GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: GEOPOLÍTICA

#2866 Mensagem por Sterrius » Qua Out 06, 2010 5:36 pm

Como falei em outro topico.

Se os ganhos diplomaticos forem bons. Tenho certeza que a marinha achará uma solução. :wink:




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Re: GEOPOLÍTICA

#2867 Mensagem por Rock n Roll » Qui Out 07, 2010 12:23 am

Sterrius escreveu:Como falei em outro topico.

Se os ganhos diplomaticos forem bons. Tenho certeza que a marinha achará uma solução. :wink:
Dois pontos: Ou criam a$ condiçõe$ para a Marinha achar uma $$$$olução, ou estará montado o cenário para um grande problema de difícil solução.




Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
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Re: GEOPOLÍTICA

#2868 Mensagem por marcelo l. » Qui Out 07, 2010 10:52 pm

Não é por que eu goste dele ou das idéias que não sejam importantes até para diferenciar o debate e posições...

Por Fernando Henrique Cardoso*

A despeito das bazófias presidenciais, que, vez por outra, voltam ao bordão de que “hoje não nos agachamos mais” perante o mundo, se há setor no qual o Brasil ganhou credibilidade e, portanto, o respeito internacional foi no das relações exteriores. Elas sempre foram orientadas por valores e estiveram intransigentemente fincadas no terreno do interesse nacional. A demagogia presidencial não passa de surto de ego deslumbrado, que desrespeita os fatos e mesmo a dignidade do País.

Com exceção dos flertes com o totalitarismo europeu durante o Estado Novo, sempre nos orientamos pela defesa dos valores democráticos, pela busca da paz entre as nações, por sua igualdade jurídica e pela defesa de nossos interesses econômicos. Com toda a dificuldade do período da guerra fria - quando os governos militares se opuseram ao mundo soviético e a seus aliados -, não nos distanciamos do que então se chamava de Terceiro Mundo. Se não nos juntamos propriamente ao grupo dos “não-alinhados”, dele sempre estivemos próximos. Terminada a guerra fria, restabelecemos relações com os países do campo socialista, Cuba e China à frente, voltamos a estar mais ativamente presentes na África, apoiamos o Conselho de Segurança da ONU nos conflitos entre Israel e a Palestina, sustentamos a posição favorável à criação de “dois Estados” e o respeito às fronteiras de 1967 e nunca nos solidarizamos com o grito de “delenda Israel” nem com as afrontas de negação do Holocausto.

Seguindo esta mesma linha, assinamos o Tratado de Não-Proliferação de armas atômicas (TNP), com ressalvas quanto à manutenção dos arsenais pelos “grandes”, fomos críticos das invasões unilaterais no Iraque e só aceitamos a intervenção no Afeganistão graças à supervisão das ações bélicas pela ONU. A reação ao unilateralismo foi tanta que em discurso na Assembleia Nacional da França cheguei a aludir à similitude entre o unilateralismo e o terrorismo, provocando certo mal-estar em Washington. Procedemos de igual modo na defesa de nossos interesses como país em desenvolvimento. No dia em que se publicarem as cartas que dirigi aos chefes de Estado do G-7 se verá que predicávamos desde então maior regulação financeira no plano global e maior controle do FMI e do Banco Mundial pelos países emergentes. Reivindicamos nossos direitos comerciais na OMC, a começar pelo caso do algodão, e, no caso das patentes farmacêuticas, defendemos vitoriosamente em Doha o ponto de vista de que a vida conta mais que o lucro. Todas estas políticas tiveram desdobramentos positivos no atual governo.

Temos, portanto, credenciais de sobra para exercer uma ação mais efetiva na condução dos negócios do mundo. A hegemonia norte-americana vem diminuindo pelo fortalecimento econômico dos Brics (metáfora que abrange não só os quatro países, mas vários novos atores econômicos), especialmente da China, pela presença da União Europeia e também vem sendo minada pelas rebeliões do mundo árabe e muçulmano, como o próprio governo Obama reconhece. É natural, portanto, que o Brasil insista em sentar-se à mesa dos tomadores de decisões globais. Sendo assim, por que a celeuma causada pela tentativa de acordo entre Irã e a comunidade internacional empreendida pelo governo brasileiro? Há duas ordens distintas de questões para explicar o porquê de tanto barulho. A primeira é a falta de clareza entre a ação empreendida e os valores fundamentais que orientam nossa política externa. A segunda é a forma um tanto retórica e pretensiosa que ela vem assumindo.

Quanto ao primeiro ponto, como compatibilizar o repúdio às armas nucleares com a autonomia decisória dos povos? Esta abrange inclusive o direito ao conhecimento de novas tecnologias, mesmo as “duais”, que tanto podem ser usadas para a paz como para a guerra. Em nosso caso, conseguimos, por exemplo, dominar a técnica de foguetes propulsores de satélites (e quem lança satélite pode lançar mísseis). Ninguém desconfia, entretanto, de que a utilizaremos para a guerra, até porque obedecemos às regras do acordo internacional que regula a matéria. Do mesmo modo, dominamos o ciclo completo de enriquecimento do urânio. Mas não cabem dúvidas de que não estamos fazendo a bomba atômica, não só porque nossa Constituição proíbe, mas porque inexistem ameaças externas e porque submetemos o enriquecimento do urânio (guardado o sigilo da tecnologia usada) ao duplo controle de um tratado de fiscalização recíproca com a Argentina e da Agência Internacional de Energia Atômica.

É precisamente isto que falta no caso do Irã: a confiabilidade internacional nos propósitos pacíficos do domínio da tecnologia. E é isso que o governo americano alega para recusar a intermediação obtida, ao reafirmar que a quantidade de urânio já disponível, mesmo descontada a quantidade a ser remetida para enriquecimento no exterior, permitiria a fabricação da bomba. O xis da questão, portanto, seria a obtenção pelo Brasil e pela Turquia de garantias mais efetivas de que tal não acontecerá. Deixando de lado as alegações recíprocas sobre se houve o estímulo americano à ação intermediadora (que para quem quer ter uma posição independente na política externa é de somenos), uma ação eficaz para evitar o confronto e as sanções - posição coerente com nossa tradição negociadora - deveria buscar desfazer a sensação da maioria da comunidade internacional de que o governo iraniano está ganhando tempo para seguir em seus propósitos nucleares.

Neste ponto a retórica dos atores brasileiros parece ter falhado. O levantar de mãos de Ahmadinejad e Lula, à moda futebolística, e as declarações presunçosas do presidente brasileiro, passando a impressão de que havíamos dado um drible nas “grandes potências”, digno de Copa do Mundo, reforçaram a sensação de que estaríamos (no que não creio) nos bandeando para o “outro lado”. E em política internacional, mais do que em geral, cosi è (se vi pare).

*SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA




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Re: GEOPOLÍTICA

#2869 Mensagem por marcelo l. » Qui Out 07, 2010 11:04 pm

Artigo importante 26 páginas, Rubem Ricupero para aumentar a curiosidade deixo a página 24...

"O Brasil, porém, parece vacilar entre perseverar no caminho pacífico que lhe valeu o prestígio até agora ou passar a agir como aqueles que sempre criticou com razão.
A não ser que a ambigüidade sobre proliferação esconda uma reserva mental para eventual reviravolta futura, em linha com o programa de armamentos dispendiosos como o submarino nuclear, os aviões caça e outros projetos recentes que evocam o fantasma do retorno aos sonhos de Brasil Grande Potência da ditadura (aliás, o argumento da soberania invocado às vezes para justificar os votos brasileiros no Conselho de Direitos Humanos é exatamente o mesmo brandido pelos militares no passado)".

"A miopia de um falso “realismo” concentrado em ganhos de prestígio sem maior substância acaba por levar ao desperdício de oportunidades de construir algo muito mais valioso. É o que se constata na área onde o Brasil teria melhores condições para reclamar o status de potência, o de potência ambiental. Graças às características da matriz energética e do seu baixo custo potencial de redução de emissões, o país poderia, sem afetar interesses econômicos relevantes, tornar-se símbolo de uma política pró-ativa como primeiro grande país em desenvolvimento a aceitar metas de redução. Em lugar de servir de instrumento
à China e à Índia na resistência a avanços nas negociações sobre mudança climática, o governo brasileiro deveria voltar a desempenhar, como fez durante a grande conferência do Rio de Janeiro em 1992, o papel de intermediário e facilitador de um acordo histórico entre as nações avançadas e os países em desenvolvimento, o que significaria de fato uma vitória diplomática consagradora não só para o Brasil, mas para toda a humanidade".



novosestudos.uol.com.br/acervo/download.asp?idMateria=1389
artigo em PDF...


visualização rápida de todo arquivo
http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cac ... HM9fYX7zCg




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Re: GEOPOLÍTICA

#2870 Mensagem por suntsé » Sex Out 08, 2010 1:26 pm

Esse Rubens Recupero é o que existe de mais despresivel na hístoriado Brasil. È a Mentalidade do Sub-desenvolvimento em pessoa.

Estes escrotos querem que o Brasil seja um Canadá da vida, mais esquecem que até o Canadá tem empresas de ponta, Desenvolve Soluções de Ponta, um Sistema Educacional de Ponta, È um país em que as empresas possuem uma cultura de inovação. E pessoas depresiveis como ele (Ricupero) combatem dotosos projetos estratégicos que poderiam colocar o Brasil nesse rumo.

Eu gostaria que o Brasil tivese uma qualidade de vida como o Canadá, mais com forças armadas como as de Israel 8-]




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Re: GEOPOLÍTICA

#2871 Mensagem por marcelo l. » Sáb Out 09, 2010 11:50 am

http://planobrasil.com/2010/10/08/guerr ... o-inimigo/

A quarta guerra mundial já começou. Enquanto você descansa, enquanto você consome, enquanto você goza os espetáculos oferecidos pelo sistema, um exército invisível está se apoderando de sua mente, de sua conduta e de suas emoções. Sua vontade está sendo tomada por forças de ocupação invisíveis sem que você suspeite de nada. As batalhas já não se desenrolam em espaços distantes, mas em sua própria cabeça. Já não se trata de uma guerra por conquista de territórios, mas de uma guerra por conquista de cérebros, onde você é o alvo principal. O objetivo já não é apenas matar, mas fundamentalmente controlar. As balas já não se dirigem apenas a seu corpo, mas às suas contradições e vulnerabilidades psicológicas. Sua conduta está sendo checada, monitorada e controlada por especialistas. Sua mente e sua psicologia estão sendo submetidas a operações extremas de guerra de quarta geração. Uma guerra sem frentes nem retaguardas, uma guerra sem tanques nem fuzis, onde você é, ao mesmo tempo, a vítima e o algoz.

1. A guerra de quarta geração

Guerra de quarta geração (Fourth Generation Warfare – 4GW) é o termo usado pelos analistas e estrategistas militares para descrever a última fase da guerra na era da tecnologia da informação e das comunicações globalizadas.

Em 1989 começou a formulação da teoria da 4GW quando William Lind e quatro oficiais do exército e dos fuzileiros navais dos Estados Unidos produziram o documento “O rosto da guerra em transformação: até a quarta geração”. Naquele ano, o documento foi publicado simultaneamente na edição de outubro da Military Review e na Marine Corps Gazette. Embora no início da década de noventa a teoria não tenha sido detalhada, nem tenha ficado expresso claramente o que se entendia por 4GW, o conceito foi logo associado à guerra assimétrica e à guerra antiterrorista.

William Lind escreveu seu esboço de teoria no momento em que a União Soviética já havia sido derrotada no Afeganistão e iniciava seu colapso inevitável como sistema de poder mundial.

Portanto, a Guerra de Quarta Geração era visualizada como uma hipótese de conflito emergente do pós-Guerra Fria, tanto que alguns analistas relacionam seu ponto de partida histórico com os atentados terroristas de 11 de setembro [de 2001] nos Estados Unidos.

Quanto à evolução das fases de guerra até a quarta geração, foi descrita assim:

Fase inicial: Arranca com a aparição das armas de fogo e alcança sua expressão máxima com as guerras napoleônicas. As formações de infantaria e a “ordem” no campo de batalha constituem seus principais objetivos e o enfrentamento entre massas de homens, sua essência. A Guerra de Primeira Geração corresponde aos enfrentamentos com táticas de linhas e colunas.

Segunda fase: Começa com o advento da Revolução Industrial e a disponibilidade no campo de batalha dos meios capazes de deslocar grandes massas de pessoas e disparar poderosos projéteis de artilharia. O enfrentamento de potência contra potência e o emprego de grandes recursos constituem a marca essencial desta geração. A Primeira Guerra Mundial é seu exemplo paradigmático.

Terceira fase: Caracteriza-se pela busca da neutralização da potência do inimigo mediante a descoberta dos flancos débeis, com a finalidade de anular a capacidade de operação, sem necessidade da destruição física do inimigo. A Guerra de Terceira Geração foi desenvolvida pelo exército alemão no conflito mundial de 1939-1945 e é comumente conhecida como “guerra relâmpago” (Blitzkrieg). Não se baseia na potência de fogo, mas na velocidade e surpresa. Esta etapa se identifica com o emprego da guerra psicológica e táticas de infiltração na retaguarda do inimigo durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1991, o professor da Universidade Hebraica de Jerusalém Martin van Creveld publicou um livro intitulado “A transformação da guerra”, que daria sustento intelectual à teoria da 4GW.

O autor afirma que a guerra evoluiu até o ponto em que a teoria de Clausewitz se tornou obsoleta.

Van Creveld prevê que no futuro as bases militares serão substituídas por esconderijos e depósitos e o controle da população se efetuará mediante uma mistura de propaganda e terror.

As forças regulares serão transformadas em algo diferente do que tem sido tradicionalmente, assinala van Creveld. Ele também prevê o desaparecimento dos principais sistema de combate convencionais e a conversão das guerras em conflitos de baixa intensidade (também chamadas Guerras Assimétricas).

A versão antiterrorista

Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro [de 2001] nos Estados Unidos, a Guerra de Quarta Geração se complementa com o uso do “terrorismo midiatizado” como estratégia e sistema avançado de manipulação e controle social.

Produz-se pela primeira vez o uso sistematizado do “terrorismo” (realizado por grupos de operação infiltrados na sociedade civil), complementado pela Operações Psicológicas Midiáticas orientados para o aproveitamento social, político e militar do fato “terrorista”. A Guerra Antiterrorista (uma variação complementar da Guerra de Quarta Geração) confunde as fronteiras tradicionais entre “front amigo” e “front inimigo” e situa como eixo estratégico de disputa a guerra contra um inimigo universal invisível, disseminado por todo o planeta: o terrorismo.

A lógica do “novo inimigo” da humanidade, identificado com o terrorismo depois de 11 de setembro, se articula operacionalmente a partir da “Guerra Antiterrorista”, que compensa a desaparição do “inimigo estratégico” do capitalismo no campo internacional da Guerra Fria: a União Soviética.

A “guerra preventiva” contra o “terrorismo” (como veremos mais adiante) produz um salto qualitativo na metodologia e nos recursos estratégicos da Guerra de Quarta Geração a serviço dos interesses imperiais da potência hegemônica do sistema capitalista: Estados Unidos.

A guerra entre potências, expressa no confronto Leste-Oeste, desaparece com a União Soviética e é substituída, a partir do 11 de setembro, pela “Guerra Antiterrorista” liderada por todas as potências e pelo império (Estados Unidos) contra apenas um inimigo: o terrorismo “sem fronteiras”.

O desenvolvimento tecnológico e informativo, a globalização da mensagem e a capacidade de influir na opinião pública mundial converteram a Guerra Psicológica Midiática na arma estratégica dominante da 4GW, em sua variação “antiterrorista”.

As operações com unidades militares são substituídas por operações com unidades midiáticas e a ação psicológica substitui as armas no teatro da confrontação.

Desta maneira, a partir do 11 de setembro a “Guerra Antiterrorista” e a “Guerra Psicológica” formam as duas colunas estratégicas que sustentam a Guerra de Quarta Geração, com os meios de comunicação convertidos em novos exércitos de conquista.

2. Guerra Psicológica (ou Guerra sem fuzis)

Na definição conceitual atual, a coluna vertebral da Guerra de Quarta Geração se enquadra no conceito de “guerra psicológica”, ou “guerra sem fuzis”, que foi assim chamada, pela primeira vez, nos manuais de estratégia militar da década de setenta.
Em sua definição técnica, “Guerra Psicológica” ou “Guerra Sem Fuzis” é o emprego planejado da propaganda e da ação psicológica orientadas a direcionar condutas, em busca de objetivos de controle social, político ou militar, sem recorrer ao uso das armas.

Os exércitos militares são substituídos por grupos de operação descentralizados, especialistas em insurgência e contrainsurgência e por especialistas em comunicação e psicologia de massas.

O desenvolvimento tecnológico e informático da era das comunicações, a globalização da mensagem e as capacidades para influenciar a opinião pública mundial converteram as operações de ação psicológica midiática na arma estratégica dominante da 4GW.

Como na guerra militar, um plano de guerra psicológica está destinado a: aniquilar, controlar ou assimilar o inimigo.

A guerra militar e suas técnicas se revalorizam dentro de métodos científicos de controle social e se convertem em uma eficiente estratégia de domínio sem o uso das armas.

Diferentemente da guerra convencional, a Guerra de Quarta Geração não se desenvolve em teatros de operação visíveis. Não há frentes de batalha com elementos materiais: a guerra se desenvolve em cenários combinados, sem ordem aparente e sem linhas visíveis de combate; os novos soldados não usam uniformes e se misturam aos civis. Já não existem os elementos da ação militar clássica: grandes unidades de combate (tanques, aviões, soldados, frentes, linhas de comunicação, retaguarda, etc.)

As bases de planejamento militar são substituídas por pequenos centros de comando e planejamento clandestinos, desde onde se desenham as modernas operações táticas e estratégicas.

As grandes batalhas são substituídas por pequenos conflitos localizados, com violência social extrema e sem ordem aparente de continuidade.

As grandes forças militares são substitutídas por pequenos grupos de operação (Unidades de Guerra Psicológica) dotados de grande mobilidade e de tecnologia de última geração, cuja função é detonar acontecimentos sociais e políticos mediante operações de guerra psicológica.

As unidades de Guerra Psicológica são complementadas por Grupos de Operação, infiltrados na população civil com a missão de detonar casos de violência e conflitos sociais.

As táticas e estratégias militares são substituídas por táticas e estratégias de controle social, mediante a manipulação informativa e a ação psicológica orientada para direcionar a conduta social em massa.

Os alvos já não são físicos (como na ordem militar tradicional), mas psicológicos e sociais. O objetivo já não é a destruição de elementos materiais (bases militares, soldados, infraestrutura civil, etc.), mas o controle do cérebro humano.

As grandes unidades militares (barcos, aviões, tanques, submarinos, etc.) são substituídas por um grande aparato midiático composto pelas redações e estúdios de rádio e de televisão.

O bombardeio militar é substituído pelo bombardeio midiático: os símbolos e as imagens substituem as bombas, mísseis e projéteis do campo militar.

O objetivo estratégico já não é somente o poder e controle de áreas físicas (populações, territórios, etc.), mas o controle da conduta social em massa.

As unidades táticas de combate (operadores da guerra psicológica) já não disparam balas mas símbolos direcionados a conseguir o objetivo de controle e manipulação da conduta de massa.

Os tanques, fuzis e aviões são substituídos pelos meios de comunicação (os exércitos de quarta geração) e as operações psicológicas se constituem em arma estratégica e operacional dominante.

3. O Alvo

Na Guerra sem Fuzis, a Guerra de Quarta Geração (também chamada Guerra Assimétrica), o campo de batalha já não está no exterior, mas dentro de sua cabeça.

As operações já não se traçam a partir da colonização militar para controle um território, mas a partir da colonização mental para controlar uma sociedade.

Os soldados da 4GW já não são militares, mas especialistas de comunicação em insurgência e contrainsurgência, que substituem as operações militares pelas operações psicológicas.

Os projéteis militares são substituídos por símbolos midiáticos que não destroem o corpo, mas anulam sua capacidade cerebral de decidir por si próprio.

Os bombardeios midiáticos com símbolos estão destinados a destruir o pensamento reflexivo (informação, processamento e síntese) e a substituí-lo por uma sucessão de imagens sem relação com tempo e espaço (alienação controlada).

Os bombardeios midiáticos não operam sobre sua inteligência, mas sobre sua psicologia: não manipulam sua consciência, mas seus desejos e temores inconscientes.

Todos os dias, durante 24 horas, há um exército invisível que aponta para sua cabeça: não utiliza tanques, aviões nem submarinos, mas informação direcionada e manipulada por meio de imagens e notícias.

Os guerreiros psicológicos não querem que você pense na informação, mas que consuma informação: notícias, títulos, imagens que excitam seus sentidos e sua curiosidade, sem conexão entre si.

Seu cérebro está submetido à lógica de Maquiavel: “Dividir para conquistar”. Quando sua mente se fragmenta com notícias desconectadas entre si, deixará de analisar (o que, porque e para que cada informação) e se converterá em consumidor. Quando você consome mídia sem analisar os ques e os porquês, os interesses do poder imperial se movem por trás de cada notícia ou informação jornalística você está consumindo Guerra de Quarta Geração, de ordens psicológicas direcionadas através de símbolos.

As notícias e as imagens são mísseis de última geração que as grandes cadeias midiáticas disparam com precisão demolidora sobre os cérebros convertidos em teatro de operações da Guerra de Quarta Geração.

Quando você consome notícias com “bin Laden”, “Al Qaeda”, “terrorismo muçulmano”, sua mente está consumindo símbolos de medo associados ao terrorismo, “delinquencia organizada”, “vândalos”, “grevistas”.

O mesmo acontece no México quando se diz “Atenco” [localidade mexicana conhecida por ter resistido a uma ação de despejo], “macheteros” [que usam machetes, símbolo dos campesinos mexicanos], “privilegiados do SME” [o combativo Sindicato dos Eletricitários do México], “zapatistas”, “professores” e um grande catálogo de etc. Enquanto isso seu cérebro está servindo de teatro de operações para a Guerra de Quarta Geração lançada para controlar as sociedades em escala local e global.

Quando você consome a mídia sem analisar os porques e para ques ou os interesses do poder imperial que se movem por trás de cada notícia ou informação jornalística, você está consumindo a Guerra de Quarta Geração.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2872 Mensagem por Rock n Roll » Sáb Out 09, 2010 3:54 pm

suntsé escreveu:Esse Rubens Recupero é o que existe de mais despresivel na hístoriado Brasil. È a Mentalidade do Sub-desenvolvimento em pessoa.

Estes escrotos querem que o Brasil seja um Canadá da vida, mais esquecem que até o Canadá tem empresas de ponta, Desenvolve Soluções de Ponta, um Sistema Educacional de Ponta, È um país em que as empresas possuem uma cultura de inovação. E pessoas depresiveis como ele (Ricupero) combatem dotosos projetos estratégicos que poderiam colocar o Brasil nesse rumo.

Eu gostaria que o Brasil tivese uma qualidade de vida como o Canadá, mais com forças armadas como as de Israel 8-]
Concordo em gênero número e grau matéria. Não esquecendo que esta anta (covadiar com o Tapir) ´é aquele do "O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde", em rede nacional. Um pústula enfim.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2873 Mensagem por GustavoB » Sáb Out 09, 2010 9:38 pm

suntsé escreveu:Esse Rubens Recupero é o que existe de mais despresivel na hístoriado Brasil. È a Mentalidade do Sub-desenvolvimento em pessoa.

Estes escrotos querem que o Brasil seja um Canadá da vida, mais esquecem que até o Canadá tem empresas de ponta, Desenvolve Soluções de Ponta, um Sistema Educacional de Ponta, È um país em que as empresas possuem uma cultura de inovação. E pessoas depresiveis como ele (Ricupero) combatem dotosos projetos estratégicos que poderiam colocar o Brasil nesse rumo.

Eu gostaria que o Brasil tivese uma qualidade de vida como o Canadá, mais com forças armadas como as de Israel 8-]
Isso mesmo, o Brasil é o Brasil. tá na hora de parar de se comparar com os outros. O Brasil é único, é exceção, é diferente, e assim devemos tentar pensar nosso futuro.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2874 Mensagem por Marino » Dom Out 10, 2010 9:54 am

Câmbio como arma protecionista

Arsenal de ricos inclui juro baixo e intervenções para forçar divisa competitiva. China é maior alvo

Martha Beck e Vivian Oswald

BRASÍLIA



A invasão chinesa nos mercados de todo o planeta e a dificuldade do mundo desenvolvido de se reerguer depois da crise dispararam uma guerra cambial que abre caminho para uma nova onda de protecionismo global, alertam governos e especialistas. O “derretimento” do dólar por toda parte acendeu a luz vermelha em vários países e alçou os Estados Unidos, com endosso de seu Congresso, ao comando da batalha contra a China, que insiste em manter sua moeda, o yuan, desvalorizada artificialmente, tornando suas mercadorias simplesmente imbatíveis. Aos poucos, os americanos vêm ganhando apoio do Japão e da União Europeia (UE) na ofensiva.

Na semana passada, o euro bateu o oitavo mês consecutivo de alta contra o dólar. Levantamento feito pela Austin Rating a pedido do GLOBO indica que, dos 130 países analisados, 52 tiveram suas moedas valorizadas em relação ao dólar desde setembro de 2009 até agora.

— Certamente existe um risco de alguns países, como o meu, se aborrecerem com outras nações, como a China, no que diz respeito a políticas cambiais, usando sanções comerciais para pressioná-los e, assim, perturbar o comércio internacional — disse o economista e professor da Universidade da Califórnia Barry Eichengrenn, lembrando que, por enquanto, os sinais mais fortes vêm da China e dos EUA.

Com mercados internos desaquecidos, todos querem garantir competitividade a seus produtos no exterior, o que se tornou um trabalho difícil devido à ação do governo chinês. A principal arma até agora no arsenal das nações ricas é a desvalorização de suas moedas ou uma política de juros virtualmente zero — o que espanta capital e faz a moeda local perder valor. Mas barreiras comerciais começam a ser ensaiadas, uma vez que a artilharia até agora se mostra inócua.



EUA já falam em retaliar chineses

Japão, nem mesmo cortar os juros a zero ou intervir no mercado de câmbio com 2,2 trilhões de ienes (US$ 26 bilhões) foi suficiente para conter a cotação recorde dos últimos 15 anos da moeda local. Por isso, surgiram os primeiros sinais de que a guerra já afeta o comércio internacional. Os europeus já orientam seus empresários sobre como se defender de futuras acusações de protecionismo.

Num passo ainda mais ousado, os Estados Unidos já falam concretamente em retaliação comercial. A Câmara americana acaba de aprovar uma lei permitindo que o governo aplique uma sobretaxa sobre a entrada de produtos chineses, sob o argumento de que o câmbio artificialmente desvalorizado do país seria uma forma de subsídio.

A UE já percebeu que a nova onda de protecionismo pós-crise tende a se intensificar pelo mundo e se prepara para a briga. A Comissão Europeia acaba de publicar um manual para ajudar os exportadores afetados por investigações de defesa comercial no exterior — antidumping, antissubsídios e salvaguardas.

O guia já está disponível nos 20 idiomas oficiais do bloco para que os 27 países possam municiar rapidamente a sua indústria. De acordo com a comissão, o manual foi feito em função “do crescente uso de instrumentos de defesa comercial desde o início da crise econômica global”.

O comissário de Comércio da UE, Karel de Gucht, declarou-se confiante no fato de que “este manual vai se tornar uma ferramenta importante para os comerciantes da UE, na medida em que poderão responder a um número crescente de investigações de defesa comercial de terceiros países”.

Economistas ouvidos pelo GLOBO afirmam, no entanto, que essa guerra não terá vencedores e que a tentativa de retaliar a China pode ser um tiro no pé. Barry Eichengrenn afirma: — A pressão dos Estados Unidos pode sair pela culatra. O governo chinês não gosta de ser visto como flexível à pressão americana. Em vez de dar mais flexibilidade ao câmbio, eles podem endurecer sua postura e aplicar sanções contra os produtos americanos, como fizeram recentemente com o frango. Seria mais prudente continuar a confiar na diplomacia.

Por essa razão, a Alemanha acenou aos chineses na semana passada com a possibilidade de convencer os outros 26 países da UE a reconhecerem a China como economia de mercado.

Esta parece ter sido a moeda de barganha escolhida pelo maior exportador do mundo para dobrar a China.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, lembra que os EUA transferiram boa parte de sua produção para a China em função da mão de obra barata. Diante disso, fechar as portas agora seria um risco para o abastecimento do próprio mercado americano: — Não podemos voltar à idade da pedra, de economias fechadas.

O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, admite que o Brasil está acompanhando de perto e estudando o projeto de lei do governo americano: — Existe uma preocupação do governo brasileiro principalmente com a manipulação do câmbio. Isso tem impacto não apenas nas importações como também na disputa por terceiros mercados. O Brasil tem perdido competitividade para os produtos chineses e sul-coreanos nos países latino-americanos.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA

#2875 Mensagem por Marino » Dom Out 10, 2010 10:06 am

Conselho da ONU deve ter grandes emergentes

Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) pode atuar de forma articulada

Coordenação dos países na organização não será automática, no entanto, segundo a previsão de especialistas no grupo

CLAUDIA ANTUNES

DO RIO



A provável composição do Conselho de Segurança da ONU em 2011 resultará na presença simultânea dos integrantes de três "fóruns de diálogo" criados nos últimos anos por grandes países emergentes: Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China).

Por enquanto, há mais interrogações do que respostas, incluindo na diplomacia brasileira, sobre o efeito prático da simultaneidade.

China e Rússia são, antes de tudo, membros permanentes do CS, com poder de veto, ao lado de EUA, França e Reino Unido.

Além disso, os temas prioritários nos três fóruns -economia, desenvolvimento e clima, respectivamente- têm relação indireta com as discussões do órgão, voltadas à paz e à guerra.

Mas o impacto simbólico foi ressaltado há poucos dias pelo embaixador indiano na ONU -que previu coordenação do Bric no CS-, e é avalizado por especialistas.

"A lógica [dos fóruns] será tangencial no contexto do CS. Mas refletirá uma das fricções entre duas placas tectônicas da política internacional hoje: de um lado, as instituições formais, herdadas de 1945 [data de criação da ONU]; do outro, os espaços informais, muito dinâmicos, que ainda precisam dizer a que vieram", diz Matias Spektor, coordenador de estudos de relações internacionais da FGV-Rio.

A eleição para o CS ocorrerá na próxima terça-feira. Das dez vagas não permanentes, há cinco em disputa.

Índia e África do Sul são candidatas únicas de suas respectivas regiões, e prevê-se que obterão com facilidade os 128 votos necessários na Assembleia Geral, que reúne todos os países (dois terços do total).

O Brasil cumprirá o segundo ano de seu mandato. É também possível a eleição da Alemanha, que disputa uma de duas vagas europeias.

Nesse caso, e incluindo a África do Sul, estarão no órgão três países considerados prováveis membros permanentes no futuro.



REFORMA E IRÃ

Não há, no entanto, previsão de que a reforma do CS avance. Primeiro, porque China e Rússia resistem a ela, apesar de a democratização do sistema internacional ser tópico de todos os comunicados do Bric.

Segundo, porque as posições de Brasil, Alemanha e Índia, de um lado, e África do Sul, do outro, não coincidem totalmente.

Os três primeiros, que formam o G4 com o Japão, admitem que novos membros permanentes não tenham de imediato poder de veto.

Os sul-africanos seguem a posição da União Africana, que pede mandato pleno para os novos integrantes.

Nas grandes questões de segurança, a polarização emergentes versus desenvolvidos no CS é improvável.

Como se viu na votação de sanções ao Irã, China e Rússia têm optado por não confrontar os EUA, embora tenham negociado uma resolução mais fraca.

Mas Spektor evoca a possibilidade de uma articulação dos emergentes para desenvolver "argumentos alternativos, não diretamente confrontacionistas".

Chance de união haveria, avaliam diplomatas, em caso extremo de unilateralismo -um ataque americano ao Irã, por exemplo.



DIFERENÇAS

Se o Ibas é visto como um fórum mais homogêneo, a coesão entre os Bric é complicada, pelas diferenças de poder entre os quatro e velhas rivalidades de três deles -China, Rússia e Índia.

"Mas cada um percebe que no jogo associativo há um ganho de valor individual", diz o embaixador aposentado Marcos Azambuja, que tem acompanhado todos os encontros do fórum.





Países têm prioridades diferentes, afirma analista

DO RIO



A política externa de cada Bric tem características que favorecem sua projeção, mas dificultam o entendimento dentro do grupo e com as potências ocidentais.

Diretor do Centro para Estudos Internacionais da Universidade de Oxford, Andrew Hurrell traçou os perfis, em entrevista à Folha:



BRASIL

Caso típico em que a assertividade da política externa, que enfatizou o multilateralismo, deu um papel maior que o peso econômico real.

Na OMC, por exemplo, Brasil e Índia integram o núcleo sem que isso esteja ligado diretamente à sua parte no comércio global e sim à necessidade de dar legitimidade às decisões.

Ser uma democracia é vantagem, mas o quanto isso influencia a ação internacional é uma questão aberta. O Brasil tem tradição de não intervenção, que mudou um pouco para a não indiferença.

Apesar dos avanços, o legado de questões sociais, de violência, é de longe o mais sério problema.



RÚSSIA

É um poder que decaiu e agora quer reassegurar sua posição. Depende de poucos recursos econômicos, como o gás, assim como a URSS dependia do poder militar.

Sua política externa é condicionada por uma visão ultranacionalista dos interesses nacionais. A Rússia quer garantir em primeiro lugar a aceitação de seu papel dominante na vizinhança.

Isso é um problema para os EUA e sobretudo para a Europa, comprometida com a ideia de democracia e liberalismo em suas fronteiras, que atingem diretamente os interesses russos.



ÍNDIA

Uma política externa clara é muito difícil para a Índia, dada a complexidade de sua política interna.

Em comparação com o Brasil, a Índia está numa região muito mais problemática, o sul da Ásia.

Há problemas tradicionais, relacionados ao Paquistão, e novos, como o Afeganistão. Ambos trazem dificuldades para a relação com os EUA.

Buscou aproximação com Washington por questões globais -a economia, o programa nuclear, contrabalançar a China.

Mas gostaria que os americanos tivessem um perfil mais baixo na região.



CHINA

É um caso em si, tanto por tamanho e população quanto pela relação com a economia global e os EUA. A relação com a Rússia é complexa, e a com a Índia, ambígua.

Quer um mundo multipolar, mas tem diferenças com os outros emergentes. No período pós-Guerra Fria, sua estratégia foi se beneficiar do sistema e manter um perfil baixo. Não queria que as pessoas imaginassem-na tomando conta do mundo.

A crise financeira forçou a China a se tornar mais ativa. No clima, também foi de uma posição muito resistente a uma mais proativa.

Os demais Bric se beneficiam do crescimento chinês, mas há também a competição chinesa. As reformas econômicas aumentaram as clivagens sociais.

(CA)




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA

#2876 Mensagem por Carlos Lima » Dom Out 10, 2010 2:30 pm

Sei lá... eu não concordo totalmente com a matéria.

Enquanto os EUA não quiserem uma reforma no CS e enquanto o Brasil ser o "gigante" que não coloca a mão na massa... essa reforma não vai ocorrer na minha opnião.

Acho legal o Brasil fazer o dever de casa, mas esse inclui trazer os EUA para o lado dos "amigos"... o problema é que quanto mais o tempo passa o capeta pede mais pela sua alma...

:wink:

Então tem que ser esperto para "lidar" com o "Tinhoso". :lol:

Minha opnião

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
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Re: GEOPOLÍTICA

#2877 Mensagem por marcelo l. » Qua Out 13, 2010 3:50 pm

Um dos autores que eu que eu mais coloco links ganhou um prêmio...


The awards keep piling up for Foreign Policy's own Tom Ricks and his Best Defense blog. Having already snagged the 2010 Digital National Magazine award for best blog, Ricks has now added Military Reporters and Editors award for best online content to his trophy case. Military Reporters and Editors explained their decision:

The Best Defense, Tom Ricks' blog at ForeignPolicy.com, is what he calls "sequential journalism -- incrementally advancing lines of inquiry by interacting with readers, sources and the news cycle." His sparkling, sometimes angry, prose coupled with reporting that on occasion is ahead of the rest of the media make this a must-read for anyone interested in national security.

Bons artigos que analisam com frieza a posição americana ou de qualquer outro país, tentando sempre ser analitico e não torcida organizada como vemos no Brasil com os Mervais da vida [043]

http://ricks.foreignpolicy.com/


In his new memoirs, former Joint Chiefs Chairman Gen. Hugh Shelton offers an interesting twist on why Iraq went so badly: He argues that Rumsfeld elbowed aside Gen. Richard Myers and the other members of the Joint Chiefs of Staff and also intimidated and flattered Gen. Tommy R. Franks while working directly with him, and so basically went to war without getting the advice of his top military advisors.

The war plan that Rumsfeld and Franks went on to cook up, Shelton concludes, was "a fiasco." (479) (Hmm -- interesting choice of words.)

Shelton also writes that there was no reason to go war against Iraq. "The fact is that we had Iraq contained and they were not a threat." (419) Also, "There was absolutely no link between him [Saddam] and 9/11." (474) No big revelations, but I was glad to see this stated so flatly by a former high official.

His bottom line: "President Bush and his team got us enmeshed in Iraq based on extraordinarily poor intelligence and a series of lies purporting that we had to protect American from Saddam's evil empire because it posed such a threat to our national security." (474-475)

Just in case you weren't paying attention, he elaborates on that charge later in the book. "Spinning the possible possession of WMDs as a threat to the United States in the way they did is, in my opinion, tantamount to intentionally deceiving the American people." (488)

These are pretty serious charges, given that they come from the man who was the nation's top military officer for four years immediately preceding 9/11.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: GEOPOLÍTICA

#2878 Mensagem por marcelo l. » Qua Out 13, 2010 3:58 pm

Saiu traduzido...tá meio capenga mas dá para entender o texto...o livro parece ser muito e a idéia pode ser usada não apenas para Afeganistão, mas outros conflitos.

http://walt.foreignpolicy.com/posts/201 ... he_taliban

Um dos livros mais agradável que eu li no ano passado foi de SC Gwynne da Império da Lua Verão: Quanah Parker ea ascensão e queda do Comanches. É uma emocionante, a história fantástica, e eu aprendi muito sobre aspectos da história dos EUA de que eu era apenas parcialmente conscientes.

Em breve, o livro conta a história do esforço dos EUA para dominar o Comanche, a mais poderosa tribo de nativos americanos sobre as Grandes Planícies. Foi uma luta sangrenta e fascinante, em parte porque os Comanche foram tão difíceis para o muito mais numerosos e tecnologicamente Anglos superior à derrota. Se você cresceu com vista para o / a John Ford / John Wayne Randolph Scott do Velho Oeste, este livro será uma espécie de revelação. E a saga de Quanah Parker si mesmo, um chefe de guerra Comanche cuja mãe era uma mulher branca raptada em 1836 na idade de nove anos, e "resgatado" muitos anos mais tarde (quando seu filho foi Quanah 12 anos de idade), é em si um coração conto dilacerante de um conflito cultural e tragédia pessoal.

Tanto quanto eu gostei do livro, eu não podia ajudar, mas lê-lo com a atual guerra no Afeganistão em mente. Em ambos os casos, numericamente superiores, mais rico e tecnologicamente mais avançados dos Estados Unidos enfrenta um adversário tribal lutando em seu próprio solo. E em ambos os casos, o governo dos EUA enfrenta um adversário que é muito astuto, cruel, e por nossos padrões, mesmo para trás ou bárbaro.

Mas, como meu saudoso colega Ernest May usados para avisar, quando você faz uma analogia histórica, é uma boa idéia fazer uma lista das maneiras as duas situações diferentes, ao invés de apenas chamar as semelhanças. Então, porque você acha que a vitória final do governo dos EUA sobre o Comanche anuncia a mesma vitória sobre os talibãs, considere as seguintes diferenças entre as duas situações.

Em primeiro lugar, na guerra contra o Comanche, a vitória total de um interesse vital para os Estados Unidos. À medida que a república americana expandiu na América do Norte, os Estados Unidos dificilmente vai permitir uma tribo hostil e independente de índios semi-nômades para controlar uma grande área do território norte-americanos acreditavam que era deles por força do "Destino Manifesto". Não estou a defender esta política por razões de equidade ou de justiça, pelo caminho, apenas afirmando um fato óbvio. Em contrapartida, o Afeganistão está a milhares de quilômetros do território dos EUA, eo que acontece lá, em última análise é muito mais importante para os afegãos que ele faz para nós. Todos os afegãos sabem que mais cedo ou mais tarde os Estados Unidos e seus aliados estão a ir para casa, mas que obviamente não foi o caso dos colonos europeus que haviam criado nos Estados Unidos e agora estavam empurrando rapidamente em todo o continente.

Em segundo lugar, os colonos brancos na América do Norte mantiveram uma superioridade numérica esmagadora. A Comanche contados mais de 30-40.000 pessoas, enquanto a população branca em expansão já havia ultrapassado vinte e três milhões em 1850. Assim, mesmo que o Comanche permaneceu guerreiros formidáveis em sua terra natal, eles estavam finalmente dominado pela força dos números. No Afeganistão, no entanto, alguns de mais 100 mil EUA e as tropas aliadas estão tentando impor a ordem em mais de 30 milhões de afegãos, eles próprios divididos em cinco grandes grupos tribais. Os membros ativos do Taleban pode ser apenas um pequeno sub-conjunto desta população, mas os pashtuns do qual eles tiram a sua força principal compreendem cerca de 40 por cento da população. Conclusão: Os Estados Unidos e seus aliados estão muito longe da mesma primas vantagem numérica.

Em terceiro lugar, como outras tribos norte-americano, a Comanche mostrou suscetível a várias doenças européias. Como Gwynne faz varíola, claro, sarampo, cólera e todos tiveram um impacto devastador sobre os números Comanche e, finalmente, tornou a tarefa de dominá-lo muito mais fácil. Nenhuma vantagem semelhante existe na guerra contra o Taleban.

Em quarto lugar, a conta de Gwynne destaca a vontade dos colonos anglo correr riscos consideráveis no âmbito da expansão para o oeste. É verdade que a fronteira, por vezes, se retirou, em face da Comanche sucessos, como os colonos voltaram para locais mais seguros, mas no final eles iam chegando, apesar dos riscos óbvios envolvidos. Esta vontade de buscar um de fortuna em um ambiente hostil e exigente reflete uma série de profundas e econômico das forças sociais, mas a verdade é que muitos americanos estavam dispostos a avançar, mesmo quando isso era entendido como sendo perigosa. Em contrapartida, poucas pessoas acreditam ganhar no Afeganistão vale grandes sacrifícios, que pode ser por isso que agora contam com ataques aéreos e outras táticas que minimizem o risco para os soldados dos EUA. Eu não estou questionando a coragem dos nossos soldados, por sinal, apenas sugerindo que estamos mais sensíveis aos custos humanos da guerra do que estávamos em conquistar a América do Norte.

Quinto, a tecnologia provou ser um factor decisivo contra os Comanche. O desenvolvimento do revólver Colt, a espingarda de repetição, ea arma de búfalo eliminado da tática vantagens Comanche, e fez sua derrota inevitável. A destruição das grandes manadas de búfalos privou o Comanche de uma das principais fontes de alimento e, finalmente, deu-lhes outra opção senão render-se.

Otimistas continuar a esperar que alguma combinação de táticas de contra-insurgência sofisticadas e avançadas armas, e outras inovações podem, eventualmente, virar a maré contra o Talibã, e não se pode descartar totalmente essa possibilidade. Mas, como já foi referido, o problema central Comanche era uma população em declínio, e da diminuição constante de seu próprio território. Por outro lado, o Talibã ainda parecem facilmente capaz de derreter na paisagem rural ou a sociedade existente, ou a fugir através da fronteira permeável com o Paquistão, e tentando eliminar estes santuários poderia desencadear uma guerra mais ampla e causar mais atritos com o Paquistão. Não tem problema existia na campanha contra a Comanche.

Finalmente, é um fato preocupante perceber que apesar de sua claro interesse na vitória e suas vantagens claras em número, riqueza e tecnologia, que levou os Estados Unidos há quase quatro décadas para finalmente derrotar a Comanche. Se você está procurando uma decisiva vitória da mesma forma na Ásia Central, portanto, é melhor você estar preparado para ficar lá em força por um longo, longo tempo. Como os leitores deste blog sabem, eu não acho que isso vale a pena, tendo em conta os riscos envolvidos modesta e as outras tarefas que devemos concentrar. E em relação ao nosso esforço de guerra na Ásia Central, a luta contra o Comanche foi realmente muito barato.

Mais uma vez, analogias históricas deve ser usada com cautela, e sem dúvida existem outras dessemelhanças entre estes dois conflitos que podem produzir diferentes conclusões. Seja qual for a sugestão para a nossa situação atual, o livro de Gwynne ainda é um livro divertido e bem escrito, e vale bem o seu tempo.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2879 Mensagem por kurgan » Qua Out 13, 2010 7:28 pm

Portugal diz que se unirá ao Brasil por reforma na ONU
13/10/2010

Secretário de Estado da Cooperação e Negócios Estrangeiros português contou à Rádio ONU que receberá secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota, em Lisboa, para discutir renovação do Conselho de Segurança já nesta segunda-feira.


Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Logo após ser eleito para um assento não-permanente no Conselho de Segurança, nesta terça-feira, Portugal informou que irá estabelecer uma "concertação" com o Brasil para pedir a reforma do órgão.

A notícia foi dada à Rádio ONU pelo Secretário de Estado da Cooperação e Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho.

Grande Proximidade

"Teremos uma cooperação muito especial com o Brasil. Terei o prazer, já na próxima segunda-feira, de receber em Lisboa, o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota. E começa já na segunda-feira o nosso trabalho de concertação com o Brasil. Claro que há uma diferença entre Portugal e o Brasil no Conselho de Segurança.

O Brasil é candidato a membro-permanente. E nós julgamos que é de elementar justiça, para além de trabalharmos com grande proximidade com o Brasil, é de elementar justiça também trabalharmos para uma reforma do Conselho de Segurança em que o Brasil seja um membro-permanente", afirmou.

O Brasil foi eleito para um assento rotativo no ano passado. O mandato do país no Conselho irá expirar no fim de 2011. Portugal, que assume a vaga em 1º de janeiro, atuará ao lado do Brasil e mais 13 países-membros do órgão.

Além de Portugal, foram eleitos nesta terça-feira, Alemanha, África do Sul Colômbia e Índia para o biênio 2011-2012. Esses assentos não têm direito a veto.

Apenas cinco países são membros-permanentes no Conselho de Segurança: China, França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Rússia.

http://www.unmultimedia.org/radio/portu ... 86270.html




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Re: GEOPOLÍTICA

#2880 Mensagem por kurgan » Qua Out 13, 2010 7:33 pm

13/10/2010 - 07h42
Teste nuclear nos EUA causa indignação Hiroshima e Nagasaki

s cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, alvos de ataques nucleares ao fim da Segunda Guerra Mundial, consideraram deploráveis o teste nuclear efetuado pelos Estados Unidos em setembro.

O teste, o primeiro deste tipo realizado desde 2006, ocorreu em 15 de setembro em um centro em Nevada (EUA), mas foi confirmado oficialmente pelo Departamento de Energia desse país somente ontem, informou o jornal "Japan Times".

"Deploro profundamente. Esperava que o presidente Obama assumisse a frente com relação à eliminação de armas nucleares", declarou nesta quarta-feira (13) o governador de Nagasaki, Hodo Nakamura, em entrevista coletiva.

O prefeito dessa cidade, Tomihisa Taue, mostrou "temor e preocupação" pelo teste, que considera um passo atrás no caminho em direção ao mundo livre de armas nucleares, como disse à agência "Kyodo".

O teste gerou protestos entre os cidadãos de Hiroshima e Nagasaki, incluindo vários sobreviventes das bombas atômicas que assolaram as cidades em agosto de 1945.

"Não podemos tolerar uma ação dos EUA que trai a promessa do presidente Barack Obama de avançar em direção ao mundo sem armas atômicas", disse o subdiretor do Conselho de Vítimas da Bomba Atômica de Hiroshima, Yukio Yoshioka.

O governo japonês ressaltou que não tem intenção de protestar formalmente pelo teste, já que neste tipo de testes não se chega a alcançar uma reação nuclear em cadeia.

Segundo a imprensa japonesa, o teste de setembro é a primeira deste tipo realizada sob a Administração do presidente Barack Obama, premiado com o Nobel da Paz 2009.

Com este, sobe para 26 os testes nucleares subcríticos feitos pelos Estados Unidos desde julho de 1997, quando ocorreu o primeiro deles.

Washington considera que os testes não violam o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), já que não geraram reações em cadeia e tampouco energia nuclear, por isso que podem ser considerados testes de laboratório.

Para os EUA, este tipo de experiência tem como objetivo de investigar a ação física e química dos materiais de fissão usados para as armas nucleares, necessários para manter a segurança do arsenal nuclear.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/8137 ... saki.shtml




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