de seu rival, José Serra.
O estudo, elaborado pelo instituto Datafolha para o jornal "Folha de São Paulo" e a TV "Globo", revela que a candidata do PT possui 47% das intenções de voto, um ponto a menos que o resultado divulgado na última pesquisa, há sete dias.
Serra, do PSDB, manteria o mesmo apoio ao receber 41% dos votos.
De acordo com a enquete, os votos brancos e nulos chegariam a 4% do total, enquanto os indecisos somam 7%.
A pesquisa, que foi elaborada entre ontem e hoje com 3.281 pessoas entrevistadas, tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.
No primeiro turno, a candidata do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 46,91% dos votos, enquanto Serra recebeu o 32,61%.
Cerca de 20% do eleitorado optou por outros candidatos. A maioria escolheu Marina Silva, do PV, enquanto 3,13% votou em branco e 5,51% foram votos nulos.
O PV realizará uma convenção neste fim de semana para decidir se apoiará algum dos candidatos para o segundo turno.
De Agencia EFE – Há 2 horas
São Paulo, 15 out (EFE).- Segundo uma pesquisa divulgada hoje, a candidata Dilma Rousseff deve vencer o segundo turno das eleições, no dia 31 de outubro, com seis pontos de vantagem acima de seu rival, José Serra.
O estudo, elaborado pelo instituto Datafolha para o jornal "Folha de São Paulo" e a TV "Globo", revela que a candidata do PT possui 47% das intenções de voto, um ponto a menos que o resultado divulgado na última pesquisa, há sete dias.
Serra, do PSDB, manteria o mesmo apoio ao receber 41% dos votos.
De acordo com a enquete, os votos brancos e nulos chegariam a 4% do total, enquanto os indecisos somam 7%.
A pesquisa, que foi elaborada entre ontem e hoje com 3.281 pessoas entrevistadas, tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.
No primeiro turno, a candidata do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 46,91% dos votos, enquanto Serra recebeu o 32,61%.
Cerca de 20% do eleitorado optou por outros candidatos. A maioria escolheu Marina Silva, do PV, enquanto 3,13% votou em branco e 5,51% foram votos nulos.
O PV realizará uma convenção neste fim de semana para decidir se apoiará algum dos candidatos para o segundo turno.
Triste sina ter nascido português
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
prp escreveu:Achei que a globo tinha maneirado, mas ao abrir o site G1 me deparei com:
"Jesus é a verdade e a justiça" Jose Serra.
Jesus me Salve desse poço.
Mais uma vez se prova como a religião católica é um TRAVÃO ao PROGRESSO.
Quem duvide basta olhar para a Europa.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Rodrigoiano escreveu:Datafolha: 47 Dilma X 41 serra.
Tudo nos conformes, como havia dito aqui mais cedo e o PRick também.
Espero que o prezado Dieneces não suma de novo, afinal estamos num ambiente democrático e sua presença sempre é bem-vinda.
Gde abraço!
Após me preocupar com uma possível virado do Serra, é com grande alívio que observo o retorno do Dieneces ao DB, ele que é caracterizado por frígidas extremidades inferiores, uma em cada membro inferior, constituídas de tarso, metatarso e falanges dos pododáctilos, respectivas articulações, e partes moles que recobrem as ósseas.
Poste sempre aqui, Prefeito !!!
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
CONSPIRAÇÕES.
Merval Pereira - O GLOBO, 16.10.10.
A possibilidade de perder uma eleição que já estava vencida no primeiro turno antes de as urnas se abrirem está levando a uma campanha extremamente agressiva por parte da candidata oficial Dilma Rousseff, e a que lideranças importantes do PT, como o governador eleito do Rio Grande do Sul Tarso Genro, já comecem a insinuar golpismos e a classificar uma eventual vitória tucana de “ilegítima”.
Com todas as pesquisas de opinião convergindo para o estreitamento da diferença entre os candidatos – a mais recente, do Datafolha, mantém a redução da diferença do primeiro para o segundo turno de 14 para 8 pontos – o comando da campanha petista sofreu uma intervenção branca, determinada pelo presidente Lula, que deu ao deputado federal Ciro Gomes, do PSB, e ao candidato petista derrotado para o governo, Aluizio Mercadante, plenos poderes para elevar o tom da campanha no rádio e televisão.
Também José Dirceu ampliou seu grau de influência nas decisões da campanha, e segundo informações é dele a orientação para que Dilma escolha com maior seletividade os debates de que participará nesse segundo turno.
Ontem o SBT anunciou o cancelamento do debate programado por “dificuldades de agenda dos candidatos”. O debate de amanhã na Rede TV/Folha está confirmado, mas ainda há dúvidas quanto ao da TV Record. Em 2006, o debate da Record no segundo turno não foi realizado, e a campanha tucana atribuiu o cancelamento a uma interferência da campanha petista.
A teoria da conspiração, que já surgira no primeiro turno quando começou a se consolidar a idéia de que a eleição poderia não ser resolvida no dia 3 de outubro, ressurgiu com a queda da diferença entre os dois candidatos, indicando que a dianteira de Dilma pode estar dentro do empate técnico.
Como as pesquisas erraram no primeiro turno, dando para Dilma uma votação maior do que as urnas revelaram, o empate parece ser o resultado que melhor espelha a situação atual.
O governador eleito do Rio Grande do Sul pintou com tintas fortes o quadro político atual, ao falar na noite de quinta-feira em uma reunião partidária em Porto Alegre.
Segundo ele, está havendo "uma campanha de golpismo político só semelhante aos eventos que ocorreram em 1964 para preparar as ofensivas" contra o governo estabelecido.
Sem esquecer-se de culpar a imprensa pelo clima de golpismo que denunciava, Tarso Genro não deixou por menos: avaliou que a situação pode "redundar em uma eleição ilegítima", na qual um candidato quer se eleger "com base na mentira, na inverdade, na calúnia e na difamação".
Esse Tarso Genro eleito governador que fala de golpismo nesses termos é o mesmo que, dias depois da reeleieção de Fernando Henrique em 1998, publicou um artigo pedindo seu "impeachment".
Ontem, depois que a pesquisa Datafolha mostrou uma estabilidade em relação ao primeiro levantamento do segundo turno, a direção petista comentou que seus levantamentos internos demonstram uma recuperação de Dilma.
O que significa uma admissão de que a candidatura petista esteve em queda em algum momento deste segundo turno.
Levantamentos internos da campanha de Serra indicam uma situação oposta, mais favorável ao candidato tucano, e apontam a agressividade dos programas eleitorais da adversária como a maior prova de que a tendência de estreitamento da diferença está se mantendo.
A campanha tucana decidiu também entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com vários pedidos de direito de resposta aos programas de rádio e televisão dos petistas.
A análise feita na campanha tucana é que a propaganda petista está arriscando muito nas acusações, o que seria mais uma demonstração de que eles estão flertando com os limites da legislação eleitoral.
Um dos direitos de resposta será para o programa de ontem à noite, que acusa o então governador José Serra de ter mandado a polícia invadir a Universidade de São Paulo (USP) durante uma greve de professores.
Na verdade, foi a reitora da USP quem pediu na Justiça a reintegração de posse, e a polícia foi enviada para executar a ordem.
Também a insistência na acusação de que o ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zilberstein quer privatizar o pré-sal é alvo de um pedido de resposta.
Zilberstein é identificado pela propaganda petista como “principal assessor da área energética” da campanha de Serra, quando na verdade ele não exerce nenhuma função.
Zilbertein já divulgou uma nota desmentindo Dilma e esclarecendo que ele apenas defende o sistema de concessão na exploração do petróleo, que foi implantado pelo governo Fernando Henrique, em vez da partilha que o governo Lula quer adotar na exploração do pré-sal.
Se concessão fosse igual a privatização, como acusam os petistas, então o governo Lula já “privatizou” várias áreas do pré-sal, que foram licitadas pelo sistema que estava em vigor até a mudança da legislação.
Há também a acusação de que Serra privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), quando a empresa foi privatizada no governo Itamar Franco, onde Serra não exerceu função.
Ao mesmo tempo, Dilma tentar se livrar do impasse em que está desde que o tema “descriminação do aborto” surgiu na campanha, tomando conta do debate político.
Ontem, depois de muito relutar, ela divulgou uma carta em que se diz “contra o aborto”, mas não nega diretamente que seja contra a “descriminação do aborto”, e deixa para o Congresso decisões sobre esse e outros temas polêmicos, apenas prometendo que, eleita presidente, não enviará nenhuma lei que seja “contra a família”.
É uma tentativa de encerrar uma discussão que tem prejudicado muito seu desempenho. O tom mais agressivo, a crítica de que o debate sobre o aborto foi provocado por setores atrasados da oposição, e a campanha centrada na acusação de que os tucanos entregam o patrimônio público para investidores privados, tudo isso faz parte de uma estratégia para recuperar a parte dos votos da esquerda partidária que foi para Marina Silva no primeiro turno.
Em 2006 deu certo.
Merval Pereira - O GLOBO, 16.10.10.
A possibilidade de perder uma eleição que já estava vencida no primeiro turno antes de as urnas se abrirem está levando a uma campanha extremamente agressiva por parte da candidata oficial Dilma Rousseff, e a que lideranças importantes do PT, como o governador eleito do Rio Grande do Sul Tarso Genro, já comecem a insinuar golpismos e a classificar uma eventual vitória tucana de “ilegítima”.
Com todas as pesquisas de opinião convergindo para o estreitamento da diferença entre os candidatos – a mais recente, do Datafolha, mantém a redução da diferença do primeiro para o segundo turno de 14 para 8 pontos – o comando da campanha petista sofreu uma intervenção branca, determinada pelo presidente Lula, que deu ao deputado federal Ciro Gomes, do PSB, e ao candidato petista derrotado para o governo, Aluizio Mercadante, plenos poderes para elevar o tom da campanha no rádio e televisão.
Também José Dirceu ampliou seu grau de influência nas decisões da campanha, e segundo informações é dele a orientação para que Dilma escolha com maior seletividade os debates de que participará nesse segundo turno.
Ontem o SBT anunciou o cancelamento do debate programado por “dificuldades de agenda dos candidatos”. O debate de amanhã na Rede TV/Folha está confirmado, mas ainda há dúvidas quanto ao da TV Record. Em 2006, o debate da Record no segundo turno não foi realizado, e a campanha tucana atribuiu o cancelamento a uma interferência da campanha petista.
A teoria da conspiração, que já surgira no primeiro turno quando começou a se consolidar a idéia de que a eleição poderia não ser resolvida no dia 3 de outubro, ressurgiu com a queda da diferença entre os dois candidatos, indicando que a dianteira de Dilma pode estar dentro do empate técnico.
Como as pesquisas erraram no primeiro turno, dando para Dilma uma votação maior do que as urnas revelaram, o empate parece ser o resultado que melhor espelha a situação atual.
O governador eleito do Rio Grande do Sul pintou com tintas fortes o quadro político atual, ao falar na noite de quinta-feira em uma reunião partidária em Porto Alegre.
Segundo ele, está havendo "uma campanha de golpismo político só semelhante aos eventos que ocorreram em 1964 para preparar as ofensivas" contra o governo estabelecido.
Sem esquecer-se de culpar a imprensa pelo clima de golpismo que denunciava, Tarso Genro não deixou por menos: avaliou que a situação pode "redundar em uma eleição ilegítima", na qual um candidato quer se eleger "com base na mentira, na inverdade, na calúnia e na difamação".
Esse Tarso Genro eleito governador que fala de golpismo nesses termos é o mesmo que, dias depois da reeleieção de Fernando Henrique em 1998, publicou um artigo pedindo seu "impeachment".
Ontem, depois que a pesquisa Datafolha mostrou uma estabilidade em relação ao primeiro levantamento do segundo turno, a direção petista comentou que seus levantamentos internos demonstram uma recuperação de Dilma.
O que significa uma admissão de que a candidatura petista esteve em queda em algum momento deste segundo turno.
Levantamentos internos da campanha de Serra indicam uma situação oposta, mais favorável ao candidato tucano, e apontam a agressividade dos programas eleitorais da adversária como a maior prova de que a tendência de estreitamento da diferença está se mantendo.
A campanha tucana decidiu também entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com vários pedidos de direito de resposta aos programas de rádio e televisão dos petistas.
A análise feita na campanha tucana é que a propaganda petista está arriscando muito nas acusações, o que seria mais uma demonstração de que eles estão flertando com os limites da legislação eleitoral.
Um dos direitos de resposta será para o programa de ontem à noite, que acusa o então governador José Serra de ter mandado a polícia invadir a Universidade de São Paulo (USP) durante uma greve de professores.
Na verdade, foi a reitora da USP quem pediu na Justiça a reintegração de posse, e a polícia foi enviada para executar a ordem.
Também a insistência na acusação de que o ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zilberstein quer privatizar o pré-sal é alvo de um pedido de resposta.
Zilberstein é identificado pela propaganda petista como “principal assessor da área energética” da campanha de Serra, quando na verdade ele não exerce nenhuma função.
Zilbertein já divulgou uma nota desmentindo Dilma e esclarecendo que ele apenas defende o sistema de concessão na exploração do petróleo, que foi implantado pelo governo Fernando Henrique, em vez da partilha que o governo Lula quer adotar na exploração do pré-sal.
Se concessão fosse igual a privatização, como acusam os petistas, então o governo Lula já “privatizou” várias áreas do pré-sal, que foram licitadas pelo sistema que estava em vigor até a mudança da legislação.
Há também a acusação de que Serra privatizou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), quando a empresa foi privatizada no governo Itamar Franco, onde Serra não exerceu função.
Ao mesmo tempo, Dilma tentar se livrar do impasse em que está desde que o tema “descriminação do aborto” surgiu na campanha, tomando conta do debate político.
Ontem, depois de muito relutar, ela divulgou uma carta em que se diz “contra o aborto”, mas não nega diretamente que seja contra a “descriminação do aborto”, e deixa para o Congresso decisões sobre esse e outros temas polêmicos, apenas prometendo que, eleita presidente, não enviará nenhuma lei que seja “contra a família”.
É uma tentativa de encerrar uma discussão que tem prejudicado muito seu desempenho. O tom mais agressivo, a crítica de que o debate sobre o aborto foi provocado por setores atrasados da oposição, e a campanha centrada na acusação de que os tucanos entregam o patrimônio público para investidores privados, tudo isso faz parte de uma estratégia para recuperar a parte dos votos da esquerda partidária que foi para Marina Silva no primeiro turno.
Em 2006 deu certo.
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Clermont escreveu:CONSPIRAÇÕES.
Merval Pereira - O GLOBO, 16.10.10.
A................
Esse Tarso Genro eleito governador que fala de golpismo nesses termos é o mesmo que, dias depois da reeleieção de Fernando Henrique em 1998, publicou um artigo pedindo seu "impeachment".
Ontem, depois que a pesquisa Datafolha mostrou uma estabilidade em relação ao primeiro levantamento do segundo turno, a direção petista comentou que seus levantamentos internos demonstram uma recuperação de Dilma.
O que significa uma admissão de que a candidatura petista esteve em queda em algum momento deste segundo turno.
...................
Em 2006 deu certo.
Pedir impeachment não é golpismo, é a maneira legal de destituir um Presidente, como o Collor, ele foi destituído legalmente.
Se agressividade for rebater boatos mentirosos e expor a verdade sobre um Candidato que não tem programa de Governo, viva a Agressividade! Como podemos ver a mídia PIG continua igual, são cabos eleitorais do PSDB e Serra.
[]´s
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Serra na defensiva, Valor Econômico atacado pelo Serra, súbita porrada da Folha
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Boss escreveu:Dilma tem que se segurar. E aproveitar os próximos 3 debates para liquidar o Serra.
Mas bagual , é justamente aí que o rabo da porca se enrola...
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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