NOTÍCIAS POLÍTICAS
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- Guerra
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Que palhaçada! Estão fazendo o povo de idiota!Clermont escreveu:NOVENTA E TRÊS PORCENTO DOS DEPUTADOS SE ELEGEM COM VOTOS "EMPRESTADOS".
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Naval
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Meu amigo, não sei te responder.Brasileiro escreveu:E o que seria a solução? Unificar as eleições municipais-estaduais-federais?Naval escreveu:
Outra coisa.
Acho uma total falta de respeito com seus eleitores, aqueles canditados que não terminam seus mandatos e, já correm pra se candidatar a outro cargo político (verdadeira putaria).
Vide o exemplo recente, vários vereadores que se elegeram dep. estaduais e federais etc.
A gente tem que conviver com os suplentes que vão assumir o lugar dessas pessoas, então é isso, devemos ficar muito atentos tb quanto a vices e suplentes na hora de votar, fod...isso.
Aqui no RJ, choveu gente assim, tanto que a Càmara Municipal vai ter uma puta renovação na casa por conta disso (Clarissa Garotinho, etc), é uma orgia.
Abraços.
Terão de criar um mandado especial de 6 anos para prefeito para resolver isso, ou um de dois. Não sei o que é mais cruel.
abraços]
Mas não consta na reforma política a fidelidade partidária, então que criem a fidelidade de mandato, é uma sugestão
Abraços.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
- Bourne
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Na verdade, se vota mais no partido do que no deputado/vereador. Já para senador é eleição direta e vale os votos para o candidato.Guerra escreveu:Que palhaçada! Estão fazendo o povo de idiota!Clermont escreveu:NOVENTA E TRÊS PORCENTO DOS DEPUTADOS SE ELEGEM COM VOTOS "EMPRESTADOS".
- Clermont
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O BRASIL CONSERVADOR.
Ruy Fabiano - 16.10.2010 / Blog do Noblat.
A pauta ideal de campanha não é a que partidos e candidatos estabelecem, mas a que o eleitor escolhe. Nesta eleição, prevalece, até aqui, acima de todos os temas, a chamada agenda religiosa.
Parcela ponderável (e respeitável) de analistas e cientistas políticos a considera uma agenda obscurantista. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, a chamou de “medieval”.
Em eleição, porém, discute-se para - e não com - o eleitor. Ele é o dono da jogada. Nenhum dos candidatos anteviu o afunilamento dos debates convergindo para um tema como o do aborto. Não era causa de ninguém, nem para defesa, nem para combate.
Mesmo a maior beneficiária da discussão, Marina Silva, do PV, sobre quem desembocaram os votos religiosos do primeiro turno, explorou a questão. Evitou-a sempre que abordada. É contra, mas convocaria um plebiscito para resolvê-la. Foi tudo o que disse, preocupada em afrontar a parcela progressista de seu eleitorado.
Chega-se ao segundo turno com o tema ainda pulsando, indiferente aos protestos de intelectuais e artistas. O que há, no entanto, por trás dele? Por que se tornou tão relevante saber se o candidato crê ou não em Deus, aprova ou não o casamento gay? Nenhum tema que brota espontaneamente da sociedade é irrelevante ou desprezível. Serve, quando nada, para mostrar seu perfil, inclinações, tendências e valores, até então ocultos.
E aí constata-se que não é apenas no campo econômico que há disparidades profundas entre as classes sociais no Brasil. Também no campo dos valores e do pensamento. Aborto, casamento gay e outros itens da agenda comportamental da esquerda, que o PT expressa melhor que qualquer outro partido no Brasil, esbarram no perfil conservador da maioria da população brasileira.
Esse o dado novo da campanha. Os partidos jamais o discutiram, atendo-se a temas econômicos, políticos, corporativos e ideológicos. Eis o que brota de toda essa discussão: a descoberta de que a maioria da população brasileira, sobretudo suas camadas média e baixa (mas não apenas), é conservadora.
Não referenda a agenda comportamental da vanguarda intelectual universitária. Ouve mais o padre e o pastor que o político, o sociólogo, o artista ou o intelectual. E foi de púlpitos e templos, na contramão do que vige em academias, palcos e tribunas, que começou a reviravolta da campanha.
Antes, prevalecia o discurso distributivista do PT, que o PSDB, mesmo invocando precedência em ações como o Bolsa Família, não conseguia superar. Dilma nadava de braçada.
Eis que alguns religiosos começaram a fuçar o programa de governo do PT e alguns documentos do governo Lula. Já havia antecedentes de protesto, que remontavam à edição do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), no final de 2008, que provocou um manifesto da CNBB em janeiro de 2009.
Lá, além da liberação do aborto, constava a proibição de símbolos religiosos em locais públicos. O governo, porém, recuara e o assunto parecia encerrado. Não estava. O PT o fez ressurgir ao inseri-lo no primeiro programa de governo de Dilma, registrado no TSE e rubricado pela candidata. Nova reação, novo recuo. Mas já era tarde.
Recomendações para que não se votasse no PT começaram a pipocar em templos e prelazias, país afora. Descobriu-se também que o PT expulsara dois deputados anti-abortistas. E que patrocina um projeto de lei (122), em tramitação no Senado, que criminaliza a pregação religiosa contra o homossexualismo.
Em busca de reduzir o prejuízo, Dilma passou a frequentar igrejas, comungar, rezar, pedir socorro a pastores e bispos aliados e a desdizer tudo o que sempre dissera, ao tempo em que nem desconfiava que isso lhe traria problemas.
Serra não precisou fazer nada. Como seu partido e ele próprio jamais se ocuparam desse tipo de questão – e como sempre declinou sua condição de católico, contrário ao aborto -, não precisou lutar contra suas próprias declarações. É agora beneficiário único de uma situação igualmente inesperada. Inesperada mas não irrelevante.
Por trás dela, há toda uma camada de valores a ser estudada pelos analistas sociais. O Brasil é simultaneamente um país laico e religioso. E isso perpassa todas as classes sociais. Seu estamento intelectual – e aí se incluem os políticos - não pensa como a maioria. Pior: nem sabia como essa maioria pensa.
Decifrá-lo é o primeiro passo para reduzir o abismo que separa sociedade e política no país – e esta campanha oferece essa oportunidade. Não adianta maldizer a realidade. Ela não deixará de ser real por isso.
Ruy Fabiano - 16.10.2010 / Blog do Noblat.
A pauta ideal de campanha não é a que partidos e candidatos estabelecem, mas a que o eleitor escolhe. Nesta eleição, prevalece, até aqui, acima de todos os temas, a chamada agenda religiosa.
Parcela ponderável (e respeitável) de analistas e cientistas políticos a considera uma agenda obscurantista. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, a chamou de “medieval”.
Em eleição, porém, discute-se para - e não com - o eleitor. Ele é o dono da jogada. Nenhum dos candidatos anteviu o afunilamento dos debates convergindo para um tema como o do aborto. Não era causa de ninguém, nem para defesa, nem para combate.
Mesmo a maior beneficiária da discussão, Marina Silva, do PV, sobre quem desembocaram os votos religiosos do primeiro turno, explorou a questão. Evitou-a sempre que abordada. É contra, mas convocaria um plebiscito para resolvê-la. Foi tudo o que disse, preocupada em afrontar a parcela progressista de seu eleitorado.
Chega-se ao segundo turno com o tema ainda pulsando, indiferente aos protestos de intelectuais e artistas. O que há, no entanto, por trás dele? Por que se tornou tão relevante saber se o candidato crê ou não em Deus, aprova ou não o casamento gay? Nenhum tema que brota espontaneamente da sociedade é irrelevante ou desprezível. Serve, quando nada, para mostrar seu perfil, inclinações, tendências e valores, até então ocultos.
E aí constata-se que não é apenas no campo econômico que há disparidades profundas entre as classes sociais no Brasil. Também no campo dos valores e do pensamento. Aborto, casamento gay e outros itens da agenda comportamental da esquerda, que o PT expressa melhor que qualquer outro partido no Brasil, esbarram no perfil conservador da maioria da população brasileira.
Esse o dado novo da campanha. Os partidos jamais o discutiram, atendo-se a temas econômicos, políticos, corporativos e ideológicos. Eis o que brota de toda essa discussão: a descoberta de que a maioria da população brasileira, sobretudo suas camadas média e baixa (mas não apenas), é conservadora.
Não referenda a agenda comportamental da vanguarda intelectual universitária. Ouve mais o padre e o pastor que o político, o sociólogo, o artista ou o intelectual. E foi de púlpitos e templos, na contramão do que vige em academias, palcos e tribunas, que começou a reviravolta da campanha.
Antes, prevalecia o discurso distributivista do PT, que o PSDB, mesmo invocando precedência em ações como o Bolsa Família, não conseguia superar. Dilma nadava de braçada.
Eis que alguns religiosos começaram a fuçar o programa de governo do PT e alguns documentos do governo Lula. Já havia antecedentes de protesto, que remontavam à edição do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), no final de 2008, que provocou um manifesto da CNBB em janeiro de 2009.
Lá, além da liberação do aborto, constava a proibição de símbolos religiosos em locais públicos. O governo, porém, recuara e o assunto parecia encerrado. Não estava. O PT o fez ressurgir ao inseri-lo no primeiro programa de governo de Dilma, registrado no TSE e rubricado pela candidata. Nova reação, novo recuo. Mas já era tarde.
Recomendações para que não se votasse no PT começaram a pipocar em templos e prelazias, país afora. Descobriu-se também que o PT expulsara dois deputados anti-abortistas. E que patrocina um projeto de lei (122), em tramitação no Senado, que criminaliza a pregação religiosa contra o homossexualismo.
Em busca de reduzir o prejuízo, Dilma passou a frequentar igrejas, comungar, rezar, pedir socorro a pastores e bispos aliados e a desdizer tudo o que sempre dissera, ao tempo em que nem desconfiava que isso lhe traria problemas.
Serra não precisou fazer nada. Como seu partido e ele próprio jamais se ocuparam desse tipo de questão – e como sempre declinou sua condição de católico, contrário ao aborto -, não precisou lutar contra suas próprias declarações. É agora beneficiário único de uma situação igualmente inesperada. Inesperada mas não irrelevante.
Por trás dela, há toda uma camada de valores a ser estudada pelos analistas sociais. O Brasil é simultaneamente um país laico e religioso. E isso perpassa todas as classes sociais. Seu estamento intelectual – e aí se incluem os políticos - não pensa como a maioria. Pior: nem sabia como essa maioria pensa.
Decifrá-lo é o primeiro passo para reduzir o abismo que separa sociedade e política no país – e esta campanha oferece essa oportunidade. Não adianta maldizer a realidade. Ela não deixará de ser real por isso.
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Segundo se diz., a temática do aborto e da religião veio à baila graças a um excelente trabalho feito pela internet, enviando emails com o assunto e textos demolidores sobre Dilma.A pauta ideal de campanha não é a que partidos e candidatos estabelecem, mas a que o eleitor escolhe.
Então, o eleitor não escolheu porra nenhuma.
Achar que o eleitor surgiu com estórias do tipo que "Dilma mata crianças, temer é satanista, Dilma vai matar o protestantes e Temer tem pacto com o diabo pela alma do Brasil", isso sim eu acho que é uma loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooga viagem.
Não vai demorar a aparecer um disco, que se tocado ao contrário, vai sair a voz do capeta cumprimentando a Dilma.
Só minha opinião.
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Começar um texto escrevendo uma bobagem desta é sim subestimar a inteligência de qualquer leitor. Que barbaridade.Carlos Mathias escreveu:Segundo se diz., a temática do aborto e da religião veio à baila graças a um excelente trabalho feito pela internet, enviando emails com o assunto e textos demolidores sobre Dilma.A pauta ideal de campanha não é a que partidos e candidatos estabelecem, mas a que o eleitor escolhe.
Então, o eleitor não escolheu porra nenhuma.
Achar que o eleitor surgiu com estórias do tipo que "Dilma mata crianças, temer é satanista, Dilma vai matar o protestantes e Temer tem pacto com o diabo pela alma do Brasil", isso sim eu acho que é uma loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooga viagem.
Não vai demorar a aparecer um disco, que se tocado ao contrário, vai sair a voz do capeta cumprimentando a Dilma.
Só minha opinião.
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Um milhão de panfletos (fora os que não pegaram) e é o eleitor que escolhe a pauta?
Vápokaraleo!
Vápokaraleo!
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Como já disse, o cabedal de sujeiras da oposição é inesgotável, e vem muito mais dessa vala, faltam duas semanas ainda. Como foi que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE) disse que era uma das táticas deles, "quebrar a confiança" da militância?
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Tiririca está em férias na praia, dizem assessores.
Deputado eleito com 1,3 milhões de votos evita a imprensa desde de que foi pedida a cassação de seu registro de candidatura
Daniela Almeida, iG São Paulo | 29/10/2010 16:43
O deputado federal eleito por São Paulo com 1,3 milhão de votos Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, estaria em férias e incomunicável em uma praia do Nordeste. A informação é da assessoria do PR nacional para explicar o fato de que, desde a eleição, Tiririca não foi mais encontrado para comentar a polêmica envolvendo o pedido de cassação do registro de sua candidatura.
No partido que o elegeu só um assessor de imprensa está autorizado a responder pelo deputado eleito e mesmo o advogado do candidato, Ricardo Vita Porto, não pode se pronunciar sobre o assunto. “O sujeito trabalhou oito meses, está numa praia e nem atende celular”, afirmou a assessoria do PR, que alega não poder comentar o caso porque o processo corre sob segredo de justiça.
Tiririca admite ajuda para redigir declaração
Votos de Tiririca ajudam a eleger Protógenes Queiroz e mais dois
Em eleição proporcional, 'puxador' de voto reforça coligações
Tiririca é eleito deputado federal
Ainda de acordo com a assessoria, apesar de ter domicílio eleitoral em São Paulo, Estado pelo qual foi eleito, Tiririca mora em Itapipoca, no Ceará.
O assunto Tiririca é evitado também no diretório do PR-SP, na capital paulista e até os funcionários não comentam qualquer informação que indique o paradeiro do parlamentar. “O que acontece no PR não diz respeito a ninguém”, respondeu uma integrante do partido ao ser questionada pelo iG se o deputado estava frequentando eventuais reuniões.
Em sua defesa entregue segunda-feira ao juiz Aloísio Silveira, da 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo, Tiririca admitiu que não redigiu sozinho a declaração à Justiça Eleitoral na qual afirma ser alfabetizado, informou esta semana o jornal O Estado de S.Paulo. Ele alegou que sua mulher o ajudou a escrever o documento sob o argumento de que os anos de atividade circense causaram lesão que dificulta a aproximação do dedo indicador ao polegar.
A confissão confirma laudo do Instituto de Criminalística, elaborado a pedido do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes, no qual peritos concluíram que "o autor dos manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração". No dia 1º deste mês, o promotor apresentou à Justiça um pedido de cassação do registro de Tiririca sob a acusação de falsidade documental e ideológica.
Abraços.
Deputado eleito com 1,3 milhões de votos evita a imprensa desde de que foi pedida a cassação de seu registro de candidatura
Daniela Almeida, iG São Paulo | 29/10/2010 16:43
O deputado federal eleito por São Paulo com 1,3 milhão de votos Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, estaria em férias e incomunicável em uma praia do Nordeste. A informação é da assessoria do PR nacional para explicar o fato de que, desde a eleição, Tiririca não foi mais encontrado para comentar a polêmica envolvendo o pedido de cassação do registro de sua candidatura.
No partido que o elegeu só um assessor de imprensa está autorizado a responder pelo deputado eleito e mesmo o advogado do candidato, Ricardo Vita Porto, não pode se pronunciar sobre o assunto. “O sujeito trabalhou oito meses, está numa praia e nem atende celular”, afirmou a assessoria do PR, que alega não poder comentar o caso porque o processo corre sob segredo de justiça.
Tiririca admite ajuda para redigir declaração
Votos de Tiririca ajudam a eleger Protógenes Queiroz e mais dois
Em eleição proporcional, 'puxador' de voto reforça coligações
Tiririca é eleito deputado federal
Ainda de acordo com a assessoria, apesar de ter domicílio eleitoral em São Paulo, Estado pelo qual foi eleito, Tiririca mora em Itapipoca, no Ceará.
O assunto Tiririca é evitado também no diretório do PR-SP, na capital paulista e até os funcionários não comentam qualquer informação que indique o paradeiro do parlamentar. “O que acontece no PR não diz respeito a ninguém”, respondeu uma integrante do partido ao ser questionada pelo iG se o deputado estava frequentando eventuais reuniões.
Em sua defesa entregue segunda-feira ao juiz Aloísio Silveira, da 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo, Tiririca admitiu que não redigiu sozinho a declaração à Justiça Eleitoral na qual afirma ser alfabetizado, informou esta semana o jornal O Estado de S.Paulo. Ele alegou que sua mulher o ajudou a escrever o documento sob o argumento de que os anos de atividade circense causaram lesão que dificulta a aproximação do dedo indicador ao polegar.
A confissão confirma laudo do Instituto de Criminalística, elaborado a pedido do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes, no qual peritos concluíram que "o autor dos manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração". No dia 1º deste mês, o promotor apresentou à Justiça um pedido de cassação do registro de Tiririca sob a acusação de falsidade documental e ideológica.
Abraços.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Ah, e a internet funciona sozinha agora? Tem vontade própria? O Skynet resolveu aderir à oposição? O Serra usou seus poderes psíquicos pra evitar que a Dilma ganhasse no primeiro e fazer com que ela ganhasse com pouco mais da metade dos votos válidos? Isso, vai desqualificando na tentativa de não enfrentar a realidade...... uma hora ela te acerta na cara aí você no chão desorientado sem saber o que fazer e perguntando "Alguem anotou a placa?".....Carlos Mathias escreveu:Segundo se diz., a temática do aborto e da religião veio à baila graças a um excelente trabalho feito pela internet, enviando emails com o assunto e textos demolidores sobre Dilma.A pauta ideal de campanha não é a que partidos e candidatos estabelecem, mas a que o eleitor escolhe.
Então, o eleitor não escolheu porra nenhuma.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
O LEGADO DE FHC.
"O Brasil vive hoje, com razoável grau de satisfação, dentro do legado construído por FHC. Um legado aprovado pela população e seguido por Lula."
22/09/2010 - Valor Econômico. Por Cristiano Romero.
Tornou-se um esporte nacional, há exatos 11 anos, falar mal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A se levar a sério o que é dito, seu governo foi um dos piores da história. O sucesso de público do governo Lula reforçou a zombaria. Hoje, até os aliados de FHC desistiram de defendê-lo. O ex-presidente parece não ter seguidores dentro do próprio partido, o PSDB. O que todos fingem esquecer é que o Brasil vive hoje, em grande medida, do legado de Fernando Henrique.
Como ministro da Fazenda, FHC fez o Plano Real, que debelou a hiperinflação. Não é pouco. A estabilidade de preços é um ativo político de valor incomparável, especialmente num país que sofreu por décadas com o infortúnio da inflação. Não foi à toa que deu a FHC duas vitórias presidenciais no primeiro turno. O presidente Lula descobriu, rapidamente, o valor da estabilidade. Em seu primeiro mandato, também deu prioridade ao combate à inflação, mas jamais comemorou o aniversário do real - em 2004, fez chegar a grandes empresários que não via com bons olhos a celebração da data.
FHC saneou o sistema financeiro nacional. Com a queda abrupta dos índices de preços, grandes bancos perderam receita inflacionária e fecharam as portas. A desconfiança dos depositantes era tanta que, se não fosse o mal-afamado Proer, a quebradeira poderia ter se generalizado. Hoje, Lula e seus ministros se orgulham do fato de o sistema bancário brasileiro ter atravessado, quase incólume, a pior crise financeira em 80 anos.
Fernando Henrique quebrou os monopólios estatais, criou agências independentes para regular os setores liberalizados e privatizou estatais. Não fez isso por razões ideológicas, mas por necessidade. Desde a crise da dívida, no início dos anos 80, o Estado brasileiro perdera a capacidade de investir. Era continuar drenando recursos para as estatais ou aplicá-los em áreas essenciais, como saúde e educação.
Tome-se o exemplo da Vale. Entre 1943, ano de sua fundação, e 1997, quando foi privatizada, a empresa investiu, em média, US$ 481 milhões por ano, e teve lucro líquido de US$ 192 milhões. De 1998 a 2009, investiu US$ 6,1 bilhões e lucrou US$ 4,6 bilhões. As exportações saltaram de US$ 1,1 bilhão para US$ 7,7 bilhões. O retorno para a sociedade foi além - o recolhimento de impostos pulou de US$ 31 milhões para US$ 1,093 bilhão por ano.
Na telefonia, em 1997, um ano antes da privatização, havia 21,5 milhões de telefones fixos e celulares no país, 13,4 por cada 100 habitantes. Em 2009, eram 215,4 milhões, com densidade de 112,1 por 100 habitantes. No caso da Petrobras, FHC não a privatizou, mas, ao abrir seu capital em 2001, tirou-a do marasmo, além de beneficiar milhares de trabalhadores, que usaram o FGTS para comprar ações da empresa. Nos cinco anos anteriores à abertura de capital, a estatal investia US$ 5 bilhões, em média, por ano. Em 2008, aplicou US$ 29 bilhões.
Hoje, tanto a Vale quanto a Petrobras são estrelas reluzentes do capitalismo brasileiro. O presidente Lula admira tanto as duas que costuma brincar com assessores, dizendo que, depois da presidência da República, gostaria de comandar a Petrobras; no caso da Vale, seu desejo é influir na gestão.
FHC reorganizou as finanças dos Estados. Em 1997-1998, renegociou suas dívidas. No ano 2000, sancionou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Privatizou a maioria dos bancos estaduais, fechando um ralo por onde escorriam bilhões de reais em desperdício e corrupção. Os três marcos foram fundamentais para sanear as contas dos governos estaduais, que nos anos recentes recuperaram, inclusive, a capacidade de investir.
Na área social, FHC universalizou o ensino fundamental, promoveu avanços na saúde e criou os programas de transferência de renda, que, na gestão Lula, foram unificados no Bolsa Família. Reformou ainda a previdência social e criou o fator previdenciário, dificultando a concessão de aposentadorias a quem tem menos de 50 anos.
Disseminou-se a ideia de que FHC perdeu popularidade porque quebrou os monopólios estatais, privatizou e mudou as regras de aposentadoria. Essa percepção não encontra abrigo nas evidências. Números do Datafolha mostram que, entre 1995 e 1998, a popularidade de FHC variou pouco nas faixas de ótimo/bom e regular - ambas sempre em torno de 40%. A rejeição esteve sempre abaixo de 20%, com exceção do fim de 1998, quando chegou a 25%.
FHC perdeu apoio popular quando o governo, no primeiro mês do segundo mandato, foi forçado a desvalorizar o real. Aquilo foi entendido pela população como uma quebra de confiança e uma ameaça à estabilidade. No seu pior momento, em setembro de 1999, apenas 13% dos brasileiros consideravam seu governo bom ou ótimo; 56% o rejeitavam.
A desvalorização foi o reflexo de um equívoco - a manutenção do real valorizado de maneira artificial por muito tempo, contrariando, inclusive, as opiniões de setores do governo. Outro grande erro foi ter proposto ao Congresso a emenda da reeleição, tirando proveito da mudança em benefício próprio - isso não invalida a importância da reeleição, mas o correto teria sido aprová-la para entrar em vigor no governo seguinte. Pode-se mencionar ainda a falta de planejamento que levou ao apagão.
A perda de popularidade de FHC fez com que os adversários espalhassem a ideia de que seu governo foi um desastre, o que, como se vê, está longe de ser verdade. Tudo passou a ser condenado, mesmo aquilo que, na época em que foi feito, tenha sido aprovado pela maioria da população, como de fato ocorreu. Trata-se de uma das maiores mistificações da história do país, afinal, o Brasil vive hoje, com razoável grau de satisfação, dentro do legado construído por FHC. Um legado aprovado pela população e seguido por Lula.
"O Brasil vive hoje, com razoável grau de satisfação, dentro do legado construído por FHC. Um legado aprovado pela população e seguido por Lula."
22/09/2010 - Valor Econômico. Por Cristiano Romero.
Tornou-se um esporte nacional, há exatos 11 anos, falar mal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A se levar a sério o que é dito, seu governo foi um dos piores da história. O sucesso de público do governo Lula reforçou a zombaria. Hoje, até os aliados de FHC desistiram de defendê-lo. O ex-presidente parece não ter seguidores dentro do próprio partido, o PSDB. O que todos fingem esquecer é que o Brasil vive hoje, em grande medida, do legado de Fernando Henrique.
Como ministro da Fazenda, FHC fez o Plano Real, que debelou a hiperinflação. Não é pouco. A estabilidade de preços é um ativo político de valor incomparável, especialmente num país que sofreu por décadas com o infortúnio da inflação. Não foi à toa que deu a FHC duas vitórias presidenciais no primeiro turno. O presidente Lula descobriu, rapidamente, o valor da estabilidade. Em seu primeiro mandato, também deu prioridade ao combate à inflação, mas jamais comemorou o aniversário do real - em 2004, fez chegar a grandes empresários que não via com bons olhos a celebração da data.
FHC saneou o sistema financeiro nacional. Com a queda abrupta dos índices de preços, grandes bancos perderam receita inflacionária e fecharam as portas. A desconfiança dos depositantes era tanta que, se não fosse o mal-afamado Proer, a quebradeira poderia ter se generalizado. Hoje, Lula e seus ministros se orgulham do fato de o sistema bancário brasileiro ter atravessado, quase incólume, a pior crise financeira em 80 anos.
Fernando Henrique quebrou os monopólios estatais, criou agências independentes para regular os setores liberalizados e privatizou estatais. Não fez isso por razões ideológicas, mas por necessidade. Desde a crise da dívida, no início dos anos 80, o Estado brasileiro perdera a capacidade de investir. Era continuar drenando recursos para as estatais ou aplicá-los em áreas essenciais, como saúde e educação.
Tome-se o exemplo da Vale. Entre 1943, ano de sua fundação, e 1997, quando foi privatizada, a empresa investiu, em média, US$ 481 milhões por ano, e teve lucro líquido de US$ 192 milhões. De 1998 a 2009, investiu US$ 6,1 bilhões e lucrou US$ 4,6 bilhões. As exportações saltaram de US$ 1,1 bilhão para US$ 7,7 bilhões. O retorno para a sociedade foi além - o recolhimento de impostos pulou de US$ 31 milhões para US$ 1,093 bilhão por ano.
Na telefonia, em 1997, um ano antes da privatização, havia 21,5 milhões de telefones fixos e celulares no país, 13,4 por cada 100 habitantes. Em 2009, eram 215,4 milhões, com densidade de 112,1 por 100 habitantes. No caso da Petrobras, FHC não a privatizou, mas, ao abrir seu capital em 2001, tirou-a do marasmo, além de beneficiar milhares de trabalhadores, que usaram o FGTS para comprar ações da empresa. Nos cinco anos anteriores à abertura de capital, a estatal investia US$ 5 bilhões, em média, por ano. Em 2008, aplicou US$ 29 bilhões.
Hoje, tanto a Vale quanto a Petrobras são estrelas reluzentes do capitalismo brasileiro. O presidente Lula admira tanto as duas que costuma brincar com assessores, dizendo que, depois da presidência da República, gostaria de comandar a Petrobras; no caso da Vale, seu desejo é influir na gestão.
FHC reorganizou as finanças dos Estados. Em 1997-1998, renegociou suas dívidas. No ano 2000, sancionou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Privatizou a maioria dos bancos estaduais, fechando um ralo por onde escorriam bilhões de reais em desperdício e corrupção. Os três marcos foram fundamentais para sanear as contas dos governos estaduais, que nos anos recentes recuperaram, inclusive, a capacidade de investir.
Na área social, FHC universalizou o ensino fundamental, promoveu avanços na saúde e criou os programas de transferência de renda, que, na gestão Lula, foram unificados no Bolsa Família. Reformou ainda a previdência social e criou o fator previdenciário, dificultando a concessão de aposentadorias a quem tem menos de 50 anos.
Disseminou-se a ideia de que FHC perdeu popularidade porque quebrou os monopólios estatais, privatizou e mudou as regras de aposentadoria. Essa percepção não encontra abrigo nas evidências. Números do Datafolha mostram que, entre 1995 e 1998, a popularidade de FHC variou pouco nas faixas de ótimo/bom e regular - ambas sempre em torno de 40%. A rejeição esteve sempre abaixo de 20%, com exceção do fim de 1998, quando chegou a 25%.
FHC perdeu apoio popular quando o governo, no primeiro mês do segundo mandato, foi forçado a desvalorizar o real. Aquilo foi entendido pela população como uma quebra de confiança e uma ameaça à estabilidade. No seu pior momento, em setembro de 1999, apenas 13% dos brasileiros consideravam seu governo bom ou ótimo; 56% o rejeitavam.
A desvalorização foi o reflexo de um equívoco - a manutenção do real valorizado de maneira artificial por muito tempo, contrariando, inclusive, as opiniões de setores do governo. Outro grande erro foi ter proposto ao Congresso a emenda da reeleição, tirando proveito da mudança em benefício próprio - isso não invalida a importância da reeleição, mas o correto teria sido aprová-la para entrar em vigor no governo seguinte. Pode-se mencionar ainda a falta de planejamento que levou ao apagão.
A perda de popularidade de FHC fez com que os adversários espalhassem a ideia de que seu governo foi um desastre, o que, como se vê, está longe de ser verdade. Tudo passou a ser condenado, mesmo aquilo que, na época em que foi feito, tenha sido aprovado pela maioria da população, como de fato ocorreu. Trata-se de uma das maiores mistificações da história do país, afinal, o Brasil vive hoje, com razoável grau de satisfação, dentro do legado construído por FHC. Um legado aprovado pela população e seguido por Lula.
- soultrain
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Que lavagem mentirosa.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Mais uma tentativa tosca de reinventar a história.soultrain escreveu:Que lavagem mentirosa.
[]´s
- Clermont
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
PRAGMATISMO.
Por Merval Pereira - O GLOBO - 7.11.2010.
Estamos tendo um exemplo em tempo real do estilo lulista pragmático de governar. Nos últimos dois anos, para eleger sua candidata à presidência da República, o governo aumentou os gastos públicos e foi generoso com aposentados, pensionistas e funcionários públicos. Aumentou o alcance e o valor de programas sociais como o Bolsa-Família.
Reduziu o superávit primário, e fez malabarismos fiscais para parecer que continuava cuidando do equilíbrio das contas públicas.
Atingido o objetivo, a austeridade toma conta novamente do governo, que anuncia através do Ministro do Planejamento Paulo Bernardo, cotado para permanecer no governo Dilma em posição estratégica, que não há mais espaços para novas “bondades”.
Até mesmo a idéia de alterar a legislação que define o reajuste do salário mínimo, lançada pelas centrais sindicais e recebida com simpatia pela presidente eleita, foi rechaçada pelo Ministro, certamente assumindo o papel de “homem mau” do governo para livrar Dilma Rousseff do problema.
Sua argumentação é irrepreensível: se há uma legislação que define o reajuste do salário-mínimo pela média do crescimento do PIB dos dois últimos anos, não é possível mudá-la apenas por que, circunstancialmente, seu resultado não permite um aumento real devido ao crescimento negativo do PIB em 2009.
Também os governadores eleitos do PSB assumem a idéia de relançar a CPMF, incentivada pelo próprio presidente Lula, para tirar do futuro governo o peso de ter que quebrar a promessa de não aumentar a já alta carga tributária brasileira.
A desculpa de que a volta da nefasta contribuição é necessária por que a demanda da saúde é “infinita”, na explicação do governador eleito do PSDB Antonio Anastasia, de Minas, serve só para encobrir a real necessidade de mais dinheiro para sustentar os gastos que já foram contratados para o futuro.
O fato inquestionável é que os gastos com a saúde pública permaneceram inalterados depois da extinção da CPMF, e a arrecadação do governo acrescentou aos cofres públicos o equivalente a duas CPMFs, aumentando em cerca de 3% do PIB nos oito anos.
Esse movimento pela recriação da CPMF está colocando em movimento novamente as mesmas forças que levaram à sua extinção, em 2007.
E um dos mais destacados líderes empresariais, naquela ocasião e agora, é Paulo Skaf, da Fiesp, que se candidatou ao governo de São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), numa dessas paradoxais bobagens que a política brasileira permite.
Lula, ao saber que as associações empresariais de Santa Catarina estão protestando contra a possibilidade de volta da CPMF e também da desindustrialização do estado devido à guerra fiscal, destilou todo seu ressentimento com a vitória da oposição no Estado: “E eles votaram em quem”, perguntou na reunião ministerial.
Ainda mais que o líder do movimento Xô CPMF foi o deputado federal Paulo Bornhausen, do DEM, que já está novamente em campo contra o ressurgimento da contribuição.
O mesmo pragmatismo Lula adotou na sua fala ao povo brasileiro para saudar a eleição realizada. Pediu que oposição e governo se respeitassem pelo bem da democracia, como se esse tivesse sido seu comportamento como líder político em todos os momentos em que foi derrotado.
Não foram poucos, e sempre Lula recusou-se a aceitar o governo eleito contra ele como legítimo, e nem mesmo quando houve a crise institucional provocada pelo impedimento de Collor ele aceitou participar do governo de união nacional de Itamar Franco.
A oposição brasileira, que saiu da urna fortalecida em relação às eleições anteriores, mas enfraquecida no Congresso, debate publicamente qual deve ser sua atitude daqui para frente.
Como bem ressalta o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC do Rio, o poder político deslocou-se de São Paulo para Minas na atual situação.
A presidente eleita Dilma Rousseff é mineira de nascimento e soube usar esse trunfo na eleição. Certamente essa origem recuperada pela política ajudou-a a manter a diferença a seu favor nos dois turnos, aliado ao fato de que há um sentimento em Minas de frustração em relação aos paulistas, mais imediatamente devido à disputa no PSDB para a indicação do presidente que relegou Aécio Neves, como destacou o ex-presidente Itamar Franco, senador eleito por Minas.
Mas também em termos históricos, como ressalta Romero Jacob, atingindo o próprio Itamar: os mineiros ajudaram a tirar os paulistas do poder em 1930 e os recolocaram de volta em 1994.
Romero Jacob ressalta que São Paulo, o principal estado brasileiro, ficou fora do comando da federação por 64 anos: de 1930 a 1994, tirando os nove meses de Jânio Quadros e o período dos militares, “isso porque mineiros e gaúchos se uniram contra os paulistas”.
O candidato do ex-presidente Itamar Franco à sua sucessão era o deputado federal Antonio Britto, político gaúcho, revivendo a velha aliança de Minas com o Rio Grande do Sul.
E, como Britto não quis, ele apoiou Fernando Henrique, esperando voltar à política do “café com leite”, e se sentiu traído pela reeleição. “Fernando Henrique fez com Itamar o mesmo que Washington Luiz fizera em 1929, quando não apoiou Antonio Carlos, presidente de Minas”, relembra.
O líder natural da oposição, depois da derrota de Serra, é o mineiro Aécio Neves que, com apoio de partidos da base governista, já ensaia articulações políticas que, se dificilmente o levarão agora à presidência do Senado, certamente plantarão sementes para futuras ações políticas mais conseqüentes.
Também capazes de acordos pragmáticos, partidos de oposição com os da base governista como PSB e PP organizam uma aliança que se contraponha à força do PT e PMDB, que querem dividir entre eles, que detém as maiores bancadas, o poder nas duas Casas do Congresso.
São movimentos incipientes, mas que já demonstram que o alto grau de fragmentação da base governista, e a inexperiência da presidente eleita nesses jogos parlamentares, podem permitir que a oposição tenha mais campo de manobra do que inicialmente previsto.
Desde, é claro, que consigam se entender entre eles.
Por Merval Pereira - O GLOBO - 7.11.2010.
Estamos tendo um exemplo em tempo real do estilo lulista pragmático de governar. Nos últimos dois anos, para eleger sua candidata à presidência da República, o governo aumentou os gastos públicos e foi generoso com aposentados, pensionistas e funcionários públicos. Aumentou o alcance e o valor de programas sociais como o Bolsa-Família.
Reduziu o superávit primário, e fez malabarismos fiscais para parecer que continuava cuidando do equilíbrio das contas públicas.
Atingido o objetivo, a austeridade toma conta novamente do governo, que anuncia através do Ministro do Planejamento Paulo Bernardo, cotado para permanecer no governo Dilma em posição estratégica, que não há mais espaços para novas “bondades”.
Até mesmo a idéia de alterar a legislação que define o reajuste do salário mínimo, lançada pelas centrais sindicais e recebida com simpatia pela presidente eleita, foi rechaçada pelo Ministro, certamente assumindo o papel de “homem mau” do governo para livrar Dilma Rousseff do problema.
Sua argumentação é irrepreensível: se há uma legislação que define o reajuste do salário-mínimo pela média do crescimento do PIB dos dois últimos anos, não é possível mudá-la apenas por que, circunstancialmente, seu resultado não permite um aumento real devido ao crescimento negativo do PIB em 2009.
Também os governadores eleitos do PSB assumem a idéia de relançar a CPMF, incentivada pelo próprio presidente Lula, para tirar do futuro governo o peso de ter que quebrar a promessa de não aumentar a já alta carga tributária brasileira.
A desculpa de que a volta da nefasta contribuição é necessária por que a demanda da saúde é “infinita”, na explicação do governador eleito do PSDB Antonio Anastasia, de Minas, serve só para encobrir a real necessidade de mais dinheiro para sustentar os gastos que já foram contratados para o futuro.
O fato inquestionável é que os gastos com a saúde pública permaneceram inalterados depois da extinção da CPMF, e a arrecadação do governo acrescentou aos cofres públicos o equivalente a duas CPMFs, aumentando em cerca de 3% do PIB nos oito anos.
Esse movimento pela recriação da CPMF está colocando em movimento novamente as mesmas forças que levaram à sua extinção, em 2007.
E um dos mais destacados líderes empresariais, naquela ocasião e agora, é Paulo Skaf, da Fiesp, que se candidatou ao governo de São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), numa dessas paradoxais bobagens que a política brasileira permite.
Lula, ao saber que as associações empresariais de Santa Catarina estão protestando contra a possibilidade de volta da CPMF e também da desindustrialização do estado devido à guerra fiscal, destilou todo seu ressentimento com a vitória da oposição no Estado: “E eles votaram em quem”, perguntou na reunião ministerial.
Ainda mais que o líder do movimento Xô CPMF foi o deputado federal Paulo Bornhausen, do DEM, que já está novamente em campo contra o ressurgimento da contribuição.
O mesmo pragmatismo Lula adotou na sua fala ao povo brasileiro para saudar a eleição realizada. Pediu que oposição e governo se respeitassem pelo bem da democracia, como se esse tivesse sido seu comportamento como líder político em todos os momentos em que foi derrotado.
Não foram poucos, e sempre Lula recusou-se a aceitar o governo eleito contra ele como legítimo, e nem mesmo quando houve a crise institucional provocada pelo impedimento de Collor ele aceitou participar do governo de união nacional de Itamar Franco.
A oposição brasileira, que saiu da urna fortalecida em relação às eleições anteriores, mas enfraquecida no Congresso, debate publicamente qual deve ser sua atitude daqui para frente.
Como bem ressalta o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC do Rio, o poder político deslocou-se de São Paulo para Minas na atual situação.
A presidente eleita Dilma Rousseff é mineira de nascimento e soube usar esse trunfo na eleição. Certamente essa origem recuperada pela política ajudou-a a manter a diferença a seu favor nos dois turnos, aliado ao fato de que há um sentimento em Minas de frustração em relação aos paulistas, mais imediatamente devido à disputa no PSDB para a indicação do presidente que relegou Aécio Neves, como destacou o ex-presidente Itamar Franco, senador eleito por Minas.
Mas também em termos históricos, como ressalta Romero Jacob, atingindo o próprio Itamar: os mineiros ajudaram a tirar os paulistas do poder em 1930 e os recolocaram de volta em 1994.
Romero Jacob ressalta que São Paulo, o principal estado brasileiro, ficou fora do comando da federação por 64 anos: de 1930 a 1994, tirando os nove meses de Jânio Quadros e o período dos militares, “isso porque mineiros e gaúchos se uniram contra os paulistas”.
O candidato do ex-presidente Itamar Franco à sua sucessão era o deputado federal Antonio Britto, político gaúcho, revivendo a velha aliança de Minas com o Rio Grande do Sul.
E, como Britto não quis, ele apoiou Fernando Henrique, esperando voltar à política do “café com leite”, e se sentiu traído pela reeleição. “Fernando Henrique fez com Itamar o mesmo que Washington Luiz fizera em 1929, quando não apoiou Antonio Carlos, presidente de Minas”, relembra.
O líder natural da oposição, depois da derrota de Serra, é o mineiro Aécio Neves que, com apoio de partidos da base governista, já ensaia articulações políticas que, se dificilmente o levarão agora à presidência do Senado, certamente plantarão sementes para futuras ações políticas mais conseqüentes.
Também capazes de acordos pragmáticos, partidos de oposição com os da base governista como PSB e PP organizam uma aliança que se contraponha à força do PT e PMDB, que querem dividir entre eles, que detém as maiores bancadas, o poder nas duas Casas do Congresso.
São movimentos incipientes, mas que já demonstram que o alto grau de fragmentação da base governista, e a inexperiência da presidente eleita nesses jogos parlamentares, podem permitir que a oposição tenha mais campo de manobra do que inicialmente previsto.
Desde, é claro, que consigam se entender entre eles.