Equador - tensão entre poder civil e militar.
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- varj
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Golpe ele próprio se deu, querendo enfrentar os grevistas daquela forma.Não é o papel de um presidente democraticamente eleito.E com o mínimo de segurança pôs em risco não só sua segurança pessoal, mas no tumulto expôs a "Figura Presidencial" que deveria ter sido honrada e protegida.
- wagnerm25
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
A ação do Presidente Corrêa nesse episódio foi um completo desastre, porém muito coerente com a corrente política da qual faz parte, que só tem fanfarrão, bufão e demagogo.varj escreveu:Golpe ele próprio se deu, querendo enfrentar os grevistas daquela forma.Não é o papel de um presidente democraticamente eleito.E com o mínimo de segurança pôs em risco não só sua segurança pessoal, mas no tumulto expôs a "Figura Presidencial" que deveria ter sido honrada e protegida.
Parece aqueles caras que arrumam uma briga torcendo que alguém separe para que possam ficar xingando o adversário com uns 10 amigos entre os dois e gritando "ME SOLTA, ME SOLTA!!! VOU MATAR!!!!"
Pobre AL.
- Clermont
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Pois é. Os próximos dias é que vão mostrar se o presidente pretende usar este incidente como desculpa para destruir seus opositores, ou se vai se limitar a cumprir a lei, simplesmente, demitindo e prendendo os arruaceiros fardados.wagnerm25 escreveu:A ação do Presidente Corrêa nesse episódio foi um completo desastre, porém muito coerente com a corrente política da qual faz parte, que só tem fanfarrão, bufão e demagogo.
Parece aqueles caras que arrumam uma briga torcendo que alguém separe para que possam ficar xingando o adversário com uns 10 amigos entre os dois e gritando "ME SOLTA, ME SOLTA!!! VOU MATAR!!!!"
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Se tomar medidas mais drásticas pode-se dizer que o "golpe"foi dele.
Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
2 X. De golpe não teve nada, porém para alguns setores interessa que seja tratado como tal, portanto a oposição que se cuide, afinal o Correa tem um bom Professor bem pertinho.Clermont escreveu:É isso aí.WalterGaudério escreveu:Clermont, vamos botar os pingos nos "is", isso aí tá mais para baderna de sindicalista do que tentativa de golpe. Agora que é esculhambação geral ficar pondo o presidente da república no meio de um tiroteio isso aí é tb...
- varj
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Como falei a forma com que Correa tratar a baderna que pode ser um golpe.
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Varj e Clermont, os próximos dias serão decisivos sim. Vamos ver quem seguirá a lei e quem nela pisará. Pode ser o próprio Correa, que se tiver pelo menos alguns neurônios em condições de uso, não retaliará com caráter de vingança o ocorrido. Porém, se seguir a lei(que aliás, ele mesmo aprovou) poderá ficar como fraco. O que eu acredito que ocorra, é o Correa seguindo os mesmos passos da Venezuela, pedindo proteção ao serviço secreto cubano(DGI), como fez o Chavez após aquele golpe de 10a. categoria que ele sofreu a anos atrás.Clermont escreveu:Pois é. Os próximos dias é que vão mostrar se o presidente pretende usar este incidente como desculpa para destruir seus opositores, ou se vai se limitar a cumprir a lei, simplesmente, demitindo e prendendo os arruaceiros fardados.wagnerm25 escreveu:A ação do Presidente Corrêa nesse episódio foi um completo desastre, porém muito coerente com a corrente política da qual faz parte, que só tem fanfarrão, bufão e demagogo.
Parece aqueles caras que arrumam uma briga torcendo que alguém separe para que possam ficar xingando o adversário com uns 10 amigos entre os dois e gritando "ME SOLTA, ME SOLTA!!! VOU MATAR!!!!"
O gov bolivariano equatoriano dá algo em troca, como petróleo ou comida para Cuba, e em troca recebe os serviços de inteligência do DGI.
E aí cai por terra aquele argumento infantil cheio de boas intenções , de que os países bovinos querem apenas se livrar do julgo imperialista americano. Sendo que o que acontece na prática é asubstituição de uma mão de ferro yankee rica, por uma mão de ferro pobre e totalitária.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Ótima analise Walter.Infelizmente o desenrolar dos fatos esta despontando para algo no mínimo parecido.Entristece ver que no continente poucos países pensam em se desenvolver para uma economia globalizada dentro do século XXI.
- Left Hand of God
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Acho que aqui muitos já sabem qual via o Correa vai optar, afinal ele é discípulo* do Chavez.
*pra não usar outros termos menos respeitosos
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- Francoorp
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
éé.....ele já tinha fechado o congresso de la... eu também acho que esta oportunidade ele não vai deixar passar em branco... e muitos na América Latina ja seguiram esta estrada... e muito antes destes tais de Bolivarianos, e uma doença do nosso continente, simplesmente um mal não erradicado!Left Hand of God escreveu:Acho que aqui muitos já sabem qual via o Correa vai optar, afinal ele é discípulo* do Chavez.
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Valeu!!
- delmar
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
O problema do Equador continua sendo a falta de dinheiro e a economia dolarizada. O Chaves paga a assistência cubana com Petróleo. O Correa não tem como pagar, portanto não virão cubanos. Eles não tem como vir se o Equador não bancar, são uns pelados também.
Outra coisa, o Correa está em seu palácio, cercado e protegido pelos militares do exército e da polícia leais a ele. Agora ele vai dizer a estes militares; "Obrigado, voces salvaram-me, mas eu vou cortar os vossos salários também"?
Muita coisa ainda vai ocorrer no Equador. A economia dolarizada é uma ratoeira sem saída. Como controlar as finanças se o governo não tem controle da moeda? Primeiro o Correa teria que desfazer este nó e depois então tentar um modelo econômico socialista.
Outra coisa, o Correa está em seu palácio, cercado e protegido pelos militares do exército e da polícia leais a ele. Agora ele vai dizer a estes militares; "Obrigado, voces salvaram-me, mas eu vou cortar os vossos salários também"?
Muita coisa ainda vai ocorrer no Equador. A economia dolarizada é uma ratoeira sem saída. Como controlar as finanças se o governo não tem controle da moeda? Primeiro o Correa teria que desfazer este nó e depois então tentar um modelo econômico socialista.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
É um tremendo nó cego. Não sei quem fez esta barbairagem com a economia equatoriana, só quero que o Equador pague os Super Tucanos da EMBRAER...delmar escreveu:O problema do Equador continua sendo a falta de dinheiro e a economia dolarizada. O Chaves paga a assistência cubana com Petróleo. O Correa não tem como pagar, portanto não virão cubanos. Eles não tem como vir se o Equador não bancar, são uns pelados também.
Outra coisa, o Correa está em seu palácio, cercado e protegido pelos militares do exército e da polícia leais a ele. Agora ele vai dizer a estes militares; "Obrigado, voces salvaram-me, mas eu vou cortar os vossos salários também"?
Muita coisa ainda vai ocorrer no Equador. A economia dolarizada é uma ratoeira sem saída. Como controlar as finanças se o governo não tem controle da moeda? Primeiro o Correa teria que desfazer este nó e depois então tentar um modelo econômico socialista.
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Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
Isto vai atrasar.Mas existe um seguro de crédito a exportação.Espero que a Embraer tenha lembrado, pois é um momento de risco de inadimplência.
Re: Equador - tensão entre poder civil e militar.
03/10/2010 - 11h31
Crise no Equador está longe do fim, advertem analistas
Policiais foram às ruas na quinta-feira contra medidas do governo Apesar da aparente tranquilidade no Equador depois da rebelião policial frustrada contra o presidente Rafael Correa na última semana, classificada como tentativa de golpe pelo governo, a crise política no país está longe de ser solucionada, na opinião de analistas ouvidos pela BBC Brasil.
"A crise está apenas começando", afirmou o analista político Milton Benitez, da Universidade Central do Equador.
Para Benitez, Correa saiu inicialmente fortalecido da crise, porém "a aparente unanimidade do presidente ficou questionada com a tentativa de golpe".
A rebelião policial acabou trazendo à tona alguns problemas sociais do Equador e uma série de fissuras no interior do governo, em especial a relação entre o Executivo e as Forças Armadas.
"Se manifestou uma debilidade orgânica em relação à liderança do presidente", afirmou Benitez. "Não se viu um apoio sólido das Forças Armadas. Eles titubearam em apoiar ou não a rebelião dos policiais." Forças Armadas O papel das Forças Armadas na suposta tentativa de golpe de Estado gera dúvidas sobre o grau de vulnerabilidade do governo Correa.
O ministro de Segurança e Interior, Miguel Carvajal, afirmou à BBC Brasil não saber com precisão se houve uma divisão importante nas Forças Armadas capaz de promover a derrubada do presidente equatoriano, mas questionou a participação da Força Aérea durante os violentos protestos, depois que o aeroporto de Mariscal Sucre foi fechado.
"Não sei [qual foi o grau de participação], mas houve circunstâncias que permitiram que técnicos [da Força Aérea] impedissem juntamente com a polícia antinarcóticos o funcionamento do aeroporto", disse.
Até mesmo o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas equatorianas, Ernesto González, admitiu que havia uma divisão dentro da estrutura militar, em uma mensagem em cadeia nacional na quinta-feira.
Além disso, o general orientou o governo a "retificar" a lei aprovada no Congresso que trata do abono salarial dos policiais - o ponto que deu início à rebelião na semana passada.
De acordo com fontes próximas ao governo, representantes do Executivo teriam negociado um acordo de incremento dos salários dos militares - que também são afetados pela polêmica Lei de Serviço Público - para neutralizar a participação dos militares no processo de desestabilização do governo.
Publicamente, durante o enfrentamento com os policiais, Correa disse que eles poderiam "matá-lo", mas que não revogaria a lei.
Mas na prática, o governo tende a ceder. A ministra de Política Doris Soliz deverá elaborar uma reforma na lei relacionada ao incentivo salarial que beneficiaria apenas policiais e militares, excluindo os demais servidores públicos.
Crise social Rafael Correa foi alvo da manifestação dos policiais equatorianos Outro problema que o líder equatoriano terá de enfrentar é o descontentamento de alguns setores da sociedade em relação à chamada "revolução cidadã".
"Correa terá que mudar o rumo, rever sua agenda e se aproximar dos setores em que há descontentamento popular", afirmou o analista político Marco Villaruel, da Faculdade Latinoamericana de Ciencias Sociais (Flacso).
Para especialistas, um dos caminhos é resolver a "frustração" de organizações que deixaram de ser da base de apoio de Correa, devido ao sistema econômico equatoriano que impõe limites ao gasto público e à expansão de programas sociais.
"Temos um país com uma trajetória de luta social, que já derrubou vários presidentes e isso pode estourar em qualquer momento", afirmou Villaruel.
Para evitar novas rebeliões, Villaruel diz que Correa deve mudar o estilo "e abrir espaço para o diálogo".
Golpe Três dias após a crise que sacudiu o governo Correa, analistas também divergem sobre o que de fato aconteceu na quinta-feira passada: se houve ou não uma tentativa de golpe de Estado.
Para o analista político Marco Villaruel, a rebelião policial não tinha como objetivo derrubar Rafael Correa.
"Não é a primeira vez que há protestos de operários, de mineiros, de professores. Esse descontentamento com o governo se acumulou e derivou em uma manifestação muito agressiva e violenta da polícia", afirmou.
"Nunca houve uma expressão política clara durante as manifestações propondo um novo governo", acrescentou.
Milton Benitez discorda. A seu ver, por trás da reivindicação, estariam setores vinculados ao ex-presidente Lúcio Gutierrez e ao partido Sociedade Patriótica. "Os indícios levam a acreditar que estavam preparando um golpe de Estado", disse.
Os responsáveis pela rebelião policial que derivou na morte de pelo menos oito pessoas e deixou mais de 200 feridos estão sendo investigados.
O ministro de Segurança e Interior disse à BBC Brasil que os autores intelectuais da crise terão de responder "pela tentativa de assassinato do presidente, de ministros e da população".
"Os policiais que se rebelaram agora estão em suas respectivas unidades, trabalhando, ocultos em seu coletivo. Temos que encontrar os responsáveis", disse Carvajal.
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/10/ ... istas.jhtm
Crise no Equador está longe do fim, advertem analistas
Policiais foram às ruas na quinta-feira contra medidas do governo Apesar da aparente tranquilidade no Equador depois da rebelião policial frustrada contra o presidente Rafael Correa na última semana, classificada como tentativa de golpe pelo governo, a crise política no país está longe de ser solucionada, na opinião de analistas ouvidos pela BBC Brasil.
"A crise está apenas começando", afirmou o analista político Milton Benitez, da Universidade Central do Equador.
Para Benitez, Correa saiu inicialmente fortalecido da crise, porém "a aparente unanimidade do presidente ficou questionada com a tentativa de golpe".
A rebelião policial acabou trazendo à tona alguns problemas sociais do Equador e uma série de fissuras no interior do governo, em especial a relação entre o Executivo e as Forças Armadas.
"Se manifestou uma debilidade orgânica em relação à liderança do presidente", afirmou Benitez. "Não se viu um apoio sólido das Forças Armadas. Eles titubearam em apoiar ou não a rebelião dos policiais." Forças Armadas O papel das Forças Armadas na suposta tentativa de golpe de Estado gera dúvidas sobre o grau de vulnerabilidade do governo Correa.
O ministro de Segurança e Interior, Miguel Carvajal, afirmou à BBC Brasil não saber com precisão se houve uma divisão importante nas Forças Armadas capaz de promover a derrubada do presidente equatoriano, mas questionou a participação da Força Aérea durante os violentos protestos, depois que o aeroporto de Mariscal Sucre foi fechado.
"Não sei [qual foi o grau de participação], mas houve circunstâncias que permitiram que técnicos [da Força Aérea] impedissem juntamente com a polícia antinarcóticos o funcionamento do aeroporto", disse.
Até mesmo o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas equatorianas, Ernesto González, admitiu que havia uma divisão dentro da estrutura militar, em uma mensagem em cadeia nacional na quinta-feira.
Além disso, o general orientou o governo a "retificar" a lei aprovada no Congresso que trata do abono salarial dos policiais - o ponto que deu início à rebelião na semana passada.
De acordo com fontes próximas ao governo, representantes do Executivo teriam negociado um acordo de incremento dos salários dos militares - que também são afetados pela polêmica Lei de Serviço Público - para neutralizar a participação dos militares no processo de desestabilização do governo.
Publicamente, durante o enfrentamento com os policiais, Correa disse que eles poderiam "matá-lo", mas que não revogaria a lei.
Mas na prática, o governo tende a ceder. A ministra de Política Doris Soliz deverá elaborar uma reforma na lei relacionada ao incentivo salarial que beneficiaria apenas policiais e militares, excluindo os demais servidores públicos.
Crise social Rafael Correa foi alvo da manifestação dos policiais equatorianos Outro problema que o líder equatoriano terá de enfrentar é o descontentamento de alguns setores da sociedade em relação à chamada "revolução cidadã".
"Correa terá que mudar o rumo, rever sua agenda e se aproximar dos setores em que há descontentamento popular", afirmou o analista político Marco Villaruel, da Faculdade Latinoamericana de Ciencias Sociais (Flacso).
Para especialistas, um dos caminhos é resolver a "frustração" de organizações que deixaram de ser da base de apoio de Correa, devido ao sistema econômico equatoriano que impõe limites ao gasto público e à expansão de programas sociais.
"Temos um país com uma trajetória de luta social, que já derrubou vários presidentes e isso pode estourar em qualquer momento", afirmou Villaruel.
Para evitar novas rebeliões, Villaruel diz que Correa deve mudar o estilo "e abrir espaço para o diálogo".
Golpe Três dias após a crise que sacudiu o governo Correa, analistas também divergem sobre o que de fato aconteceu na quinta-feira passada: se houve ou não uma tentativa de golpe de Estado.
Para o analista político Marco Villaruel, a rebelião policial não tinha como objetivo derrubar Rafael Correa.
"Não é a primeira vez que há protestos de operários, de mineiros, de professores. Esse descontentamento com o governo se acumulou e derivou em uma manifestação muito agressiva e violenta da polícia", afirmou.
"Nunca houve uma expressão política clara durante as manifestações propondo um novo governo", acrescentou.
Milton Benitez discorda. A seu ver, por trás da reivindicação, estariam setores vinculados ao ex-presidente Lúcio Gutierrez e ao partido Sociedade Patriótica. "Os indícios levam a acreditar que estavam preparando um golpe de Estado", disse.
Os responsáveis pela rebelião policial que derivou na morte de pelo menos oito pessoas e deixou mais de 200 feridos estão sendo investigados.
O ministro de Segurança e Interior disse à BBC Brasil que os autores intelectuais da crise terão de responder "pela tentativa de assassinato do presidente, de ministros e da população".
"Os policiais que se rebelaram agora estão em suas respectivas unidades, trabalhando, ocultos em seu coletivo. Temos que encontrar os responsáveis", disse Carvajal.
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/10/ ... istas.jhtm